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TEMA

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Como fazer uso ético e consciente de


ferramentas como os chatbots nas
produções escolares e acadêmicas?

ENEM

PLÁGIO E INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO


1. Rascunhos de redação não devem ser entregues ao professor.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, em folha pautada, em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de
linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1 tiver até sete linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
4.2 fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO 1

ChatGPT revolucionará o ensino em


universidades e escolas?
O ChatGPT, um novo sistema de chat baseado em IA, foi lançado em 30 de no-
vembro de 2022 pela empresa americana OpenAI. Localizada no Vale do Silício, na
Califórnia, ela tem Elon Musk entre seus fundadores.
Com o sistema, qualquer um pode interagir com a inteligência artificial na inter-
net: basta introduzir perguntas ou comandos numa janela de chat, e o ChatGPT respon-
de adequadamente a (quase) tudo. Em cinco dias, 1 milhão de usuários se inscreveram
para usar a plataforma – em comparação, o Instagram levou mais de dois meses para
atingir esse número.
[...]
Para Mike Sharples, o GPT-3, um precursor do ChatGPT, já era um dos poucos
“grandes avanços” que ele testemunhara em seus 40 anos de carreira como pesquisa-
dor de IA.
Mas o professor emérito britânico da Open University também afirma que “o GPT
democratiza o plágio”. Agora, os estudantes podem simplesmente dar comandos ao
programa para que textos sejam escritos para eles com uma linguagem perfeita – quer
dizer, um “escritor fantasma” agora disponível de forma gratuita para todos.

STOCK, Lukas. Deutsche Welle, 20 abr. 2022. Disponível em:


https://www.dw.com/pt-br/chatgpt-revolucionará-o-ensino-em-universidades-e-escolas/a-64470992. Acesso em: 9 maio 2023.

TEXTO 2

Historicamente houve sempre o aproveitamento das ferramentas tecnológicas


dentro e fora das salas de aula, mas o desafio é fazer os estudantes desenvolverem
reflexões complexas e entenderem que o ato de escrever, de próprio punho, uma reda-
ção é algo ligado ao próprio desenvolvimento como cidadão.

Clube do Português, 6 fev. 2023. Disponível em: https://www.clubedoportugues.com.br/chat-gpt/. Acesso em: 22 mar. 2023.

TEXTO 3

SANTOS, Christiane Coelho; VASCONCELOS, Sonia Maria Ramos de. Uma visão conservadora sobre o plágio? Reflexões a partir de um levan-
tamento sobre a perspectiva de uma população de alunos brasileiros do Ensino Médio. In: Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, v. 22,
2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epec/a/65sb9ZnWL43sV3qLYqS94kH/. Acesso em: 9 maio 2023.

TEXTO 4

Plágio é crime?
SIM. A violação dos direitos aurorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código
Penal, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos,
dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violado.
Além das penalidades citadas e da desmoralização acadêmica, o plagiário estará
sujeito a sanções cíveis, como retratação pública e indenização pecuniária por dano
moral e/ou patrimonial, e também a sanções administrativas, que podem chegar à re-
provação/desligamento da instituição, no caso de estudantes, e demissão, no caso de
professores/pesquisadores.

Ministério da Saúde; Biblioteca Virtual em Saúde. Plágio acadêmico: conhecer para combater. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/plagio_academico.pdf. Acesso em: 23 mar. 2023.

TEXTO 5

A nosso ver, é na sala de aula, no trabalho com crianças e jovens, que devem se
iniciar as discussões acerca das responsabilidades. É nessa etapa da vida estudantil que
todos os preceitos de liberdade devem ser compreendidos, juntamente com os reflexos
de ações. Se na etapa escolar a criança e o jovem deparam-se com o descaso, falta de
atenção e de cuidado com a questão ética na pesquisa e na autoria, a formação que dá
ao aluno é justamente oposta àquela esperada dele na sociedade. Torna-se, então, um
paradoxo: espera-se desse aluno um comportamento ético, mas o professor não se
encarrega dessa formação. Se não o professor, quem deverá se encarregar disso?

DIAS, Wagner Teixeira; EISENBERG, Zena. Reflexões sobre ética, plágio e pesquisa na escola. In: IV Seminário de Grupos de Pesquisa sobre
Crianças e Infâncias (Grupeci): Ética e Diversidade na Pesquisa, 2014. Disponível em:
http://www.grupeci.fe.ufg.br/up/693/o/TR03.PDF. Acesso em: 9 maio 2023.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Combate ao plágio pelo uso indis-
criminado das inteligências artificiais no ensino brasileiro”. apresentando proposta
de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Bom trabalho!
Professora Sônia Tomita

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR


Nesta atividade de escrita, os textos motivadores claramente colocam o plágio como um problema a ser com-
batido. Ao mesmo tempo, o recorte temático exige que a discussão se paute em torno dos desdobramentos dessa
questão na esfera educacional, especificamente quando o plágio envolver o uso indiscriminado de ferramentas de
inteligência artificial (IA) como os chatbots, a exemplo do ChatGPT – hoje ao alcance de qualquer pessoa, gratui-
tamente. O tema da vez perpassa os conceitos de ética, de desinformação, de noção de autoria e de propriedade
intelectual na contemporaneidade. Tais aspectos podem e devem ser incorporados à argumentação do texto, desde
que não desviem o foco do assunto central.
Espera-se das produções: a) o pleno atendimento do tema e dos comandos solicitados para a confecção do texto;
b) a articulação coesa e coerente de argumentos que dialoguem, em alguma medida, com as informações contidas
nos textos da coletânea; c) a apresentação de proposta de intervenção no sentido de combater o plágio de trabalhos,
de pesquisas e de outros tipos de conteúdos em circulação no meio escolar e/ou acadêmico; d) a demonstração de
domínio da norma-padrão da língua portuguesa e das características estruturais e discursivas próprias dos textos
dissertativo-argumentativos; e, naturalmente, e) a expressão autoral, sem apropriação indevida de outros textos.
Quanto a esse último item, aproveitando o ensejo, vale ressaltar que as citações literais ou paráfrases não se cons-
tituem plágio quando a autoria e/ou fonte do texto original forem devidamente referenciadas.

IMAGEM 1: BET_NOIRE/ISTOCKPHOTO.COM

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