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EDITAL Nº 001/2022
Cada questão de múltipla escolha apresenta quatro opções de resposta, das quais
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apenas uma é correta.
Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque
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nenhuma folha.
Os rascunhos e as marcações que você fizer neste Caderno não serão considerados
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para efeito de avaliação.
Você dispõe de, no máximo, quatro horas para redigir o texto definitivo na Folha de
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Redação, responder às questões e preencher a Folha de Respostas.
É fato que os estudantes de hoje têm, cada vez mais, acesso a recursos midiáticos, não apenas
àqueles propiciados pelo ambiente escolar mas também àqueles disponíveis em seus celulares e
smartphones. Nesse contexto, as possibilidades de acesso às informaçõ es escapam ao crivo dos
docentes, que veem, diante si, o desafio de gerenciar o poder midiático sobre a percepção da
realidade pelos estudantes.
Considerando essa temática e seus conhecimentos prévios sobre o tema, produza um ensaio
acadêmico no qual você assuma um posicionamento, com base em evidências e argumentos
sólidos, sobre a questão abaixo.
INSTRUÇÕES
ATENÇÃO
• texto que revele desrespeito aos direitos humanos ou que seja ofensivo.
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PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA 01 a 20
Como formar crianças e jovens em um mundo saturado de mídia? Há pouco mais de duas décadas,
falávamos das experiências que a tecnologia poderia proporcionar aos estudantes de maneira a
vivenciarem uma educação mais integrada, ativa e participativa. Durante anos, as redes sociais
digitais e a internet têm sido situadas nos debates como o novo fórum democrático a serviço da
sociedade mundializada; um território em que a abertura à participação e à igualdade, nos
processos de decisão, estariam, finalmente, acessíveis a cidadãos e cidadãs.
Ao contrário disso, atualmente, em tempos de desinformação, de cyberbullyng e de controle
informativo, propagam-se os impactos nocivos que a exposição midiática tem causado,
principalmente nos(as) mais jovens. Em muitos sentidos, a defesa da liberdade e da igualdade tem
se tornado uma força potente nas redes digitais e, por muitas vezes, se constituído em um processo
ideológico de mascaramento das relações sociais. Ainda que não pretendamos dar ênfase nem em
uma coisa nem em outra, estamos convencidas de que todas essas vertentes, apesar de
contraditórias, são expressões de uma soc iedade midiatizada.
Ancorados(as) nas tecnologias digitais, os(as) estudantes de hoje parecem apáticos (as) ante as
pedagogias tradicionais de ensino. Há uma força ao alcance das mãos que os (as) atrai como um
ímã e que os(as) convida a sair de cena e a nunca mais se desconectar.
Outro dia, durante uma aula, uma de nós falou com os(as) alunos(as) do ensino médio sobre a
impossibilidade de usarem o celular na escola, salvo quando orientados (as) pelos(as)
professores(as). Eles(as) entraram em pânico. Até os(as) mais desatentos(as) acordaram. Havia
uma onda de pavor nos olhares incrédulos. E felizmente – ou não – ficaram aliviados(as) quando
se revelou que não seria exatamente assim. Também como u m exercício em sala, vez ou outra,
logo no início da aula, por volta das 13 horas, pede -se aos(às) alunos(as) que consultem, em seus
celulares, a função tempo de tela, nas configurações, e, pasmem, a essa altura do dia, muitos já
ultrapassaram o tempo de nove horas de conexão diária. Mas como pode ser? Simples assim,
sendo. Deixam de dormir, comer, estudar, interagir com outros(as) estudantes para vivenciarem
sua imersão diária ao dispositivo móvel. E tais excessos de consumo não costumam ser a exceção .
No lastro de todas as mudanças sociais, os(as) estudantes têm incorporado, cada vez mais,
elementos midiáticos em seus processos de socialização e também em seus processos
identitários. A pesquisadora Helena Martins, em seu livro Comunicação em tempos de crise, afirma
que esses espaços não só possibilitam novas formas de ação e interaç ão como também têm
interferido diretamente na nossa percepção de tempo, inclusive do que é público ou privado. Não
poderíamos estar mais de acordo. A técnica também tem impactado na nossa forma de percepção
como sujeitos, seja individual ou coletivamente. Por mais que a tecnologia e as apropriações
sociais das novas mídias sejam reconhecidas como território fértil para a ação política, o sistema
dialógico e horizontalizado dos novos meios de comunicação, com o auxílio da internet, se, por um
lado, contribui para os mecanismos de organização, por outro, serve também para a implantação
de um sistema de controle social sem precedentes. Portanto, se quisermos colocar em evidência
nossa ação política e usar a mídia com todo o seu potencial democratizante e libert ador, será
preciso agir coletivamente para atuarmos nesse sentido.
Mas como fazê-lo? Qual o papel da educação midiática na formação dos(as) mais jovens em
tempos de tecnologias digitais? Se entendemos a educação como o processo de preparar as
crianças para entenderem o mundo em que estão vivendo, precisamos urgentemente educá -las a
consumir, produzir e compartilhar conteúdo; precisamos mostrar como funciona o processo de
comunicação midiático e todas as suas agências de poder; e precisamos ajudar a torná -las, ainda
de que forma desigual, agentes partícipes desse processo.
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Os(as) educadores(as) críticos(as) de mídia precisam mostrar às crianças as dimensões políticas,
econômicas e sociais das mídias; estimular o olhar crítico sobre os conteúdos; incutir a ide ia de
que tudo o que é veiculado é passível de questionamento; mostrar que a publicação de uma notícia
em detrimento de outra é uma escolha editorial e que a forma de noticiar um fato também vai
depender do posicionamento político dos veículos; falar sobre os mecanismos de comunicação
popular e comunitário; mostrar as experiências de democratização da informação e, também, dos
oligopólios midiáticos; falar sobre regulamentação, entre outros. Trata -se de mostrar qual o
mecanismo de funcionamento da circulaçã o da informação, dos veículos de difusão e do nosso
próprio papel enquanto cidadãos e cidadãs, de exigir dos nossos representantes políticos
providências diante desse embate.
Apesar de o documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologado pelo M inistério
da Educação no final de 2018, reconhecer que “todo esse quadro impõe à escola desafios ao
cumprimento do seu papel em relação à formação das novas gerações”, e que a escola “eduque
para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participaç ão mais consciente na cultura
digital”, são poucas as experiências escolares que atuam a partir dessa dimensão educacional, em
uma fusão entre mídia e cidadania, entre cultura e participação.
Não é de hoje que professores(as) utilizam material multimídia p ara reforçar conteúdos ensinados
em aula, mas experiências isoladas não farão com que estudantes assimilem espontaneamente
como as mídias funcionam. Em outros casos, algumas escolas têm levado experiências de
educação para a mídia, em projetos realizados e m parceria com grupos de pesquisa vinculados a
universidades, como acontece no Espírito Santo por meio da parceria realizada entre as escolas
estaduais e o projeto de extensão Comunicaê – Educação para a Mídia, vinculado ao Observatório
da Mídia – grupo de pesquisa e ação adscrito no Departamento de Comunicação da UFES. Ainda
assim, trata-se de ações pontuais, que acontecem durante um trimestre, de forma optativa. Nesse
último caso, ainda que pontualmente, essa experiência possibilitou uma aproximação com
parlamentares do estado, com o objetivo de elaborar a proposta do Projeto de Lei Estadual nº
587/2021, que prevê a inclusão da matéria “Educomunicação – Leitura e Educação para as Mídias”
nos currículos dos ensinos fundamental e médio, nas escolas públicas e privadas da rede de ensino
estadual do Espírito Santo. O projeto de lei consta em tramitação na Assembleia Legislativa.
Institucionalizar a educação midiática nos parece um caminho possível para se construir
experiências pedagógicas consistentes e crític as, de forma a promovermos competências
necessárias para construirmos espaços de experiências e saberes dentro e fora da escola. Para
isso, faz-se necessário planejar um conjunto de ações no contexto dos ambientes formais e não
formais de ensino, como escolas, associação de moradores, conselhos comunitários, coletivos,
fóruns e outros. Torna-se fundamental mediar as experiências desde cedo, a partir de
educadores(as) formados(as) na área, comprometidos(as) em disseminar tais pedagogias por toda
a escola, de forma que cada professor(a), a partir de suas práticas docentes, também possa aplicar
tais conhecimentos em suas abordagens pedagógicas, de forma transversal e crítica.
Aos governos conservadores, pouco lhes importa instituir tal prática pedagógica. Em te mpos de
desinformação, em que se usam fake news como principal arma eleitoreira, não interessa ver
alunos(as) aprendendo a criticar mídia. Portanto mais uma luta a se travar junto às instâncias
políticas em âmbitos municipal, estadual e federal.
05. O texto, considerando a intenção comunicativa prioritária, configura -se em uma organização
composicional, dominantemente,
A) descritiva, por dar visibilidade a uma imagem da problemática por que passa, rotineiramente,
o ensino nas escolas brasileiras.
B) explicativa, por apresentar motivos que justificam a inserção de práticas pedagógicas de
mídias na educação brasileira.
C) argumentativa, por defender ideia polêmica em relação ao papel da educação midiática na
formação dos estudantes mais jovens em tempo s de tecnologias digitais.
D) injuntiva, por sugerir encaminhamentos metodológicos para se promover competências
necessárias à construção de espaços de experiências e saberes dentro das escolas.
Aos governos conservadores, pouco lhes importa instituir tal prática pedagógica. Em tempos
de desinformação, em que se usam fake news como principal arma eleitoreira, não interessa
ver alunos(as) aprendendo a criticar mídia. Portanto mais uma luta a se travar junto às
instâncias políticas em âmbitos municipal, estadual e federal.
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07. Em relação às palavras em destaque,
A) a primeira exerce função de objeto indireto, e a segunda, partícula apassivadora.
B) a primeira exerce função de objeto direto, e a segunda, de índice de indeterminação do
sujeito.
C) a primeira exerce função de objeto indireto, e a segunda, de índice de ind eterminação do
sujeito.
D) a primeira exerce função de objeto direto, e a segunda, de partícula apassivadora.
08. No quinto parágrafo, a voz da pesquisadora Helena Martins é trazida para o texto sob forma
de
A) citação indireta, com a função de reforçar a ideia de que as novas formas de ação e de
interação trazidas pela tecnologia geraram novas formas de percepção dos estudantes e,
por isso, a escola deve desenvolver projetos voltados para formação de uma visão crítica
das mídias.
B) citação direta, com a função de reforçar a ideia de que as novas formas de ação e de
interação trazidas pela tecnologia geraram novas formas de percepção dos estudantes e,
por isso, a escola deve desenvolver projetos voltados para formação de uma visão crítica
das mídias.
C) citação indireta, com a função de refutar a ideia de que os estudantes vêm incorpora ndo,
em suas rotinas, cada vez mais, elementos midiáticos, o que interfere em seus processos
de socialização e em seus processos identitários.
D) citação direta, com a função de refutar a ideia de que os estudantes vêm incorporado, em
suas rotinas, cada vez mais elementos midiáticos, o que interfere em seus processos de
socialização e em seus processos identitários.
Há uma força ao alcance das mãos que os atrai como um imã e que os convida a sair de
cena e a nunca mais se desconectar.
6 UFRN Mestrado Profissional em Letras PROFLETRAS Seleção 2023 A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa
12. Considere o período reproduzido abaixo.
Ancorados(as) nas tecnologias digitais, os(as) estudantes de hoje parecem apáticos (as) ante
as pedagogias tradicionais de ensino.
Também como um exercício em sala, vez ou outra, logo no início da aula, por volta das
13 horas, pede-se aos(às) alunos(as) que consultem, em seus celulares, a
função tempo de tela, nas configurações, e, pasmem, a essa altura do dia, muitos já
ultrapassaram o tempo de nove horas de conexão diária .
A palavra em destaque
A) retoma o substantivo “alunos” e funciona como complemento do verbo “pedir”.
B) introduz uma oração subordinada adverbial consecutiva.
C) retoma o substantivo “alunos” e funciona como sujeito do verbo “consultar”.
D) introduz uma oração subordinada substantiva objetiva.
Outro dia, durante uma aula, uma de nós falou com os(as) alunos(as) do ensino médio
sobre a impossibilidade de usarem o celular na escola, salvo quando orientados (as)
pelos(as) professores(as). Eles(as) entraram em pânico. Até os(as) mais
desatentos(as) acordaram. Havia uma onda de pavor nos olhares incrédulos. E
felizmente – ou não – ficaram aliviados(as) quando se revelou que não seria
exatamente assim. Também como um exercício em sala, vez ou outra, logo no início
da aula, por volta das 13 horas, pede-se aos alunos que consultem, em seus celulares,
a função tempo de tela, nas configurações [...]
UFRN Mestrado Profissional em Letras PROFLETRAS Seleção 2023 A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa 7
16. Em relação ao trecho, analise as afirmações abaixo.
18. Além do título, há uma utilização reiterada de interrogações ao longo do texto. O uso desse
recurso
A) provoca a reflexão do leitor acerca da problemát ica das mídias na educação brasileira.
B) estabelece tão somente o diálogo entre as autoras e os leitores do texto.
C) revela uma certa insegurança das autoras em relação à análise do tema abordado.
D) induz o leitor a encontrar respostas a questões ain da não solucionadas pelas autoras.
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