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RESUMO:
A introdução da Robótica Educacional na escola constitui, hoje em dia, uma proposta suportada
pela comunidade científica e educativa, e um tópico relevante na discussão sobre as
competências que os jovens devem adquirir ao longo da sua escolaridade, tendo em vista os
cenários de futuro no que diz respeito ao desenvolvimento social e económico.
A robótica vem causando grande impacto na nossa sociedade por trazer inovações em diversos
setores. Seja por extinguir postos de trabalhos ou criar outros, bem como na medicina, com
médicos realizando intervenções cirúrgicas delicadas a distância, nas guerras e até no uso
doméstico e na forma de nos relacionarmos socialmente, sem mensurar o amplo uso de robôs no
chão industrial para realizar atividades repetitivas e de precisão. Isso por si só já a torna uma
ciência interdisciplinar de grandes possibilidades na educação, pois, para Fazenda (1993), a
interdisciplinaridade é a atitude positiva diante do conhecimento, que implica mudança
comportamental diante da tomada de decisões. Para ela, a interdisciplinaridade promove
cooperação, trabalho, diálogo entre as pessoas, entre as disciplinas e entre outras formas de
conhecimento (Fazenda, 1994).
Com isso surgiu mais desafios na formação de futuros profissionais, para participar da
implementação das políticas de inclusão social. Para exercer a cidadania as pessoas devem saber
lidar com soluções computacionais presente em todas as áreas atuação, o poder da Robótica
Educacional faz com que o individuo consiga identificar e apresentar as prováveis soluções de
um determinado problema.
A robótica educativa não é jovem, tendo surgido por volta da década de 1960, quando seu
pioneiro Seymour Papert desenvolvia sua teoria sobre o construcionismo e defendia o uso do
computador nas escolas como um recurso que atraía as crianças. Pode ser definida como um
conjunto de conceitos tecnológicos aplicados à educação, em que o aprendiz tem acesso a
computadores e softwares, componentes eletromecânicos como motores, engrenagens, sensores,
rodas e um ambiente de programação para que os componentes acima possam funcionar. Além
de envolver conhecimentos básicos de mecânica, cinemática, automação, hidráulica, informática
e inteligência artificial, envolvidos no funcionamento de um robô, são utilizados recursos
pedagógicos para que se estabeleça um ambiente de trabalho escolar agradável.
De acordo com Azevedo (2017), entre essas ferramentas tecnológicas, a utilização da Robótica
Educacional - RE vem se destacando cada vez mais. Inicialmente usada apenas nas aulas e no
desenvolvimento do raciocínio lógico, em virtude do seu caráter desafiador; a robótica pode
ampliar a gama de atividades que servem tanto para o ensino de ciências, como também o
surgimento de capacidades tão importantes neste mundo moderno, pois ela auxilia no trabalho de
construção de conceitos científicos de forma prática; permitindo desenvolver uma série de
habilidades e competências, colocando os estudantes em desafios constantes e estimulando o
trabalho em equipe.
Diante de tais reflexões, percebemos que se faz necessária a busca por novas metodologias que
viabilizem aos estudantes a incorporação do raciocínio, do emprego da lógica e da análise de
situações para diferentes resoluções de problemas.
Metodologia
Diversos são os métodos e técnicas disponíveis para a realização da pesquisa científica, portanto,
adotou-se para este estudo a pesquisa bibliográfica e exploratória. Sobre a pesquisa bibliográfica,
Marconi e Lakatos (1990, p.66) lecionam que: “Abrange toda a bibliografia já tornada pública
em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,
pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: radio,
gravações em fita magnética e audiovisuais, filmes e televisão.”
Procurou-se ainda esclarecer os conceitos acerca da importância da Robótica Educacional na
criação da motivação dos alunos e para a formação do profissional do futuro, configurando assim
a pesquisa exploratória.
Robôs e Robótica
Os robôs e sistemas robotizados são instrumentos criados com habilidades diversas, tais como
executar determinadas ações, reações e capacidade sensorial. Podem ser programados para
desenvolver funções específicas, inclusive à partir de uma sensação detectada. O fato de serem
reprogramáveis é o que diferem os robôs de máquinas autônomas.
O termo Robótica foi inicialmente utilizado pelo escritor Isaac Asimov em sua obra intitulada
“Runaround”, sendo definida como o estudo e utilização de robôs, definição esta que
posteriormente foi adaptada pela comunidade científica. Robôs são hoje instrumentos fantásticos
criados pelo homem e usados a seu serviço. Estas máquinas são usadas nas mais diversas áreas e
com as mais diversas finalidades, interagindo e se adaptando ao meio. São utilizados para
substituir o homem em trabalhos de risco ou inacessíveis, ou mesmo para oferecer comodidade e
liberar o homem para praticar outras atividades de sua preferência, como lazer e descanso.
Atualmente é natural encontrarmos robôs e sistemas robotizados realizando tarefas humanas.
A Robótica Educacional
O crescimento do uso dos novos recursos tecnológicos nas escolas vem crescendo
consideravelmente. O computador está presente no cotidiano escolar com maior frequência e
intensidade do que à poucos anos atrás. Surge neste contexto, a Robótica Educacional como
ferramenta auxiliadora no processo de ensino.
O principal objetivo da robótica pedagógica é fornecer um ambiente onde o aluno aprenda, não
somente, como construir e manipular um robô, mas também todos os conceitos lógicos
envolvidos no processo, estimulando ainda sua criatividade e raciocínio [Castilho, 2002]. A
robótica tem aspectos multidisciplinares, tendo em vista que o ato de montar e programar um
robô exige conhecimento em várias áreas.
A robótica é uma área de pesquisa que visa ao desenvolvimento de robôs que venham a auxiliar
o homem em tarefas complexas ou repetitivas. Observamos o avanço dessa ciência em muitos
campos, na medicina, na astronomia, na indústria automobilística e têxtil, etc. Sendo uma área
que agrega conhecimentos nas diversas ciências, pode-se dizer que ela é por natureza
interdisciplinar. Consideraremos aqui o uso de kits robóticos didáticos, os quais são
disponibilizados no mercado sob várias marcas e modelos.
Neste sentido, Papert (1986) afirma que “dizer que estruturas intelectuais são construídas pelo
aluno, ao invés de ensinadas por um professor, não significa que elas sejam construídas do nada.
Pelo contrário, como qualquer construtor, a criança se apropria, para seu próprio uso, de
materiais que ela encontra e, mais significativamente, de modelos e metáforas sugeridos pela
cultura que a rodeia”.
O robô, nesse sentido, é utilizado como elemento que auxilia no processo ensino -aprendizagem
desde o ensino fundamental.
Dentre as muitas vantagens pedagógicas do uso da robótica educativa, Zilli (2004), defende que
a robótica educacional pode desenvolver as seguintes competências: raciocínio lógico,
habilidades manuais e estéticas, relações interpessoais e intrapessoais, integração de conceitos
aprendidos em diversas áreas do conhecimento para o desenvolvimento de projetos, investigação
e compreensão, representação e comunicação, trabalho com pesquisa, resolução de problemas
por meio de erros e acertos, aplicação das teorias formuladas a atividades concretas, utilização da
criatividade em diferentes situações, e capacidade crítica.
Robótica e aprendizagem
Segundo o autor bielorrusso (1998), nas tentativas do sujeito aprendiz para resolver problemas
atinge -se a zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre o desenvolvimento real,
aquele que cada pessoa é capaz de realizar por si mesma, e a zona de desenvolvimento potencial,
aquele que a pessoa consegue fazer com ajuda de outros mais capazes.
Alguns professores levaram a robótica a sala de aula de matemática para trabalhar com os seus
alunos. A ideia central da experimentação é trabalhar conceitos matemáticos como funções,
modelando fenômenos. O professor lançou um desafio em que os alunos pudessem manipular os
objetos e formas reais na obtenção das respostas para o que foi proposto resolver. E a robótica foi
uma ferramenta sazonal para esse tipo de actividade. Partindo de um estímulo “problema” de
cunho real que o professor orientador propunha, como “desenvolver certo movimento para o
robô”. Logo o discente se põe a pensar para resolver tal actividade do robô e se vê motivado a
buscar novas relações da Matemática no mundo e vice -versa.
Para a construção da autonomia e criação de motivação no ensino, Freire (2002), afirma que não
basta dar liberdade, é preciso pensar nas formas pelas quais lidamos com os conteúdos que
ensinamos. Quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender, tanto mais se constrói
e desenvolve curiosidade epistemológica, sem a qual não alcançamos o conhecimento cabal do
objecto.
Constatou-se que a ciência computacional vem se transformando ao longo dos últimos anos,
passando de um modelo estático, histórico e limitado para um modelo integrado em diversas
áreas, com características muito mais flexíveis e abrangente a todos, para que haja uma mudança
de paradigma no papel dos alunos e futuro profissional, as contribuições dessa ferramenta é
bastante promissora, pois pode estimular a investigação com resoluções de problemas,
desenvolver o pensamento empírico, computacional e o raciocínio logico, o engajamento, a
motivação, a criatividade e o trabalho em equipe. Passando assim para mediador do
conhecimento onde é necessário o desenvolvimento de novas competências para responder os
diversos desafios existentes no dia a dia do cidadão.
Referências bibliográficas
AZEVEDO, Edjane Mikaelly Silva de. FRANCISCO, Deise Juliana. NUNES, Albino Oliveira.
O avanço das publicações sobre a robótica educacional como possível potencializadora no
processo de ensino aprendizagem: uma revisão sistemática da literatura. Revista Redin. v. 6 Nº 1.
FACCAT RS. Outubro, 2017.
PAPERT, S. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre:
Artmed, 2008.
GIL, A. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 .ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Maria de Andrade. Técnica de Pesquisa. São Paulo:
Atlas, 1986.