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1. Introdução
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Figura 1: Surgimento da Robótica Educacional (SILVA, RODRIGUES, MORELATTI, 2015,
p. 2)
Essa parceria resultou na criação de dois kits: Robolab e Mindstorms, sendo esse
último o mais utilizado em contexto educacional. O Kit LEGO Mindstorms utiliza uma
linguagem de programação, muito próxima da linguagem de programação LOGO, com
interface de encaixes, como a do software Scratch, para comandar toda a parte motora
do protótipo e,
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tecnologia. Dessa forma, acreditamos que os futuros professores de matemática não se
sentiriam desconfortáveis com aulas pautadas em tecnologias e voltadas para práticas de
ensino com tecnologia. Tais aulas seriam momentos ricos para subsidiar os licenciandos
a pensar, elaborar e executar tarefas utilizando tecnologia, também para criar ambientes
de aprendizagem propícios para a aprendizagem matemática. No entanto, sabemos que
nem todos os cursos de formação inicial de professores de matemática problematizam ou
mesmo propiciam uma reflexão tendo a pratica docente com tecnologia como foco.
De forma geral, observa-se nos cursos de formação que muitos professores
universitários mantém suas práticas tradicionais sem uma integração de recursos
tecnológicos. Ou ainda, os cursos não oferecem disciplina que discute práticas
pedagógicas ricas em tecnologia. Como reflexo deste cenário, os professores egressos
destes cursos não integram tecnologias em suas práticas e pouco utilizam para
atividades com alunos os laboratórios de informática das escolas. Cabe ressaltar que a
grande maioria das escolas estaduais paulistas possuem laboratórios de informática,
equipados pelo Programa Acessa Escola, da Secretaria Estadual de Educação de São
Paulo.
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A tecnologia educacional se faz presente na ementa de outras disciplinas de
maneira a alcançar o objetivo central do curso que é preparar o futuro professor de
matemática para que a partir da realidade social econômica e cultural da região e do
conhecimento aprofundado em Matemática, possa “atuar efetivamente no sentido de
alterar as condições de ensino e aprendizagem vigentes” (FC/UNESP, 2015, p. 32).
Uma questão que se levanta é se o objetivo central do curso, presente no eixo da
organização curricular, está sendo alcançado. Concordamos que criar uma disciplina de
TDIC na reestruturação do curso pode ser considerado um importante passo para
preparar os futuros professores a terem uma atuação profissional que vá de encontro
com as necessidades da escola do século XXI, porém, não encontramos nenhuma
referência à robótica na ementa do curso. Analisando o Projeto Pedagógico do Curso de
Licenciatura em Matemática da unidade de Guaratinguetá, datado de abril de 2004
(ressaltamos que até a data em que esse trabalho foi escrito, essa é a versão disponível
no site do curso, na página da UNESP), que pode ser encontrado no site:
<http://www2.feg.unesp.br/#!/graduacao/matematica/projeto-pedagogico/>, encontramos
uma única disciplina que aborda o tema, denominada “Informática na Educação”. Tal
disciplina é oferecida na modalidade Optativa, o que nos induz a questionar se os futuros
professores, egressos deste curso, vivenciarão práticas que possam possibilitar a
integração de tecnologias, em especial a robótica educativa, em sua futura prática, uma
vez que a mesma não possui carater obrigatório. Além disso, tendo em vista que o
projeto do curso sinaliza que, os egressos do curso “contribuam para diminuir a inércia, a
angústia, ou até mesmo a rejeição que naturalmente ocorre nos educandos nos
processos de aprendizagem da Matemática” (p. 11), como não oferecer uma formação
em tecnologias educacionais no ensino de matemática? Tal tema é motivo de reflexões e
angústias de pesquisadores e professores seja pela falta de investimento em infra-
estrutura e tecnologia seja pela discussao sobre processos formativos, formação que
subsidiem o seu uso consciente e eficaz nas práticas educativas. Autores como Ponte
(2000), Papert (1994), Borba e Penteado (2003), Valente (1993), Valente (2003), Ponte e
Canavarro (1997), entre outros, preconizam as constribuições e a importância de uma
formação de professores que discuta o uso de tecnologias em educação.
No que se refere às competências e habilidades dos alunos egressos do curso,
encontradas na página 11 e 12 do documento, não se encontra nenhuma citação de que
espera-se que os alunos estejam capacitados ou preparados para utilizar as tecnologias
em favor da aprendizagem matemática. O documento afirma que estava em fase de
implementação, na época em que ele foi constituído, laboratórios e salas ambientes
munidas de computadores e softwares. Porém, não é oferecida uma formação para todos
os alunos sobre como integrar esses recursos tecnológicos em suas futuras práticas de
maneira significativa. A sensação é que tais recursos são tratados como adorno na
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formação, pois afinal, uma disciplina optativa nem sempre é feita por todos os alunos do
curso.
O Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Matemática da unidade de
Ilha Solteira, disponível no site: <http://www.feis.unesp.br/#!/graduacao/cursos/>, de
2008, relata que “toda tecnologia que contribua para o ensino de Matemática deve ser
apresentada ao licenciando” (FEIS/UNESP, 2008, p. 2). Para isso, o curso conta com o
Laboratório de Ensino de Matemática (LEM) e o Laboratório de Informática da
Matemática (LIM) que
Como objetivo específico do curso, espera-se que seus alunos façam “uso de
recursos da tecnologia da informação e da comunicação de forma a aumentar as
possibilidades de aprendizagem dos alunos” (FEIS/UNESP, 2008, p. 11). Além disso, a
prática como componente curricular do curso propõe “a utilização e discussão das novas
tecnologias no ensino e na aprendizagem da Matemática” (FEIS/UNESP, 2008, p. 13).
Em termos de grade curricular, é ofertada a disciplina “Tecnologia aplicada à
Educação” em modalidade optativa. Porém, no site da unidade e nem no Projeto
Pedagógico do curso é possível observarmos quais são os tópicos abordados na
disciplina, mas, é notável que o Projeto Pedagógico do Curso dá total apoio para uma
formação pautada nos novos paradigmas que são exigidos da educação e da escola,
uma formação para o uso de tecnologias em suas futuras práticas educativas. Além do
mais, o nome da única disciplina encontrada para esse objetivo, nos dá uma possível
esperança de que, talvez, a robótica possa ser abordada em algum tópico da ementa da
disciplina, não chegando a todos, mais uma vez, já que uma disciplina optativa pode não
ser realizada por todos os alunos.
Na unidade de Presidente Prudente, segundo o Projeto Pedagógico do Curso de
Licenciatura em Matemática, estabelecido em 2015 após uma reestruturação curricular, o
curso possui à sua disposição 4 laboratórios destinados a tecnologia, sendo um em
específico denominado: Laboratório de Tecnologia e Educação (LATE). Após a Resolução
CNE/CP 91/2002 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Professores da Educação Básica, o curso passou a se atentar ao preparo de seus alunos
para “o uso de tecnologias da informação e comunicação e de metodologias, estratégias
e materiais de apoio inovadores” (FCT/UNESP, 2015, p. 11), ofertando a disciplina
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“Informática no Ensino de Matemática”. Ao analisar o perfil do egresso, encontramos a
indicação de que se espera que o formando esteja aberto e disposto para aquisição de
novas ideias e tecnologias, o que de certa forma, pode facilitar a aceitação desse futuro
professor à integrar a robótica em suas práticas de ensino. Mas será que só isso basta?
O curso está formando o futuro professor para essa integração? Afinal, não basta o
professor estar aberto e disposto a aquisição se não lhe foi dado em sua formação inicial,
capacidade para lidar com essa tecnologia. Tecnologia essa que se faz presente em
nossa sociedade, como já foi dito, há alguns anos como mostram algumas pesquisas, o
que nos leva a questionar que quando foi realizado a nova reestruturação do curso, já
poderia ter sido inserida ou explicitada na formação do professor essa capacidade, o que
não foi. Portanto, vemos que a unidade de Presidente Prudente ainda não aborda na
formação do futuro professor a questão da robótica educacional, mas assim como no
campus de Bauru, já é dada uma formação inicial em TIC, mais especificamente, ao uso
do computador no ensino, o que já contribui de certa forma para que o futuro professor
consiga integrar com mais facilidade a robótica em suas futuras práticas de ensino.
Em Rio Claro, o curso Licenciatura em Matemática oferece algumas disciplinas
em comum com o Bacharelado em Matemática e a única disciplina que vai ao encontro
de uma formação em tecnologia educacional, porém mais uma vez especificamente com
o computador, é a disciplina “Instrução Auxiliada por Computador” que é ofertada como
optativa à Licenciatura, abordando “representações múltiplas em Matemática e em
Programas Educativos. Software educativo e software matemático. Exploração de alguns
softwares. Estudos de textos sobre o uso de softwares.” (IGCE/UNESP, 2006, p. 44)
Segundo o Projeto Pedagógico vigente desde 2006, que pode ser consultado no
site: < http://igce.rc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/graduacao/>, a unidade de
Rio Claro possui laboratórios voltados para tecnologia e educação, ou seja, assim como a
unidade de Presidente Prudente, por exemplo, a unidade possui estrutura para oferecer
ao futuro professor uma formação sólida sobre as mais recentes tecnologias que
permeiam o cenário educacional como é o caso da robótica, mas não foi possível
observar tal característica concretizada nas atividades pedagógicas explicitadas no
projeto do curso.
Analisando o Projeto Pedagógico da Licenciatura em Matemática da unidade de
São José do Rio Preto que também possui na modalidade de Licenciatura e Bacharelado,
sendo o Bacharelado dividido em Aplicada e Pura, disponível em:
<http://www.ibilce.unesp.br/#!/graduacao/cursos/matematica/projeto-pedagogico/>, para
os ingressantes ao curso até 2014 (acreditamos, portanto, que haja um novo Projeto
Pedagógico sendo constituído que ainda não se encontra disponível), encontramos uma
disciplina que tem por objetivo sanar as dificuldades apontadas por ex-alunos no tocante
a formação que é dada para atuar no ensino e, portanto, proporcionar aos seus alunos
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uma formação sólida “com capacidade para enfrentar os desafios das rápidas
transformações da sociedade, do mercado de trabalho e das condições de exercício
profissional” (IBILCE/UNESP, 2015, p. 17). Entre esses desafios, encontra-se a
adaptação ao avanço tecnológico da sociedade e a nova postura que a sociedade espera
da escola e dos seus profissionais: formar um cidadão apto a interagir na sociedade com
seus conhecimentos científicos-filosóficos e suas tecnologias. Nesse sentido, o curso
permite que seus alunos explorem a informática e softwares para a área de Informática
Educativa através da Prática como Componente Curricular, segundo o Projeto
Pedagógico, mas não possui uma disciplina obrigatória que trate do tema, sendo a
disciplina “Informática no Ensino da Matemática” ofertada como optativa para a
Licenciatura. Como ofertar como optativa uma disciplina que aborda as rápidas
transformações da sociedade, sendo esse ponto uma questão fundamental para a
reestruturação do curso apresentada no documento analisado? Não será, portanto, o
avanço tecnológico da sociedade e o novo perfil de alunos que chegam à escola,
considerada uma rápida transformação da sociedade? Entendemos, assim, que a
oportunidade que o curso oferece aos alunos de explorar os recursos da tecnologia na
educação é dada através de alguma disciplina que envolva, não de maneira específica, o
tema, o que nos leva a questionar sobre sua formação sólida nesse âmbito. Mesmo que a
disciplina optativa seja oferecida todos os anos, o fato dela ser eletiva não garante que
todos os alunos do curso de Licenciatura adquira essa formação, que já foi apontada na
literatura como essencial ao professor do século XXI.
O curso ainda possui um Laboratório de Informática que é justificado pela
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obtido uma formação referente ao uso de softwares no ensino de matemática. Segundo
os Projetos Pedagógicos analisados, essa formação para o uso de software educativo
está sendo ofertada mesmo que seja apenas para alguns alunos no caso das unidades
em que essa formação é oferecida em modalidade eletiva.
Muitas vezes, a robótica educacional é trabalhada nas Licenciaturas em projetos
de extensão e pesquisa, como é relatado por Delfino et al. (2013), que aborda a temática
na formação de professor de matemática através do Programa Institucional Brasileiro de
Iniciação à Docência (PIBID) na Universidade Federal de Uberlândia, e Silva, Rodrigues
e Morelatti (2015) que estão no início de uma pesquisa na UNESP de Presidente
Prudente sobre os contributos da robótica educacional para a aprendizagem em
Matemática de alunos de escolas públicas.
5. Conclusões
Referências Bibliográficas
BORBA, M. C., & PENTEADO, M. G. Informática e educação matemática (3ª ed.). Belo
Horizonte: Autêntica, 2003.
MEDEIROS, D.; SILVA, E.C.; MORELATTI, M. R. M. Ensino de matemática com TIC. In:
SEMINÁRIO DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 26, 2015, Évora. Atas
do XXVI Seminário de Investigação em Educação Matemática. Lisboa: APM – Associação
de Professores de Matemática, 2015.
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Matemática, Faculdade de Engenharia, UNESP. Disponível em:
http://www.feis.unesp.br/#!/graduacao/cursos/. Acesso em: 15 jan. 2016.
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