Você está na página 1de 5

CONTEXTUALIZAÇÃO EM AULAS DE MATEMÁTICA

As dificuldades encontradas por diversos professores de diferentes níveis de


ensino no processo de ensino-aprendizagem da matemática, ao longo dos anos, vêm
sendo amplamente discutidas por profissionais de educação de todo o mundo. A
Matemática é uma disciplina considerada difícil por muitos alunos.

Muito se tem discutido sobre o tema contextualização no cenário


educacional. Porém, nem sempre a conceituação é apresentada de maneira correta,
sendo, portanto, necessários alguns esclarecimentos a respeito do assunto.

Sobre o conceito de Contextualização, Tufano (2001, p. 40) afirma o


seguinte:

Contextualizar: ato de colocar no contexto. Do latim contextu. Colocar alguém


a par de algo, alguma coisa, uma ação premeditada para situar um indivíduo
em um lugar no tempo e no espaço desejado, encadear idéias em um escrito,
constituir o texto no seu todo, argumentar. (apud CALLIARI, 2001, p. 12)

No que diz respeito à contextualização do conhecimento, Pais (2001, p. 27)


sugere a seguinte definição:

A contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas


que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática
contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a
expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma
disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do
conteúdo estudado com um contexto compreensível para ele. (apud SILVA e
RIBAS, 2003, p. 80-81)

A contextualização do ensino de matemática é bastante valorizada na


medida em que permite ao aluno perceber que sua realidade e a realidade de seu meio é
o cenário onde se aplicam os fundamentos apreendidos em outros ambientes ou em
outros tempos.

Nessa perspectiva, é importante esclarecer que, embora seja comum a idéia


de que contextualizar é simplesmente utilizar exemplos do cotidiano do aluno para
resoluções de problemas, está equivocada, pois empobrece a prática educativa, quando
descarta problemas interessantes pelo simples fato de serem rotulados como não
fazendo parte do dia-a-dia do aluno.

Os conceitos matemáticos trabalhados na disciplina devem apresentar


significado para o aluno a fim de que o conhecimento seja verdadeiramente apropriado
por ele e não só memorizado. É importante considerar que, apenas no momento em que
o conhecimento é elaborado significativamente pelo aluno, podemos dizer que ele se
torna estável e estruturado para o mesmo, ampliando assim sua zona de
desenvolvimento proximal e, conseqüentemente, a probabilidade de resolução de
problemas sem o auxílio de outros colegas.

Dessa forma, os alunos poderão enxergar a disciplina de matemática como


um conhecimento construído e sistematizado, que ao longo da história surgiu a partir de
circunstâncias concretas, de contextos históricos e necessidades reais.

A contextualização do ensino de matemática, através do ensino-aprendizagem de


resolução de problemas, verifica-se que a partir desta atividade, podemos construir com nossos
alunos uma educação matemática significativa, voltada para a interpretação do mundo que nos
cerca. A preocupação dos educadores matemáticos hoje é a de que os conteúdos da disciplina
abordem temas importantes do cotidiano do aluno, que sejam úteis para a sua vida em
sociedade.

Quando trabalhada de forma contextualizada, as atividades, faz com que o


conhecimento matemático tenha sentido para o aluno, auxiliando-o a compreender e interpretar
os saberes construídos na escola, relacionando-os à sua vivência extra-escolar.

OBJETO DE APRENDIZAGEM DIGITAL E CONTEXTUALIZAÇÃO


COM A MATEMÁTICA.

Vivemos em uma sociedade em constante transformação. Porém, onde tudo


parece se desenvolver de uma forma extremamente rápida, a prática docente segue, em
muitos casos, a mesma linha de ensino de mais de dois séculos atrás.

A lousa, os livros muitas vezes desatualizados, a régua de madeira, o velho


diário, a lista de exercícios, ainda são os principais recursos utilizados por muitos
professores. Enquanto o professor desenvolve sua aula, os alunos enviam mensagens de
seus “iphones” ou acessam a internet, com aparelhos celulares cada vez mais avançados
ou com seus “netbooks”.

O uso da informática tem adquirido importância cada vez maior no dia-a-dia,


nos mais diversos setores. Esta presença crescente do computador e de outros recursos
em diversas atividades de nossas vidas e, conseqüentemente na escola, nos remete a
diversas questões, como por exemplo, a possibilidade de utilização do computador no
desenvolvimento do processo ensino- aprendizagem.

Contudo, uma das principais dificuldades relatadas pelos professores quanto à


utilização de novas tecnologias: a não disponibilidade delas nas escolas. Podemos
perceber o distanciamento entre a teoria e a prática, muitas escolas não contam com
laboratórios de informática.

A expressão novas tecnologias geralmente é empregada em referência ao uso da


informática. No entanto, ao conceituar tecnologia, deve-se pensar em um contexto mais
amplo, em que a informática é apenas uma entre as inúmeras tecnologias disponíveis.

Na literatura, encontramos vários conceitos de tecnologia educacional. Segundo


Reis (2009):

O conceito de tecnologia educacional pode ser enunciado como o


conjunto de procedimentos (técnicas) que visam "facilitar" os
processos de ensino e aprendizagem com a utilização de meios
(instrumentais, simbólicos ou organizadores) e suas conseqüentes
transformações culturais.

Um vídeo, por exemplo, é um recurso que pode ser utilizado para fins
educacionais. É claro que o computador pode ser usado para editar um vídeo, através de
softwares específicos, mas a utilização do recurso não vai depender da disponibilidade
de computadores.

Sobre a importância das tecnologias e as relações com a Matemática,


D’Ambrosio (1996), comenta:

Ao longo da evolução da humanidade, Matemática e tecnologia se


desenvolveram em íntima associação, numa relação que poderíamos
dizer simbiótica. A tecnologia entendida como convergência do saber
(ciência) e do fazer (técnica), e a matemática são intrínsecas à busca
solidária do sobreviver e de transcender. A geração do conhecimento
matemático não pode, portanto ser dissociada da tecnologia
disponível.

Diante disso, é preciso refletir sobre a forma com que as tecnologias são
inseridas no processo de ensino-aprendizagem da matemática.
PLANO DE AULA DE MATEMÁTICA CONTEXTUALIZADA

Plano de Aula: Juros simples e compostos. Taxas.

Dados de Identificação:
Professor: Higor Belafronte de Andrade
Disciplina: Matemática
Turma: 3°Ano do Ensino Médio
Conteúdo:
* Juros simples
* Conceitos: juros simples, capital; taxa de juros
*Cálculo de juros simples e montante
* Fórmula do montante
*Taxas: equivalentes; efetiva e nominal
*Juros compostos contínuo
*Cálculo do montante
*Cálculo de taxas de juros

Objetivos: Identificar e solucionar problemas sobre juros simples e compostos, calcular


taxas equivalente, efetiva e nominal de juros.

Desenvolvimento do conteúdo: - O conteúdo programático será desenvolvido através de


aulas expositivas e dialogadas, além da participação efetiva do aluno na construção e
resolução de exercícios com o auxilio do professor.

Recursos didáticos: Quadro; Giz; Calculadora; Laboratório de informática; Datashow.

Avaliação: Será realizada da seguinte maneira:


Divididas em (3) notas: - (1) Trabalho (vale 20).
- (1) Avaliação (vale 60)
- E participação e interesse nas atividades propostas (vale 20)
A nota final será a soma das (3) avaliações, totalizando (100).

Bibliografia: VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira: Juros, Capital,


Desconto. Ed. Atlas – São Paulo – 2000.
É preciso que o professor esteja sempre conectado, pesquisando constantemente
sobre metodologias de ensino condizentes com essa realidade.Não basta apenas utilizar
um recurso tecnológico como apoio às aulas. Pensando dessa forma, o professor estará
reproduzindo através da tecnologia os métodos de ensino que hoje são considerados
tradicionais.
Planejar a sua aula, com o uso de tecnologias atuais, exige fundamentação
teórica e conhecimento dos recursos que aquela tecnologia proporcionará. Existem
muitas questões em aberto quando se trata do emprego de novas tecnologias no ensino
de Matemática. O professor precisa buscar novos significados dos conteúdos a serem
desenvolvidos, tendo como base o desenvolvimento tecnológico e as aplicações desses
conteúdos no contexto atual.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TUFANO, Wagner. Contextualização. In: FAZENDA, Ivani C. A.(Org.). Dicionário


em Construção: interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2001.

CALLIARI, Luiz Roberto. A Contextualização na Matemática – Uma Alternativa


para o Ensino. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria á prática. Campinas, SP:


Papirus, 1996, p. 17-28. Coleção Perspectivas em Educação Matemática.

ASSOCIAÇÃODE PROFESSORES DE MATEMÁTICA. A natureza e organização


das atividades de aprendizagem e o novo papel do professor. Lisboa: Associação de
Professores de Matemática, 1996, p.51-60.

LOPES,Vanessa Rodrigues. Desafio Profissional de Licenciatura em Matemática .


[Online]. Valinhos, 2016. Disponível em: <www.anhanguera.edu.br/cead>

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

Você também pode gostar