MODALIDADE: Pesquisa Concluída

EIXO: Eixo 01. Metodologia, Métodos e Ética na Produção e Difusão do Conhecimento Científico na
Perspectiva da Acessibilidade

A OCASIÃO FAZ A DEFINIÇÃO: CONSISTÊNCIAS E EQUÍVOCOS NAS

DEFINIÇÕES DO CHAT GPT SOBRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL

Ícaro Belém HORTA

Josiane Pereira TORRES*

Mestrado em Educação: Conhecimento e Inclusão Social – Linha de

pesquisa: Políticas Públicas em Educação; Universidade Federal de
Minas Gerais – UFMG; Estado de Minas Gerais; FAPEMIG.

RESUMO: O uso de softwares vem apresentando um grande destaque nas mais diversas
áreas ampliando sua difusão e usabilidade. Neste sentido, uma plataforma em específico
têm ganhado destaque: o Chat GPT. O presente trabalho, ancorado na metodologia de
pesquisa na internet, busca compreender as limitações e potencialidades que a
plataforma possui ao definir termos do campo da Educação Especial. Para tal, utilizou-se
como base as concepções de deficiência e de inclusão escolar, investigando como o Chat
GPT define conceitos da área e quais equívocos e consistências ele apresenta. Com base
nos resultados gerados, observou-se que apresenta uma boa definição com várias
consistências sobre termos que não possuem embates no campo, mas com certas
imprecisões ao utilizar de uma falsa similaridade termos que não possuem o mesmo
resultado, como é o caso de Inclusão Escolar e Integração Escolar. Neste sentido,
identifica-se o potencial que a ferramenta apresenta, no sentido de ampliar a
disseminação de informações da área, mas indica a necessidade de um olhar crítico e a
mediação de uma base teórica consistente para as análises.

Palavras-chave: educação inclusiva; pessoa com deficiência; internet.

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1. INTRODUÇÃO

A presença de novas tecnologias e softwares de comunicação e Inteligência

Artificial (IA) – Artificial Inteligence (AI) – vêm crescendo cada vez mais na sociedade
contemporânea e, também, nos campos de pesquisas acadêmicas. Neste involucro, é
relevante pensarmos sobre como esses instrumentos propagam definições sobre
temáticas de relevância social, acadêmica e política, apontando aproximações e
distanciamentos com as perspectivas e debates sobre uma questão.
O Chat GPT – Chat Transformador Pré-Treinado Generativo (Chat Generative
Pre-Trained Transformer) – é um desses novos instrumentos que vêm acumulando
destaque quando diz respeito à AI e possibilidades de atuação nas mais diversas áreas
de estudo. O Chat GPT é um modelo de IA, criado pela OpenAI, que funciona como um
gerador de textos automático (Lock, 2022). De acordo com o próprio Chat (Chat GPT,
2023, recurso online):

O GPT é um modelo de inteligência artificial que utiliza redes neurais de última

geração para gerar texto coerente e relevante em resposta a uma entrada
fornecida pelo usuário. Ele é treinado em uma ampla variedade de dados textuais e
pode realizar uma variedade de tarefas, desde responder perguntas e fornecer
informações até participar de conversas informais.
O Chat GPT é projetado para interagir com os usuários de maneira semelhante a
um assistente humano, tentando entender a entrada do usuário e gerar respostas
apropriadas. Ele usa um mecanismo de geração de linguagem natural para
produzir respostas baseadas em padrões e informações aprendidas durante o
treinamento. No entanto, é importante ressaltar que o Chat GPT não possui
conhecimento atualizado após a sua data de corte, que é setembro de 2021, e
pode não ter informações precisas sobre eventos recentes.

As definições apresentadas podem conter informações imprecisas, como a

própria plataforma apresenta, em letras miúdas, “Free Research Preview. ChatGPT may
produce inaccurate information about people, places, or facts. ChatGPT May 24 Version”
(Chat GPT, 2023). Neste contexto, é válido verificar as respostas geradas por esta
ferramenta para a área de estudo em questão: a Educação Especial, buscando
compreender quais são os entendimentos que a ferramenta apresenta sobre alguns

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termos e expressões que envolvem a área e quais são as concepções presentes em suas
respostas sobre deficiência, inclusão escolar e políticas de Educação Especial.
O trabalho se ancora e se fundamenta nas concepções sobre deficiência (Leite &
Lacerda, 2018) e Inclusão Escolar (Jannuzzi, 2004, 2006; Mendes, 2006). A respeito das
concepções sobre deficiência, as autoras Leite e Lacerda (2018) sistematizam essas
concepções em quatro eixos: orgânica; psicossocial; metafísica; e histórico-cultural. Estas
movimentações buscam entender se a deficiência tem origem orgânica ou se a
compreensão dela é posta por meio de um aspecto de impedimentos sociais. Dentre
essas concepções, a orgânica entende que a deficiência é um atributo do indivíduo que
impede a participação do mesmo em espaços sociais; já a psicossocial compreende que
a deficiência é decorrência de fatores inerentes ao indivíduo e ao ambiente, mas tendo o
sujeito como centro de análise; o entendimento metafísico traz a questão de causas
espirituais, religiosos e/ou sobrenaturais que gera a deficiência; por fim, a histórico-
cultural baseia-se que a deficiência é posta num contexto social e cultural e que esta
disfunção biológica tem limitações e tem consigo barreiras sociais.
No campo das concepções de Inclusão Escolar, destaca-se Jannuzzi (2004;
2006) e também Mendes (2006). Neste sentido, o processo de inclusão escolar se
comunica com a possibilidade e a compreensão que determinado grupo terá sobre o
processo de ensino-aprendizagem das pessoas com deficiência e público-alvo da
Educação Especial (PAEE).

A – As que se centram principalmente na manifestação orgânica da deficiência,

procurando meios de possibilitar-lhe a vida. Consideram preponderantemente um
lado da questão, tentando a capacitação da pessoa para a vida na sociedade.
Denomino-as: A1) Médicopedagógica e A2) Psicopedagógica.
B – As que procuram estabelecer conexão entre a deficiência e o contexto em que
ela se situa, enfatizando o outro lado do problema: B1) a que coloca acento
principal no contexto e a educação passa a ser preparação para ele – Economia da
Educação ou Teoria do Capital Humano; B2) as que se centram principalmente na
educação como a redentora, a única responsável pela transformação contextual.
B2.1) Integração e B2.2) Inclusão.
C – A que procura considerar os dois lados da questão: a complexidade do
indivíduo num momento histórico específico. Pensa a educação como momento
intermediário, como mediação, condicionada pelo contexto socioeconômico-

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 político-cultural, mas com autonomia relativa capaz de atuar na transformação
desse contexto. (Jannuzzi, 2004, pp. 10-11)

Complementando a ideia de Jannuzzi, Mendes (2006), é relevante pontuar a

diferença entre “educação inclusiva” e a “inclusão total”, em que a inclusiva entende que a
melhor perspectiva de escolarização do PAEE é a classe comum, com a possibilidade de
serviços de apoio; já a total aponta a necessidade de todos os estudantes dentro de sala
de aula, mas sem a previsão de serviços de apoio.
A pesquisa é norteada pelo problema: Quais as compreensões que o Chat GPT
apresenta sobre conceitos relacionados à Educação Especial e Inclusiva? Têm-se como
hipótese que as ferramentas, ainda que muito avançadas, apresentarão conflitos de
compreensão entre os termos e expressões e possibilidades de convergências entre mais
de uma definição, reforçando assim, a presença da mediação humana com conhecimento
teórico da área pesquisada.
De maneira geral, o presente trabalho buscou identificar e analisar consistências
e equívocos conceituais nas definições do Chat GPT sobre conceitos e expressões do
campo da Educação Especial. Neste contexto, buscou-se compreender de forma
específica as concepções de deficiência e inclusão escolar presentes nas definições e as
proximidades e distanciamentos que as definições apresentam com base nas discussões
presentes na área.

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2. MÉTODO

Para a realização do processo de pesquisa, utilizou-se de uma metodologia de

pesquisa na internet (Lankshear et al., 2015) por meio de uma análise exploratória, com
base no Chat GPT como lócus de pesquisa e obtenção dos dados. Ancorado a isto, como
referencial teórico, utilizou-se de uma análise crítica com base em concepções de
deficiência e inclusão escolar (Jannuzzi, 2004, 2006; Mendes, 2006; Leite & Lacerda,
2018).
Frosolini et al. (2023) auxilia na reflexão do uso do Chat GPT ao apontar a
presença de referências e definições incorretas e/ou imprecisas que a ferramenta pode
apresentar. Este ponto demonstra uma necessidade de avaliar a qualidade e a veracidade
daquilo que é feito por meio de instrumentos que ganham destaque no cenário técnico-
informacional. Com isso, demonstra-se a necessidade de avaliar como as perspectivas
são vistas com e perante referenciais da bibliografia acadêmica sobre o assunto.
Como é utilizada uma plataforma que obedece a uma série de comandos, foi
necessário estabelecer um roteiro robusto e pré-definido para que pudesse direcionar as
perguntas de forma que não fosse necessário reformulá-las para obter o resultado exato
das definições e concepções apresentadas pela plataforma.
Para a elaboração do roteiro de perguntas, foi necessário estabelecer os
descritores que foram questionados para a ferramenta. Utilizou-se, primeiramente,
conceitos-chave e gerais, sendo eles:
a) Educação Especial;
b) Educação Inclusiva;
c) Inclusão Escolar;
d) Pessoa com deficiência;
e) Público-Alvo da Educação Especial;
f) Segregação escolar;
g) Integração escolar;
h) Escola Especial.
Com a definição dos descritores, foi possível estabelecer a estrutura da pergunta
a ser realizada, na qual foi pensada de forma a evitar que outras palavras interferissem na
definição da pergunta. Outro ponto que é necessário destacar é a possibilidade de a
ferramenta gerar novas respostas com a mesma pergunta, o que traz uma visão que
permite analisar as potencialidades nas múltiplas definições sobre os termos presentes.
De forma a não enviesar possíveis respostas que a ferramenta gera, foi necessário a

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criação de um novo perfil no Chat GPT, dado que já havia sido realizado perguntas sobre
esta temática e, com isso, poderia interferir em eventuais questionamentos.
A partir da testagem de possibilidades de comandos, buscou-se aquele que
apresentasse uma definição mais direta e que evitasse o uso de várias palavras, portanto,
foi definido: “Defina [inserir o descritor] em um parágrafo”. A demanda de apenas um
parágrafo diz respeito a capacidade de síntese e de seleção de dados da plataforma,
observando quais as priorizações seriam feitas na definição dos descritores. Com isso,
após a geração da resposta, ela foi separada e utilizou-se da ferramenta Regenerate
response (Regenerar resposta, em tradução livre) para obter uma nova definição – pelas
limitações do Chat GPT, esta ferramenta foi utilizada apenas uma vez para obter a nova
resposta do Chat. Outro ponto a ser verificado e sistematizado é o nome que o próprio
Chat GPT gera para cada uma das conversas criadas, verificando e indagando as
características desta nomenclatura na definição.

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3. RESULTADOS

No contexto de produção dos dados e da riqueza de fontes que a internet

disponibiliza, é fundamental que seja pensado e realizado pesquisas que busquem
compreender as fontes e a qualidade dos produtos delas. Neste sentido, a informação
não deve ser compreendida como sinônimo de conhecimento, uma vez que ambas se
embatem no passo que a informação não necessariamente produz uma linha de
raciocínio e também não é obrigatório que tenha veracidade nos dados. Cabe aqui pensar
como as produções se configuram na construção de um conhecimento – ou da
desinformação – em temáticas específicas.
Para tal, a geração de dados por parte do software foi feita no dia 11 de junho de
2023 e, gravou-se as definições realizadas e, com isso, sistematizou-se as definições
para análise (Quadro 1). Com este processo, verifica-se a possibilidade de entender
fragilidades, imprecisões e acertos e indagar o possível papel que a plataforma possui na
difusão de conhecimentos e informações sobre determinado campo de conhecimento –
como é o caso da Educação Especial.

Quadro 1

Definições dos descritores apresentados pelo Chat GPT

Descritor Definição 1 Definição 2

A Educação Especial é uma área do sistema

educacional que se dedica a proporcionar
um ensino inclusivo e adaptado às
necessidades individuais de alunos com
deficiências, transtornos de aprendizagem
ou outras condições que demandam suporte
adicional. Seu objetivo é garantir o acesso à
educação, promovendo a igualdade de
oportunidades e o desenvolvimento pleno de
Educação cada estudante, por meio de estratégias
Especial pedagógicas, recursos e serviços
especializados, como a adaptação curricular,
o atendimento educacional especializado e o
trabalho em equipe multidisciplinar. A
Educação Especial busca não apenas
superar as barreiras e limitações impostas
pelas condições dos alunos, mas também
valorizar sua diversidade e potencialidades,
favorecendo sua participação ativa na
sociedade.
Educação A educação inclusiva é um conceito que
Inclusiva busca garantir igualdade de oportunidades e
acesso ao ensino para todos os alunos,
independentemente de suas características,
habilidades ou condições. Ela envolve a
A Educação Especial é uma abordagem
educacional que visa atender às
necessidades específicas de
aprendizagem de indivíduos com
deficiências, transtornos do
desenvolvimento ou outras condições
que possam interferir em sua
participação e progresso acadêmico. Por
meio de estratégias pedagógicas
adaptadas, recursos de apoio e suporte
especializado, a Educação Especial
busca promover a inclusão e o
desenvolvimento integral desses alunos,
valorizando suas potencialidades e
proporcionando-lhes igualdade de
oportunidades educacionais, visando à
sua autonomia, independência e plena
participação na sociedade.
A educação inclusiva é um princípio que
busca garantir igualdade de
oportunidades e acesso a uma educação
de qualidade para todos os estudantes,
independentemente de suas habilidades,

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criação de um ambiente educacional
acolhedor, que promova a diversidade e
respeite as diferenças individuais,
proporcionando suporte e adaptações
necessárias para garantir o pleno
desenvolvimento e participação de todos os
estudantes. A educação inclusiva reconhece
e valoriza a singularidade de cada aluno,
buscando eliminar barreiras físicas, sociais e
pedagógicas, promovendo assim a
igualdade, a equidade e a construção de
uma sociedade mais justa e inclusiva.
A inclusão escolar é um conceito que visa
garantir a participação e o aprendizado de
todos os alunos, independentemente de
suas habilidades, necessidades ou
características individuais. Trata-se de um
processo que busca eliminar barreiras e
promover a equidade, proporcionando um
ambiente educacional acolhedor e adaptado
Inclusão
para atender às necessidades de cada
Escolar
aluno, seja ele com deficiência, transtorno do
espectro autista, dificuldades de
aprendizagem ou qualquer outra condição. A
inclusão escolar busca não apenas a
convivência, mas também o pleno
desenvolvimento de todas as crianças e
jovens, promovendo uma sociedade mais
inclusiva e igualitária.
Uma pessoa com deficiência é aquela que
apresenta limitações físicas, sensoriais,
intelectuais ou emocionais que podem afetar
suas habilidades e participação plena na
sociedade. Essas limitações podem ser
congênitas ou adquiridas ao longo da vida,
resultando em dificuldades na mobilidade, na
comunicação, no aprendizado ou em outras
Pessoa com áreas. No entanto, é importante destacar que
deficiência uma deficiência não define completamente
uma pessoa, pois ela possui talentos,
habilidades e experiências únicas que
contribuem para sua identidade e valor como
indivíduo. A inclusão e o respeito aos direitos
das pessoas com deficiência são
fundamentais para garantir igualdade de
oportunidades e uma sociedade mais justa e
inclusiva para todos.
Público-Alvo O público-alvo da Educação Especial
da Educação abrange indivíduos com necessidades
Especial educacionais especiais, sejam elas de
natureza física, intelectual, sensorial ou
emocional. Essa abordagem educacional
visa proporcionar suporte e recursos
personalizados para promover o
desenvolvimento e a aprendizagem desses
alunos, considerando suas habilidades,
desafios e potencialidades. O público-alvo da
Educação Especial inclui crianças,
adolescentes e adultos, e busca garantir a
características pessoais, origens étnicas,
socioeconômicas ou quaisquer outras
diferenças. Ela reconhece e valoriza a
diversidade dos alunos e promove o
desenvolvimento de estratégias e
recursos que atendam às necessidades
individuais, permitindo a participação
plena e efetiva de todos no processo
educacional. A educação inclusiva
envolve adaptações curriculares, suporte
especializado, ambientes físicos
acessíveis e uma abordagem pedagógica
que valoriza a aprendizagem
colaborativa e a valorização das
diferenças, visando a formação de
cidadãos inclusivos e conscientes.
A inclusão escolar refere-se ao processo
de garantir o acesso, a participação e o
aprendizado de todos os alunos,
independentemente de suas habilidades,
características ou condições específicas.
Ela busca eliminar barreiras físicas,
sociais e educacionais, promovendo a
igualdade de oportunidades e o respeito
à diversidade. A inclusão escolar valoriza
a individualidade de cada estudante,
oferecendo suporte adequado,
adaptações curriculares e recursos
necessários para que todos possam se
desenvolver plenamente, aprender juntos
e conviver de forma inclusiva na escola.
Uma pessoa com deficiência é um
indivíduo que possui uma condição física,
sensorial, intelectual ou mental que pode
afetar suas habilidades e funções em
diversas áreas da vida. Essas limitações
podem envolver dificuldades na
mobilidade, na comunicação, no
aprendizado ou no desempenho de
atividades cotidianas. No entanto, é
importante reconhecer que uma
deficiência não define completamente
uma pessoa, pois ela possui uma
identidade única, habilidades e talentos
individuais. A inclusão e o respeito pelos
direitos das pessoas com deficiência são
fundamentais para garantir sua
participação plena e igualdade de
oportunidades na sociedade.
O público-alvo da Educação Especial
abrange indivíduos com necessidades
educacionais especiais, que apresentam
algum tipo de deficiência, seja ela física,
intelectual, sensorial ou emocional. Essa
modalidade de ensino destina-se a
atender crianças, adolescentes e adultos
que requerem adaptações curriculares,
suportes pedagógicos e recursos
específicos para garantir seu pleno
desenvolvimento educacional. O público-
alvo da Educação Especial engloba uma
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inclusão e a igualdade de oportunidades,
assegurando a participação plena e efetiva
desses indivíduos no ambiente escolar e na
sociedade em geral.
A segregação escolar refere-se ao fenômeno
de separação e exclusão de estudantes com
base em características como raça, etnia,
classe socioeconômica ou habilidades. Essa
prática ocorre quando alunos são
direcionados para escolas diferentes, em
função de suas características individuais ou
Segregação
do seu contexto social, o que resulta na
escolar
criação de escolas com composições
demográficas desiguais e oportunidades
educacionais desequilibradas. A segregação
escolar perpetua desigualdades e limita o
acesso a uma educação de qualidade para
determinados grupos, comprometendo o
ideal de uma sociedade inclusiva e justa.
A integração escolar refere-se ao processo
de inclusão de todos os alunos,
independentemente de suas diferenças e
necessidades, em um ambiente educacional
que promova igualdade de oportunidades,
respeito mútuo e participação ativa. Envolve
a implementação de estratégias pedagógicas
e organizacionais que garantam a
Integração participação plena e efetiva de todos os
escolar estudantes, incluindo aqueles com
deficiências, dificuldades de aprendizagem,
necessidades especiais ou pertencentes a
grupos minoritários. A integração escolar
busca criar um ambiente acolhedor e
inclusivo, onde todos os alunos possam se
desenvolver acadêmica, social e
emocionalmente, e onde a diversidade seja
valorizada e celebrada.
Escola Uma escola especial é uma instituição
Especial educacional dedicada a atender as
necessidades específicas de estudantes com
deficiências, sejam elas físicas, intelectuais,
sensoriais ou emocionais. Nessas escolas,
os professores e funcionários são treinados
para oferecer um ambiente inclusivo e
adaptado, onde os alunos recebem apoio
individualizado, terapias especializadas e
recursos educacionais adequados às suas
habilidades e desafios. O objetivo principal
de uma escola especial é proporcionar uma
educação de qualidade, promovendo o
desenvolvimento integral dos alunos e
preparando-os para uma vida independente
ampla diversidade de perfis e demandas,
e busca promover a inclusão e o acesso
igualitário à educação, respeitando as
singularidades e proporcionando as
condições necessárias para que cada
indivíduo alcance seu potencial máximo.
A segregação escolar refere-se ao
processo de separação de alunos com
base em características como raça, etnia,
classe social, habilidades ou deficiências,
resultando na formação de grupos
distintos dentro do ambiente educacional.
Essa prática, além de promover a
desigualdade e a discriminação, tende a
perpetuar disparidades educacionais,
limitando o acesso a recursos e
oportunidades para certos grupos e
contribuindo para a reprodução de
desigualdades sociais mais amplas. A
segregação escolar é um desafio para a
construção de um sistema educacional
inclusivo e equitativo, pois impede o
pleno desenvolvimento e a interação
entre estudantes de diferentes origens e
experiências, prejudicando assim a
formação de uma sociedade diversa e
justa.
A integração escolar é um processo que
busca promover a inclusão e a
participação ativa de todos os alunos em
um ambiente educacional diversificado.
Essa abordagem visa eliminar barreiras e
preconceitos, garantindo que estudantes
com diferentes habilidades, origens
étnicas, sociais e necessidades especiais
tenham igualdade de oportunidades de
aprendizado e interação. A integração
escolar busca criar um ambiente
acolhedor e respeitoso, onde todos os
alunos se sintam valorizados e capazes
de contribuir, estimulando a diversidade e
promovendo a compreensão mútua entre
os estudantes.
Uma escola especial é uma instituição de
ensino projetada para atender às
necessidades educacionais de alunos
com deficiências ou necessidades
especiais. Nesse ambiente, são
oferecidos recursos e programas
adaptados, bem como suporte
individualizado, para auxiliar os alunos a
desenvolverem suas habilidades
acadêmicas, sociais e emocionais. A
escola especial visa proporcionar um
ambiente inclusivo e acolhedor, onde os
alunos possam receber educação de
qualidade e se desenvolver plenamente,
considerando suas características e
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 e inclusiva na sociedade. potenciais únicos.
Fonte: Chat GPT (2023). Adaptado pelos autores.

Com base nas definições geradas pelo Chat gpt, apresentadas no quadro 1,
pode-se observar a existência de algumas imprecisões ao tentar associar conceitos que
aparentemente são sinônimos, mas que na realidade apresenta algumas divergências
dentro do campo de pesquisa da Educação Especial. Há acertos e definições que
possibilitam compreender e difundir uma perspectiva inclusiva para a análise.
As definições que podem ser consideradas mais consistentes foram as
apresentadas para: “Inclusão Escolar”, “Educação Inclusiva”, “Público-Alvo da Educação
Especial” e “Pessoa com deficiência”. Isso porque, verificou-se que elas possuíam uma
visão mais atualizada sobre os processos demandados – sejam elas na primeira ou
segunda definição. Um dos destaques foi “Educação Inclusiva” em que se entende que
não trata apenas dos estudantes com deficiência, mas para todo um grupo de indivíduos
tradicionalmente marginalizados e por consequência disso, tiveram o acesso aos espaços
de escolarização comprometidos, conforme foi reforçado pela Declaração de Salamanca
em 1994. Outro ponto foi “Inclusão Escolar” e o reforço da visão apresentada na
educação inclusiva e que “visa garantir a participação e o aprendizado de todos os
alunos, independentemente de suas habilidades, necessidades ou características
individuais” (Chat GPT, 2023, recurso online). Esta perspectiva reforça o papel de uma
perspectiva inclusiva, apontada tanto por Mendes (2006) quanto por Jannuzzi (2004).
No que se refere as “Pessoas com Deficiência” e “Público-Alvo da Educação
Especial”, o Chat apresentou uma perspectiva que reforça a visão histórico-cultural
segundo Leite e Lacerda (2018). Este ponto demonstra um avanço nas concepções de
deficiência ao sair do âmbito da perspectiva orgânica e metafísica e se materializando em
uma visão que entende o indivíduo com suas complexidades e habilidades, inseridas em
um contexto histórico, social e econômico. O Chat reforça esse ponto ao definir pessoa
como deficiência e trazer um ponto que vai na luta contra o reforço do estigma desse
grupo:

pois ela possui talentos, habilidades e experiências únicas que contribuem para
sua identidade e valor como indivíduo. A inclusão e o respeito aos direitos das
pessoas com deficiência são fundamentais para garantir igualdade de
oportunidades e uma sociedade mais justa e inclusiva para todos. (Chat GPT,
2023, recurso online)

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 Na definição de “Segregação Escolar”, especificamente na primeira, não
apresentou o recorte da deficiência enquanto uma característica que poderia ser causada
como motivação para esta prática. Este ponto pode demonstrar que há uma certa
invisibilização deste grupo, de forma que a segregação escolar poderia – ou não – ocorrer
por causa de suas características orgânicas, como é o caso de uma concepção orgânica
da deficiência (Leite & Lacerda, 2018).
Apesar de apresentar algumas definições bem atualizadas sobre o campo,
algumas imprecisões também podem ser destacadas, considerando algumas falsas
similaridades, além de visão de certeza sobre questões que ainda não há consensos – e
há muitas críticas – sobre suas realidades. Estas definições com um baixo nível de
precisão ficam destacadas principalmente em “Integração Escolar” e “Escolas Especiais”,
conceitos que dentro do campo de estudo também gera certo debate.
Uma das grandes imprecisões apresentadas diz respeito a “Integração Escolar”,
considerando que a partir da definição apresentada, poderia ser pensada,
equivocadamente, como sinônimo de “Inclusão Escolar”. Neste sentido, deve-se ter em
mente que por mais que são palavras que trazem sentidos parecidos, no contexto e no
campo da Educação Especial, seus significados são diferentes. Entende-se a integração
escolar como um passo anterior à inclusão escolar, ao compreender que na integração “o
pressuposto de que as pessoas com deficiências tinham o direito de conviver
socialmente, mas que deviam ser, antes de tudo, preparadas em função de suas
peculiaridades para assumir papéis na sociedade” (Mendes, 2006, p. 391). Ademais, é
relevante trazer que:

Em algumas comunidades, as políticas oficiais de integração escolar

resultaram, na maioria das vezes, em práticas quase permanentes de
segregação total ou parcial, o que acabou gerando reações mais intensas no
sentido de buscar novas formas de assegurar a presença e participação na
comunidade, a promoção de habilidades, da imagem social, da autonomia, e o
empowerment das pessoas com necessidades educacionais especiais.
(Mendes, 2006, p. 391)

A outra grande imprecisão diz respeito as “Escolas Especiais”, remetendo-as, nas

definições, como intrinsecamente inclusivas, mas que existe um forte confronto naquilo
que se é pensado. Segundo Jannuzzi (2004) estas instituições historicamente carregavam
uma concepção orgânica da deficiência e que, consequentemente, entrariam em

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confronto com uma perspectiva inclusiva. Neste ponto, é justa a reflexão dos modos que
essas escolas se colocam frente ao processo de aprendizado e garantia de direitos do
PAEE. Os meios e as ações possibilitam compreender como os processos de atuações e
exclusões ocorrem:

A permanência excessivamente prolongada de deficientes em uma instituição

especializada e a manutenção no seu interior daqueles que poderiam estar
freqüentando classes especiais da rede regular de ensino ou eventualmente
até estar integrados nas classes de ensino comum não são determinadas
intrinsecamente pela instituição enquanto um recurso de atendimento a
deficientes. Resultam do modo como o recurso é utilizado. As instituições
especializadas também reproduzem as exclusões que ocorrem na sociedade.
(Omote, 1999, p. 7)

Outro ponto observado que dará novas respostas são as nomenclaturas que o
Chat GPT cria para cada uma das conversas (Quadro 2). Esta organização demonstra
alguns dos direcionamentos que as definições apresentam, como é o caso de uma
perspectiva inclusiva sobre as diversas temáticas, podendo gerar algumas inconsistências
sobre termos e conceitos.

Quadro 2
Nomes das conversas geradas pelo Chat GPT

Descritor Nome das conversas criadas pelo Chat GPT

Educação Especial Educação Especial Inclusiva

Educação Inclusiva
Inclusão Escolar
Pessoa com deficiência
Público-Alvo da Educação Especial
Segregação escolar
Integração escolar
Escola Especial
Fonte: Chat GPT (2023).
Educação Inclusiva para Todos
Inclusão Escolar Promovendo Equidade
Definição: Pessoa com Deficiência
Público-Alvo Educação Especial
Segregação Escolar
Integração Escolar Inclusiva
Escola Especial Inclusiva

Uma característica relevante é a presença de indicações sobre as nomenclaturas

das conversas, direcionando para uma perspectiva dita como inclusiva e na busca pela
promoção da equidade. Estes direcionamentos podem dizer a respeito de como os

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usuários da plataforma interagem com as conceituações e com a avaliação das respostas
produzidas pela plataforma, e ainda, demonstra que um direcionamento é produzido, sem
que seja estabelecido comandos prévios e pode influir nas respostas para os demais
públicos. No caso em análise, demonstra-se um direcionamento para compreender a
Educação Especial – e de seus termos – numa perspectiva inclusiva.
Apesar disso, é importante apontar divergências nas nomenclaturas, o que há
uma certa imprecisão ao dizer a respeito de temáticas que aparentemente são
semelhantes, mas que possuem significados distintos, como é o caso da “inclusão
escolar” e da “integração escolar”, conforme já pontuado por Jannuzzi (2004) e Mendes
(2006). Essas assemelhações auxiliam a construção de uma falsa visão de que inclusão e
integração são sinônimas, porém, existem diferenças substanciais nas suas concepções.
Um outro ponto a se problematizar é a concepção e a definição de que as escolas
especiais são intrinsecamente inclusivas, desencadeando a compreensão de que a
separação do PAEE em instituições específicas possui um caráter inclusivo. Aqui não
entraremos no mérito se as escolas especiais possuem – ou não – um caráter inclusivo
ou segregador, mas problematizar o fato da definição trazer uma visão de que todas as
escolas especiais possuem um caráter inclusivo. O debate e a separação por meio
dessas questões retomam aquilo pontuado por Mendes (2006) sobre integração e uma
falsa similaridade que a plataforma apresenta entre integração e inclusão escolar.
De maneira geral, é relevante ressaltar o potencial do Chat GPT para ampliar o
acesso à informação, no entanto, demanda cautela, visto que “pode levar a um
desempenho inconsistente que, por sua vez, pode afetar a confiabilidade e a validade dos
resultados da pesquisa” (Islam & Islam, 2023, p. 5, tradução livre). Dessa forma, nota-se
que não é dispensável a mediação humana com conhecimento consolidado na área a ser
consultada.

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4. CONSIDERAÇÕES

A pesquisa demonstra um potencial uso do Chat GPT, mas com a necessidade

do olhar teórico e crítico atento para eventuais definições. A presença de algumas
inconsistências revela a necessidade de atualizações de alguns termos, principalmente
aqueles que são considerados mais conflituosos para a comunidade acadêmica-científica.
Nesse sentido, uma atualização possível seria a possibilidade de o usuário interagir
adicionando “correções” ou apontando imprecisões conceituais e teóricas.
Demonstra-se um grande avanço naquilo que era esperado por ser uma
plataforma digital de respostas automáticas. Neste sentido, vê-se possibilidades de uso
para grandes massas ao passo que há uma necessidade de promover e difundir a
perspectiva inclusiva para garantir avanços sociais e políticos com e para as pessoas com
deficiência.
A necessidade de construção de novas pesquisas que envolvam novas formas de
metodologias, métodos, ética e difusão de conhecimento científicos na perspectiva da
inclusão e da acessibilidade são essenciais para a garantia de uma ciência que valorize a
todos. Ademais, o uso de novas ferramentas e tecnologias garantem que tais
instrumentos tecnológicos não se configurem como propulsor de retrocessos, mas sim de
avanços.

https://proceedings.science/p/173431?lang=pt-br
 5. REFERÊNCIAS

Chat GPT. (2023). Chat GPT. OpenAI. https://chat.openai.com/

Frosolini, A., Gennaro, P., Cascino, F., & Gabriele, G. (2023). In Reference to “Role of
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concepções de deficiência: procedimentos metodológicos. Psicologia USP, 29(3),
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Lock, Samantha. (2022, Dezembro 5). What is AI chatbot phenomenon ChatGPT and
could it replace humans?. The Guardian.
https://www.theguardian.com/technology/2022/dec/05/what-is-ai-chatbot-
phenomenon-chatgpt-and-could-it-replace-humans

Mendes, E. G. (2006). A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista

brasileira de educação, 11(33), 387-405.

Omote, S. (1999). Normalização, integração, inclusão... Ponto de Vista: revista de

educação e processos inclusivos, (1), 04-13.

https://proceedings.science/p/173431?lang=pt-br
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