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Evolução Tecnológica e as diferentes gerações

Article · July 2018

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Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science
Volume nº 6, Numero 1 - Jul 2018

Artigo

Evolução Tecnológica e as Diferentes Gerações


Daniel Costa de PAIVA*
Hugo Verly ALVES*

Resumo
Este trabalho busca discutir a relação entre a evolução tecnológica e as diferentes gerações. Para isto apresenta um levantamento

teórico básico e propõe atividades de coleta de informações com a população e de instrução para que o distanciamento não seja

aprofundado nos próximos anos. Considera-se primordiamente o ambiente escolar onde há obrigatoriedade de relação entre pes-

soas com diferenças de idade que variam de 15 a mais de 50 anos. Também é abordada a popularização da tecnologia e o avanço

cada vez mais veloz, onde o mercado influencia diretamente para que os aparelhos sejam trocados com alta frequência, ou seja,

em uma característica de descartáveis mesmo que não tenham apresentado qualquer defeito, mas sim por existirem opções mais

poderosas e com mais funcionalidades. Neste texto é discutida a questão de pesquisa e desdobramentos.

Palavras-chave
Avanço Tecnológico; Gerações Diferentes; Ambiente Escolar; Mercado

Abstract
This paper discuss the relationship between technological evolution and the different generations. For this it presents a basic

theoretical survey and proposes activities of gathering information with the population and of instruction so that the distance be-
tween students and teachers is not deepened in the next years. It is considered primarily the school environment where there is a

mandatory relationship between people with age differences ranging from 15 to more than 50 years. Also discussed is the popu-

larization of technology and the increasingly rapid progress, where the market influences the frequency of exchange devices, in a

feature of disposable even though they have not presented any defect, but because exist more powerful and feature-rich options.

In this paper the question of research and unfolding are discussed.

Keywords
Technologic Evolution; Generations; Educational environment; Market.

* Líder do TECGrupo.com. Professor na Universidade Federal Fluminense (TEC - INFES - UFF), email: profdanielpaiva@gmail.com.
** Licenciando em Computação pela Universidade Federal Fluminense, email hugo_verly@id.uff.br

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Introdução
O desenvolvimento da tecnologia se deu com a Revolução científica e industrial, e com
o passar dos anos seus avanços nos mostram que estamos completamente dependentes dela.
De acordo com Marques (2006), alguns estudiosos afirmam estarmos vivenciando o
início de uma terceira revolução industrial que se caracteriza por “uma tríade revolucionária: a
microeletrônica, a microbiologia e a energia nuclear”. Isso significa que grandes alterações no
desenvolvimento da humanidade irão ocorrer, como por exemplo a grande e total dependência
da humanidade pelos produtos tecnológicos.
Desde o período da pré-história que o homem cria algumas técnicas para facilitar a
sua vida e automaticamente a vida da sociedade, como a criação do fogo para espantar o frio e
cozinhar alimentos. A história da evolução humana está diretamente ligada à história da evo-
lução da técnica. Desde o período Paleolítico as pessoas tentam utilizar a técnica para facilitar
sua vida (Cardoso, 2001). Sendo assim é difícil imaginar a sociedade de hoje sem todas essas
facilidades como celular, internet, computador, carro, avião etc. Logo a formação tecnológica
ou o ensino da tecnologia acaba se tornando essencial à vida moderna facilitando às relações
interpessoais.

A tecnologia é um produto da cultura humana, mas sua aplicação não pode ser
considerada neutra, porque a estrutura de poder se utiliza da tecnologia, como de outros
meios, para exercer sobre ela o controle de suas ações e de suas ideologias (...) a escolha
de determinadas máquinas e o controle exercido em nome de uma determinada classe
social institucionalizam a tecnologia (Bastos, 1997:9 apud Cardoso 2001:2018)

Com base no exposto e sabendo que a tecnologia se faz presente na sociedade, na vida
cotidiana de diversas gerações e está em tudo a nossa volta facilitando as relações de trabalho,
de estudo, acesso a informações, este trabalho busca discutir até que ponto essas tecnologias
podem ou não nos fazer bem.
Sendo assim, o objetivo desse trabalho é delinear um projeto de estudo exploratório e
teórico acerca do uso e avanço das tecnologias na contemporaneidade. Justifica-se pela grande
importância que têm as ferramentas tecnológicas para a sociedade moderna, além de áreas e
subáreas correlatadas, sobretudo como elementos para a otimização do processo industrial e
econômico, além da vida cotidiana das pessoas comuns.
Mais do que qualquer outro conjunto de técnicas e ferramentas, as TICs – Tecnologias da
Informação e da Comunicação - acompanham as profundas mudanças do cenário socioeconô-
mico, histórico, político e cultural do mundo contemporâneo. Neste sentido, é claro que o seu
uso é fator que deve ser pensado e que se altera com o curso do tempo. Em linhas gerais, é ne-
cessário um esforço para promover uma conceituação sólida, após o que se dará uma descrição
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de aspectos indispensáveis ao estudo do uso das formas tecnológicas na sociedade moderna:


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o que são e como se caracterizam tais ferramentas? Como a inteligência artificial e a domótica
podem ser usadas para melhoria da vida das pessoas?
Este trabalho pretende, em sentido amplo, promover uma contribuição para os estudos
tecnológicos voltados para o enfrentamento dos problemas decorrentes do progresso, tendo
em vista a interdisciplinaridade que a atual situação da sociedade nos impõe de maneira in-
contornável. Não é possível mais pensar em progresso social sem considerar os avanços cien-
tíficos e a corrida tecnológica com especial ênfase desde meados do século XX. Em suma, em
10, 15 ou 20 anos, a desculpa comumente usada não poderá mais ser da existência dos nativos
digitais, afinal qual nosso plano hoje para conseguir acompanhar as evoluções e promover um
ensino de qualidade?
Busca-se ainda investigar o histórico da prática do uso das interações tecnológicas no
meio social, delinear os aspectos paradigmáticos da tecnologia contemporânea, definir as clas-
sificações relacionadas aos bons e maus usos da tecnologia no processo e definir as vantagens
e desvantagens do rápido progresso, bem como os desafios colocados pela implementação da
mesma em diferentes atividades. É imprescindível reconhecer o valor da tecnologia não ape-
nas para a vida cotidiana e para os aspectos práticos de que fazemos uso diariamente, mas tam-
bém como um elemento componente da cultura. Especialmente para a juventude, desde cedo
acostumada a fazer uso destas inovações, o reconhecimento e a consideração deste aspecto na
experiência social são indispensáveis.
A óbvia riqueza de estímulo de recursos multimídia, que, por definição, exibem sobre-
posições de textos, imagens, sons, animações e gráficos, códigos diversos, tem um impacto
expressivo na comunicação e assimilação de conteúdos dos mais diversos. A ferramenta que
manifesta mais possibilidades de imediato é o computador, permitindo a descoberta e o com-
partilhamento de sentimentos e impressões, de novos conceitos e ideias. Devido a ele, pode-se
automatizar processos que não representam desafios cognitivos verdadeiros, testando atribu-
tos como o raciocínio e a criatividade.
A metodologia consiste em uma variedade de parâmetros a partir da qual se torna pos-
sível a realização de pesquisa científica de modo organizado, bem delimitado e criterioso, ge-
rando soluções para os problemas levantados, hipóteses confirmadas e objetivos sólidos, perti-
nentes e que se adequem ao estado da questão em que o problema se insere (FONSECA, 2002).
Devido à natureza da proposta que se apresenta, utilizaremos à revisão bibliográfica
acerca da tecnologia na contemporaneidade (e das aplicações da inteligência artificial, domó-
tica, etc.) para a promoção de um estudo exploratório e qualitativo fundamentado em arti-
gos científicos, questionários, obras completas e demais produções científico-acadêmicas que
se mostrem úteis e pertinentes à pesquisa. A respeito da pesquisa de cunho exploratório, Gil
(2007) determina que este tipo específico de pesquisa possui como objetivo central o sentido

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de proporcionar ao investigador/pesquisador uma maior familiaridade para com o problema


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ou o objetivo geral do estudo, intencionado, necessariamente, torná-lo mais explícito ou auxi-
liar em meio ao processo de construção de novas hipóteses.
Seguindo as determinações de Goldenberg (1997), há o entendimento de que a pesquisa
qualitativa não objetiva preocupações para com a representatividade numérica, mas, na ver-
dade, volta-se ao aprofundamento da compreensão de determinado grupo social, organização,
fato clínico, epidemiológico, etc.
Além disso, sobre o procedimento metodológico utilizado para viabilizar a composição e
estruturação desta pesquisa, onde será utilizada a revisão bibliográfica, destaca-se em confor-
midade com Santos (1999), que esta comporta-se como o processo de busca, seguido de análi-
se e descrição de um conjunto de conhecimentos consagrados na literatura científica que são
retomados em meio à procura de respostas a uma pergunta específica.

A Evolução Tecnológica e a Sociedade da Informação


A etnologia da palavra “informação” origina-se do Latim informare e in mais formare,
que significam “modelar, dar forma” ou “formar uma ideia”, que com o passar do tempo se po-
pularizou em “contar algo a alguém sobre alguma coisa”. Informação é a transmissão de con-
teúdo ou mensagens que portam significado entre quem envia e recebe, a partir de um alicerce
tecnológico que realiza a mediação. Para Kohn (2007), trata-se de um apoio ao conhecimento,
o que vem antes do conhecimento, passível de mudanças diante do exterior e é compreendida
em consonância do receptor. Segundo a autora, para as sociedades contemporâneas, a infor-
mação se tornou a base do conhecimento, das relações, da vida econômica, política e social. É
o instrumento mais importante que corporifica as sociedades.
O avanço tecnológico redesenhou o movimento social, principalmente a forma de enviar
e receber informações, de agir em sociedade, de se relacionar com a natureza e com o outro.
Deste modo, ergueu-se a Sociedade da Informação, que se organizou perante a aceitação glo-
bal. “Não se pode separar a informação da tecnologia, algo que vem sendo remodelado e ins-
titucionalizado com os avanços na área do conhecimento e das técnicas” (KOHN, 2007, p. 2)
Em concordância com Webster (apud KOHN, 2007), este novo modelo de sociedade se
tornou um fenômeno social e é caracterizado pelo uso intensificado das informações como
componente da vida econômica, política, social e cultural. Sua aplicação prática é dependente
de um suporte tecnológico para se propagar, em virtude desta dependência, que as sociedades
avançam no processo de inovações tecnológicas. Vale a ressalva que tais avanços não ocorrem
e não são incorporados de formal igual pelo todo social. Eles são modelados pelo ritmo social
que incorpora e cria as transformações sociais, alterando e acelerando a história.
Ao longo da história, as informações foram sendo registradas em manuscritos e repas-
sadas pela tradição oral. O desenvolvimento dos transportes e do comércio foi um fator pri-
mordial para sua propagação em comunidades mais distantes. Mais foi com o surgimento da
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prensa gráfica que a comunicação de informações se deu a um número maior de pessoas. A


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imprensa auxiliou no habito da leitura e do interesse na busca de mais informações. Neste rit-
mo, os aparatos tecnológicos foram cada vez mais influenciando a forma de conduzir e criar in-
formações. Houve o surgimento do telégrafo, a explosão das rádios, o surgimento da televisão,
etc. Nesta mesma época, se desenvolveu o computador, que ocupava toda uma sala e pesava
dezenas de toneladas. Porém, o avanço da informática é acelerado e, em 1984, foi introduzido o
Personal Computer (PC), no modelo compacto Macintosh 128, que passou a influenciar os mo-
delos de PCs e suas interfaces operacionais. “O computador pessoal passa a ser determinante
para que a tecnologia chegue ao ponto de estar, atualmente, totalmente entranhada em nosso
cotidiano” (KOHN, 2007, p. 4).
É a partir do século XVIII que inúmeras mudanças ocorreram em virtude das novas
tecnologias. Com estes investimentos, principalmente no setor industrial, houve um aumento
do processo produtivo por meio da robótica, informática e tecnologias nas máquinas, o que
ocasionou a peregrinação da população rural para os centros urbanos. Porém, as maiores mu-
danças ocorreram no início do século XX. Ao longo da história, a informação evoluiu de seus
alcances locais para se exteriorizar em âmbito global, acelerando as práticas e diminuindo as
distâncias. Estabeleceu um novo tipo de sociabilidade, na qual não se faz necessário a presença
física para que haja uma relação e gerando um espaço virtual.

Passado, presente e “futuro”


A evolução tecnológica incorporada nos variados setores da vida social, política, econô-
mica e cultural da atual contemporaneidade, incorre em mudanças signitifcativas na forma de
se viver, na atuação/ação dos indivíduos em relação a si próprio e ao grupo social.
Podemos explicitar vários exemplos destas alterações no âmbito social: a forma de ir e
vir (veículos automotores), de se comunicar (telefones via satélite, e-mail), de se divertir (vi-
deogames, players, etc.), de trabalhar (maquinaria automatizada), de se cuidar (avanços tec-
nológicos da medicina e cosmética), entre variados outros exemplos. Todo esse avanço teve
como objetivo a facilitação do trabalho humano, seja no setor fabril ou no doméstico, o que
ocasionou as ditas gerações X, Y, Z e ALPHA. Em relação ao ambiente doméstico, podemos
citar os produtos eletroeletrônicos que facilitam o cotidiano das residências que estão progre-
dindo para as chamadas “casas inteligentes”, ou domótica. Esse progresso se dá pelos avanços
da automatização, que também podemos chamar de automação industrial.

1. Estudos Geracionais
Como o nome já diz, este tipo de estudo se dedica à compreensão do comportamento das
gerações, ou seja, como as pessoas realizam suas questões, as mudanças de fatores econômi-
cos, isso tudo influencia no comportamento de acordo com o momento histórico no qual elas

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se encontram. As questões políticas, econômicas, culturais e tecnológicas de um determinado


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tempo histórico influenciam no pensar, no agir, e no se fazer sujeitos.
Este tipo de estudo, normalmente, por causa da sua complexidade, leva em torno de 25
anos para se obter resultados válidos. Inicialmente, os primeiros estudos surgiram com a “ge-
ração tradicional”, por volta de 1945, justamente no final da Segunda Guerra Mundial, onde
a população não tinha mais esperança de um futuro. Logo em seguida surge a Geração Baby
Boomers (1946 – 1964), onde houve um crescimento populacional fazendo com que as pessoas
voltassem a ter esperança e assim começassem a criar novas tecnologias melhorando a eco-
nomia mundial, surgindo assim a Geração X (1960 – 1980), que se caracterizou pelo valor do
trabalho e pelas conquistas materiais.
Essa geração inclui aqueles que nasceram no início de 1960 até o início dos anos 80.
Acompanharam o surgimento do computador pessoal, da internet, do celular, da impressora,
do e-mail, etc.
Já entre os anos de 1980 e 2000, houve mudanças de valores em relação a geração X,
surgindo assim a geração Y, tendo esta como intuito principal a criatividade. Se a geração X
viu a tecnologia nascer, foi a vez da tecnologia ver a geração Y nascer e os acompanhar desde
pequenos. Trata-se da primeira geração verdadeiramente globalizada, que cresceu com a tec-
nologia e a usa desde a primeira infância.
De acordo com este processo, surgem os “nativos digitais”, configurando assim a Gera-
ção Z (1990 – 2010). Integrantes desta geração nunca viram o mundo sem computadores. E
como informação não lhes falta, estão um passo à frente dos mais velhos, concentrados em
adaptar-se aos novos tempos.
Com estas mudanças tecnológicas, entende-se que a população da geração Y acompa-
nhou essa evolução e adaptou-se, “relativamente”, a ela, diferente da geração X, que passou, e
ainda passa, pelo processo de adaptação.
Hoje se fala na geração ALPHA (2010). “Falar da geração Alpha é chamar a atenção para
a primeira infância de hoje, para o impacto que ela terá sobre a sociedade no futuro e para
como os adultos devem orientá-las” .

2 - Um exemplo, a Domótica ou Automação Industrial


A automação é um processo que já é uma realidade industrial há variados anos, que nas-
ceu com a necessidade de automatizar atividades objetivando a redução de custos e, também,
a realização de tarefas inadequadas ao ser humano.
Segundo Teza (2002) o processo de automação teve seu surgimento ainda em meio aos
primórdios da Humanidade, e assim, não há a existência de uma data que se caracterize como
marco de sua origem, importa significar ainda que considera-se automatização ou automação

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todo e qualquer processo que auxilie o ser humano no intervalo de suas tarefas cotidianas, se-
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jam elas categoricamente comerciais, industriais, domésticas ou no campo.
Como um dos exemplos mais primordiais das realizações referentes a automatizar, é
possível citar um dos primeiros projetos de uso da roda d’água viabilizada em atividades refe-
rentes à moagem, ou demais ações desenvolvidas em serrarias e em ferrarias e, também, em
organizações que se envolvem com o procedimento de trituração de grãos de forma generali-
zada.
A domótica, conhecida normalmente como automação predial, vem crescendo cada vez
mais em meio aos últimos anos. Conceitos como casas e prédios inteligentes vêm sendo, recor-
rentemente, definidos em função da aplicação de mecanismos automáticos e, em determina-
das vezes, pelo procedimento de aplicabilidade de algumas das técnicas pertencentes à pers-
pectiva da Inteligência Artificial (TAKIUCHI et al., 2004).
Assim, compreende-se que a aplicação da automação predial tem demonstrado, de for-
ma recorrente, que é possível que sejam proporcionados ou ampliados benefícios diversos por
intermédio da melhoria de fatores como: gerenciamento técnico, conforto, economia, preven-
ção de acidentes e falhas de equipamentos, e também, o maior alcance de segurança aos usu-
ários (TEZA, 2002).
Dessa forma, entende-se que a domótica coloca-se como sendo uma tecnologia que pos-
sibilita um melhor gerenciamento de todos os recursos existes em uma habitação. Comple-
mentarmente, é cabível mencionar que o termo “domótica” advém de um resultado direto da
junção da palavra “domus” (casa) com “telemática” (telecomunicações + informática) e, assim,
estes dois quando utilizados em conjunto, fazem com que o sistema rentabilize-se, simplifi-
cando em profundidade a vida diária das pessoas, satisfazendo suas principais necessidades
voltadas à comunicação, ao conforto e à segurança (INTELLIGENT HOME, 2017).
Sendo assim, o que traz a domótica para os processos de automação industrial referem-
-se, necessariamente, à aplicação do recurso inteligente inerente as potencialidades desta tec-
nologia específica nas máquinas e instalações prediais das empresas e complexos industriais.
Neste momento, é importante mencionar, em conformidade com as determinações de
Mota (2003), que o conceito de domótica inteligente se resume, necessariamente ao proces-
so de gerenciamento automático e simplificado de recursos (como por exemplo temperatura,
energia, etc.) e aplicação de técnicas de IA em meio as realizações de prevenção e resolução de
falhas.
O conceito da domótica inteligente diretamente alocada em aplicações industriais e co-
merciais de casas e prédios inteligentes encontra-se como sendo caracteristicamente ainda
mais limitado, resumindo somente à utilização de sistemáticas automáticas sem qualquer
pressuposto referente à adaptabilidade ou ainda a previsão de falhas (MOTA, 2003).
Importa determinar que sistema domótico é, recorrentemente, composto de uma rede

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de comunicação que permite o alcance de um efetivo processo de interconexão de uma série de


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dispositivos, equipamentos e demais sistemas, com o objetivo direcionado a obter informações
acerca do ambiente que será automatizado, além de ser necessário o alcance de entendimentos
acerca de qual o meio em que este se insere, e onde devem ser efetuadas determinadas ações
a fim de supervisioná-lo ou gerenciá-lo e, para o atingimento de tal perspectiva específica, po-
dem e devem ser utilizados os seguintes instrumentos tecnológicos:

Dispositivos como detectores, sensores, captadores e atuadores trocam informações


entre eles ou com unidades centrais inteligentes, sendo ca pazes de processar os
dados recebidos e enviar sinais, para efetuar acionamentos ou ajustes, a determinados
equipamentos e/ou gerar sinalizações e/ou avisos, podendo ainda, em alguns casos,
receber respostas de confirmação da operação (DIAS, PIZZOLATO, 2010, p. 15).

Ainda seguindo as interpretações e direcionamentos dos autores Dias e Pizzolato (2010),


observa-se que a evolução dos sistemas inteligentes correlacionados à domótica e a serem via-
bilizados em ambientes industriais caminha, necessariamente, frente a direção das tecnologias
baseadas em modelos de redes neurais.
De forma geral, compreende-se a perspectiva de que estas redes são essencialmente
compostas de dispositivos artificiais que se fundamentam nos mecanismos da aprendizagem
humano, inspirados de forma intrínseca nas funcionalidades e realizações do cérebro, conjun-
tos com as técnicas de predição do reforço (PINHEIRO, 2014).
A exemplo, ainda é importante dimensionar o pressuposto de que, essencialmente, é
possível que:

[...] um sistema de automação poderá, após repetidos comandos ajus tados, “aprender”
a regular a temperatura de refrigeração do ambiente e ligar uma cafeteira, antecipando
o retorno de um morador a sua residência permitindo, assim, que ele encontre a
temperatura de sua residência confortável e o seu café pronto no momento de ser
bebido(DIAS,PIZZOLATO, 2010, p. 16).

É inegável que o futuro da domótica será fascinante, que a praticidade e comodidade que
será oferecida por esta ferramenta gerará uma grande mudança no cotidiano social. Cabe-nos
aqui pensar no processo de absorção das tecnologias pela população em geral, pois muitas das
tecnologias que estão presentes no atual cotidiano social tiveram que passar por um proces-
so de adaptação por parte dos consumidores. Se pararmos para pensar em nossos avós, por
exemplo, muitos deles ainda não se adaptaram as tecnologias que foram lançadas no mercado
nas últimas décadas, porém estas mesmas tecnologias, que podemos já considerar como ultra-

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passadas, foram facilmente incorporadas pelos seus netos. Parece-nos aqui, interessante fazer
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uma breve investigação sobre esta problemática.

Considerações Finais
Apesar de não ser recente o avanço tecnológico, é perceptível a dificuldade que a socie-
dade tem para acompanhá-lo. Aparelhos com qualidade de imagem acima do visível pelo olho
humano já estão disponíveis, assim como automações cada vez mais elaboradas e adaptáveis
as quais surpreendem a população dia após dia.
A velocidade com a qual os dispositivos se tornam descartáveis em função do lançamen-
to de outros mais poderosos e com mais funcionalidades aumenta a dificuldade para que se
acompanhe o nível de conhecimento das gerações mais novas. Diante disto uma questão séria
precisa ser discutida e começamos a fazer isto neste trabalho.
Os “nativos digitais” estão preparados para a próxima geração e para os avanços tecno-
lógicos que estão chegando em alta velocidade dia após dia ou vamos presenciar a mesma difi-
culdade, apenas usando uma nova identificação para as novas gerações?
Neste sentido até aqui está apresentada a questão de pesquisa e um levantamento teórico
básico para que seja possível uma análise com a população e posterior indicação de formas de
intervenção a fim de não reduzirmos o quadro de dificuldade.
Certamente que a instrução para que toda a população ou segmentos como os profissio-
nais que atuam na educação, e portanto onde há o relacionamento obrigatório entre as dife-
rentes gerações, acompanhem a evolução tecnológica é um passo fundamental no sentido de
evitar o distanciamento tecnológico entre as gerações e todas as dificuldades decorrentes dele.
Ações neste sentido fazem parte do trabalho em desenvolvimento que integra esta pesquisa.

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Referências
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Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science

Expediente
São Paulo, v.6, n.1, Julho - 2018

ISSN: 2357-7126
INSS-L: 2357-7126

Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science é produzida pelo Grupo de Pesquisa Tecno-
logia, Comunicação e Ciência Cognitiva, credenciado pela Universidade Federal do Amapá. A revista do TECCCOG
é uma publicação científica semestral em formato eletrônico e foi lançada em setembro de 2013.

A Comunicação Social, enquanto campo do conhecimento pertencente à área das Ciências Sociais Aplicadas, dis-
pende contínuos esforços no sentido de estabelecer e compreender os fenômenos científicos comunicacionais sob
uma perspectiva inter e transdisciplinar. Assim, o foco científico da publicação mira a complexidade das relações
entre ciência e tecnologia e os seus impactos cognitivos no ser humano e na sociedade.

A proposta é acompanhar e compreender cientificamente os caminhos trilhados pela evolução tecnológica no cam-
po da Comunicação Social, construindo ferramentais teórico-metodológicos nas pesquisas na área, se adaptando
também aos instrumentos de verificação desenvolvidos em outras áreas do conhecimento – em especial, na Ciên-
cia Cognitiva.

É, portanto, um campo de profunda investigação científica, de ação e métodos transdisciplinares, para avançar na
compreensão de como as informações são absorvidas, transmitidas e processadas pelo sistema sensorial e pelo
conjunto mente/cérebro do ser humano

Editor
Walter Teixeira Lima Junior

Editores da edição v. 6, n.1, Julho - 2018


Daniel Paiva

Comissão Editorial
Walter Teixeira Lima Junior (Universidade Federal de São Paulo) * Lúcia Santaella (Pontíficia Universidade Católica
de São Paulo) * Luis Martino (UNB) * João Eduardo Kogler (Universidade de São Paulo) * Ronaldo Prati (Univer-
sidade Federal do ABC) * Ricardo Gudwin ( Universidade Estadual de Campinas) * João Ranhel (Universidade
Federal do ABC) * Eugenio de Menezes (Faculdade Cásper Líbero) * Reinaldo Silva (Universidade de São Paulo) *
Marcio Lobo (Universidade de São Paulo) * Vinicius Romanini (Universidade de São Paulo)

Conselho Editorial
Walter Teixeira Lima Junior (Universidade Federal de São Paulo) * Lúcia Santaella (Pontíficia Universidade Católica
de São Paulo) * Luis Martino (UNB) * João Eduardo Kogler (Universidade de São Paulo) * Ronaldo Prati (Univer-
sidade Federal do ABC) * Ricardo Gudwin ( Universidade Estadual de Campinas) * João Ranhel (Universidade
Federal do ABC) * Eugenio de Menezes (Faculdade Cásper Líbero) * Reinaldo Silva (Universidade de São Paulo) *
Marcio Lobo (Universidade de São Paulo) * Vinicius Romanini (Universidade de São Paulo)

Assistente Editorial
Walter Teixeira Lima Junior

Projeto Gráfico e Logotipo


Danilo Braga * Walter Teixeira Lima Junior * Eduardo Faustino

Editoração eletrônica
Walter Teixeira Lima Junior

Correspondência
Alameda Campinas, 1003, sala 6.
Jardim Paulista, São Paulo, São Paulo, Brasil
CEP 01404-001

Website
www.revista.tecccog.net

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