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Complementares:
SMITH, Adam. Investigação sobre a natureza e as causas da Riqueza das Nações. Ed.
Abril: São Paulo, 1974. Cap 1- 3, p. 13-26.
AMAYO ZEVALLOS, E. “Por uma América indígena”. In: _____ Caminhos do saber
plural, USP, n. 7, 1999, p. 2-16.
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Introdução
A partir do século XVI a economia europeia se expande (navegações)
e se torna mais complexa
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... não é exagero dizer que o rápido crescimento industrial da Alemanha é o maior
monumento político gerado pelo impacto, na Europa, dos produtos alimentícios
americanos... igualmente, o extraordinário crescimento do poder e da população da
Rússia nos séculos XIX e XX tem a ver com a superioridade da batata... como alimento
básico de uma sociedade em processo de industrialização... O aumento da população e
a expansão da industrialização na Europa do norte, com seu resultante impacto na
distribuição do poder a partir de 1750, simplesmente não poderia ter acontecido sem a
alimentação gerada pela expansão da batata nos campos de cultivo. Nenhum outro
produto americano desenvolveu papel tão decisivo no cenário mundial... McNeill: 50-51
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... outras consequências diretas da conquista e da colonização das Américas
ainda estão conosco ... transformaram o tecido da vida européia para sempre.
E também a de outros continentes. Quando a história econômica, social e
cultural do mundo moderno for escrita em termos realistas, a conquista
do Sul da Europa feita pelo milho, do Norte e Leste da Europa pela
batata, e das duas regiões pelo tabaco, e mais recentemente pela Coca-
Cola, parecerá mais proeminente do que o ouro e a prata em nome dos
quais as Américas foram subjugadas
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1- Mercantilistas (séculos XVI e XVII) –
A Economia seria definida como um ramo do conhecimento essencialmente voltado para
a melhor administração do Estado-Nação, sob o objetivo de promover seu
fortalecimento
1- difícil falsificação;
2 - durabilidade e
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John Locke (1696, p. 19): raciocínio sobre o câmbio
Nascimento: 29 de agosto de
1632, Wrington, Reino Unido
Falecimento: 28 de outubro de
1704, High Laver, Reino Unido
Nacionalidade: Inglês
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Caminhos para se acumular riqueza:
1- Encontrar recursos naturais internamente ao país
2- Saquear, com destaque para as descobertas das riquezas na América Latina, principalmente ouro e prata no Peru
e México
Inflação europeia
Dívida externa
Esse último caminho para se acumular metais preciosos parecia o mais promissor, pois envolvia menos a
necessidade de “sorte” , além de desgaste em conflitos.
Problema: se todos países recorressem a esse receituário, o comércio diminuiria no mundo, o que os fatos
desmentiram
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2- Transição para o capitalismo
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Condições prévias da exploração capitalista:
2- liberdade de mercado
3- técnica racional
4- direito racional
5- trabalho livre
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No transcurso do século XVIII, o comerciante atacadista separa-se,
definitivamente, dos varejistas e passa a constituir uma camada específica do
Estado mercantil.
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A política colonial do século XVI a XVIII:
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3- Teorias Clássicas do Comércio Internacional
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A) David Hume (1711-1776)
A hipótese do preço-fluxo de metais preciosos
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B) O Pensamento de Adam Smith (1723-1790)
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Os interesses entre ofertantes e demandantes sinalizariam o que seria importante
produzir em uma economia e a que preço.
Defende a intervenção Estatal apenas nas áreas onde não houver interesse dos setores
privados
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Embora fosse péssima a situação do operário na
época, ele via, com a tranqüila certeza dos que
acreditavam no determinismo das leis naturais,
que a riqueza só podia crescer e, crescendo,
beneficiaria a todos.
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Liberalização do comércio: medidas compensatórias
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AMAYO ZEVALLOS, E. “Por uma América indígena”. In: _____
Caminhos do saber plural, USP, n. 7, 1999, p. 2-16.
Introdução: o eurocentrismo
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A primeira missa
Pintura de Victor Meirelles (1861)
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SANTIAGO MATA INDIOS. PINTURA CUSQUEÑA. S.XVIII. Museo del Cusco
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II.I. SAÚDE
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II.I.1. O AZTECA
Um azteca podia ser escolhido para fazer o serviço militar depois dos 15 anos.
Na sociedade azteca o sucesso no campo de batalha era o meio principal de
ascensão social e por isto muitos moços desejavam ser guerreiros. Mas o
campo de batalha era um lugar perigoso, onde normalmente se usavam
flechas, dardos, fundas e clavas com afiadas bordas de obsidiana que podiam
produzir ferimentos terríveis. Para o tratamento dos feridos o exército azteca
tinha um corpo de especialistas que recompunham os ossos quebrados,
recolocavam em seu lugar as articulações e limpavam e suturavam as feridas.
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Os aztecas eram muito cuidadosos com sua higiene pessoal. Tomavam banho
regularmente em rios e lagos, além de muitos banhos de vapor. A maioria das
casas da capital Tenochtitlan tinha banheiro, uma pequena estrutura circular
esquentada por um forno na parede externa. Ali se entrava e se jogava água
nas paredes para gerar vapor. Os banhos de vapor eram usados por higiene e
também para tratar de resfriados, febres e problemas nas articulações. Os
aztecas também eram cientes da importância da higiene bucal e por isso
limpavam regularmente seus dentes com um pó de carvão vegetal e sal.
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Em relação à impressão que causava a saúde dos aztecas, um
conquistador espanhol do século XVI escreveu: “a população desta
terra é forte e mais bem alta que pequena. São morenos como os
leopardos... bem treinados, robustos e incansáveis e, ao mesmo
tempo, os homens mais moderados que se possam conhecer. São
também belicosos e confrontam a morte com determinação” (Bray, W.
Everyday life of the Aztecs. New York, Dorset Press, 1968).
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II.I.2. O ESPANHOL.
Os conquistadores espanhóis que chegaram ao Novo Mundo foram os
sobreviventes de um prolongado e violento processo de seleção. A mortalidade
infantil era muito alta na Europa dos séculos XV e XVI. Uma em cada três
crianças morria no primeiro ano e menos da metade chegava aos 15 anos. A
nutrição deficiente e as doenças infecciosas eram as causas principais dessa
alta mortalidade. A deficiência de vitaminas era comum e o escorbuto era o
companheiro normal dos navegadores. Epidemias reincidentes de peste
bubônica, varíola, sarampo, tifo e outras doenças periodicamente vitimavam a
população europeia, como também o faziam a seca e a fome.
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Em termos de higiene pessoal, o conquistador espanhol teve muito que aprender de seu adversário
azteca. O banho era um ritual raramente praticado na Europa do século XVI e as cidades não eram
reconhecidas por terem boas condições sanitárias.
Os europeus quase não tinham noção da natureza contagiosa de algumas doenças, atribuindo-as
geralmente a fenômenos astrológicos, bruxarias, moral pessoal dissoluta e principalmente castigo
divino contra os pecaminosos. O tratamento médico, que poderia incluir a sangria do paciente e
remédios de ervas, tinham por objetivo recuperar o equilíbrio dos humores corporais como sangue,
muco ou bílis. Os ricos podiam consultar médicos treinados na universidade mas a pessoa comum
tinha que procurar os barbeiros-cirurgiãos, boticários e praticantes autodidatas. Os barbeiros-
cirurgiãos eram os médicos que acompanharam conquistadores e primeiros colonizadores ao Novo
Mundo. A desconfiança em suas qualidades médicas é sugerida pelo fato de os conquistadores, para
cuidar de seus problemas de saúde, frequentemente preferirem os praticantes aztecas e não seus
compatriotas equivalentes.
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Os espanhóis que chegaram ao Novo Mundo no século XVI eram
violentos, curtidos aventureiros com cicatrizes de batalhas. Muitos
mostravam as marcas deixadas pela varíola, quando crianças, e
também as das feridas de campanhas anteriores. Mesmo entendendo
pouco sobre como proteger sua saúde ou tratar suas doenças, eles
eram sobreviventes. E como os aztecas, seus oponentes no campo de
batalha, tampouco temiam a morte.
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II.I.3. A MEDICINA NO TEMPO DOS
INCAS
Gradualmente numerosas plantas medicinais nativas do Novo Mundo como o Árvore da Quina (matéria prima
do quinino) e a Coca transformaram-se em adições importantes à farmacopéia dos médicos ocidentais.
Algumas das práticas médicas dos nativos do Novo Mundo claramente excediam em brilho às equivalentes da
Europa. Um exemplo é a trepanação, a prática cirúrgica de remover uma parte do osso do crânio do paciente,
normalmente um tratamento médico reservado a fraturas com afundamento do crânio. Curiosamente, a
trepanação evoluiu de forma independente no Velho e Novo Mundo e, em 1492, era praticada em ambos os
lados do Oceano Atlântico. Na América a trepanação foi prática comum dos Incas e de outras culturas
importantes dos Andes. Praticada primeiramente na Costa Sul do Peru 400 anos AC, continuou sendo feita até
o século XVI em regiões do Peru e da Bolívia. O mais impressionante da trepanação no Novo Mundo é a
porcentagem de sobrevivência. Enquanto que a trepanação praticada na Europa tinha uma porcentagem de
mortes próxima de 90% até o fim do século XIX, quando técnicas cirúrgicas de esterilização foram adotadas,
os trepanadores nativos da América do Sul tinham uma porcentagem de sobrevivência entre 50% e 60%,
mesmo tratando-se de pacientes com fraturas cranianas muito graves.
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II.2. MINERAÇÂO
No Peru a exploração da prata transformou-se na atividade
econômica principal antes que no México ... pois os povos
andinos tinham conseguido desenvolver sofisticadas
técnicas de mineração e refino ... em 1545 foram índios
(trabalhando para os espanhóis) os que descobriram
Potosí. Nessa mina, localizada a grande altitude, os foles
europeus não tinham capacidade para aquecer o mineral à
temperatura adequada. Então o Huayra indígena, um forno
para fundir metais construído nas montanhas de modo a
aproveitar os fortíssimos ventos de Potosí (a denominação
do forno homenageia o vento), foi usado e assim se
obteve o primeiro “boom” produtivo. Os índios construíam
os fornos e também eles fundiam o metal. Mas isso não
impediu que um espanhol, dizendo-se seu inventor,
estampasse o Huayra sobre seu brasão ...
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É sabido que o capítulo da história mundial chamado de “período da acumulação
primitiva do capital” (aproximadamente da metade do século XVI até a Revolução
Industrial da década de 1780) foi essencialmente decorrência do envio em massa de
metais preciosos da América à Europa. E o primeiro ciclo de entrada no Velho Mundo de
autênticas montanhas de ouro e prata (mais ou menos até 1590) é, como vemos pela
informação acima, decorrência da tecnologia indígena de mineração. Ou seja,
consequência dos sofisticados conhecimentos metalúrgicos desenvolvidos pela
civilização andina antes da invasão ibérica. Lembremos ainda que esses metais
preciosos, introduzidos na Europa principalmente via Espanha, geraram também a
primeira inflação, em consequência desse primeiro “boom” da produção. Sendo a
inflação uma das caraterísticas da economia moderna, fica claro então que a tecnologia
de mineração indígena andina é um dos alicerces materiais que possibilitaram a
passagem para a modernidade.
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II.3. CULTURA
A contribuição mais importante das Américas ao Velho Mundo foi distribuir pelo
globo uma cornucópia de produtos selvagens e cultivados, especialmente plantas,
sem as quais o mundo moderno tal como o conhecemos não seria concebível.
Pode-se argumentar que isso não tem nada a ver com cultura. Mas o que
cultivamos e comemos, sobretudo quando há um novo tipo de víveres
desconhecido em nosso cotidiano, ou mesmo uma forma completamente nova de
consumo, deve influenciar, pode até transformar, não só o nosso consumo, mas o
modo como vivenciamos outros assuntos. Considerem-se apenas os víveres
básicos. Quatro dos sete produtos agrícolas mais importantes no mundo de hoje
são de origem americana: a batata, o milho, a mandioca e a batata doce. (Os outros
três são o trigo, a cevada e o arroz)
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Mas, e os produtos do Novo Mundo que não foram meros substitutos de coisas já
consumidas no Velho Mundo, mas abriram novas dimensões, novos estilos
sociais? Chocolate, tabaco, cocaína? Ou que se tornaram ingredientes básicos de
novidades como o chiclete, a Coca-Cola (mesmo que tenha tirado a cocaína de sua
composição original) e a tônica do gim-tônica? E as significativas contribuições à
farmacopéia médica do mundo, como o quinino, durante muito tempo a única
droga capaz de controlar a malária? E os girassóis que Rembrandt e Van Gogh
pintaram, os amendoins sem os quais a sociabilidade ocidental moderna seria
incompleta,- para não mencionar seu uso mais prático como fonte importante de
óleos vegetais?.
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III. PORQUE FOI POSSÍVEL A CONQUISTA?
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Essa superioridade baseava-se no domínio da tecnologia
do aço, fato indiscutível. Acontece que a Europa da
conquista, como se viu no perfil de saúde do espanhol, era
pobre em recursos e território fértil para doenças
endêmicas. Isso talvez ajude a explicar o estado de quase
guerra permanente nesse continente, já que ele
possibilitava a pilhagem dos recursos do vencido.
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No entanto, reconhecer que Europa, em relação à América Indígena, tinha vantagens na
tecnologia do aço não significa admitir sua superioridade em todos os terrenos
tecnológicos. Os casos já narrados mostram que a América pré-colombiana tinha
vantagens em relação à Europa, por exemplo em tecnologia agrícola, empregada não
para matar e destruir, mas ao contrário, para dar vida, uma tecnologia para a
construção. Por isso seus produtos agrícolas, incorporados plenamente na dieta
européia, foram essenciais para eliminar definitivamente a fome na Europa e incrementar
a população em lugares fundamentais desse continente (Alemanha, Rússia,
Escandinávia, Irlanda etc). Sem esses produtos não seria possível explicar a explosão
demográfica européia dos séculos XVII e XVIII que finalmente tornou realidade a
observação seguinte: “nunca houve na história [como o século XIX] um século mais
europeu, nem tornará a haver”
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Diferenças Portugal e Espanha
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Erro de português
Oswald de Andrade
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
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