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Direito Constitucional nas 5 Fontes

Aula 00 - Aula Demonstrativa


Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte

Aula 2
Direito Constitucional
Teoria da Constituição – parte 1: Sentidos (concepções) da Constituição
e Poder Constituinte.
Professor: Vítor Cruz e Rodrigo Duarte

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Aula 2
11
E aí pessoal, agora vamos começar pra valer... animados? Espero que sim, pois
a cada aula sua aprovação estará mais próxima... Vamos estudar para o 11...
não tem essa de se contentar com um 7 não.
É isso aí, vamos lá.

Sentidos (concepções) das Constituições e Poder Constituinte:


Neste ponto, ainda estamos falando do "conceito de Constituição", nós veremos
qual a resposta que um monte de gente (filósofos, juristas...), ao longo da
história, deu para a pergunta: o que é na verdade essa tal de Constituição?
Pois é, essa pergunta não vem de agora não! Ao longo dos anos, diversas
pessoas tentaram definir o que seria uma Constituição, e de que forma esta se
relacionaria com a sociedade.
Assim, desenvolveram-se diversos sentidos, ou concepções, do que seria ou
do que deveria ser uma Constituição.
Basicamente temos 3 principais doutrinas:

 Sentido sociológico  Ferdinand Lassale;


 Sentido político  Carl Schimitt;
 Sentido Jurídico  Hans Kelsen.

Vocês são capazes de matar um monte de questão


só decorando esse quadrinho acima (um monte mesmo!!!), e para ajudá-los a
gravar:

Pulo do Gato:
 Sentido SocioLógico  Ferdinand LaSSaLe;
 Sentido políTico  Carl SchimiTT;
 Sobrou o "jurídico de Kelsen", mas aí já ficou fácil...

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Certo... mas agora vamos efetivamente entender o que significa todo esse blá-
blá-blá, pois será útil no futuro:

Sentido Sociológico:
O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os
"fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc.
Assim, a Constituição, se observada sobre o prisma sociológico, nada mais é do
que a forma como a própria sociedade organiza o seu poder, as relações que
estabelece entre governantes e governados e estes entre si. Desta forma,
independente de haver ou não documento escrito, formalizando a Constituição,
a Constituição existe! Pois é a própria relação de poder na sociedade. Com
efeito, todos os povos sempre tiveram uma constituição, sociologicamente
falando.
E é nisso que se apóia Ferdinand Lassale. Lassale defendia em seu livro “O que
é uma Constituição? (A essência da Constituição)” (1864) que na verdade, a
constituição seria um “fato social”, seria um evento determinado pelas forças
dominantes da sociedade.
Assim, de nada vale uma constituição escrita se as forças dominantes impedem
a sua real aplicação. De nada vale uma norma, ainda que chamada de
Constituição, que não tivesse qualquer poder, se tornando o que chamava de
uma mera “folha de papel”.
Deste modo, defendia ele que o Estado possuía 2 constituições: A “folha de
papel” e a “Constituição Real”, esta era a soma dos fatores reais de
poder, ou seja, a reunião de tudo aquilo que efetivamente mandava na
sociedade.
Assim, como a existência da Constituição independe de qualquer
documento escrito, mas sim, decorre dos eventos determinantes da
sociedade, Lassale dizia que todos os países possuem, possuíram sempre, em
todos os momentos da sua história uma constituição real e efetiva.
Super tranquilo, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido SocioLógico 
Lembrou de Ferdinand LaSSaLe.

Sentido Político:
Para entender melhor o "sentido político", eu lhe faço uma pergunta: Você
sabe o que é "política"?
Peguei pesado, hein?! Se você sabe definir política, você está muito bem nos
estudos, meus parabéns! Se você não sabe, não se preocupe, pois este é um
dos institutos de conceito mais vago e diversificado que existem.
Ao estudarmos a Teoria Geral do Estado, vemos que o grande Max Weber, ao
atrelar a política ao Estado, deu a seguinte definição: Política seria o "conjunto

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de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar a


divisão do poder 1 (...)".
Já o ilustre professor Dallari, sintetiza o caráter político do Estado como sendo
"a função de coordenar os grupos ou indivíduos, com em vista de fins a
serem atingidos, impondo a escolha dos meios adequados2".
E eis que vem o pobre professor Vítor Cruz, na humildade, e tenta facilitar a
vida de seus alunos dizendo: Pensou em política, pense em "organização"
e "estratégia". Pois, algo político é aquilo que irá organizar alguma coisa (no
caso do Estado, organizar seu poder, sua forma de aquisição e sua
transmissão) com fins estratégicos (visando algo "macro", importante, com
"visão de topo" e não meramente operacional).
Assim, podemos dizer que a Constituição em sentido político seria pensar a
Constituição como o diploma que estabelece as principais coisas organizatórias
do Estado e seus direitos fundamentais. Qualquer outra coisa que não tiver esse
caráter essencial (organizatório, estratégico) não será político, logo, não será
constituição.
Assim, dizemos que Carl Schimitt, em sua obra "O Conceito Político" (1932) era
defensor da teoria “decisionista” dizia que a Constituição é fruto de uma
“decisão política fundamental” que, grosso modo, significa a decisão base,
concreta, que organiza o Estado e estabelece seus fins essenciais.
Assim, só é constitucional aquilo que organiza o Estado e limita o Poder, o resto
são meras "leis constitucionais".
Assim, Schimitt pregava que a Constituição formal, escrita, não era o
importante, pois, deve-se atentar ao conteúdo da norma e não à sua forma
(conceito material de constituição).
Atualmente este conceito de Carl Schimitt não foi totalmente abandonado,
embasando a divisão doutrinária entre normas “materialmente constitucionais”
(Ou seja, que possuem conteúdo próprio a uma Constituição) das normas
apenas “formalmente constitucionais” (Ou seja, que possuem forma de
Constituição, porém possuem um conteúdo que não é o conteúdo fundamental
que uma Constituição deveria prever).
Ficou bem fácil, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido políTico 
lembrou de Carl SchimiTT

Sentido Jurídico:
Quando você pensa em jurídico, você pensa em que?
Aposto que falou "lei" ou "norma", estou certo? E, é por aí mesmo... Algo que
está no mundo jurídico é algo que está na lei, está normatizado. Assim,

1
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª Edição. São Paulo : Saraiva, 2012. Pág.
130.
2
idem.

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enxergar a Constituição em sentido jurídico é vê-la como uma norma, uma lei.
Diga-se de passagem, a lei máxima de um ordenamento jurídico.
Este é o conceito cujo maior defensor foi Hans Kelsen, que foi uma grande
Influência na Constituição da Áustria de 1920. Kelsen era defensor do
positivismo (o que importa é a norma escrita). Segundo seus ensinamentos, a
Constituição é "norma pura", "puro dever ser". Isso significa que a
Constituição (norma jurídica) tem origem nela própria, ela é criada baseando-se
no que "deve ser" e não no mundo do "ser". Assim, o surgimento da
Constituição não se apóia em qualquer pensamento filosófico, político ou
sociológico. Tem-se uma norma maior, uma norma pura, fundamental.
Kelsen era contemporâneo e grande rival de Schimitt. Para Hans Kelsen, o que
importa para ser Constituição é ter a forma de uma Constituição (conceito
formal de constituição). Um texto que se coloque acima das demais normas,
que só possa modificar-se por um processo rígido, complexo, e que deverá ser
observado por todas as demais dentro de um ordenamento jurídico.
O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2 desdobramentos:
1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi imaginada
antes de escrever seu texto.
2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva, que
efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do
ordenamento.

Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de


validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva.
Outro defensor do sentido jurídico da Constituição foi o jurista alemão Konrad
Hesse, discípulo de Kelsen. Hesse foi o conhecido pela obra". A Força Normativa
da Constituição" (1959), onde resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o
flexibilizou - disse que o pensamento de Lassale até fazia sentido, porém, havia
pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade.
Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam reciprocamente
influenciadas. Assim, Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo
que a Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um
documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não
deveria) ser ignorada.

Demais juristas e observações:


J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição: Canotilho dizia
que a Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do Estado,
notadamente através das normas programáticas inseridas no seu texto. A
CF/88 brasileira é exemplo de uma Constituição dirigentes, principalmente
devido as diversas normas programáticas dos direitos sociais. Assim, a CF/88,
além de limitar o poder do Estado, traz normas que direcionam a sua atividade.

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Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição:


Häberle dizia que as Constituições eram muito fechadas, pois eram
interpretadas apenas pelos “intérpretes oficiais” – Os Juízes. Defendia, então,
que todos os agentes que participam da realidade da Constituição deveriam
participar também da interpretação constitucional.
Quadro Esquemático:
Autor Ferdinand Lassale Carl Schimitt Hans Kelsen
Sentido/ Sentido Sociológico Sentido político Sentido Jurídico
concepção
Dica: LaSSaLe - Dica: SchimiTT -
de
SocioLógico PolíTico
Constituiçã
o
O que dizia: Obra: A Essência da Obra: O conceito Influência na
Constituição - O que político - 1932 Constituição da
é uma Constituição? Áustria - 1920
A constituição é
- 1864.
uma decisão Contemporâneo e
Constituição é um política grande rival de
fato social. fundamental - Schimitt - defendia o
"decisionimo". "positivismo".
Não adianta tentar
colocar uma norma Por decisão política conceito formal de
escrita, pois a fundamental constituição - tudo
constituição entende-se a que está na
escrita = mera decisão base, constituição é capaz
folha de papel a concreta que de se impor sobre o
Constituição é organiza o Estado. resto do ordenamento
formada pelas Assim, só é jurídico.
"Forças Dominantes constitucional
A constituição tem 2
da Sociedade" = aquilo que
sentidos:
soma dos fatores organiza o Estado
reais de poder. e limita o Poder, o Lógico-jurídico:
resto são meras norma hipotética
Assim para Lassale
"leis (imaterial, pensada -
tínhamos 2
constitucionais". como deveria ser)
constituições = a
que serve base para o
constituição real e a
sentido Jurídico-
folha de papel.
Positivo:
Constituição
efetiva, escrita,
capaz de se impor
sobre o resto do
ordenamento.

Vamos fixar agora com algumas questões:


 Questões da FCC:

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1. (FCC/ Procurador- TCM/ 2015) É necessário falar da Constituição


como uma unidade e conservar, entretanto, um sentido absoluto de
Constituição. Ao mesmo tempo, é preciso não desconhecer a relatividade das
distintas leis constitucionais. A distinção entre Constituição e lei constitucional
só é possível, sem dúvida, por que a essência da Constituição não está contida
numa lei ou numa norma. No fundo de toda a normatividade reside uma
decisão política do titular do poder constituinte, ou seja, do povo na democracia
e do monarca na monarquia autêntica. O trecho acima transcrito expressa o
conceito de Constituição de
(A) Karl Loewenstein, na obra Teoria da Constituição.
(B) Carl Schmitt, na obra Teoria da Constituição.
(C) Konrad Hesse, na obra A força normativa da Constituição.
(D) Peter Häberle, na obra Hermenêutica constitucional.
(E) Ferdinand Lassalle, na obra A essência da Constituição.
Comentários:
O enunciado fala em decisão política para a formação da constituição, daí temos
o sentido político da Constituição, consagrada por Carl Shimitt.
Gabarito: Letra B.

2. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" comporta


uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa
corretamente frase, autor e sentido.
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua
história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político.
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja,
concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política.
Ferdinand Lassale. Sentido político.
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto
grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada
observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido
lógico-jurídico.
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais
do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que
imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico.
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar
globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito
constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.
Comentários:
Essa questão é muito legal... Traz um resumão de todo o tema.

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Letra A - Errada. A doutrina que defendia isso era o sentido sociológico de


Lassale, já que para ele, não importava qualquer documento escrito para que
um país possuísse Constituição. A Constituição real e efetiva seria marcada pelo
somatório dos fatores reais de poder, ou seja, as forças dominantes, as quais
sempre existem e existiram em qualquer sociedade.
Letra B - Errada. Essa é a concepção política de Schimitt não de Lassale, que
era a sociológica.
Letra C - Errada. Está correto dizer "sentido lógico-jurídico", mas quem disse
isso foi Hans Kelsen. Rousseau era quem previa que o Estado derivaria de um
"contrato social", nada tem haver com sentido jurídico de Constituição.
Letra D - Correto. É o que Lassale dizia. Se a Constituição não exprimisse o
pensamento das forças dominantes, ela seria uma mera “Folha de Papel”.
Letra E - Errada. Jorge Miranda é um professor português cujas obras de
direito constitucional são de grande relevância. Porém o sentido dirigente é
defendido por Canotilho, segundo este autor a Constituição deve ser um plano
que irá direcionar a atuação do Estado, notadamente através das normas
programáticas inseridas no seu texto.
Gabarito: D.

 Questões do CESPE:
3. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No sentido
político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos fatores reais do
poder que formam e regem determinado Estado.
Comentários:
Falou em sentido políTico  lembrou de Carl SchimiTT, até aqui tudo certo ok?
Mas sabemos que quem fala sobre a soma dos fatores reais de poder é
LaSSale, que fala do sentido Sociológico.
Gabarito: Errado.

4. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012)


Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma
dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva.
Comentários:
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela
simples observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o
poder. Essa Constituição sociológica, que seria a própria relação de poder, é a
verdadeira Constituição, real e efetiva, a par de qualquer documento escrito.
Gabarito: Correto.

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5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012)


Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser
considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se
refletir as forças sociais que constituem o poder.
Comentários:

Isso mesmo, pouco importa a Constitução escrita para Lassale, o que importa é
a Constituição real que é a soma dos fatores de poder que dominam a
sociedade. Para a Constituição escrita valer de alguma coisa, ela tem que
refletir o poder social.
Gabarito: Correto.

6. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, elaborada por


Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos
fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica
e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.
Comentários:
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela
simples observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o
poder.
Gabarito: Correto.

7. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não


passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais
do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais
legitimidade.
Comentários:
Quem dizia isso era Ferdinand Lassale e não Hans Kelsen.
Gabarito: Errado.

8. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido sociológico


defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política.
Comentários:
Realmente Lassale defendia o sentido sociológico. Mas dizer que a Constituição
é fruto de uma decisão política é expressar o pensamento de Carl Schmitt
(conceito político) e não de Lassale.
Gabarito: Errado.

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9. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido


sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a
decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura
e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática,
enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no
documento, destituídos de decisão política fundamental.
Comentários:
Este seria o sentido político defendido por Carl Schimitt, onde teríamos de
forma bem distinta: a Constituição, que seria formada pelas normas que
organizam o Estado e limitam o poder estatal, e as demais normas que
formariam meras "leis constitucionais" já que não veiculariam conteúdos
essenciais a uma Constituição.
Gabarito: Errado.

10. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido jurídico, a


Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.
Comentários:
O defensor do sentido jurídico era Hans Kelsen, para ele a norma se origina na
própria norma, a Constituição é norma pura, o chamado puro "dever ser", ou
seja, o mundo hipotético fruto do pensamento racional do ser humano, aquilo
que o homem deseja para a organização do poder. O que importa no sentido
jurídico é a formalidade, a rigidez da constituição, sua característica de ser
superior às demais normas e servir de ponto de partida para todas as outras,
ser a norma fundamental do ordenamento, independente do assunto tratado.
Desta forma, não há qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica
já que a Constituição é normativa e não um mero convite aos poderes públicos.
Gabarito: Correto.

11. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui diversas


acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um
conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.
Comentários:
O enunciado mostra o pensamento de Hans Kelsen, que defendia o conceito
jurídico de Constituição, sendo esta uma norma pura, que tem origem nela

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mesma, sem se prender a qualquer fundamentação sociológica, política ou


filosófica.
Letra E.

12. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o princípio da


força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas
jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento
recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da
realidade. Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e
política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante
em relação a ela.
Comentários:
Exato. Hesse resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o flexibilizou,
dizia que Lassale havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de
modificar a sociedade. Desta forma, a norma constitucional e a sociedade
seriam reciprocamente influenciadas.
Gabarito: Correto.

13. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força normativa da


constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -
, a constituição tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a
reflexão dos valores essenciais da comunidade política submetida.
Comentários:
É isso aí. Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo que a
Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um
documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não
deveria) ser ignorada.
Gabarito: Correto.

14. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da


força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da
Carta, na solução das questões jurídicoconstitucionais, devem procurar a
máxima eficácia do texto constitucional.
Comentários:
Ferdinand Lassale não tinha nada haver com força normativa da Constituição,
pelo contrário, ao pregar o sentido sociológico da Constituição, onde a
constituição real era aquela formada pelos fatores reais de poder da sociedade,
dizia que a constituição poderia ser completamente ignorada pela sociedade. A
força normativa da Constituição foi concebida por Konrad Hesse, jurista da
doutrina positivista, que defendia o sentido jurídico da Constituição aplicando os
ensinamentos de Hans Kelsen.

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Gabarito: Errado.

15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão Peter


Härbele, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais de poder
que regulamentam a vida nessa sociedade.
Comentários:
Quem dizia isso era Lassale. Härbele estava preocupado com o fato da
interpretação constitucional ser realizada por todos os agentes da sociedade.
Gabarito: Errado.

16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt,


considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu na
afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em que estaria
situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico positivo, ou seja, a
norma positivada.
Comentários:
O sentido jurídico dizia exatamente isso. Porém o seu defensor era Hans Kelsen
e não Carl Schmitt. Este era defensor do sentido político.
Gabarito: Errado.

17. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade aberta


dos intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a
interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que
vivem a norma, devendo ser inseridos no processo de interpretação
constitucional todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais.
Comentários:
Exato. Era isso que pregava Härbele.
Gabarito: Correto.

 Questões da ESAF:

18. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente


doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem
Constituição, isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma
estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade
não é a Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas.
Comentários:

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Realmente, Carl Schmitt era defensor da corrente decisionista, porém, a


Constituição escrita não é importante para ele, pois, estava preocupado apenas
com o conteúdo das normas - conceito material de constituição.
Gabarito: Errado.

19. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é


dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade
política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto
formal, pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a idéia
de rigidez de todas as regras.
Comentários:
Decisão fundamental é a corrente decisionista de Schimitt, não de Lassale.
Lassale defendia a constituição como “FATO SOCIAL”, seria um evento
determinado pelas forças dominantes da sociedade.
Gabarito: Errado.

20. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido


político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito de
constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis
constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado.
Comentários:
Para Carl Schimitt o importante era matéria tratada e não a formalidade. Assim,
não podemos dizer que a Constituição equivaleria às leis constitucionais, estas
seriam apenas aquelas normas presentes no corpo constitucional mas que não
tratariam das matérias essencialmente constitucionais.
Gabarito: Errado.

21. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político pode ser


entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas
constitucionais positivas.
Comentários:
O sentido político da Constituição era o sentido defendido por Carl Schimitt,
onde a Constituição seria o fruto de uma “decisão política fundamental”, pouco
importava a forma, o que importava na verdade era a matéria tratada que
deveria englobar a “organização do Estado” + “Direitos Fundamentais”. A
fundamentação de validade das normas constitucionais positivas refere-se a
concepção lógico-jurídica de Kelsen.
Gabarito: Errado.

 Questões de outras bancas:

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22. (VUNESP/ Juiz- TJ-MS/ 2015) Considerando os diferentes conceitos de


Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise
as seguintes manifestações sobre o tema:
I. Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma
determinada nação.
II. Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza
ou funda um Estado.
Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos,
respectivamente, a
(A) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
(B) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
(C) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
(D) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
(E) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.
Comentários:

O item I traz a descrição do sentido sociológico da Constituição, cunhado por


Ferdinand Lassale, é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os
"fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc.
Segundo Lassale, “Constituição Real”, esta era a soma dos fatores reais de
poder.
O item II, como o próprio nome sugere, se refere ao sentido político da
Constituição, e segundo a obra o "O Conceito Político" de Carl Schimitt, a
Constituição é fruto de uma “decisão política fundamental” que, grosso
modo, significa a decisão base, concreta, que organiza o Estado e estabelece
seus fins essenciais.
Logo, o gabarito é a letra E.

23. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção de


Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de uma
sociedade", advém de um conceito de índole
a) política, empregada originalmente por Michel Temer.
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale.
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen.
d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva.
e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho.
Comentários:
O enunciado trata da sociedade como formadora da Constituição real. É o
pensamento de Ferdinand Lassale - Sentido Sociológico.
Letra B.

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24. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido político, a


constituição abriga normas que, segundo Ferdinand Lassalle, têm origem nos
chamados fatores reais de poder predominantes em determinada época e lugar.
Comentários:
Esse conceito é o sociológico e não o político.
Gabarito: Errado.

25. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido sociológico, a


constituição é o fruto de uma decisão política fundamental acerca do modo e da
forma da unidade política onde surgiu.
Comentários:
Esse é o conceito político e não o sociológico.
Gabarito: Errado.

26. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as referências


abaixo acerca dos conceitos de Constituição:
I. Constituição no sentido lógico-jurídico.
II. Constituição no sentido jurídico-positivo.
III. Constituição como decisão política fundamental.
Faça a correlação com as referências a seguir:
( A ) Significa a norma fundamental hipotética.
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e fundamental advinda
da unidade política, e identificável pelo núcleo de matérias que lhe são próprias
e inerentes.
( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas abaixo, marque
aquela que expressa a relação correta entre as referências acima:
a) (I-C);(II-A);(III-B).
b) (I-A);(II-B);(III-C).
c) (I-A);(II-C);(III-B).
d) (I-B);(II-C);(III-A).
e) (I-B); (II-A);(III-C).
Comentários:
O sentido jurídico de Kelsen se desdobra no sentido Lógico-jurídico e no
Jurídico-Positivo. O Lógico-jurídico é a norma hipotética (imaterial, pensada -
como deveria ser) que serve base para o sentido Jurídico-Positivo, que é
Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento.
Assim temos I-A e II-C
A letra B expressa o sentido político da Constituição. Assim, III-B

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Gabarito: Letra C.

27. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Os chamados "fatores reais de


poder" caracterizam o sentido político do termo Constituição, na teoria de Carl
Schmitt.
Comentários:
Os fatores reais de poder caracterizam o sentido sociológico de Lassale.
Gabarito: Errado.

Poder Constituinte:
GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em direito, quase todos os termos tem um
origem lógica, quanto mais vocês ficarem atentos a isso, mais fácil a vida de
vocês será facilitada.
Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou modificar
aquilo que está escrito como "Constituição".

Espécies:
O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide basicamente em 2:
originário e derivado.
Veja, originário vem de “origem” (simples não?!). Assim, o poder originário é o
que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a toda a ordenação
estatal, constituindo o Estado e, dessa forma, fazendo surgir a Constituição. Ele
pode também ser chamado de poder constituinte de primeiro grau.
O poder derivado é o que “deriva” do inicial, ele é criado pelo poder constituinte
originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que foram anteriormente
estabelecidas ou estabelecendo coisas que não foram inicialmente previstas, é o
chamado poder constituinte de segundo grau.
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes constituintes (sempre
um único originário e o resto derivando dele):
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, um poder
político (organizador). Todos os outros são poderes jurídicos, pois foram
instituídos pelo originário, ou seja, já estão na ordem jurídica, enquanto o
originário é "pré-jurídico".
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas constitucionais.
Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de seu
texto. (CF, art. 60).
3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para se
manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir.
Seu objetivo era restabelecer uma possível instabilidade política causada
pela nova Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O poder ,

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então, manifestou-se em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de


revisão, e após isso acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a
doutrina. O procedimento de revisão constitucional era um procedimento
bem mais simples que a reforma (vide CF, art. 3º ADCT).
4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem para
elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da autonomia estatal
chamada de "auto-organização".

A criação pelos Municípios de suas "leis


orgânicas municipais" não é considerada como fruto deste poder constituinte
decorrente, já que a lei orgânica não possui aspecto formal de constituição e
sim de uma lei ordinária, embora materialmente seja equiparada a uma
Constituição. No entanto, alguns doutrinadores costumam dizer que se trata
de um "poder constituinte de terceiro grau".

5- Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder de se promover a


mutação constitucional. Mutação constitucional é a alteração do significado
das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz
através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder
Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da
Constituição. Informal porque não altera a “forma”, ou seja, a estrutura do
texto, mas somente a sua interpretação.

Poder Constituinte Originário X Derivado:


O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido
pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra “O que é o terceiro
Estado?” publicada pouco antes da Revolução Francesa. Assim, segundo o
abade, decorreria da soberania que a nação possui para organizar o Estado.
Decorrente do pensamento de Sieyés, temos que o povo é o titular da
soberania (poder supremo que é exercido pelo Estado nos limites de um
determinado território, sem que se reconheça nenhum outro de igual ou maior
força) e por consequência disso, também será o titular do poder constituinte
originário, que é a expressão desta soberania.
Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder político, ele
é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à ordem jurídica. Assim, ele
é o poder que organiza o Estado. Quando se faz uso do poder constituinte
originário está se organizando o Estado e assim criando a ordem jurídica.
Dentro desta ordem jurídica estará também instituindo-se os demais poderes
constituintes (revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão
chamados de poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e retiram o

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seu fundamento diretamente da ordem jurídica instituída. Tais poderes não são
mais poderes iniciais, mas sim derivados.
Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da Constituição.
Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO nos limites do texto
constitucional. Na CF brasileira, os encontramos nos seguintes dispositivos:
Reformador - CF, art. 60;
Revisor - CF, ADCT, art. 3º;
Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11.
Difuso – Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente dela,
reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder que os órgãos
políticos possuem de direcionar o Estado, interpretando a Constituição.

Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário:


O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode ser
considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um
novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo
instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente).
Embora entenda-se que o poder constituinte tem o povo como seu titular, e é
na vontade desse povo que se deve instituir a nova ordem, muitas vezes esse
poder é usurpado pelo governante. Na história, então, vemos que este poder
tem sido manifestado das seguintes formas:
 Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte - Reunião de
legitimados pelo povo para que se elabore um texto constitucional.
 Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até então
vigente, para que se institua uma nova ordem constitucional.
 Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova Constituição
(ou Carta Constitucional) de observância obrigatória para o povo, sem
que este se manifeste.
 Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a
Constituição ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional através
de um referendo. Desta forma, não obstante ser um Constituição
outorgada, temos a participação popular para que entre em vigor.

Titular do Poder X Exercente do Poder:


É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, achando
que por ser a Assembléia Nacional Constituinte a reunião de legitimados, ela
tomaria para si a titularidade.
O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, poder para
organizar o Estado. A Assembléia Nacional Constituinte é apenas o exercente
deste poder do povo, que é permanente, não se esgotando com a feitura da
Constituição. Já que se o povo perceber que aquela ordem constitucional não é
mais válida para seus anseios, poderá dissolvê-la e instituir uma nova.

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Poder Constituinte Supranacional:


Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do poder
constituinte supranacional, aquele que transcenderia às fronteiras de um
Estado. Ele ocorreria na medida em que se criaria uma Constituição única para
ordenar politicamente e juridicamente diversos Estados, como se tentou, sem
sucesso, na União Européia.

Características do PCO e suas definições:


1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui todos os
outros poderes;
2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento jurídico;
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação
material ao seu exercício (é o que diz a corrente positivista adotada pelo
Brasil). Uma parte da doutrina que resgata o pensamento "jusnaturalista" diz
que o PCO deve ser limitado pelos direitos humanos supranacionais. Porém,
para fins de concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione
expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota
majoritariamente a corrente positivista.

Apesar dessa inexistência de limitações


defendida pela corrente positivista, existe historicamente nas Constituições
(de países democráticos) um respeito dos princípios básicos como o da
dignidade da pessoa humana e da justiça. A diferença é que para os
jusnaturalistas esse respeito seria uma obrigação instransponível, enquanto
para os positivistas seria apenas um bom senso, um respeito aos direitos
conquistados, e decorrência lógica dos regimes que se pretendem instituir.
4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder.
5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal pré-
estabelecido para que ele se manifeste.
6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu exercício.

Cada característica possui a sua exclusiva


definição. Não se pode definir a uma certa característica usando a
definição de outra.

Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é ilimitado, pois não se
sujeira a nenhum procedimento pré-estabelecido de manifestação". É errado
pois definiu "ilimitado" com o conceito de "incondicionado". Isso é muito comum
em concursos.
Características dos Poderes Derivados (em especial o reformador) e
suas definições

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1- Poder Jurídico - Pois foi instituído pelo PCO dentro da ordem jurídica.
2- Derivado – Pois não é o inicial, e sim deriva do PCO.
3- Condicionado - Pois sua manifestação se condiciona ao rito estabelecido
pelo art. 60
4- Limitado - Deve respeitar os limites impostos pela Constituição.

Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário:


1- Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior.
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição
revoga completamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma,
não é aceito no Brasil a chamada "teoria da desconstitucionalização". A teoria
da desconstitucionalização defende que as normas constitucionais anteriores,
que não fossem conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição,
continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis
ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da desconstitucionalização" só
deverá ser marcada como correta no concurso caso se fale em "doutrina
minoritária".
2- Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível
materialmente.
Essa é a chamada teoria da recepção. Agora, não estamos falando mais de
normas constitucionais e sim daquelas leis com status inferior à Constituição.
Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem compatíveis em seu
conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e continuarão a
viger, independente de sua forma. É uma face do princípio da conservação das
normas e da economia legislativa.
Ratificamos que para que ocorra a recepção basta analisar seu conteúdo
material, pouco importando a forma. Por exemplo, o CTN (lei nº 5.172/66)
criado como lei ordinária em 1966 sob a vigência da CF de 1946 vigora até os
dias de hoje, mas com status de lei complementar, que é a forma exigida para
o tratamento da matéria tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre
CTN, vemos neste caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo
contraria o disposto na CF/88 e assim está revogada, vigorando apenas uma
parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a recepção parcial é
perfeitamente válida.
Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o fato
que só podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no momento do
advento da nova constituição, assim, normas anteriores já revogadas,
anuladas, ou ainda em vacatio legis (período normalmente de 45 dias entre a
publicação da lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser
recepcionadas.
As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Não há
o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que uma norma seja
considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum problema, algum
vício. Assim, não existe no Brasil a tese da "inconstitucionalidade
superveniente", ou seja, uma lei para ser inconstitucional ela deve nascer
inconstitucional, se ela não nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita)

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ela nunca irá durante sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no
máximo, revogada.

CF que permite Nova CF que proíbe a


matéria "A" matéria "A"

Lei que trata da


matéria "A"
Revogação - não se pode falar em
inconstitucionalidade superveniente.
Para ser inconstitucional tem que
fazer a averiguação da
compatibilidade em face da CF do
momento que foi criada.

3- Produção de efeitos com retroatividade mínima.


Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei é irretroativa, ou seja, será
aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior à entrada em
vigor.
Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são dotadas de
retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma retroatividade mínima,
já que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos passados. A
doutrina divide os efeitos da retroatividade das normas, geralmente em 3
modos:
 Máxima – Quando atinge inclusive os fatos passados já consolidados. Ex.
As prestações que já venceram e que já foram pagas.
 Média – Quando atinge os fatos passados, mas apenas se estes
estiverem pendentes de consolidação.Ex. As prestações já vencidas mas
que não foram pagas.
 Mínima – Quando não atinge os fatos passados, mas apenas os efeitos
futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. Essa é a teoria adotada
no Brasil. Ex. As prestações que ainda irão vencer.

Importante salientar que: esta é a regra que


acontece caso a Constituição não diga nada a respeito. Já que, como o
PCO é um poder ilimitado, ele poderá inclusive retroagir
completamente, desde que faça isso de forma expressa no texto.

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Para explicar e exemplificar essa produção de efeitos:

Existem basicamente 2 coisas: retroatividade e irretroatividade.

Irretroatividade significa que não alcança nada que veio do passado. É


irretroativo, não retroage nada, vale somente daqui pra frente, e somente para
o que for acontecer daqui pra frente.

Retroatividade significa que, de alguma forma, pegaremos algo que está no


passado, ou que veio do passado.

Esse "passado", por sua vez, está dividido em 3 coisas (imagine um contrato de
compra de algo, com pagamento feito em parcelamentos):

1- Temos vários fatos que já se consumaram (a assinatura do contrato e as


parcelas que venceram no passado, já foram pagas, e acabou!).

2- Aqueles fatos que ainda não se consumaram (parcelas que venceram no


passado, mas ainda não foram pagas, logo ainda não se consumaram).

3- Os efeitos futuros dos fatos passados (as parcelas que ainda nem venceram,
vão vencer, mas são decorrentes desse contrato firmado no passado).

Se a nova norma alcançar o caso 1 é será retroatividade máxima, o caso 2 é


média e o 3 é mínima.

Os 3 casos dizem respeito a algo no passado, nem que tenha sido um contrato
firmado, pendente do pagamento de parcelas.

Se 22estivéssemos diante de uma irretroatividade, o simples fato de esse


contrato ter sido firmado no passado, já o deixaria livre de sofrer qualquer
modificação, seja no seu teor ou seja nas parcelas decorrentes dele.

Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de efeitos com


retroatividade mínima é a “vedação da vinculação ao salário mínimo” – CF, art.
7º, IV.

Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de pensões


e benefícios em geral a certo número de salários mínimos. Assim, no momento
da vigência da norma constitucional, era necessário modificar a maneira de
calculá-las, pois a norma é de aplicação imediata. No entanto, essa nova
maneira de calcular o benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos
que já foram pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos mas
não foram. Vai valer somente para os próximos proventos.

Veja que não podemos confundir isso com “irretroatividade”, pois estamos
falando de um benefício que tem o seu início no passado e será atingido pela

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nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os novos vencimentos continuariam


sendo pagos com a vinculação anterior estabelecida em número de salários
mínimos e não é isso que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente
em seus “efeitos futuros”.

Reforma Constitucional:
Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está
condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver quais são
as condições e limitações ao seu exercício:
Iniciativa da Emenda A Constituição poderá ser
Constitucional de Reforma emendada mediante proposta:
(CF, art. 60)
1. De pelo menos 1/3 dos
Deputados ou Senadores;
2. Do Presidente da
República;
3. De mais da metade das
Assembléias Legislativas das
unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de
seus membros.
Obs. Maioria relativa = maioria
simples (mais da metade dos
votos dos presentes);
Limitação circunstancial A Constituição não poderá ser
emendada na vigência de
(CF, art. 60 §1º)
intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de
sítio.
Limitação Procedimental A proposta será discutida e
votada em cada Casa do
(CF, art. 60 §2º)
Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos,
3/5 dos votos dos respectivos
membros.
Promulgação A emenda à Constituição será
promulgada pelas Mesas da
(CF, art. 60 §3º)
Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.
Limitação Material Expressa Não será objeto de deliberação a

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(Cláusulas Pétreas Expressas) proposta de emenda tendente a


abolir:
(CF, art. 60 §4º)
1. a forma federativa de
Estado;
2. o voto direto, secreto,
universal e periódico;
3. a separação dos
Poderes;
4. os direitos e garantias
individuais.
Obs. Entende-se que não se
pode sequer reduzir o alcance
destas matérias, mas observe
que elas não são imutáveis, pois
poderá ser mexido no caso de
aumentar o poder de alcance
delas.
Obs2. Voto obrigatório não é
cláusula pétrea, apenas o fato de
ser direto, secreto, universal e
periódico.
Limitação Material Implícita 1. o povo como titular do
(Cláusulas Pétreas Implícitas) poder constituinte;
(Reconhecidas pela doutrina e 2. o poder igualitário do
jurisprudência) voto.
3. o próprio art. 60 (que
estabelece os procedimentos
de reforma);
Princípio da irrepetibilidade A matéria constante de proposta
(Limitação Formal) de emenda rejeitada ou havida
por prejudicada não pode ser
(CF, art. 60 §5º)
objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
Obs2. Não confunda sessão
legislativa (anual) com legislatura
(período de 4 anos).
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre
quando somente depois de
decorrido certo lapso temporal a
Constituição poderá ser
reformada.

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A CF/88 não estabeleceu


nenhuma limitação temporal,
mas, tal limitação pode ser
encontrada em Constituições de
outros países.

Demais considerações:
 Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição de 1988
como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas um princípio sensível,
aquele que se não for respeitado ensejará uma “intervenção federal”. O
entendimento sobre isso não é unânime, algumas doutrinas reconhecem a
forma republicana como cláusula pétrea implícita, devido à proteção dada
ao “voto periódico”, típico dos governos republicanos. Em concursos, se
não houver abertura na questão para os pensamentos doutrinários, deve-
se indicar que a república não é uma cláusula pétrea.
 Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e
garantias individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5º da CF,
estando espalhados ao longo dela.
 Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é o que
chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é vedado que o
legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as matérias
gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda extinguindo as
cláusulas. Alguns entendem que essa vedação de modificação do art. 60
seria absoluta, não podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando,
nem dificultando o processo.

Revisão Constitucional:
CF, ADCT, art. 3º → A revisão constitucional será realizada após 5
anos, contados da data de promulgação da CF, pelo voto da maioria
absoluta dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral.
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, mas, percebe-
se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria absoluta
em sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 turnos, nas
duas Casas), porém, após o uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não
podendo mais ser utilizado e nem se pode por EC criar outro similar.

Mutação Constitucional:
É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do significado
das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz
através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder
Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da
Constituição. É fruto do Poder Constituinte Derivado Difuso.

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Diz-se que a alteração é "informal" pois não altera a "forma" como a norma
está escrita. O dispositivo constitucional continua lá, igualzinho, o que se muda
é apenas a forma de interpretá-lo. Exemplo:
CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade (...).
Veja que o dispositivo acima diz o termo “residente”, assim, em uma leitura
"seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro que decidisse fixar
o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às inviolabilidades ali previstas.
Certo? Porém, o STF decidiu12 que deve ser entendido como "todo estrangeiro
que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em
trânsito". Assim o estrangeiro em trânsito também estará amparado pelos
direitos individuais.
Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o dispositivo
continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma interpretação
expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles direitos.

Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte Derivado


Decorrente:
O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo da auto-
organização estadual. Este poder como sabemos não é ilimitado, precisa
observar certos princípios (que serão visto em pormenores posteriormente).
São eles:
 Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da
Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a
intervenção federal.
 Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles
princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais
entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo,
dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos. São também
chamados de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da
federação, de forma comum.

Simetria federativa seria "espelhar" em cada


esfera da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) aqueles
princípios básicos, que podem ser estendidos. Por exemplo: Aquilo que cabe ao
Presidente da República em âmbito federal, caberá ao Governador no âmbito

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estadual, e ao Prefeito no âmbito municipal (observados, obviamente, certas


peculiaridades e limites).

 Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou


implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder
constituinte do Estado-membro.

 Questões da FCC

28. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder Constituinte,


é INCORRETO afirmar:
a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado,
organizando-o e criando os poderes que o regerão.
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, seja ela a
primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição
posterior.
c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é
ilimitado, subordinado e condicionado.
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia político-
administrativa e respeitando as regras estabelecidas na Constituição Federal,
autoorganizam-se por meio de suas constituições estaduais estão exercitando o
chamado Poder Constituinte derivado decorrente.
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte pertence ao
povo, que, entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder.
Comentários:
Letra A – Correto. Genuíno está como sinônimo de “originário”. É o poder
inicial, criador.
Letra B – Correto. Sempre que se criar uma Constituição há manifestação de
poder constituinte. Segundo a doutrina o poder constituinte pode ser
considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um
novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo
instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente).
Letra C – Errado. O PCD é realmente subordinado e condicionado, porém ele é
“limitado” e não “ilimitado” como diz a assertiva.
Letra D – Correto. O PCD decorrente é o Poder que os Estados possuem para se
autoorganizarem, criando suas constituições.
Letra E – Correto. A titularidade do Poder não se confunde com o exercício do
Poder. O Povo é o titular do Poder, porém, que o exerce é a Assembléia
Constituinte que elabora uma Constituição tendo como finalidade os anseios do
Povo.
Gabarito: Letra C.

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29. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é subdivido


em:
a) inicial e incondicionado.
b) inicial e ilimitado.
c) autônomo e incondicionado.
d) reformador e decorrente.
e) autônomo e ilimitado.
Comentários:
Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado pede
"subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra D, traz espécies
de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem características... daí ser
muito importante atentar ao enunciado.
Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões, todas as
letras (A, B, C e E) erram, já que elencam características do PCO e não do PCD.
Gabarito: Letra D.

30. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário caracteriza-


se por ser:
a) autônomo e condicionado.
b) reformador e decorrente.
c) condicionado e decorrente.
d) inicial, ilimitado e reformador.
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
Comentários:
E aí, pessoal? tá fácil ou não?
Letra A - Errada. Ele é incondicionado.
Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD.
Letra C - Vou nem comentar.
Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do Derivado
(PCD).
Letra E - Agora sim...
Gabarito: Letra E.

31. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a seguir a


respeito do Poder Constituinte:

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I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte classifica-


se em originário e derivado.
II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às regras
procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição.
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado.
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder Constituinte
derivado.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) IV.
Comentários:
I - Correto. Exatamente o que vimos.
II - Errado. O PCO é um poder INCONDICIONADO, não fica preso a regras
procedimentais de manifestação.
III - Errado. Pelo contrário, ele é limitado, já que não pode tratar de certas
matérias.
IV - Correto. Agora sim, as emendas constitucionais são fruto do chamado
Poder Constituinte Derivado Reformador.
Gabarito: Letra A.

32. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder Constituinte


Originário, é INCORRETO afirmar que
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional
vigente, sob pena de inconstitucionalidade.
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento
determinado para realizar sua obra de constitucionalização.
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada
para manifestar sua vontade.
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem
jurídica.
Comentários:

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Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e


incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos da
Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo, anterior a ela.
Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao "procedimento
formal de manifestação", ou seja, a inexistência de forma, ou rito, pré-
estabelecido para se manifestar.
Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro poder
anterior a ele.
Letra D - É ilimitado pois não possui barreiras materiais, pode tratar de
qualquer matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo pois não deriva nem
se submete a nenhum outro poder. Por fim, ele é incondicionado pelo fato de
que o procedimento para se manifestar é livre, não há qualquer rito pré-
estabelecido para a sua manifestação.
Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte originário é pelo
fato de que ele dá início ao novo ordenamento jurídico e faz isso através da
Constituição: a base da ordem jurídica.
Gabarito: Letra A.

33. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder constituinte


decorrente é próprio das federações (Certo/Errado).
Comentários:
A afirmação é correta, pois trata-se do poder que os Estados-membros
possuem para se auto-organizarem.
Gabarito: Correto.

34. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que diz respeito


ao Poder constituinte, é correto afirmar que
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas de
expressão desse Poder.
b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou a
nação é seu exercente.
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do
povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.
d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de outorga que
estabelece a Constituição, por declaração bilateral.
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o
Executivo, auxiliados pelo Judiciário.
Comentários:
Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do PCO.
Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a assembléia é
mero exercente do Poder, e faz esse exercício em nome do povo.

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Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram essa...!


Não foi?
Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou melhor
da "Carta"!
Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa era pra
todo mundo rabiscar logo de cara.
Gabarito: Letra C.

35. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte denominado


originário pode se manifestar por meio de emendas pontuais ou mediante
ampla revisão da Constituição preexistente (Certo/Errado).
Comentários:
Neste caso será um poder derivado. O poder originário é o que dá início ao
ordenamento, todos os que vierem para reformá-lo ou revê-lo serão poderes
derivados.
Gabarito: Errado.

36. (FCC/Defensor Público-SP/2007) Em relação ao poder constituinte


originário, pode-se afirmar:
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política,
filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira
derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e
garantias fundamentais.
b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num poder
natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e decorrentes da
natureza humana e da própria idéia de justiça da comunidade.
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, tendo
como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que alguns
meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado "A Essência
da Constituição".
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, onde o
texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos contidos na
norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen.
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas
como por exemplo as pressões econômicas, sociais e de grupos particulares,
mas fundará sua legitimidade numa pauta advinda da idéia de direito da
comunidade e de sua tradição cultural.
Comentários:
PÁRA TUDO!!!

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Mandamento nº 1 do concurseiro no dia da prova: Não se desespere!!!


Você é seu maior inimigo. Se alguém pode fazer com que você não se
classifique no concurso, esse alguém é você mesmo, ou melhor, o seu
nervosismo... então CALMA!!! CONCENTRAÇÃO e FRIEZA!
Quando pegarem a prova, fale para si: eu sei TUDO que está aqui... e pelo
menos em Constitucional eu sei que saberão, pois estou aqui trabalhando para
isso, para levá-los ao 11... ops.. ao 10!
Letra A - Errado. Fala um monte de baboseira, mas na verdade só importa uma
coisa: não se pode dizer que o PCO dispõe de maneira “derivada”, pois ele é o
inicial, originário na ordem jurídica.
Letra B - Errado. Poder natural = naturalismo, são os "rivais" do positivistas.
Para os positivistas, que pregam somente a força da norma que está instituída,
não há o que se falar em fundamentos de direito natural. Esse direito natural,
de caráter supranacional, que estaria limitando a ordem jurídica é pregado
pelos jusnaturalistas e ignorado pelos positivistas.
Letra C - Errado. A questão estava quase perfeita, porém, a obra de Siéyès foi
“O que é o terceito Estado?”. “A Essência da Constituição” foi a obra de
Ferdinand Lassale que pregava a Constituição como sendo um fato social, sendo
definida pelas forças dominantes da sociedade.
Letra D - Errado. Estas disposições se referem ao Poder Constituinte Derivado e
não ao originário.
Letra E - Correto. Muito cuidado! A assertiva não fala em limitações, mas em
"implicações", ou seja, influências, e isso realmente ocorre. Mas, embora uma
Constituição possa sofrer influência e pressões políticas e econômicas das forças
dominantes da sociedade, é o povo que a legitimará, devendo então prever os
preceitos que irão reger o convívio em sociedade e levar em consideração as
tradições e culturas presentes no Estado. Correta a questão.

37. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada) Considerando que o


Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-Lei,
não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, embora o
referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto
material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei ordinária",
ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização (Certo/Errado).
Comentários:
Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito brasileiro,
já que o advento de uma nova Constituição promove a revogação de todas as
normas de natureza constitucional da Constituição anterior, não havendo o que
se falar em “rebaixamento de status” de normas anteriores através de
desconstitucionalização. O que se aproveita são unicamente as normas que não
possuem status constitucionais que, se compatíveis materialmente, continuarão
válidas pela chamada teoria da recepção.

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Gabarito: Errado.

38. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder Constituinte


Reformador:
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas Constitucionais,
cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional em dois
turnos, pelo voto de três quintos dos respectivos Membros e, posteriormente,
sancionado pelo Presidente da República.
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras
Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades federativas,
desde que respeitada a Constituição Federal.
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a
exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso Nacional,
em sessão unicameral.
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição
expressa da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de
referendo.
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição
Federal ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e estado
de defesa.
Comentários:
Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda constitucional.
Após a sua aprovação ela será promulgada pelas Mesas das Casas Legislativas
do Congresso Nacional.
Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o "Decorrente"
e não o "Reformador".
Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional" e não da
"reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a revisão constitucional era
feita em turno único e não em "dupla votação".
Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso.
Letra E - Correta. As limitações circunstanciais estão no §1º do art. 60, quando
diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
Gabarito: Letra E.

 Questões do CESPE:
39. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Com o advento
de uma nova ordem constitucional, é possível que dispositivos da constituição
anterior permaneçam em vigor com o status de leis infraconstitucionais, desde
que haja norma constitucional expressa nesse sentido.

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Comentários:
Em regra, todas as normas da constituição anterior são revogadas pela nova
constituição, no entanto, havendo expressa previsão, as normas constitucionais
revogadas podem ser recepcionadas com status de lei. Segundo a doutrina,
tem-se aí o fenômeno da desconstitucionalização, que é exatamente a
admissão da ordem constitucional anterior como norma infraconstitucional
naquilo que for materialmente compatível. Isto é, a Constituição anterior
continua valendo, total ou parcialmente, porém com status hierárquico menor,
passando a ter hierarquia de lei ordinária.
Gabarito: Correto.

40. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Segundo a


doutrina, os procedimentos de reforma constitucional classificam-se em emenda
e revisão, não tendo este último sido aceito pela Constituição Federal de 1988
(CF).
Comentários:
Errado, o art. 3° do ADCT da CR-88, diz que a revisão constitucional será
realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto
da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.
Gabarito: Errado.

41. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) O titular do poder


constituinte é o povo, que, no Brasil, engloba tanto os brasileiros natos quanto
os naturalizados.
Comentários:
De fato, segundo a doutrina majoritária sustenta que a titularidade deste poder
reside sempre na soberania do povo (resposta democrática). Em sua obra
clássica Qu’est-ce que le Tiers État?, Joseph SIEYÈS sustenta que o
reconhecimento da vontade comum na opinião da maioria é uma máxima
incontestável. Por fim, conceitualmente, povo engloba tanto os brasileiros natos
quanto os naturalizados.
Gabarito: Correto.

42. (CESPE/ Outorga de Delegações- TJ-SE/ 2014) A CF possui cláusulas


pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma constitucional que
não estão expressamente indicadas em seu texto.
Comentários:
Coreto, a Constituição traz várias hipóteses de cláusulas pétreas implícitas, tais
como: a titularidade do poder constituinte (art. 1.º, parágrafo único), o

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procedimento de emenda constitucional (art. 60, I, II, III, §§ 2.º, 3.º e 5.º), a
forma republicana e o sistema presidencialista de governo (na medida em que o
povo referendou a escolha dos representantes – art. 2.º do ADCT) e o art. 60, §
4.º.
Gabarito: Correto.

43. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que,


por emenda constitucional, tenha sido expressamente revogada a previsão do
voto direto, secreto, universal e periódico como cláusula pétrea e que, em
seguida, nova emenda tenha estabelecido o voto censitário e aberto. Nessa
situação, as mudanças efetivadas, apesar de questionáveis socialmente, estão
de acordo com o ordenamento constitucional brasileiro vigente.
Comentários:

Errado, segundo o §4/ do art. 60 da CF, § 4º Não será objeto de deliberação a


proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o
voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

Gabarito: Errado.

44. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que lei
editada sob a égide de determinada Constituição apresentasse
inconstitucionalidade formal, apesar de nunca de ter sido declarada
inconstitucional. Nessa situação, com o advento de nova ordem constitucional,
a referida lei não poderá ser recepcionada pela nova constituição, ainda que lhe
seja materialmente compatível, dado o vício insanável de inconstitucionalidade.
Comentários:
Grave bem uma coisa, a inconstitucionalidade é insanável, de forma que, se
houver vício de inconstitucionalidade formal ou material da lei pré-
constitucional diante da Constituição anterior, não poderá haver recepção, é o
princípio da contemporaneidade, que informa que a lei deve ser
constitucional à época em que foi editada.
Gabarito: Correto.

45. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Suponha que uma
lei infraconstitucional tenha sido revogada pelo advento de uma nova ordem
constitucional, por ser com ela incompatível. Nessa situação, com a entrada em
vigor de uma terceira ordem constitucional, ainda que seja compatível com ela,
a referida lei infraconstitucional não poderá ser restaurada, salvo se houver
disposição constitucional expressa nesse sentido.
Comentários:

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Correto, se uma lei foi não foi recepcionada por uma constituição, revogada
esta mesma constituição, pelo princípio da contemporaneidade, esta lei, a
princípio não pode ser recepcionada por uma nova constituição.
Gabarito: Correto.

46. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Poder constituinte


revolucionário é aquele responsável pelo surgimento da primeira Constituição
de um Estado.
Comentários:
Errado. O poder constituinte originário pode ser subdividido em histórico (ou
fundacional) e revolucionário. Histórico seria o verdadeiro poder
constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o Estado.
Revolucionário seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo
com a ordem estabelecida e instaurando um novo Estado, logo ele não é
responsável pela primeira Constituição.

47. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Os princípios


constitucionais extensíveis consagram normas organizatórias para a União que
se estendem aos estados, seja por previsão constitucional expressa ou
implícita.
Comentários:
Correto. Exatamente isso.

48. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder constituinte


derivado caracteriza-se por ser um poder instituído, ilimitado e incondicionado
juridicamente.
Comentários:
Errado. O PCD se caracteriza por ser jurídico, e não político; derivado, porque
não é originário; condicionado juridicamente, pois sua manifestação se
condiciona ao rito estabelecido na Constituição e limitado, pois deve observar
os limites estabelecidos na Constituição.
Gabarito: Errado.

49. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder constituinte


decorrente é aquele encarregado da alteração do texto constitucional.
Comentários:
Errado, o poder constituinte decorrente tem a função de estruturar as
constituições dos estados membros. As características da questão se referem ao
PCD reformador.
Gabarito: Errado.

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50. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) A recepção material de normas


constitucionais pretéritas é admitida pelo direito constitucional brasileiro,
inclusive de forma tácita.
Comentários:
Não se pode falar em recepção de normas “constitucionais”, apenas de normas
infraconstitucionais, já que, com o advento de uma nova Constituição, todas as
normas de status constitucional pretéritas ficam revogadas.
Gabarito: Errado.

51. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) Com o advento de uma nova


Constituição, toda a legislação infraconstitucional anterior torna-se inválida.
Comentários:
Isso é o que acontece com a legislação “constitucional”. A legislação
infraconstitucional só será revogada caso seja materialmente incompatível, caso
contrário ela não fica revogada, mas é recepcionada pela nova ordem.
Gabarito: Errado.

52. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O voto direto, secreto, universal e


periódico é considerado cláusula pétrea da CF.

Comentários:

É a previsão do art. 60, § 4º da CF, que traz as cláusulas pétreas expressas, in


verbis; “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: II - o voto direto, secreto, universal e periódico”.

Gabarito: Correto.

53. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O poder constituinte originário é inicial,


incondicionado, mas limitado aos princípios da ordem constitucional anterior.
Comentários:
O PCO é considerado inicial, ilimitado e incondicionado.
Gabarito: Errado.

54. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é autônomo e


tem natureza préjurídica.
Comentários:
Isso aí, é originário pois dá origem a todos os outros e trata-se de um poder
político, é préjurídico pois é o próprio instituidor da ordem jurídica.

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Gabarito: Correto.

55. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor não está


vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um poder condicionado.
Comentários:
O Poder Constituinte Originário é o instituidor de todos os demais poderes da
ordem jurídica, inclusive o revisor que, por este motivo, tem em seu nome a
palavra "derivado", pois deriva do originário, sendo a ele condicionado, devendo
respeitar todos os procedimentos estabelecidos.
Gabarito: Errado.

56. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às assembleias


legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder constituinte derivado
decorrente.
Comentários:
Expressamente, a Constituição atribuiu somente às Assembléias Legislativas
Estaduais tal poder, fez isso, principalmente no ADCT, art. 11, quando dispôs:
"Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a
Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta".
Já as Câmaras Municipais não foram mencionadas pela CF ao falar de Poder
Constituinte Decorrente, sendo que alguns doutrinadores sequer consideram os
municípios possuidores de Poder Constituinte, já que não possuem constituições
formais.
Gabarito: Errado.

57. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As denominadas


limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão exaustivamente
previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).
Comentários:
Existem também outras limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão
implícitas, a par daquelas dispostas na CF. Assim, não é um rol exautivo. Como
exemplo, podemos citar:
 o povo como titular do poder constituinte;
 o poder igualitário do voto.
 o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);
Gabarito: Errado.

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58. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não pode criar


cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos
fundamentais criado pelo poder constituinte originário.
Comentários:
Isso aí... ele não pode criar cláusulas pétreas pelo fato do art. 60 da
Constituição ser uma cláusula pétrea implícita, sendo vedado que seja
modificado a fim de tornar a reforma constitucional mais fácil ou mais difícil. O
catálogo de direitos fundamentais possui várias cláusulas pétreas como por
exemplo o art. 5º e o voto direto, secreto, universal e periódico, embora
nenhum desses temas protegidos possam ser abolidos ou reduzidos, eles
podem ser ampliados ou fortalecidos.
Gabarito: Correto.

59. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não admite a


denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao poder
de reforma exaustivamente enumeradas na CF.
Comentários:
Existem limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão implícitas, a par
daquelas dispostas na CF. Como exemplo:
 o povo como titular do poder constituinte;
 o poder igualitário do voto.
 o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);
Gabarito: Errado.

60. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma, assim como


pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas normas no ADCT,
admitindo-se, em ambas as hipóteses, a incidência do controle de
constitucionalidade.
Comentários:
O erro foi no finalzinho. Realmente está correto dizer que pelo poder
constituinte de reforma, assim como pelo poder constituinte originário, podem
ser inseridas normas no ADCT. Porém, embora o Poder de Reforma possa sofrer
controle de constitucionalidade, isso é impossível em se tratando do Poder
Originário, pois este é ilimitado e incondicionado, não podendo sofrer de
inconstitucionalidade, já que é o próprio criador da Constituição.
Gabarito: Errado.

61. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) O poder constituinte


originário é autônomo e se esgota com a edição da nova constituição.
Comentários:

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Trata-se de um poder permanente, não se esgota ao se editar a Constituição.


Gabarito: Errado.

62. (CESPE/Analista MPE-PI/2012) O poder constituinte originário,


responsável pela elaboração de uma nova Constituição, extingue-se com a
conclusão de sua obra.
Comentários:
Trata-se de um poder permanente, não se esgota ao se editar a Constituição.
Gabarito: Errado.

63. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder constituinte


foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por constitucionalistas
franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o de que ela só pode ser
aplicada nos Estados em que se adotam constituições não escritas e
semirrígidas.
Comentários:
A teoria do Poder Constituinte realmente foi esboçada pelo Abade Emmanuel
Sieyès, porém, ela se dirigia essencialmente às constituições escritas e rígidas,
típicas do constitucionalismo francês. Como poderíamos vislumbrar um poder
constituinte reformador em uma constituição flexível? Não há como, pois nas
constituições flexíveis o poder de modificar a constituição é o simples poder de
se elaborar uma lei, um simples poder legislativo e não constituinte, já que não
há preocupação com a forma tratada, mas apenas com o conteúdo sobre o qual
versam as normas daquele Estado.
Gabarito: Errado.

64. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina, apesar de


o poder constituinte ser originário, a história revela experiências no sentido da
indispensabilidade de observância de certos princípios, como, por exemplo, o
princípio da dignidade da pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da
igualdade, quando da criação de uma nova constituição.
Comentários:
Para a corrente positivista, o poder constituinte é inicial e ilimitado, não se
reconhece limitações ao seu exercício Apesar dessa inexistência de limitações,
existe historicamente nas Constituições um respeito dos princípios básicos como
o da dignidade da pessoa humana e da justiça notadamente como decorrência
lógica do regimes que se pretendem instituir.
Gabarito: Correto.

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65. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte


supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições
nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico
positivo interno assim como do direito internacional.
Comentários:
Fruto de entendimentos recentes, o Poder Constituinte Supranacional, também
chamado de transnacional, ou global, se trata de um poder capaz de
transcender aos limites de um Estado, impondo-se sobre diversos Estados. É o
que, sem sucesso, se tentou realizar na União Europeia com a “constituição
comum”.
Gabarito: Correto.

66. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder


constituinte é titularizado pelo povo e pelas assembléias constituintes.
Comentários:
O titular do Poder Constituinte é o "povo". As assembléias são apenas os
exercentes do Poder.
Gabarito: Errado.

67. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder


constituinte pode ser classificado em poder constituinte originário e poder
constituinte derivado, aos quais correspondem, respectivamente, os conceitos
de poder constituinte de segundo grau e de poder constituinte de primeiro grau.
Comentários:
É o inverso, o PCO é o de primeiro grau e o PCD o de segundo grau.
Gabarito: Errado.

68. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder


constituinte derivado pode ser subdivido em poder constituinte reformador e
poder constituinte decorrente. O segundo consiste naquele que possibilita aos
estados-membros que estes, em virtude de sua autonomia político-
administrativa, se auto-organizem por meio de constituições estaduais que
respeitem, sempre, as regras limitativas estabelecidas pela Constituição
Federal.
Comentários:
É isso aí. As definições estão perfeitas.
Gabarito: Correto.

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69. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) Inexiste


uma forma prefixada pela qual se manifesta o poder constituinte originário, mas
é possível apontar duas formas básicas de sua expressão, por meio das
assembléias nacionais constituintes e dos movimentos revolucionários.
Comentários:
Embora possamos elencas modos de aparecimento das constituições
(basicamente assembleias constituintes e movimentos revolucionários), inexiste
uma forma prefixada para que ele se manifesta. Está correta a questão.
Gabarito: Correto.

70. (CESPE/PM-DF/2010) Uma das características do poder constituinte


originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura uma nova ordem
jurídica, rompendo com a anterior.
Comentários:
Exatamente, o poder é originário pois é o primeiro, inicial, um poder político
inaugurador da ordem jurídica.
Gabarito: Correto.

71. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser


submetida ao poder constituinte derivado.
Comentários:
Não é isso não. Justamente por ser rígida, foi estabelecido um procedimento
especial de reforma de seu texto, que é o poder constituinte derivado
reformador encontrado no art. 60.
Gabarito: Errado.

72. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é aquele cuja


competência consiste em elaborar ou modificar as constituições dos estados-
membros da Federação.
Comentários:
Exato. O poder decorrente é aquele que pertence aos Estados da Federação
para que se "auto-organizem".
Gabarito: Correto.

73. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-se quando é


editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e
ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade.
Comentários:

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O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já que é o


poder político que o povo possui para organizar o Estado e essa titularidade não
se exaure no tempo.
Gabarito: Errado.

74. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte


originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é
considerado um poder permanente.
Comentários:
O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já que é o
poder político que o povo possui para organizar o Estado e essa titularidade não
se exaure no tempo.
Gabarito: Correto.

75. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder constituinte


originário é um poder inicial e incondicionado, que pode desconsiderar de
maneira absoluta o ordenamento constitucional preexistente, inclusive as
cláusulas pétreas.
Comentários:
Isso aí, com o exercício do PCO, tudo que era Constitucional anteriormente fica
revogado e nasce uma nova ordem jurídica, não se aproveita nada que tenha
status constitucional, apenas as normas infraconstitucionais que forem
compatíveis é que serão recepcionadas.
Gabarito: Correto.

76. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com entendimento do


STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder
constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima.
Comentários:
Elas são dotadas de retroatividade mínima já que só retroagem para alcançar
os efeitos futuros dos casos passados.
Gabarito: Errado.

77. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria da


inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova
constituição e perante o novo dispositivo paradigma, nela inserido.
Comentários:

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Neste caso estaríamos diante de uma revogação e não de uma


inconstitucionalidade superveniente. Esta não é aceita no Brasil, já que adota-
se a teoria da inconstitucionalidade congênita, ou seja, para a norma ser
inconstitucional ela deve nascer inconstitucional. Uma norma nunca se "torna"
inconstitucional ao longo do tempo.
Gabarito: Errado.

78. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são


analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova
constituição.
Comentários:
Para a recepção importa tão somente a compatibilidade material.
Gabarito: Errado.

79. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder constituinte


originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido poder
se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica.
Comentários:
Exato. É uma oposição à corrente jusnaturalista, que considerava que o poder
constituinte originário estaria limitado a um direito natural de existência pré-
constitucional. Esta corrente não foi adotada no Brasil que seguiu a doutrina
positivista.
Gabarito: Correto.

80. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder


constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual
o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica.
Comentários:
A questão possui dois erros. O primeiro é que o Brasil adota a corrente
positivista. O segundo erro é que as características de "ilimitado" e natureza
"pré-jurídica" são também características delineadas pela corrente positivista, e
não pela jusnaturalista, segundo a qual o PCO estaria limitado por um direito de
ordem pré-constitucional, o direito natural, de status supranacional.
Gabarito: Errado.

81. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte


originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de
ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não será
objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma

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federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação


de poderes e os direitos e garantias individuais.
Comentários:
Não, não... O art. 60 da Constituição traz diversas limitações materiais
(cláusulas pétreas), além de limitações formais (procedimentos) e
circunstanciais (momentos em que a CF não estará sujeita à reforma).
Gabarito: Errado.

82. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo critério jurídico-


formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se
adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas
constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam
mediante lei orgânica.
Comentários:
Segundo a doutrina, devido ao fato de a lei orgânica não se revestir na forma
de uma constituição, ela não pode ser considerada fruto de um poder
constituinte derivado decorrente, embora seja o passo principal da auto-
organização dos Municípios. É importante salientar, porém, que em se tratando
da Lei Orgânica do DF, isso não é de todo verdade, pois o STF reconhece o seu
status constitucional na parte que versa sobre matérias reservadas aos
Estados-membros, sendo, então, admitido inclusive controle de
constitucionalidade de leis face à Lei Orgânica do DF.
Gabarito: Correto.

83. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte


originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização,
segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com
a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma
infraconstitucional.
Comentários:
Em regra, não existe desconstitucionalização. A teoria aceita no Brasil é a da
revogação do ordenamento constitucional anterior. Porém, o poder constituinte
originário é ilimitado. Caso este poder expressamente preveja o instituto da
desconstitucionalização, não haverá qualquer impedimento para tal.
Gabarito: Correto.

84. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo poder


constituinte originário são passíveis de controle concentrado e difuso de
constitucionalidade.
Comentários:

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No Brasil não se aceita a tese da inconstitucionalidade de normas originárias já


que o poder constituinte originário é ilimitado, autônomo e incondicionado.
Gabarito: Errado.

85. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer


momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador e
também pelo derivado revisor.
Comentários:
O Poder Constituinte Derivado Revisor é o responsável pela revisão
constitucional, procedimento mais simples de alteração do texto constitucional
que existiu somente em 1993 e após isso se extinguiu. Outro erro é o fato de
que existem algumas circunstâncias que impedem o uso, inclusive, do poder
reformador, é o caso de estarmos em uma intervenção federal, estado de sítio
ou estado de defesa. Desta forma, não pode-se falar de forma alguma em "a
qualquer tempo".
Gabarito: Errado.

86. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto originário da


Constituição advém do exercício do poder constituinte reformador e do revisor,
os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, mediante o voto de três
quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação.
Comentários:
Tais características descritas nos enunciados só valem para o poder reformador,
já que o revisor tem votação em turno único, devendo ser aprovado por maioria
absoluta apenas, além de não poder ser utilizado a qualquer tempo, mas
somente após o quinto ano após a promulgação da Constituição, após isso ele
exauriu-se, não podendo ser reutilizado. Isto é o que dispõe o art. 3º ADCT.
Gabarito: Errado.

87. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Respeitados os


princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição,
sem alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte
difuso.
Comentários:
Isso aí... O Poder Constituinte Difuso é o poder que os agentes políticos
possuem para promover a chamada "mutação constitucional", ou seja, atribuir
novas interpretações à Constituição para que ela consiga se adequar à realidade
da sociedade sem que seja necessário alterar o texto formal da norma. A
mutação constitucional, não é irrestrita. Este poder deve respeitar certos limites
como os princípios estruturantes do Estado e a impossibilidade de se subverter
a literalidade de norma que não dê margem a interpretações diversas.

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Gabarito: Correto.

88. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da


Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação
constitucional.
Comentários:
A mutação constitucional é a alteração "informal" do teor da Constituição, ou
seja, altera-se a interpretação das normas para que a Constituição possa
acompanhar os anseios da Sociedade, sem que para isto se altere o texto
escrito da Lei Maior.
Gabarito: Errado.

89. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional o


processo informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que
haja mudança do texto constitucional.
Comentários:
Novamente, agora está correto.
Gabarito: Correto.

90. (CESPE/ANATEL/2009) Mutações constitucionais são alterações no


texto da CF decorrentes de novos cenários na ordem econômica, social e
cultural do país.
Comentários:
A mutação é um processo informal de mudança do teor constitucional que é
oriundo de novas interpretações que os aplicadores da norma passam a dar
para o seu texto, sem, no entanto, modificá-lo.
Gabarito: Errado.

91. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova


Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da Federação,
para inserir na competência federal matéria até então da competência
legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da federalização da lei
estadual ou municipal, a qual permanecerá em vigor como se lei federal fosse,
em atenção ao princípio da continuidade do ordenamento jurídico.
Comentários:
É importante observar o seguinte: a federação é composta pela União, 26
Estados, 1 Distrito Federal e milhares de municípios. Caso uma constituição A
diga que a matéria X é de competência da União e a constituição B, posterior,
coloque a matéria X sob competência legislativa estadual ou municipal, teremos

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a subsistência da lei federal que, única, permanecerá em vigor até que cada
estado ou município edite sua própria lei revogando, então, a antiga lei federal.
Agora, se ocorrer o inverso, não poderíamos falar na federalização das normas
anteriormente estaduais ou municipais, pois, teríamos um caos jurídico. Não
podemos imaginar 27 diferentes normas estaduais ou milhares de diferentes
normas municipais se federalizando, isso seria impossível.
Gabarito: Errado.

 Questões da ESAF:

92. (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que


a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.
b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.
c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é
limitado, porém incondicionado.
d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou
materiais.
e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.
Comentários:
Letra A - Correto. O PCO realmente é inicial, por ser a base da nova ordem
jurídica, ilimitado por não possuir conteúdos que não possa tratar e
incondicionado, por não se sujeitar a nenhum procedimento pré-estabelecido.
Letra B - Correto. O PCD possui limitações de conteúdo, por isso é limitado e
também limitações procedimentais, por isso é incondicionado.
Letra C - Errado. Poder Derivado Decorrente é típico de Federações e não de
Estados Unitários, já que se trata do Poder dos Estados membros em editar
suas próprias constituições. Por ser derivado, também é limitado e
condicionado.
Letra D - Correto. Trata-se de assertiva doutrinária. No Brasil, não há limitações
temporais ao Poder de Reforma, mas doutrinariamente elas existem. Assim, as
limitações temporais seriam aquele lapso temporal, antes do qual o Poder
Derivado não poderia ser exercído, por expressa previsão do Poder Originário.
As circunstanciais seriam impedimentos para o exercício do Poder Derivado
quando fossem observadas certas circunstâncias (no Brasil: intervenção federal,
estado de sítio e estado de defesa) e as materiais seriam as limitações de
conteúdo a ser tratado, as famosas "cláusulas pétreas".
Letra E - Correto. O Poder Constituinte Originário é Soberano, pois é um Poder
Político que expressa a vontade do Povo em organizar o Estado, através da
elaboração de sua Constituição.
Gabarito: Letra C.

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93. (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação soberana da


suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A
respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que
a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a
regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com
essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.
b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para
manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para
realizar sua constitucionalização.
c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração
do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na
própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional.
d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e
convenção.
e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista
ser necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então
vigente para sua implantação.
Comentários:
Letra A - Errado. O Poder Constituinte Derivado Reformador (PCD Reformador)
é o poder de se modificar o texto constitucional através de emendas
constitucionais, alterando aquilo que está escrito na Constituição. Como se trata
de um procedimento bastante peculiar, não pode ser usado de forma
indiscriminada, tendo a Constituição estabelecido expressamente, em seu art.
60 (e seus parágrafos) procedimentos e limitações especiais para que se
consiga efetivar as respostas. Destacamos a impossibilidade de suprimir as
cláusulas pétreas (CF, art. 60 §4º) que são as chamadas "limitações materiais",
além de diversas limitações chamadas de "circunstanciais", "procedimentais" e
"formais".
Letra B - Errado. O Poder Constituinte Originário (PCO) é o poder inicial,
político, que é responsável por concretizar no texto constitucional a vontade
suprema do Povo, por este motivo, é um poder incondicionado (não possui
nenhuma limitação procedimental) e também ilimitado (não possui nenhuma
limitação quanto ao conteúdo que será tratado)
Letra C - Errado. Esta seria a definição do PCD Reformador. O PCD Decorrente é
o poder que os Estados-membros de nossa federação (Rio de Janeiro, São
Paulo, Goiás...) possuem para elaborar suas próprias constituições estaduais.

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Letra D - Correto. É isso aí. Basicamente a Constituição pode ter origem em


uma "outorga" (imposição unilateral da vontade) ou em uma "convenção"
(formação da assembléia constituinte para manifestar a vontade do povo)
Letra E - Errado. O PCO é um poder supremo, por este motivo é inicial,
autônomo, incondicionado, ilimitado.
Gabarito: Letra D.

94. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário e o poder


constituinte derivado, assinale a única alternativa correta.
a) A revisão constitucional prevista por uma Assembléia Nacional Constituinte,
possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto constitucional,
com menor rigor formal e sem as limitações expressas e implícitas
originalmente definidas no texto constitucional.
b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se a
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia Nacional
Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado.
c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos
parlamentares no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis,
observadas as limitações formais e materiais impostas pela Constituição.
d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na
possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de controle de
constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a
instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração.
Comentários:
Letra A - Errada. O erro da questão está em dizer que não respeitaria as
limitações. Segundo o STF a revisão constitucional deve sofrer as limitações
materiais da reforma constitucional (ADI 981-MC, Rel. Min. Néri da Silveira,
julgamento em 17-3-93, DJ de 5-8-94).
Letra B - Correta. Não existe procedimento pré-fixado para o PCO se
manifestar. Ele é incondicionado.
Letra C - Errada. Processo legiferante (elaboração de leis) não é Poder
Constituinte, já que este se resume a elaboração e modificação de
"Constituições" e não de leis. O PCD Decorrente é o poder de os Estados-
membros elaborarem as Constituições Estaduais.
Letra D - Errada. É pacífico o entendimento de que cabe controle jurisdicional
sobre o procedimento de reforma elaborado fora dos termos estabelecidos pela
Constituição.
Letra E - Errado. O titular do PC é o próprio povo.

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Gabarito: Letra B

95. (ESAF/AFRFB/2009) Marque a opção correta.


a) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base da
ordem jurídica.
b) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na possibilidade de
alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial
prevista na própria Constituição Federal e será exercitado por determinados
órgãos com caráter representativo.
c) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário, nasce da
deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente
revolucionário.
d) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de
autenticidade constitucional.
e) A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder Constituinte com a
do surgimento de Constituições históricas, visando, também, à limitação do
poder estatal.
Comentários:
Letra A - Errado. Errou-se na definição das características. O PCO é ilimitado e
autônomo pois não sofre limitação alguma para seu exercício. O fato se ser a
base da ordem jurídica está relacionado com a sua característica de ser inicial.
Letra B - Errado. Alterar o texto constitucional é papel do poder constituinte
derivado reformador e não do poder constituinte derivado decorrente que é o
poder de se elaborar as constituições estaduais.
Letra C - Errado. Existem basicamente 2 formas de expressão do PCO: a
assembléia constituinte, que produz uma constituição promulgada, de acordo
com a vontade do povo; e a outorga, que produz uma carta imposta segundo a
vontade dos governantes. Desta forma, o enunciado encontra-se incorreto.
Letra D - Correto. O Poder Constituinte Derivado recebe este nome pois deriva
do originário sendo um poder instituído que deve respeitar os limites traçados
pela Constituição Federal.
Letra E - Errado. A teoria sobre o poder constituinte foi primeiramente
concebida alguns meses antes da Revolução Francesa pelo Abade Sièyès, este
período foi um marco para as constituições dogmáticas e não para as históricas.
Gabarito: Letra D.

96. (VUNESP/Procurador de São José dos Campos/2012) São espécies


de limitações circunstanciais ao poder constituinte reformador no direito
brasileiro:

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a) a votação das propostas de emendas em dois turnos e a exigência de


aprovação por três quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional.
b) a intervenção federal e o estado de defesa.
c) a iniciativa de emenda por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal e a votação em dois turnos em cada Casa
do Congresso Nacional.
d) o estado de sítio e a proibição de abolição da forma federativa de Estado.
e) a vedação de abolição dos direitos e garantias individuais e a da separação
dos poderes.
Comentários:
Dentre as diversas limitações ao Poder de Reforma da Constituição, as
limitações circunstanciais seriam aqueles impedimentos para o exercício do
Poder Derivado quando fossem observadas certas circunstâncias (no Brasil:
intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa).
Gabarito: Letra B.

Gabarito: Errado.

Pronto pessoal!!! Por hoje é só...

Excelente estudo a todos.

Grande abraço.

Vítor Cruz e Rodrigo Duarte

Pontos importantes a serem fixados:


Sentidos (concepções) das Constituições:

 Sentido sociológico  Ferdinand Lassale;


 Sentido político  Carl Schimitt;
 Sentido Jurídico  Hans Kelsen.
 Sentido sociológico: a Essência da Constituição - O que é a
Constituição? - Constituição é um fato social - Teriam 2 constituições = a
constituição real e a folha de papel. A Constituição real é formada pela soma
dos fatores reais de poder, assim, todos os países têm e sempre tiveram uma
constituição real e efetiva.

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 Sentido Político: a constituição é uma decisão política fundamental -


Diferenciava a Constituição das "leis constitucionais".
 Sentido jurídico: conceito formal de constituição – existe a supremacia
constitucional independente do conteúdo. A constituição tem 2 sentidos:
(1)Lógico-jurídico: norma hipotética (imaterial, pensada - como deveria ser)
que serve base para o (2) sentido Jurídico-Positivo: Constituição efetiva,
escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento.
 Konrad Hesse – A força normativa da Constituição (Lassale havia pecado
em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade);
 J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição;
 Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição -
todos os agentes que participam da realidade da Constituição deveriam
participar também da interpretação constitucional.

Poder Constituinte:
Originário (PCO) – Seu titular é o povo, o seu exercente é a assembleia
constituinte. É um poder inicial, político (pré-jurídico), autônomo, soberano,
irrestrito, permanente. Lembrando que:
 Inicial – pois dá início a um novo ordenamento jurídico;
 Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação
material;
 Incondicionado – Não existe nenhuma limitação ou procedimento formal
pré-estabelecido;
Derivado (PCD) - Deriva do originário, sendo jurídico, derivado, condicionado
e limitado. Lembrando que:
 Condicionado – Possui limitações formais;
 Limitado - Deve respeitar limites materiais (cláusulas pétreas – CF, art.
60 §4º).

O PCD se divide em:


1- Reformador - Poder de fazer a reforma constitucional (emendas
constitucionais de reforma) para alterar formalmente o texto da Constituição
(CF, art. 60). Manifesta-se da seguinte forma:
Iniciativa:
 Presidente da República;
 Pelo menos um terço dos Deputados ou dos Senadores;

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 Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.
Procedimento:
 Votação em dois turnos em cada Casa do Congresso;
 Deve obter 3/5 dos votos.
Promulgação:
 Pelas Mesas de ambas as casas (não passa pelo Presidente, ele inicia e
termina no Legislativo).
Limitação circunstancial:
 A Constituição não pode ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
Limitação Material Expressa (Cláusulas Pétreas Expressas):
 Forma federativa de Estado;
 voto direto, secreto, universal e periódico;
 Separação dos Poderes;
 Direitos e garantias individuais.
Limitação Material Implícita (Cláusulas Pétreas Implícitas)
 Povo como titular do poder constituinte;
 Poder igualitário do voto.
 Próprio art. 60 – é a vedação à dupla revisão.

2- Revisor – Mesmo poder e mesmas limitações da reforma, porém através de


um procedimento bem mais simples: bastava maioria simples em turno
único. Foi instituído para se manifestar 5 anos após a promulgação da
Constituição e depois se extinguir.
3- Decorrente - Poder para os Estados elaborarem as suas Constituições
Estaduais.
4- Difuso - É o poder de se promover a mutação constitucional (alteração
informal da Constituição).

LISTA DAS QUETÕES DA AULA:


1. (FCC/ Procurador- TCM/ 2015) É necessário falar da Constituição
como uma unidade e conservar, entretanto, um sentido absoluto de
Constituição. Ao mesmo tempo, é preciso não desconhecer a relatividade das
distintas leis constitucionais. A distinção entre Constituição e lei constitucional
só é possível, sem dúvida, por que a essência da Constituição não está contida

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numa lei ou numa norma. No fundo de toda a normatividade reside uma


decisão política do titular do poder constituinte, ou seja, do povo na democracia
e do monarca na monarquia autêntica. O trecho acima transcrito expressa o
conceito de Constituição de
(F) Karl Loewenstein, na obra Teoria da Constituição.
(G) Carl Schmitt, na obra Teoria da Constituição.
(H) Konrad Hesse, na obra A força normativa da Constituição.
(I) Peter Häberle, na obra Hermenêutica constitucional.
(J) Ferdinand Lassalle, na obra A essência da Constituição.
2. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" comporta
uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa
corretamente frase, autor e sentido.
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua
história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político.
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja,
concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política.
Ferdinand Lassale. Sentido político.
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto
grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada
observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido
lógico-jurídico.
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais
do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem
são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que
imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico.
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar
globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito
constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.
3. (CESPE/ Procurador do Banco Central- Bacen/ 2013) No sentido
político, segundo Carl Schmitt, a constituição é a soma dos fatores reais do
poder que formam e regem determinado Estado.
4. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012)
Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma
dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva.
5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012)
Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser
considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se
refletir as forças sociais que constituem o poder.
6. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, elaborada por
Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos
fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica
e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

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7. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não


passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais
do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais
legitimidade.
8. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido sociológico
defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política.
9. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido
sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a
decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura
e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática,
enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no
documento, destituídos de decisão política fundamental.
10. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido jurídico, a
Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.
11. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui diversas
acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo
fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um
conceito próprio do sentido
a) culturalista.
b) sociológico.
c) político.
d) filosófico.
e) jurídico.
12. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o princípio da
força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas
jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento
recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da
realidade. Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e
política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante
em relação a ela.
13. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força normativa da
constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -
, a constituição tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a
reflexão dos valores essenciais da comunidade política submetida.
14. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da
força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da
Carta, na solução das questões jurídicoconstitucionais, devem procurar a
máxima eficácia do texto constitucional.
15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão Peter
Härbele, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais de poder
que regulamentam a vida nessa sociedade.

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16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt,


considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu na
afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em que estaria
situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídico positivo, ou seja, a
norma positivada.
17. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade aberta
dos intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a
interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que
vivem a norma, devendo ser inseridos no processo de interpretação
constitucional todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais.
18. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente
doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem
Constituição, isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma
estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade
não é a Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas.
19. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é
dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade
política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto
formal, pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a idéia
de rigidez de todas as regras.
20. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido
político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito de
constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis
constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado.
21. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político pode ser
entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas
constitucionais positivas.
22. (VUNESP/ Juiz- TJ-MS/ 2015) Considerando os diferentes conceitos de
Constituição, abordados sob a ótica peculiar de diversos doutrinadores, analise
as seguintes manifestações sobre o tema:
III. Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem uma
determinada nação.
IV. Constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se organiza
ou funda um Estado.
Assim, é correto afirmar que os conceitos I e II podem ser atribuídos,
respectivamente, a
(F) Konrad Hesse e Carl Schimitt.
(G) Ferdinand Lassale e Hans Kelsen.
(H) J.J. Canotilho e Hans Kelsen.
(I) Hans Kelsen e Konrad Hesse.
(J) Ferdinand Lassale e Carl Schimitt.

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23. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção de


Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de uma
sociedade", advém de um conceito de índole
a) política, empregada originalmente por Michel Temer.
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale.
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen.
d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva.
e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho.
24. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido político, a
constituição abriga normas que, segundo Ferdinand Lassalle, têm origem nos
chamados fatores reais de poder predominantes em determinada época e lugar.
25. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido sociológico, a
constituição é o fruto de uma decisão política fundamental acerca do modo e da
forma da unidade política onde surgiu.
26. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as referências
abaixo acerca dos conceitos de Constituição:
I. Constituição no sentido lógico-jurídico.
II. Constituição no sentido jurídico-positivo.
III. Constituição como decisão política fundamental.
Faça a correlação com as referências a seguir:
( A ) Significa a norma fundamental hipotética.
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e fundamental advinda
da unidade política, e identificável pelo núcleo de matérias que lhe são próprias
e inerentes.
( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas abaixo, marque
aquela que expressa a relação correta entre as referências acima:
a) (I-C);(II-A);(III-B).
b) (I-A);(II-B);(III-C).
c) (I-A);(II-C);(III-B).
d) (I-B);(II-C);(III-A).
e) (I-B); (II-A);(III-C).
27. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Os chamados "fatores reais de
poder" caracterizam o sentido político do termo Constituição, na teoria de Carl
Schmitt.
28. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder Constituinte,
é INCORRETO afirmar:

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a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado,


organizando-o e criando os poderes que o regerão.
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, seja ela a
primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição
posterior.
c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é
ilimitado, subordinado e condicionado.
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia político-
administrativa e respeitando as regras estabelecidas na Constituição Federal,
autoorganizam-se por meio de suas constituições estaduais estão exercitando o
chamado Poder Constituinte derivado decorrente.
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte pertence ao
povo, que, entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder.
29. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é subdivido
em:
a) inicial e incondicionado.
b) inicial e ilimitado.
c) autônomo e incondicionado.
d) reformador e decorrente.
e) autônomo e ilimitado.
30. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário caracteriza-
se por ser:
a) autônomo e condicionado.
b) reformador e decorrente.
c) condicionado e decorrente.
d) inicial, ilimitado e reformador.
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
31. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a seguir a
respeito do Poder Constituinte:
I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte classifica-
se em originário e derivado.
II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às regras
procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição.
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado.
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder Constituinte
derivado.
Está correto o que se afirma SOMENTE em

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a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) IV.
32. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder Constituinte
Originário, é INCORRETO afirmar que
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional
vigente, sob pena de inconstitucionalidade.
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento
determinado para realizar sua obra de constitucionalização.
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada
para manifestar sua vontade.
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem
jurídica.
33. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder constituinte
decorrente é próprio das federações (Certo/Errado).
34. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que diz respeito
ao Poder constituinte, é correto afirmar que
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas de
expressão desse Poder.
b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou a
nação é seu exercente.
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do
povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.
d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de outorga que
estabelece a Constituição, por declaração bilateral.
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o
Executivo, auxiliados pelo Judiciário.
35. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte denominado
originário pode se manifestar por meio de emendas pontuais ou mediante
ampla revisão da Constituição preexistente (Certo/Errado).
36. (FCC/Defensor Público-SP/2007) Em relação ao poder constituinte
originário, pode-se afirmar:
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política,
filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira
derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e
garantias fundamentais.

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b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num poder


natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e decorrentes da
natureza humana e da própria idéia de justiça da comunidade.
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, tendo
como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que alguns
meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado "A Essência
da Constituição".
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, onde o
texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos contidos na
norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen.
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas
como por exemplo as pressões econômicas, sociais e de grupos particulares,
mas fundará sua legitimidade numa pauta advinda da idéia de direito da
comunidade e de sua tradição cultural.
37. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada) Considerando que o
Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-Lei,
não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, embora o
referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto
material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei ordinária",
ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização (Certo/Errado).
38. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder Constituinte
Reformador:
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas Constitucionais,
cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional em dois
turnos, pelo voto de três quintos dos respectivos Membros e, posteriormente,
sancionado pelo Presidente da República.
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras
Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades federativas,
desde que respeitada a Constituição Federal.
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a
exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso Nacional,
em sessão unicameral.
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição
expressa da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de
referendo.
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição
Federal ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e estado
de defesa.
39. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Com o advento de
uma nova ordem constitucional, é possível que dispositivos da constituição
anterior permaneçam em vigor com o status de leis infraconstitucionais, desde
que haja norma constitucional expressa nesse sentido.

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40. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Segundo a


doutrina, os procedimentos de reforma constitucional classificam-se em emenda
e revisão, não tendo este último sido aceito pela Constituição Federal de 1988
(CF).
41. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) O titular do poder
constituinte é o povo, que, no Brasil, engloba tanto os brasileiros natos quanto
os naturalizados.
42. (CESPE/ Outorga de Delegações- TJ-SE/ 2014) A CF possui cláusulas
pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma constitucional que
não estão expressamente indicadas em seu texto.
43. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que,
por emenda constitucional, tenha sido expressamente revogada a previsão do
voto direto, secreto, universal e periódico como cláusula pétrea e que, em
seguida, nova emenda tenha estabelecido o voto censitário e aberto. Nessa
situação, as mudanças efetivadas, apesar de questionáveis socialmente, estão
de acordo com o ordenamento constitucional brasileiro vigente.
44. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Considere que lei
editada sob a égide de determinada Constituição apresentasse
inconstitucionalidade formal, apesar de nunca de ter sido declarada
inconstitucional. Nessa situação, com o advento de nova ordem constitucional,
a referida lei não poderá ser recepcionada pela nova constituição, ainda que lhe
seja materialmente compatível, dado o vício insanável de inconstitucionalidade.
45. (CESPE/ Analista- Câmara dos Deputados/ 2014) Suponha que uma
lei infraconstitucional tenha sido revogada pelo advento de uma nova ordem
constitucional, por ser com ela incompatível. Nessa situação, com a entrada em
vigor de uma terceira ordem constitucional, ainda que seja compatível com ela,
a referida lei infraconstitucional não poderá ser restaurada, salvo se houver
disposição constitucional expressa nesse sentido.
46. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Poder constituinte
revolucionário é aquele responsável pelo surgimento da primeira Constituição
de um Estado.
47. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) Os princípios
constitucionais extensíveis consagram normas organizatórias para a União que
se estendem aos estados, seja por previsão constitucional expressa ou
implícita.
48. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder constituinte
derivado caracteriza-se por ser um poder instituído, ilimitado e incondicionado
juridicamente.

49. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI/ 2013) O poder constituinte


decorrente é aquele encarregado da alteração do texto constitucional.
Comentários:

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Errado, o poder constituinte decorrente tem a função de estruturar as


constituições dos estados membros. As características da questão se referem ao
PCD reformador.
Gabarito: Errado.
50. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) A recepção material de normas
constitucionais pretéritas é admitida pelo direito constitucional brasileiro,
inclusive de forma tácita.
51. (CESPE/AJAJ - TRE-MS/2013) Com o advento de uma nova
Constituição, toda a legislação infraconstitucional anterior torna-se inválida.
52. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O voto direto, secreto, universal e
periódico é considerado cláusula pétrea da CF.
53. (CESPE/AJAJ- TRE-MS/2013) O poder constituinte originário é inicial,
incondicionado, mas limitado aos princípios da ordem constitucional anterior.
54. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é autônomo e
tem natureza préjurídica.
55. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor não está
vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um poder condicionado.
56. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às assembleias
legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder constituinte derivado
decorrente.
57. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As denominadas
limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão exaustivamente
previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).
58. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não pode criar
cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos
fundamentais criado pelo poder constituinte originário.
59. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não admite a
denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao poder
de reforma exaustivamente enumeradas na CF.
60. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma, assim como
pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas normas no ADCT,
admitindo-se, em ambas as hipóteses, a incidência do controle de
constitucionalidade.
61. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) O poder constituinte
originário é autônomo e se esgota com a edição da nova constituição.
62. (CESPE/Analista MPE-PI/2012) O poder constituinte originário,
responsável pela elaboração de uma nova Constituição, extingue-se com a
conclusão de sua obra.
63. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder constituinte
foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por constitucionalistas
franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o de que ela só pode ser

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aplicada nos Estados em que se adotam constituições não escritas e


semirrígidas.
64. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina, apesar de
o poder constituinte ser originário, a história revela experiências no sentido da
indispensabilidade de observância de certos princípios, como, por exemplo, o
princípio da dignidade da pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da
igualdade, quando da criação de uma nova constituição.
65. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte
supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições
nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico
positivo interno assim como do direito internacional.
66. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder
constituinte é titularizado pelo povo e pelas assembléias constituintes.
67. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder
constituinte pode ser classificado em poder constituinte originário e poder
constituinte derivado, aos quais correspondem, respectivamente, os conceitos
de poder constituinte de segundo grau e de poder constituinte de primeiro grau.
68. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder
constituinte derivado pode ser subdivido em poder constituinte reformador e
poder constituinte decorrente. O segundo consiste naquele que possibilita aos
estados-membros que estes, em virtude de sua autonomia político-
administrativa, se auto-organizem por meio de constituições estaduais que
respeitem, sempre, as regras limitativas estabelecidas pela Constituição
Federal.
69. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) Inexiste
uma forma prefixada pela qual se manifesta o poder constituinte originário, mas
é possível apontar duas formas básicas de sua expressão, por meio das
assembléias nacionais constituintes e dos movimentos revolucionários.
70. (CESPE/PM-DF/2010) Uma das características do poder constituinte
originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura uma nova ordem
jurídica, rompendo com a anterior.
71. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser
submetida ao poder constituinte derivado.
72. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é aquele cuja
competência consiste em elaborar ou modificar as constituições dos estados-
membros da Federação.
73. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-se quando é
editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e
ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade.
74. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte
originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é
considerado um poder permanente.

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75. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder constituinte


originário é um poder inicial e incondicionado, que pode desconsiderar de
maneira absoluta o ordenamento constitucional preexistente, inclusive as
cláusulas pétreas.
76. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com entendimento do
STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder
constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima.
77. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria da
inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova
constituição e perante o novo dispositivo paradigma, nela inserido.
78. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são
analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova
constituição.
79. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder constituinte
originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido poder
se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica.
80. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual
o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica.
81. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte
originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de
ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não será
objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma
federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação
de poderes e os direitos e garantias individuais.
82. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo critério jurídico-
formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se
adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas
constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam
mediante lei orgânica.
83. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte
originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização,
segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com
a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma
infraconstitucional.
84. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo poder
constituinte originário são passíveis de controle concentrado e difuso de
constitucionalidade.
85. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer
momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador e
também pelo derivado revisor.

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86. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto originário da


Constituição advém do exercício do poder constituinte reformador e do revisor,
os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, mediante o voto de três
quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação.
87. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Respeitados os
princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição,
sem alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte
difuso.
88. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da
Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação
constitucional.
89. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional o
processo informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que
haja mudança do texto constitucional.
90. (CESPE/ANATEL/2009) Mutações constitucionais são alterações no
texto da CF decorrentes de novos cenários na ordem econômica, social e
cultural do país.
91. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova
Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da Federação,
para inserir na competência federal matéria até então da competência
legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da federalização da lei
estadual ou municipal, a qual permanecerá em vigor como se lei federal fosse,
em atenção ao princípio da continuidade do ordenamento jurídico.
92. (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que
a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.
b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.
c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é
limitado, porém incondicionado.
d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou
materiais.
e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.
93. (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação soberana
da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A
respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que
a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a
regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com
essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.
b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para
manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para
realizar sua constitucionalização.

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c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração


do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na
própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional.
d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e
convenção.
e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista
ser necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então
vigente para sua implantação.
94. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário e o poder
constituinte derivado, assinale a única alternativa correta.
a) A revisão constitucional prevista por uma Assembléia Nacional Constituinte,
possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto constitucional,
com menor rigor formal e sem as limitações expressas e implícitas
originalmente definidas no texto constitucional.
b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se a
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia Nacional
Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado.
c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos
parlamentares no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis,
observadas as limitações formais e materiais impostas pela Constituição.
d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na
possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de controle de
constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a
instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração.
95. (ESAF/AFRFB/2009) Marque a opção correta.
a) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base da
ordem jurídica.
b) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na possibilidade de
alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial
prevista na própria Constituição Federal e será exercitado por determinados
órgãos com caráter representativo.
c) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário, nasce da
deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente
revolucionário.
d) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de
autenticidade constitucional.
e) A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder Constituinte com a
do surgimento de Constituições históricas, visando, também, à limitação do
poder estatal.

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96. (VUNESP/Procurador de São José dos Campos/2012) São espécies


de limitações circunstanciais ao poder constituinte reformador no direito
brasileiro:
a) a votação das propostas de emendas em dois turnos e a exigência de
aprovação por três quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional.
b) a intervenção federal e o estado de defesa.
c) a iniciativa de emenda por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal e a votação em dois turnos em cada Casa
do Congresso Nacional.
d) o estado de sítio e a proibição de abolição da forma federativa de Estado.
e) a vedação de abolição dos direitos e garantias individuais e a da separação
dos poderes.

GABARITO:

1 B 21 Errado 41 Correto 61 Errado 81 Errado


2 D 22 E 42 Correto 62 Errado 82 Correto
3 Errado 23 B 43 Errado 63 Errado 83 Correto
4 Correto 24 Errado 44 Correto 64 Correto 84 Errado
5 Correto 25 Errado 45 Correto 65 Correto 85 Errado
6 Correto 26 C 46 Errado 66 Errado 86 Errado
7 Errado 27 Errado 47 Correto 67 Errado 87 Correto
8 Errado 28 C 48 Errado 68 Correto 88 Errado
9 Errado 29 D 49 Errado 69 Correto 89 Correto
10 Correto 30 E 50 Errado 70 Correto 90 Errado
11 E 31 A 51 Errado 71 Errado 91 Errado
12 Correto 32 A 52 Correto 72 Correto 92 C
13 Correto 33 Correto 53 Errado 73 Errado 93 D
14 Errado 34 C 54 Correto 74 Correto 94 B
15 Errado 35 Errado 55 Errado 75 Correto 95 D
16 Errado 36 E 56 Errado 76 Errado 96 B
17 Correto 37 Errado 57 Errado 77 Errado
18 Errado 38 E 58 Correto 78 Errado
19 Errado 39 Correto 59 Errado 79 Correto
20 Errado 40 Errado 60 Errado 80 Errado

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