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3º.

Módulo: Princípios Básicos de Economia, Finanças e


Estatística - (5% a 15% do exame)
 Princípios Básicos de Economia

 Indicadores Econômicos (Índices de referências – Benchmark - Indexadores):

Entende-se por indicador o elemento que permite o acompanhamento de um fenômeno em


observação. Podemos identificar como Indicadores Econômicos, PIB, Índices de Inflação
(IPCA e IGP-M), Taxa de Câmbio (PTAX), Taxa SELIC (Over e Meta), Taxa CDI e TR . Sua
finalidade é analisar e identificar o comportamento provável da atividade econômica.
Evidências desse tipo são utilizadas como "termômetros" pelos mentores da política
econômica para mudança e redirecionamento dos instrumentos de política. A previsão
orçamentária de recursos requer a construção ou adoção de indicadores que possibilitem
acompanhar oscilações de curto prazo das variáveis que afetam o comportamento das
receitas.

 PIB - Produto Interno Bruto

É o conjunto da produção final de bens e serviços realizada em território nacional ,


independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos, num determinado
período de tempo (normalmente 1 ano). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na
macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região.

 O PIB leva em conta a produção de três grupos principais:

 Agropecuária, formada por Agricultura, Extrativa Vegetal e Pecuária;


 Indústria, que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços Industriais de
Utilidade Pública e Construção Civil;
 Serviços, que incluem Comércio, Transporte, Comunicação, Serviços da
Administração Pública e outros serviços.

Para se evitar a dupla contagem na aferição do PIB, os bens e serviços intermediários


não são considerados, só valem os bens e serviços finais . Isso significa que a farinha de
trigo vendida no supermercado entra na composição do PIB, em função de sua venda, mas o
trigo utilizado para fazê-la, não, isto é, o trigo já está somado no PIB agropecuário.
Resumindo, é o que caracteriza o PIB de Produção Agregada. Já o PIB de Consumo
Agregado é calculado a partir de dados de consumo, investimentos, compras do
governo (gastos públicos) e exportações líquidas (exportações menos importações).

Assim, podemos definir que o PIB da Produção Agregada e o PIB do Consumo Agregado
são denominados como PIB Nominal, que é a soma dos valores monetários (em reais)
dos produtos e serviços finais.

Outras definições de PIB:


PIB Nominal = PIB a preços correntes.
PIB a Preços Constantes ou PIB Real =PIB Nominal – INFL
PIB Per Capita = PIB Real / População

PIB=C+I+G+X-M ou PIB=C+I+G+NX

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 Índices de Inflação (Índices de preços):

Inflação é a alta permanente do nível geral de preços numa economia. Reflete o


comportamento de centenas de preços de produtos e serviços. Cada um deles tem seu peso
específico para compor a média ponderada que constitui o índice de inflação. A elevação do preço
de um ou outro produto, isoladamente, não caracteriza inflação, embora possa pressionar
um pouco a taxa geral de variação. É por isso que, dificilmente, os índices vão refletir exatamente
a variação de seu custo de vida. A razão é simples: os índices são uma média ponderada dos
preços do que toda uma comunidade gasta com mercadorias e serviços.

Dois dos principais índices de inflação utilizados atualmente no Brasil são o IPCA e o IGP-M.

IPCA: IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo

É utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos


estabelecidos no sistema de metas da inflação. É calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) sendo que a população-objetivo do IPCA é referente as famílias com
rendimentos mensais compreendidos entre 1 (um) e 40 (quarenta) salários-mínimos,
qualquer que seja a fonte de rendimentos, residentes nas áreas urbanas das regiões
Metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. A
periodicidade do índice é mensal e o período de coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30
do mês de referência. (NTN-B = IPCA = Tes. IPCA+)

IGP-M: IGP-M - Índice Geral de Preços do Mercado

Foi criado em 1989 pela Fundação Getúlio Vargas a pedido de um pool de associações da área
financeira liderado pela ANDIMA. Com periodicidade mensal, sua finalidade é registrar o ritmo
evolutivo de preços como medida síntese da inflação nacional. O IGP-M é composto pela
média ponderada do IPA – Índice de Preços no Atacado (60%), IPC – Índice de Preços ao
Consumidor (30%) e INCC – Índice Nacional de Custo da Construção (10%), sendo que a
coleta de preços é feita entre o dia 21 do mês anterior ao de referência e o dia 20 do mês de
referência. (NTN-C = IGPM = Tes. IGPM)
Índices de Inflação:
Todo índice de inflação mostra o comportamento médio dos preços nos vários
setores da economia.

Taxa de Câmbio – PTAX – Taxa de Câmbio Oficial do BACEN

A taxa cambial mede o valor externo da moeda, fornecendo uma relação direta entre os
preços domésticos e os preços praticados nos demais países. Ou seja, é a quantidade
necessária de moeda nacional (R$) para adquirir uma moeda estrangeira. A taxa de câmbio
estabelece uma relação entre duas moedas quaisquer.

A PTAX é a taxa média ponderada das negociações da moeda estrangeira no decorrer de um


dia. Sendo a informação oficial sobre a cotação das moedas estrangeiras no Brasil. A
divulgação da PTAX é feita em intervalos de meia hora e, depois divulgada a PTAX do dia.
São levadas em considerações as operações liquidadas em dois dias, que é o prazo padrão
do mercado.

Elevação do valor do Dólar = favorece as exportações (desvalorização do Real)


Queda do valor do Dólar = favorece as importações (valorização do Real)

É utilizada também p/ corrigir as NTN – D, contratos de SWAP e de derivativos futuros.

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Taxa SELIC

A SELIC Meta é a taxa divulgada pelo COPOM - Comitê de Política Monetária, servindo como
parâmetro para a consecução das metas de inflação. É a taxa básica de juros da economia
do país. A SELIC Over é a taxa apurada de acordo com a remuneração média dos títulos
públicos federais, provenientes das operações de repasses de recursos diários entre
instituições financeiras, com garantias desses títulos.

Taxa do CDI - Certificado de Depósito Interfinanceiro/Interbancário

O CDI é um título privado negociado, exclusivamente, entre instituições financeiras em


transações fechadas por meio eletrônico e registradas nos computadores das instituições
envolvidas e nos terminais da CETIP. E a maioria das operações negociadas por um dia. A
Taxa CDI, ou Taxa DI, é o resultado da média diária das taxas de juros praticadas nas
operações de repasses de recursos entre instituições financeiras, com garantias desses
títulos. A taxa CDI é utilizada como referencial para o custo do dinheiro (juros). Por este
motivo, esta taxa também é utilizada como referencial para avaliar a rentabilidade das
aplicações em fundos de investimentos e depósito a prazo.

TR - Taxa Referencial: definição

Foi criada no Plano Collor II com a intenção de ser uma taxa básica referencial dos
juros a serem praticados no mês. É utilizada no cálculo do rendimento da Caderneta
de Poupança, alguns títulos públicos, bem como, em empréstimos do SFH – Sistema
Financeiro da Habitação.

A base de cálculo da TR é a TBF - Taxa Básica Financeira, a qual é formada pela


média diária das taxas de juros praticadas nas operações de CDB (Certificado de
Depósito Bancário) e RDB (Recibo de Depósito Bancário) dos 30 maiores bancos.
Para a média final, excluem-se as duas maiores e as duas menores taxas.

No entanto, para o cálculo da TR aplica-se um redutor sobre a TBF. O redutor tem


por objetivo descontar a porcentagem equivalente à parte real de juros. Podemos
dizer, indiretamente, que a TR advém das taxas praticadas pelos Bancos nas
captações via CDBs. Logo, a TBF é utilizada para calcular a TR.

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 Políticas Econômicas: Monetária, Fiscal e Cambial

Entendem-se como políticas econômicas, um conjunto de ações tomadas pelo governo, que,
utilizando instrumentos econômicos, busca atingir determinados objetivos
macroeconômicos. E dentro deste conceito, a principal meta da equipe econômica brasileira
é sustentar o tripé econômico, ou seja, manter o superávit primário (reúne as contas do
Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) , o câmbio flutuante e a manutenção
da meta de inflação.

 Política Monetária

Representa a atuação das autoridades monetárias, por meio de instrumentos de efeito direto
ou induzido, com o propósito de se controlar a liquidez global do sistema econômico. A
Política Monetária age diretamente sobre o controle da quantidade de dinheiro em circulação,
visando defender o poder de compra da moeda. Tal prática pode ser expansionista ou
restritiva. Para fazer política monetária, o governo dispõe de cinco instrumentos básicos:
1)Emissão de papel-moeda; 2)Reservas compulsórias (percentual sobre os depósitos que os
bancos comerciais devem reter junto ao BACEN); 3)Compra e venda de títulos da dívida
pública; 4)Redescontos (Empréstimos do BACEN aos bancos comerciais);
5)Regulamentação sobre crédito e taxas de juros.

Política monetária é a atuação do governo sobre a quantidade de moeda em


circulação, do crédito e das taxas de juros.

 Regime de Política Monetária

 Metas de Inflação

A principal característica desse regime é o compromisso do Banco Central em ter como


objetivo prioritário a manutenção da taxa de inflação em torno de determinado nível. O termo
“prioritário” é extremamente relevante nesse contexto, pois implica que o Banco Central não
perseguirá outras metas, como manutenção da taxa de câmbio em determinado nível ou
garantir o crescimento econômico. O Banco Central tem por objetivo manter a inflação em
um patamar preestabelecido.

 Para tanto é necessário:

a) que exista um mecanismo de transmissão (depósito compulsório bancário, venda de


títulos públicos, etc.) que permita que a política monetária influencie a inflação;
b) que o Banco Central conheça o mecanismo de transmissão, acima descrito, e
disponha de instrumentos necessários.

É claro que o objetivo final de qualquer política econômica num sentido mais amplo é melhorar o
bem-estar da população que, necessariamente, requer crescimento da economia. Não há
contradição, entretanto, em dizer que o Banco Central não deve se comprometer com taxas de
crescimento. O desafio essencial das políticas de estabilização é evitar o processo
inflacionário, ou seja, essa alta generalizada e persistente de preços que afeta o próprio
funcionamento da economia, pois torna ainda mais incertos os resultados das atividades produtivas
e das operações financeiras.

 Programa de Metas de Inflação:

o A definição das metas inflacionárias é de competência do Conselho Monetário Nacional;


o Cabe ao Banco Central do Brasil procurar cumpri-las;
o O IPCA é o índice escolhido pelo governo para medir a meta oficial de inflação.

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 Instrumentos de Política Monetária

Lembramos que a Política Monetária representa a atuação das autoridades


monetárias por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito
de controlar a liquidez global do sistema econômico.

 Os principais instrumentos de Política Monetária utilizados pelo governo são:

1) Open Market:
O mercado aberto funciona com base numa rede nacional de negociadores de títulos
federais. Semanalmente, o Tesouro Nacional emite títulos, cujo montante, é leiloado pelo
Banco Central do Brasil às instituições financeiras participantes do sistema financeiro
nacional.

 O mercado aberto permite ao Banco Central:

a) adequar continuamente o volume dos meios de pagamento às necessidades da


economia, atuando no curto prazo com títulos de efeito quase-moeda;
b) Regular a taxa de juros praticada pelos agentes econômicos.

2) Redesconto:
É uma concessão de assistência financeira as instituições do Sistema Financeiro
Nacional na forma de empréstimos de liquidez destinados a atender eventuais
problemas de liquidez, de natureza circunstancial e de curto prazo, realizada pela
autoridade monetária (Banco Central do Brasil). O mercado interbancário pode realizar
operações para suprir suas necessidades normais através do CDI – Certificado de
Depósito Bancário. A utilização do redesconto se restringe aos casos mais graves ou
a valores que o sistema não pode auto-financiar. O redesconto tem um caráter
punitivo já que opera com taxa de juros mais altas que as praticadas pelo mercado. Os
efeitos do redesconto se fazem sentir no médio prazo já que os bancos que estão
utilizando essa assistência financeira procuram reformular suas posições em busca do
equilíbrio na liquidez.

3) Depósito Compulsório:
Trata-se de um recolhimento feito pela rede bancária de determinado percentual sobre
caderneta de poupança, depósitos à vista e/ou a prazo, de acordo com a política
estabelecida pelo Banco Central do Brasil. O recolhimento é feito em moeda ou em
títulos federais da dívida pública. A política de reservas compulsórias afeta
indistintamente todos os bancos e reflete diretamente na quantidade de dinheiro que
cada banco pode ofertar ao mercado via operações de crédito. É considerado um
instrumento de política monetária de longo prazo.
Depósito à vista 21% = Caderneta de Poupança 20% e CDB 33%

Efeito no Instrumento Finalidade


mercado
Curto prazo Open Market Controle diário da liquidez do Sistema Financeiro
Médio prazo Redesconto Empréstimos de liquidez
Longo prazo Reserva Compulsória Conter a expansão do crédito

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o Dependendo da política adotada pelo governo, o instrumento pode gerar
oferta ou escassez de liquidez na economia.

o Política Monetária Restritiva:


Engloba um conjunto de medidas que tendem a reduzir o crescimento da quantidade de moeda e a encarecer os
empréstimos bancário, tendo como principais Instrumentos:

a) Recolhimento compulsório: Esse instrumento é ativo, pois atua diretamente sobre o nível de reservas
bancárias. Quando o governo eleva o percentual exigido de reserva compulsória ele reduz o efeito
multiplicador e, conseqüentemente, a liquidez da economia.
b) Assistência financeira de liquidez: o Banco Central empresta dinheiro aos bancos comerciais sob
determinado prazo e taxa de pagamento. Quando esse prazo é reduzido e a taxa de juros do empréstimo é
aumentada, a taxa de juros da própria economia aumenta, causando uma diminuição na liquidez.
c) Venda de títulos públicos: quando o Banco Central vende títulos públicos ele retira moeda da economia
que é trocada pelos títulos. Desta forma há uma contração dos meios de pagamento e da liquidez da
economia.

Em uma política monetária restritiva, a quantidade de dinheiro em circulação é diminuída, ou mantida


estável, com o objetivo de desaquecer a economia e evitar o aumento dos preços.

o Política Monetária Expansiva:


É formada por medidas que tendem a acelerar a quantidade de moeda e a baratear os empréstimos (baixar as taxas
de juros). Incidirá positivamente sobre a demanda agregada e tem como principais instrumentos:

a) Diminuição do recolhimento compulsório: o Banco Central diminui os valores que toma em custódia dos
bancos comerciais possibilitando um aumento do efeito multiplicador e da liquidez da economia como um
todo.
b) Assistência financeira de liquidez : o Banco Central, ao emprestar dinheiro aos bancos comerciais,
aumenta o prazo do pagamento e diminui a taxa de juros. Essas medidas ajudam a diminuir a taxa de juros
da economia, e a aumentar a liquidez.
c) Compra de títulos públicos: quando o Banco Central compra títulos públicos há uma expansão dos meios
de pagamento que é a moeda dada em troca dos títulos. Com isso, ocorre uma redução na taxa de juros e
um aumento da liquidez.

Em uma política monetária expansionista, a quantidade de dinheiro em circulação é aumentada, com o


objetivo de aquecer a demanda e incentivar o crescimento econômico. Cabe ressaltar que a política
monetária expansionista visa criar condições para o crescimento econômico, porém não o determina.

Política Monetária Restritiva Efeito na Taxa de Juros

Open Market BACEN vende títulos públicos - retira dinheiro -


contração dos meios de pagamento e da liquidez
da economia.

Redesconto Prazo reduzido e taxa de juros do empréstimo


elevada - causa redução na liquidez do sistema.

Compulsório O governo eleva o percentual exigido de reserva


compulsória - reduz o efeito multiplicador e,
conseqüentemente, a liquidez da economia.

Política Monetária Expansiva Efeito na Taxa de Juros

Open Market BACEN compra títulos públicos - coloca dinheiro -


expansão dos meios de pagamento e da liquidez
da economia.

Redesconto Prazo ampliado e taxa de juros do empréstimo


reduzida – efeito positivo na liquidez do sistema.

Compulsório O governo reduz o percentual exigido de reserva


compulsória - aumenta o efeito multiplicador e,
conseqüentemente, a liquidez da economia.

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 COPOM = Comitê de Política Monetária do BACEN
O COPOM foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da
política monetária e definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior
transparência e ritual adequado ao processo decisório . Desde 1996, o Regulamento do
COPOM sofreu uma série de alterações no que refere-se ao seu objetivo, periodicidade das
reuniões, composição, e atribuições e competências de seus integrantes. Essas alterações
visaram não apenas aperfeiçoar o processo decisório no âmbito do Comitê, como também
refletiram as mudanças de regime monetário.

Sendo assim, destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088, em 21 de junho de 1999, da


sistemática de "metas para a inflação" como diretriz de política monetária. Desde então, as
decisões do COPOM passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação
definidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Segundo o mesmo Decreto, se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco
Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento,
bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites
estabelecidos. Portanto, o COPOM atua a partir de uma avaliação da tendência futura da
inflação.

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM é a meta para a taxa SELIC (taxa média dos
financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do
Comitê. Se for o caso, o COPOM também pode definir o VIÉS (alto, baixo ou neutro), que é a
prerrogativa, uma autorização, dada ao Presidente do Banco Central para alterar a meta da
taxa SELIC a qualquer momento entre as reuniões ordinárias.

 O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do


Brasil:
o Presidente do BACEN é que tem o voto de qualidade;
o Diretor Política Monetária,
o Diretor Política Econômica,
o Diretor Estudos Especiais,
o Diretor Assuntos Internacionais,
o Diretor Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização,
Liquidações e Desestatização;
o Diretor Administração.

OBS: Também participam do primeiro dia da reunião os chefes de Departamentos do Banco


Central.

Desde 2000, as reuniões ordinárias do COPOM eram mensais, a partir de 2006 estas foram
reduzidas para OITO vezes ao ano, ou seja, a cada 45 dias. A decisão final - a meta para a
taxa SELIC e o viés, se houver - é imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo tempo em
que é expedido comunicado por meio do Sistema de Informações do Banco Central
(SISBACEN).

COPOM – Comitê de Política Monetária:


Define a meta da taxa SELIC (taxa de juros básica da economia) e seu eventual viés
(trajetória, tendência, direcionamento), estabelecendo as diretrizes da Política Monetária.

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 Política Fiscal
É a administração e adequação das receitas (tributos) e dos gastos do governo para regular a
atividade econômica. Ela é usada para neutralizar as tendências à recessão e à inflação, ou seja, é
o controle dos impostos e dos gastos do governo com o objetivo de neutralizar as tendências que
levam à depressão (uma queda muito grande da produção) e à inflação. É importante, diante
disso, que as políticas fiscal e monetária sejam estabelecidas de forma complementar,
minimizando os desequilíbrios que cada uma das políticas econômicas impõe isoladamente aos
mercados.

Receitas Despesas

Tributos, Taxas, Pagamento de Pessoal, Custeio,


Contribuições Sociais... Juros, Investimentos...

Déficit pode ser coberto por colocação de títulos de dívida pública, desde que autorizado
pelo Congresso Nacional.

A partir de 09/98, com a criação da Comissão de Controle e Gestão Fiscal (CCF), o


governo torna obrigatória, por lei, a obtenção de superávit fiscal primário no âmbito do
Governo Federal.

Política Fiscal Restritiva

É usada quando a demanda agregada supera a capacidade produtiva da economia, no


chamado "hiato inflacionário", onde os estoques desaparecem e os preços sobem.

o As medidas seriam:
 Diminuição dos gastos públicos;
 Elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando gastos;
 Elevação das importações, por meio da redução de tarifas e barreiras.

Inclui medidas como a diminuição dos gastos públicos, aumento dos impostos sobre os
bens de consumo e aumentar as importações com objetivo de evitar inflação, ou seja, a
subida dos preços quando a capacidade de produção do país é superada pela demanda.

Política Fiscal Expansiva

É usada quando há uma insuficiência de demanda agregada em relação à produção de pleno -


emprego. Isto acarretaria o chamado "hiato deflacionário“, onde estoques excessivos se
formariam, levando empresas a reduzir a produção e seus quadros de funcionários, aumentando o
desemprego.

o As medidas nesse caso seriam:


 Aumento dos gastos públicos;
 Diminuição da carga tributária, estimulando despesas de consumo e investimentos;
 Estímulos às exportações, elevando a demanda externa dos produtos;
 Tarifas e barreiras às importações, beneficiando a produção nacional.

Inclui medidas como o aumento dos gastos públicos e diminuição dos impostos, estímulo ao
consumo e aos investimentos, incentivos às exportações, cobrar tarifas das importações e
criar outras barreiras para beneficiar a produção nacional.
É usada quando há insuficiência de demanda e aumento do desemprego.

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 Financiamento do Setor Público X Dívida Pública

Quando o governo gasta mais do que arrecada, provocando um déficit, ele


deve lançar títulos da dívida pública, vendê-los no mercado e com o dinheiro
arrecadado fechar a diferença.

Para convencer o público a comprar um título de dívida, o emissor


(o governo) paga juros e assume a obrigação de devolver o dinheiro
emprestado na data do vencimento. Se nesse momento o governo ainda não
tiver um fluxo positivo de recursos via arrecadação de impostos, por
exemplo, terá de apelar outra vez para a emissão de mais títulos, pois
apresentará novamente um déficit em suas contas.

 O nível da taxa de juros exigida pelo mercado e o prazo do vencimento


dos títulos emitidos dependerá da credibilidade do governo junto ao
público investidor:

 Se o nível de confiança está elevado, a taxa de juros cai e o prazo dos


títulos se alonga;

 Se o nível de confiança está baixo, a taxa de juros sobe e o prazo dos


títulos ficam mais curtos.

É interessante notar que as despesas dos juros são tão relevantes que as
informações sobre o déficit público aparecem em dois conceitos:

1) O déficit primário não inclui as despesas com juros;

2) O déficit operacional ou nominal considera as despesas com juros.

A conclusão é que a existência de déficits sucessivos leva ao aumento da


dívida interna. Os juros que ela implica podem ser o fator decisivo para um
novo déficit, uma dívida maior ainda e assim por diante.

Calculo Dívida Pública Federal:


Divida Pública Interna, Mais Divida Pública Externa, Menos Reservas
Cambiais. Assim, Quanto Maior For o Nível de Reservas Cambiais, Menor
será a Divida Líquida.

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Dados da dívida pública brasileira em 2017, tanto interna, quanto externa,
corresponde a 70,5% do PIB, totalizando mais ou menos R$ 3,6 trilhões,
sendo que o PIB é de aproximadamente US$ 1,8 trilhões.
 Política Cambial:
A política Cambial esta baseada na administração das taxas de câmbio, promovendo alterações
das cotações cambiais, e, de forma mais abrangente, no controle das transações internacionais
executadas por um país. É fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da
economia e promover seu desenvolvimento econômico.

Regime Cambial: Existem três tipos de regimes cambiais:

1) Regime de Câmbio Fixo Puro:

 A fixação da taxa de câmbio é responsabilidade das autoridades monetárias - e não do


mercado;
 O Banco Central precisa dispor de reservas internacionais para intervir no mercado de
câmbio e com isso garantir a manutenção da paridade fixa.
 Ela visa principalmente o controle de preços e inflação, barateando a entrada de produtos
importador para fazer concorrência aos nacionais ou até mesmo suprir demandas eventuais.

2) Regime de Câmbio Flutuante Puro:

 A taxa de câmbio é determinada, exclusivamente, através da operação das forças de


mercado;
 Este regime visa basicamente o equilíbrio das contas externas, onde o mercado, baseado
nas necessidades ou excesso de divisas do país, é quem determina o nível adequado da
taxa de câmbio;
 Conhecido por trazer um nível maior de volatilidade à taxa de câmbio utilizada nas transações
internacionais.

3) Regime de Flutuação Livre (“Flutuação Suja”):

Na maioria dos países, bem sucedidos, em suas políticas cambiais, prevalece um regime de “flutuação
suja”, ou seja, o cambio é determinado pela oferta e demanda no mercado, mas, dentro de uma
determinada banda, nem sempre explícita, em que o Banco Central direta ou indiretamente
intervém no mercado para evitar movimentos de desvalorizações ou valorizações excessivas.
Trata-se de uma atitude providencial dada à volatilidade e à magnitude dos fluxos cambiais internacionais
que superam em muito o montante das reservas cambiais dos bancos centrais.

A política cambial brasileira instaurada em 1999, situa-se entre um Regime de Flutuação


“suja” e um Regime de Câmbio Flutuante.

 Dívida Pública Indexada ao Câmbio


I. O governo utiliza a emissão de títulos federais para captar recursos visando “fechar” seu
orçamento. Dessa forma, ele emite títulos de dívida e vende esses títulos no mercado para captar os
recursos financeiros que necessita.

II. Para satisfazer a necessidade de hedge cambial demandada pelo mercado, o governo emite
títulos de dívida corrigidas pela variação da taxa de câmbio do real (R$) frente ao dólar norte –
americano – NTN-D = Nota do Tesouro Nacional série D = Tes. Dolar).

III. Parte da dívida interna do governo, representada por todas as obrigações de dívida em Reais (R$), é
corrigida pela variação cambial. Maior ou menor quantidade desse tipo de operação na
composição da dívida interna reflete o nível de confiança do público no governo,
demonstrando maior ou menor busca por operações de hedge cambial.

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As reservas cambiais brasileiras, atualmente é de aproximadamente
US$ 380 bilhões.

 Cupom Cambial

Como a rentabilidade esperada de um título deve refletir a taxa básica de juros da


economia - que podemos denominar como sendo o custo do dinheiro – haverá um
componente no preço desse título que, em conjunto com o índice de correção cambial,
alcance um fluxo equivalente ao do custo do dinheiro.

Esse componente adicional ao índice de correção é determinado por uma taxa de juros e
é denominado de CUPOM.

O mercado define essa taxa de juros (cupom cambial) em função da expectativa da


variação da taxa de câmbio para que, no conjunto, obtenha um retorno esperado
equivalente ao custo do dinheiro.

 Taxa de câmbio: relações de causa e efeito

A variação cambial é causa ou efeito da inflação? Quais as relações entre a variação no


valor da moeda estrangeira frente à moeda nacional e a variação nos preços do país? A
taxa de câmbio reflete uma rede de relações de causa e efeito por vezes difícil de
ordenar.

Quando a taxa de câmbio sofre uma desvalorização (ou seja, a moeda estrangeira fica
mais cara), todos os produtos importados ficam mais caros em reais. É uma pressão de
custos que, transferida aos preços dos bens e serviços que usam esses insumos
importados, causa inflação. Por outro lado, se o objetivo da política econômica é
preservar a estabilidade da taxa real de câmbio, qualquer elevação da inflação pode
gerar uma depreciação nominal da taxa cambial.

Sendo assim, no curto prazo, variações da taxa de câmbio por qualquer razão, tendem a
ser vistas como a causa da inflação. No longo prazo, entretanto, o nível da inflação -
determinada aqui pela qualidade das políticas monetária e fiscal - torna-se o fator
determinante da taxa de câmbio, ou o preço do dólar, uma vez que a taxa de câmbio real
(ou efetiva) costuma apresentar uma tendência à estabilidade ao longo do tempo.

 Reservas Internacionais

As reservas internacionais são os depósitos em moeda estrangeira dos bancos centrais e


autoridades monetárias. São ativos dos bancos centrais que são mantidos em diferentes
reservas, e que são utilizados no cumprimento dos seus compromissos financeiros, como a
emissão de moeda, e para garantir as diversas reservas bancárias mantidas num banco central
por governos ou instituições financeiras.

Níveis de reserva:
Não existe um número absoluto que seja considerado como adequado para o nível das
reservas internacionais. O nível ideal das reservas é normalmente obtido a partir de uma

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porcentagem do débito de curto prazo, da disponibilidade de moeda ou da média mensal
de importações.

 Contas Externas: Balança Comercial, transações correntes e contas de


capital:

Todas as transações internacionais feitas em um país são registradas no chamado


Balanço de Pagamentos, inclusive operações realizadas entre residentes e não
residentes.

O Balanço de Pagamentos possui as seguintes contas:

 Balança Comercial

Inclui basicamente as exportações (crédito) e as importações (débito) de mercadorias,


ou seja, é a conta destinada ao registro da diferença do saldo das exportações e
importações. (US$ +/- 67 Bilhões)

 Transações Correntes ou Saldo em Conta Corrente:

É a conta do Balanço de Pagamentos constituída da balança comercial, balança de


serviços e das transferências unilaterais (donativos, subsídios, pagamentos e
recebimentos que não tem contrapartida de compra e venda de bens e serviços), sendo:
TC=BC+BS+TU. Sendo o resultado dessas três contas o Superávit/Déficit das
Transações Correntes.

 Contas de Capital ou Movimento de Capitais:

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São registradas as movimentações que entram no país por meio de investimentos,
empréstimos e financiamentos, amortizações, repatriações de movimentos.
 CONCEITOS BÁSICOS DE FINANÇAS (2º. Parte)

 Taxas de Juros Nominais, Efetivas e de Juros Reais


A taxa de juro nominal representa a taxa de juro própriamente dita, ou seja, a taxa de juros
cheia. A taxa efetiva é a de uma preiodo qualquqer. Já a taxa de juro real representa a taxa de
juro nominal expurgada da taxa de inflação, representando, por isso, o ganho do depositante
em termos de poder de compra. Sendo assim, a taxa real expurga o efeito da inflação. Um
aspecto interessante sobre as taxas reais de juros é que, elas podem ser inclusive,
negativas. Uma taxa de juros real é aquela em que, independentemente de ser nominal ou
efetiva, o investidor recebe descontada a variação da inflação ou de qualquer indicador
desejado. A Taxa efetiva determina a lucratividade final de um investimento, indicando ganho
ou perda do investidor no período de ajustes feitos por diferentes períodos de capitalização,
ou seja, é uma incorporação de juros, r esultante da aplicação periódica do juro previsto
na taxa nominal.
Resumindo

A taxa nominal representa o rendimento percentual de um investimento considerando a


inflação.

A taxa real representa o rendimento percentual de um investimento descontando a


inflação do período. Para calcular a taxa Real utilizando a formula de Irving Fisher.

A taxa efetiva é aquela que o período de formação e incorporação dos juros ao capital
coincide com aquele a que a taxa está referida. Ex: Taxa ao ano com capitalização mensal.

Taxa Real = (1 + tx. Nominal)


______________ - 1 X 100
(1+ in)

Taxa Nominal = (1 + taxa real) X (1 + in) - 1 x 100

Taxa Efetiva = TE = [(1+i)^n – 1] x 100

 Taxa de Juros Equivalentes versus Taxa de Juros Proporcional

Juros Simples ou Regime de Capitalização Simples

Juros é a remuneração pelo uso do capital por certo intervalo de tempo. É a compensação
financeira para o agente econômico que emprestou os recursos privando-se, portanto, de
utilizá-lo para outra finalidade. Os juros de cada período são calculados sempre em função
do capital inicial empregado, sendo assim, o regime de juros simples é aquele no qual os
juros incidem sempre sobre o capital inicial , ou seja, o percentual dos juros a serem pagos
sobre o empréstimo corresponde simplesmente à taxa de juros sobre o principal (valor
financiado).

A fórmula matemática de juros simples pode ser traduzida por: FV = PV x (1 + i x n), onde:
FV = Valor Futuro ou M = Montante
PV = Valor Presente ou P = Principal
i = taxa de juros (na forma decimal, ou seja, dividida por 100)

13
n = prazo da operação
ou simplesmente: Valor total a ser pago = principal + juros.

Exemplo: Financiamento de R$ 10.000,00 por 3 meses, com taxa de 5% ao mês. Os juros


incidirão sempre sobre R$ 10.000,00. Assim, o tomador do empréstimo pagará de juros R$
500,00 em cada mês (5% de R$ 10.000,00). No regime de juros simples, o percentual de juros
a ser pago sobre o empréstimo corresponde simplesmente à taxa de juros sobre o principal
(valor financiado). Assim, um empréstimo pelo período de 3 meses, com taxa de 5% ao mês,
pagará um total de 15% de juros (3 meses x 5%).

FV = 10.000,00 x (1 + 0,05 x 3) FV = R$ 11.500,00


 Para entender melhor, veja outra forma de fazer o cálculo:
1º mês
Saldo = 10.000,00 + 500,00 (ou 5% de 10.000,00) = 10.500,00
2º mês
Saldo = 10.500,00 + 500,00 = 11.000,00
3º mês
Saldo = 11.000,00 + 500,00 = 11.500,00

Juros Compostos ou Regime de Capitalização Composta

O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e, portanto, o mais


útil para cálculos de problemas do dia-a-dia. Ou seja, os juros gerados a cada período
são incorporados ao principal para o cálculo dos juros do período seguinte. Sendo
assim, chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao
principal. Todavia, é indiferente que os juros sejam pagos a cada período de
capitalização ou no final do prazo da operação financeira. No Regime de capitalização
composta, os juros incidem sobre o capital inicial e sobre os próprios juros. Ou seja, no
regime de juros compostos, o valor dos juros de cada período é calculado aplicando-se
a taxa sobre o saldo existente no início do período correspondente. Logo, os juros não
pagos incorporam-se ao principal.

n
A fórmula matemática de juros composta pode ser traduzida por: FV = PV x (1 + i)
Onde:
FV = Valor Futuro ou M = Montante
PV = Valor Presente ou P = Principal
I = Taxa de juros (na forma decimal, ou seja, dividida por 100)
N = prazo da operação

Exemplo: Acompanhe o cálculo de um empréstimo de R$ 10.000,00, por um prazo de 3


meses, com juros de 5% ao mês. Você vai notar que os juros não incidirão sempre sobre R$
10.000,00, como ocorreria no regime de juros simples, mas sobre o saldo do mês anterior
(acrescido de juros).
3
FV = 10.000,00 x (1 + 0,05) FV = R$ 11.576,25
 Outra forma de fazer o mesmo cálculo é:
1º mês
Saldo = 10.000,00 + 5% = 10.500,00
2º mês
Saldo = 10.500,00 + 5% = 11.025,00

14
3º mês
Saldo = 11.025,00 + 5% = 11.576,25

RESUMIDO

Quando falamos de Juros Simples estamos falando de Taxa Proporcional, no sentido de que
o valor dos juros é proporcional apenas ao tempo (a proporcionalidade linear é uma
característica da capitalização simples).

- Assim, as taxas proporcionais de:


- 3% ao mês, para 10 meses corresponde a 30%;
- 12% ao ano, para 3 meses corresponde a 3%, e assim sucessivamente.

Quando falamos de Juros Compostos estamos falando de Taxas Equivalentes, ditas assim
quando produzem o mesmo montante no final de determinado tempo, pela aplicação de
um capital inicial de mesmo valor.

- Assim, as taxas equivalentes de:


- 3% ao mês, para 10 meses corresponde a 34,39%;
- 12% ao ano, para 3 meses corresponde a 2,87%.

 Capitalização Simples versus Capitalização Composta

Como já identificamos anteriormente, na capitalização simples, os juros são aplicados apenas sobre
o capital inicial. Já na capitalização por juros composto, os juros vão se integrando ao capital e no
período seguinte os juros são calculados com base no capital mais juros anteriores. Portanto, a
diferença entre capitalização simples e composta é um dos conceitos fundamentais da matemática
financeira. Por isso, é importante compreendê-la.

Sendo assim, qual dos regimes de capitalização é mais vantajoso: a capitalização simples ou
a capitalização composta? Depende basicamente de dois fatores:

1. Você é o tomador ou o doador dos recursos?


2. Qual o prazo da operação? E a taxa de juros está expressa em que período?

Se você é o tomador dos recursos certamente vai querer pagar menos juros. Se está
emprestando, vai querer receber mais juros. O prazo da operação e o período de
capitalização da taxa são muito importantes para determinar qual regime gera mais juros .

Exemplo: Um cliente solicita um empréstimo de R$ 10.000,00 para pagar daqui a um mês à taxa
de juros de 60% ao ano. Qual o valor a ser pago pelo cliente utilizando-se o regime de
capitalização simples? E se for utilizado o regime de capitalização composta?

 Capitalização Simples
Se a taxa anual é 60%, a taxa mensal é 5% (60% aa dividido por 12 meses).
Logo, o valor a ser pago pelo cliente será R$ 10.500,00.
FV = PV x (1 + i x n)
FV = 10.000,00 x (1 + 0,05 x 1)
FV = R$ 10.500,00

 Capitalização Composta
Aplicando-se a fórmula apresentada acima, temos:
FV = PV x (1 + i)
FV = 10.000,00 x (1 + 0,60)^1/12

15
FV = R$ 10.399,44

O cliente pagará R$ 10.399,44 se for utilizado o regime de capitalização composta.


No exemplo acima, perceba que, ao contrário do que normalmente se pensa, o regime de
capitalização composta gerou juros inferiores aos gerados pelo regime de capitalização
simples. Isso ocorreu porque a taxa de juros é anual e a operação foi realizada pelo período
de um mês. Porém, caso o prazo da operação coincidisse com o período de capitalização da
taxa de juros (operação de um ano com taxa de juros anual), o valor de juros na capitalização
simples seria exatamente igual ao valor de juros gerados no regime de juros compostos.

o Por outro lado, se alterássemos o prazo da operação para dois anos, teríamos:

Capitalização Simples:
FV = 10.000,00 x (1 + 0,60 x 2)
FV = R$ 22.000,00

Capitalização Composta:
FV = 10.000,00 x (1 + 0,60)^2
FV = R$ 25.600,00

Neste caso, no regime de capitalização composta, o valor de juros gerados, são maiores.

Resumindo
Prazo da operação Tomador / Doador Melhor regime
Menor que a capitalização da taxa Tomador Composto
(taxa ao ano e prazo inferior a 1 ano) Doador Simples
Igual ao da capitalização da taxa
(taxa ao ano e prazo de um ano) Tomador / Doador indiferente, iguais
Maior que a capitalização da taxa Tomador Simples
(taxa ao ano e prazo superior a 1 ano) Doador Composto

 Capitalização contínua ou instantânea:

Neste regime os juros também são capitalizados, mas os períodos de capitalização são
considerados instantâneos, dando lugar a uma acumulação contínua de juros, ou seja, se
processa em intervalos de tempo reduzidos, promovendo grande frequência de
capitalização. Na prática, pode ser entendida em todo fluxo monetário distribuído ao longo
do tempo e não somente num único instante. Sendo capitalizações que se formam
continuamente, e não somente no final de um único período. Por exemplo: quando
necessitamos capitalizar um valor por diversos períodos, podendo sendo por hora, por dia,
por bimestres, trimestres, quadrimestres, semestres ou anos... São utilizados no faturamento
de um supermercado, na formação de custo de fabricação fabril, na formação de depreciação
de um equipamento. Todavia, o regime mais utilizado no mercado financeiro é o da
capitalização composta.

16
 Taxa de Desconto Racional Simples ou Bancário - Por Fora

Um dos modelos de juros simples mais utilizados no mercado financeiro é o chamado juro
antecipado, juro adiantado, desconto de títulos ou simplesmente desconto bancário. Este é o
modelo utilizado na modalidade de desconto pelos bancos e também por empresas
de factoring, bem como em transações de curto prazo quando o pagamento for efetuado em
uma única parcela, inclusive para cálculo de preço de venda. Este modelo consiste em
calcular o Valor Presente descontando do Valor Futuro uma parcela igual ao produto do
Valor Futuro pela “taxa de juros” e pelo número de períodos até o vencimento do título
negociado.

 Valor Presente, Valor Futuro e Taxa de Desconto


Denomina-se valor presente de um fluxo de caixa o valor monetário do ponto zero da escala de
tempo que é à soma de suas parcelas futuras, descontadas para o ponto zero, com uma
determinada taxa de juros. A taxa de juros utilizada para descontar as parcelas do fluxo de
caixa é denominada taxa de desconto.

 Fluxo de caixa: CUPOM (Juros Acruados), Amortização e Zero Cupom

Fluxo de Caixa: É o conjunto de entradas e/ou saídas de dinheiro no CAIXA, no sentido


contábil, de uma entidade ou pessoa.

166,00 400,00
28/02 03/03 05/03

24/02 04/03
144,00 80,00 100,00

Um fluxo de caixa pode se apresentar de várias maneiras, como por exemplo: pagar principal e
juros por período, pagar somente juros nos períodos e o principal no final ou pagar somente os juros
somados ao principal no vencimento.

Quando no fluxo de caixa ocorre pagamento de juros intermediários e o principal mais a última
parcela dos juros são pagos ao final, diz que o fluxo paga CUPOM, que corresponde aos juros
pagos antecipadamente. Já os fluxos de caixa que não pagam cupons intermediários, são
considerados como ZERO CUPOM, ou seja, são negociados com deságio e o prazo médio é
igual ao prazo da maturidade ou do vencimento do ativo, que se denomina Maturity.

 Perpetuidade

Em finanças designa-se por perpetuidade um ativo que proporciona um rendimento fixo


perpétuo. Como por exemplo, os títulos da dívida pública brasileira, que pagam um
determinado montante, fixo perpétuo, bem como, os dividendos de uma ação. Sendo a
assim, as rendas perpétuas podem ser postecipadas, antecipadas e diferidas. A
Perpetuidade é obtida pela divisão dos pagamentos realizados um período após o termino da
série, sobre a taxa. Deve-se considerar o pagamento como se fosse realizado no período
seguinte ao último período e trazê-lo até o último período. Depois esse valor é trazido ao
valor presente junto com os demais valores de cada período.

Portanto a perpetuidade ou sequência uniforme infinita, é o princípio que fundamente a


perpetuidade de capitais, ou seja, ao aplicar um recurso, o mesmo deverá ser remunerado a

17
uma taxa de juros. Porém, se o investidor resgatar somente o ganho de capital, ele sempre
preservará o valor principal aplicado.
 Engenharia Econômica: Métodos de Análises de Investimentos

 VPL – Valor Presente Líquido

Também conhecido como valor atual líquido (VAL) ou método do valor atual, é a fórmula matemático-
financeira capaz de determinar o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de
juros apropriada, menos o custo do investimento inicial. É um método que consiste em  trazer para a
data zero todos os fluxos de caixa de um projeto de investimento e somá-los ao valor do investimento
inicial, usando como taxa de desconto, a taxa mínima de atratividade (TMA) da empresa ou do projeto.
O VPL possui algumas limitações, como não considerar a vida do produto e nem a escala na
comparação de projetos de investimentos. Contudo, é considerado por muitos como o método mais
correto de engenharia econômica. Matematicamente, o VPL é dado pela equação abaixo:

VPL = - FC0 + FC1 + FC2 + ⋯ + FCn


(1+TMA)^1 (1+TMA)^2 (1+TMA)^n

O Valor Presente Líquido é um dos métodos mais eficientes para definir se um investimento vale a pena
ou não. Uma vez calculado, o VPL permite que saibamos exatamente qual é o valor atual de um
determinado investimento, pela diferença entre o Valor Presente das Entradas de Dinheiro e o Valor
Presente das Saídas de Dinheiro.

 TMA – Taxa Mínima de Atratividade

É uma taxa de desconto utilizada nos métodos de análise de investimento que representa o mínimo de
retorno que o executor do projeto de investimento, seja a empresa ou o investidor, deseja obter a
ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que uma pessoa se propõe a pagar quando faz um
financiamento. A TMA é considerada pessoal e intransferível, pois a propensão ao risco varia de
pessoa para pessoa, ou ainda a TMA pode variar durante o tempo. Assim, não existe algoritmo ou
fórmula matemática para calcular a TMA. É formada a partir de 3 componentes básicas:

1. Custo de oportunidade: remuneração obtida em alternativas que não as analisadas, ou seja, é o


valor de outras oportunidades não escolhidas. Exemplo: caderneta de poupança, fundo de
investimento, etc.
2. Risco do negócio: o ganho tem que remunerar o risco inerente de uma nova ação. Quanto maior o
risco, maior a remuneração esperada.
3. Liquidez: capacidade ou velocidade em que se pode sair de uma posição no mercado para
assumir outra.

Ao se utilizar uma TMA como taxa de juros de referência, é entendida como a taxa de desconto ao qual
aplicam-se métodos em comparação em relação a um período de tempo, como o VPL ou o Custo Atual
Uniforme, para se determinar a viabilidade financeira de um investimento ou empréstimo. Caso o
resultado seja positivo, a TIR supera a TMA e o investimento é interessante, sendo viável.

 TIR – Taxa Interna de Retorno

A taxa interna de rentabilidade/retorno (TIR) representa de rentabilidade gerada por determinado


investimento (muito utilizada com um dos indicadores chave em estudos de análise de viabilidade), ou seja,
representa uma taxa de juro tal, que se o capital investido tivesse sido colocado a essa taxa,
obteríamos exatamente a mesma taxa de rentabilidade final. Por outras palavras, representa uma
taxa que se utilizada como taxa de desconto, torna o VAL (Valor Atual Líquido) igual a zero . A partir
do momento em que a rentabilidade dos projetos de investimento seja conhecida, o critério de decisão sobre
o investimento consiste simplesmente em aceitar os que apresentam uma TIR superior ao custo de
financiamento acrescido de uma determinada taxa de risco que lhes esteja associada. A Taxa Interna de
Retorno é um método utilizado na análise de projetos de investimento.

18
A TIR é definida como a taxa de desconto de um investimento que torna seu (VPL) valor presente
líquido nulo (zero), ou seja, que faz com que o projeto pague o investimento inicial quando
considerado o valor do dinheiro no tempo.

 Custo de Oportunidade: Conceitos

O conceito de custo de oportunidade representa o beneficio que foi desprezado ao se optar por um
investimento em detrimento de outro, ou seja, é a rentabilidade que se abriu mão por escolher
outra opção de investimento.

O custo de oportunidade retrata quanto uma pessoa ou uma empresa sacrificou de


remuneração por ter escolhido aplicar seus recursos em outro investimento de risco
semelhante.

Exemplo: Quando um investidor em fundo de renda fixa de curto prazo remunerado pelo CDI
abre mão dessa remuneração para aplicar seu capital em alternativa de investimentos, como
um fundo Multimercado, neste caso, o custo de oportunidade é o CDI.

 Taxa Livre de Risco (Crédito)

O conceito de taxa livre de risco esta ligado a uma remuneração totalmente não
correlacionada com outros ativos, ou seja, retorno livre de risco de liquidez de um título e do
risco de crédito do seu emissor. Sendo aquele em que o investidor sabe exatamente o valor
que receberá ao final do prazo de investimento. Portanto, não há incerteza quanto ao valor a
ser recebido, pois pressupõe que o desvio padrão do retorno do ativo igual a zero e,
conseqüentemente, um β igual a zero. São exemplos teóricos de taxas livres de risco, as
taxas dos títulos do Governo Federal dos Estados Unidos e do Brasil.

 Custo Médio Ponderado de Capital: WACC (Weighted Average Capital Cost)


O custo médio ponderado de capital representa o custo dos financiamentos de longo prazo de
uma empresa, ou seja, o custo de capital, sendo obtido pelo custo de cada fonte de capital
ponderado por sua respectiva participação na estrutura de financiamento da empresa.

19
 Alavancagem Financeira
Significa a capacidade de uma empresa utilizar ativos ou fundos a um custo fixo de
forma a maximizar o retorno de seus proprietários, ou seja, operar a empresa
utilizando capital de terceiros. Como existe uma relação direta entre risco e
rentabilidade, onde quando maior o risco, maior o retorno e vice-versa, alavancagens
crescentes significam um grau maior de incerteza quanto à rentabilidade projetada e
por extensão, um retorno esperado maior.

Sendo assim, alavancagem financeira é a capacidade da empresa em maximizar o


lucro liquido por unidade, através da utilização de encargos financeiros fixos. Tendo
como efeito, aumentar o retorno e também aumentar o risco da empresa.

Vale a pena utilizar a alavancagem financeira, quando o mercado estiver crescendo,


a ajuda de capital de terceiros aumenta a capacidade produtiva e de vendas,
aumentando os lucros.

20
 Conceitos Básicos de Estatística – 3ª. parte

O estudo da estatística é um método que oferece aos seus usuários ferramentas para
que as decisões sejam tomadas da melhor forma possível, muitas vezes, em
condições de incerteza. A necessidade de entendermos os conceitos básicos de
estatística serão base para a compreensão do módulo sobre Gestão e Mensuração de
Riscos Financeiros.

 Medidas de Posição

São medidas que localizam o centro de uma amostra, sendo as três mais populares: a
média, a mediana e a moda.

 Média ou Média Aritmética

Das três medidas de posição, a média é a mais conhecida. A média é calculada através
da soma de valores do conjunto e dividindo-se pela soma do número de valores no
conjunto.

21
 Mediana

Outra medida retirada do meio de um conjunto de números. Tem como principal


característica dividir um conjunto ordenado de dados em dois grupos iguais, sendo
que uma das metades terá valores inferiores à mediana e a outra metade valores
superiores a ela, ou seja, a mediana será o elemento central.

Exemplo:

 Moda

Exemplo:

 Medidas de Dispersão: Variância e Desvio Padrão

22
Média = ∑ Retornos ou Variância = ∑ (Xi-X)^2 / n-1
N
Exemplo:
As três amostras seguintes representam a idade de 3 grupos diferentes de pessoas que, embora
resultem na mesma idade média, tem uma dispersão bem diferente. E como a medida de
localização mais utilizada é a média, é em relação a ela que se define a principal medida de
dispersão, a variância.

23
Desvio Padrão =√∑ (retornos – média)^2
N-1

O risco é gerado por esta incerteza e é medido pelo desvio-padrão dos


resultados inesperados, ou seja, são os resultados que se desviam do
resultado esperado.

O DESVIO PADRÃO É O CONSIDERADO O RISCO ABSOLUTO

Exemplo: Determine a variância e o desvio padrão, respectivamente, referente a


um investimento de 5 anos, de acordo com os seguintes dados:
1 ano = + 3%;
2 anos = + 5%;
3 anos = + 7%;
4 anos = - 2 %;
5 anos = + 2%;

Média = 3+5+7+(-2)+2 / 5= 3%
2 2 2 2 2
Variância = ∑ (Xi-X)^2 / n-1 = (3-3)+(5-3)+(7-3)+(-2-3)+(2-3) / 5-1 = 46 / 4 = 11,5%

Desvio padrão = √ 11,50 = 3,39%

 Covariância e Coeficiente de Correlação

24
Logo podemos dizer que, em
teoria da probabilidade e na
estatística, a covariância entre
duas variáveis aleatórias reais X
e Y, com valores esperados “E”,
é definida como uma medida de
como duas variáveis variam
conjuntamente: onde “E” é o
operador do valor esperado.

 Correlação

Quando as duas variáveis são quantitativas e podemos fazer um gráfico de


dispersão, podemos medir associação calculando um coeficiente de
correlação.

 Coeficiente de Correlação

Em estatística descritica, o coeficiente de correlação de Pearson, também


chamado de "coeficiente de correlação produto-momento" ou simplesmente de
"r de Pearson" mede o grau da correlação (e a direção dessa correlação - se
positiva ou negativa) entre duas variáveis de escala métrica (intervalar ou de
rácio).

Efeito Correlação:

25
Correlação Negativa (-1): Enquanto um ativo sobe de preço o outro cai
proporcionalmente;
Correlação Positiva (+ 1): Os dois ativos movimentam-se na mesma direção
(altas e baixas);
Sem Correlação (zero): Não existe qualquer padrão de correlação entre estes
ativos;

Coeficiente de Determinação (R2): É uma medida da proporção da


variabilidade de uma variável que é explicada pela variabilidade de outra variável.
Varia entre 0 e 1, indicando, em percentagem, o quanto o modelo consegue
explicar os valores observados. Ou seja, é uma medida de ajustamento de um
modelo estatístico linear generalizado. Seu valor é determinado como o
quadrado do coeficiente de correlação.

Exemplo: Sendo o coeficiente de correlação 0,25, logo, o coeficiente de


determinação será 0,50, ou seja, √0,25 = 0,50.
 Índice de referência (Benchmark) aplicado a produtos de investimento: Conceito
e Finalidade – Renda Fixa e Renda Variável

Benchmarking é um processo contínuo e sistemático para avaliar, medir e comparar produtos, serviços, processos e funções
de empresas identificadas como "melhores da classe" com a finalidade de melhoria da organização, comparação com os
concorrentes, desenvolver objetivos, produtos e processos e estabelecer prioridades e metas. Ou seja, o benchmark pode
ser definido como um referencial para comparação dos mercados.

 Renda Fixa: DI, Selic, Câmbio, IGP-M e IPCA.

Ao falarmos de investimentos se quisermos uma aplicação cujo rendimento acompanhe as taxas de juros vigentes no mercado,
um bom referencial ou benchmark seria o CDI, note-se que um investimento que usa o CDI ou a SELIC como benchmark é
adequado para investidores conservadores. (Mercados de Renda Fixa)

A taxa de câmbio (Ptax) é um bom referencial para investimentos cuja rentabilidade esteja atrelada a variações da moeda, tais
como os Fundos Cambiais, os quais são uma das opções para o investidor se proteger do risco cambial, caso tenha dívidas em
moeda estrangeira.

Se o objetivo do investidor é manter o poder de compra do dinheiro em reais (R$), deve procurar um investimento que tenha
como benchmark o IGP-M ou IPCA, por exemplo, pois como visto, trata -se de um índice de preços que registra a evolução dos
preços como medida síntese da inflação.

 Renda Variável:
Por outro lado, caso se trate de investimento em AÇÕES (Mercado de Renda Variável), um possível referencial é o IBOVESPA ou
o IBrX, já que esses índices são compostos pelas ações mais negociadas na Bovespa, refletindo o comportamento do mercado.

26
 O Índice BOVESPA – IBOVESPA (Índice da Bolsa de Valores – B3) é o mais importante indicador do desempenho do
mercado de ações brasileiro, criado em 1968, pois retrata o comportamento das principais ações negociadas na
BOVESPA. Ele é formado a partir de uma aplicação imaginária, em reais, em uma quantidade teórica de ações
expressa em qtde de pontos. Sua finalidade básica é servir como indicador médio do comportamento do mercado. Para
tanto, as ações que fazem parte do índice representam mais de 80% do número de negócios e do volume
financeiro negociados no mercado à vista, bem como, hoje leva-se em consideração o valor de mercado de cada
ação que compõem este índice. Como as ações que fazem parte dessa carteira têm grande representatividade,
podemos dizer que se a maioria delas estiver subindo, o mercado, medido pelo Índice BOVESPA, está em alta, e se
estiver caindo, está em baixa. (média das ações c/ maior negociabilidade ou maior liquidez, no pregão B3);

 O Índice Brasil Bovespa – IbrX (IBX) é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por
100 ou 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos de número de negócios e volume
financeiro; sua metodologia de cálculo é parecida com o Ibovespa e reavaliado a cada quatro meses. (ações c/ maior vlr.
de mercado);

 Demais Índices do Mercado de Capitais (Mercado de Bolsa):

o ISE: A BOVESPA, em conjunto com várias instituições – ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC, Instituto ETHOS e
Ministério do Meio Ambiente – decidiram unir esforços para criar um índice de ações que seja um referencial para
os investimentos socialmente responsáveis, o ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial.

o IEE: Índice das Empresas de Energia Elétrica, também calculado pela Bovespa. Trata-se de um índice setorial que
mede o comportamento das ações das principais empresas de energia elétrica. Foi lançado em agosto de 1996
com o objetivo de medir o desempenho do setor de energia elétrica e foi o primeiro índice setorial da Bovespa.

o IGC: O Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada, tem por objetivo medir o desempenho de uma
carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa. Tais empresas
devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da Bovespa.

o IVBX -2: É o Índice Valor Bovespa. O indicador é resultado de uma parceria entre a Bolsa de Valores de São Paulo e o
Jornal Valor Econômico, sendo o primeiro índice brasileiro constituído por ações de segunda linha nobre. O IVBX-2
é formado por ações de 49 empresas e é derivado do Índice Brasil (IBX). O novo índice exclui as dez companhias de
maior liquidez do IBX, bem como as dez com maior valor de mercado. Os papéis que compõem o IVBX-2 são ponderados
por seu valor de mercado, processo que evita a concentração do índice em ações altamente líquidas.

o MID LARGE CAP- MLCX & SMALL CAP – SMLL: Criados pela BM&FBOVESPA, em 12/09/08, esses índices têm por
objetivo medir o comportamento das empresas listadas na Bolsa de modo segmentado, sendo que o Mid Large
medirá o retorno de uma carteira composta pelas empresas listadas de maior capitalização, e o Small Cap medirá
o retorno de uma carteira composta por empresas de menor capitalização. As ações componentes serão
selecionadas por sua liquidez, e serão ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à
negociação.

Cada índice é criado a partir de regras específicas que elegem os papéis que vão compor sua carteira e serve como ponto de
referência (benchmark) para medir o desempenho de determinado mercado. Cumprem basicamente três objetivos:
 são indicadores de variação de preços do mercado;
 servem de parâmetros para avaliação de performance de portfólios (carteira );
 podem ainda servir como instrumentos de negociação no mercado futuro.
 IMA - Índice de Mercado Anbima: (CEA)
Segundo a própria definição da Anbima, o IMA (Índice de Mercado ANBIMA) é uma
família de índices que representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de
títulos públicos, e serve como benchmark para o segmento. Além destes principais
índices, é possível ainda ter acesso aos subíndices de cada índice.
O IMA possui índices e subíndices que visam englobar todo o perfil da dívida
pública brasileira, incluindo títulos pré-fixados (LTN e NTN-F), pós-fixados (LFT),
indexados ao IPCA (NTN-B) e indexados ao IGPM (NTN-C).
O fluxograma abaixo ajuda a ilustrar de forma clara esta divisão entre índices e
subíndices do IMA:

27
Portanto, o índice geral captura a rentabilidade de todo este conjunto de títulos,
permitindo que o investidor tenha um rápido acesso a rentabilidade de diversos
índices e subíndices do IMA, podendo criar, inclusive, seu próprio benchmark para
sua carteira de títulos.

Exemplo: Um fundo de investimentos que realiza apenas operações com títulos pré-
fixados com prazo maior de 1 ano poderia utilizar o subíndice IRF-M 1+
como benchmark para seus resultados, já que este se enquadra melhor no perfil de
operações do fundo.

IMA-Geral ex-C: Além dos índices e subíndices listados no fluxograma, foi criado ainda
mais um tipo de índice para capturar a rentabilidade geral, excluíndo os títulos indexados
ao IGPM, que foram retirados do mercado secundário devido à uma decisão explícita do
Tesouro Nacional, além da baixa liquidez verificada neste segmento. Portanto, o IMA-Geral
ex-C exclui o IMA-C de sua composição para calcular a rentabilidade geral.

 Bibliografia:

1) Mercado Financeiro, Produtos e Serviços - Eduardo Fortuna –


16ª. Edição – Ed. Qualitymark;

2) Mercado Financeiro - Alexandre Assaf Neto – 7ª. Edição – Ed.


Atlas;

28
3) Mercados de Investimentos Financeiros - Manual Certificação
ANBID: Iran Siqueira Lima, Ney Galardi e Ingrid Neubauer - 1ª.
Edição – Ed. Atlas;

4) Matemática Financeira e suas Aplicações: Alexandre Assaf Neto


– 11ª. Edição – Ed. Atlas;

5) Análise de Investimentos: Rodolfo Leandro de Faria Olivo – 2ª.


Edição - Ed. Alínea;

6) Gestão de Risco e Derivativos: Coleção Coppead de


Administradores – 1ª. Edição – Ed. Atlas – 2006;

7) Economia Monetária e Financeira – Teoria e Política: Fernando


J. Cardim de Carvalho, Francisco Eduardo Pires de Souza, João
Sicsú, Luiz Fernando Rodrigues de Paula e Rogério Studart.

8) Sites ANBIMA, BACEN e CVM;

José Francisco Pais é Professor Universitário, Financista, Especialista em Gestão


Empresarial e Certificado pela ANBIMA - CPA20. Além de ter sido durante 7 anos
Coordenador de Cursos de Pós-graduação da Anhanguera Educacional de
Osasco. Tendo, mais de 35 anos de experiência na área bancária e financeira e
atuando na área educacional a mais de 12 anos. Articulista dos sites
Administradores.com e PrevenirPerdas.com e do blog:
investduvidas.wordpress.com.

Bons Estudos!!!

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