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Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Curso de Turismo
Disciplina: Economia do Turismo
Campus de Foz do Iguaçu

FALHAS DE MERCADO

Professora: Dra. Taíse Fátima Mattei


ROTEIRO

• Entender o que é falha de mercado.


• Razões para falhas de mercado: Poder de mercado;
Informações incompletas; Externalidades; Bens públicos.
• Aprender sobre regulação econômica.
OBJETIVOS

• Conhecer as principais causas de falhas de mercado


competitivos e analisar o papel da regulação econômica.
FALHAS DE MERCADO

• Na economia, a falha de mercado é uma situação na qual a


alocação de bens e serviços por um mercado livre não é
eficiente, frequentemente levando a uma perda líquida de
bem-estar social.
FALHAS DE MERCADO

• Até o início do século XX, a principal corrente econômica


era o liberalismo (“laissez-faire”). 
• Ele partia do pressuposto de que o indivíduo, quando
visava o benefício próprio, acabava por beneficiar toda a
sociedade, pois atendia à sua necessidade por determinados
produtos e serviços.
FALHAS DE MERCADO

• De acordo com essa doutrina, a presença de alguns


mecanismos na economia garantia o seu bom
funcionamento, coibindo os excessos:
 A concorrência;
 O livre movimento de bens e serviços;
 O sistema de preços.
FALHAS DE MERCADO

• Nas situações em que um ou mais desses elementos


estavam ausentes, surgiam as falhas de mercado,
desequilibrando a relação entre demanda e oferta, e
acarretando mais custos do que bem-estar social.
• Como forma de atenuá-las, foram criadas a
autorregulação, conduzida pelos próprios agentes
econômicos, e a “regulação econômica”, de
responsabilidade governamental.
FALHAS DE MERCADO

• Os mercados competitivos apresentam falhas devido a


quatro razões básicas:
1. Poder de mercado;
2. Informações incompletas;
3. Externalidades;
4. Bens públicos.
1- PODER DE MERCADO

• Capacidade que os vendedores ou compradores podem ter


de exercer influência no preço de uma mercadoria.
• Há duas modalidades de poder de mercado: poder de
monopólio e poder de monopsônio.
• Poder de mercado: quando os vendedores cobram preço
acima do custo marginal, medido pela proporção à qual o
preço ultrapassa o custo marginal.
1- PODER DE MERCADO

• Há duas modalidades de poder de mercado: poder de


monopólio e poder de monopsônio.
• Poder de mercado: quando os vendedores cobram preço
acima do custo marginal, medido pela proporção à qual o
preço ultrapassa o custo marginal.
• Poder de monopsônio: quando os compradores podem
obter preços abaixo do valor marginal atribuído à
mercadoria, medido pela proporção à qual o valor marginal
ultrapassa o preço.
1- PODER DE MERCADO

• O poder de monopólio é determinado em parte pelo


número de empresas que competem no mercado.
• Se existe apenas uma empresa: o poder de monopólio
dependerá apenas da elasticidade-preço da demanda do
mercado. Menor a elasticidade-preço demanda, maior poder
de monopólio da empresa.
• Se existirem diversas empresas: poder de monopólio
dependerá da interação das empresas. Competição
agressiva, menor poder de monopólio.
1- PODER DE MERCADO
• Determinantes do poder de monopólio:
 Elasticidade-preço da demanda: quanto menos elástica
(mais inelástica) for a curva de demanda da empresa, maior
poder de monopólio ela terá.

Fonte: https://infonauta.com.br/estrategias
-de-marketing/implicacoes-do-preco-sobre
-a-demanda
1- PODER DE MERCADO
• Determinantes do poder de monopólio:
 Número de empresas atuando no mercado: se existirem
muitas empresas, será pouco provável que qualquer uma
tenha possibilidades de influenciar no preço de mercado.
 Interação entre as empresas: mesmo que apenas duas ou
três empresas estejam atuando no mercado, nenhuma delas
terá possibilidade de elevar o preço com lucro caso exista
uma agressiva concorrências entre elas.
1- PODER DE MERCADO

• O poder de mercado pode impor custos à sociedade.


• Tanto o poder de monopólio, quanto o poder de
monopsônio resultam em níveis de produção abaixo do
nível de produção competitivo, havendo um peso morto de
excedente do produtor e consumidor.
1- PODER DE MERCADO
Excedente produtor:
+A–C

Excedente consumidor
–A–B

Resultado
+A–C–A–B=
–C–B

Peso morto (B + C)

Fonte: PINDYCK, RUBINFELD, 2010.


1- PODER DE MERCADO

• De forma geral, depende-se da legislação antitruste para


evitar que as empresas acumulem excessivos pode de
mercado.
• No Brasil há um órgão público responsável por defender e
fomentar a livre concorrência. O CADE (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) tem poder para
investigar e julgar infrações que violem esse importante
princípio da ordem econômica.
1- PODER DE MERCADO

• Existe uma situação em que as economias de escala


tornam o monopólio puro desejável, no caso do monopólio
natural.
•Monopólio Natural: quando uma única empresa é capaz
de arcar com toda a produção para o mercado com um custo
inferior ao que existiria caso houvesse outras empresas.
1- PODER DE MERCADO

• Se uma empresa possui um monopólio natural, é mais


eficiente deixar que sirva ao mercado sozinha do que ter
várias empresas competindo.
• Entretanto, o governo ainda poderá regulamentar o preço
para poder maximizar o bem-estar social.
• O monopólio natural surge normalmente onde há grandes
economias de escala.
2- INFORMAÇÕES INCOMPLETAS

• Informações inexatas ou falta de informações para os


agentes do mercado.
• Se os consumidores não tiverem informações exatas a
respeito dos preços de mercado ou qualidade do produto, o
sistema de mercado não pode operar eficientemente.
• A falta de informações pode estimular os produtores a
ofertar quantidades excessivas de determinados produtos e
quantidades insuficientes de outros.
2- INFORMAÇÕES INCOMPLETAS

• Alguns consumidores podem não adquirir o produto,


mesmo que se beneficiassem da compra, enquanto outros
consumidores vão adquirir produtos que lhe causem
prejuízo. Ex.: remédio para emagrecer.
• A falta de informações pode impedir que determinados
mercados apresentem bom desenvolvimento. Ex.: pode ser
impossível aquisição de certos tipos de seguros se
fornecedores não possuírem informações adequadas dos
clientes.
2- INFORMAÇÕES INCOMPLETAS

• Pode ocorrer falha de mercado quando os consumidores


não dispõem de informações a respeito da qualidade ou
natureza de determinado produto, o que os impede de tomar
decisões de compra capazes de maximizar sua utilidade.
• Uma intervenção governamental poderia ser desejável.
3- EXTERNALIDADES

• As vezes, a atuação dos consumidores ou produtores resulta


em custos ou benefícios que não se encontram refletidos nos
preços de mercado.
• Esses custos e benefícios são denominados externalidades,
porque são externos ao mercado.
• As vezes os preços de mercado não refletem o que realmente
acontece entre produtores e consumidores.
• As externalidades ocorrem quando alguma atividade de
produção ou de consumo possui efeito indireto sobre outras, que
não se reflete diretamente nos preços de mercado.
3- EXTERNALIDADES

• Externalidades negativas: ação de uma das partes impõe custos


à outra.
• Externalidades positivas: ação de uma das partes beneficia a
outra.
3- EXTERNALIDADES

• Ex.: Usina de aço despeja afluentes em um rio, tornando


um local de recreação situado abaixo do rio inadequado
para atividades como natação e pesca. A usina não está
pagando o verdadeiro custo gerado por seus afluentes.
• Não havendo intervenção governamental, a empresa não
teria estímulo para levar em consideração o custo social da
poluição.
• Não existe mercado no qual esses custos externos possam
ser estimados e incorporados no preço do aço.
3- EXTERNALIDADES

• Ex.: Um proprietário de uma casa resolve pintá-la e


construir um lindo jardim. Todos os vizinhos se beneficiam
dessa atividade, embora a decisão do proprietário de pintar
a casa e fazer o jardim provavelmente não tenha levado em
conta esses benefícios.
4- BENS PÚBLICOS

• Bem público: é uma mercadoria que pode ser


disponibilizada a baixo do custo para muitos consumidores,
mas, assim que ela é ofertada para alguns, torna-se muito
difícil evitar que outros também a consumam.
• Mercadoria que pode beneficiar todos os consumidores,
mas cuja oferta no mercado é insuficiente ou inexistente.
• Ex.: Pesquisa sobre uma nova tecnologia para qual não
consegue obter uma patente. Logo após a invenção tornar-
se pública, outros podem copiá-la.
4- BENS PÚBLICOS

• Os mercados ofertam quantidades insuficientes de bens


públicos.
• Em alguns casos, o governo pode resolver por meio do
fornecimento direto do bem ou por estímulos para que
empresas privadas se disponham a produzir.
• Quando o mercado não consegue ofertar certas
mercadorias valorizadas por muitos consumidores, surge
bens públicos.
• Ex.: defesa nacional.
REGULAÇÃO ECONÔMICA

• O sistema de mercado assegura o uso eficiente dos


recursos para a produção de bens e serviços privados, já a
regulamentação tem como condição necessária a existência
de falhas de mercado.
• Formular e implementar a regulamentação de um mercado
requer elevados custos administrativos.
REGULAÇÃO ECONÔMICA
• De acordo com Anuatti Neto (2005), no que se refere à
regulamentação de mercado, existem alguns instrumentos
utilizados: 1) comando e controle e 2) incentivos
financeiros.
• Comando e controle: aqueles associados a regras
particulares implementadas por agências governamentais
especialmente concedidas para esses fins, fazendo uso de
regulamentos e sanções.
• Incentivos financeiros: relacionado a transferências de
recursos por meio de impostos e subsídios financeiros.
REGULAÇÃO ECONÔMICA

• Normalmente, a regulamentação de cada setor é feita por


associações ou agências que são responsáveis por regular,
fiscalizar, reger e, ainda, defender os direitos dos
consumidores.
• O mercado necessita de regras que rejam o seu
funcionamento e de agências e instrumentos que fiscalizem
e organizem essa regulamentação.
REGULAÇÃO ECONÔMICA

• No caso do setor turístico, existem agências


governamentais responsáveis por sua regulamentação,
fiscalização de atividades e controle.
• Portanto, o instrumento de regulamentação do setor
turístico é o comando e controle (com agências
governamentais especialmente concedidas para esses fins),
fazendo uso de regulamentos e sanções.
REGULAÇÃO ECONÔMICA
• A Organização Mundial do Turismo – OMT – é o órgão
internacional responsável pela regulamentação do setor
turístico em todo o mundo. Possui regulamentos,
atribuições, dados teóricos e estatísticos do turismo em
vários países.
• No Brasil, o órgão responsável pelo setor turístico é o
Ministério do Turismo, que foi criado em 2003.
• No Ministério do Turismo existem várias estruturas
responsáveis pelo planejamento, pela fiscalização e pelo
controle das atividades turísticas no Brasil, entre esses a
REGULAÇÃO ECONÔMICA
• A Embratur é o Instituto Brasileiro de Turismo, criado em
18 de novembro de 1966.
• É a empresa responsável pela execução da Política
Nacional de Turismo no que diz respeito à promoção,
marketing e apoio à comercialização dos destinos, serviços
e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional.
• Trabalha pela geração de desenvolvimento social e
econômico para o país, por meio da ampliação do fluxo
turístico internacional nos destinos nacionais.
REGULAÇÃO ECONÔMICA

• Outras agências reguladoras relacionadas ao turismo:


 Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC ;
 Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT;
 Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVS;
 Associação Brasileira de Agências de Viagens – ABAV
–, que organiza e fiscaliza as operadoras e agências de
viagens.
REFERÊNCIAS

JESUS, Claudiana Guedes; SILVA, Robson Dias. Economia do Turismo.


Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. Disponível em:
https://canal.cecierj.edu.br/012016/04e4b5b8c7e43f814e23122e734ae
c6c.pdf

PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia (7º


Edição). São Paulo: Pearson, 2010.
Taíse Fátima Mattei
Obrigada!

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