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Unidade I

MICROECONOMIA EM CONCORRÊNCIA IMPERFEITA

Prof. Euclides Pedrozo


Os dez princípios da economia de mercado

1. Pessoas enfrentam trade-offs (there is no free lunch!).


2. O custo de alguma coisa é o que você desiste para obtê-la
(o custo de oportunidade).
3. As pessoas racionais pensam “na margem” (análise custo-
benefício).
4. As pessoas respondem a incentivos.
5. O comércio pode melhorar a situação de todos
(alternativamente, o comércio permite que cada agente
econômico se especialize na ATIVIDADE que é mais apta).
Os dez princípios da economia de mercado

6. Os mercados são, em geral, uma boa forma de organizar


atividade econômica.
7. Os governos podem, às vezes, melhorar os resultados do
mercado (livres mercados requerem regulação).
8. O padrão de vida de um país depende de sua capacidade
de produzir bens e serviços (a produtividade).
9. Os preços sobem quando o governo emite moeda demais
(prevenir a inflação é fácil!).
10. A sociedade enfrenta um trade-off de curto prazo entre
inflação e desemprego.
Introdução à Microeconomia em Concorrência
Imperfeita

A economia de mercado é ancorada em duas premissas:


I. Os indivíduos agem para maximizar seu bem-estar.
II. As empresas agem visando a maximizar seus lucros.
A ciência econômica sugere, entretanto, que os governos podem
aprimorar a atividade econômica quando há presença de:
I. graves problemas de equidade; ou
II. falhas de mercado.
Conceitos de eficiência em economia

 Eficiência no sentido de Pareto:


 Uma alocação de recursos é eficiente no sentido de Pareto
quando não for possível melhorar a situação de um agente
econômico sem piorar a de outro agente.
 Ou seja, não é possível alcançar a eficiência econômica
caso o objetivo seja melhorar a situação de alguém,
sem prejudicar a situação dos demais indivíduos.
 Atenção: eficiência e equidade não são a mesma coisa.
Teoremas do Bem-Estar

 Primeiro Teorema do Bem-Estar:


 Todo equilíbrio competitivo gera alocações de recursos
Pareto-eficiente, independentemente da dotação inicial
desses recursos.
 Isto é, se os agentes tomarem suas decisões livremente, em
condições de competição perfeita, o resultado será eficiente
e, portanto, maximizará o bem-estar da sociedade.
 Segundo Teorema do Bem-Estar:
 Toda situação ótima no sentido de Pareto pode ser atingida
por um equilíbrio competitivo, dada uma dotação inicial
adequada de recursos (redistribuição da riqueza).
Interatividade

Uma situação econômica é dita eficiente no sentido de


Pareto quando:
a) Os salários são distribuídos equitativamente.
b) O nível de bem-estar é o mesmo para todos os indivíduos.
c) O excedente do produtor é igual ao excedente do consumidor.
d) Não é possível aumentar a utilidade marginal da renda sem
aumentar o preço.
e) É impossível melhorar o bem-estar de um agente econômico
sem piorar o de outro.
Resposta

Uma situação econômica é dita eficiente no sentido de


Pareto quando:
a) Os salários são distribuídos equitativamente.
b) O nível de bem-estar é o mesmo para todos os indivíduos.
c) O excedente do produtor é igual ao excedente do consumidor.
d) Não é possível aumentar a utilidade marginal da renda sem
aumentar o preço.
e) É impossível melhorar o bem-estar de um agente econômico
sem piorar o de outro.
Falhas de mercado

Falhas de mercado costumam ser classificadas em quatro


grandes tipos:
 Externalidades (positivas ou negativas);
 Bens públicos;
 Assimetrias de informação;
 Poder de mercado.
Externalidades

 Externalidades são efeitos colaterais decorrentes da decisão


econômica individual que afetam a sociedade como um todo.
 Externalidades são negativas quando o custo social do
comportamento individual é maior do que o custo privado.
 No caso de externalidades positivas, o benefício social
devido a uma ação individual é maior do que o
benefício privado.
Externalidades

Fonte: o autor
Bens públicos

Fonte: o autor
Informações assimétricas

 Informação assimétrica ocorre quando, em uma transação, um


agente possui uma informação oculta ou privilegiada em
relação à outra parte sobre as reais condições do objeto de
negociação. Pode ocorrer de duas formas:
 Seleção adversa ou problema pré-contratual: por exemplo,
mercado de carros usados e mercado de crédito.
 Risco moral (moral hazard) ou problema pós-contratual:
por exemplo, mercado de seguros e mercado de trabalho.
Poder de mercado

Tabela 1 – Características das Estruturas de Mercado Básicas


Vendedores Compradores
Estrutura de
Mercado Barreiras à Barreiras à
Quantidade Quantidade
Entrada Entrada

Concorrência Perfeita Não Muitos Não Muitos


Monopólio Sim 1 Não Muitos
Monopsônio Não Muitos Sim 1
Oligopólio Sim Poucos Não Muitos
Oligopsônio Não Muitos Sim Poucos
Concorrência Monopolística Não Muitos Não Muitos
Fonte: adaptado de Carlton e Perloff (2004).
Interatividade

No mercado de automóveis usados, é transacionada uma


proporção bem maior de carros em mau estado de conservação
do que em bom estado de conservação. Essa falha no
funcionamento do mercado é denominada:
a) Risco moral.
b) Externalidade negativa.
c) Deseconomia de escala.
d) Seleção adversa.
e) Oligopólio.
Resposta

No mercado de automóveis usados, é transacionada uma


proporção bem maior de carros em mau estado de conservação
do que em bom estado de conservação. Essa falha no
funcionamento do mercado é denominada:
a) Risco moral.
b) Externalidade negativa.
c) Deseconomia de escala.
d) Seleção adversa.
e) Oligopólio.
Monopólio

 Monopólio é a estrutura de mercado em que há apenas um


vendedor que oferta seu produto para inúmeros compradores.
 Causas para a existência de um monopólio:
 Políticas: incluem outorga de licenças governamentais de
exclusividade e a imposição de barreiras comerciais legais
para excluir potenciais competidores.
 Econômicas: dizem respeito à existência de economias de
escala importantes na produção.
 Técnicas: estão relacionadas à criação de patentes que
garantem direitos sobre determinados processos de
produção ou ao controle estratégico, por parte do ofertante,
de recursos e matérias-primas.
Hipóteses do monopólio

 As hipóteses básicas da estrutura de mercado em monopólio


são as seguintes:
 A indústria é composta por uma única firma.
 Não há substitutos próximos para o bem que a firma produz.
 Existência de barreiras à entrada de novas firmas (legais,
econômicas ou técnicas).
 O produtor apresenta comportamento otimizador
(maximização de lucros).
Curva de demanda em mercados competitivos

Fonte: o autor
Decisão ótima do monopolista

Fonte: o autor
Relação entre elasticidade da demanda e mark-up

Fonte: o autor
Índice de Lerner

 Índice de Lerner (L):

𝑃−𝐶𝐶𝐶(𝑄)
 𝐿=
𝑃

 𝐿 = 0: o preço tende ao custo marginal e temos uma


condição em que a firma opera de forma competitiva.
 𝐿 ⟶ 1: o preço tende a ser muito superior ao custo
marginal, 𝑃 > 𝐶𝐶𝐶(𝑄). No limite, a firma tem condições de
impor poder de mercado absoluto.
Interatividade

Em um mercado em monopólio:
a) A demanda é necessariamente inelástica.
b) O poder de mercado está nas mãos do único consumidor
que nele atua.
c) O nível de produção de equilíbrio é alcançado quando
receita marginal e custo marginal de produção se igualam.
d) A imposição de um imposto por unidade vendida do
produto é suficiente para eliminar sua perda de eficiência.
e) A quantidade de equilíbrio de mercado será superior àquela
alcançável em uma estrutura de concorrência perfeita.
Resposta

Em um mercado em monopólio:
a) A demanda é necessariamente inelástica.
b) O poder de mercado está nas mãos do único consumidor
que nele atua.
c) O nível de produção de equilíbrio é alcançado quando
receita marginal e custo marginal de produção se igualam.
d) A imposição de um imposto por unidade vendida do
produto é suficiente para eliminar sua perda de eficiência.
e) A quantidade de equilíbrio de mercado será superior àquela
alcançável em uma estrutura de concorrência perfeita.
Ineficiência do monopólio

 Sob monopólio, as consequências de um preço maior


praticado são as seguintes:
 O total de consumidores que adquirem os bens e os
serviços ofertados diminui. Logo, há perda de excedente
para os consumidores.
 O monopolista tem lucro extraordinário, ou seja, há ganhos
de excedente para o produtor.
 Há perda bruta traduzida pelo custo social da ineficiência
decorrente do poder de monopólio.
Peso morto do monopólio

Peso morto
do monopólio

Fonte: o autor
Regulação do monopólio por preço teto

Fonte: o autor
Monopólio natural

Fonte: o autor
Monopólio natural x Monopólio tradicional

 Para atenuar os efeitos negativos de bem-estar de monopólios


naturais, o Estado tem duas alternativas:
 A provisão direta do bem ou serviço; ou
 A regulação da atividade quando ela é prestada pela
iniciativa privada.
Quadro 1 Monopólio Tradicional x Monopólio Natural

Monopólios Tradicionais Monopólios Naturais

Fonte do poder de Custos subaditivos; Economias de


Barreiras à entrada
mercado escala

Órgão estatal Órgão de defesa da concorrência,


Agências regulatórias
envolvido agências antitruste (no Brasil, CADE)

Objetivo da Substituição do mecanismo de


Reforço do mecanismo de mercado
intervenção mercado

Timing da
Pontual Constante
intervenção

Fonte: o autor
Interatividade

Um determinado setor é um monopólio natural. Qual das opções


a seguir, o órgão regulador deve escolher para garantir maior
bem-estar para o consumidor?
a) O órgão regulador deve quebrar esse monopólio e estimular
a concorrência.
b) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado
seja igual ao custo marginal.
c) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual
ao custo médio.
d) Não há nada que o governo possa fazer.
e) O órgão regulador deve determinar que o preço deve ser
o de equilíbrio entre oferta e demanda.
Resposta

Um determinado setor é um monopólio natural. Qual das opções


a seguir, o órgão regulador deve escolher para garantir maior
bem-estar para o consumidor?
a) O órgão regulador deve quebrar esse monopólio e estimular
a concorrência.
b) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado
seja igual ao custo marginal.
c) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual
ao custo médio.
d) Não há nada que o governo possa fazer.
e) O órgão regulador deve determinar que o preço deve ser
o de equilíbrio entre oferta e demanda.
ATÉ A PRÓXIMA!

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