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Introdução

A História da evolução da Administração das Empresas angolana confunde-se, até certo ponto,
com a evolução histórica do Direito Comercial angolano. Porém, falar da evoluçao de
administraçao de empresas não é,falar de Direito Comercial, na medida em que podem existir
empresas sem que exista um verdadeiro Direito Comercial.
Uma característica cada vez mais saliente da economia angolana é a de uma parte substancial
dos investimentos privados, tornados possíveis graças a uma acumulação exorbitante na mão de
uma pequena franja da sociedade, é canalizada para fora do país. Por agora, Portugal é o alvo
preferencial destes investimentos, que se verifica na banca, energia, telecomunicações e
comunicação social, mas também na vinicultura e fruticultura, em imóveis bem como em
empreendimentos turísticos.
História e surgimento de empresa em Angola
Durante a época colonial (1937-1975) a constituição e instalação de empresas em território
angolano estava sujeita a prévia autorização do governo colonial. É em 1937 que surge o
primeiro diploma que regulamentava o investimento privado realizado em território angolano, a
Lei n.º 1956, de 17 de Maio de 1937.
Com o eclodir da luta armada para a libertação nacional, que se deu a 4 de Fevereiro de 1961,
governo colonial viu-se obrigado a tomar determinadas medidas de cariz económico. Dentre
estas, merecem particular realce o Decreto-Lei n.º 44.016, de 8 de Novembro de 1961, que
tinha como objectivo promover a formação de uma economia nacional no espaço português, e o
Decreto-Lei n.º 44.652, de 27 de Outubro de 1962, que estabeleceu o Programa de Acção do
Governo Colonial para o desenvolvimento dos sectores mais importantes da economia.

Um outro facto digno de nota, que ocorreu antes mesmo da independência de Angola, foi a
entrada de Portugal na EFTA, em 1959. Este facto impôs a necessidade de Portugal
impulsionar o crescimento e o desenvolvimento da indústria colonial, designadamente em
Angola.
Na época posterior à independência nacional (1975 - actualidade), Angola passou por
diferentes fases no que toca à abordagem político-económica relacionada com o papel das
empresas na sua economia.
Entre 1975 e 1991, Angola optou por uma via de desenvolvimento económico de orientação
Inequivocamente socialista. O sistema económico de Angola é, neste período, um sistema
económico centralmente planificado, não obstante as alterações que o texto constitucional foi
sofrendo a caminho de um sistema de economia mista e, posteriormente, de economia de
mercado. Este é o tempo em que pontificam as empresas controladas pelo Estado, quer sejam
empresas públicas (EP) ou unidades económicas estatais (UEE). Há pouca margem para a
iniciativa privada, havendo lugar a nacionalizações e a confiscos.
A situação económica difícil que se viveu na primeira década que se seguiu à independência de
Angola foi demonstrando que o sistema socialista não se revelava adequado ao
desenvolvimento económico e financeiro que Angola desejava, e de que tanto precisava. Por
isso, progressivamente, foram sendo publicados diplomas que procuravam proporcionar uma
progressiva abertura da economia angolana à actividade empresarial privada.
Foi neste contexto que, em 1988, se aprovou um conjunto de diplomas que ficou conhecido
como o pacote legislativo SEF - Saneamento Económico e Financeiro. O SEF marcou a
transição do sistema económico de orientação socialista para o sistema de economia de
mercado. No âmbito do SEF entraram em vigor, entre outros, os seguintes diplomas legais: a
Lei n.º 8/88, de 25 de Junho Lei sobre os Títulos de Tesouro, a Lei n.º 9/88, de 2 de Julho, Lei
Cambial8, a Lei n.º 10/88, de 2 de Julho, Lei das Actividades Económicas, a Lei n.º 11/88, de
17 de Julho, Lei das Empresas Estatais, a Lei n.º 12/88, de 9 de Julho,
Lei da Planificação11, e a Lei n.º 13/88, de 16 de Julho, Lei dos Investimentos Estrangeiros.
Um facto digno de nota é o de que estas leis se apresentavam como manifestamente contrárias
aos princípios de orientação económica plasmados no texto constitucional, que ainda
consagrava o sistema económico de base socialista. Mas a necessidade de se recuperar a
economia angolana falou mais alto. De tal sorte que o pacote legislativo SEF vigorou, mesmo
ao arrepio das normas constitucionais vigentes. Só com a Lei Constitucional de 1992 ficaram
os diplomas legais que foram sendo publicados a partir de 1988 conformes com as normas
constitucionais.
Em 2002, com o fim da guerra civil iniciada em 1975, abriu-se uma nova era no
desenvolvimento de Angola. E nesta perspectiva, o investimento privado emergiu como a
chave para o tão almejado desenvolvimento económico. Aprovou-se a Lei n.º 11/03, de 13 de
Maio, Lei de Bases do Investimento Privado, que, quando comparada com as leis anteriores
sobre esta matéria, se mostra, claramente, mais liberal, tendo em vista atrair e captar o
investimento privado estrangeiro para o país.
Com a publicação da Constituição de 201016, e tendo em atenção o crescimento exponencial
da economia angolana, em 2011 aprovou-se um novo diploma sobre o investimento privado, a
Lei n.º 20/11, de 20 de Maio1. Este diploma veio consagrar que apenas eram autorizados
investimentos estrangeiros com o valor mínimo de 1.000.000 de USD, ou o equivalente em
kwanzas àquele montante.
O ano de 2013 foi seguramente um ano em que as empresas em Angola sentiram uma grande
pujança, o que se deveu muito às políticas saídas das eleições gerais de 2012, que respondiam
pelo slogan “crescer mais e distribuir melhor”. O ano de 2013 foi ainda particularmente
importante para a construção do quadro regulatório que permitiu a criação do mercado de
valores mobiliários em Angola, pois nele registou-se a publicação do Decreto Legislativo
Presidencial n.º 4/13, de 9 de Outubro, que consagrou o Regime Jurídico do Mercado
Regulamentado de Dívida Pública Titulada; Decreto Legislativo Presidencial n.º 5/13, 9 de
Outubro que aprovou o Regime Jurídico das Sociedades Corretora e Distribuidoras;
Decreto Legislativo Presidencial n.º 6/13, de 10 de Outubro que aprovou o Regime Jurídico das
Sociedades Gestoras de Mercados Regulamentados e de Serviços Financeiros sobre Valores
Mobiliários, e o Decreto Legislativo Presidencial n.º 7/13, de 11 de Outubro, que consagrou o
Regime Jurídico dos Organismos de Investimento Colectivo.
Todavia, a economia angolana, desde finais de 2014, enfrenta uma crise económica que abalou,
significativamente, o investimento privado e, em especial, o investimento estrangeiro. Neste
diapasão, foi necessário adoptar medidas legislativas para debelar os efeitos da crise, cuja
apresentação global consta das Linhas Mestras da Estratégia para a Saída da Crise. Assim,
procurou-se facilitar e simplificar o processo de constituição das sociedades comerciais, tendo
sido aprovada a Lei n.º 11/15, de 17 de Junho, Lei da Simplificação do Processo de
Constituição de Sociedades Comerciais.
Concomitantemente, teve-se em vista atrair o investimento privado, mediante a publicação das
Linhas Mestras da Nova Política de Investimento Privado e da Lei n.º 14/15, de 11 de Agosto –
Lei do Investimento Privado, que vem eliminar a exigência de um valor mínimo para o
investimento estrangeiro, passando a ser aplicada a investimentos estrangeiros de qualquer
montante.
Conceito de Empresa
Entidade correspondendo a uma unidade jurídica ou ao menor agrupamento de unidades
jurídicas ou institucionais, dotada de autonomia de organização e de decisão na afectação de
recursos às suas actividades de produção, exercendo uma ou várias actividades, num ou vários
locais e que sejam fixas, visíveis, registadas ou não.

Actividade Económica é Combinação de factores produtivos (mão de obra, matérias


primas, equipamento, etc.), com vista à produção de bens e serviços para terceiros.

Actividade Económica Principal é Actividade que representa a maior importância no


conjunto das actividades exercidas pela actividade económica. A determinação da actividade
económica é feita com base nos seguintes critérios:

Actividade Económica Secundária é Actividade produtora de bens ou serviços para terceiros


diferente da actividade principal. As actividades principais e secundária são, em geral,
exercidas com o apoio de diversas actividades auxiliares (ex. contabilidade, serviços
administrativos, reparação, armazenagem, etc.).
Número de trabalhadores da Empresa são pessoas que, no período em referência,
participaram efectivamente na actividade da empresa, independentemente do vínculo que
tenham, quer recebam ou não um salário.

Incluem pessoas temporariamente ausentem em, para férias, maternidade, conflitos de


trabalho, formação profissional, doenças e acidentes de trabalho de duração igual ou inferior a
um mês. Inclui ainda os trabalhadores de outras empresas que se encontram a trabalhar na
empresa sendo aí directamente remunerados.

Não incluem Trabalhadores a cumprir o serviço militar, em regime de licença sem


vencimento, em desempenho de funções públicas (vereadores, deputados,…), ausentes por
doença ou acidente de trabalho de duração superior a um mês. Não inclui trabalhadores com
vínculo à empresa e deslocados para outras empresas, sendo nestes remunerados.

Pessoal remunerado é o pessoal que participa efectivamente na actividade da empresa


/estabelecimento, recebendo por este facto uma soma fixa pré-determinada, em dinheiro ou em
géneros.

Pessoal não remunerado essoal que participa efectivamente na actividade da empresa sem
receberem uma remuneração regular, isto é, uma soma fixa a troco do seu trabalho.

Empresa em Nome Individual Património do empresário em nome individual responde pelo


cumprimento das suas obrigações sociais, quer se trate de valores afectos ao exercício de
actividade ou não. Como tal a responsabilidade do empresário em nome individual é ilimitada.

Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada são Sociedades nas quais os sócios estão
isentos de responsabilidade pessoal: nunca respondem como tal, perante os credores da
sociedade, que só se podem pagar pelos bens sociais.

Sociedade por Quotas

Sociedades comerciais que se caracterizam pela divisão do capital em quotas, pela


responsabilidade social face a terceiros e pela responsabilidade solidária de todos os sócios
pelas prestações devidas à sociedade por algum ou alguns de outros associados, por força da
não realização integral das suas quotas.

Sociedade Unipessoal Por Quota

Sociedades por quotas unipessoais caracterizam-se pela existência de uma só cota pertencente
ao sócio único. Pelas dívidas contraídas no exercício da actividade da sociedade, respondem
apenas os bens sociais.

Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada

Companhia ou Sociedade Anónima tem o capital dividido em acções subscritas ou adquiridas.

Sectores institucionais
Os sectores institucionais agrupam as unidades institucionais que têm um comportamento
económico análogo. As unidades institucionais são classificadas em sectores com base no tipo
de produtor que são e dependendo da sua actividade principal e função, que são considerados
como indicativos do seu comportamento económico. Um sector é dividido em subsectores
segundo critérios próprios desse sector, o que permite uma descrição mais precisa do
comportamento económico das unidades. Cada unidade institucional pertence a um único
sector ou subsector.

Empresa Pública Organização lucrativa colocado sob tutela do Estado que detêm a sua
prioridade maioritária e integral, e cuja actividade é orientada para a produção de bens e
serviços destinados a venda a um preço que tende, pelo menos, a cobrir o seu custo.

Estabelecimento Empresa ou parte de uma empresa (fabrica, armazém, loja, oficina etc.)
situada num local topograficamente identificado. Nesse local ou a partir dele exercem-se
actividades económicas para as quais uma ou mais pessoas trabalham por conta de uma mesma
empresa.

Não existe uma definição universal do que é uma MPME´s, contudo a definição vária em
função do número de funcionários e do financiamento fixado pelo Estado (Hessels e Parker,
2013:137). Sendo assim uma MPME´s é uma empresa que emprega cerca de 50 a 200
funcionários e é considerada a principal espinha dorsal da economia de países desenvolvidos,
subdesenvolvidos e em via de desenvolvimento, na criação de emprego e aumento da renda.
Em Angola as MPME´s não têm grande importância, pelo simples facto da economia Angolana
ser muito dependente do sector petrolífero e diamantífero deixando as pequenas e médias
empresas numa situação de pouca importância, sobretudo no que concerne a contribuição para
a economia formal. Mas, por outro lado, principalmente no sector informal as MPME´s têm
grande importância na criação de emprego e renda e são usadas como instrumento alternativo
no combate à pobreza e à exclusão social.

Existe uma grande dependência da economia angolana no sector da importação, 2% das


empresas angolanas são exportadoras ao passo que 98% das empresas são importadoras. O
quadro de empreendedorismo nacional, está eminentemente concentrado nas atividades de
importação com baixa incorporação nacional. A taxa de sucesso da iniciativa empreendedora
em Angola é de apenas 3,3% e em função disso podemos constatar que o país se confronta com
um défice de participação empresarial angolano.

As Micro pequenas e médias empresas, até ao momento, continuam a ter uma importância
bastante reduzida no tecido empresarial formal angolano, contribuem apenas 5% do imposto
industrial. O tipo de empreendedorismo em Angola além de ser bastante informal também se
encontra muito dependente das exportações com baixa incorporação nacional. Como mostra o
quadro abaixo sobre o retrato do tecido empresarial angolano.

Quadro nº 1- Retrato do Tecido Empresarial Angolano Disponível


Segundo (Rocha, 2011:115), o sector produtivo angolano continua a enfrentar várias
deficiências estruturais tais como: a excessiva dependência face ao petróleo, a falta de
desenvolvimento da indústria bem como da agricultura, a fraca qualidade da açãogovernativa
e administrativa do Estado, a corrupção, o déficit em recursos humanosqualificados, as
assimetrias regionais e socio-económicas, a carência em termos de infraestruturas de novas
tecnologias de informação e comunicação, deficientes infraestruturas de transporte,
dificuldades de acesso ao crédito, o déficit do espírito empreendedor e entre muitas outras
deficiências.

Apesar das especificidades que as MPME´s apresentam, elas diferem em grande parte das
grandes empresas. As principais diferenças são:

1. Diferença no tamanho, Maior flexibilidade na adaptação, Estrutura organizacional simples;

Menos inovadoras, Boa capacidade na criação de conhecimento, mas pobre na retenção do


conhecimento, Limitação no acesso ao financiamento, Maior aproximação com os seus clientes
e Menor qualificação dos recursos humanos.

Para as MPME´s serem competitivas necessitam de ajustar as estratégias de operação, estar


prontas para aceitar os novos avanços das tecnologias de informação e comunicação, melhorar
o modelo organizacional, incentivar a internacionalização, melhorar a formulação de políticas
governamentais, melhorar o acesso ao financiamento e qualificar os seus recursos humanos,
este sim, talvez, constitui o fator mais importante na capacidade de mobilidade para a mudança.

Segundo Gunasekaran et al (20011:5490), Para manterem a competitividade as MPME´s


devem ajustar as suas estratégias de operação, estar disponíveis para aceitar e utilizar os
próximos concorrentes. No mercado global moderno as MPME´s necessitam competir não só
com os rivais tradicionais mas também com as empresas estrangeiras pelo que podem
comercializar os mesmos produtos a preços mais baixos.
Apesar da crise financeira as PME têm demonstrado resistência em termos de sustentabilidade
de negócio. Além disso, a concorrência e a sustentabilidade, envolvem fatores como a evolução
das novas tendências de mercado, mudanças tecnológicas, nova gestão e técnicas de
organização.

Os fatores que influenciam a capacidade de resistência e a competitividade das empresas são os


fatores internos e externos. Relativamente ao fator interno é composto pelo comportamento
organizacional que é moldado pelas estratégias adotadas pelas empresas, sobretudo a longo
prazo; as características gerenciais determinam a qualidade e a diferenciação do produto. Estes
são fatores que ligam uma base forte e sustentável e que colocam a empresa em níveis
competitivos, fazendo o uso das oportunidades e enfrentando os novos desafios que a
globalização pode causar.

A força de uma empresa consiste na capacidade de tomar decisões e de auto adaptar-se em


função dos problemas dos novos tempos. Mas são fracas em áreas como marketing, geração de
capital, uso da tecnologia e gestão.

Avaliação dos efeitos dos apoios às MPME´s em Angola

Apoios Institucionais
Os apoios institucionais em Angola estão a quem das expectativas existindo apenas 50 mil
PME entre os quais 19.371 são micros e 783 são PME e no geral representam 39% e
contribuem apenas com 5% do imposto industrial. As instituições de apoio como o Instituto
Nacional de Apoio às Pequena e Médias Empresas e o Guiché Único do Empreendedor, apesar
da sua modernização e simplificação de criação de empresas e apoios, na prática não
corresponde à realidade, pois isto pouco se reflete na realidade dos empresários. Os serviços
disponíveis encontram-se concentrados em Luanda e estão orientados para clientes mais
importantes. O acesso a serviços de desenvolvimento empresarial é limitado e a conceção e
estrutura desses serviços, quando existem, não está de acordo com as necessidades e realidades
de negociar no segmento mais baixo do mercado.

Grande parte dos apoios institucionais está virada simplesmente para a cidade capital- Luanda,
deixando as outras províncias sem ação nem reação. Em função desta realidade Luanda tornou-
se a província mais rica de Angola, “concentrando quase 71% de todo o rendimento gerado no
país, contém 90% de toda as atividade financeira, 75% da atividade de imobiliária, 81,3% da
prestação de serviço prestados de educação, 63,3% dos serviços privados de saúde, 68% da
atividade de transportes, 55,1% do comércio a grosso e a retalho, 47,3% da atividade industrial
e 70,4% da indústria extrativa” (Rocha, 2011:138).

Apoios fiscais e de Crédito


O governo angolano criou em 2011 o Programa Angola Investe, que foi concebido para
facilitar o acesso ao crédito e prestar assessoria aos empresários, mas na realidade este
programa está de certa forma ligado a uma elite e condiciona uma grande parte de
empreendedores que procuram apoios. Por falta de assimetria de informação e muito
clientelismo, estes apoios beneficiam em grande medida aos empresários fixados na cidade
capital, excluindo uma margem de empresários fixados nas restantes províncias. Parece-me que
existe por parte do governo angolano uma preocupação em criar políticas de apoios às PME,
apenas nas vésperas de eleições. O programa Angola Investe foi criado em 2011 um ano antes
das eleições com 14 iniciativas emblemáticas, onde o Estado dizia que este programa vinha
para revolucionar às PME e após o resultado das eleições a coisa está a andar de uma forma
lenta.

O governo angolano criou em 2011 o Programa Angola Investe, que foi concebido para
facilitar o acesso ao crédito e prestar assessoria aos empresários, mas na realidade este
programa está de certa forma ligado a uma elite e condiciona uma grande parte de
empreendedores que procuram apoios. Por falta de assimetria de informação e muito
clientelismo, estes apoios beneficiam em grande medida aos empresários fixados na cidade
capital, excluindo uma margem de empresários fixados nas restantes províncias.

Criação de Empresas
O Balcão Único do Empreendedor (BUE) foi publicado o decreto presidencial n.º 40/12, de 13
de março, que regulamenta o funcionamento do novo balcão único do empreendedor (BUE). O
BUE é o novo serviço que concentra, num único local, delegações de diversos serviços
administrativos públicos intervenientes no processo de constituição e licenciamento das micro e
pequenas empresas, com tutela do ministério da justiça
Havia vários problemas na criação ou constituição de empresas, um dos primeiros passos para a
resolução deste problema, foi criado no ano 2000, através do Decreto n.º 7/00 de 03 de
Fevereiro, o “Guiché Único da empresa”, serviço público cujo objectivo fundamental é
concentrar num só espaço, todas as instituições de contacto obrigatório para a constituição,
alteração ou extinção de empresa, facilitando desta forma o processo de desburocratização de
criação de empresas. Por problemas que se prendem com a reorganização da sociedade
angolana, os objectivos pretendidos não foram alcançados na totalidade, embora se constate
estarmos já perto da concretização desse projecto. No entanto, um dos problemas que ainda
subsiste é os longos prazos ainda necessários para a criação da empresa. Num quadro de
crescimento económico vivido presentemente em Angola, não podemos deixar que
permaneçam obstáculos ao investimento interno e sobretudo ao investimento externo, seguindo
caminhos já trilhados por outros países importa que se proceda urgentemente à sua adaptação à
realidade angolana e que se ultrapassem tais obstáculos.

Evolução das MPME´s em Angola.

Segundo Adrisno Campos numa reunião de empresarios (2020) sobre a evolução das empresas
em angola a evolução das MPME´s, não inporta o tamanho, todas as empresas dependem de
um sistema normativo sólido, para termos um desenvolvimento solido e reconhecer o
preponderante na economia nacional, e uma caminhada que vai ter várias etapas. Quanto ao
financiamento estado tem uma linha criada e posteriormente teremos o Cruwd funding modelo
convencional para o financiamneto. Para tal financiamento e necessário que Angolanos
empreendedores tenham comhecimento de como criar o seu proprio negocio nas áreas de
tecnologia de saude, tecnologia de seguros, tecnologias de educação, tecnologias de
comunicação empreededorismo e infrasturutura, tecnologia agricolo entre outras áreas do saber.

O INAPEM, tem a orientação da criação de 25 mil empresas para a criação de 300 mil postos
de trabalho, este estatuto visa permitir que estas tenham acesso ao apoi do governo como
programa de apoio financeiro.
Conclusão
As empresas necessitam constantemente de financiamento para o desenvolvimento
da sua actividade, buscando-o por intermédio de capitais próprios ou de capitais
alheios. Quando o auto-financiamento é insuficiente para os projectos de expansão,
de reconversão ou de modernização da sua actividade, as empresas procuram
mecanismos de hétero-financiamento que lhes permitam expandir a sua actividade
económica.

A crise financeira que tem vindo a assolar a economia mundial deveu-se a quebra
significativa do preço do petróleo que, por sinal, constitui a principal fonte de
financiamento do Estado angolano. O outro factor de crescimento, as exportações de
petróleo, também diminuiu significativamente, pelo que com os dois principais
motores de crescimento económico do país em dificuldades, a taxa real do PIB foi a
mais baixa de sempre desde a independência. Em finais de 2014 a economia
angolana entrou em queda, que se mantém em 2017, obrigando o Executivo a
adoptar medidas tendentes a solucionar tal problema.

Já no que tange às empresas privadas, de acordo com os dados do Instituto Nacional


de Estatística119, do período que vai de 2012 a 2015 foram dissolvidas 1692
empresas. As informações estatísticas recolhidas indicam que o tecido empresarial
angolano, em termos de número de unidades registadas, manteve uma tendência
sempre crescente ao longo do período 2012-2015. Até ao final do período em
referência foram inseridas no ficheiro de Unidades Estatísticas Empresariais 139 980
empresas. Deste universo 41 507 encontravam-se em actividade. Quanto à
distribuição de empresas por províncias, Luanda é a mais representativa,
concentrando 52% do total, seguindo-se as províncias de Benguela, Cuanza Sul,
Huíla, Huambo e Cabinda, com 8,8%, 5,2%, 4,5%, 3,9%, e 3,6%, respectivamente.
Referencias
SOFIA VALE, Empreendedorismo.., op. cit.

http://www.ine.gov.ao/xportal/xmain?
xpid=ine&xpgid=publications_detail&publications_detail_qry=BOUI=35309518&xlang=U NDEFINE

CARLOS TEIXEIRA, “A intervenção do Estado na economia em Angola”, in Revista da Faculdade de


Direito da Universidade Agostinho Neto, n.º 12, Luanda, 2012.

HELENA FERREIRA, “Direito Económico”, in Direito de Angola, coord. Elisa Rangel Nunes e Jorge
Bacelar Gouveia, Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, Luanda, 201.

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