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TEMA:
PRIVATIZAÇÕES DE ANGOLA
Nº Estudante: 220944
Docente
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LUANDA/2023
INTRODUÇÃO
Privatização é o processo venda de uma empresa ou instituição pública para a iniciativa
privada juntamente com a sua responsabilidade de prestação de seus serviços. As
privatizações são geralmente realizadas por meio de leilões públicos e é uma prática
realizada em vários países.
Em Outubro de 2019, quando Vera Daves de Sousa assumiu o cargo de ministra das
Finanças de Angola, era a mais jovem ministra deste ramo em África - e uma de apenas
três mulheres. Também tinha planos promissores para alavancar a economia.
Apesar das recentes iniciativas de privatização iniciadas em 2019 com a ministra Daves,
ainda há o grande empecilho da burocracia e da intervenção do poder público, afirma o
economista.
FUNDAMENTAL TEÓRICA
Como vimos, privatizar uma empresa significa passar para a iniciativa privada o seu
controle accionaria e operacional.
Assim sendo, é uma medida adoptada quando o governo precisa levantar recursos, por
meio da venda de acções, ou quando a companhia está passando por dificuldades.
Há, ainda, casos em que as duas razões caminham juntas, ou seja, a privatização serve
tanto para fazer caixa quanto para sanar problemas das próprias empresas.
Em contrapartida, há quem conteste o valor dessa estratégia, porque ela seria uma
maneira de restringir o acesso a serviços e bens considerados essenciais.
Isto é, ao privatizar, o interesse público seria deixado de lado, em prol dos interesses de
grupos económicos formados para explorar a companhia ou o sector a ser privatizado.
Esse é um argumento até válido, mas que não se sustenta quando verificamos a
experiência bem-sucedida de empresas públicas que foram privatizadas.
Há empresas que, embora privatizadas, continuam a ter problemas de gestão, alguns até
piores do que quando eram controladas pelo governo.
História da Privatização
Estes acontecimentos históricos tiveram por isso também, como não poderia deixar de
ser, reflexos ao nível dos processos de desestatização das economias mundiais,
começando nesta fase a ser desencadeadas estratégias cooperativas baseadas na
privatização de empresas estatais. Todos estes acontecimentos tiveram repercussões
também em Angola, que consequentemente começa nesta fase a promover um conjunto
de reformas económicas, políticas e sociais ligadas à privatização das suas empresas
públicas.
Esta via legal permitia que o Estado pusesse termo à situação de intervenção que
decorria do Decreto-Lei n.º 128/75de 7 de outubro, decidindo regularizar as situações
dela decorrentes através da integração das empresas no setor empresarial do Estado,
com observância dos princípios e critérios legalmente previstos, nomeadamente
adaptação às características e à situação técnica, económica, financeira e jurídica de
cada empresa.
Estas medidas visavam uma intervenção estatal orientada para acções concretas que
permitissem uma melhoria significativa da actividade económica, por forma a que a
orientação da vida económica e social do país fosse realizada por entidades competentes
que promovessem uma maior eficiência no sector empresarial e económico. O que
abrangia, por um lado, empresas estatais que não se revestiam de interesse estratégico
no quadro de desenvolvimento do sector empresarial do Estado e que fossem dotadas de
tecnologias simples ou artesanais, podendo deste modo vir a ser geridas com maior
eficácia fora do setor estatal, e, por outro, empresas em que não existisse qualquer
interesse em serem integradas noutras entidades ou empresas estatais.
Deste modo, as empresas podiam ser vendidas ou trespassadas, cedidas para exploração
(com ou sem opção de compra), ou alvo de qualquer outro tipo de modalidade de
transferência de titularidade, desde que enquadrada na lei e nas circunstâncias concretas
das empresas e respectivos objectivos prosseguidos, podendo ser adquiridas por
empresas mistas ou conjuntas, nacionais ou estrangeiras, cooperativas, pessoas
colectivas públicas ou privadas, ou pessoas singulares que possuíssem capacidades
económicas, técnicas e financeiras para uma eficiente gestão das mesmas (DL n.º
32/891989).
Caso se tratasse de uma transferência por aquisição, o processo teria de ser concretizado
mediante a realização de concurso público6, revertendo essas receitas para o orçamento
geral do Estado. Essas entidades empresariais poderiam beneficiar em alguns casos de
incentivos fiscais e aduaneiros e de outro tipo de vantagens, garantindo-se
simultaneamente um tratamento justo dos seus interesses legítimos e a não intervenção
estatal no exercício da sua actividade, excepto nos casos e condições previstas na Lei
CONCLUSÃO
No caso de Angola, pode dizer-se que o país viveu dois períodos distintos no domínio
das privatizações ou da aposta nas iniciativas privadas. O primeiro período inicia-se em
1975 com a criação de um conjunto de leis que visaram o confisco e a nacionalização
das empresas criadas durante a colonização portuguesa. Esta filosofia económica,
assente na nacionalização das empresas e no financiamento governamental a firmas que
apresentavam prejuízos como forma de defender a economia nacional (contra
investidores estrangeiros), e o próprio conflito armado (guerra civil), que se inicia em
1986, foram o mote para aquilo que historicamente se denomina como o período do
colapso da economia angolana.
O ano de 1989, neste contexto, vem trazer algo que começou a romper com este
paradigma. Os DL n.ºs 32/89 e 8-F/91 vêm marcar um momento de rotura com o
passado, por forma a reajustar as empresas estatais, transferindo-as para o setor privado.
São reforçados posteriormente com os DL n.ºs 10/94 e 13/94, que concedem às
empresas do setor privado uma igual proteção e promoção no domínio económico face
às empresas estatais, incluindo-se neste pressuposto a abertura do país ao investimento
estrangeiro e à possibilidade inclusive de se recorrer a privatizações totais das empresas
pertencentes ao erário público.
Esta atuação veio, de certa forma, reforçar a aposta do país em princípios democráticos
e liberais, que se traduziram naquele ano na criação do programa de redimensionamento
e privatizações que viria a ser implementado entre 2001 e 2005, reforçado,
continuamente, pela publicação posterior dos DL n.ºs 14/03, 123/03, 37/06, 02/07 e
39/08, que pretenderam acima de tudo conduzir o país para o desenvolvimento
económico e empresarial há muito reclamado pelo povo angolano.
Para alguns, a aposta foi conseguida com eficácia, mas, para outros, ficou muito aquém
das expectativas face ao potencial enriquecimento que Angola poderia obter. Gerou-se,
assim, uma visão antagonista neste domínio de análise, fundamentalmente motivada
pela excessiva utilização da modalidade de adjudicação direta muitas vezes utilizada
como política governativa.
Embora Chissano (1999) venha referir que a forma de regular e gerir esta situação seja
através daquilo que denomina como good governance, com base na aplicação de
princípios democráticos e liberais associados ao respeito pelos direitos humanos, a um
sistema judicial funcional, a lideranças políticas alicerçadas na teoria dos stakeholders e
à ligação eficiente entre Estado, setor público, investimento estrangeiro e capitalistas
domésticos [ponto de vista idêntico ao de Evans (1997) denominado pelo autor como
nova internacionalização], importa perceber face aos angolanos mais céticos quais as
principais razões que estiveram na base do insucesso dos processos de privatização das
empresas angolanas e quais as principais sugestões que poderão ser equacionadas pelo
Governo angolano para a melhoria de futuros processos de privatização, que venham a
decorrer em empresas públicas, para construção de uma estrutura empresarial mais
consistente em termos empresariais e económicos.
Por outro lado, apesar das fontes secundárias terem sido utilizadas e outras análises
tenham sido elaboradas para completar os resultados, também este factor não pode
justificar que os resultados aqui apresentados possam ser vistos como necessariamente
generalizáveis, em termos da prática de privatização levada a cabo por alguns governos
que a ela recorreram.
Por fim, outra das limitações esteve relacionada com a impossibilidade de observar in
loco interacções políticos-gestores e, portanto, as consequentes particularidades de
problemas, ideias e técnicas que poderiam resultar desta mesma interacção.
É, contudo, necessário que a acção prática da estratégia das privatizações continue a ser
minuciosamente observada e registada para o estabelecimento de acções coordenadas de
expansão dos negócios, pois a chave do sucesso organizacional pode estar contida
nestes detalhes de nível micro, os quais têm particular vantagem por serem, por vezes,
invisíveis a terceiros.
Sugere-se assim que futuras investigações nesta área se possam centrar sobre as
seguintes vertentes: (1) comparação das causas de insucesso e sugestões de melhoria a
equacionar em futuros processos de privatização de diferentes países, para além dos que
aqui foram explorados (Angola, Brasil, Portugal e China); (2) confirmação dos
resultados exploratórios desta investigação em Angola, por forma a reforçar as
estruturas aqui identificadas como as mais influentes para o sucesso dos diferentes tipos
de projectos de privatização que venham a existir; (3) realização de pesquisas
relativamente aos relacionamentos que se possam construir entre diferentes países e que
englobem as características da emergente sociedade de trabalho em rede e que possam
incorporar novos tipos de serviços oferecidos pelas grandes empresas internacionais; e
(4) focalização em casos caracterizados pelo sucesso, mas também pelo insucesso, a fim
de se estudar a natureza e a qualidade dos diferentes processos na tentativa de alcançar
resultados de ainda maior qualidade.
Em suma, é importante estender estes estudos a uma base mais profunda relativamente a
todas estas matérias, no sentido de explorar o futuro das privatizações, podendo futuras
pesquisas incluir a construção de um modelo que permita relacionar todas estas
variáveis, visando identificar qual delas é mais determinante para o sucesso de um
processo de privatização, tendo em conta as sugestões aconselhadas para a melhoria dos
desempenhos que se podem vir a obter.
REFERÊNCIA BIBLIÓGRAFICA
https://www.redalyc.org/journal/5680/568060410004/html/
https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/privatizacao-entenda-o-
que-e-e-como-funciona/