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JUSTIFICATIVAS

1) Justificar a escolha do tema (necessidade da pesquisa, falta de


trabalhos com a abordagem pretendida, necessidade de
aprofundamento da pesquisa bibliográfica, novas abordagens
propostas, etc.);

2) Justificar a escolha de períodos específicos para a pesquisa;

3) Justificar a escolha do caso específico para estudo;

4) Justificar a escolha do método (econométrico, aplicação de


questionários, entrevistas, etc.) para o trabalho pretendido.
EXEMPLOS:
Título:
Geração de energia elétrica no Brasil, 2002-2011: Impactos dos
mecanismos de leilão e políticas de incentivo.

Justificativa:

Desde a Revolução Industrial a necessidade de geração de energia é crescente e


com isso vêm crescendo os impactos ambientais decorrentes desse processo. São
usadas muitas fontes poluentes e não renováveis como petróleo, carvão mineral, gás
natural. Como a demanda é muito alta devido ao crescimento demográfico e os
problemas ambientais cada vez mais visíveis, causando o aquecimento global pensar em
uma produção de energia sob uma ótica sustentável é altamente relevante.

A produção de energia corresponde a cerca de 15% do PIB mundial, sendo que do


total 13,3% é gerada por fontes renováveis e 87,7% por fontes não renováveis. Nessa
relação o Brasil apresenta uma melhor proporção com 44,7% da produção proveniente de
fontes renováveis e 55,3% de fontes não renováveis.

A demanda de energia elétrica no Brasil é crescente tendo como uma das causas o
aumento no padrão de consumo que faz aumentar a demanda nos setores industrial,
comercial e residencial. Como grande parte da produção é gerada pelas hidrelétricas o
país fica bastante vulnerável aos períodos de seca.

O desafio a ser enfrentado diante dessa situação é buscar fontes alternativas as


existentes e que sejam ao mesmo tempo eficientes e que não agridam nem o homem
nem o meio ambiente. Algumas das fontes que aparecem como alternativas são a solar, a
eólica e a gerada a partir da biomassa. Estudar formas de implementar essas políticas
torna-se assim um assunto bastante pertinente.
Título:
Fragilidade financeira e crise dos subprimes (2008): análise sob a ótica
de Hyman Minsk.

Justificativas:

A crise financeira do subprime é o exemplo mais claro da necessidade de uma


mudança de paradigmas quanto à maneira de analisar o funcionamento do sistema
capitalista. As teorias ortodoxas que foram colocadas em cheque pelo arcabouço teórico
keynesiano durante os anos que sucederam a crise de 1929 voltaram à tona na década
de 1980 com a ascensão do neoliberalismo personificado nas figuras de Ronald Reagan,
nos EUA, e Margaret Thatcher, no Reino Unido. As consequências foram a liberalização e
desregulamentação dos mercados financeiros e o surgimento de inovações financeiras
cada vez mais complexas e capazes de driblar a vigilância dos órgãos reguladores. As
recessões de 1979, 1984, 1986, a crise ponto.com e o atentado terrorista ao World Trade
Center contribuíram para a manutenção de taxas de juros historicamente baixas e de
déficits públicos altos. Ambos foram fundamentais para manter a economia nos eixos,
contribuindo para a liquidez promovida pelos bancos e a sustentação dos lucros do setor
privado.

A crise do subprime decorrente de toda extravagância por parte dos participantes do


setor financeiro trouxe à tona a discussão da inserção de modelos que pudessem prever
sintomas de debilidade, tanto por parte do setor público quanto das firmas e famílias, além
de enxergar a instabilidade como fruto do próprio funcionamento capitalista e não de
choques externos, como o mainstream tanto insistia em teorizar. O presente trabalho se
encaixa perfeitamente neste cenário, uma vez que traz a abordagem minskyana para uma
crise que tem sido chamada de “momento Minsky” ou “crise de Minsky”. A necessidade de
visualizar o sistema capitalista como instável e de buscar estabilidade principalmente
quando a euforia parece dominar o ambiente é fundamental para evitar crises financeiras
e efeitos negativos de grandes proporções para a economia real.

O indicador que irá ser formulado neste trabalho é mais uma contribuição para o
incremento da capacidade de monitorar o sistema bancário e evitar níveis de
alavancagem insustentáveis que possam desembocar em quebras de bancos e crises.
Além disso, é importante para consolidar a Hipótese da Instabilidade Financeira de
Minsky como norteadora para um melhor entendimento dos mercados financeiros e do
capitalismo como um todo, ao buscar evidência empírica quanto à relação do
endividamento dos bancos (Hedge, especulativo e Ponzi), o nível de fragilidade do setor
bancário e o cenário macroeconômico em vigência.

Título:
O Programa Desenvolve: uma análise histórica e econométrica sobre a
relação Renúncia Fiscal X Investimento Privado X Geração de Emprego.

Justificativas:

A Bahia, nos últimos dez anos, tem sido um dos estados que mais atrai novos
investimentos. Apesar da abundância de recursos naturais, espaços físicos e
principalmente pela existência de um enorme exército de mão-de-obra reserva, a Bahia
sempre estava em desvantagem quando o assunto era atração de indústrias,
principalmente pelos históricos e precários investimentos do governo na infra-estrutura do
estado. A carência em infra-estrutura ainda é vigente, no entanto, o Governo do Estado
procurou, através de incentivos fiscais, diminuir a defasagem do Estado quanto a sua
industrialização.

Após inúmeros programas destinados a industrialização, criou-se em 2002 o


DESENVOLVE que determinou uma redução de até 90% sobre o ICMS pago pelas
indústrias beneficiárias. Obviamente um programa como o DESENVOLVE, envolve
inúmeros estudos de viabilidade em que se presume que o recurso não arrecadado pelo
Governo do Estado será um atrativo para as indústrias que, através de projeto estipulados
por lei, explanarão seu processo produtivo, suas previsões quanto a receita líquida, e
principalmente sobre a contratação de mão de obra local. Após análise, a Secretaria de
Indústria, Comércio e Mineração aprovará, ou não, a solicitação feita pela empresa.
Obviamente esse processo é mais complexo do que aparenta e, sua existência deve ser
extremamente satisfatória quanto a geração de emprego e renda no estado, afinal de
contas, o programa em questão nada mais é do que a realocação de recursos vindos dos
impostos pagos pela população às empresas privadas que possuem como objetivo
principal a geração de lucro, e não de emprego e renda para a sociedade como um todo.

Resumindo, o fato de existir uma distância acentuada entre o objetivo do Estado e


da sociedade, e o das empresas beneficiadas pelo DESENVOLVE, exige maior atenção
aos meios de avaliação sobre os pleitos e principalmente, se a geração de emprego e
renda está sendo satisfatória.

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