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CRISE FINANCEIRA E AGRONEGÓCIO:

REPERCUSSÕES PARA O OESTE BAIANO

Introdução

A crise financeira mundial, intensificada a partir do segundo semestre de 2008, produz


efeitos em diversos segmentos econômicos, gerando uma profusão de análises,
indicadores e estatísticas que evidenciam seus efeitos negativos sobre a economia
brasileira. Alteram-se estratégias, condições para a manutenção das atividades
produtivas e cria-se um conjunto de questionamentos e incertezas para os próximos
anos. Em síntese, as conseqüências da crise traduzem-se na redução da demanda
mundial em áreas distintas e na escassez de crédito para financiamento (investimento
e/ou custeio) das atividades. Nesse cenário, para os segmentos relacionados ao comércio
exterior, já seriam esperadas reduções no fluxo do comércio. No Brasil, além da
conjuntura inicial de crise, some-se à tendência declinante do câmbio (desde 2003) que
[A1] Comentário: Parágrafos
fornece mais um importante elemento nesse contexto. relativos ao referencial teórico ou
temático. Se temático, a ordem
sempre é mundo, Brasil, Bahia,
Salvador.
Apesar desses sinais emitidos, no agronegócio brasileiro e baiano os resultados de 2007
e 2008 não apontam para crises ou mesmo retrações da atividade, como vistas em 2006.
O segmento primário bate recordes de produção, o rendimento das lavouras também
apresenta números expressivos e, à exceção da Região Sul do país, os regimes
pluviométricos foram satisfatoriamente regulares. Na esfera da comercialização tem-se
aumentos na demanda por alimentos, os preços das commodities agrícolas estão com
tendência de alta e as receitas com exportações quase duplicam, comparadas a 2006. As
projeções indicavam que o agronegócio alcançaria uma participação recorde nas
exportações brasileiras (superior a um terço do total). Participação semelhante é
verificada na Bahia. No entanto, o aumento significativo dos custos de produção – pela
crescente demanda por insumos agrícolas para atender à demanda de alimentos
igualmente crescente – sinaliza dificuldades para os períodos seguintes.

Na Bahia, a crise atinge a região Oeste – reconhecida como área de intensa agricultura
empresarial que responde pela quase totalidade da produção baiana de soja, algodão e
com parcelas importantes de café e milho – no momento do plantio das lavouras. A crise
financeira revela então seus impactos: a escassez do crédito, combinado ao
endividamento do agricultor, paralisa/atrasa o plantio na época tradicional – para a soja
no último quadrimestre do ano – com atraso também na época da colheita, geralmente a
partir de março do ano seguinte (2009); a reversão da tendência de alta dos preços dos
grãos, a partir de julho/agosto de 2008, inviabiliza a principal estratégia dos produtores
para auferir maiores rendas: a venda dos produtos na entressafra. A oferta, pressionada,
contribui à manutenção dos patamares baixos dos preços; a redução da demanda
mundial por alimentos não contribui à solução desse problema. Sem comercialização
das safras, menores são as rendas do agricultor, que busca alternativas redistribuindo as
áreas plantadas entre as lavouras, reduzindo a utilização de insumos e tecnologias para
diluir custos. Entretanto, tal estratégia impacta os rendimentos das lavouras
significando, também redução das rendas no final do processo de comercialização.

Este artigo tem como objetivos identificar e analisar os principais impactos da crise
financeira sobre o agronegócio e as repercussões para a região Oeste da Bahia. A partir
dos resultados dos levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB),
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Centro de Pesquisas
Avançadas em Economia da Universidade de São Paulo (CEPEA-USP) e Secretaria de
Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia (SEAGRI-BA) constrói-se
o cenário pré-crise, com informações principalmente sobre produção,
rendimento/produtividade das safras, além do comportamento dos preços das principais
commodities agrícolas presentes no Oeste baiano (soja, algodão, milho e café). Faz-se a
tentativa de, com o alcance dos objetivos propostos, tecer algumas perspectivas para o
[A2] Comentário: Aqui vocês
agronegócio brasileiro e baiano. vão comentar o problema,
objetivos, hipóteses e variáveis.
Além disso, vão fazer comentários
sobre a metodologia. Para não ficar
Este artigo está dividido em cinco seções, sendo a primeira destinada a esta Introdução. um parágrafo muito extenso, pode-
se comentar a metodologia em um
parágrafo distinto.
Na segunda seção – Agronegócio brasileiro e commodities agrícolas: o Oeste baiano em
cenário pré-crise – faz-se o levantamentos dos principais indicadores produtivos e de
comercialização do agronegócio, na construção da conjuntura atingida pela crise
financeira. Na terceira seção – Impactos da crise financeira nas principais cadeias
produtivas agrícolas do agronegócio – são discutidos os impactos da crise e as
repercussões sobre o Oeste da Bahia. Na quarta seção – Perspectivas para o
agronegócio: crise ou retração momentânea? – são apresentados alguns cenários para a
atividade com a chegada (e possível longevidade) da crise. A quinta seção é destinada às [A3] Comentário: Aqui é um
parágrafo mais específico para a
Monografia. No projeto não há
Considerações finais. necessidade desse parágrafo.
A crise financeira gera repercussões negativas importantes para o agronegócio brasileiro
e baiano. Também explicita a necessidade de novos instrumentos e alternativas para
reduzir a dependência do agricultor em relação a instituições financeiras privadas e
grandes oligopólios internacionais fornecedores de insumos agrícolas. Note-se que
retrações são comuns ao segmento. Entretanto, parece correta a afirmação de que as
soluções passam pela atuação combinada entre agricultores, suas representações,
[A4] Comentário: Parágrafo de
instituições de crédito e Estado. fechamento da introdução, com
resultados preliminares, sugestões,
recomendações e resultados
esperados.

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