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Introdução.

Durante o Renascimento, a maior parte da Europa estava ainda em grande


parte seguindo o modelo econômico feudal. Por outro lado, a dinastia Ming na
China começou mais uma vez a prática de privatização, especialmente no que diz
respeito às suas indústrias. Esta foi uma inversão das políticas anteriores da
Dinastia Song, que preferiu um controle estatal mais rigoroso.

Uma das primeiras privatizações do século XX na Europa aconteceu sob o


governo bolchevique na Rússia, quando em dezembro de 1922 durante a abertura
do 10o Pan-Russian Congress of Soviets em Moscou foi lido o relatório preparado
por Lênin citando que um novo programa econômico seria implantado (NEP), no
qual seriam privatizados o comércio interno, as pequenas indústrias e o setor
agrícola, permanecendo sob o controle estatal o comércio com o exterior, a
indústria pesada e os bancos. No congresso foi anunciado que 25 concessões
tinham sido aprovadas, incluindo concessões.

O processo de privatização em Angola teve o seu início na década de 1940,


ainda que verdadeiramente apenas começasse a ganhar um lugar de destaque
cerca de 50 anos mais tarde, com os processos de desestatização das economias
mundiais, que levaram ao desencadear de um conjunto de estratégias
cooperativas, baseadas na privatização de empresas estatais, o que teve
repercussões em Angola.

A partir de uma investigação de caráter pragmático ou indutivo, conduzida


a partir de uma amostra não probabilística por conveniência, face à ausência de
estudos sobre as privatizações em Angola no período ocorrido desde a
independência colonial, este artigo visa apresentar, por um lado, um conjunto de
causas que estiveram na base do insucesso dos processos de privatização
ocorridos em Angola entre 1989 e 2005 e que degeneraram no desmoronamento
da sua rede empresarial, e, por outro, apresentando um conjunto de sugestões
para futuros processos de privatização que venham a ocorrer para construção de
uma estrutura empresarial mais consistente em termos económicos e
empresariais.

O termo privatizar apareceu pela primeira vez em abril de 1923 entre aspas,
no New York Times, na tradução de um discurso alemão referente ao potencial
das ferrovias estatais alemãs serem compradas por empresas americanas. Em
alemão, a palavra Privatisierung tem sido usada pelo menos desde o século XIX.
Em última análise, a palavra chegou ao alemão através do francês do latim
privatus.

O termo reprivatização, novamente traduzido diretamente do alemão


(Reprivatisierung), foi usado com frequência em meados da década de 1930,
quando o Economist relatou a venda de bancos nacionalizados pela Alemanha
nazista de volta aos acionistas públicos após a crise econômica de 1931. A palavra
tornou-se comum no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, como parte das
políticas econômicas de Margaret Thatcher. Ela estava se baseando no trabalho
do MP pró-privatização.

A história da privatização provavelmente inicia na Grécia Antiga, quando os


governos contratavam quase tudo do setor privado.[15] Na República Romana
indivíduos e empresas privadas realizavam a maioria dos serviços, incluindo a
cobrança de impostos sobre a agricultura, fornecimentos ao Exército e construção
de vias públicas. No entanto, o Império Romano também criou empresas estatais.
Alguns estudiosos sugerem que o custo da burocracia foi uma das razões para a
queda do Império Romano.

Talvez um dos primeiros movimentos ideológicos para a privatização veio


durante China na idade de ouro da dinastia Han. O Taoismo entrou em destaque
pela primeira vez em nível estadual, e defendeu o laissez-faire princípio do Wu
wei, que literalmente significava não fazer nada. Os governantes foram
aconselhados pelo clero taoista que um estadista forte deveria ser praticamente
invisível.

Em Angola O processo de privatização teve o seu início na década de 1940:


O termo privatização consiste na transferência de um bem ou direito para outra
pessoa.

Segundo a Lei n.º 11/90 de 5 de Abril, Lei Quadro das Privatizações, lei que
alterou os procedimentos relativos ao Programa de Privatizações 2019-2022 foi
aprovado através do Decreto Presidencial nº 250/19 de 5 de Agosto, tendo como
principal objectivo a promoção de condições mais favoráveis à iniciativa privada
ao investimento privado e a aquisição de know-how e competências específicas
para a reestruturação e redimensionamento do Sector Empresarial Público.
Programa este que prevê a alienação de cerca de 195 Empresa/Activos dos quais
50 estão a ser conduzidos directamente pela Sonangol. Dessa maneira que, o
Estado deixa de ser responsável pela administração do bem público e/ou das suas
ações, e o setor privado passa a deter a propriedade integral sobre o ativo,
transferido permanentemente pelo poder público.

O conceito por trás dos termos concessão e privatização são diferentes


entre si. A privatização, como já explicado, consiste na alienação permanente de
uma empresa pública ou serviço à iniciativa privada. Com isso, o Estado deixa de
exercer a gestão desse ativo, que passa a ser feita integralmente pelo novo
administrador. Não há contrato em sentido estrito, mas a empresa privada operará
sob condições e tarifas controladas pela regulação pública, normalmente na figura
das agências reguladoras.

Privatização é o processo venda de uma empresa ou instituição pública


para a iniciativa privada juntamente com a sua responsabilidade de prestação de
seus serviços. As privatizações são geralmente realizadas por meio de leilões
públicos e é uma prática realizada em vários países
Já o termo concessão está relacionado com a transferência temporária da
gestão das atividades empresariais por parte do Estado, que passam a ser
realizadas pelo setor privado. Entretanto, diferente da privatização, a titularidade
dessas empresas ainda permanece sendo do Estado. A concessionária pode
explorar o serviço, obter lucro, fazer os investimentos necessários, mas, ao
término contratual, o ativo retornará à União. Assim, caberá ao Governo decidir se
fará ou não uma nova concessão do ativo, ou se irá privatizá-lo, ou se assumirá
novamente a sua gestão.

A privatização é vista como um instrumento de política pública voltado à


liberdade econômica, a desmonopolização e a uma menor intervenção do Estado
no mercado. Essa alienação dos ativos visa também reduzir custos, aumentar a
participação do capital privado e modernizar as empresas e/ou serviços prestados.

No entanto, há também casos em que a privatização pode ter


consequências negativas, como aumento de preços e redução da qualidade dos
serviços oferecidos, além da exclusão de pessoas com menor poder aquisitivo.

A maior desvantagem das empresas públicas é a possibilidade de


serem utilizadas em barganhas políticas, servindo de cabides de emprego, de
instrumentos para desviar recursos e favorecer correligionários e apoiadores.
Muitos desses expedientes são difíceis de evitar, por mais e melhores que sejam
os sistemas de controle, restando, como solução, a privatização. Contudo, em
muitos casos, não vale à pena esta solução final, sendo melhor ir enfrentando os
problemas. Seria o caso de empresas estratégicas, seja para a manutenção e
ampliação do estado de bem-estar social, seja para promover o desenvolvimento
econômico.
Perda de controle do Estado: a privatização pode levar a uma perda de
controle do Estado sobre a empresa, o que pode ser prejudicial para o interesse
público, especialmente em setores estratégicos como energia, transporte e
comunicações.

Aumento de preços e redução da qualidade dos serviços oferecidos,


além da exclusão de pessoas com menor poder aquisitivo ou seja Aumento
dos preços e da vulnerabilidade dos consumidores. A produção das empresas
públicas pode por vezes ser subsidiada pelo Estado de forma a ser disponibilizada
aos consumidores a preços mais baixos, podendo a sua privatização traduzir-se
em preços mais elevados para os consumidores. A privatização de empresas de
interesse público (como por exemplo, empresas do sector da educação ou da
saúde) ou que se encontrem numa situação de monopólio natural (fornecimento
de água ou de energia, por exemplo), sem que se efectue uma regulação ou
subsidiação adequada, pode deixar os consumidores em situação de
vulnerabilidade e dependentes dos interesses privados;
Aumento da procura por moeda estrangeira. Com a implementação do
programa de privatizações a procura por moeda estrangeira tenderá a aumentar,
seja devido à transferência dos resultados gerados pelas empresas ou pela
necessidade de importação de bens usados no processo produtivo, colocando
maior pressão sobre o mercado cambial. Apesar da pressão sobre o mercado
cambial, este Programa exige uma liberalização do mesmo de forma a haver
confiança no país por parte dos investidores estrangeiros.

Serviços como de educação, de saúde, de entregas, de fornecimento


de energia elétrica, de crédito, geram lucratividade para atrair o setor
privado até uma escala que não alcança muitos indivíduos e comunidades
que poderiam ser beneficiadas. Eletrificação e serviços de correios em locais
distantes e pouco desenvolvidos, por exemplo, não geram retorno atrativo para o
setor privado, mas não apenas melhoram diretamente a qualidade de vida dos
beneficiados quanto viabilizam empreendimentos nas comunidades beneficiadas
que favorecem menor dependência de assistência social.
Aumento das tarifas: uma empresa privatizada pode aumentar as tarifas
cobradas pelos serviços prestados, uma vez que os investidores privados têm
como objetivo maximizar o lucro.

Demissões: a privatização pode levar a demissões de funcionários, uma


vez que os investidores privados podem buscar reduzir custos e aumentar a
eficiência.

Concentração de poder: a privatização pode levar a uma concentração de


poder em poucas empresas, o que pode ser prejudicial para a concorrência e para
os consumidores. Tal como acontece hojem em Angola, empresas como o Grupo
Carrinho ou que Do ponto de vista da transparência, o processo tem ocorrido
relativamente bem”, afirma. Ainda assim, salienta que um caso em que se “falou
alguma coisa” foi na privatização do BCI, comprado pelo grupo Carrinho,
identificado como muito próximo ao Presidente da República. “Se há alguma coisa
neste caso é o grupo Carrinho fazer um jeito ao Governo, e não o contrário.

A transferência de bens públicos do Estado para a iniciativa privada parte


da premissa da maior eficiência e da capacidade que o empresário tem em
comparação ao ente público, principalmente quanto à gestão de recursos,
investimentos e governança.

Além disso, o processo de privatização também atua no sentido de aliviar a


pressão fiscal sobre o Estado, arrecadar recursos, liberar o orçamento para ser
alocado em outras aéreas e, por consequência, impulsionar a produtividade e
crescimento econômico.

Para nós enquanto juristas ou potenciais juristas, a terminologia


privatização também engloba um outro conceito, mais amplo, que reúne um rol de
medidas com o objetivo de reduzir o tamanho e a participação do Poder Público,
principalmente na área econômica Angolana.
Privatização ou desestatização como tambem e chamada em outras
realidadesd é o processo de venda de uma empresa ou instituição do setor
público que integra o patrimônio do Estado para o setor privado, geralmente
por meio de leilões públicos. Alguns exemplos incluem abastecimento de água,
transporte público e administração publica e transportes .

A privatização ocorre com a venda de bem público a uma empresa. É como


se fosse a venda de um imóvel, em que o bem é transferido definitivamente para
o comprador. Já a concessão é como um aluguel, em que o uso é permitido
apenas por um período de tempo determinado.

Nos casos de concessão, as condições para a exploração do serviço, ou


manutenção do espaço, são bastante claras e registradas em contrato.
privatização é o processo venda de uma empresa ou instituição pública para a
iniciativa privada juntamente com a sua responsabilidade de prestação de seus
serviços. As privatizações são geralmente realizadas por meio de leilões públicos
e é uma prática realizada em vários países.

Para se compreender corretamente as privatizações, é necessário


retrocedermos algumas décadas às doutrinas econômicas de Adam Smith, uma
vez que as privatizações são uma releitura moderna daquela doutrina, como nos
aponta Kwamina (1988). Embora a "privatização" possa ter-se constituído num
novo burburinho, Pack (1987:532) nos afirma que é importante reconhecer que ela
não é um fenômeno novo.

Enquanto para os economistas ortodoxos a privatização representa um


conceito hegemônico, outras disciplinas veem esse fenômeno sob diversos
ângulos. Assim, Feigenbaum e Henig (1994) encaram a privatização como um
fenômeno fundamentalmente político - e não econômico, administrativo ou fiscal.

Na opinião de economistas liberais, como o "Prémio de Ciências


Económicas" Milton Friedman, seus objetivos principais são obter maior eficiência,
reduzir despesas e gerar recursos. Para Friedman, os governos deveriam vender
suas empresas estatais.

Os que se opõem às privatizações indiscriminadas de serviços públicos


essenciais como o de fornecimento de água e coleta de esgotos e de geração,
transmissão e de distribuição de energia elétrica, telefonia fixa e gás canalizado
e outros argumentam que toda empresa privada tem como principal foco o lucro,
e este, muitas vezes, vai de encontro à necessidade de prover a pessoas de
baixo poder aquisitivo estes serviços fundamentais.

As privatizacoes trazem consigo vantagens e desvantagens tal como


qualquer outa medida. Pode haver um efeito positivo no mercado também, com
maior concorrência e qualidade nos serviços prestados ao consumidor. Da parte
da administração pública, há casos em que a privatização ajuda a se livrar de um
problema, no caso de estatais que dão prejuízo. Além disso, o processo de
privatização também atua no sentido de aliviar a pressão fiscal sobre o Estado,
arrecadar recursos, liberar o orçamento para ser alocado em outras aéreas e, por
consequência, impulsionar a produtividade e crescimento econômico.
Acadêmicos, analistas e formadores de opinião “pró-mercado” de todo tipo,
vêm, desde a criação de empresas públicas, fazendo incessante pregação em
favor das privatizações. O argumento central é de que o setor privado é mais
eficiente que o setor público por ter donos, os quais, sendo ciosos com a
valorização de seus patrimônios, estarão atentos para minimizar desvios e
desperdícios. Assim, produzirão bens e serviços com menores custos, os quais,
devido à concorrência, efetiva ou potencial, serão passados aos preços,
beneficiando aos consumidores.

Associadas às privatizações estão diversas vantagens económicas,


destacando-se as seguintes:
Aumento da produtividade: Tornam, geralmente, as empresas mais eficientes
e mais produtivas, uma vez que actuando com vista ao lucro, as empresas
tendem a realizar mais investimentos (em novas tecnologias, por exemplo) e a
cortar custos não necessários de um modo mais efectivo;

Melhoria do défice fiscal e amortização da dívida: As privatizações,


supondo que essas empresas se tornam mais eficientes, ao aumentar o valor
acrescentado de um país traduzem-se numa maior fonte de receitas fiscais e em
menores despesas do Estado. As receitas das privatizações também podem ser
usadas para realizar amortizações da divida pública, podem contribuir para uma
maior sustentabilidade da mesma;

Mercados mais concorrenciais. Permitem aumentar a concorrência nos


mercados, sobretudo quando se trata de privatizações de monopólios e as
mesmas são acompanhadas por uma política de desregulação (exceptuando raras
excepções como os monopólios naturais, de que é exemplo a oferta de água
canalizada), o que se traduz em benefícios para os consumidores;

Aumento da lucratividade das empresas; elas sendo privatizadas


certamente vão aumentar a lucratividade, irá gerar riquezas, a dinamização dos
gastos com as folhas salariais, a melhoria no desenvolvimento das infra estruturas
e na qualidade de serviços oferecidos. Terá um peso sobre a população porque
alguns serviços serão pagos, mas haverá uma grande vantagem.
Mais investimento. Incentivam a entrada de investimento estrangeiro;
Menos dependência face ao exterior. A longo prazo, com o aumento de
produção esperado, contribuem para reduzir a dependência de importações. Por
outro lado, as privatizações também têm associados aspectos menos positivos e
que requerem uma adaptação da economia ou uma gestão adequada por parte
do Estado, destacando-se:
 Aumento temporário da taxa de desemprego. A possibilidade
de haver despedimentos, uma vez que as privatizações são geralmente
acompanhadas de um plano de restruturação das empresas;
 Aumento do repatriamento dos lucros para o exterior. A
transferências dos rendimentos gerados pelas empresas para outros
países em vez de serem reinvestidos no território, o que tende a acontecer
quando se tratam, sobretudo, de investidores estrangeiros;
Vários defensores das privatizações têm, ainda, motivações adicionais,
como as grandes
“tacadas” possibilitadas por cada processo de privatização, seja em termos de
propinas a políticos e autoridades envolvidas, seja pelos ganhos exorbitantes
decorrentes de vendas desses ativos públicos a preços muito abaixo de uma
avaliação adequada. Ainda que a narrativa da maior eficiência seja relativizada e
as “tacadas” nos processos de privatização sejam evitadas, outros elementos,
ainda mais importantes, precisam ser considerados.

É importante destacar que cada caso de privatização deve ser avaliado


individualmente, levando em conta as características da empresa e do setor em
que ela atua, bem como os impactos que a privatização pode ter sobre a sociedade
como um todo.

Os defensores das privatizações indiscriminadas argumentam que essa


elevação de escala pode ser conseguida com uma regulação adequada, prevendo
financiamento específico, com alguma modalidade de subsídio, público e de
clientes com maior capacidade de pagamento.
Nessa linha, as dificuldades inerentes ao setor público seriam trocadas pelas
dificuldades com agências reguladoras e com o atendimento das políticas do
governo por parte da empresa privatizada. São políticas que tendem a se alterar
a cada governo, podendo envolver grandes investimentos e mudanças
operacionais, tornando-se inviável exigir o seu cumprimento pelas privatizadas.
Enfim, em muitos casos, é essencial manter a empresa controlada pelo Estado
Conclusão

Privatizar uma empresa pode gerar receita para o governo, melhorar a


gestão da empresa, reduzir a interferência do Estado na economia e estimular a
concorrência. No entanto, também pode resultar na perda de controle do Estado
em setores estratégicos e riscos de demissões.Contudo, não são todas as estatais
que têm viabilidade para serem vendidas, isso porque algumas delas são voltadas
para interesses sociais e para segurança nacional..

Em suma, é importante estender estes estudos a uma base mais profunda


relativamente a todas estas matérias, no sentido de explorar o futuro das
privatizações, podendo futuras pesquisas incluir a construção de um modelo que
permita relacionar todas estas variáveis, visando identificar qual delas é mais
determinante para o sucesso de um processo de privatização, tendo em conta as
sugestões aconselhadas para a melhoria dos desempenhos que se podem vir a
obter.
Bibiografia

https://www.voaportugues.com/voa60-africa
https://www.voaportugues.com/z/4525

Portal BODIVA : Ministério das Finanças

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