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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

As privatizações e o novo regime empresarial do Estado

Discentes:

Fernanda José Castigo

Melissa Alexandre Pita

Paulo João Joaquim

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – 2° SEMESTRE – LABORAL – 1° GRUPO

CADEIRA: DIREITO ECONÓMICO

Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

As privatizações e o novo regime empresarial do Estado

Discentes:

Fernanda José Castigo

Melissa Alexandre Pita

Paulo João Joaquim

Docente:

Dr. Ironeu Anderson Pina

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – 2° SEMESTRE – LABORAL – 1° GRUPO

CADEIRA: DIREITO ECONÓMICO

Chimoio, 2023
Índice

Capítulo I: Introdução................................................................................................................4

1. Objectivos.......................................................................................................................5

1.1. Objectivo geral.........................................................................................................5

1.2. Objectivos específicos.............................................................................................5

2. Metodologia de investigação...........................................................................................6

Capítulo II: As privatizações e o novo regime empresarial do Estado......................................7

1. Privatizações...................................................................................................................7

1.1. Conceito de privatizações........................................................................................7

1.2. Fundamentos das privatizações...............................................................................7

1.3. Privatizações em Moçambique................................................................................8

1.4. Regime jurídico das Privatizações...........................................................................8

1.5. Pontos positivos e negativos....................................................................................8

1.6. O processo das privatizações...................................................................................8

1.7. Objectivos das privatizações....................................................................................9

1.8. O Fundo de Privatizações......................................................................................10

Conclusão.................................................................................................................................11

Bibliografia..............................................................................................................................12
Capítulo I: Introdução

O presente trabalho tem em vista tratar acercta da privatização em Moçambique, salientar que
o conceito de privatização, numa acepção ampla, consiste na decisão de Administração
abandonar uma actividade económica em proveito do sector privado. Estreitando o conceito,
pode entender-se privatização como: a) Transferência total ou parcial da propriedade de
empresas e ou bens públicos para entidades privadas.

A natureza pública desses bens ou empresas tanto pode ser originária como resultar de
nacionalizações anteriores (neste caso fala-se de reprivatizações); b) Concessão a entidades
privadas, mediante contrato, da gestão de empresas púbblicas ou servíços públicos (exs: a
exploração de petróleo ou a gestão de estabelecimentos de saúde). c) Contratação de servíços
por entidades públicas a entidades privadas (contracting out ou out sourcing ou
subcontratação de servíços públicos a privados.

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1. Objectivos
1.1. Objectivo geral
 Analisar o processo de privatização no estado moçambicano.

1.2. Objectivos específicos


 Definir privatização;
 Descrever o processo das privatizações;
 Descrever os objectivos das privatizações;
 Analisar o fundamento das privatizações.

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2. Metodologia de investigação

Na elaboração deste trabalho foi usado o método de procedimentos bibliográficos.

Quanto a técnica foi usada a documentação indireta que é constituída pelas técnicas
documental e bibliográfica:

 Técnica Documental: aquisição de conhecimentos a partir do emprego de


informações retiradas de material sem tratamento analítico;
 Técnica Bibliográfica: com recurso a fontes bibliográficas (material já publicado e
com direitos autorais).

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Capítulo II: As privatizações e o novo regime empresarial do Estado

1. Privatizações
1.1. Conceito de privatizações

Privatização é a prática na qual uma empresa ou instituição pública é vendida ao sector


privado. Nesse caso, o Estado deixa de gerir uma determinada entidade, passando-a para uma
empresa privada. Esse termo também pode fazer referência à transferência do controle das
acções de uma determinada empresa pública a uma empresa privada. Vale ressaltar que a
privatização pode ocorrer em uma empresa, em um investimento ou em um terreno.

1.2. Fundamentos das privatizações

O grande movimento de privatizações começa nos anos 70 e 80, respondendo a uma lógica
crescente de redução do papel do estado na economia e na vida social. Este movimento é
impulsionado pelo aparecimento de doutrinas neoliberais e neoindividualistas. Foram
apontadas várias razões para a necessidade das privatizações:

1. A ineficiência das empresas públicas, provocada, em parte pelo facto de a gestão pública
sacrificar objectivos económicos – financeiros e comerciais aos objectivos políticos e sociais
– exs: contratação de empréstimos, redução de tarifas e preços e manutenção de emprego.

2. A necessidade de diminuir o desequilíbrio dos orçamentos públicos, aliviando-os dos


défices de algumas empresas públicas e acrescendo-os das receitas provenientes da venda do
respectivo capital e património;

3. A redução do peso político dos sindicatos (Grã-Bretanha) ou das clientelas político-


partidárias (Itália);

4. A intenção de promover o capitalismo popular, ou seja, a distribuição popular de capital


através da participação neste dos trabalhadores das empresas a privatizar.

Como se vê, argumentavam-se razões de ordem financeira, económica, política e ideológica


para justificar o movimento de privatizações.

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1.3. Privatizações em Moçambique

Ainda em 1989, antes da Constituição de 90 que haveria de consagrar a abertura à economia


de mercado, o Decreto 21/89 já pretendia regular o novo fenómeno de alienação de partes do
sector público a favor de privados.

1.4. Regime jurídico das Privatizações

A lei 15/91 de 3 de Agosto veio definir, de forma clara, identificando as modalidades de


alienação a título oneroso de empresas, estabelecimentos, instalações, quotas e outras formas
de participação financeira do Estado. De facto, e mais profundamente, esta lei veio regular o
processo de reestruturação empresarial do Estado (art. 3). Definiram-se os sectores de
carácter estratégico que obrigavam á permanencia nas empresas públicas (art. 4)
independentimente de podterior alargamento a ser determnado por decreto do Conselho de
Ministros.

1.5. Pontos positivos e negativos

Há quem defenda as privatizações e há quem discorde dessa prática. Normalmente os


defensores possuem um pensamento liberal em relação à economia e justificam as
privatizações como uma alternativa ao Estado de quitar suas dívidas e melhorar diversos
sectores, que, em tese, seriam mais bem administrados, podendo então voltar seus esforços
para sectores de maior carência na gestão pública.

Basicamente, quem vê a privatização como algo positivo acredita que o governo não é capaz
de atender a todos os sectores e geri-los de maneira eficaz. Muitos acreditam que sectores que
já foram privatizados, como os das telecomunicações melhoraram significativamente em
relação à oferta dos seus serviços. Outro argumento é que, ao privatizar, evitam-se
negociações que favoreçam determinados grupos políticos e, portanto, combate-se a
corrupção.

1.6. O processo das privatizações

O processo das privatizações em Moçambique tem de abarcar, para além da privatização


propriamente dita das unidades empresariais até então pertencentes ao Estado, mas também
todo o conjunto de medidas tendentes a favorecer o investimento privado como forma de
fortificar este sector da economia.

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Assim, pela Lei nº 5/87, de 19 de Janeiro e pelo Decreto nº 10/87, de 30 de Janeiro, foi
estabelecido um quadro de incentivos aos investidores privados nacionais, ao qual se juntou o
Regulamento do Investimento Directo Estrangeiro, aprovado pelo Decreto nº 8/87, de 30 de
Janeiro.

Estas foram, sem dúvida, medidas importantes que contribuíram para impulsionar a
actividade privada. No que diz respeito ao processo de alienação de unidades empresariais
pertencentes ou participadas pelo Estado, particular destaque merece o Decreto nº 21/89, de
23 de Maio que aprovou o Regulamento de Alienação a Título Oneroso de Empresas,
Estabelecimentos, Instalações, Quotas e outras formas de participação financeira da
propriedade do Estado, regulamento que também veio a dar cobertura legal a uma série de
iniciativas que vinham sendo levadas a cabo por alguns Ministérios e Secretarias de Estado
no sentido de alienar um significativo número de pequenas e médias empresas, com o fito de
libertar o estado da gestão de pequenas e médias empresas não estratégicas e incrementar a
participação do sector privado.

A partir desse marco, assistiu-se à privatização de uma série de empresas estatais e sua
transformação em sociedades anónimas de responsabilidade limitada. Destaca-se aqui a
privatização, através do decreto nº 36/90, de 27 de Dezembro, de três importantes empresas
comerciais e de serviços e sua transformação em S.A.R.L.

1.7. Objectivos das privatizações

De acordo com a Lei nº 15/91 de 3 de Agosto apontam-se os seguintes objectivos das


privatizações:

 Promover a dinamização da actividade económica, através da intervenção do sector


privado;
 Promover alterações de tecnologia e organização da produção em geral, de forma a
aumentar a eficiência, a competitividade das empresas e concorrência;
 Atrair investimentos privados, nacionais e estrangeiros, que permitam recapitalizar as
empresas, reabilitando--as ou ampliando as suas capacidades de produção;
 Reduzir a sobrecarga sobre o orçamento do Estado resultante dos subsídios atribuídos
às empresas estatais de forma directa e indirecta;
 Reduzir o envolvimento governamental no processo de decisão empresarial;

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 Promover a disseminação do capital social, através do acesso à titularidade das
participações sociais nas empresas por parte dos cidadãos em geral e dos
trabalhadores em particular;
 Gerar receitas para o Estado.

1.8. O Fundo de Privatizações

O produto gerado pela alienação constituirá receita de um fundo próprio a ser criado pelo
Conselho de Ministros (art. 25) e essas receitas terão como destino prioritário:

a) Estimular o investimento em actividades produtivas e de prestação de servíços;

b) Criação de emprego e introdução de novas tecnologias;

c) Promoção e dinamização de actividade do empresariado nacional de pequena e média


dimensão;

d) Reinvestimento no sector empresarial do Estado.

Verificamos ssim que, na privatização, são aplicados regimes preferenciais e restrições na


aquisição e subscrição de capital.

a) O “capitalismo popular” – a participação dos trabalhadores no capital das respectivas


empresas (regime preferencial);

b) os limites à concetração de capital – (restrição);

c) Os limites à participação de capital estrangeiro – (restrição);

d) as acções privilegiadas do E Estado (Golden Share) – (Regime preferencial para o Estado).

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Conclusão

A privatização é uma prática por meio da qual as instituições governamentais transferem


activos, instituições ou empresas públicas à iniciativa privada usando dispositivos como
leilões, venda de acções ou outros dispositivos previstos na constituição. Enquanto há
serviços cuja gestão tradicionalmente é atribuída ao poder público em vários países do
mundo, há outros que fazem mais sentido nas mãos da iniciativa privada.

Tendo como causa da privatização a ineficiência das empresas públicas o desequilíbrio da


economia do mesmo, com objectivos financeiros, políticos e socias, Importa referir que nem
todas as formas de privatização implicam que o Estado abandone o financiamento e mesmo o
planeamento dos respectivos serviços e que, nalguns casos, não se trata de transferência de
propriedade ou de gestão públicas, mas de ampliação do papel da actividade privada ao lado
da actividade pública, em concorrência ou conjugação para o bem da colectividade.

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Bibliografia

Santos, António Carlos et alt., Direito Económico, 5ª edição, Revista Actualizada Almedina,
Lisboa, 2010;

Moncada, Luís cabral, Direito Económico, 4ª ed., Coimbra Editora, Coimbra, 2003;

FERREIRA, Eduardo Paz, Direito da Economia, Lisboa, AAFDL, 2001;

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