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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO DE NEGÓCIOS

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Pós-laboral

Economia Política II

Funçaõ estabilidade: O Estado e Estabilidade

Discentes
Gisela Fernanda Guibunda
Adérito Ernesto Massingue

Maputo, Setembro de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO DE NEGÓCIOS

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Pós-laboral

Economia Política II

Funçaõ Estabilidade: O Estado e a Estabilidade

Discentes Trabalho de pesquisa no âmbito da


disciplina de Economia Politica ministrado
 Gisela Fernanda Guibunda pelo ISGN sob orientação do Docente Msc.
 Adérito Ernesto Massingue Justino Massuanganhe

Maputo, Setembro de 2022


Índice

1. Introdução ................................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos......................................................................................................................... 4

1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 4

1.1.2. Especificos ................................................................................................................ 4

1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 5

1.2.1. Técnicas de recolha de dados .................................................................................... 5

2. A função estabilidade .............................................................................................................. 6

2.1. Estabilidade ...................................................................................................................... 6

2.2. A função estabilidade e o estado ...................................................................................... 6

2.3. Macroeconomia ................................................................................................................ 7

2.3.1. Funções económicas do Estado - estabilização macroeconómica .......................... 11

2.3.2. Efeitos macroeconómicos das despesas públicas e dos impostos ........................... 12

2.3.2.1. Despesas públicas ............................................................................................ 12

2.3.3. Política orçamental.................................................................................................. 14

2.3.3.1. Tipos de política orçamental............................................................................ 14

Conclusão...................................................................................................................................... 17
1. Introdução
Do ponto de vista econômico, a ação governamental atende a certas funções básicas. Estas
tendem, por sua vez, a afetar os rumos do crescimento e os parâmetros do desenvolvimento
econômico. A literatura aponta para três funções básicas: função estabilizadora, função alocativa
e função distributiva.

Com surgimento na América do Norte, conforme magistério de Diniz, o fenômeno jurídico da


estabilidade surgiu diante dos problemas advindos da alternância partidária no comando do
Estado. Nos Estados Unidos da América existem duas classes políticas dominantes, o Partido
Democrata e o Partido Republicano. Após o pleito eleitoral, o partido legitimado eleito efetuava
as alterações necessárias, a fim de formar seu grupo de funcionários para o próximo quadriênio
ou quinquênio governamental.

Esta prática antidemocrática e antiética gerava um número elevado de demissões daqueles que
não compunham o partido do político que havia sido eleito. Realizada a exclusão dos
oposicionistas do quadro de pessoal da Administração Pública, a máquina estatal ficava lenta,
precária e ineficaz, sendo vários serviços até então oferecidos à população paralisados.

Assim, viu-se a necessidade de criar um mecanismo capaz de proporcionar a mobilidade estatal,


além de propiciar ao servidor, possuidor de cargo público, o direito à manifestação política, sem
que houvesse retaliações posteriores ao pleito eleitoral.

Em suma, a justificativa para a criação do instituto da estabilidade do servidor público tem base
no princípio da continuidade. Com a criação do instituto da estabilidade, não se verificou mais a
demissão em massa de agentes públicos, garantindo, assim, a continuidade dos serviços
primordiais à sociedade.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Falar da função estabilidade.

1.1.2. Especificos
 Conceituar função estabilidade;

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 Conceituar macroeconomia;
 Descrever os efeitos macroeconomicos;
 Apresentar e diferenciar os tipos de orçamento político.

1.2. Metodologia
Para a realização deste trabalho optou-se por 3 critérios, respectivamente:

 Quanto a natureza: o trabalho baseou-se numa pesquisa aplicada, pois consiste na


realização de trabalhos originais, para aquisição de novos conhecimentos;
 Quanto a abordagem: este trabalho goza de uma pesquisa qualitativa, pois argumenta os
resultados do estudo por meio de analises, opiniões e pensamentos;
 Quanto aos procedimentos: a pesquisa neste trabalho foi de carácter bibliográfico.

1.2.1. Técnicas de recolha de dados


 Observação estruturada e sistemática: segundo Gil (2008), utiliza instrumentos para a
colecta de dados ou fenómenos observados;
 Uso de dados secundários: são aqueles que já foram colectados, tabulados, ordenados e
até mesmo analisados.

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2. A função estabilidade
2.1. Estabilidade
De acordo com o conceito conciso de estabilidade dado pelo brilhante doutrinador Hely Lopes
Meirelles:

Estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao servidor


que nomeado por concurso em caráter efetivo, tenha transposto o estágio probatório [...].
(Kugelma, 2002)

Sobre o tema ora analisado, o doutrinador Paulo de Matos Ferreira Diniz aduz que: [...] a
estabilidade é um atributo do cargo público que assegura a continuidade da prestação do serviço
público, que é de caráter permanente... é, portanto uma propriedade jurídica do elo que ata a
pessoa estatal ao servidor titular do cargo público de provimento efetivo.

E desenrola o raciocínio, dizendo que: "é portanto uma propriedade jurídica do elo que ata a
pessoa estatal ao servidor titular do cargo público de provimento efetivo." Trata-se, portanto, de
um direito constitucional do servidor de permanecer no serviço público, protegido de demissões
arbitrárias e ilegais. A estabilidade, instituto previsto no caput do art. 41 da Constituição Federal,
somente é auferida pelo servidor público civil, ou seja, aquele que foi nomeado para o cargo de
provimento efetivo por meio de concurso público de provas e títulos ou somente títulos. Assim,
para obtenção deste benefício, deve o servidor ser prestado concurso público para cargo efetivo
e, ainda, ser detentor de um cargo previsto em lei específica da categoria. (Kugelma, 2002)

2.2. A função estabilidade e o estado


Segundo o site https://www.teleco.com.br, as características da função estabilidade e o estado
são:

 É a mais moderna das 3 funções;


 Mantem a estabilidade econômica, através de instrumentos macroeconômicos;
 Estabiliza o valor da moeda;
 Assegura o nível de emprego;
 Estabiliza os preços;
 Atua sobre a demanda agregada (disposição de gastar dos consumidores, das famílias,
dos capitalistas ou de qualquer outro comprador);

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 Se a demanda for superior a capacidade de produção, os preços tendem a subir. Já se for
inferior, os preços tendem a baixar e, consequentemente, haverá desemprego;
 Mecanismo de política de estabilização: Estado atuando sobre a demanda agregada,
aumentando ou reduzindo, conforme as necessidades;
 Receita: Alteração alíquotas dos tributos (menos recursos no setor privado);
 Despesa: Realização de obras públicas (absorver parcela da população desempregada –
mão de obra)
 Principais instrumentos param agir sobre a demanda agregada: instrumentos fiscais
(gastos e tributos), política cambial, política monetária e política de controle de preços e
salários. Exemplos: redução ou aumento dos juros, dos gastos ou investimentos públicos,
dos impostos, etc.

Função Estabilizadora relaciona-se ao uso da política orçamentária com o objetivo de manter o


pleno emprego. Essa política pode se manifestar diretamente, através da variação dos gastos
públicos em consumo e investimento, ou indiretamente, pela redução das alíquotas de impostos,
que eleva a renda disponível do setor privado.

2.3. Macroeconomia
Macroeconomia é uma das divisões da ciência econômica dedicada ao estudo, medida e
observação de uma economia regional ou nacional como um todo individual. A macroeconomia
é um dos dois pilares dos estudos da economia, sendo o outro a microeconomia. O estudo
macroeconómico surgiu como forma de oposição ao sistema mercantilista vigente na Europa,
este movimento foi chamado por Keynes de Revolução Clássica. Os dois dogmas mercantilistas
atacados pelos clássicos eram, o metalismo (a crença de que a riqueza e o poder de uma nação
estava no acúmulo de metais preciosos), e a crença na necessidade de intervenção estatal para
direcionar o desenvolvimento do sistema capitalista. O primeiro trabalho clássico foi A Riqueza
das Nações, 1776 de Adam Smith, sendo considerado a partir desta publicação o início
da ciência económica. (Abel, 2004).

O termo macroeconomia teve origem na década de 1930 a partir da Grande Depressão iniciada
em 1929, onde foram intensificadas a urgência do estudo das questões macroeconômicas, sendo
a primeira grande obra literária macroeconómica o livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda, do economista britânico John Maynard Keynes, dando origem a Revolução

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Keynesiana que se opôs à ortodoxia da Economia Clássica. A macroeconomia concentra-se no
estudo do comportamento agregado de uma economia, ou seja, das principais tendências (a
partir de processos microeconômicos) da economia no que concerne principalmente à produção,
à geração de renda, ao uso de recursos, ao comportamento dos preços, e ao comércio exterior. Os
objetivos da macroeconomia são principalmente: o crescimento da economia, o pleno emprego, a
estabilidade de preços e o controle inflacionário. (Abel, 2004).

Um conceito fundamental à macroeconomia é o de sistema econômico, ou seja, uma organização


que envolva recursos produtivos. (Abel, 2004).

De acordo com Mankiw (2008), a Macroeconomia é o estudo da economia como um todo,


incluindo o crescimento em termos de renda, as variações nos preços e na taxa de desemprego.
Procura oferecer políticas para melhorar o desempenho econômico e explicar os eventos
econômicos.

Blanchard (2007) define a Macroeconomia como o estudo de variáveis econômicas agregadas.

Já Krugman e Wells (2007), no glossário de seu livro, definem Macroeconomia como o ramo da
economia que trata da expansão e da retração da economia em geral.

Dornbusch e Fischer (1991) colocam que a Macroeconomia trata do comportamento global da


economia com períodos de recessão e recuperação.

Os autores nacionais Simonsen e Cysne (2007) não chegam a definir Macroeconomia, usando
apenas a metáfora de que esta área se preocuparia em estudar a floresta, enquanto que a
Microeconomia estaria voltada para o estudo das árvores.

Carvalho et al (2008) colocam que a Macroeconomia é o ramo da economia que estuda o


comportamento humano em um contexto agregativo, ou seja, trata do impacto da ação humana
sobre os grandes agregados (como o mercado de trabalho ou o consumo de bens e serviços).

Concluímos que esta busca por uma definição abrangente, elegante e completa entre os grandes
autores mostra-se um pouco frustrante. Não se preocupe: a leitura de qualquer um desses livros
demonstraria que a qualidade destas definições deixa muito a desejar quando comparado com a
excelência de seus textos. Isto pode ser explicado, talvez, porque estes autores não estejam muito
preocupados com definições, preferindo investir nas ferramentas e conceitos de cada área de

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atuação macroeconomista. É esta última ênfase que devemos perseguir, até porque a
Macroeconomia sem aplicações e sem resultados práticos perde muito de seu sentido. Houve no
passado um período conhecido como o da matematização da economia, em que se acreditava que
a economia poderia ser como a física, ou seja, um entendimento da natureza a partir de leis
matemáticas, sem a necessidade de aplicações práticas. Assim, podemos afirmar que a nossa
disciplina pertence ao campo das Ciências Sociais Aplicadas, ou seja, são as aplicações que
justificam a sua razão de ser. Nas palavras de Keynes um economista precisa ser matemático,
historiador, estadista, filósofo e tão alienado e tão incorruptível quanto um artista, embora
algumas vezes tão próximo do planeta Terra como um político (MANKIW, 2008).

Podemos, por outro lado, compreender que cada governo e cada período histórico apresentam
problemas económicos diferentes – que ora podem ser a inflação, o defice público, a recessão ou
a administração de choques de oferta ou demanda. De nada vale uma definição abrangente se a
cada vez o problema se apresenta de maneira particular. Como veremos ao longo desta Unidade,
a Macroeconomia tem evoluído bastante, atestando ser uma disciplina ainda jovem.

A Macroeconomia na década de 1970 era considerada uma disciplina estabelecida, um campo


maduro da ciência até que os choques do petróleo de 1973 e 1979 fizessem com que o mundo
convivesse com dois fenômenos aparentemente contraditórios, a inflação e a recessão
econômica, que ficaram conhecidos como estagflação. Este fenômeno não estava previsto nos
manuais, o que abalou a credibilidade dos economistas que felizmente mais tarde encontraram
explicações para a sua ocorrência.

Os problemas macroeconómicos fundamentais lidam com a modelagem, o entendimento e a


eventual elevação/diminuição de variáveis como:

 Produto Interno Bruto;


 Taxa de inflação;
 Taxa de juros;
 Taxa de câmbio;
 Taxa de desemprego dos recursos produtivos, em especial da mão de obra;

Esta lista curta pode ser expandida para uma lista longa envolvendo outras variáveis. São elas:

 Produto potencial;

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 Amplitude dos ciclos econômicos;
 Produto interno bruto per capita;
 Distribuição de renda;
 Taxa de inflação nominal;
 Índices de correção monetária da inflação e indexadores de preços.10
 Taxa de juros nominais. Gastos públicos;
 Orçamentos públicos equilibrados (adequação entre despesas e receitas);
 Taxa de poupança e de investimento em relação ao produto interno bruto;
 Quantidade de moeda em circulação na economia;
 Velocidade de circulação da moeda;
 Participação dos impostos no produto interno bruto;
 Gastos de governo. Taxa de desemprego natural;
 Ociosidade das instalações fabris. Salários médios do factor trabalham;
 Paridade cambial em relação a uma cesta de moedas estrangeira;
 Valorização de activos mobiliários e não mobiliários.

A Macroeconomia visa em geral estabilizar estas variáveis, determinar seu crescimento a taxas
constantes ou atingir metas que possam ser consideradas saudáveis, por exemplo, um certo nível
de desemprego e um certo nível de taxa de juros.

Sendo assim, podemos evidenciar que não é exigido da Macroeconomia nenhuma garantia de
sucesso na correta análise dos itens da lista, na escolha de políticas para implantação de reações
às situações analisadas e o posterior monitoramento dos resultados a alcançar. Apesar de
apresentar um programa frouxo de exigências, é com ele que os macroeconomistas devem
exaustivamente se ocupar.

As metas macroeconómicas envolvem o alto nível de emprego, a estabilidade de preços, a


distribuição justa da renda e o crescimento econômico.

Macroeconomia é a aplicação da teoria econômica ao estudo do crescimento, do ciclo e da


determinação do nível de preços da economia. Ela procura levar em conta os fatos estilizados
observados no mundo real e construir arcabouços teóricos que sejam capazes de explicá-los.
Nestes arcabouços existem, em geral, dois tipos de mecanismos: impulso e propagação.

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Os mecanismos de impulso são as causas das mudanças nas variáveis do modelo e os
mecanismos de propagação, como o próprio nome indica, transmitem os impulsos, ao longo do
tempo, e são responsáveis pela dinâmica do modelo.

Segundo Abel (2008), A estrutura macroeconómica se compõe de cinco mercados:

 Mercado de Bens e Serviços: determina o nível de produção agregada bem como o nível
de preços;

 Mercado de Trabalho: admite a existência de um tipo de mão-de-obra independente de


características, determinando a taxa de salários e o nível de emprego;

 Mercado Monetário: analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco


Central que determina a taxa de juros;

 Mercado de Títulos: analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um


nível de gastos inferior a sua renda e deficitários que possuem gastos superiores ao seu
nível de renda;

 Mercado de Divisas: depende das exportações e de entradas de capitais financeiros


determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro

2.3.1. Funções económicas do Estado - estabilização macroeconómica


Observa-se que a maior parte dos países apresenta um saldo orçamental que é, normalmente,
deficitário, o que pode ser consequência do objectivo - Estabilização Macroeconómica:

 Agentes económicos têm preferência por níveis de consumo estáveis (alisamento do


consumo). Isto também acontece relativamente aos bens e serviços públicos (manutenção
ou agravamento das despesas correntes numa recessão);
 A manutenção ou agravamento das receitas via impostos, penalizaria proporcionalmente
mais o rendimento em fases de recessão os impostos são normalmente estabelecidos em
proporção ao rendimento (redução das receitas correntes numa recessão);

Papel do Governo na sua função de estabilização macroeconómica:

 Estabilizar o nível do produto em torno do produto de equilíbrio usando políticas


discricionárias;

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 Providenciar estabilizadores automáticos que isolem a economia, pelo menos
parcialmente, de choques na procura agregada;
 Planear o financiamento das despesas de forma a manter um nível sustentável de dívida
pública.

Estabilização Macroeconómica visa a diminuição da amplitude e da persistência dos ciclos


económicos o objectivo da política orçamental deve ser manter o nível do produto próximo do
seu nível potencial (output gap próximo de zero).

Quando a economia está em recessão (YY) deverá optar por políticas contraccionistas políticas
orçamentais contra cíclica

Mas, mesmo sem uma actuação discricionária de política orçamental, o orçamento de Estado
reage contra-ciclicamente ao estado da Economia.

2.3.2. Efeitos macroeconómicos das despesas públicas e dos impostos


2.3.2.1.Despesas públicas
O Estado proporciona aos cidadãos inúmeros serviços que satisfazem necessidades colectivas.
Naturalmente, a prestação desses serviços de utilidade pública requer a realização de gastos com
pessoal, instalações, material, etc. Estes gastos representam as despesas públicas. Dada a
impossibilidade de satisfazer todas as necessidades colectivas, o Estado, antes de efectuar
despesas, deverá averiguar a utilidade pública de cada despesa, no sentido de realizar aquelas que
satisfazem necessidades prioritárias.

Deste modo, a realização de qualquer despesa exige o conhecimento aprofundado das


necessidades de carácter social e a ponderação das alternativas possíveis para a sua satisfação, de
forma a que se atinjam os objectivos pretendidos, com o mínimo dispêndio de recursos, isto é, de
modo a maximizar a utilidade social das despesas efectuadas.

Podemos classificar as despesas públicas, tendo em conta o período de tempo em que se fazem
sentir os seus efeitos. Deste modo, podemos definir as despesas correntes e as despesas de
capital.

As despesas correntes efectuam-se ao longo de um determinado ano, mas terminam nesse mesmo
ano. São exemplos de despesas correntes, os vencimentos dos funcionários públicos, as

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transferências sociais, como as pensões de reforma, viuvez e outros subsídios destinados às
famílias mais carenciadas, assim como, a compra de bens duradouros destinados ao
funcionamento dos serviços das administrações públicas e pagamentos de juros da dívida
pública.

As despesas de capital realizam-se ao longo de um ano, mas os seus efeitos perduram nos anos
seguintes. São exemplos destas despesas os investimentos em capital fixo (construção de infra-
estruturas, aquisição de equipamentos e de tecnologias), as transferências de capital que
provocam o crescimento do investimento das empresas privadas, as compras de acções e os
reembolsos dos empréstimos.

Efeitos das despesas públicas


As despesas públicas têm uma enorme importância na actividade económica, porque ajudam o
Estado a atingir os objectivos determinados por si na prossecução das suas funções económicas e
sociais. Por exemplo, um incremento das despesas públicas terá uma repercussão positiva na
procura (Consumo e Investimento), porque vai ter um impacto no consumo das famílias (que
desfrutarão de maior rendimento disponível), no consumo público e no investimento das
empresas. Porém, os efeitos de um acréscimo das despesas públicas variam com o tipo de
despesa pública realizada.

O aumento dos gastos com pessoal e as transferências correntes de pensões de reforma e outros
subsídios têm efeitos na redistribuição de rendimentos e no consumo privado, enquanto um
incremento nas despesas de capital tem consequências no investimento e na produção.

Efeitos das receitas públicas


Os impostos progressivos sobre o rendimento são um importante instrumento que o Estado
utiliza para diminuir as desigualdades sociais e promover a equidade. Por exemplo, ao fazer com
que as famílias mais favorecidas paguem de IRS uma maior fatia do seu rendimento, o Estado
está a redistribuir o rendimento e a promover uma maior equidade. Em relação aos impostos com
carácter regressivo – os impostos indirectos – os seus efeitos nas famílias são diferentes. Como
vimos anteriormente, as famílias que adquirem um determinado bem no mercado pagam a
mesma parcela de IVA. Ora, o mesmo valor de IVA terá um maior peso no rendimento das
famílias com menor rendimento.

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2.3.3. Política orçamental
A política orçamental, ou política fiscal, é um ramo da política econômica que define o
orçamento e seus componentes, os gastos públicos e impostos como variáveis de controle para
garantir e manter a estabilidade econômica, amortecendo as flutuações dos ciclos económicos e
ajudando a manter uma economia crescente, o pleno emprego e a inflação baixa. (Francisco,
2006)

A política orçamental tem como finalidade corrigir os excessos do ciclo económico. Este é
constituído por períodos de expansão da actividade económica (crescimento da produção, do
consumo, do investimento e dos rendimentos) seguidos por períodos de recessão (abrandamento
ou queda da produção, do consumo, do investimento e dos rendimentos).

Principais objetivos da política orçamental

Como dito acima os principais objetivos de qualquer política orçamental são (Francisco, 2006)

 Acelerar o crescimento econômico.


 O pleno emprego de todos os recursos produtivos da sociedade, tanto de capital humano
como de material.
 Estabilidade de preços, visando não ocorrer grandes oscilações nos indicadores gerais de
preços.

2.3.3.1.Tipos de política orçamental


Pode ser expansionista ou contracionista:

Política orçamental expansionista: quando o objetivo é estimular a demanda agregada,


especialmente quando a economia está atravessando um período de recessão e precisa de um
"empurrão" para se expandir. Como resultado, temos a tendência de déficit ou até mesmo levar à
inflação. (Oreiro, 2004).

Política orçamental contracionista: quando o objectivo é reduzir a demanda agregada, por


exemplo, quando a economia está em um período de expansão excessiva (superaquecimento
econômico) e, há a necessidade de retracção económica, em consequência da excessiva inflação
que se constrói neste cenário. (Oreiro, 2004).

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Política orçamental expansionista
Os mecanismos utilizados são:

 Aumentar a despesa pública para aumentar a produção e reduzir o desemprego.


 Impostos mais baixos, para aumentar o rendimento disponível ao consumidor/investidor,
causando aumento de consumo e investimento das empresas, em conclusão, uma
mudança no sentido da demanda agregada (expansão). (Oreiro, 2004).

Política fiscal contracionista


Os mecanismos são inversos aos da política expansionista. Eles consistem em:

 Reduzir os gastos do governo para desacelerar a produção.


 Aumentar os impostos para que as pessoas não consumam tanto e as empresas invistam
menos, consequentemente desloca a demanda agregada (contração).

É que ela reduz a demanda agregada de forma a gerar excesso de oferta agregada de bens, o que
irá fazer diminuir o nível de renda e os preços do mercado. (Oreiro, 2004).

Políticas Orçamentais de Estabilização Automática


Diferentemente da estabilização activa, a estabilização automática não visa manter a procura
agregada ao nível do pleno emprego, mas tão-somente atenuar as flutuações da actividade
económica provenientes de flutuações na procura agregada

Receitas

Alguns items das receitas orçamentais apresentam geralmente características pró-cíclicas, i.e.,
comportam-se como estabilizadores automáticos. De entre esses itens assumem particular
importância os impostos sobre o rendimento que apresentam uma elasticidade tanto maior quanto
mais progressivo for o imposto. Se estes impostos forem de retenção na fonte a resposta deste
mecanismo de estabilização é praticamente imediata

Despesas Públicas

As despesas públicas para funcionarem como estabilizadores têm de possuir características


anticíclicas, ao contrário, portanto, dos impostos. Geralmente, nos orçamentos de despesa há
uma componente que possui estas características, e que é as despesas com o subsídio de

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desemprego A elasticidade do subsídio de desemprego é tanto mais negativa quanto maior for a
sua cobertura e mais generoso este for. No entanto, dado a reduzida dimensão deste subsídio no
conjunto da despesa pública, esta apresenta consequentemente uma elasticidade (negativa)
bastante inferior à dos impostos. Para além de que o subsídio de desemprego nem sempre
apresenta um comportamento simétrico, como é por exemplo o caso em que se verifica uma
expansão do sector privado numa situação já de pleno emprego.

Qualificações à estabilização automática

Não obstante as vantagens da estabilização automática relativamente à estabilização


discricionária, a pluralidade de objectivos atribuída geralmente à política orçamental pode
igualmente dar origem a conflitualidade entre esses objectivos e a estabilização automática.

Por outro lado, os estabilizadores automáticos reduzem a eficiência das medidas discricionárias,
o que na circunstância de a economia não se encontrar ao nível desejado, pode dificultar o
alcance desse nível.

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Conclusão
De acordo com os objectivos traçados podemos concluir que:

 A estabilidade é um atributo do cargo público que assegura a continuidade da prestação


do serviço público, que é de carácter permanente;
 Função Estabilizadora relaciona-se ao uso da política orçamentária com o objetivo de
manter o pleno emprego;
 Macroeconomia é uma das divisões da ciência econômica dedicada ao estudo, medida e
observação de uma economia regional ou nacional como um todo individual;
 As metas macroeconômicas envolvem o alto nível de emprego, a estabilidade de preços,
a distribuição justa da renda e o crescimento económico;
 As despesas públicas têm uma enorme importância na actividade económica, porque
ajudam o Estado a atingir os objectivos determinados por si na prossecução das suas
funções económicas e sociais;
 A política orçamental tem como finalidade corrigir os excessos do ciclo económico;
 Os tipos de política orçamental podem ser expansionista ou contracionista, quando o
objetivo é estimular a demanda agregada e quando o objetivo é reduzir a demanda
agregada, respectivamete.

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Referencias Bibliográficas

1. ABEL, Andrew B., et al. Macroeconomía. Pearson, 2004.


2. ABEL, Andrew B.; BERNANKE, Ben S.; CROUSHORE, Dean. Macroeconomia. 6. ed.
São Paulo: Pearson, 2008.
3. BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
4. CARVALHO, José L. et al. Fundamentos de Economia: Macroeconomia. v. 1, São
Paulo: Cengage Learning, 2008.
5. DORNBUSCH, Richard; FISCHER, Stanley. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo: Pearson
Makron Books, 1991.
6. Francisco Luiz C. Lopreato (2006). «O papel da política fiscal: um exame da visão
convencional» (PDF). Iececon. Consultado em 20 de Setembro de 2022
7. Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social, 6ª edição. São Paulo: Editora
Atlas.
8. KRUGMAN, Paul; WELLS, Robin. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Elsevier,
2007.
9. KUGELMA, Eduardo/Solas/Lourdes. Estabilidade Econômica e o Plano Real. Rio de
Janeiro/FGV. 2002
10. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia – Princípios de Micro e Macroeconomia.
2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
11. OREIRO, José Luiz; SICSÚ, João; DE PAULA, Luiz Fernando (2004). «Controle da
Dívida Pública e Política Fiscal: uma Alternativa para um Crescimento Autosustentado
da Economia Brasileira» (PDF). Consultado em 20 de Setembro de 2022
12. SIMONSEN, Mario Henrique; CYSNE, R. P. Macroeconomia. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2007
13. https://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialregulacao/pagina_3.asp

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