Você está na página 1de 8

15/02/2024, 17:58 Conteúdo Unidade 1

Conteúdo Unidade 1

Site: AVA - IFRO - Campus Porto Velho Zona Norte Impresso por: SABRINA MORAIS DE SOUZA
Curso: Fundamentos de Administração — FIC Data: quinta-feira, 15 fev. 2024, 16:58
Livro: Conteúdo Unidade 1

https://cursos.ead.ifro.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=142178 1/8
15/02/2024, 17:58 Conteúdo Unidade 1

Descrição

Prezado(a) estudante,

Nesta unidade temática, trataremos sobre os conceitos da administração, os tipos de organizações e os recursos organizacionais.

Veremos também, de forma objetiva, a história das empresas através da evolução da sociedade empresarial, mostrando os principais fatores
que a motivaram e levaram ao surgimento das teorias da administração.

O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga:

Compreender o conceito de administração e como ela pode ser aplicada a todo e qualquer tipo de grupo de pessoas;
Reconhecer os tipos e os setores das organizações,
Identificar os recursos organizacionais;
Reconhecer as fases da Revolução Industrial, período e aspectos;
Compreender a motivação para o surgimento das teorias;
Distinguir as principais teorias administrativas, suas características e contribuições.

https://cursos.ead.ifro.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=142178 2/8
15/02/2024, 17:58 Conteúdo Unidade 1

Índice

1. Capítulo 2

https://cursos.ead.ifro.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=142178 3/8
15/02/2024, 17:58 Conteúdo Unidade 1

1. Capítulo 2

1 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

1.1 Conceitos de administração

Tenho certeza de que em sua rotina diária, por diversas vezes, você já se deparou com termos como administrar o tempo, planejar as compras
da semana, dirigir o estudo dos filhos ou controlar os rendimentos/salários. Isso mostra que permanecemos invariavelmente administrando
múltiplas tarefas e meios, planejando, dirigindo e controlando escopos e resultados almejados (Stadler, 2011).

Essas expressões se tornaram tão comuns em nosso cotidiano que mal percebemos seu caráter de administração. Mas, afinal, o que é
administração? Conforme Chiavenato (2021b, p. 13), “Administração consiste no processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de
recursos e competências, a fim de alcançar os objetivos organizacionais desejados”. Esse mesmo autor destaca que o conceito de
administração não é estático e pode ter um prisma próprio de acordo com cada especialista.

Ao analisar a definição apresentada por Chiavenato, observa-se que a administração elenca etapas cuja finalidade é a organização; ou seja, nas
palavras de Stadler (2011), “administrar nada mais é do que buscar objetivos comuns para a organização”. Para Carvalho (2008), citado por
Franceschi e Eckhardt (2013, p. 23), organização é

o agrupamento de pessoas, que se reúnem de forma estruturada e deliberada e em associação, traçando metas para alcançarem objetivos
planejados e comuns a todos os seus membros. Outra definição estabelece que as organizações sejam instituições sociais, e a ação
desenvolvida por membros é dirigida por objetivos. São projetadas como sistemas de atividades e autoridade, deliberadamente estruturados e
coordenados, e atuam de maneira interativa com o meio ambiente que as cerca.

Então, observe: se o foco da administração são as organizações, onde se encaixam as empresas? Por esse motivo, iremos entender qual a
finalidade de uma organização – que, segundo Maximiano (2023, p. 6), é “um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo
(ou conjunto de objetivos)” e que, basicamente, não precisa ser uma empresa (Stadler, 2011).

O estudo da administração ramifica as organizações em duas facetas: conforme Chiavenato (2021b, p. 1), as organizações “podem ser lucrativas
(como as empresas) ou não lucrativas (como o Exército, as igrejas, os serviços públicos, as entidades filantrópicas etc.)”. Logo, compreende-se
que as empresas estão dentro do conjunto que forma as organizações, que é composto por outras categorias de organizações, classificadas
pela sociedade civil por setores – os quais veremos a seguir.

1.2 Tipos de organizações

Conforme o âmbito da economia em que operam, as organizações podem ser distribuídas em três campos fundamentais: governo, empresas e
organizações do terceiro setor (Maximiano, 2015a, p. 5). Stadler (2011, p. 14) explica esse fracionamento das organizações por setores, como se
segue:

· 1º setor: promove aos cidadãos os benefícios fundamentais e subsídios para a convivência em coletividade, como saúde, educação,
transporte, segurança, habitação, dentre outros. Conhecido como iniciativa pública, é qualificado pelas esferas municipal, estadual e federal.

· 2º setor: neste âmbito, encontram-se os empreendimentos em que se enquadram os setores da agropecuária, da indústria, do comércio
ou de serviços. Identificadas como iniciativa privada, são as empresas que têm seus fins na lucratividade e que, de acordo com as leis e
normativas brasileiras, se delimitam como empresas individuais, sociedades anônimas e sociedades limitadas.

· 3º setor: as organizações que fazem parte desse bloco são conhecidas por protegerem os benefícios coletivos do povo ou de parte dele
(agrupamento social). São as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs), identificadas comumente como organizações não
governamentais (ONGs). Por não estarem inseridas no governo, ao mesmo tempo que sua finalidade não é lucrativa, são apontadas com o
terceiro setor da sociedade civil.

1.3 Os recursos organizacionais

Agora que você viu e compreendeu o conceito de administração e como as organizações são classificadas, vamos abordar os recursos
organizacionais.

A fim de alcançar alta performance e as finalidades almejadas pela organização através de capacidades acessíveis, a administração emprega
múltiplos recursos organizacionais – como os recursos humanos, materiais, financeiros, informacionais e tecnológicos (Chiavenato, 2021a, p. 4)
–, que estão presentes em todas as organizações, independentemente de suas características. Veremos cada um deles com mais detalhes a
seguir, pela ótica de Stadler e Paixão (2012, p. 24):

· Recursos humanos: são também conhecidos como “capital intelectual”. As pessoas são consideradas o componente fundamental das
organizações e representam o diferencial em sua escala dos recursos. É através delas que o sistema empresarial acontece, quando “operam as
máquinas, planejam a produção, controlam os resultados e organizam todos os demais recursos da empresa”.

https://cursos.ead.ifro.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=142178 4/8
15/02/2024, 17:58 Conteúdo Unidade 1
· Recursos materiais: esses recursos devem ser controlados por especialistas com competência em administração e capacidades técnicas,
humanas e gerenciais, com a finalidade de fazer a gestão das “matérias-primas, edificações, maquinarias e demais recursos que permitem as
empresas produzir os bens e serviços”.

· Recursos financeiros: para preservar a companhia operando com as obrigações monetárias no prazo correto, é primordial abranger
operações como “contas a pagar, empréstimos, financiamentos e demais transações financeiras”, ou seja, o conhecimento integral da “entrada
e saída de capital da empresa, representada pelo fluxo de caixa”.

· Recursos tecnológicos: são o mesmo que instrumentos, que levam a empresa a alterar os elementos primários num bem pronto ou num
ofício realizado (serviço). É importante compreender que um programa de computador ou uma caneta são soluções tecnológicas, uma vez que
o programa de computador pode registrar dados e uma caneta pode escrever num papel. “Assim, esses dois elementos são “meios” de atingir
um resultado final”. Por esse motivo, a tecnologia não se limita ao uso de informática ou equipamentos inovadores, mas também diz respeito
aos métodos que permitem produzir ou comercializar um artigo manufaturado ou oferecer um serviço.

2 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

2.1 História e evolução da administração

Apesar da explosão de inovação na administração, com tantos métodos, termos, estudos e doutrinas da atualidade, suas técnicas foram
identificadas desde os primórdios da humanidade. Estudos apontam que na civilização suméria, por volta de três mil anos antes de Cristo, já
constavam registros da administração, como nos ensina Maximiano (2015b, p. 16) ao apresentar os eventos desse período – quanto à
“escrituração de operações comerciais, primeiros dirigentes e funcionários administrativos profissionais”.

No entanto, a virada de chave para a administração ocorreu a partir da Revolução Industrial, quando James Watt, em 1776, criou a máquina a
vapor – que culminou no motor a vapor. A fabricação de produtos para consumo, que era realizada de forma artesanal, passou a ser
automatizada, ou seja, industrializada. A influência dessa revolução trouxe paradigmas intransponíveis, os quais não se podia deter. Sobre esse
período, Chiavenato declara:

Surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e
rápidas mudanças de ordens econômicas, política e social, que, no período de um século, foram maiores do que todas as mudanças ocorridas
no milênio anterior (...) que se iniciou na Inglaterra (2014, p. 36).

Chiavenato descreve, ainda em sua obra Teoria geral da administração (2021b), que o período da Revolução Industrial, foi marcado por dois
ciclos evolutivos com características peculiares, apresentados a seguir:

Quadro 1 – Fases da Revolução Industrial

FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

1780 a 1860 1860 a 1914

Primeira Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro Segunda Revolução Industrial ou revolução do aço e da eletricidade.

PERÍODOS ASPECTOS

· Marcado pela mecanização da indústria e da agricultura; · Substituição do ferro pelo aço;

· Mostra a aplicação da força motriz à indústria; · Substituição do vapor pela eletricidade e por derivados do petróleo;

· Delimita a aplicação da força motriz à indústria; · Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do


trabalhador;
· Estabelece uma espetacular aceleração dos transportes e
das comunicações. · Crescente domínio da indústria pela ciência;

· Transformações radicais nos transportes e nas comunicações;

· Novas formas de organização capitalista – do capitalismo industrial para


o capitalismo financeiro.

Fonte: adaptado de Chiavenato (2021b, p. 36).

Para mais detalhes, recomendamos assistir aos vídeos que também estão disponíveis na página da disciplina.

https://cursos.ead.ifro.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=142178 5/8
15/02/2024, 17:58 Conteúdo Unidade 1

2.2 Teorias científicas

Com a chegada do século XX, também foram apontadas as dificuldades inerentes à gestão das empresas – como, por exemplo, operários
ociosos, lacunas entre a chefia e os trabalhadores e carência de uniformização nos processos da fabricação. Uma vez que, em síntese, a
finalidade das empresas está em aumentar a produção e reduzir os gastos, faltavam “ferramentas, técnicas e teorias” que conseguissem
colaborar para o desenvolvimento frequente das empresas; assim, despontaram pesquisas com a finalidade de ajustar estas incorreções
(Stadler, 2011, p. 25).

Por todo mundo, surgiram movimentos para a ampliação da administração – que se via diante de um vértice: num extremo, apresentavam-se
as prerrogativas geradas pela Revolução Industrial; no outro extremo, as dificuldades que surgiam no caminho do processo evolutivo da
administração. Chiavenato (2021b) explica que “o conteúdo do estudo da Administração varia de acordo com a teoria ou escola considerada.
Cada autor em Administração tende a abordar as variáveis e assuntos típicos da orientação teórica de sua escola ou teoria”. Nesse sentido,
Maximiano (2015a, p. 42) ensina que:

A grande expansão das empresas industriais e de outras organizações demandou e inspirou o desenvolvimento de novos conceitos e métodos
de administração. Nos Estados Unidos, nasceram o movimento da administração científica e a linha de montagem móvel. Na França, Henri
Fayol sistematizou ideias a respeito do processo de administrar organizações. Na Alemanha, Max Weber elaborou teorias para explicar as
organizações formais.

Mas, afinal, quais seriam essas teorias?

Quais seus criadores?

E como surgiram?

Antes de partimos para a apresentação das teorias, vale destacar que o conceito de “administração científica” se aplica ao experimento de
emprego das práticas científicas aos enigmas da administração com o objetivo de expandir a eficácia fabril (Chiavenato, 2014, p. 55).

2.2.1 Escola clássica

https://cursos.ead.ifro.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=142178 6/8
15/02/2024, 17:58 Conteúdo Unidade 1
A abordagem clássica é formada por duas teorias.

A teoria científica, também conhecida como administração científica, teve como percursor o estadunidense Frederick Taylor (1903), que
depositou o foco na pesquisa “das pequenas tarefas” dentro de uma função. Examinando os “tempos e movimentos”, Taylor procurou elevar a
produção; além disso, buscou atribuir remuneração distinta daqueles que se destacassem na produção, fazendo com que, repetidamente, as
fábricas acrescessem sua operacionalidade (Stadler; Paixão, 2012, p. 36).

Para tanto, o sistema de Taylor – ou taylorismo, como era conhecido –, que acontecia no nível operário do chão de fábrica, buscava ir ao
encontro dos obstáculos da administração, ao que Taylor nomeava de “estudo sistemático e científico do tempo”. Maximiano (2015b, p. 55)
descreve esse processo, que “consistia em dividir cada tarefa em seus elementos básicos e, com a colaboração dos trabalhadores, cronometrá-
las e registrá-las. Em seguida, eram definidos tempos-padrão para os elementos básicos”.

Em outra vertente, a teoria clássica idealizada por Henri Fayol (1916), na França, buscava desenvolver as características comuns da
administração e da constituição basilar das organizações. Chiavenato (2021a, p. 22), a respeito dessa teoria, ensina que “a ênfase na estrutura
organizacional reflete a preocupação com a formação de uma rede interna de relações entre os órgãos que compõem a organização e de
estabelecer um conjunto de princípios universais para o seu bom funcionamento”.

Segundo Gil (2016, p. 21), os estudos de Fayol foram de tal maneira importantes que se transformaram num dos elementos basilares da
administração, até a atualidade. Foi Fayol quem inaugurou a perspectiva de que os pilares da organização são as suas funções ou atividades.
Ainda conforme Gil, a partir de Fayol, as funções mais importantes da administração foram divididas em: prever, organizar, comandar,
coordenar e controlar.

As duas teorias da escola clássica tinham um ponto similar: os trabalhadores exerciam suas funções apenas pelo desejo do pagamento –
também chamados de Homo Economicus. Nessa perspectiva, o incentivo pessoal resumia-se exclusivamente a atender às questões de
remuneração/econômicas (Stadler, 2011, p. 26).

2.2.2 Escola burocrática

Conforme Maximiano (2023, p. 97), a burocracia “é máquina profissional, que se baseia em regras legalmente definidas, operadas por
funcionários recrutados e preparados para desempenhar tarefas descritas com exatidão”.

O termo “máquina profissional” foi estipulado pelo sociólogo alemão Max Weber na criação da teoria burocrática; Stadler e Paixão (2012, p. 40)
conceituam burocracia como sendo:

Normas, regras, procedimentos, rotinas de trabalho, ou seja, significa criar procedimentos claros e rígidos que devem ser seguidos para que se
alcance eficácia na realização das atividades. Desta forma a burocracia é boa. O ruim são as disfunções, que podem ser percebidas de forma
negativa pelos clientes e usuários.

Devido à rigidez do padrão burocrático, a ciência da administração foi conduzida ao surgimento da teoria estruturalista, que também está
incluída na escola burocrática – cuja intenção era extinguir deturpações e obstáculos, abrangendo características relevantes no esboço
fundamental da empresa. Chiavenato conclui ainda que o cuidado com as pesquisas desta abordagem estava relacionado à:

organização formal – aquela que é deliberada e oficialmente estabelecida pela organização por meio de organogramas e manuais de
organização –, mas também incorporou a organização informal – decorrência dos grupos sociais informais dentro da organização formal
(Chiavenato, 2021a, p. 30, grifo nosso).

2.2.3 Escolas comportamentais

São as doutrinas mais apreciadas e empregadas. A teoria das relações humanas e a pirâmide de Maslow compõem o rol desta escola, cujo
destaque está nos colaboradores como peças centrais para elevar a eficácia da empresa. Destacam-se a motivação e o fator psicológico; o
termo motivação é um método que leva as pessoas ou um conjunto de pessoas a alcançar tarefas que são importantes para empresa (Stadler,
2011, p. 27).

Para Gil (2016, p. 53), que denomina esta escola como “teorias baseadas na motivação”, sua concepção é atribuída à onda de valorização das
relações humanas, segundo a qual as propriedades humanas do serviço são mais relevantes do que a estrutura empresarial; a evidência é
depositada em “aspectos comportamentais, como motivação, liderança e dinâmica dos grupos” – indo no sentido contrário aos ensinamentos
das escolas clássica e burocrática.

2.2.4 Escolas contemporâneas

Dentre as escolas contemporâneas, as que mais se destacam, segundo Maximiano (2015a, p. 66), são as que se baseiam no pensamento ou no
enfoque sistêmico das organizações, cujos métodos são essenciais à administração atual. A abordagem sistêmica considera que o principal
influenciador do sistema em questão é o ambiente externo.

As teorias que compõem esta escola nasceram quando os pesquisadores compreenderam que as organizações precisavam de componentes
externos; assim, alterou-se a perspectiva de observação para que as decisões administrativas fossem tomadas, uma vez que era urgente
também supervisionar o ambiente externo para decidir questões internas. Passou-se, dessa forma, a estimar e admitir o poder do ambiente
externo nas deliberações internas das organizações – que, a partir de então, se consideram “ambientes abertos”, pois influenciam e sofrem
influências de agentes externos, como fornecedores, clientes, governos, economia, tecnologias etc. (Stadler; Paixão, 2012, p. 40).

https://cursos.ead.ifro.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=142178 7/8
15/02/2024, 17:58 Conteúdo Unidade 1

https://cursos.ead.ifro.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=142178 8/8

Você também pode gostar