Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
002
Introdução
Olá, caro(a) aluno(a),
A execução da prática de uma boa Administração faz com que uma organi-
zação obtenha bons resultados para todos os envolvidos. Para isso, é neces-
sário que o administrador ou profissional envolvido com gestão entenda e
visualize claramente os campos em que a Administração atua nos dias de
hoje e como foi construído o conhecimento dessa área.
003
Assim, a primeira aula deste material fala sobre a História da Administração
e a divisão das Escolas do Pensamento Administrativo. Por conseguinte,
será descrito sobre Taylor e os Princípios de Administração Científica, além
de um conglomerado de Teorias Administrativas que se sucederam após o
trabalho de Taylor.
Ressalta-se que cada uma dessas teorias possuía uma abordagem diferen-
te. Entre os primeiros estudos administrativos, tinha-se ênfase nas tarefas
exercidas pelos operários e outros na estrutura da organização. Após alguns
anos da evolução do pensamento administrativo como uma ciência, surgi-
ram estudos sobre a importância das pessoas que ocupavam a organização.
Um pouco mais adiante, houve teorias que aprofundaram os estudos com
destaque no ambiente da organização. Considerando o vasto campo de
estudos das teorias administrativas, ainda existem trabalhos que abordam
outros tipos de ênfases no processo administrativo, mas que não serão
tratados nesta disciplina.
Portanto, caro(a) aluno(a), este material tem como objetivo apresentar uma
visão geral dos principais pontos de cada uma das principais Teorias Admi-
nistrativas e como se sucederam durante todo o século XX, bem como as
tendências atuais.
Bons estudos!
004
01
Introdução aos
Conceitos de
Administração
005
Caro(a) aluno(a), nesta primeira aula veremos uma breve introdução aos conceitos
iniciais da Administração. O objetivo desta aula é adentrar o mundo da administração,
iniciando pelos termos básicos do ambiente das organizações. Dentre os conceitos,
estão: Tipos de Setores, Níveis Hierárquicos da Organização, Produto e Prestação de
Serviço, Papéis do Administrador, diferença entre Produção e Produtividade e, por m,
estudaremos a diferença entre os termos E cácia, E ciência e Efetividade.
Tipos de Setores
O primeiro tópico é uma apresentação sobre a organização com relação aos diferentes
setores aos quais ela pode pertencer dentro da sociedade. Entre os diferentes setores,
segundo Madeira e Biancardi (2003), estão:
Produto e Prestação de
Serviço
Qual a diferença entre produto e prestação de serviço?
006
Papéis do Administrador
Os papéis do administrador fazem referência às atividades que ele deve cumprir para
atingir suas funções: planejar, organizar, dirigir e controlar (CHIAVENATO, 2014). Ainda
de acordo com Chiavenato (2014), os papéis do administrador podem ser divididos em
três:
Produção e Produtividade
Os termos “produção” e “produtividade” são bem comuns nos meios organizacionais.
No entanto, existem diferenças de signi cado entre essas duas palavras:
007
Eficácia, Eficiência e
Efetividade
Assim como “produção” e “produtividade”, os termos “e ciência”, “e cácia” e
“efetividade” também são frequentemente tratados nas organizações. A seguir, o
signi cado e exemplos para cada termo:
008
Veja um exemplo sobre pontos de produtividade do setor do
Agronegócio. Trata-se de uma notícia publicada no “Diário do Comércio”
sobre Adubação Foliar.
Tipos de Setores.
Diferença entre Produto e Prestação de Serviço.
Diferença entre Produção e Produtividade.
Diferença entre E ciência, E cácia e Efetividade.
009
02
História da Administração e
Escolas do Pensamento
Administrativo
010
A Administração, considerada o ato de realizar “tomadas de decisão”, ou ainda, o ato
de “governar” ou “dirigir”, ocorre desde os primórdios da humanidade. Existem
registros históricos em diferentes culturas e regiões do planeta, evidenciando a
ocorrência de eventos com características administrativas. A seguir, no Quadro 1, é
possível visualizar algumas dessas ocorrências ao longo da história.
4000
Egípcios Necessidade de planejar, organizar e controlar
a.C.
2600
Egípcios Descentralização na organização
a.C.
Nabucodonosor
600 a.C. Controle de produção e incentivos salariais
(Babilônia)
011
Seguindo uma linha histórica, a Administração é tratada como uma ciência que visa,
por meio de métodos cientí cos, aumentar a e ciência das organizações. Nesse
sentido, a Administração é uma área considerada de estudo muito recente. Frederick
Winslow Taylor (1856-1915) é considerado o precursor dessa linha, devido aos seus
estudos publicados no início do século XX. Após Taylor, decorreu-se uma sequência de
outros autores e teorias no campo da Administração durante o século XX.
Escolas do Pensamento
Administrativo
Uma breve descrição das principais características de cada uma das teorias:
012
modos de comunicação e consequentemente as maneiras de gestão nas
organizações. Logo, esta linha de estudos possui ênfase na tecnologia;
Teoria de Sistemas: provém de uma teoria mais abrangente denominada Teoria
Geral dos Sistemas (TGS), que teve início na área da biologia. Uma das principais
contribuições dessa teoria são as classi cações quanto à natureza das
organizações em Sistema Aberto (interage com o ambiente) e Sistema Fechado
(não interage com o ambiente). Os estudos dessa teoria possuem ênfase no
ambiente;
Teoria Neoclássica: Essa teoria não forma uma Escola Administrativa bem
de nida, pois apresenta diferentes autores com diferentes linhas teóricas. A
Teoria Neoclássica representa um agregado de autores e trabalhos heterogêneos
e possui várias denominações, tais como Escola Operacional ou Escola do
Processo Administrativo. O termo “teoria” é utilizado com o intuito de facilitar a
aprendizagem didática desse conteúdo (CHIAVENATO, 2014). O grande pensador
dessa teoria e também considerado o pai da administração moderna foi Peter
Drucker (1909-2005). Os estudos dessa teoria possuem ênfase na estrutura da
organização;
Teoria Comportamental: surgiu apresentando críticas e fazendo oposição à
Teoria Clássica e à Teoria da Burocracia e parcialmente à Teoria das Relações
Humanas. É formada por um agregado de teorias que contribuíram para essa
corrente teórica. O precursor dessa teoria é Herbert A. Simon (1916-2001), e os
estudos dessa teoria possuem ênfase nas pessoas;
Teoria do Desenvolvimento Organizacional: surgiu a partir de 1962, na
sequência da Teoria Comportamental, tendo por objetivo o crescimento e o
desenvolvimento das organizações. Nesse contexto, foi levado em consideração
um conglomerado de teorias a respeito do trabalhador, da empresa e do
ambiente (CHIAVENATO, 2014). Os estudos dessa teoria possuem ênfase nas
pessoas;
Teoria da Contingência: essa teoria aponta que não existe nada absoluto no
contexto das organizações. Em outros termos, segundo essa teoria, tudo
depende. A Teoria da Contingência a rma que para atingir os objetivos da
organização, há uma relação entre as condições presentes no ambiente e as
técnicas administrativas utilizadas (CHIAVENATO, 2014). Os estudos dessa teoria
possuem ênfase no ambiente e na tecnologia;
Perspectivas Contemporâneas da Administração: conhecidas também como
“Novas Abordagens da Administração”, trata de diversos tópicos ligados à
competitividade das organizações no mercado. Os estudos dessa teoria possuem
ênfase na competitividade.
013
Durante a evolução dos estudos das teorias administrativas, veri ca-se que cada
teoria, em função dos problemas que os pesquisadores observavam em sua época,
possuía uma ênfase de estudo diferente. Essas ênfases representam as variáveis
básicas que envolvem uma organização, conforme aponta Chiavenato (2014).
No Quadro 2, apresenta-se cada uma das principais teorias administrativas com sua
respectiva ênfase.
014
Teoria Ênfase
Idalberto Chiavenato, nas diferentes edições de seus livros sobre “Introdução à Teoria
Geral da Administração”, quando trata das Teorias Administrativas, agrupa essas
teorias em Abordagens da Administração. A seguir, é apresentado um quadro com as
Abordagens e as respectivas teorias que contemplam cada abordagem.
015
Abordagem Teoria
Administração Cientí ca
Abordagem Clássica da Administração Teoria Clássica
Teoria da Burocracia
Abordagem Estruturalista da Administração Teoria Estruturalista
Teoria Comportamental
Abordagem Comportamental da Teoria do Desenvolvimento
Administração Organizacional
Tecnologia e Administração
Abordagem Sistêmica da Administração Teoria de Sistemas
016
Recomendo o artigo “O cotidiano e a história: construindo novos
olhares na administração” como forma de complementar o conteúdo
desta aula. O artigo foi publicado na Revista de Administração de
Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no ano de 2015 e pode ser
encontrado em:
017
03
Administração
Científica
018
Nesta aula, vamos continuar falando sobre Teorias Administrativas e conhecer os
primeiros passos do pensamento administrativo: a Administração Cientí ca.
Essa teoria surgiu no começo do século XX, tratando pela primeira vez a administração
como uma ciência. Tal nome surgiu tendo em vista a aplicação de conceitos cientí cos
em problemas na área administrativa a m de obter ganhos de e ciência. Para os
problemas da área de administração, os métodos cientí cos utilizados foram a
observação e a mensuração (CHIAVENATO, 2014). Os primeiros trabalhos sobre o
assunto, conhecidos como Escola da Administração Cientí ca, tinham como objetivo o
estudo das tarefas dos operários.
O precursor dessa teoria foi Frederick Winslow Taylor (1856-1915), considerado Pai da
Administração Cientí ca, ou também Pai da Organização Cientí ca do Trabalho. Suas
teorias caram conhecidas como Taylorismo.
019
palavras, apontava que a administração da organização deveria ser feita de modo a
estudar o trabalho do operário no desenvolvimento de suas funções e não apenas na
experiência adquirida no decorrer dos anos.
Organização Racional do
Trabalho (ORT)
Taylor iniciou seus estudos no “chão de fábrica” da indústria, analisando
individualmente cada operário, separando os movimentos e processos que eles
executavam com o objetivo de otimizar e racionalizar suas atividades. Sua obra mais
relevante sobre esse tema foi “Shop Management”, livro publicado em 1903 que
abordava as técnicas de racionalização do trabalho a partir de análises sobre tempos e
movimentos gastos pelos operários no desenvolvimento das atividades (CHIAVENATO,
2014).
Veri cando o trabalho dos operários, Taylor constatou que eles aprendiam a execução
das atividades/tarefas através da observação do trabalho do operário vizinho,
visualizando o modo como é realizada a atividade e replicando a sua execução. No
entanto, tal realidade presenciada por Taylor apresentava diversos problemas, pois
cada operário realizava as tarefas de uma maneira diferente e utilizando ferramentas
diferentes, gerando um baixo nível de produtividade.
Dessa maneira, buscou-se, por meio de métodos cientí cos, fazendo uso do estudo de
tempos e movimentos, identi car a maneira mais rápida com a ferramenta mais
adequada para se produzir. Em um momento posterior seria transmitido aos
020
operários as técnicas de produção. Além disso, outro ponto importante era a seleção
de modo cientí co do trabalhador para a execução de cada tarefa. A substituição do
modo empírico pelo modo cientí co foi denominada como Organização Racional do
Trabalho (ORT). De acordo com Chiavenato (2014), a ORT se fundamenta nos seguintes
aspectos:
021
Incentivos salariais e prêmios de produção: Após de nida a melhor maneira
de execução da tarefa do operário (tempo e padronização), escolha cientí ca do
operário e treinamento do mesmo, era necessário que o operário conseguisse
atingir os padrões de tempos previstos. Taylor junto a outros pensadores que os
seguiam, elaboraram mecanismos de incentivos salariais e prêmios de produção.
O intuito era deixar de remunerar os trabalhadores em função do tempo que
trabalhavam (salário por mês, dia ou hora) e remunerar em função da produção
de cada trabalhador (ex. salário pela quantidade de produtos produzidos pelo
operário). Dessa forma, aquele operário que obtiver maior produção ganha mais
e aquele que obtiver menor produção ganha menos, atendendo expectativas da
indústria e dos operários.
Conceito de homo economicus: Este conceito “homo economicus”, no qual a
Administração Cientí ca se baseou, signi ca “homem econômico”. Tal conceito
aponta que as pessoas são in uenciadas somente por recompensas nanceiras.
Desse modo, o homem busca o trabalho, pois necessita trabalhar para
sobreviver. Portanto, fatores como prêmios de produção levam ao trabalhador
explorar sua capacidade física máxima no desenvolvimento das atividades.
Condições ambientais de trabalho: Além dos estudos sobre o método de
trabalho e do incentivo salarial para alcançar maior e ciência, percebeu-se que
as condições do ambiente de trabalho eram um ponto elementar, pois afetava o
bem-estar físico do operário e também a fadiga humana. Para Chiavenato (2014,
p. 66):
022
Caro(a) aluno(a), podemos observar até o momento, os pontos sob os quais a
Organização Racional do Trabalho (ORT) se fundamenta. Agora, vamos estudar sobre
os Princípios de Administração Cientí ca de Taylor, os quais são de grande importância
dentre as teorias cunhadas pelo pensador.
Princípios de
Administração Científica
de Taylor
Após diversas observações sobre o trabalho dos operários e com o objetivo de
racionalizar suas tarefas, Taylor propõe, conforme aponta Chiavenato (2014), quatro
princípios que uma gerência deve seguir: planejamento, preparo, controle e execução.
Princípio de Planejamento
“Substituir, no trabalho, o critério individual do operário, a improvisação e a atuação
empírica-prática por métodos baseados em procedimentos cientí cos; substituir a
improvisação pela ciência por meio do planejamento do método de trabalho.
(CHIAVENATO, 2014, p. 67).”
Princípio de Preparo
“Seleção e aperfeiçoamento cientí co do trabalhador, que é estudado, instruído,
treinado e, pode-se dizer, experimentado, em vez de escolher ele os processos e
aperfeiçoar-se por acaso (TAYLOR, 1990, p. 81).”
023
Princípio do Controle
“Controlar o trabalho, para se certi car de que ele está sendo executado de acordo
com as normas estabelecidas, em base cientí ca (MOITINHO, 1969, p. 551.12).”
Princípio da Execução
“Distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja
disciplinada (CHIAVENATO, 2014, p. 68).”
Outros pensadores da
Administração Científica
Na Administração Cientí ca também houve outros importantes pensadores além de
Taylor. A seguir, no Quadro 4 estão listados os principais autores que contribuíram
para corrente desse pensamento administrativo.
024
Ano de nascimento –
Autor Ano de Falecimento
025
Figura 2 – Abordagem microscópica e mecanicista da Administração Cientí ca | Fonte:
CHIAVENATO (2014).
Caro(a) aluno(a), nesta terceira aula do seu material foi possível estudar e visualizar os
principais pontos da Administração Cientí ca e os principais apontamentos cunhados
por Frederick Wislow Taylor. É muito importante destacar que essa foi a primeira das
Teorias Administrativas ao longo da história, sendo a pioneira na visão da
Administração como uma ciência e provendo subsídio para as teorias subsequentes.
026
Para visualizar uma aplicação prática dos conceitos vistos nesta aula, é
possível observarmos um estudo de caso publicado no formato de
artigo cientí co. O estudo intitula-se: “O estudo de tempos e
movimentos na eliminação de desperdícios: uma aplicação prática na
área de limpeza industrial mecanizada”, publicado em 2017 pela revista
Exacta. Nesse trabalho, os autores tratam acerca de como o estudo de
tempos e movimentos poderia contribuir na maximização produtiva do
processo de limpeza industrial mecanizada. A pesquisa foi realizada em
uma indústria no município de São Luís, no estado do Maranhão. Os
resultados do trabalho apontaram para diversos ganhos na empresa e
também para redução de perdas.
027
Para nalizar esta aula e gabaritar o conteúdo desta disciplina, é
importante que você se lembre dos seguintes pontos:
028
04
Teoria da
Burocracia
029
Esta aula aborda a Teoria da Burocracia, e já se destaca que ela possui ênfase na
estrutura da organização, e que o termo “burocracia” possui diversos signi cados ao
longo da história e de acordo com o contexto. Porém, muitas de nições desse termo
estão ligadas à administração e mais especi camente à administração pública. Além
disso, esse termo, por várias vezes, é sinônimo de processo lento no âmbito da
organização pública. Para esta aula, o termo “burocracia” vem no sentido oposto,
composta por regras e procedimentos que tornam a organização mais e ciente.
O termo “burocracia” é antigo, mas o primeiro a tratá-lo como teoria foi Maximilian
Karl Emil Weber (1864-1920), conhecido também como Max Weber.
Max Weber nasceu no Reino da Prússia e morreu na Alemanha. Durante a sua carreira,
foi considerado um grande intelectual. Era economista, jurista e também está entre os
fundadores da sociologia.
Segundo Chiavenato (2014), Weber classi cava a sociedade em três tipos: Tradicional,
Carismática e Legal, Racional ou Burocrática. A Tradicional é aquela sociedade
caracterizada pela presença de patriarcas, como ocorre nas famílias. A sociedade
Carismática é composta por características místicas, arbitrárias e personalísticas
como, por exemplo, partidos políticos e grupos revolucionários, entre outros. Já a
sociedade Legal, Racional ou Burocrática se caracteriza pelas normas e regras para a
030
escolha de meios e ns, como acontece em grandes organizações. Portanto, para
Weber, a burocracia acontecia nas empresas onde havia a necessidade da presença de
regras para a execução das atividades.
Nessa linha de raciocínio, ter autoridade signi ca ter poder. Por outra vertente, o
inverso não necessariamente ocorre, pois a autoridade tem como característica a
legitimidade para governar (CHIAVENATO, 2014). Fazendo uso de outros termos,
signi ca que a autoridade é adquirida pela subserviência do arbítrio de um grupo de
indivíduos para um indivíduo exercer o processo de comando.
031
Tipo de sociedade Características Exemplos
Patriarcal e
Clã, tribo, família e sociedade
Tradicional patrimonialista
medieval
Conservantismo
Personalista; mística e
Grupos revolucionários, partidos
Carismática arbitrária
políticos, nações em revolução
Revolucionária
Tipos de Aparato
Características Legitimação
autoridade Administrativo
Não é racional
Poder herdado
Tradição, hábitos, usos e Forma patrimonial e
Tradicional ou delegado
costumes forma feudal
Baseada no
“senhor”
Inconstante e instável
Não é racional,
Escolhido pela
nem herdada e Características pessoais
lealdade e pela
Carismática nem delegável (heroísmo, magia e poder
devoção ao líder, e
Baseada no mental) carismáticas do líder
não por quali cações
“carisma”
técnicas
032
Características da
Burocracia
De acordo com Chiavenato (2014), para Max Weber, a burocracia possui as seguintes
características:
033
Hierarquia da autoridade: Os cargos são estabelecidos seguindo um princípio
de divisão hierárquica, em que cada cargo deve possuir um superior que lhe
confere controle e supervisão. Ressalta-se que todos os cargos devem possuir
controle ou supervisão. Nesse contexto, a organização burocrática é uma
estrutura social hierarquicamente organizada.
Rotinas e procedimentos padronizados: Para cada cargo, um conjunto de
regras e normas técnicas é designado, e se torna rotina e procedimentos
padronizados a serem desempenhados pelo ocupante do cargo. Nesse sentido, a
pessoa ocupante do cargo não realiza as atividades que deseja, mas sim as
atividades (rotinas) determinadas para aquele cargo. São determinados os
padrões para a realização das atividades, que estão alinhados com os objetivos
da organização. Tais padrões colaboram para medir e avaliar o desempenho de
cada trabalhador na execução das tarefas destinadas para o cargo.
Competência técnica e meritocracia: É necessário, no ambiente da organização
burocrática, que a escolha das pessoas para ocupar os cargos seja baseada em
competência técnica e mérito. Na burocracia, não pode haver decisões pautadas
em critérios de escolha livre e com interesses particulares que não estejam
alinhados com o objetivo da organização. Justi ca-se, portanto, em grande parte
das organizações, a aplicação de exames, concursos, testes e títulos para
preenchimento do cargo.
Especialização da administração: No processo administrativo de uma
organização burocrática, existe a divisão entre o dono do capital e aquele que
administra a organização. Faz-se necessário que o gestor da organização tenha
conhecimentos técnicos de ordem administrativa. Contudo, torna-se possível, em
alguns casos, que seja a mesma pessoa, desde que o dono do capital tenha
especialidade administrativa para exercer tal função. O trabalhador (especialista
em administração, não o dono do capital) que exerce a função administrativa não
pode vender, comprar ou herdar seu cargo, pois o papel do cargo estabelecido é
apenas de gestão.
Pro ssionalização dos participantes: A organização burocrática é caracterizada
pela pro ssionalização dos participantes. Nesse tipo de organização, cada
trabalhador é considerado um pro ssional pelas seguintes características:
especialista, assalariado, ocupante de cargo nomeado pelo superior hierárquico,
mandato por tempo indeterminado, possui plano de carreira, não é proprietário
dos meios de produção, administra a organização e delidade ao cargo e aos
objetivos da empresa. O administrador da organização possui uma tendência de
gerenciar continuamente as burocracias.
Completa previsibilidade do funcionamento: Para buscar o nível máximo de
e ciência que a organização possa atingir, torna-se importante que seja possível
prever o comportamento de seus participantes. Desse modo, os trabalhadores
devem ter um comportamento padronizado com as regras e normas da
organização, podendo antecipar os acontecimentos e tomar decisões
programadas para cada situação diferente.
034
No Brasil, as relações entre o setor privado para com o setor público são marcadas
pela presença do modelo burocrático, assim como acontece em todos os outros
países. Contudo, comumente em diversos setores de relacionamento com o governo
brasileiro é presenciado um nível exagerado da burocracia quando comparado com
outros países.
Tal fato faz com que as empresas tenham maior di culdade em executar
determinadas atividades, ou ainda levem mais tempo para entregar um produto ou
serviço para o seu cliente. Nos últimos anos, após grande avanço dos meios de
comunicação, principalmente a internet, gerou-se uma agilidade nos processos, o que
pode ser considerado como uma “desburocratização” dessa relação.
035
Recomendo a visita ao site eSocial do Governo Federal, trata-se de uma
plataforma digital cujo objetivo é a transmissão eletrônica de dados
entre as empresas e o Governo, facilitando o trâmite de documentações
entre as partes. Veja que nessa situação o conceito de burocracia
permanece, porém, foi possível, por meio da utilização de tecnologia da
informação, otimizar os processos entre o órgão público e o privado,
deixando-os mais e ciente.
036
Para nalizar esta aula e gabaritar o conteúdo desta disciplina, é
importante que você se lembre dos seguintes pontos:
037
05
Fordismo, Toyotismo
e Volvismo
038
Nesta aula, serão estudados três diferentes sistemas de produção: Fordismo,
Toyotismo e Volvismo, que são de grande importância nas contribuições geradas
para as Teorias Administrativas ao longo da história. Ressalta-se que cada sistema está
diretamente ligado às respectivas marcas automobilísticas Ford, Toyota e Volvo. A
seguir, será aprofundada cada uma dessas três importantes teorias.
Fordismo
O precursor dessa teoria foi Henry Ford (1863 – 1947), engenheiro mecânico e
fundador da Ford Motor Company. Foi responsável pela construção e comercialização
do veículo Ford Modelo T em 1908, modelo que transformou radicalmente o
transporte e a indústria dos Estados Unidos. O modelo apresentou diversas mudanças
na sua estrutura quando comparado aos outros veículos da época e, além disso,
apresentava preços acessíveis, facilitando a aquisição por parte da população.
Após alguns anos, em 1926, devido à queda de vendas do Modelo T, Henry Ford
lançou o Modelo A. Entretanto, o sucesso empresarial de Henry Ford não se deu
apenas pela comercialização dos seus veículos, mas também no modo como os
veículos passaram a ser fabricados. Em 1913, ainda durante a fabricação do Modelo T,
Ford introduziu o sistema de linha de montagem (esteiras) na produção de seus
veículos, o que permitiu um grande avanço na produtividade dos trabalhadores e da
indústria.
039
Henry Ford (1863 – 1947).
Ford Modelo T.
Tal sistema fez com que os operários da indústria de Ford trabalhassem no ritmo e na
velocidade da esteira da linha de montagem. Dessa maneira, todos os operários
trabalhavam de igual modo, e nenhum operário despendia de mais energia que o
040
outro na execução das tarefas. Outro ponto importante foi a especialização do
trabalho dos operários, pois cada trabalhador executava sempre a mesma tarefa
dentro do sistema.
Assim, exempli cando de modo simples, um operário que era responsável pela
instalação da porta do veículo durante a sua construção sempre iria executar essa
mesma atividade. Isso levou cada operário se especializar na função pela qual era
responsável, gerando também maior produtividade na execução da tarefa. Ainda, tal
modelo de produção tinha como característica a padronização dos produtos, ou seja,
não havia uma variedade de modelos de produtos para o mercado consumidor. Nesse
contexto, há uma frase muito emblemática de Henry Ford que diz: “O cliente pode ter
o carro da cor que quiser, contanto que seja preto”.
Destaca-se que pouco tempo depois esse sistema de produção, o qual cou conhecido
por “Fordismo” foi transplantando para vários outros setores industriais da época.
Para aquele momento da história, tal mudança foi revolucionária, pois transformou
bruscamente os processos de produção da indústria. O modelo produtivo tinha como
objetivo uma produção em massa, buscando atingir também um consumo em massa
e, para isso, também necessitava de grandes estoques.
Você deve ter percebido uma forte semelhança entre as ações executadas por Henry
Ford no comando de sua indústria e diversos pontos propostos na Escola da
Administração Cientí ca. De acordo com Chiavenato (2004), Henry Ford é incluído
entre os pensadores da Administração Cientí ca devido à aplicação dos princípios em
seus negócios.
Toyotismo
Em outra vertente, com um direcionamento diferente do fordismo, surge o modelo
produtivo que cou conhecido como “Toyotismo” ou também como Sistema Toyota de
Produção. Esse modelo, considerado pós-fordismo, apareceu no Japão após a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) e difundiu-se pelo mundo após 1970. O modelo foi criado
pelo engenheiro mecânico Taiichi Ohno (1912-1990) junto com Eiji Toyoda (1913-2013)
e aplicado na fábrica da Toyota.
041
O Toyotismo nasceu em um momento em que o Japão se reconstruía após a Segunda
Guerra Mundial. Diferentemente do Fordismo, que tinha como foco a produção em
massa para o consumo em massa e contava com grandes estoques, o Toyotismo tinha
como premissa a produção enxuta, ou seja, produzindo somente o necessário. Tal
situação deu-se devido às condições de reconstrução pós-guerra que o país estava
vivendo naquele momento.
De acordo com Chiavenato (2014), nesse sistema, Taiichi Ohno realizou mudanças a
m de introduzir técnicas que alteravam de modo rápido as máquinas e possibilitavam
a exibilização dos processos, mas utilizando algumas regras. Para o criador desse
modelo, tudo aquilo que não geraria valor para o produto nal era entendido como
desperdício e deveria ser eliminado. Ohno classi cou sete tipos de desperdícios
(CHIAVENATO, 2014):
A partir disso, segundo Chiavenato (2014), foi criado o modelo de produção Toyota,
composto por:
042
Just in Time (JIT): produção da demanda após efetivação da venda, mantendo
um uxo de produção contínuo;
Trabalho em equipe: objetivo de racionalizar o uso de mão de obra. Para isso,
tem-se um líder que coordena a equipe e faça a substituição daqueles que estão
ociosos. O foco é eliminar o tempo ocioso (morto) entre os operários visando
reduzir o número de trabalhadores sem diminuir a produção;
Administração por estresse: em função do trabalho em equipe, existe uma
pressão sofrida pelo trabalhador para que desempenhe seu serviço com
qualidade, havendo a possibilidade de ser rejeitado pela equipe;
Flexibilização da mão de obra: possibilidade de o trabalhador saber realizar
múltiplas funções, com o objetivo de ocupar qualquer função quando necessário.
Isso permite que a empresa tenha uma quantidade menor de trabalhadores. É
importante destacar que é preciso uma mão de obra mais quali cada para que
seja possível a aplicação dessa exibilização;
Gestão participativa: consideram-se os trabalhadores como parceiros da
organização, pois começam a ser responsáveis pela produção e paralelamente
realizam o controle de qualidade;
Controle de qualidade: o controle de qualidade é feito de modo
descentralizado, passando a responsabilidade para os trabalhadores;
Subcontratação ou terceirização: tudo aquilo que não se remete às atividades
essenciais da empresa deve ser repassado para outras organizações que
realizam os mesmos procedimentos de forma melhor e mais barata.
O Sistema Toyota de Produção ainda contava com algumas ferramentas para auxiliar
na execução das tarefas e cumprir o objetivo de produção enxuta. Dentre elas,
estavam o método Kanban, Kaizen e o Poka Yoke.
043
Volvismo
O modelo produtivo Volvismo, conhecido também como Sistema Re exivo de
Produção, também é um modelo pós-fordista e foi introduzido pelas fábricas da Volvo
na Suécia em torno dos anos de 1980. Esse modelo, diferentemente dos anteriores
abordados, não utilizava o sistema de linha de montagem para a fabricação de seus
veículos. Conforme aponta Chiavenato (2014), foi em Kalmar, na Suécia, o primeiro
experimento de substituição da clássica linha de montagem por células de produção
para fabricação dos veículos.
Contudo, esse sistema entrou em declínio devido a uma crise pela qual a Volvo
passou. Somado aos recordes de produtividades que paralelamente o modelo do
Toyotismo estava apresentando, uma fusão entre a Volvo e a Renault também
favoreceu o processo de declínio do Volvismo.
044
Recomendo assistir ao trecho do documentário “Os Gigantes da
Indústria” para você entender melhor a história de Henry Ford e sua
contribuição para as Teorias Administrativas:
045
Como complemento, indico outro vídeo, sobre o processo de fabricação
atual de veículos, ainda fazendo uso da estrutura de linha de
montagem, mas com tecnologia avançada:
046
06
Teoria
Clássica
047
Nesta sexta aula, será abordada a Teoria Clássica da Administração. O fundador dessa
teoria foi Jules Henri Fayol (1841-1925), engenheiro de minas, nascido em
Constantinopla (atualmente Istambul, Turquia) e falecido na França, onde viveu a
maior parte da vida.
Sua contribuição na fase inicial do pensamento administrativo foi extensa. Dentre suas
colaborações com maior destaque, estão: Funções básicas da Empresa, Processos
Administrativos (em alguns livros encontra-se também como “Funções do
Administrador”) e os 14 Princípios Gerais da Administração.
Suas teorias caram conhecidas por Fayolismo. Assim como Taylor, Fayol tinha como
objetivo a melhoria da e ciência das organizações de sua época. Por outro lado, ao
contrário de Taylor, seus estudos tinham ênfase na estrutura organizacional e não
ênfase nas tarefas realizadas pelos operários. Portanto, Fayol analisava a empresa em
um sentido vertical de “cima para baixo”, ou seja, pensando a estrutura da organização
do nível estratégico para o nível operacional.
048
Funções Básicas da
Empresa
De acordo com Chiavenato (2014), para Fayol toda empresa possui seis funções
básicas:
Quadro 6 – Funções Básicas de uma empresa para Fayol | Fonte: Elaborado pelo autor
com base em Chiavenato (2014).
049
Processo Administrativo
A partir da última função apontada (função administrativa), foi constituído o Processo
Administrativo, composto pelas atividades do administrador que, segundo Fayol, são:
I) Prever;
II) Organizar;
III) Comandar;
IV) Coordenar e
Função De nição
050
Com o intuito de melhor visualização de tal abordagem, a ilustração da Figura 3, a
seguir, mostra a relação entre as seis Funções Básicas da Empresa junto aos Processos
Administrativos, proposto por Fayol.
Os 14 Princípios Gerais da
Administração de Fayol
Dentre os 14 Princípios Gerais da Administração apontados por Fayol, estão: Divisão
do trabalho, Autoridade e responsabilidade, Disciplina, Unidade de comando, Unidade
de direção, Subordinação dos interesses individuais aos gerais, Remuneração do
pessoal, Centralização, Cadeia escalar, Ordem, Equidade, Estabilidade do pessoal,
Iniciativa e Espírito de equipe.
051
Autoridade e responsabilidade: Autoridade é o direito dos superiores de
ordenar e esperar obediência. Responsabilidade é cumprir com as ordens
recebidas.
Disciplina: corresponde à obediência, aplicação, energia, comportamento e
respeito dos acordos feitos entre a empresa e seus trabalhadores.
Unidade de comando: cada trabalhador deve possuir apenas um superior, que
vai lhe determinar suas tarefas.
Unidade de direção: para um conjunto de operações que possuem o mesmo
objetivo, deverá haver apenas um chefe e apenas um programa de execução.
Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses gerais da
organização devem estar em um patamar superior aos interesses particulares de
cada indivíduo.
Remuneração do pessoal: de modo justo, deve haver satisfação pela
remuneração tanto do trabalhador quanto da organização.
Centralização: as decisões realizadas dentro da organização devem ser feitas de
forma centralizada por meio de autoridades.
Cadeia escalar: refere-se à linha de autoridade ou hierarquia da organização,
perpassando desde o alto escalão até o nível mais baixo, respeitando o princípio
de comando.
Ordem: diz respeito à organização da empresa quanto às questões materiais e
humanas, sendo que deve haver um lugar para cada coisa/pessoa e cada
coisa/pessoa deve estar em seu lugar.
Equidade: a igualdade e a justiça devem estar presentes dentro da organização.
Estabilidade do pessoal: diminuir a rotatividade de trabalhadores na
organização, pois quanto mais tempo o trabalhador permanecer no mesmo
cargo, melhor será para a organização.
Iniciativa: é a capacidade de visualizar e iniciar uma atividade e executá-la até o
nal.
Espírito de equipe: a união e a harmonia entre os trabalhadores é um ponto
positivo para a organização.
052
Figura 4 – Cadeia de comando e cadeia escalar de Fayol | Fonte: Chiavenato, 2014.
Estimados(as), nesta aula, foi abordada a Teoria Clássica da Administração sob o viés
das linhas de estudo feitas pelo seu fundador, Henri Fayol. Foi visualizado sobre três
teorias: Funções Básicas da Empresa, Processo Administrativo e 14 Princípios Gerais
da Administração. Apesar das grandes contribuições feitas por Fayol, como apontado
anteriormente, essas não são unicamente su cientes para as organizações do mundo
atual.
Pode-se concluir que essas teorias possuem grande importância para a evolução do
pensamento administrativo, mas no decorrer da história foram necessárias outras
evoluções em função das mudanças das próprias organizações e da identi cação de
outros fatores que também afetam a gestão das empresas.
053
Recomendo o estudo de caso publicado no formato de artigo cientí co
intitulado: “Uma análise da teoria clássica da administração e sua
aplicabilidade em uma cooperativa: Um estudo na COTRISEL”, publicado
em 2017 na Revista Sociais & Humanas da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM).
Dentre as teorias descritas por Henri Fayol em sua época, muitas delas
foram os primeiros “pilares” da atual administração. Um exemplo
prático disso é o fato de como as grandes organizações são divididas
nos dias de hoje. Ao visualizar os diferentes departamentos dentro das
empresas (comercial, nanceiro, contábil, recursos humanos, marketing
e jurídico, entre outros), têm-se como precursoras dessa divisão as
teorias propostas por Fayol no ambiente das organizações. Obviamente,
tais divisões não correspondem exatamente à mesma divisão que as
funções da empresa atual, porém, podem ser consideradas o ponto de
partida na história da administração para esse processo de divisão.
054
Para nalizar esta aula e gabaritar o conteúdo desta disciplina, é
importante que você se lembre dos seguintes pontos:
055
07
Teoria das
Relações Humanas – 1
056
Na sétima aula, será abordada a Teoria das Relações Humanas, conhecida também no
campo da Administração como Escola das Relações Humanas. Essa teoria surgiu após
diversas críticas aos modelos da Administração Cientí ca e da Teoria Clássica.
Considerando que a primeira teoria possuía ênfase nas tarefas e a segunda ênfase na
estrutura, observa-se que o trabalhador neste contexto era visto como uma parte
mecânica do processo de produção. Portanto, a Teoria das Relações Humanas
apresenta um contraponto para tais teorias, tendo os estudos com ênfase nas
pessoas.
A Teoria das Relações Humanas foi formada por diversos cientistas sociais, sendo
George Elton Mayo (1880-1949) considerado seu pioneiro. Mayo nasceu na Austrália,
viveu grande parte da vida nos Estados Unidos e faleceu na Inglaterra. Foi cientista
social e professor de sociologia. Além disso, também atuava como pesquisador nas
organizações. Trabalhou em renomadas instituições de ensino, como a Universidade
de Harvard, Universidade de Queensland e Universidade da Pensilvânia. Foi
responsável pela supervisão do Experimento de Hawthorne, realizado em 1927, na
cidade de Chicago, nos Estados Unidos. Tal trabalho pode ser considerado o estopim
dos estudos da Teoria das Relações Humanas. Posteriormente, os avanços dessa
teoria trouxeram termos para a Administração tais como Motivação, Liderança,
Comunicação, Organização Informal e Dinâmica de Grupo, entre outros.
057
Experiência de Hawthorne
Esse experimento foi realizado em uma fábrica da Western Electric Company, situada no
bairro de Hawthorne, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, em 1927. O
experimento tinha como objetivo nal comparar diferentes intensidades de
iluminação em relação à produtividade dos trabalhadores. O estudo foi
supervisionado por Elton Mayo e expandido também para análise de outros pontos
importantes tais como rotatividade de trabalhadores, acidentes no trabalho e estudo
da fadiga.
058
Fábrica de Hawthorne | Fonte: Disponível aqui
Ocorria que os operários, sabendo que estavam sendo analisados e, a partir disso,
utilizando de suposições pessoais, julgavam que era necessário produzir mais quando
a intensidade de luz era mais forte, e o contrário também se fazia verdadeiro. Nesse
contexto, percebeu-se que o fator psicológico era preponderante sobre o siológico.
No primeiro momento, os pesquisadores consideravam o fator psicológico mostrado
nos resultados como negativo para a pesquisa e, portanto, buscaram eliminar essa
variável do estudo (CHIAVENATO, 2014).
Ainda segundo Chiavenato (2014), esta fase foi dividida em doze períodos:
059
1º período: foi mantido o nível de produção normal da fábrica de 2.400 unidades por
semana, durante duas semanas. Este período foi utilizado para ser comparado com os
períodos subsequentes.
3º período: nesta etapa, que durou oito semanas, alterou-se o método de pagamento
dos grupos. Para o grupo controle, que contava com cerca de cem mulheres, o método
de remuneração foi feito em grupo. Neste procedimento, mesmo se algumas
operárias produzissem acima da média, tal fato não aumentaria o salário delas
proporcionalmente à produção, mas aumentaria em relação à produção total do
grupo. Já para o grupo de observação, foi realizado um processo de remuneração em
função do esforço individual, ou seja, para aquelas operárias que produzissem mais, a
remuneração seria equivalente à sua produção. Neste período, foi observado um
aumento da produção.
7º período: optou-se por realizar dois intervalos de dez minutos, como era feito
anteriormente, quando as operárias recebiam um lanche leve. A produção voltou a
crescer.
060
9º período: a jornada de tarefas para o grupo de observação foi alterada para
trabalhar até as 16h. Não houve aumento na produção.
10º período: a jornada de tarefas para o grupo de observação voltou a ser realizada
até as 17h, igualmente ao sétimo período. Houve novamente aumento da produção.
12º período: no último período, que durou doze semanas, os padrões de trabalho
foram iguais ao terceiro período, mas todos os benefícios colocados anteriormente
foram retirados. Com grande surpresa, os níveis de produção alcançaram recordes, e
cada operária produziu três mil unidades de peças por semana.
II) o ambiente de trabalho era mais leve (menor pressão) e havia a permissão de
diálogo, aumentando o contentamento pelo trabalho;
III) não existia medo do supervisor, tendo em vista que ele atuava como um
orientador;
061
Terceira Fase de Hawthorne
Observando-se as diferenças dos resultados apresentados entre o grupo de
observação e o grupo controle, os pesquisadores mudaram a rota em relação ao
objetivo do estudo, que era averiguar as condições físicas de trabalho. A partir desse
momento, aproximaram-se para um estudo das relações humanas no ambiente da
organização. Nesse contexto, visualizaram que no grupo controle havia uma
insatisfação por parte das operárias por conta da supervisão do trabalho, e que a
organização onde o estudo foi realizado tinha pouca informação sobre o
posicionamento das trabalhadoras em relação à supervisão, aos equipamentos de
trabalho e também à empresa em si (CHIAVENATO, 2014).
Nesse momento, é identi cada a presença da Organização Informal, assunto que será
tratado com mais profundidade na próxima aula. De forma breve, neste tipo de
organização os trabalhadores passam a agrupar-se entre eles e surgem níveis de
produção de um trabalhador padrão, líder não formal que busca manter o grupo
unido e práticas informais que punem socialmente aqueles trabalhadores que
produzem acima do padrão estipulado, entre outros pontos que afetam o sistema da
organização formal (HOMANS, 1971 apud CHIAVENATO, 2014).
Para tanto, identi cada a presença da Organização Informal, que gera diferentes tipos
de problemas para a empresa, os pesquisadores levaram o estudo para uma quarta
fase.
062
Quarta Fase de Hawthorne
A quarta fase do Experimento de Hawthorne possuía um grupo de observação
(experimental) que cava em uma sala separada, mas com iguais condições de
trabalho ao restante dos operários. Dentro desta sala, havia um observador e fora da
sala existia um pesquisador que entrevistava o grupo. Tal mecanismo ocorria desta
forma com o objetivo de averiguar a presença da Organização Informal entre os
trabalhadores (CHIAVENATO, 2014).
O método de pagamento era feito com base na produção total realizada pelo grupo,
fazendo com que os salários dos trabalhadores só aumentassem se a produção total
também aumentasse. Havendo a presença do observador no ambiente interno da
sala, ele passou a perceber alguns pontos:
I) após realizado um certo nível de produção considerado normal pelo grupo, ocorria
uma queda na velocidade de produção;
III) o grupo de trabalhadores criou ferramentas para punir o trabalhador que não
agisse de acordo com os interesses e com os combinados durante o processo de
produção (CHIAVENATO, 2014).
063
O nível de produção é resultante da integração social: o volume de produção
do trabalhador não é gerado pela sua capacidade física, mas sim pelo nível de
integração social que o trabalhador possui.
Comportamento social dos empregados: a ação dos trabalhadores não é
realizada de maneira individual e sim em grupos. Caso haja uma variação do
indivíduo em relação às decisões do grupo, o mesmo é punido pelo grupo.
Recompensas e sanções sociais: os trabalhadores agem seguindo normas e
padrões sociais. Aqueles trabalhadores que não seguirem os padrões
estabelecidos são punidos socialmente pelos colegas de grupo. Portanto, de
acordo com o comportamento do trabalhador dentro da organização perante os
padrões estabelecidos pelo grupo, o trabalhador poderá ter ou não boas relações
de amizades com os colegas.
Grupos informais: a organização possui grupos sociais informais que nem
sempre seguem a mesma estrutura formal da organização. Tais grupos de nem
suas próprias normas de funcionamento e de relacionamento.
Relações humanas: nos grupos sociais, são realizadas diversas interações entre
os indivíduos. Essas interações contendo as ações e atitudes dos indivíduos são
denominadas relações humanas.
Importância do conteúdo do cargo: o alto nível de especialização do cargo não
é o modo mais produtivo de divisão do trabalho, pois a execução da mesma
atividade em excesso pode gerar a insatisfação do trabalhador e diminuir sua
produtividade. O uso da troca de cargos pode ser bené co para o trabalhador, já
que evita a repetição da mesma tarefa inúmeras vezes, gerando maior satisfação
durante o desempenho de função.
Ênfase nos aspectos emocionais: pontos de origem emocional que não são
planejados no contexto do comportamento humano devem ser tratados pela
Teoria das Relações Humanas.
064
A presença da Organização Informal dentro do ambiente da
organização foi apresentada na Teoria das Relações Humanas. Nos dias
atuais, devido ao avanço das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC), surgiram as redes sociais digitais, a exemplo do Facebook,
Instagram, WhatsApp, Twitter, entre outras. O surgimento dessas redes
pode levar a um aumento das redes informais dentro da organização.
Tal ponto torna-se importante para que o gestor que atento às
in uências que isso pode acarretar para a organização.
065
08
Teoria das
Relações Humanas – 2
066
Em decorrência dos fatos apresentados na aula anterior, houve uma série de avanços
ao longo dos anos no estudo dessa teoria. No campo da Administração, passou-se a
utilizar novos termos tais como Liderança, Comunicação, Organização Informal e
Dinâmica de Grupo, entre outros (CHIAVENATO, 2014). Nesta aula, portanto, será
dada continuidade à Teoria das Relações Humanas, porém, tratando sobre esses
novos termos, que são frequentemente discutidos nas organizações do mundo atual.
Caro(a) aluno(a), antes da discussão desses termos, é importante que você tenha
conhecimento de alguns pontos de grande relevância no âmbito da Teoria das
Relações Humanas. Dentre eles, é pertinente tratar brevemente sobre:
067
motivar. A partir da observação dos resultados das diferentes fases da Experiência de
Hawthorne, foi possível visualizar que o fator nanceiro não é o único pelo qual o
homem se motiva.
Ciclo Motivacional
O comportamento do ser humano ocorre em função de suas motivações. Nesse
contexto, o ciclo motivacional se inicia com o ser humano estando em um equilíbrio
psicológico até que este seja alterado por conta de um estímulo, o qual em um
segundo momento transforma-se em uma necessidade. Tal necessidade torna-se um
068
tipo de tensão que o leva a um comportamento no objetivo de alcançar a necessidade.
Após esta etapa, ocorre a satisfação do indivíduo, que volta ao seu estado de equilíbrio
psicológico inicial e espera pela ocorrência de um novo estímulo.
Frustração e Compensação
No ciclo motivacional, quando não ocorre a satisfação do indivíduo devido à existência
de algum tipo de barreira, há uma frustração em relação ao preenchimento de sua
necessidade. Assim, o indivíduo não consegue liberar a tensão contida nele e para isso
busca uma forma de compensação dessa necessidade não alcançada. Dessa forma,
inicia o processo de tentar satisfazer uma diferente necessidade, que pode ser
considerada como substitutiva ou complementar. Quando o indivíduo não satisfaz as
suas necessidades, a motivação para o seu comportamento é alterada por conta disso.
069
Figura 5 – Etapas do ciclo motivacional resultando em satisfação da necessidade.
070
Figura 6 – Etapas do ciclo motivacional resultando em frustração ou compensação.
071
Liderança
O termo “Liderança”, assim como vários outros, surgiu da Teoria das Relações
Humanas. A liderança possui grande importância nas organizações, tendo em vista seu
papel diante das relações entre as pessoas e como conduzi-las em diferentes
situações. Esse termo vem sendo amplamente explorado nos últimos anos e possui
diversas abordagens (teorias). Dentre elas, conforme aponta Chiavenato (2014), estão
teorias sobre traço de personalidade, teorias sobre estilos de liderança e teorias
situacionais da liderança.
072
Liderança Liberal: aquela em que o líder libera ao grupo as tomadas de
decisões e possui uma participação pequena;
Liderança Democrática: aquela em que há uma participação democrática do
grupo que está sendo liderado e o líder funciona como condutor e orientador do
grupo.
Comunicação
Segundo Chiavenato (2014), “Comunicação é a troca de informações entre pessoas.
Signi ca tornar comum uma mensagem ou informação. É um dos processos
fundamentais da experiência humana e da organização social”. Ainda segundo o autor,
existem algumas fases e elementos para a realização do processo de comunicação
como, por exemplo: emissor (quem emite a mensagem), sinais (ondas sonoras, letras
impressas, símbolos), canal (ar, os, papel) e receptor (quem recebe a mensagem e a
decodi ca).
Na Teoria das Relações Humanas, a Comunicação ganhou maior importância por ser
um ponto relevante para o desenvolvimento da organização, pois é necessário que a
comunicação tenha um uxo contínuo entre o gestor e os subordinados e vice-versa.
Quando isso ocorre, a organização tende a possuir constância na execução das
atividades, pois cada trabalhador tem claramente delimitado as suas funções.
073
“Círculo”, “Cadeia”, “Y” e “Roda” (LEAVITT apud REIS, 1975). De acordo com Chiavenato
(2014), segundo os estudos de Leavitt, cada tipo de Rede de Comunicação possui
melhor desempenho dependendo da atividade que será realizada.
Organização Informal
A Organização Informal, citada algumas vezes na aula 07, e que acontece no ambiente
da Organização Formal, trata do relacionamento informal entre as pessoas que
trabalham na organização. Na Organização Informal, emergem as relações de caráter
espontâneo das pessoas que a compõem e sem necessariamente um objetivo comum
contido nessas relações. Segundo Chiavenato (2014), a Organização Informal
apresenta as seguintes origens:
Dinâmica de Grupo
Este conceito refere-se às dinâmicas (relações) dos indivíduos dentro do grupo,
denominadas relações intrínsecas, bem como às dinâmicas entre os grupos,
denominadas relações extrínsecas. O indivíduo, como ser social, necessita relacionar-
074
se com outras pessoas em seu ambiente. Essa interação gira em torno de objetivos
comuns traçados pelo grupo, tendo uma estrutura dinâmica nas comunicações e
coesão interna (CHIAVENATO, 2014).
Tais relações estabelecidas partindo indivíduo para com o grupo em que ele participa
in uenciam consideravelmente seu comportamento, atitude, crenças e valores. Para o
gestor, é de grande importância conhecer a dinâmica de grupo para que ele tenha
tomada de decisões assertivas.
Além dessa exempli cação, houve outras críticas, seguindo no sentido de proposições
errôneas apontadas pela teoria que, de certa forma, eram limitadas porque não
abrangiam diferentes instituições ou diferentes conglomerados dentro da própria
organização. Por m, tem-se que a Escola da Teoria das Relações Humanas teve
importante contribuição entre as Teorias Administrativas no decorrer da história, mas
assim como as teorias antecedentes, apresentou limitações em seus resultados sobre
o estudo da organização.
075
Você provavelmente já ouviu falar em coach. E em coaching? Você sabe
a importância de coaching nas organizações? Para entender esses
signi cados, leia o artigo “O que signi ca coach?
Obviamente, além dos líderes citados nesse artigo, houve vários outros
que impactaram em nível mundial. A leitura desse artigo tem como
objetivo apenas ilustrar a carreira de alguns deles.
076
Para nalizar esta aula e gabaritar o conteúdo desta disciplina, é
importante que você se lembre dos seguintes pontos:
077
09
Teoria
Estruturalista
078
Nesta aula, será abordada a Teoria Estruturalista e os diversos pontos acerca desta
teoria, dentre eles Origens da Teoria Estruturalista, Todo Organizacional, Conceito de
Homem Organizacional, Abordagem Múltipla, Objetivos Organizacionais, Ambiente
Organizacional, Estratégia Organizacional, Con itos Organizacionais e Críticas sobre a
Teoria Estruturalista.
A Teoria Estruturalista teve origem a partir de pontos con ituosos entre a Teoria
Clássica (ênfase na estrutura) e a Teoria das Relações Humanas (ênfase nas pessoas),
em uma conjuntura que a Teoria da Burocracia (ênfase na estrutura), também não
tinha base teórica su ciente para resolver. Pode-se considerar que a Teoria
Estruturalista é uma sequência da Teoria da Burocracia. Destaca-se que esta teoria
possui ênfase na estrutura organizacional, nas pessoas e no ambiente (CHIAVENATO,
2014).
079
Figura 7 - O todo organizacional é maior que a soma das partes| Fonte: Adaptado de
Chiavenato (2014).
080
Conforme aponta Etzioni (1967), destaca-se que a partir dessa teoria no decorrer da
história, no estudo da Administração não são consideradas apenas as fábricas, mas
também diferentes tipos de organização, como organizações pequenas, médias e
grandes no contexto público e privado e de diferentes tipos. Ainda segundo o autor, o
nível de complexibilidade da organização aumenta de acordo com o seu próprio
crescimento.
Níveis Hierárquicos da
Organização
Desde os primórdios da humanidade, sempre houve nos processos de tomada de
decisão uma relação de hierarquia, estando nos pontos mais altos aqueles que
governavam ou dirigiam os demais. Grande parte das organizações nos dias atuais,
sejam elas públicas, privadas ou do terceiro setor, tende a utilizar uma estrutura igual
ou similar a hierarquia apresentada na Figura 8.
081
Figura 8 - Níveis Hierárquicos presentes nas Organizações.
Estudar esta pirâmide torna-se importante para que seja possível entender as relações
de tomada de decisão no ambiente de uma organização. Observe que o topo da
pirâmide, onde está o nível estratégico, é a menor parte da organização, e na base da
pirâmide está a maior parte, onde se encontra o nível operacional. O tamanho de cada
parte está ligado diretamente com a quantidade de pessoas que ocupam esses níveis.
Obviamente, dependendo do tamanho da organização, as dimensões podem ser
alteradas, mas sempre tendem a seguir esta proporção. Cada um dos níveis possui
habilidades e funções diferentes. Para isso, é preciso entender mais detalhadamente
as características de cada um desses níveis:
082
devem possuir habilidades humanas, ou seja, habilidades de relacionamento
com as pessoas para poder se relacionar com o nível operacional da organização;
Nível Operacional ou Técnico: é o nível mais baixo da pirâmide, composto por
aqueles que executam a atividade- m da organização. Para este nível, são
necessárias habilidades técnicas de execução das tarefas.
Objetivos Organizacionais
De acordo com Chiavenato (2014), as organizações buscam objetivos especí cos,
sendo estes os norteadores do rumo das organizações. Ainda segundo o autor, grande
parte das organizações detém um órgão formal para formular esses objetivos,
podendo ser acionistas, membros da assembleia ou pessoas que comandam a
organização. Conforme aponta Perrow (1972), existem cinco categorias de objetivos
organizacionais:
083
A Teoria Estruturalista trata do termo “Estratégia Organizacional”, que tem como
conceito o modo que a organização se relaciona com seu ambiente a m de atingir
seus objetivos. Nesse sentido, cada organização traça suas próprias estratégias.
Segundo Chiavenato (2014, p. 301), a estratégia organizacional é “a maneira deliberada
de fazer manobras no sentido de administrar suas trocas e relações com os diversos
interesses afetados por suas ações”. Na abordagem estruturalista, existem estratégias
de competição, ajuste ou negociação, cooptação e de coalizão.
Nessa linha teórica, os autores discordam que exista uma relação harmônica entre
supervisor e subordinado. Ainda, segundo autores dessa linha teórica, mesmo não
sendo desejável, a presença de con itos torna-se fator para gerar mudanças e
inovação na organização (CHIAVENATO, 2014). Nesse contexto, pode haver con itos
entre autoridade do especialista (conhecimento) e autoridade administrativa
(hierarquia), e segundo Etzioni (1967), podem existir três tipos de organização,
considerando a forma de como organizam o conhecimento:
084
Este trabalho trata de uma proposta de nova estrutura organizacional
em um hospital, baseando-se em estruturas funcionais, geográ cas ou
de produto sob a forma de gerência.
085
10
Tecnologia e
Administração
086
Nesta aula, vamos discorrer sobre Tecnologia e Administração. Serão abordados
diversos tópicos sobre o assunto, sendo eles: Conceito sobre sistema e os principais
elementos que o compõem, Elementos importantes em tomadas de decisão, Teoria da
Informação, Conceito de Informática, Consequência da Informática na Administração,
Conceito de Homem Digital e as Críticas sobre Tecnologia e Administração.
Em linhas gerais, o termo “tecnologia” possui como signi cado “estudo de técnicas”.
Tais técnicas podem ser empregadas em diferentes áreas da ciência. A tecnologia,
principalmente desde a Primeira Revolução Industrial, a qual ocorreu entre os anos de
1760 e 1860, modi cou consideravelmente a sociedade e as organizações. A partir
deste período, houve um desdobramento de evoluções tecnológicas que modi caram
constantemente os modos de produção de bens e serviços na sociedade, bem como
interações entre as pessoas.
Entrada (Input): refere-se aos elementos que são necessários para o sistema
poder operar. Em outras palavras, é tudo aquilo que o sistema recebe ou importa
do que está no seu exterior;
Processamento (Caixa Negra): refere-se à etapa em que não é possível ser
visualizada, sendo o local que está o processamento dos elementos que
entraram no sistema. Também é responsável por aquilo que é expelido do
sistema, ou seja, a saída;
087
Saída (Output): refere-se aos elementos que saem do sistema. Em outros
termos, é tudo aquilo que é resultado do processamento do sistema;
Retroação (Feedback): refere-se ao processo em que uma parte dos elementos
de saída volta para a entrada com o objetivo de modi cá-la de algum modo,
geralmente no sentido de otimizar ou melhorar a e ciência do sistema;
Homeostasia: refere-se ao equilíbrio que é dado pela autorregulação do
sistema. Em outras palavras, trata-se do quão capaz o sistema é para manter as
variáveis dentro de parâmetros aceitáveis que não extrapolem os limites da
normalidade.
088
Dado: remete aos valores, que podem ser numéricos ou não, de uma
determinada pessoa, evento ou ocorrência. Exemplo: nome, idade, sexo, preço,
volume, tamanho, etc.
Informação: é um conglomerado de dados de maneira organizada. Exemplo:
“30% dos pacientes do hospital eram do sexo masculino”.
Comunicação: é o processo de envio da informação de um “ponto” para outro
“ponto”. Dito de outra forma, “Comunicar signi ca tornar comum a uma ou mais
pessoas uma determinada informação” (CHIAVENATO, 2014, p. 413).
Teoria da Informação
Ainda na linha explicativa acerca da informação, tem-se a Teoria da Informação, que,
por sua vez, surgiu em 1949 na área de telegra a e telefonia. No âmbito dessa teoria, é
descrito o sistema de comunicação, que, conforme Chiavenato (2014), é composto
por seis componentes:
089
Portanto, Sistema de Informação é um processo no qual se encontra a realização de
trocas de mensagens (informações) via algum tipo de sistema (telefone,
computadores, tablets, etc.). Os Sistemas de Informação possuem grande importância
no contexto administrativo porque auxiliam o gestor da organização nos processos de
tomada de decisão.
Consequências da
Informática na
Administração
Foram diversas as consequências da Informática na Administração desde o seu
surgimento. Dentre as principais consequências, segundo Chiavenato (2014), estão:
090
Nesta teoria, surge o conceito de “homo digitalis”, que faz menção ao homem digital
que, por sua vez, é aquele inserido nas transações realizadas nos meios
predominantemente eletrônicos, como o computador e a internet.
091
11
Teoria de
Sistemas
092
Nesta décima primeira aula, será estudada a Teoria de Sistemas. Dentre os diferentes
pontos que serão abordados, estão: Conceito de Sistemas, Sistema Aberto,
Características das Organizações como Sistema Aberto e, por m, as Críticas em
relação à Teoria de Sistemas.
Nesse sentido, a Teoria Geral de Sistemas aponta que os sistemas devem ser
analisados e estudados de forma global, unindo as interdependências existentes entre
suas partes. O autor precursor dessa teoria, Bertalan y, aponta que é errônea a
divisão do mundo em Física, Química, Biologia, Psicologia, Sociologia, entre outras.
Essas são divisões fortemente de nidas, sendo que na natureza, não existe a divisão
dessas partes. A água não é igual ao hidrogênio e ao oxigênio que a formam
(CHIAVENATO, 2014).
093
Conceito de Sistemas
São vários os conceitos de sistema. O Quadro 8 traz os diferentes conceitos existentes
sobre sistema:
Cada sistema possui suas próprias características. A água, por exemplo, tem
características diferentes do hidrogênio e do oxigênio que a constitui. Os sistemas
possuem duas características básicas: I) propósito ou objetivo e II) globalismo ou
totalidade. A primeira refere-se ao conceito de que todo sistema possui um objetivo
formado pelos relacionamentos entre os elementos. Já a segunda diz que todo
sistema possui uma natureza orgânica, sendo que a presença de mudanças em um
sistema deverá gerar por consequência mudanças em outros sistemas (CHIAVENATO,
2014).
094
Com relação à sua formação:
Sistemas físicos ou concretos: aqueles que são formados por objetos físicos ou
reais;
Sistemas abstratos ou conceituais: aqueles que são formados por conceitos,
loso as e ideias, entre outros
Em relação aos elementos que compõem um sistema, são aqueles mesmos elementos
já apresentados na aula 10 acerca de Tecnologia e Administração, que são: Entrada
(Input), Processamento (Caixa Negra), Saída (Output) e Retroação (Feedback) junto ao
Ambiente no qual se encontra.
Sistema Aberto
Os sistemas abertos, como conceituado anteriormente, trata daqueles que fazem
trocas com outros sistemas em seu ambiente. Já os sistemas fechados são exatamente
o inverso, que não realiza nenhum processo de troca com o ambiente. São exemplos
de sistemas abertos: célula, planta, homem, organização e sociedade, e exemplos de
sistemas fechados: sistemas físicos, relógio e máquinas. É importante destacar que
existem diferenças fundamentais entre os sistemas abertos e os sistemas fechados.
Segundo Chiavenato (2014), são elas:
095
3. O sistema fechado não compete com outros sistemas, enquanto o sistema
aberto está em constante competição.
Características das
Organizações como
Sistema Aberto
As organizações, tais como um sistema aberto, possuem diferentes características.
Conforme aponta Chiavenato (2014), as características das organizações como sistema
aberto são:
096
Fronteiras ou limites: as organizações como sistemas possuem fronteiras que
delimitam o que está dentro e o que está fora da organização. Entretanto,
algumas vezes essas fronteiras se sobrepõem, pois, em alguns casos, por
exemplo, pode-se ter uma mesma pessoa trabalhando em duas organizações
paralelamente;
Morfogênese: a organização possui a capacidade de se automodi car quando
preciso e pode fazer qualquer tipo de alteração conforme sua necessidade;
Resiliência: trata-se da capacidade que a organização possui de superar
problemas externos gerados pela sociedade sem que desapareça sua
potencialidade de auto-organização.
Segundo Motta (1973), a Teoria de Sistemas é a menos criticada dentro das Teorias
Administrativas, pois seu pressuposto sistêmico vai ao encontro de uma busca
estrutural-funcionalista presente nas ciências sociais dos países capitalistas na
atualidade. Essa teoria trabalhou os conceitos estruturais e de comportamento da
organização.
097
Para nalizar esta aula e gabaritar o conteúdo desta disciplina, é
importante que você se lembre dos seguintes pontos:
Conceito de Sistema.
Sistema Aberto.
Características das Organizações como Sistema Aberto.
098
12
Teoria
Neoclássica
099
Nesta aula, será estudada a Teoria Neoclássica. Essa teoria não forma uma Escola
Administrativa bem de nida, pois apresenta diferentes autores com diferentes linhas
teóricas. A Teoria Neoclássica representa um agregado de autores e trabalhos
heterogêneos que possuem diferentes denominações tais como: Escola Operacional
ou Escola do Processo Administrativo. Com o intuito de facilitar a aprendizagem
didática desse conteúdo, utiliza-se o termo “teoria”. (CHIAVENATO, 2014).
Dentre os autores que compõem a Teoria Neoclássica, estão: Peter F. Drucker, Ernest
Dale, Harold Koontz, Cyril O’ Donnell, Michael Jucius, William Newman, Ralph Davis,
George Terry, Morris Hurley e Louis Allen. O autor considerado precursor dessa teoria
é Peter Ferdinand Drucker (1909-2005), também considerado pai da administração
moderna.
100
A seguir, serão apresentadas diferentes decorrências da Teoria Neoclássica, sendo
divididos em: Tipos de Organização, Departamentalização e Administração por
Objetivos.
Tipos de Organização
Os estudos da Teoria Clássica tinham como ênfase a estrutura da organização.
Nessa linha, analisavam fatores formais da organização tais como divisão do trabalho,
especialização, hierarquia, autoridade, responsabilidade e coordenação, entre outros.
O contexto de fatores apresentados constitui a organização formal, que, por sua vez,
trata das relações existentes entre os órgãos ou cargos, em uma estrutura
organizacional com diretrizes, normas e regulamentos, tendo como foco atingir seus
objetivos (CHIAVENATO, 2014).
101
(órgãos de linha) e aqueles que dão suporte, consultoria ou assessoria para o
pessoal da produção (órgãos de sta ).
As críticas com relação aos tipos de organização apontam que nessa linha de estudos
não há nenhuma preocupação com o ambiente externo da organização, apenas com o
ambiente interno. Além disso, as críticas apresentam também que existe uma falta de
exibilidade e são modelos consideravelmente engessados (CHIAVENATO, 2014).
Departamentalização
Na medida em que a organização cresce, é preciso que tenha uma divisão do trabalho.
Nesse sentido, o processo de departamentalização signi ca a divisão da organização
em setores pelos quais haverá um gestor responsável para a coordenação das
atividades. De acordo com Chiavenato (2014), dentre os principais tipos de
departamento, estão:
102
de divisão em empresas grandes, que tenham grandes projetos com longa
duração e que necessita de grande quantidade de recursos. Exemplo: empresa
de tecnologia --> departamento do projeto A; departamento do projeto B, etc.
Administração por
Objetivos (APO)
O método de Administração por Objetivos (APO) surgiu em 1954 com o autor Peter
Drucker, a partir da publicação do seu livro “The Practice of Management”. Esse método
consiste, em um primeiro momento, no alinhamento de objetivos entre os gestores e
os subordinados. Já em segundo momento, cada integrante tem suas
responsabilidades de nidas e trabalha em função do objetivo de nido. Após a
realização das atividades propostas, os resultados nais podem ser comparados com
os resultados esperados (CHIAVENATO, 2014).
103
Recomendo o vídeo: “Administração por Objetivos – Conceitos (APO)”.
104
13
Teoria
Comportamental
105
A Teoria Comportamental surgiu como crítica e oposição à Teoria Clássica e à Teoria
da Burocracia e parcialmente à Teoria das Relações Humanas. Destaca-se que a Teoria
Comportamental é extensa, contendo um conglomerado de teorias e autores que
contribuíram com tal corrente teórica.
Nessa linha, surgem estudos sobre o “Comportamento Organizacional”, que tem como
base o comportamento de cada indivíduo. Para o estudo do comportamento
individual, foi necessário o aprofundamento nos estudos da motivação humana,
assunto que já contava com um considerável arcabouço teórico. Em se tratando do
comportamento humano e da motivação humana, os autores da linha de estudo
comportamental entendem que o administrador deve conhecer as necessidades
humanas para utilizar isso a favor da organização (CHIAVENATO, 2014). Nesse ponto, o
autor Abraham Harold Maslow (1908-1970) acrescentou uma importante contribuição
a m de entender a motivação humana baseada em suas necessidades.
106
Pirâmide Hierárquica das
Necessidades de Maslow
A teoria proposta por Maslow baseia-se na proposição de que o ser humano possui
uma hierarquia de necessidades. No nível mais baixo dessa hierarquia, têm-se as
necessidades mais básicas do indivíduo, que são as siológicas, passando por outros
tipos de necessidades, chegando até as necessidades de autorrealização.
107
Segundo Maslow (1954), entre as necessidades do indivíduo estão:
108
enquanto ocorre o oposto com os fatores higiênicos, que podem gerar apenas
insatisfação ao trabalhador e nunca satisfação. Exempli cando, no fator higiênico,
tem-se a segurança do trabalhador, que, por sua vez, somente poderá gerar a não
insatisfação dele. Nesse exemplo, o trabalhador não vai ter satisfação pela presença
da segurança, mas somente vai gerar uma não insatisfação.
Ressalta-se que essa teoria está mais próxima dos apontamentos das teorias
presentes na Administração Cientí ca, na Teoria Clássica e na Teoria da Burocracia em
diferentes etapas (CHIAVENATO, 2014).
Já a Teoria “Y”, que está mais próxima da Teoria Comportamental, propõe o oposto da
Teoria “X”, em que os trabalhadores:
109
Portanto, a partir das pressuposições apresentadas para a Teoria “X” e para a Teoria
“Y”, observa-se que a primeira tende para um modo mais rudimentar de gestão e
enxerga os trabalhadores apenas como recursos para a produção. Já a segunda detém
um modelo mais participativo, considerando os trabalhadores como um ponto
importante dentro do sistema produtivo.
110
Para nalizar esta aula e gabaritar o conteúdo desta disciplina, é
importante que você se lembre dos seguintes pontos:
111
14
Teoria de
Desenvolvimento
Organizacional
112
A Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO) teve início a partir de 1962, na
sequência da Teoria Comportamental, tendo como objetivo o crescimento e o
desenvolvimento das organizações. Nesse contexto, foi levado em consideração um
conglomerado de teorias a respeito do trabalhador, da empresa e do ambiente
(CHIAVENATO, 2014). A Teoria do Desenvolvimento Organizacional é formada por um
conjunto consideravelmente amplo de autores e teorias.
Para tanto, nesta aula falaremos sobre mudança e organização, veri cando o Conceito
de Cultura Organizacional, Clima Organizacional e Mudança de Cultura e do Clima
Organizacional. Em seguida, serão descritas as fases da organização e especi camente
O que é o Desenvolvimento Organizacional, seguidos dos objetivos, pressupostos,
características e processos dessa teoria.
Mudança e Organização
O termo desenvolvimento organizacional está ligado ao termo mudança da
organização e ao quanto a organização se adapta em relação às mudanças. Nesse
sentido, surgiu uma nova acepção de organização e de cultura organizacional. A
organização é entendida agora como uma relação organizada entre as ferramentas de
produção, o ambiente e as pessoas (CHIAVENATO, 2014). As contribuições da Teoria
das Relações Humanas e da Teoria Comportamental foram fundamentais para inserir
o trabalhador como um ponto importante no sistema produtivo e entender o
comportamento do mesmo diante do trabalho.
113
Fase pioneira: quando a organização inicia suas atividades e então acontece um
alto índice de inovação;
Fase de expansão: quando a organização aumenta suas atividades e quantidade
de participantes;
Fase de regulamentação: quando é necessário estabelecer normas entre os
setores da organização devido ao seu crescimento;
Fase de burocratização: quando, devido ao seu tamanho, é necessário inserir
regulamentações mais rígidas e maior nível de burocracia, fazendo com que a
organização funcione dentro de padrões e de um sistema de regras;
Fase de re exibilização: quando a organização precisa se exibilizar novamente
e buscar a capacidade de inovação perdida durante as fases anteriores de
crescimento.
O que é Desenvolvimento
Organizacional?
Após a contextualização dos fatores de mudança, cultura e clima organizacional e
também das fases da organização, chega-se ao objetivo desta aula, que é o
Desenvolvimento Organizacional. Conhecido também como DO, o Desenvolvimento
Organizacional é uma “abordagem baseada nas ciências comportamentais em um
esforço conjugado para melhorar a capacidade de uma organização de confrontar-se
com o ambiente externo e incrementar sua capacidade de resolver problemas”
(CHIAVENATO, 2014, p. 400).
114
1. Geração de um senso de identidade dos trabalhadores para com a organização;
2. Evolução do sentimento de espírito de equipe por meio da união dos
trabalhadores;
3. Amadurecimento da visão sobre o ambiente externo, com o intuito de facilitar o
processo de adaptação de toda a organização.
Pressupostos do Desenvolvimento
Organizacional
De acordo com Chiavenato (2014), existem oito pressupostos para o Desenvolvimento
Organizacional:
115
humano. Dentre elas, está a aplicação das ciências do comportamento, que
permite criar um ambiente favorável para se trabalhar;
A variedade de modelos e estratégias de Desenvolvimento Organizacional:
podem ser utilizados diferentes modelos ou estratégias de acordo com a
situação;
O Desenvolvimento Organizacional é uma resposta às mudanças: o
Desenvolvimento Organizacional é um processo de esforço educacional para
mudar atitudes, valores, comportamentos e estrutura da organização, tendo
como foco atender às demandas do mercado existentes.
Características do
Desenvolvimento
Organizacional
Segundo Chiavenato (2014), são nove características que compõem o
Desenvolvimento Organizacional:
116
Orientação contingencial: o Desenvolvimento Organizacional possui um per l
situacional e orientado em relação às contingências. O Desenvolvimento
Organizacional se molda de acordo com as necessidades da organização, ou seja,
não possui uma única maneira de tratar os problemas;
Desenvolvimento de equipes: baseado em uma mudança planejada e realizado
por meio de equipes, seu principal foro é a mudança da cultura da organização;
Enfoque interativo: os processos de comunicações e interações na organização
são importantes para que o Desenvolvimento Organizacional consiga realizar as
mudanças necessárias.
117
Recomendo um vídeo que exempli ca, em forma de desenho animado,
a Cultura Organizacional.
118
15
Teoria da
Contingência
119
Nesta aula, veremos a Teoria da Contingência. Dentre os assuntos que serão tratados
nesta aula, estão: aspectos da teoria, o ambiente com suas características e condições,
conceito de homem complexo, modelo contingencial de motivação e, por m, as
ferramentas de estratégia organizacional.
A Teoria da Contingência aponta que não existe nada absoluto no contexto das
organizações. Em outros termos, segundo essa teoria, tudo depende. A Teoria da
Contingência a rma que para atingir os objetivos da organização há uma relação entre
as condições presentes no ambiente e as técnicas administrativas utilizadas
(CHIAVENATO, 2014). Desse modo, em termos práticos, essa teoria indica uma relação
do tipo “se - então”, ou seja, se a condição do ambiente é “A”, então se utiliza a técnica
“A”, mas se a condição do ambiente é “B”, então se utiliza a técnica “B” e, assim por
diante.
Segundo Chiavenato (2014), essa teoria teve início com diversos trabalhos de
pesquisas realizados para identi car modelos de estrutura organizacional que
possuíam maior e cácia de acordo com o tipo de organização. Dentre as diferentes
pesquisas sobre o assunto, é possível citar: Pesquisa de Chandler sobre estratégia e
estrutura, Pesquisa de Burns e Stalker sobre organizações, Pesquisa de Lawrence e
Lorsch sobre o ambiente e a Pesquisa de Joan Woodward sobre a tecnologia. Ainda,
segundo Chiavenato (2014), a partir dos resultados dessas pesquisas, os autores
formaram a Teoria da Contingência, que aponta que não há apenas um modo de
organizar e que organizações precisam se ajustar conforme as condições do ambiente.
Chiavenato (2014, p. 497) aponta que a Teoria da Contingência possui três aspectos
básicos:
120
Ambiente
Tendo em vista que a Teoria da Contingência aponta que as características ambientais
in uenciam a organização, torna-se importante entender o que é Ambiente. Ambiente
é o meio em que a organização se encontra, ou seja, o contexto em que a
organização está inserida perante o todo externo. Como tratado na Teoria de
Sistemas, considera-se a organização como um sistema aberto que está em constante
realização de troca com o ambiente.
121
Condições demográ cas: fatores demográ cos (população, etnia, religião,
distribuição geográ ca, etc.) que formam as características do mercado presente
e futuro das organizações;
Condições ecológicas: são relacionadas a fatores demográ cos que envolvem a
organização. Nas organizações, tem-se a ecologia social, que, por sua vez,
signi ca que as organizações são in uenciadas e in uenciam em pontos tais
como poluição, clima, transportes e meios de comunicação, entre outros;
Condições culturais: são inseridas nas organizações a partir das expectativas de
seus consumidores e participantes.
Modelo Contingencial de
Motivação
Nessa teoria, apresenta-se um modelo diferente para explicar o funcionamento da
motivação humana, em que são reconhecidas as diferenças de cada indivíduo e a
diferença de cada situação em que os indivíduos estão envolvidos. Explicado de outra
forma, signi ca que a motivação humana depende de indivíduo para indivíduo e
também da situação em que ele se encontra.
122
Figura 12 - Três dimensões básicas da motivação | Fonte: Adaptado de Chiavenato
(2014).
Estratégia Organizacional
Na Teoria da Contingência, a Estratégia Organizacional ganha um enfoque diferente,
agora não mais em um processo estático para atingir o objetivo, mas variando de
acordo com o evento e o ambiente em que a organização está inserida. Nessa linha,
existem algumas escolas que buscam fazer uma abordagem contingencial acerca da
Estratégia Organizacional. Dentre essas escolas, estão Escola Ambiental, Escola do
Design e a Escola de Posicionamento (CHIAVENATO, 2014). Aqui falaremos apenas da
Escola de Posicionamento, especi camente as ferramentas do Modelo de Boston
Consulting Group (BCG) e das Cinco Forças de Porter.
Matriz BCG
O modelo de Boston Consulting Group, conhecido também como Matriz BCG, é uma
matriz que apresenta a posição estratégica de um produto no mercado perante o
portfólio de produtos existentes na organização. A posição do produto pode ser de
quatro tipos: Estrela, Ponto de Interrogação, Vaca de Leite ou Abacaxi.
123
Figura 13 - Matriz BCG.
124
Poder de barganha dos fornecedores: refere-se ao nível de poder de
negociação em relação aos fornecedores. Esse nível de poder é maior para
aquele que possui maior número de opções e/ou tem menos a perder caso a
relação termine;
Poder de barganha dos clientes: refere-se ao nível de poder de negociação em
relação aos clientes. Nesse caso, os clientes desejam pagar menos ou ter maior
qualidade na aquisição. Tais fatos só ocorrem se houver uma maior quantidade
comprada e/ou o quanto os clientes estão bem informados e, ainda, se estão
dispostos a experimentar outras opções;
Ameaça de produtos substitutos: a organização está sujeita ao aparecimento
de outros produtos ou serviços a partir de processos de inovação por
organizações concorrentes;
Intensidade da rivalidade entre organizações concorrentes: os itens citados
anteriormente podem gerar rivalidade entre as organizações, fazendo com que
haja ataques entre elas. Também existe a possibilidade de existir uma diplomacia
pací ca, até com a formação de alianças entre as organizações.
125
Para nalizar esta aula e gabaritar o conteúdo desta disciplina, é
importante que você se lembre dos seguintes pontos:
126
16
Perspectivas
Contemporâneas
da Administração
127
Nesta última aula, abordaremos as Perspectivas Contemporâneas da Administração,
que podem ser tratadas como “Novas abordagens da Administração”. Portanto, serão
diversos tópicos constantemente tratados na administração das organizações
atualmente.
Era da Informação
Desde 1990, o mundo entrou na Era da Informação quando, meio das novas
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), o modo de interação entre as pessoas
na sociedade mudou drasticamente e continua mudando no decorrer dos anos. Nesse
contexto, na Era da Informação também existe forte alteração na forma de gestão
utilizada nas organizações devido à in uência dessas tecnologias.
Tecnologia da Informação
Nos últimos anos, têm sido criados diferentes sistemas para otimizar a gestão tanto
em grandes quanto em pequenas organizações. Tal fato se dá principalmente pela
invenção dos computadores, dos celulares inteligentes (smartphones) e do grande
avanço da internet. Entre tais sistemas, estão: controle de estoque e controle de
clientes, controles nanceiros, entre tantos outros. Além disso, destaca-se que a
evolução da capacidade desses sistemas aumentou consideravelmente desde o seu
surgimento.
128
Atualmente, a tecnologia, por meio da automação, dos sistemas de informação e do
comércio eletrônico, entre outros fatores, tende a continuar impactando e
transformando de modo robusto os modelos de gestão presentes nas empresas. Entre
as grandes tendências nessa linha de tecnologia, está a Inteligência Arti cial (IA), já
presente em diversas organizações no mundo todo.
Inovação
O termo “inovação” tem como signi cados: 1. Ato ou efeito de inovar; 2. Aquilo que
constitui algo de novo; 3. Desenvolvimento e uso de novos produtos, métodos ou
conceitos (DICIONÁRIO PRIBERAM, 2019).
Melhoria Contínua
A melhoria contínua é uma ferramenta de mudança organizacional suave e contínua,
focada nas atividades em grupo. Tem como objetivo a qualidade dos produtos e
serviços em programas de longo prazo com um processo de melhoria gradual. É
considerada uma abordagem incremental e participativa para alcançar o ponto ótimo
de qualidade dos produtos (CHIAVENATO, 2014).
129
Qualidade Total
É decorrente da Melhoria Contínua, sendo que a Melhoria Contínua é aplicável apenas
para os produtos e serviços da organização, ou seja, somente no nível operacional. Já a
Qualidade Total objetiva aplica o signi cado de qualidade em toda a organização
(CHIAVENATO, 2014). Nesse contexto, a palavra “qualidade” tem como sentido atender
às exigências do cliente (OAKLAND, 1964).
Conforme Chiavenato (2014), tanto a Melhoria Contínua quanto a Qualidade Total são
ferramentas incrementais para desenvolvimento contínuo da qualidade de processos
e produtos na organização e são formadas pelas seguintes etapas:
Benchmarking
Trata-se de uma ferramenta que tem por objetivo realizar uma avaliação contínua de
produtos, serviços e práticas de organizações concorrentes que possuem alta
participação no mercado (ROTHMAN, 1992). Essa ferramenta permite realizar um
processo de melhoria nos produtos, serviços e processos da organização a partir da
observação de seus concorrentes.
130
Gestão de Projetos
Grande parte das organizações possui um rol de operações (trabalhos constantes) e
projetos (trabalhos únicos e temporários) que muitas vezes estão relacionados. Os
projetos são planejados, executados, controlados e compostos por pessoas e recursos
limitados. A quantidade de tempo, pessoas e recursos varia em função de cada
projeto, e projetos podem ser aplicados em qualquer organização e em qualquer nível
da organização. Por m, projeto equivale a algo que não foi realizado antes, o qual é
único e singular (CHIAVENATO, 2014).
Gestão do Conhecimento
A Gestão do Conhecimento, conhecida em inglês como Knowledge Management, refere-
se ao capital intelectual existente na organização. Nesse sentido, o conhecimento tem
sido tratado como algo extremamente importante no contexto das organizações, sem
o qual ela não conseguiria obter bons resultados. Portanto, tem sido necessário criar
mecanismos para melhor gerir o conhecimento existente dentro da organização, de
modo a obter melhores resultados. Destaca-se que o capital intelectual é um ativo
intangível e deve ser mensurado no valor de uma organização.
Estratégia Organizacional
Segundo Chiavenato (2014), estratégia é o plano que reúne os objetivos da
organização com as ações e políticas por ela feitas de forma coerente. Ainda, segundo
o autor, a formulação de uma boa estratégia leva à possibilidade de a organização se
antecipar às possíveis alterações no ambiente em que atua, e que quanto mais o
ambiente é dinâmico e mutável, mais importante se torna o uso de estratégia para o
alcance dos objetivos da organização.
131
Sustentabilidade
O conceito de Sustentabilidade baseia-se em um tripé composto pelos pontos
econômico, social e ambiental. Esse conceito signi ca que a produção de bens e
serviços pela sociedade deve ser feito de modo sustentável, ou seja, respeitando
princípios econômicos, sociais e ambientais. Caso esse tripé não esteja equilibrado, a
sociedade passa a sentir diferentes impactos negativos. Assim, é necessário que os
sistemas produtivos respeitem tais pontos em busca de uma longa duração da
execução de suas atividades.
Governança Corporativa
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Governança
Corporativa é
Segundo Chiavenato (2014), a Gestão Corporativa está cada vez mais forte devido a(o):
132
Planejamento,
Organização, Direção e
Controle
No contexto administrativo das organizações, tem sido fundamental a utilização de
ferramentas tais como Planejamento, Organização, Direção e Controle para o
gerenciamento de suas operações e projetos. Contudo, conforme aponta Chiavenato
(2014), nos últimos anos cada uma dessas ferramentas tem sofrido algumas
mudanças:
133
Recomendo um vídeo sobre “Criatividade e Inovação nas Empresas”.
134
Para nalizar esta aula e gabaritar o conteúdo desta disciplina, é
importante que você se lembre dos seguintes pontos:
Tecnologia da Informação
Inovação
Qualidade Total
Benchmarking
Gestão de Projetos
Gestão do Conhecimento
Sustentabilidade
Governança Corporativa
135
Material Complementar
LIVRO
FILME
Steve Jobs
Ano: 2015
WEB
Administradores.com: <https://administradores.com.br/>
136
Conclusão
Caro(a) aluno(a), nesta disciplina, foi apresentada uma introdução aos con-
ceitos iniciais de administração e, por conseguinte, diversas Teorias Ad-
ministrativas presentes ao longo da história. Destaca-se que o objetivo da
abordagem de cada aula neste livro foi apresentar uma visão geral sobre
as teorias e, nesse sentido, torna-se possível um aprofundamento e um
detalhamento maior de cada uma delas.
137
É interessante observar que a Administração como ciência, iniciada por
Taylor em 1903 com a publicação do livro “Shop Management”, é relativa-
mente recente quando comparamos com outras áreas do conhecimento
como Física, Química, Direito e Economia. Porém, é inegável a contribuição
das Teorias Administrativas apresentadas neste livro para o avanço da so-
ciedade, tanto em termos de otimização das organizações quanto para a
preocupação com o bem-estar do trabalhador.
Por fim, espera-se que o estudo deste livro tenha contribuído para a sua
formação e conhecimento sobre a Administração e a evolução do pensa-
mento Administrativo.
Sucesso, sempre!
138
Referências
BAUER, R. Gestão da mudança: caos e complexidade nas organizações. São Paulo:
Atlas, 1999.
BERRIEN, F. K. General and social systems. New Brunswick: Rutgers University, 1968.
HOMANS, G. C. “As Pesquisas na Western Electric”. In: Yolanda Ferreira Balcão e Laerte
Leite Cordeiro (coords.), O Comportamento Humano na Empresa – Uma Antologia, Rio
de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1971.
MADEIRA, F. R.; BIANCARDI, M. R. O Desafio das Estatísticas do Terceiro Setor. São Paulo
em Perspectiva: v. 17, n. 3-4, p. 177-184. 2003.
139
MASLOW, A. H. Motivation and Personality. Harper & Row, Publisher, Inc, 1954.
VIET, J. Métodos estruturalistas nas Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1967.
140