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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Disciplina: Gestão de Empresas Agrária

NÍVEL IV; 7º SEMESTRE; I-Grupo

Conceito de organizações (suas tipologias e recursos organizacionais)

Mocuba, Março 2024


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Disciplina: Gestão de Empresas Agrária

NÍVEL IV; 7º SEMESTRE; I-Grupo

Discentes:
Trabalho de carácter avaliativo a ser
Bernardo Figueredo
entregue na disciplina Gestão de
Davide Notice Empresas Agrárias, curso de
Engenharia Florestal
Diógenes Mangala

Félix Rui Chicuáva Docentes:

Jorge Picardo dra. Odete Matamha e dra.


Fazila Paiva
Márcia Carlos

Renato Romão

Mocuba, Março 2024


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1. OBJECTIVOS ............................................................................................................. 1
1.1.1. Objectivo geral ..................................................................................................... 1
1.1.2. Objectivos específicos .......................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 2
1.2. Organização ................................................................................................................. 2
1.2.1. Conceito de organização ....................................................................................... 2
1.2.2. Tipologias de organizações .................................................................................. 3
1.2.3. Recursos organizacionais ..................................................................................... 5
3. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 9
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 10
1. INTRODUÇÃO

Quando pensa-se em organizações de qualquer tipo, parece difícil conceber actividades que
não estejam vinculadas a esta forma de construir relações sociais e de produção. As
organizações estão presentes em diferentes sectores vitais e fazem parte das mais diversas
actividades do nosso dia-a-dia, uma vez que “afectam fortemente cada aspecto da existência
humana – nascimento, crescimento, desenvolvimento, educação, trabalho, relacionamento
social, saúde, e até mesmo a morte” (SILVA, 2013, p. 43).

Desdobrando a constatação básica acima, Daft (2014, p. 12) diz que é difícil enxergar as
organizações. Podem ver-se os sinais externos, como altos edifícios, uma estação de
computador ou um funcionário educado, mas a organização como um todo é vaga e abstracta
e pode estar espalhada em diversas localidades, até mesmo ao redor do mundo. Sabe-se que as
organizações estão ali porque elas afectam a todos, todos os dias. Na verdade, elas são tão
comuns que são tomadas por algo que sempre esteve ali. Várias pessoas passam muitas horas
trabalhando numa organização de um tipo ou de outro.

Nas organizações públicas, por exemplo, as pessoas devem trabalhar para satisfazer as
necessidades colectivas, uma vez que o objectivo final de uma organização pública é atender
aos interesses comuns da sociedade.

1.1.OBJECTIVOS

1.1.1. Objectivo geral


Apresentar conceitos de organizações, suas tipologias e recursos organizacionais.

1.1.2. Objectivos específicos

 Compreender a definição de organização e suas tipologias;


 Caracterizar as diferentes tipologias das organizações;
 Apresentar e caracterizar os recursos organizacionais.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.2.Organizações

1.2.1. Conceito de organização

De acordo com Pereira (2013) organização é uma associação de pessoas para atingir uma
finalidade definida e predeterminada, ou seja, sua missão. As pessoas que compõem a
organização são seus sócios, dirigentes, funcionários e voluntários, com objectivos e
responsabilidades diferenciados, mas articulados em torno da missão da entidade.

Morgan ( 2006, p. 24) defende que o homem, isoladamente, não tem condições de satisfazer
todas as suas necessidades (necessidade é a falta ou privação de alguma coisa de desejo do
homem). Assim, por meio da organização, é possível perseguir e alcançar objectivos, que
seriam intangíveis para uma pessoa.

Toda organização quando criada é fundamentada com base em um propósito e primeiramente


é necessário identificar se essa organização é de produtos (fabricação de carros, móveis, etc.)
ou serviços (assistência técnica, salão de beleza, etc.) (JONES, 2010, p. 7).

A Fig. 1 Apresenta um diagrama mostrando as principais componentes das organizações.


Portanto, uma organização é um sistema que transforma recursos em objectivos (produtos e
serviços).

RECURSOS OBJECTIVOS

Humanos
• Processos de
Materiais • Produtos
Financeiros transformação
Mercadologicos • Divisão do • Serviços
Tecnológicos trabalho

Figura 1: Principais componentes das organizações


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Fonte: (Pereira, 2013)

Desta forma, objectivos e recursos são as palavras-chaves na definição de administração e


também de organização. Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar
algum objectivo (ou conjunto de objectivos).

Além de objectivos e recursos, as organizações tem dois outros componentes importantes:


processos de transformação e divisão do trabalho.

Por meio dos processos, a organização transforma os recursos para produzir os resultados. Um
processo é um conjunto ou sequência de actividades interligadas, com começo, meio e fim,
que utiliza os recursos, como trabalho humano e equipamentos, para fornecer produtos e
serviços.

A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações individuais por meio da
especialização.

Quando se juntam as tarefas especializadas, realizam-se produtos e serviços que ninguém


conseguiria fazer sozinho.

1.2.2. Tipologias de organizações

No que toca aos tipos de organizações Blau e Scott (2000, p. 17), relatam que as organizações
variam não somente em tamanho, em forma, objectivos, mas também em uma multiplicidade
de outras maneiras e características evidenciadas por variáveis humanas como, padrões de
licença, comunicação, procedimentos para tomadas de decisões.

Tradicionalmente existem três tipos básicos organizacionais: a organização informal, a


organização formal, e a organização linear/militar.

a) Organização formal

As organizações formais são criadas deliberadamente para cumprir determinado objectivo


mediante a coordenação de esforços colectivos. Isso significa que elas não surgem
espontaneamente, mas, como observam Blau e Scott (2000, p. 17), “foram formalmente
estabelecidas com o propósito explícito de conseguir certas finalidades”.

a.1. Modelo da organização formal


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A maioria das empresas adopta a organização formal. É a estrutura deliberadamente
planejada, e formalmente representada, em alguns aspectos, em organogramas.

Os principais factores para criação de uma empresa formal são: focar os objectivos
estabelecidos pela empresa, realizar actividades que podem chegar nesses objectivos,
distribuir funções administrativas para cada funcionário desempenhar, levar em consideração
habilidades e limitações tecnológicas, e tamanho da empresa (JUNIOR, 2011).

Os componentes chaves para um bom funcionamento dessa formalidade são:

 Sistema de responsabilidade: que é constituído pela departamentalização, especialização;


 Sistema de Autoridade: nada mais é que a distribuição de poder;
 Sistema de comunicação: é a interacção entre todas as unidades da empresa;
 Sistema de decisão: que é acto de poder entender, e poder definir e decidir uma acção
solicitada.
b) Organização informal

Já outro conceito proposto por Blau e Scott (2000, p. 18) é o de organizações informais:
“Dentro de toda organização formal, aparecem organizações informais. Os grupos
constituintes da organização, como todos os grupos, desenvolvem seus próprios hábitos,
valores, normas e relações sociais, conforme seus membros vão vivendo e trabalhando
juntos”. É o resultado da interacção social entre seus membros com o objectivo de atender as
suas necessidades. Essas são encontradas em todos os níveis da sociedade.

Selznick (2007, apud Wahrlich, 2008, p. 52) salienta que organização informal é a que ocorre
quando a organização formal começa a operar; constitui o resultado da interacção espontânea
dos membros da organização, o impacto das personalidades dos atores sobre os papéis que
lhes foram destinados.

b.1. Modelo de organização informal

A sua liderança é uma concessão do grupo, apresenta uma autoridade mais instável, pois está
sujeita aos sentimentos pessoais dos seus membros. As organizações informais podem existir
com as entidades independentes.

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Os líderes dos grupos informais surgem por várias causas, como por exemplo: idade,
competência, localização de trabalho, conhecimento, personalidade, comunicação, e dentre
várias outras situações.

Algumas vezes, a estrutura informal se torna uma força negativa dentro da empresa, porém se
a administração conseguir conciliar e/ou integrar os grupos formais com os informais haverá
uma harmonização nas tarefas, e se torna uma condição favorável de rendimento e produção.

Sendo assim a estrutura informal possui algumas vantagens como, por exemplo: rapidez no
processo, redução de comunicação entre chefe e empregado e motiva e integra os grupos de
trabalho.

Contudo, possui suas desvantagens: desconhecimento de chefia, dificuldade de controle e


atrito entre pessoas (JUNIOR, 2011).

c) Organização linear ou militar

É a mais antiga. A disciplina está em primeiro lugar, pois a autoridade vai á linha recta
(vertical), desde o superior até o inferior, incluindo todos os homens, sem qualquer excepção.

Duas vantagens podem ser apresentadas a favor da organização linear ou militar: a unidade de
comando (o executor recebe ordens de um único encarregado ou chefe) e a simplicidade de
estruturação (é fácil fazer o esquema de forma pela qual a empresa está organizada). Contudo,
este tipo de organização só pode ser adoptado em empresas pequenas e médias,
principalmente quando elas não necessitam de pessoas especializadas e não possuem grandes
recursos financeiros (CURY, 2005, p. 228).

1.2.3. Recursos organizacionais

No contexto geral, o termo “recurso” refere-se a qualquer elemento ou meio disponível que
possa ser utilizado para atingir um objectivo específico. Eles desempenham um papel
fundamental para o alcance dos objectivos pessoais e organizacionais.

Para ALMEIDA (2009), os recursos organizacionais são os caminhos para atingir os


objectivos de qualquer empresa, seja ela com ou sem fim lucrativo. E estes recursos não são

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apenas o dinheiro, mas também as matérias-primas, equipamentos, colaboradores, tudo aquilo
que é utilizado nas operações da organização.

Existem diversos tipos de recursos organizacionais que desempenham papéis distintos no


funcionamento e sucesso de uma organização. A seguir alguns dos principais tipos:

a) Recursos Humanos

Os recursos humanos são as pessoas que compõem as organizações independentes do nível


hierárquico, estando distribuídos nos diversos níveis institucionais (direcção), no nível
intermediário (gerência e assessoria) e no nível operacional (técnicos, colaboradores, além dos
supervisores).

Os recursos humanos representam, portanto, todas as pessoas, bem como as suas qualificações
e capacidades, que colaboram com a organização e constituem actualmente o seu principal
activo.

Para Araújo e Garcia (2012), o factor humano é indispensável para realizar qualquer
actividade dentro das empresas, Treinamento e Desenvolvimento é uma das mais importantes
funções da gestão de pessoas.

No ambiente organizacional, a gestão de recursos humanos trata da planificação, da


organização, do desenvolvimento, da coordenação, e do controle das técnicas capazes de
promover o desempenho e gerenciamento eficiente dos recursos humanos da organização.

b) Recursos Financeiros

Segundo Gitman (2010), os recursos financeiros englobam o capital financeiro disponível


para a organização, como dinheiro, investimentos, linhas de crédito e outros recursos
monetários. Eles são usados para financiar operações diárias, investimentos em expansão,
pesquisa e desenvolvimento, aquisições e outras actividades estratégicas da organização.

A gestão dos recursos financeiros pode ser definida como a gestão dos fluxos monetários
derivados da actividade operacional, não devendo ser função exclusiva da área financeira,
mas de todos os gestores das diversas áreas de responsabilidade
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c) Recursos Materiais

Envolve os recursos físicos e materiais necessários para a operação da organização, como


instalações, equipamentos, máquinas, estoques, matérias-primas e produtos acabados. Esses
recursos são utilizados na produção, prestação de serviços e suporte às actividades da
organização.

Referem-se aos activos físicos tangíveis da organização, como instalações, fábricas,


escritórios, equipamentos, máquinas, veículos, estoques e infra-estrutura física. Esses recursos
são utilizados para realizar operações, produzir bens ou fornecer serviços.

A gestão de recursos materiais envolve a planificação, a aquisição, o controle e a utilização


eficiente dos recursos físicos e materiais de uma organização. Esses recursos podem incluir
matérias-primas, produtos acabados, estoques, equipamentos, ferramentas e outros itens
tangíveis necessários para as operações da empresa.

d) Recursos Mercadológicos

Os recursos mercadológicos referem-se aos activos e capacidades que uma organização utiliza
para realizar actividades relacionadas ao marketing e alcançar seus objectivos de mercado.
Eles são elementos essenciais para o desenvolvimento de estratégias de marketing eficazes e
para o sucesso da empresa.

São os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus produtos ou serviços
no mercado, envolvem a marca, reputação, propaganda, canais de distribuição,
relacionamento com clientes, estratégias de marketing, pesquisas de mercado e estratégias de
comunicação.

A gestão de recursos mercadológicos envolve a planificação, a alocação e o controle dos


recursos disponíveis para as actividades de marketing de uma organização, garantindo o
melhor uso dos recursos disponíveis e alcançando os objectivos de mercado.

e) Recursos Tecnológicos

Os recursos tecnológicos estão relacionados à Tecnologia da Informação à gestão dos


Sistemas de Informação na organização. Isso envolve hardware, software, infra-estrutura de

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TI, redes, internet, dados e outros recursos tecnológicos utilizados para melhorar a eficiência e
a eficácia dos processos organizacionais.

Esses recursos desempenham um papel fundamental na automação de processos, no


armazenamento e análise de dados, na comunicação e colaboração interna e externa, e na
inovação.

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3. CONCLUSÃO

Organização é um conjunto de recursos, esforços e pessoas que se relacionam umas com as


outras e se dedicam à realização de diferentes tarefas, para o alcance de objectivos específicos
e colectivos. Tradicionalmente conta-se com organizações lineares/militares, organizações
formais (organizações de produção ou de serviços) e organizações informais (relações sociais
informais dentro das organizações formais) como os três tipos básicos organizacionais.

Os recursos organizacionais são os pilares que sustentam o desempenho, a inovação e a


vantagem competitiva de uma organização. Concluiu-se que eles são essenciais para melhorar
a eficiência operacional, aumentar a capacidade de inovação, facilitar a adaptação as
mudanças no ambiente e para o alcance dos objectivos estratégicos. Dentre vários recursos
organizacionais temos como base: recursos humanos, recursos financeiros, recursos
metodológicos e recursos tecnológicos.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Marttinho Isnard Ribeiro de. Manual de Planejamento Estratégico:


Desenvolvimento de um plano estratégico com a utilização de planilhas Excel. São Paulo:
Atlas, 2009.

ARAUJO, Luis César G; GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de Pessoas: Estratégias e


integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2009.

BLAU, Peter Michael; SCOTT, William Richard. Organizações formais. São Paulo: Atlas,
2000. DAFT, Richard L. Organizações: teoria e projetos. 11. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2014.

CUR Y, A. Organização e métodos: uma visão holística. 8. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas,
2005.

GITMAN, Lawrence J.Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 2010.

JUNIOR, Renato Mendes Curto. Organização, sistema e métodos. Instituto federal Paraná.
Educação a distâcia. Curitiba. 2011.

JONES, Gareth R. Teoria das organizações. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2010.

MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996.

PEREIRA, Natanael C. Apostila De Introdução A Administração. 2013.

SELZNICK, Philip. Fundamentos da teoria de organização. In: ETZIONI, Amitai.


Organizações complexas: um estudo das organizações em face dos problemas sociais. São
Paulo: Atlas, 2010. p. 30-43.

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2013.

WAHRLICH, Beatriz M. de Souza. Uma análise das teorias de organização. 5. ed. Rio de
Janeiro: FGV, 1986.

10 | P a g e

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