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DE PRODUÇÃO
DEBORAH REGINA JOCHAM
ORGANIZADORES
DIRETORA GERAL
(socorromacedo@faibra.edu.br)
Endereços eletrônicos
Página na Internet: www.faibra.edu.br
E-mail: faibra@faibra.edu.br
Projeto e Diagramação
Breyson Felipe
Revisor
Franklin Oliveira Silva
Ficha Catalográfica
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 04
1. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ..................................... 05
1.1 Evolução Histórica da Área .................................................................................. 09
1.2 Responsabilidades do Administrador da Produção ...........................................23
2. ESTRATÉGIAS PARA DEFINIÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO .................. 15
2.1 Tipos de Operações de Produção .................................................................. 18
2.2 Tipos de Sistemas de Produção ...................................................................... 19
3. ESTRATÉGIAS PARA O PLANEJAMENTO DO ARRANJO FÍSICO (LAYOUT) ... 22
4. TÉCNICAS DE ORGANIZAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DO TRABALHO
PRODUTIVO .............................................................................................................. 36
4.1 Finalidade e Funções do Planejamento e Controle da Produção ................... 38
4.2 Planejamento Estratégico da Produção ......................................................... 41
5.TECNOLOGIAS APLICADAS AOS CONTROLES DE PROCESSOS PRODUTIVOS
....................................................................................................................48
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53
SOBRE OS ORGANIZADORES ............................................................................... 58
3
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
Estamos iniciando mais uma disciplina, vamos estudar sobre a Administração
da Produção; nossos estudos sobre o assunto se dividirão em duas disciplinas: ADMI-
NISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO I e ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II.
Nesta primeira disciplina faremos uma introdução ao conteúdo de Administra-
ção da Produção e ainda veremos as estratégias para definição do sistema de produ-
ção; as estratégias para o planejamento do arranjo físico,das técnicas de organiza-
ção, planejamento e o controle do trabalho produtivo e as tecnologias aplicadas aos
controles de processos produtivos.
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1. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
• Organizações:
5
Uma organização é definida como duas ou mais pessoas trabalhando juntas,
cooperativamente dentro de limites identificáveis, para alcançar um objetivo ou meta
comum (SILVA, 2001).
Gibson (1981, p.38) refere-se às organizações como “sistemas que perseguem
metas e objetivos que podem ser alcançados de modo eficaz e eficiente pela ação
conjunta de indivíduos”. Peinado e Graeml (2007) nos mostram a importância e a par-
ticipação das organizações em nosso dia-a-dia:
• Administração:
6
“A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e contro-
lar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de
todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos
estabelecidos”.
• Atividades de produção:
7
Página |8
Quadro 1: Atividades das funções organizacionais
Fonte: Slack
Fonte: SLACK et al. et al. (2002)
(2002) apudapud Peinado
PEINADO e eGRAEML
Graeml (2007,
(2007,p.51).
p.51).
9
artesanal. De acordo com Correa (2003), esta primeira Revolução Industrial mudou
completamente a face da indústria, com uma crescente mecanização das tarefas an-
teriormente executadas de forma manual.
Avanços tecnológicos importantes facilitaram a substituição de mão de obra por
capital e permitiram o desenvolvimento de economias de escala, tornando interessan-
te o estabelecimento de “unidades fabris”.
Com isso surgem novos conceitos como:
– padronização dos produtos;
– padronização dos processos de fabricação;
– treinamento e habilitação da mão-de-obra direta;
– criação e desenvolvimento dos quadros gerenciais e de supervisão;
– desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle da produção;
– desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle financeiro;
– desenvolvimento de técnicas de vendas.
Muitos destes conceitos que hoje nos parecem óbvios não o eram na época. O
conceito de padronização de componentes, por exemplo, introduzido por Eli Whitney
em 1790, quando conduziu a produção de mosquetes com peças intercambiáveis,
forneceu uma grande vantagem operacional aos exércitos. Teve início o registro, por
meio de desenhos e croquis, dos produtos e processos fabris, surgindo a função de
projeto de produto, de processos, de instalações, de equipamentos, etc.
No fim do século 19 surgiram nos Estados Unidos os trabalhos de Frederick
Taylor. Taylor era um estudioso das formas de aumentar a produtividade em proces-
sos produtivos. Sua intenção era claramente ligada à eficiência: fazer mais produtos
com menos recursos. Para tanto, desenvolveu a chamada Administração Científica,
que consiste basicamente em quebrar as tarefas em subtarefas elementares e traba-
lhar excessivamente para tornar cada uma delas tarefas mais eficiente.
Segundo Martins e Laugeni (2006), a procura incessante por melhores méto-
dos de trabalho e processos de produção, com o objetivo de se obter melhoria da
produtividade com o menor custo possível, é ainda hoje o tema central em todas as
organizações, mudando-se apenas as técnicas empregadas.
Na década de 1910, Henry Ford começa a desenvolver os princípios da produção
em massa, a partir da percepção de um potencial mercado consumidor de baixa renda
para automóveis e da constatação de que a produção artesanal não era a melhor ma-
neira de produção para este tipo de consumidor, uma vez que os custos eram elevados.
Ford alia os conceitos da intercambiabilidade de peças (de Whitney) à Administração
Científica (de Taylor) e acrescenta o conceito de linhas de montagem seriada.
Como resultado consegue produzir produtos padronizados com pouca varie-
dade que, a cada aumento de quantidade de produção, reduz o custo desta, ou seja,
consegue economias de escala. Cada vez que aumentava a quantidade produzida,
10
mais diminuía o preço dos seus produtos, e de U$ 3.000,00 (valor do carro artesanal)
um carro Ford passou a custar U$ 600,00. Segundo Correa:
Dessa forma, Ford conseguiu liderar uma indústria que logo se tornou a maior
do mundo, por ter sido o primeiro a dominar os princípios da produção em massa.
Entre as principais características da produção em massa, podemos destacar:
– linhas de montagem;
– posto de trabalho;
– estoques intermediários;
– monotonia do trabalho;
– arranjo físico ou layout;
– balanceamento de linha;
– produtos em processo;
– motivação;
– sindicatos;
– manutenção preventiva.
A partir de 1927, último ano de produção do modelo T, Ford defrontou-se com a
demanda em queda. Isto ocorreu devido à percepção da General Motors (GM), então
liderada por Sloan, de uma nova necessidade de mercado: a variedade. Desta forma,
utilizando-se dos mesmos princípios da produção em massa, mas com um aumento
na variedade dos produtos, a GM passou a liderar o mercado de automóveis, ofere-
cendo carros de cores e modelos variados com um preço um pouco maior do que
Ford.
A produção em massa fez uma revolução na indústria, conseguindo economias
de escala (os produtos se tornaram acessíveis a um maior número de pessoas). No
decorrer dos anos, no entanto, apareceram as deficiências deste modelo de produ-
ção, como a geração de grandes estoques, a padronização dos produtos, a alienação
do trabalhador e os altos índices de desperdício.
Neste contexto, a partir dos anos 50, surgia uma nova ideia de produção capaz
de suprir as necessidades de ampla variedade e curta vida útil dos produtos, de quali-
dade assegurada, de trabalho de acordo com a demanda e redução dos custos. Desta
forma, irrompe o Sistema Toyota de Produção (STP), que começou a ser desenvolvido
a partir de uma visita de Eiji Toyoda, filho do fundador e então diretor da Toyota, à fá-
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brica Rouge da Ford nos Estados Unidos.
Toyoda voltou de lá com a certeza de que não poderia introduzir o modelo de
produção americano (produção em massa) no Japão, devido às diferenças culturais,
econômicas e geográficas e também por perceber alguns dos problemas daquele tipo
de produção. Sendo assim, o Sistema Toyota de Produção – STP –, foi desenvolvido
instintivamente por Taiichi Ohno, o então engenheiro de produção da Toyota, pela ne-
cessidade de atender à demanda.
Entre as principais características do STP, podemos citar:
– just in time (um termo amplamente conhecido e aplicado por muitas empre-
sas. Significa produzir “a parte certa no tempo certo e na quantidade certa”);
– kanban (significa quadro de sinalização e tem como objetivo indicar o que,
quanto e quando é necessário produzir);
– fluxo e nivelamento da produção;
– eliminação de desperdícios;
– células de produção;
– melhoria contínua;
– benchmarking (é a busca das melhores práticas de empresas reconhecidas
no mercado com o objetivo de conduzir outra empresa à melhoria de sua performan-
ce).
O STP foi o modelo de produção que originou a chamada produção enxuta.
A produção enxuta pode ser considerada uma espécie de “ocidentalização” do
STP, na medida em que trouxe seus princípios e ferramentas para a realidade das em-
presas ocidentais, a fim de transformar empresas baseadas na produção em massa
em empresas “enxutas”, para sobreviver em tempos de variedade e restrição.
Ao longo desse processo de modernização da produção, cresceu em
importância a figura do cliente, em nome do qual tudo se tem feito. Pode-se
dizer que a procura da satisfação do consumidor é que tem levado as orga-
nizações a se atualizarem com novas técnicas de produção, cada vez mais
eficazes, eficientes e de alta produtividade.
É tão grande a atenção dispensada aos clientes que este, em muitos casos,
já especifica em detalhes o “seu” produto, sem que isso atrapalhe os processos de
produção, tamanha a flexibilidade. Assim, estamos caminhando para a produção cus-
tomizada, que, sob certos aspectos, é um retorno à produção artesanal, sem a figura
do artesão, mas aliada às modernas técnicas e tecnologias da produção em massa e
da produção enxuta.
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do administrador da produção, entre outras são:
• Fazer o planejamento da produção: através de previsões da demanda dos
produtos da empresa e a transferência dessas previsões para a demanda equivalente
dos fatores de produção. Os cronogramas de produção podem ser ajustados a fim de
se evitar grandes flutuações ou mesmo para permitir a produção e as compras em
lotes econômicos, fornecendo em tempo hábil, dados sobre mão-de-obra, espécie
e quantidade de material e equipamentos, facilitando ao Departamento de produção
acertar prazos de entrega, conforme pedidos recebidos do almoxarifado.
• Controlar a Produção: para manter as datas estipuladas no recebimento de uma
encomenda, ou seja, dar aos departamentos as necessárias instruções no intuito de verifi-
car a evolução da produção, aplicando medidas corretivas quando se fizerem necessárias.
• Buscar a Qualidade da Produção: além de ser responsável pela satisfação
das exigências relacionadas com a quantidade e com a data da entrega, o adminis-
trador é também responsável pela qualidade da produção. Garantindo tal qualidade
através das inspeções, como também empregar medidas que aumentem as possibili-
dades de o produto final atender às especificações programadas, como por exemplo:
as técnicas de controle da qualidade.
• Minimizar os custos de produção: escolher o método de produção mais efi-
caz, uma vez que um produto pode ser fabricado de várias maneiras. Alguns são mais
econômicos que outros. Portanto uma análise dos métodos alternativos de produção
deve ser feita, visando determinar o melhor método.
• Minimizar os custos com mão-de-obra: conhecendo qual o rendimento que a
empresa pode esperar de cada empregado, através de técnicas de medidas de trabalho.
• Preocupação com o Layout da fábrica e com a movimentação de materiais, Pois
para minimizar os custos de produção, deve garantir que um arranjo físico mais eficiente
seja desenvolvido e que se adote o mais eficiente, Sistema de movimentação de materiais.
• Controlar os Estoques: fazer cronogramas das atividades de produção
para Que as partes componentes possam ser fabricadas em lotes econômicos e
Estejam à disposição quando necessárias, para atender as exigências dos clien-
tes. Organizar o abastecimento de matérias-primas e de componentes, de modo
que possam ser adquiridos em lotes econômicos e estejam estocados quando
necessários à fabricação.
• Interesse em Métodos para a motivação dos operários: com o intuito de maxi-
mizar sua eficiência. Relacionando os vencimentos do empregado a sua produção, isto é,
proporcionar um incentivo salarial, uma vez que um aumento da produtividade da Mão-de-
-obra reduz custos unitários do produto (MAYER, 1984 apud SANTANA, 2009, p. 10-11).
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sua produção, isto é, proporcionar um incentivo salarial, uma vez que um
aumento da produtividade da Mão-de-obra reduz custos unitários do
produto. (MAYER, 1984 apud SANTANA, 2009, p. 10-11).
ATIVIDADES COMPLEMENTARES:
ATIVIDADES COMPLEMENTARES:
Assistaao
Assista aovídeo:
vídeo:
Administração
Administração(Administração
(Administraçãoda
daProdução
ProduçãoeeOperações)
Operações)
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=9wKrgyDraMY>.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=9wKrgyDraMY
ATIVIDADE
1. Vimos a definição dada por diversos autores para Administração da Produção, ago-
ra é a sua vez de definir o que é Administração da Produção.
7. Conceitue:
Organizações
Administração
Atividades de produção
9. Cite algumas inovações introduzidas pela Revolução Industrial que geraram gran-
des aumentos de produtividade.
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P á g i n a | 18
Fonte: Adaptadodede
Fonte: Adaptado Slack
Slack (2002)
(2002).
I - Input:
15
tados ou convertidos, de alguma forma, para a obtenção dos outputs
(bens e serviços). Podem ser materiais, informações ou consumidores.
b) Recursos de transformação
São aqueles utilizados para realizar a transformação dos recursos
transformados em bens e serviços. É composto pela mão-de-obra
(funcionários) e instalações (equipamentos, prédio, terreno, processo,
etc.) (MELO, 2008, p.6)
II - Processo De Transformação
Fonte:
Fonte: Slack et Slack et al. (2002)
al. (2002) apud apud Peinado;eGraeml
PEINADO GRAEML (2007, p.54). p.54).
(2007,
3- Output
16
17
convertendo matéria-prima em produto acabado (bens de consumo).
Como exemplos podem ser citados a produção de móveis, automó-
veis, eletrodomésticos, máquinas, utensílios, etc.
3. Produção terciária (ou de prestação de serviços): Constitui-se
de atividades especializadas que as empresas oferecem ao mer-
cado, podendo assumir uma variedade de características e espe-
cializações. São os casos de serviços de advocacia, serviços mé-
dicos, de consultorias, de transporte, concessionárias de serviços
de energia elétrica, telecomunicações, etc. (CHIAVENATO, 1991,
p. 203).
• Dimensão volume:
• Dimensão variedade:
Uma empresa de táxi oferece grande variedade de serviços. Pode res-
tringir-se ao transporte de pessoas e bagagens, estando preparada
para buscá-las em qualquer lugar e levá-las para outro. Pode, ainda,
a determinado preço, fazer o roteiro que você escolher. A variedade
do serviço oferecido permite atender bem às necessidades de seus
clientes. Isso, contudo, tem seu preço. O custo por km rodado será
mais alto para um táxi do que para uma forma de transporte como um
serviço de ônibus (LOPES et al., 2010, p.23).
18
• Dimensão variação:
Consideremos o padrão de demanda de um hotel resort bem-sucedido
nas férias de verão. Não constitui surpresa o fato de muitos clientes
preferirem o hotel na época de verão à de inverno. Possivelmente o
hotel poderia, no pico da temporada, desejar acomodar o dobro de
hospedes que sua capacidade permite se tivesse espaço disponível.
Se a demanda fora da estação for apenas uma pequena fração de
sua capacidade, entretanto, poderá até considerar o fechamento em
períodos de demanda muito fraca. A implicação de tal variação nos
níveis de demanda é que a operação deve, de alguma forma, mudar
sua capacidade (LOPES et al. 2010, p.23-24).
.
• Dimensão Visibilidade:
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um produto, outros produtos tomam o seu lugar nas máquinas. O produto original só
voltará a ser feito depois de algum tempo, caracterizando-se assim uma produção
intermitente de cada um dos produtos (MOREIRA, 2002).
“Cada lote é dimensionado para atender a um determinado volume de vendas
previsto para um determinado período de tempo” (SENAI, 1999, p. 44). Segundo as
informações apresentadas pela apostila do SENAI (1999, p. 45) as principais caracte-
rísticas deste sistema de controle da produção são:
- a fábrica é capaz de produzir produtos com diferentes características,
- as máquinas são agrupadas em baterias do mesmo tipo,
- a produção em lotes, não geram grandes picos de produção,
- exige grandes áreas de estocagem para produtos acabados,
Este tipo de sistema é utilizado por uma infinidade de indústrias como, por
exemplo, têxteis, cerâmicas, motores elétricos.
ATIVIDADE
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plos de output em uma “fábrica de automóveis” e em um “salão de beleza”.
4) Duas dimensões, cujo conhecimento é fundamental para a administração da produ-
ção, são VOLUME e VARIEDADE. Explique cada uma delas.
5) O modelo de transformação apresentado a seguir procura descrever a natureza
da produção. A produção envolve um conjunto de recursos de entrada (input) usados
para transformar algo (recursos de transformação) ou para serem transformados (re-
cursos a serem transformados) em saídas (output) de bens e/ou serviços. Qualquer
atividade de produção (para bens ou serviços) pode ser analisada por meio do modelo
entrada - transformação - saída. Temos, assim:
I - Recursos (a serem) transformados: são os que a organização necessita receber
(entrada - input) para poder agir sobre os recursos transformados.
II - Materiais: madeira, ferro, bauxita etc.
III - Informações: de origem bancária, de censo populacional, de crescimento da rique-
za (PIB) etc.
IV - Consumidores: os que operam, administram, mantêm e planejam a produção.
V - Recursos de transformação: são os que vão passar por uma transformação, trata-
mento ou conversão que lhes agregará valor (valerão mais).
VI - As instalações: edifícios, máquinas, equipamentos, tecnologia etc.
VII - Os funcionários: clientes em um salão de cabeleireiro, passageiros do metrô etc.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas válidas:
A)I, II e V.
B)II, III e VII.
C)III, IV e VI.
D)II, III e VI.
E)I, III e VII.
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3. ESTRATÉGIAS PARA O PLANEJAMENTO DO ARRANJO FÍSICO (LAYOUT)
Oliveira (2007) evidencia que existem alguns aspectos do arranjo físico a serem
considerados: “o arranjo físico adequado proporciona para a empresa maior econo-
mia e produtividade, com base na boa disposição dos instrumentos de trabalho e por
meio da utilização otimizada dos equipamentos de trabalho e do fator humano aloca-
do no sistema considerado”.
Oliveira (2007) também nos apresenta os objetivos do arranjo físico:
De acordo com Martins e Laugeni (2006), há uma sequência lógica a ser segui-
da para a definição do layout:
Determinação da Capacidade
Layout da empresa
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Vamos ver cada item detalhadamente:
De acordo com Borba (1998), antes mesmo de se iniciar a implantação de uma
indústria, há uma questão fundamental a ser resolvida, o local onde a empresa será
instalada.
A escolha da localização da empresa pode ser dividida em duas partes: A ma-
crolocalização e a microlocalização. A macrolocalização visa a escolha da região onde
a fábrica será instalada, levando em consideração os fatores de ordem econômicas,
tais como:
• Matéria-prima;
• Mão-de-obra;
• Mercado;
• Transporte;
Outro fator a ser levado em consideração na escolha da região é o fator técnico
que observa fatores como:
• Água;
• Impostos;
• Leis;
• Comunicação;
• Energia;
O autor completa citando que a microlocalização é a escolha do local definitivo
onde será construída a fábrica. Fatores técnicos como: condições do terreno onde a
fábrica será instalada; possibilidades de deslizamento de terra ou pedras; riscos de
inundações; se há espaço para futuras expansões; se há a existência ou não de: água
potável, de comunicação, de sistema rodoferroviário, fluvial ou aéreo, de coleta de
lixo, de transporte coletivo, de esgoto sanitário, entre outros, são fatores importantes
na escolha do local onde a fábrica será construída.
A escolha do local da indústria deve receber grande atenção por parte dos
responsáveis pela empresa, pois terá repercussão e consequências a médio e longo
prazo para a organização.
• Determinação da Capacidade:
23
num dado intervalo de tempo.
• Layout da empresa
24
4
Extraído de: LEITE, Ronaldo Landim e DINIZ, Alexandre Magno Ferreira. Estudo do arranjo
Arranjo físico funcional ou por processo – neste tipo de layout P á g ios | 32
n arecursos
Fonte:
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA820AC/arranjo-fisico-planejamento- Aces-
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA820AC/arranjo-fisico-planejamento-estrategico?part=2>.
so: 03/09/2013. estrategico?part=2 Acesso: 03/09/2013.
Arranjo físico linear ou por produto – neste tipo layout os equipamentos são
• Arranjo físico linear ou por produto – Neste tipo layout os equipamentos
dispostos de acordo com a sequência de processamento, o que facilita o controle do
são dispostos de acordo com a sequência de processamento, o que
processo e minimiza o manuseio de materiais, ou seja, o material passa pelas opera-
facilitaum
ções e existe o controle do processo
único produto e em
fabricado minimiza
grandeo quantidade.
manuseio de materiais, ou
seja, o material passa pelas operações e existe um único produto
Arranjo
fabricado em grande Físico Linear ou por Produto
quantidade.
26
Arranjo físico celular – neste tipo de layout o material em processo é dire-
cionado para operação onde ocorrerão várias etapas de seu processamento. A célula
concentra todos os recursos necessários para isso e pode ter os seus equipamentos
organizados por produto ou por processo. Com a célula procura-se confinar os fluxos
(movimentação de materiais) a uma área específica, reduzindo assim os efeitos nega-
tivos de fluxos intensos através de longas distâncias.
P á g i n a | 34
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA820AC/arranjo-fisico-planejamento-
estrategico?part=2 Acesso: 03/09/2013.
Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA820AC/arranjo-fisico-planejamento-estrategico?part=2>. Aces-
so: 03/09/2013.
27
Desenvolvimento de um arranjo físico5
• Desenvolvimento de um arranjo físico5:
28
• Controle de resultados – esta é a última fase onde são levantados todos os
dados necessários ao desempenho dos setores para que sejam adotados os ajustes
quando necessários.
Olivério (1985) usa o termo plant layout para designar o arranjo físico, para o
autor o plant layout tem objetivo de buscar a combinação ótima da equação de pro-
dução, no que consiste em aumentar a moral e a satisfação do trabalho, o incremento
da produção, a redução das demoras, economia de espaço, redução de manuseio,
uso intensivo dos equipamentos, mão de obra e serviços, redução do tempo de ma-
nufatura e de material em processo, redução dos custos indiretos, melhor qualidade,
flexibilização, entre outros.
Ainda, de acordo com Olivério (1985) para atingir os objetivos do plant layout é
necessário atender seis princípios gerais:
• Princípio da integração – trata-se em dispor os equipamentos e máquinas
de forma harmônica. Uma unidade fabril é composta por diversas mini unidades inter-
ligadas numa sequência em série, sendo assim, uma falha em qualquer parte das mini
unidades, afeta toda a unidade;
• Princípio da mínima distância – o movimento de material em processo não
agrega valor ao produto. Esse princípio versa no esforço de redução para o mínimo
possível o movimento de material, buscando reduzir custos;
• Princípio de obediência ao fluxo de operações – referiram-se aos materiais,
equipamentos, pessoas, quanto ao movimento de um fluxo contínuo, em observância
ao processo de manufatura;
• Princípio do uso das três dimensões – este princípio trata da preocupação
da ocupação dos espaços. Considerando, portanto, o volume dos objetos, área de
circulação de ar, espaços de movimentação e operação, espaços para manutenção
volume, segurança, etc.;
• Princípio da satisfação e segurança – diz respeito a satisfação e o conforto
as pessoas proporcionado por um arranjo físico bem elaborado. Preocupando-se com
o ambiente de manufatura propício para desenvolver as atividades com segurança e
aprazível. São fatores relacionais a esse princípio as cores, iluminação, temperatura
ambiente, ruídos, limpeza, odor, etc.;
• Princípio da flexibilização – trata-se da necessidade em prever mudança
de produto, mudança de máquinas frente às inovações tecnológicas e, a mudança de
métodos e sistema de trabalho.
29
Quando o Arranjo Físico de uma Organização está Defasado?
Para Borba (1998), alguns itens devem ser observados para saber se o arranjo fisco
de uma organização deve ser refeito, são eles:
1. Obsolescência das instalações: Ocorre quando há entrada de novos produtos ou
serviços, que pode exigir um novo método de trabalho com fluxos e equipamentos
diferentes dos atuais, podendo ter a necessidade de uma nova área de estocagem;
Extraído de: FERREIRA, Sílvia Helena de Oliveira. Como um arranjo físico adequado pode melhorar a agi-
lidade e eficiência organizacional. Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga. Taquaritinga. 2009.
30
ATIVIDADE
31
• O uso da pré-fabricação na maior parte possível de partes do edifício.
• A crescente conversão do canteiro de obra em local de montagem de partes
pré-fabricadas.
• A máxima racionalização dessa montagem.
A administração da produção e o controle dos processos no canteiro, particu-
larmente no que se refere às relações comerciais com terceiros e às entregas dos di-
versos insumos, desde projetos até materiais e serviços, são amplamente favorecidos
dentro desta metodologia.
Ainda que a adoção destas novas práticas não implique necessariamente no
emprego da pré-fabricação total, claro está que a transformação da obra num local
de montagem de partes pré-fabricadas é uma alternativa que pode contribuir decisi-
vamente para melhorar o controle dos cronogramas e da produtividade em canteiro,
uma vez que a produção dos componentes faz-se fora do local da obra, segundo con-
tratos específicos, os quais estão submetidos aos seus próprios cronogramas.
O nível de desenvolvimento tecnológico da indústria da construção civil, a des-
peito dos avanços verificados com o emprego recente de painéis e módulos pré-fa-
bricados, ainda é incomparavelmente mais atrasado que o dos demais setores da
indústria convencional, além de não poder ser considerado homogêneo. No entanto,
ao se observar alguns dos conceitos introduzidos no âmbito da construção industriali-
zada no início do século XX, tais como os de tolerância e intercambiabilidade, quando
pioneiros como Walter Gropius e Wachsmann (1930) aplicavam em seus projetos as
experiências de racionalização antes já experimentadas pelas construções metálicas,
é possível perceber que muitos dos ideais utópicos daquela época são hoje perfeita-
mente factíveis. Ou seja, a possibilidade de produção seriada de edifícios industriali-
zados, quer em suas partes fundamentais, quer na sua totalidade, é uma realidade e
a indústria da construção civil está apta a dar um grande salto, superando num curto
espaço de tempo a defasagem tecnológica do setor e alcançando um nível de indus-
trialização equivalente àquele que já é visível nos países desenvolvidos.
Em que pesem as profundas diferenças existentes entre as realidades do Brasil
e dos países mais desenvolvidos, pode-se afirmar com relativa segurança que um
ciclo semelhante ao experimentado no auge da aplicação das técnicas de pré-fabri-
cação na Europa, após a Segunda Guerra Mundial, incluindo sua posterior obsoles-
cência e a sua recente substituição por tecnologias e procedimentos mais flexíveis,
menos rígidos, tem sido também uma tendência ao longo do desenvolvimento ainda
incipiente da pré-fabricação no país.
Ainda que cada país, evidentemente, deva buscar desenvolver os seus pró-
prios modelos, mais adequados às suas necessidades e realidades, é impossível não
reconhecer a influência que os sistemas abertos ou a “segunda geração da indus-
trialização”, baseada no emprego intensivo de componentes, já vem exercendo no
32
mercado brasileiro há pelo menos uma década.
Não fosse assim, como explicar a reconversão de várias das empresas brasi-
leiras, até então produtoras de sistemas pré-fabricados fechados para galpões indus-
triais, em fabricantes de componentes para sistemas abertos, tais como: lajes alve-
olares, painéis arquitetônicos, estruturas baseadas no conceito de pré-formas, entre
outros produtos?
Por sua vez, vem novamente a pergunta: O que falta então para que o segmen-
to de pré-fabricados de concreto venha a romper a barreira dos 5% que representam a
sua participação histórica na produção de cimento no país? Há no Brasil, ainda que se
considere somente a região centro-sul, um grande abismo separando a realidade da
indústria da construção civil e a possibilidade de aplicação de sistemas pré-fabricados
e procedimentos industrializados.
As demandas existentes, mesmo se tratando do imenso déficit habitacional de
mais de 6 milhões de unidades, foram e seguem sendo encaradas sob a ótica das
formas tradicionais de se construir.
O Brasil dispõe hoje de um parque produtor de pré-fabricados, cuja experiência
e a capacitação técnica permitem o desenvolvimento de produtos extremamente ade-
quados a estas demandas.
A falta de disseminação do uso de sistemas pré-fabricados abertos, baseados
na utilização de componentes pré-fabricados com um alto valor agregado, é hoje mais
uma questão cultural do que o fruto de uma limitação tecnológica, daí a questão re-
corrente: não se constrói porque não há soluções tecnológicas ou não há soluções
tecnológicas porque não se constrói em larga escala empregando os pré-fabricados
de concreto?
Obstáculos que precisam ser rompidos Partindo-se do pressuposto de que não
são os fatores estritamente tecnológicos que representam o maior obstáculo à difusão
da pré-fabricação no Brasil, chega-se à conclusão que uma visão de futuro sobre a
pré-fabricação no país deva contemplar inicialmente:
1) A demonstração da validade desta ferramenta para a superação das deman-
das existentes, tomando como exemplo as experiências ocorridas nos países desen-
volvidos.
2) A apresentação de obras nacionais e internacionais que tenham um caráter
inovador e que tragam uma contribuição objetiva no sentido de aplicação dos novos
conceitos inerentes à construção pré-fabricada em concreto («industrialização de ci-
clo aberto»).
3) O rompimento do estigma que no passado associou a construção pré-fabri-
cada à uniformidade, à monotonia e à rigidez na arquitetura.
4) A demonstração de que, para além da qualidade arquitetônica, as novas
obras pré-fabricadas possuem qualidades intrínsecas relativas ao nível de acabamen-
33
to e ao atendimento das exigências de conforto do usuário final.
5) A consideração de que existem novas tecnologias à base de cimento, tais
como o CAD e os compósitos; inovações tecnológicas aplicadas na execução de
obras recentes e emblemáticas.
FONTE: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/comunidade/calandra.nsf/0/76BF5FD9BFDC1B0F03256C-
F700454254?OpenDocument&pub=T&proj=Novo&secao=ArtigosTecnicos#>. Acesso em 24 de novembro de 2004.
PERGUNTAS
2. O arranjo físico (layout, em inglês) de uma operação produtiva preocupa-se com o posi-
cionamento dos recursos de transformação. Isto é, deve-se definir onde colocar:
- Instalações
- Máquinas
- Equipamentos
- Pessoal de produção
Mudanças relativamente pequenas na localização de uma máquina numa fá-
brica ou dos produtos em um supermercado podem afetar o fluxo de materiais ou de
pessoas, o que pode afetar positiva ou negativamente os custos e a eficácia da ope-
ração. As razões práticas pelas quais as decisões de arranjo físico são importantes
são as seguintes:
I - Mudanças de arranjo físico são frequentemente atividades difíceis e de longa
duração, por causa das dimensões físicas dos recursos de transformação movidos.
II - Mudanças de arranjo físico não geram mudanças em termos de alimentação
de energia, movimentação de pessoas etc.
III - O rearranjo de uma operação existente pode interromper seu funcionamen-
to suave, levando à insatisfação do cliente ou a perdas na produção.
IV - Um arranjo físico errado gera padrões de fluxo confusos e longos, estoques
de materiais e filas de clientes.
V - Um arranjo físico errado nada tem a ver com tempos longos de processa-
mento, operações inflexíveis, fluxos imprevisíveis e altos custos.
34
As razões corretas para o momento das decisões sobre arranjo físico são:
A) I, II e III.
B) II, III e IV.
C) III, IV e V.
D) II, III e V.
E) I, III e IV.
3. Quais as razões praticas pelas quais a decisão de arranjo físico são importantes na
maioria dos tipos de produção?
4. Cite os tipos básicos de arranjo físico?
5. Explique como funciona o arranjo físico posicional?
6. Explique com funciona o arranjo físico por processo?
7. Explique como funciona o arranjo físico celular?
8. Explique como funciona o arranjo físico por produto?
9. Quais as vantagens e desvantagens do arranjo físico posicional?
10. Identifique o tipo de arranjo físico que deveria ser adotado pelas seguintes orga-
nizações, justificando:
A) Padaria
B) Banco
C) Fábrica de balas
D) Usina de açúcar
E) Academia de ginástica
F) Confecção de roupas
35
4. TÉCNICAS DE ORGANIZAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DO TRABA-
LHO PRODUTIVO
• Eficiência:
• Eficácia:
36
Para Bertaglia (2009) eficácia se “refere à forma como uma organização atin-
ge as suas metas, produzindo os resultados esperados” (BERTAGLIA, 2009, p. 75).
Alinhado aos conceitos de eficiência e eficácia destaca-se a produtividade, que para
Lacombe (2009) é:
Fonte: Adaptado
Fonte: Adaptado de Chiavenato (1990,
de CHIAVENATO p. 45).
(1990, p. 45).
39
e seus fornecedores – influência é impactada pelos métodos do Planejamento e Con-
trole da Produção.
Observa-se que independentemente do sistema organizacional produtivo, da
tecnologia utilizada no processo e da forma empregada para administrar a produção
existem algumas atividades que são inerentes à realização do Planejamento e Con-
trole da Produção, dentre elas (RESENDE; SACOMANO, 2000):
1) Processo de previsão de vendas/gestão da carteira de pedidos: consiste da
atividade do Planejamento e Controle da Produção, que é a interface com o setor de
vendas da empresa, a partir da qual são produzidos os dados a respeito do que pro-
duzir e em que quantidades, assim como o seu prazo de conclusão;
2) Planejamento agregado de produção: atividade que se responsabiliza por
estabelecer os níveis gerais de produção e capacidade, fundamentado em informa-
ções agregadas sobre as necessidades referentes à produção de famílias ou grupos
de produtos, a partir da qual será possível avaliar a necessidade de novos investimen-
tos no médio e longo prazo;
3) Planejamento mestre de produção: consiste na atividade que estabelece
um referencial básico para a produção, informando quando e em que quantidade
cada produto deverá ser produzido dentro de um determinado horizonte de pla-
nejamento. Mantendo diferença do planejamento agregado, o plano mestre con-
sidera a produção em termos de produtos específicos e não de modo agregado
(família de produtos);
4) Planejamento das necessidades de materiais: é a determinação do planeja-
mento dos materiais necessários para satisfazer o programa de produção estabeleci-
do e tem como fonte de informação a lista de materiais produzida a partir das neces-
sidades de produtos finais e a posição de estoque;
5) Controle de estoques: atividade responsável pelo controle físico e quantita-
tivo dos itens fabricados, comprados e utilizados pela empresa para a fabricação de
seus produtos e para a prestação de serviços;
6) Programação da Produção: consiste na definição da carga dos centros de
trabalho e os instantes nos quais eles devem ser executados, a fim de cumprir os pra-
zos e programas de entrega prometidos;
7) Planejamento e Controle da Capacidade: atividade que define os níveis má-
ximos de capacidade do sistema de produção como um todo, assim como dos centros
de trabalho individuais, avaliando, ao longo do tempo, a necessidade de ações para
adequação do sistema produtivo às demandas impostas; e
8) Controle da Produção: atividade responsável pelo monitoramento das ope-
rações de produção e das decisões a fim de que os objetivos definidos na fase de
planejamento sem cumpridos.
40
4.2 Planejamento Estratégico da Produção
7
Extraído de: ESCORSIM, Sérgio. “Fatores relevantes no processo de transferência de tecnologia na im-
plementação do sistema de planejamento e controle da produção na indústria Metalgráfica Iguaçu S.A.”
2006. 91 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Ponta Grossa. 2006.
41
Existem inúmeras técnicas de auxílio à gestão do P. C. P., que têm por objetivo dar
apoio à tomada de decisões táticas e operacionais, visando proporcionar maior compe-
titividade aos empresários. Entre essas técnicas que foram desenvolvidas, destacam-se
os sistemas de softwares que ganharam conceito internacional pela alta eficiência do seu
desempenho e outras caseiras que foram desenvolvidas pelas próprias empresas para
solucionar necessidades específicas de seus processos. Os sistemas que se tornaram
mais conhecidos foram os sistemas MRP I, MRP II e o ERP, este último representa uma
evolução nos sistemas MRP.
42
ponibilidade, as empresas passaram a depender cada vez mais da
informação e desfrutar dos sistemas computacionais cada vez mais
sofisticados para suportar suas atividades. Além disso, nos tempos
atuais, mais do que nunca, informação significa poder e seu uso apro-
priado pode ser uma arma que estabelece o diferencial competitivo
e a projeção de um cenário com vistas a um melhor atendimento a
clientes, com a otimização de toda a cadeia de valores e de produção
(ALBERTÃO, 2001, p.24).
Assista ao vídeo:
Assista ao vídeo:
Administração (Administração da Produção e Operações)
• A importância do planejamento nas organizações.
Disponível
Disponível em:
em: <http://www.youtube.com/watch?v=RwOKaWQZ45I>.
http://www.youtube.com/watch?v=9wKrgyDraMY
• Planejamento Estratégico: Missão, Visão e Valores.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=kc8TGIqyEso>.
43
ATIVIDADE
1. Leia a fabula e em seguida faça um relato descrevendo a sua relação com o conte-
údo estudado até aqui.
Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque. Os porcos que ali viviam fo-
ram assados pelo fogo e suas peles duras pururucaram, tornando-se apetitosamen-
te crocantes. Os homens daquela região, habituados a comer carne crua, degusta-
ram os porcos transformados em torresmos e acharam delicioso o sabor e o aroma
da carne assada. A partir dessa revolucionária experiência gastronômica, toda vez
que desejavam comer porco assado e torresmo incendiavam todo um bosque inteiro.
Os homens daquela região montaram um aparato técnico, científico e administrativo
monumental para o assamento de porcos. Este aparato foi crescendo assustadora-
mente passando a envolver milhões de pessoas.
Foram desenvolvidas máquinas e equipamentos sofisticados para executar ta-
refas de diversos tipos; funcionários foram especialmente treinados para acender fogo
e incendiar bosques e alocados em núcleos regionais para trabalhar em períodos
diurnos e noturnos. Surgiram, ainda, especialistas em ventos, em chuvas, em árvores,
em bosques, em pururuca e torresmo e, enfim, especialistas de todos os tipos possíveis
e imagináveis. Os cargos foram surgindo sem parar: o de diretor geral de assamento, o
de diretor de técnicas ígneas com seu Conselho de Assessores, o de administrador geral
de reflorestamento, o de diretor disso e daquilo, além de centenas de cargos de chefia e
sub-chefia. Foram criados departamentos para o treinamento profissional em Porcologia,
institutos superiores de cultura e técnicas alimentícias e diversos centros responsáveis
pelas reformas de caráter igneooperativo. Foi formulado um Plano Nacional para a Forma-
ção de Bosques, Planabo, cuja meta plurianual seria implantar bosques de acordo com as
técnicas mais modernas de reflorestamento. Foram trazidos do exterior cientistas para o
estudo e seleção das melhores variedades de árvores e sementes, para o estudo de fenô-
menos pluviométricos, para o estudo do fogo e de matrizes de porcos e para desenvolver
pesquisas sobre o extraordinário fenômeno da pururucagem. Poderíamos ficar dezenas
de anos seguidos descrevendo o faraônico aparato instituído para coordenar, implementar,
controlar e manter todo o gigantesco processo.
Apesar da enorme soma de recursos públicos investidos no funcionamento
deste gigantesco aparato, no processo de assamento os animais ficavam, ou parcial-
mente crus, ou demasiadamente tostados, desagradando milhões de paladares cada
vez mais refinados.
8
Extraído de: <http://www.portalbrasil.net/2007/colunas/economia/fevereiro_01.htm>. Acesso: 09/09/2013.
44
As queixas eram justificadas: os impostos pagos para custear o aparato eram
escorchantes, a poluição causada pelos incêndios e a qualidade da carne assada,
devido, supostamente, à ampliação da escala de produção, cada vez piores. Foram
aumentando os protestos na imprensa, crescendo as insatisfações na opinião pública,
os políticos aproveitando para fazer promessas de campanha e as mobilizações da
comunidade tornando consensual a necessidade urgente de reforma no modelo de
assamento de porcos.
Congressos, seminários e conferências passaram a ser realizados na busca
de uma solução para o problema. Apesar do extraordinário esforço empreendido por
milhares de especialistas em assamento de porcos, inclusive com títulos de doutor ob-
tidos no exterior, os resultados alcançados eram desanimadores. Repetiam-se, assim,
os congressos, seminários e conferências. Os especialistas continuaram insistindo que
as causas do mau funcionamento do sistema eram a indisciplina dos porcos, que não
permaneciam onde deveriam ficar no momento do incêndio do bosque; a natureza indo-
mável do fogo e dos ventos; e, ainda, a má seleção das variedades de árvores, muitas
delas inadequadas para o assamento, a excessiva umidade da terra e o insatisfatório
serviço de meteorologia que não fornecia informações exatas sobre o lugar, a hora e a
quantidade da precipitação de chuvas. Os especialistas formaram correntes de pensa-
mento e desenvolveram doutrinas que geraram disputas acirradas nas Universida-
des. Milhares de obras de cunho científico foram publicadas, lançadas revistas com
prestígio internacional, criados cursos de pós-graduação para formar cientistas
além de institutos para desenvolver pesquisas sobre porcos e assamento de porcos.
Até que, certo dia, João Bom-Senso, um incendiador categoria C, nível 4, classe
INC, percebeu que o problema era de fácil solução. Bastava, primeiramente, ma-
tar, limpar e cortar o porco escolhido e, depois, colocar a carne numa armação
metálica sobre carvão em brasa, até que, sob o efeito do calor, a carne ficasse
assada. A grande vantagem desse método era a possibilidade de cada um tempe-
rar a carne de acordo com o seu paladar e assá-la em sua própria casa reunindo
os amigos para beber, conversar, solidificar laços de cunho político, religioso,
profissional e/ou apenas afetivo.
Tendo sido informado sobre as ideias subversivas deste perigoso funcionário,
o diretor geral de assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete e, depois de ouvi-lo
pacientemente, disse-lhe em tom incisivo:
— Tudo o que o senhor me explicou é teoricamente muito bonito, diria até
maravilhoso, mas jamais funcionaria na prática. O que o senhor faria, por exem-
plo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar a sua bem intencionada
ideia? Onde seriam empregados os pesquisadores que produzem todo o conheci-
mento necessário para aperfeiçoar as técnicas de incêndio e de reflorestamento?
— Não sei, disse João.
45
— E os especialistas em sementes? Em árvores importadas? E os desenhis-
tas de instalações para porcos e os operadores de máquinas para destrinchar carne
assada?
— Não sei.
— E os cientistas que ficaram anos seguidos especializando-se no exterior e
cuja formação custou tantos recursos ao país? E os pesquisadores que têm trabalha-
do na elaboração do Programa de Reforma e Melhoramento do Sistema de Assamen-
to de Porcos? O quê faço com eles se a solução que o senhor me traz resolver tudo?
— Não sei, repetiu João, encabulado.
— O senhor percebe que a sua “maravilhosa” ideia pode desencadear uma
crise de proporções catastróficas no país? O senhor não vê que se tudo fosse tão
simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito, muito, tempo
atrás? O senhor, com certeza, compreende que eu não posso simplesmente convocar
os milhares de técnicos, engenheiros e pesquisadores com PhD e dizer-lhes que tudo
se resume a utilizar brasinhas, sem chamas, para assar porcos, e bye-bye para todos
vocês! O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros quadra-
dos de bosques já preparados, cujas árvores não dão frutos e nem têm folhas para dar
sombra e abrigo aos pássaros?
— Não sei, não, senhor.
— O senhor não reconhece que nosso Instituto de Porcopirotecnia é constituído
por personalidades científicas do mais extraordinário gabarito?
— Sim, eu acredito que sim.
— O que eu faria com figuras de tão grande importância para o país?
— Não sei.
— Viu? O senhor não sabe de nada! O que precisamos são soluções viáveis
para problemas práticos específicos. Por exemplo, como melhorar as anemotécni-
cas atualmente utilizadas, como formar rapidamente profissionais para preencher as
vagas existentes na região Oeste do país ou como construir instalações para porcos
com mais de sete andares que sejam funcionais. Temos que caminhar muito ainda
para aperfeiçoar o sistema, o senhor me entende? O que precisamos, acima de tudo,
é de sensatez e não de belas intenções!
— Realmente, eu estou perplexo!, respondeu João.
— Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia
espalhando por aí a sua insensata ideia. Pode ser muito perigoso. O problema é bem
mais sério e complexo do que o senhor jamais poderia imaginar. Agora, entre nós, re-
comendo que não insista nessa sua ideia boba pois isso poderia trazer problemas para
o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor entende. Eu falo isso para o seu pró-
prio bem, porque o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o
senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?.
46
João Bom-Senso não falou mais um a. Meio atordoado, meio assustado, envergonha-
do por ter transmitido a sua estúpida ideia ao diretor geral, saiu de fininho e ninguém
nunca mais o viu. Os boatos se espalharam e tornou-se hábito dizer em reuniões de
Reforma do Sistema, em tom de chacota, de forma cínica até, que falta Bom-Senso.
Trabalho em Grupo:
47
5. TECNOLOGIAS APLICADAS AOS CONTROLES DE PROCESSOS PRODUTIVOS
No final do século XX, com as espetaculares mudanças tecnológicas, mercado-
lógicas e políticas ocorridas com a queda das barreiras comerciais, tornando o mundo
globalizado, os planejamentos de produção precisaram ser mais bem elaborados. Os
desenvolvimentos de novas tecnologias e de máquinas mais modernas e automatiza-
das proporcionaram maior produtividade e rapidez no processo de produção. Qualida-
de e redução de custos passaram a fazer parte da complexidade da gestão, na guerra
de preços e dos novos parâmetros de sobrevivência oriundos pela internacionalização
da economia (ESCORSIM, 2006).
Nesse sentido Pereira e Erdmann (2008) completam:
48
mos do desenvolvimento e as novas tecnologias surgem em nossas vidas de maneira
espantosa e imprevisível.
Gates (1999, p. 9-10) diz que:
49
A transferência de tecnologia abrange todas as informações técnicas sobre a
engenharia dos produtos, processos e a metodologia usada no desenvolvimento tec-
nológico. A metodologia é o meio pelo qual a tecnologia é transferida ao usuário, ca-
pacitando-o a prosseguir na utilização e melhoria do conhecimento.
Lima (2004) define transferência de tecnologia como sendo, a aquisição, de-
senvolvimento e utilização de conhecimento tecnológico por um outro ambiente que
não o gerou. Ou seja, é o processo de introdução de um conhecimento tecnológico já
existente, onde não foi concebido ou executado.
O atributo mais importante na transferência de tecnologia é a vantagem relativa
que a inovação tem para competir ou substituir as tecnologias existentes. Esta van-
tagem tem correlação positiva se ela estiver ligada a outras inovações já aceitas no
mercado, mas deve-se tomar cuidado quando ela não é compatível com os valores e
normas existentes.
Segundo Kovaleski Pilatti e Oliveira (2005, p. 99):
Mattos (2005, p. 35) diz que “uma das complexidades na transferência de tec-
nologia é o grau pelo qual o produto ou processo é percebido como difícil de entender
ou de usar. A complexidade geralmente retarda a difusão”.
Uma das maiores preocupações atualmente é proteger a apropriabilidade
da inovação ao transferir a tecnologia a quem dela for beneficiado. Na realida-
de, o controle, distribuição e uso da propriedade intelectual são protegidos pelo
registro de patentes e este é um meio bastante restrito de proteger, porque a
patente requer a revelação da natureza da inovação e muitas vezes o imitador
com pequenas mudanças nos componentes acaba formulando um novo produto
ou processo. Nestes casos a proteção das inovações por meio de conhecimentos
tácitos é significativamente importante nas questões que envolvem produtos ou
processos.
Mattos (2005) diz que adotar:
50
Todos os pontos levantados e comentados neste capítulo referente à transfe-
rência de tecnologia mostram que o componente tecnológico se impõe cada vez mais
como um dos alicerces fundamentais para vencer na competitividade. Contudo não
basta ter tecnologia é necessário protegê-la e hoje apesar dos pesares o registro de
patentes é a forma mais apropriada para proteger seu inventor.
ATIVIDADE
Provão-INEP (1999)
51
ceber a mercadoria. “Graças à tecnologia, nossos depósitos serão transformados em
uma extensão dos depósitos de nossos clientes” – afirma o Diretor Geral do Macrosul.
O Macrosul já está ligado “on line” com os seus principais fornecedores e, agora, com
a ligação direta com os clientes, toda a cadeia de distribuição estará eletronicamente
integrada, com implicações óbvias sobre a redução de custos, tanto para o Atacado
quanto para seus clientes. Este avanço da Tecnologia da Informação, com sua capaci-
dade de gerar, manipular e avaliar dados permitirá o processamento das informações
em tempo real, encurtando as distâncias e o tempo necessário às transações. Com
base no caso apresentado:
a) Indique e analise dois aspectos que farão com que os custos do Macro sul sejam
reduzidos após a implantação do novo sistema.
b) Explique como os impactos das novas tecnologias de informação têm-se refletido
nos novos modelos de gestão.
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REFERÊNCIAS
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com a integração interna. Disponível em: <http://professorricardo.tripod.com/Artigo23.
pdf.> Acessado em: Agosto de 2013.
BORBA, M.; Arranjo Físico. Apostila – Universidade Federal de Santa Catarina, De-
partamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Florianópolis, 1998.
53
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rações. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
CORRÊA, Henrique L., GIANESI, Irineu G. N., CAON, Mauro. Programação e Con-
trole da Produção: MRP II / ERP: conceitos, uso e implantação. São Paulo: Atlas,
1999.
FERREIRA, Sílvia Helena de Oliveira. Como um arranjo físico adequado pode me-
lhorar a agilidade e eficiência organizacional. Faculdade de Tecnologia de Taqua-
ritinga. Taquaritinga. 2009.
54
LEITE, Ronaldo Landim; DINIZ, Alexandre Magno Ferreira. Estudo do arranjo físico:
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feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/890.pdf>. Acesso: 07/09/2013.
MUTHER, Richard. Planejamento do Layout: Sistema SLP. São Paulo: Edgard Blu-
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55
OLIVERIO, José Luiz. Projeto de Fábrica: Produtos processos e instalações indus-
triais. São Paulo: IBLC, 1985.
56
SLACK, Nigel, CHAMBERS, Stwart, JOHNSTON, Robert. Administração da Produ-
ção. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
57
SOBRE
OS ORGANIZADORES
Este livro foi elaborado por uma equipe de professores especialistas em material
didático para a metodologia da educação à distância. Este material é utilizado, neste
momento, em nossos cursos presenciais de graduação e de pós-graduação. É,
também, utilizado nos cursos abrigados no Programa de Educação Continuada da
FAIBRA - PROEC, na modalidade semipresencial. As atividades desenvolvidas no
âmbito do PROEC constituem-se em práticas investigativas para a implantação do
nosso Programa de Educação à Distância, a ser credenciado pelo MEC.
O material originalmente produzido com o apoio técnico da Profª. Cláudia
Carrera organizado pelos seguintes professores:
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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