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DOCÊNCIA EM

PRÁTICA DE FINANÇAS
SAÚDE NAS EMPRESAS
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Triagem Organização LTDA ME
Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167
Portal Educação

P842p Prática de finanças nas empresas / Portal Educação. - Campo Grande:


Portal Educação, 2012.

94p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-323-4

1. Gestão financeira. 2. Administração financeira. I. Portal Educação. II.


Título.

CDD 658.15
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................4

2 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA...........................................................................6 2

3 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO .................................................................................13

3.1 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO ..........................................................................................17

3.2 DECISÕES FINANCEIRAS DE LONGO PRAZO ......................................................................20

3.3 DECISÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO ......................................................................21

3.4 ORGANIZANDO OS CONTROLES FINANCEIROS .................................................................22

3.4.1 Movimento de Caixa ..................................................................................................................23

3.4.2 Controles Financeiros Básicos ..................................................................................................24

4 A EMPRESA E SEU RELACIONAMENTO COM PARCEIROS ...............................................40

4.1 FONTES DE FINANCIAMENTOS .............................................................................................42

4.2 O VALOR DA EMPRESA ..........................................................................................................43

4.3 ELEMENTOS CONTÁBEIS NA GESTÃO FINANCEIRA ..........................................................44

4.3.1 Regime de Competências versus Regime de Caixa..................................................................51

4.3.2 Análise Horizontal e Vertical ......................................................................................................53

4.3.2.1Analise Vertical .........................................................................................................................53

4.3.2.2Analise Horizontal ....................................................................................................................54

4.3.3 Índices Econômico-Financeiros de Empresas ..........................................................................54

4.3.4 Alavancagem Financeira ...........................................................................................................55


5 FLUXO DE CAIXA ....................................................................................................................58

5.1 PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA .................................................................................59

5.2 Composição dos Elementos do Fluxo de Caixa ........................................................................61

5.2.1 Componentes do Fluxo de Caixa ..............................................................................................64

5.2.1.1Previsão de compras e os respectivos prazos de pagamento aos fornecedores......................64 3

5.2.1.2Levantamento dos valores a receber de clientes ......................................................................65

5.2.1.3Levantamento dos Compromissos a Pagar ..............................................................................65

5.2.1.4Levantamento das Disponibilidades Financeiras Existentes.....................................................66

5.3 PRINCIPAIS REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA .............................66

5.4 CAPITAL DE GIRO....................................................................................................................69

5.4.1 Metodologia para Determinar a Necessidade de Capital de Giro ..............................................73

5.5 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO E DE CAIXA .........................................................81

5.6 IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO..............................................................85

5.7 VERIFICANDO OS RESULTADOS ...........................................................................................86

5.8 VERIFICANDO OS RESULTADOS ...........................................................................................90

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................92
1 INTRODUÇÃO

A busca incessante de inovações, invenções, novas tecnologias e metodologias é um


fato marcante no mundo globalizado. Atualmente deparamo-nos com diversos instrumentos 4
facilitadores, diferente de algumas décadas atrás. Hoje, ao sentirmos calor, ligamos o ar
condicionado, se quisermos saber em qual cinema está passando um filme e não temos o jornal
à mão, acessamos a internet e descobrimos, além dos cinemas, também as sessões onde o
filme está sendo exibido. Podemos, inclusive, comprar o ingresso.

Em caso de fome e falta de tempo para preparar o jantar, basta abrir o freezer e
colocar a refeição no forno de micro-ondas e logo está pronta. Se quisermos falar com uma
pessoa que está longe, ou no trânsito, é possível ligar para o seu celular e o contato é feito.
Todas essas facilidades surgiram com o tempo e para atender algumas das principais
necessidades do ser humano, mas existem determinados assuntos que a solução não é a
simples invenção de um aparelho, mas sim a aplicação de procedimentos, conceitos e definições
que os estudiosos passaram a defender e aplicar.

Dentre esses assuntos está um dos que mais impactam e preocupam as pessoas, seja
física ou juridicamente, “o dinheiro”, ou melhor, a falta dele. Perguntas surgem a todo o momento
e devido a vários motivos, como por exemplo:

 Como faço para meu dinheiro render mais?


 Por que sempre estou entrando no negativo em minha conta corrente?
 Eu sempre perco o controle dos meus gastos, o que posso fazer?
 Não consigo me planejar para comprar alguma coisa, tem solução?
Essas e outras perguntas fazem parte do dia a dia de diversas pessoas e empresas.
Não é um privilégio de pessoas ou grupos com pouco ou quase nenhum poder aquisitivo, isso
porque no mundo capitalista e com o desenfreado desequilíbrio financeiro entre as classes
socioeconômicas, todos passam por dificuldades, inclusive os grandes e poderosos, sejam
empresas ou pessoas.
A eterna busca é pela forma de equilibrar os ganhos de acordo com os gastos, e ter
saldo positivo na conta-corrente; conseguir planejar e adquirir produtos e serviços para uma
melhora na qualidade de vida. E, para isso, é necessário ter alguns conhecimentos, ter disciplina
e aplicar determinados procedimentos na vida financeira, visando o tão sonhado “pote de ouro
no final do arco-íris”, ou seja, a tranquilidade financeira.

Neste curso, será estudado este problema, suas consequências, as causas, as


características, os procedimentos e a gestão do mundo financeiro. Mas uma citação precisa
5
estar fixada na cabeça de todos que precisam de uma gestão financeira equilibrada, eficaz e
eficiente: “Os recursos financeiros são finitos e as vontades, desejos e necessidades de
consumo das pessoas são infinitas, por isso precisa-se de disciplina e planejamento, caso
contrário, em breve estarão falidos e mergulhados em um cenário de completa falta de controle e
perspectivas, o que chamam de crise financeira”.
2 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

A gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos,


envolvendo o planejamento, análise e controle das atividades financeiras da empresa, visando
maximizar os resultados econômicos, financeiros, decorrentes de suas atividades operacionais.
6
Na gestão financeira cabem as análises, decisões e atuações relacionadas com os meios
financeiros necessários à atividade da empresa. Desta forma, a função financeira integra todas
as tarefas ligadas à obtenção, utilização e controle de recursos financeiros.

Em outras palavras, a função financeira integra:

 A determinação das necessidades de recursos financeiros (planejamento das


necessidades, a inventariação dos recursos disponíveis, a previsão dos recursos
libertos, o cálculo das necessidades de financiamento externo);
 A obtenção de financiamento da forma mais vantajosa (tendo em conta os custos,
prazos e outras condições contratuais, as condições fiscais, a estrutura financeira
da empresa);
 A aplicação criteriosa dos recursos financeiros, incluindo os excedentes de
tesouraria (de forma a obter uma estrutura financeira equilibrada e adequados
níveis de eficiência e de rentabilidade);
 A análise financeira (incluindo a coleta de informações e o seu estudo de forma a
obter respostas seguras sobre a situação financeira da empresa);
 A análise da viabilidade econômica e financeira dos investimentos.

Uma adequada gestão financeira garante a saúde da empresa e também a


tranquilidade para a gestão de futuros investimentos. As principais vantagens consistem na
manutenção da liquidez, nos compromissos honrados com terceiros, além de ampliar os lucros
sobre investimentos. A manutenção de uma liquidez confortável e seus resultados satisfatórios
são frutos de uma série de decisões e atitudes assumidas diariamente.
Manter a liquidez significa que os recursos que entram no caixa da empresa serão
suficientes para pagar os compromissos da organização. Algumas decisões são tomadas para
se ter os impactos positivos no cotidiano empresarial e estes seriam:

- redução de estoques de materiais ou de mercadorias (estoques excedentes);

- Redução dos prazos de recebimento de vendas, mediante:

a) aumento das vendas à vista;


7

b) ações efetivas de cobrança e melhoria no crediário para reduzir os valores em


atrasos com as vendas a prazo.

- Aumento de prazos para pagamento aos fornecedores.

- Entrada de novos recursos no caixa, mediante:

a) integralização de capital dos sócios;

b) vendas à vista de equipamentos ociosos.

- Aumento dos lucros.

Em relação às decisões que geram impactos negativos na empresa, destacam-se as


seguintes:

- aumento de estoques, devido a compras excessivas ou queda nas vendas;

- aumento dos prazos de vendas, com financiamentos da própria empresa;

- aumento da inadimplência (clientes em atraso)

- aumento das compras à vista.

- Aumento do tempo de fabricação.

- Retiradas de recursos para aplicações em outras atividades.

- Excesso de retiradas pelos sócios;

- Redução dos lucros mensais.


O profissional responsável pela gestão financeira necessita lidar com números e
informações o tempo todo. Se a empresa tem números confiáveis, ele consegue informações
para tomar decisões. As informações financeiras que o empresário necessita tomar são obtidas
por meio dos controles financeiros. Dessa forma, pode-se dizer que a finalidade dos controles
financeiros seria o de gerar informações úteis e confiáveis para diferentes empresários tomarem
decisões adequadas ao negócio.

É por meio de uma estruturada gestão financeira que se alcançará rotinas mais
8
eficientes. O planejamento financeiro consiste em uma grande fonte de soluções para o
administrador contribuir para uma maior eficácia organizacional na busca pelo alcance dos
objetivos estipulados. Para Menezes (1996), o planejamento financeiro facilita ao administrador
encontrar respostas para três significativas questões, que seriam:

 Como aproveitar oportunidades;


 Quanto assumir de endividamento;
 O montante de dividendos.

Para tanto, existem formas de planejamento em longo prazo que contribuirão na


formulação de decisões significativas, tais como:

 Orçamento de capital;
 Política de dividendos;
 Estrutura do capital.

O planejamento pode assumir diferentes prazos para ser cumprido. Na atividade de


planejamento de curto prazo, com base em um ano, as decisões operacionais envolvem
questões relativas aos ativos e passivos circulantes. Nesta etapa, tem-se o conceito de capital
de giro líquido como referência. Atualmente, deve-se procurar ganhos, mesmo que pequenos,
em todos os setores da empresa e funções administrativas.

Constata-se que as estratégias formuladas pelas lideranças de uma empresa são o


guia referencial para todas as decisões em todos os níveis de qualquer empresa. Como
exemplo, cita-se a opção pelo crescimento das vendas. Este objetivo terá de fazer parte de um
conjunto de estratégias definidas na empresa para conseguir algum intento organizacional
relevante. Assim que definida esta questão as decisões em todos os escalões da estrutura
empresarial devem estar coerentes com as estratégias da empresa. Assim sendo, a
administração financeira passa a significar importante influência.

Guimarães (1987) explica que fazer uma estratégia significa:

1. Dar uma direção aos esforços da organização;


2. Definir prioridades; 9
3. Posicionar-se em relação aos clientes;
4. Apresentar um plano que, se executado de modo eficaz, levará a uma vantagem
competitiva;
5. Definir aonde se quer ir e como chegar até lá.
Explica ainda o autor que, dentre os objetivos mais comuns da área financeira que
exigem definição de estratégias para o seu alcance, estão:

 A taxa de dividendos das ações da empresa,


 O percentual de retorno sobre o capital investido;
 A estabilidade dos ganhos anteriores;
 Índices de eficiência financeira.

Dessa forma, evidenciam-se os aspectos funcionais estratégicos de qualquer empresa.


O que se comprova no atual mercado é a dificuldade dos gestores de pequenas e médias
empresas em manter um controle financeiro. Evidencia-se a falta de previsão, assim como a
ausência do controle de vendas (o que permitirá a realização de um planejamento financeiro), a
ausência de uma sistemática de compras (o que impossibilita a administração do capital de giro)
e a falta de mão de obra especializada.

As definições de estratégias na área financeira constituem-se como fundamentais em


qualquer negócio. É por intermédio dela que se definirão quais os objetivos e aspectos
funcionais que se pretende alcançar e quais problemas prioritariamente deverão ser resolvidos.
E mais, tais estratégias devem também definir como se pretende alcançar tais resultados.
Conforme destaca Martins (2009), na área financeira o planejamento e as finanças de curto
prazo constituem elemento significativo para a definição destas estratégias.

AS FINANÇAS E O CRESCIMENTO EMPRESARIAL

10

Menezes (1996) destaca que a administração do capital influencia significativamente


para o crescimento empresarial. Dois conceitos financeiros relacionados ao crescimento seriam
fundamentais neste processo: a alavancagem de custo e de estrutura de capital e de
arrendamento mercantil. Ambos se explicam a seguir:

a) Alavancagem: consiste na capacidade que a empresa possui de utilizar


ativos ou recursos a um custo fixo com o objetivo de aumentar o retorno aos seus
proprietários, por meio das variações no nível dos riscos associados.

b) Custo de capital: consiste em um conceito utilizado nas avaliações de


alternativas de investimento, tendo como componentes os custos dos empréstimos em
longo prazo, da ação preferencial, da ação ordinária e dos lucros retidos.

c) Estrutura de Capital: é determinado pelo composto de endividamento


em longo prazo e capital próprio que uma empresa utiliza para financiar suas operações.

d) Arrendamento Mercantil: consiste noutro conceito importante


relacionado à alternativa de financiamento do crescimento e envolve a utilização de
ativos permanentes específicos, tais como terrenos e equipamentos, sem efetivamente
ter sobre eles o direito de posse.
Tratar da estratégia financeira para o crescimento de uma empresa implica em
diferentes competências, nas quais se insere uma atenção especial quanto aos aspectos de
risco e de retorno. Nestas decisões, são consideradas estratégias ferais de aplicação de capital.
Algumas perguntas devem sempre ser respondidas, tais como:

- que tipo de companhia se trata?

- quanto pretende crescer?


11
- o seu crescimento exigirá medidas de impacto na área financeira?

- será necessário alterar a estrutura de capital?

Conforme sugere Lund, torna-se necessário considerar o tipo de empresa em questão,


já que diferentes setores possuem um risco operacional e estratégico específico. Alguns setores
estão em expansão, como o segmento da informática e os das telecomunicações. Já os setores
que sofrem a concorrência das importações podem ter o risco elevado. Outro ponto importante a
ser considerado é o “quanto crescer”. Muitos consideram como base o crescimento do setor da
indústria a qual a firma pertence, outros definem como sendo “o máximo que pudermos” (LUND,
1990).

Para Payne (1989), quando se está em um período de expansão podem ocorrer


épocas no qual a situação financeira de uma empresa parece ser mais sólida do que em outras.
Explica o autor que os custos de financiamento de um amplo programa de expansão podem ter
como consequência períodos que ocorra a escassez de dinheiro em efetivo. Se estas
circunstâncias forem previstas e houver condições de entrar no mercado quando o balanço da
empresa apresentar melhor aspecto, é provável que os custos de financiamento venham a ser
menores.

Porém, o que vai determinar a capacidade de assumir dívidas serão os riscos do


próprio negócio, o risco dos investidores incertos e o risco financeiro decorrente do nível de
alavancagem praticado. Por fim, conforme sugere Martins (2009), deve-se considerar duas
espécies de crescimento: aquele que é interno, em função da poupança praticada e o
crescimento do valor de mercado. Evidencia-se que o crescimento é função do investimento
realizado. O administrador financeiro deve ser capaz de conciliar o atendimento das expectativas
de crescimento do capital da empresa, operando com uma taxa de risco determinada e gerando
retorno para seus investidores.

12
3 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

Para fazer uma gestão financeira de qualidade é preciso conhecer claramente


conceitos administrativos, seus fundamentos e principalmente características de administrador. A
administração é uma área que engloba diversas teorias, conceitos, técnicas e ferramentas. Em
13
geral, ela tem a finalidade essencial de fazer acontecer os desejos e objetivos das pessoas,
solucionando os problemas e atendendo suas necessidades. Há muito tempo as pessoas
perceberam a necessidade de união para o alcance do que desejam, pois assim se torna mais
fácil fazer o que deve ser feito, bem como também torna possível realizar coisas que sozinhas
não conseguiriam. Desses agrupamentos com objetivos comuns surgiram as organizações
modernas e é principalmente nas organizações que a administração é exercida auxiliando a
gestão financeira.

Uma organização é um organismo composto de grupos de pessoas que se constituem


de forma organizada para alcançar objetivos comuns. Pode ser conceituada, também, como uma
ou mais pessoas trabalhando juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico
ou um conjunto de objetivos. Toda organização funciona como um sistema, ou seja, necessita de
entradas que serão processadas (trabalhadas) e irão gerar produtos/serviços como saídas.

Os fornecedores garantem as entradas, a organização realiza o ciclo produtivo


(transformacional) e os clientes são beneficiados pelas saídas. Toda organização é dividida em
áreas funcionais e são estas áreas que devem ser administradas. As principais áreas da
administração nas organizações são: marketing, produção/logística, financeira e recursos
humanos. Neste curso trataremos da área financeira, visando um detalhamento maior sobre a
gestão financeira e como os fundamentos administrativos nos auxiliam; a área financeira será
analisada sob o aspecto administrativo.

A área financeira trata dos assuntos relacionados à administração das finanças das
organizações. As finanças correspondem ao conjunto de recursos disponíveis que serão usados
em transações e negócios com transferência e circulação de dinheiro. Ao analisar, veremos que
as finanças fazem parte do cotidiano, no controle de recursos para compras e contratações, tal
como consta no gerenciamento da empresa e suas respectivas áreas, seja o marketing,
produção, recursos humanos.

A necessidade de gerenciamento das finanças ocorre em toda a organização, seja no


nível operacional, gerencial e/ou estratégico, pois envolvem dados e informações financeiras
necessárias para a execução de atividades operacionais e tomadas de decisão em todos esses
níveis. A administração da área financeira é fundamental para controlar de forma mais eficaz
possível a concessão de crédito para clientes, o planejamento e análise de investimentos, e a
14
obtenção de recursos para financiar operações e atividades da empresa.

O objetivo é o desenvolvimento contínuo, evitando gastos desnecessários e


desperdícios, definindo melhores estratégias para a condução financeira da empresa. O bom
gerenciamento dessa área possibilita o funcionamento correto e sinérgico das outras áreas,
garantindo a realização das atividades necessárias para o controle eficaz da entrada e saída de
recursos financeiros, maximização dos investimentos e obtenção do lucro.

A ideia central é a viabilidade dos negócios que proporcionem não somente o


crescimento, mas o desenvolvimento contínuo. É justamente por falta de planejamento e controle
financeiro que muitas empresas quebram nos primeiros anos de sua existência, apresentando
insuficiência e inexistência de suporte financeiro para sua organização.

A contabilidade possui um íntimo relacionamento de interdependência com a gestão


financeira, mas é preciso esclarecer que a principal função da contabilidade é desenvolver e
prover dados para mensurar a performance da empresa, avaliando sua posição financeira
perante os impostos, contabilizando todo seu patrimônio, elaborando suas demonstrações,
descrevendo as receitas e os gastos.

A administração financeira enfatiza os fluxos de caixa, ou seja, a entrada e saída de


dinheiro, que demonstrará realmente a situação e capacidade financeira para satisfazer suas
obrigações e adquirir novos ativos (bens ou direitos de curto ou longo prazo) a fim de atingir as
metas da empresa. Portanto, no que diz respeito à circulação de dados e informações
necessárias para o exercício das atividades financeiras e contábeis, a gestão financeira depende
da contabilidade e vice-versa. Todas as atividades empresariais envolvem recursos diversos e,
portanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro.
As atividades financeiras têm como base de estudo e análise dados retirados do
balanço patrimonial e do fluxo de caixa da empresa; assim é possível perceber a quantia real
disponível para financiamentos das atividades atuais e das novas atividades a serem
implantadas. Dentre as funções típicas do administrador financeiro estão:

 Análise, planejamento e controle financeiro - baseia-se em coordenar as


atividades e avaliar a condição financeira da empresa, por meio de relatórios 15
financeiros elaborados a partir dos dados contábeis de resultado, analisando a
capacidade de produção, tomando decisões estratégicas com relação ao rumo
total da empresa. O objetivo é alavancar as operações da mesma para se obter
retorno financeiro e oportunidades de se investir mais nos negócios para o alcance
das metas da empresa.

 Tomada de decisões de investimento - consiste em decidir sobre a destinação


dos recursos financeiros para aplicação em ativos correntes (circulantes) e não
correntes (realizável em longo prazo e ativo permanente). O administrador
financeiro estuda a situação procurando apresentar os níveis desejáveis de ativos
circulantes, determinam quais ativos permanentes devem ser adquiridos e quando
os mesmos devem ser substituídos ou liquidados, buscando sempre o equilíbrio e
a otimização entre os ativos correntes e não correntes. Ou seja, deve decidir
quando, como e quanto investir; se valerá a pena adquirir um bem ou direito,
sempre com o intuito de evitar desperdícios e gastos desnecessários; e também
decidir sobre a imobilização dos recursos correntes, que se ocorrer com altíssimos
gastos na aquisição de imóveis e bens que trarão pouco retorno positivo e muita
depreciação no seu valor, poderá inviabilizar o capital de giro imprescindível para
a sobrevivência da empresa.

 Tomada de decisões de financiamentos - dizem respeito à captação


de recursos diversos para o financiamento dos ativos correntes e não correntes,
no que tange a todas as atividades e operações da empresa e necessite de capital
ou de qualquer outro tipo de recurso para a execução de metas ou planos da
empresa. Levando em conta a combinação dos financiamentos em curto e longo
prazo com a estrutura de capital, ou seja, não se emprestará mais do que a
capacidade da empresa tem para pagar e ser responsável pela suas
exigibilidades. Para isso, é preciso pesquisar fontes de financiamento confiáveis e
viáveis, sempre balanceando juros, benefícios e formas de pagamento.

Dependendo do tamanho e necessidade da empresa, o administrador financeiro pode


exercer essas funções típicas ao atuar em cargos específicos, como: 16

Analista financeiro - tem como função principal preparar os planos financeiros e


orçamentários, analisando desempenho e realizando previsões futuras;

Gerente de orçamento de capital – sua função é avaliar e recomendar as propostas


de investimentos em ativos, verificando se trará resultados positivos ou negativos no aspecto
financeiro;

Gerente de projetos de financiamentos - conseguem financiamentos para


investimentos em ativos, ou seja, elaboram projetos que estabelecem como financiar os ativos
desejados, comparando alternativas como comprar à vista ou a prazo, ou ainda realizar um
leasing, dependendo de cada situação;

Gerente de Caixa - responsável por manter e controlar os saldos diários do caixa da


empresa, geralmente cuida das atividades de cobrança e desembolso do caixa e investimentos
em curto prazo;

Analista ou Gerente de crédito - gerencia as políticas de crédito da empresa,


avaliando as solicitações de crédito, extensão, monitoramento e cobrança de contas a receber;

Gerente de fundos de pensão - supervisiona a administração de ativos e passivos do


fundo de pensão dos empregados, economizando e investindo o dinheiro para atender metas de
longo prazo.

Todo administrador financeiro deve levar em conta os objetivos dos acionistas e donos
da empresa, pois conduzindo financeiramente os negócios, de maneira correta, proporcionará o
desenvolvimento e prosperidade da empresa, de seus proprietários, sócios e stakeholders em
geral. Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a serem alcançadas nesta área,
dependendo da situação e necessidade. Mas, no geral, a administração financeira serve para
manusear da melhor forma os recursos financeiros com o objetivo de otimizar o máximo possível
o valor agregado dos produtos e serviços da empresa, a fim de se ter uma posição competitiva
mediante um mercado competitivo, garantindo o retorno positivo a tudo o que foi investido,
crescimento financeiro e satisfação aos investidores.
17

3.1 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO

Considera-se que a figura do administrador financeiro é fundamental para a gestão de


qualquer empresa. Pode-se encontrá-lo ocupando espaços na diretoria ou na alta gerência de
uma organização. A administração financeira tem por objetivo principal a maximização do valor
da empresa para os acionistas. Para se atingir tais objetivos, a empresa necessitará de um
administrador apto a tomar decisões acertadas. Tal executivo deve colocar o interesse da
empresa acima de seus próprios interesses pessoais, evitando conflitos de interesses.

Torna-se importante ressaltar que a maximização deste valor é um objetivo a ser


perseguido em longo prazo, não carecendo de preocupações de lucros imediatos. Todas as
decisões no meio financeiro deverão ser tomadas no sentido de gerar aumentos de riqueza
sustentáveis para a organização, visando à obtenção constante do lucro.

A atividade desenvolvida pela gestão financeira de diferentes companhias torna-se


bastante complexa e deve ser encarada dentro da ótica de maximização do valor para o
acionista/proprietário. Dentre as principais ações do departamento financeiro, destacam-se:

 Planejamento estratégico e suas implicações para o planejamento financeiro:


toda e qualquer empresa deverá ter um objetivo estratégico a ser atingido, relacionado à questão
financeira. Tal objetivo repercutirá na questão da busca pelo lucro da empresas. Como atividade
principal do administrador financeiro cabe organizar seu trabalho para que os objetivos maiores
da empresa sejam atingidos de forma mais eficiente possível.

 Demonstrativos financeiros e Avaliação de performance: o administrador


financeiro tem de estar constantemente em busca de indicadores financeiros obtidos de fontes,
18
como balanços e demonstrativos gerenciais. Tais dados permitem ao administrador financeiro
acompanhar o desempenho da empresa e direcionar as ações corretivas para que seus
objetivos sejam então atingidos.

 Administração do Capital de Giro: esta dimensão refere-se a clientes,


fornecedores, funcionários e demais impostos. Constata-se que o cotidiano de cada empresa
envolve recebimentos e pagamentos. A empresa que cumpre com suas questões de
pagamentos diários, antes de receber pelas vendas, pode vir a enfrentar dificuldades de caixa.
Por meio do capital de giro tem-se uma “folga financeira” no que se refere ao cumprimento de
compromissos empresariais, possibilitando que a empresa possa comprar matérias-primas,
produzir, estocar e vender sem vivenciar dificuldades.

 Decisões de investimento: os investimentos estão relacionados ao crescimento


da empresa. Sem eles a organização não evolui, deixando espaço para que os concorrentes
assim o façam. Porém, antes de investir, tem de se avaliar o retorno que se obterá. Este,
segundo Martins (2009), constitui-se num momento crucial na administração financeira, no qual
deve-se vivenciar sérios riscos em relação ao investimento realizado. O resultado positivo
certamente se evidenciará por meio de um planejamento sério e qualificado.

 Decisões de estrutura de capitais: consiste no equacionamento das proporções


de dívida e de capital próprio. Toda empresa paga impostos. Sugere Martins (2009) que a
utilização de capital de terceiros (dívida atingida), pode ser vantajosa para as empresas, já que
elas podem deduzir os juros pagos da sua renda tributável. Tal fator torna relevante a
determinação do grau de endividamento da empresa, de modo a se obter o benefício fiscal.
 Decisões referentes a financiamentos: o financiamento depende do
relacionamento com bancos, investidores, agências governamentais. A empresa deve ser capaz
de fornecer as informações que permitam sua análise de risco para a obtenção de linhas de
financiamento ou investimento direto por meio da compra de ações.

 Criação de valor para os acionistas: o ganho do capital, resultado da valorização


19
das ações em bolsa, constitui-se em fator importante para os acionistas. Porém, para que o
mercado avalie a companhia, torna-se necessário que ela gere valor em suas atividades. O
reinvestimento de lucros consiste em uma forma de geração de valor, já que os resultados dos
novos investimentos deverão gerar maiores lucros no futuro, remunerando melhor os acionistas.

 Avaliação de negócios para aquisição: no atual mercado globalizado é possível


observar que existem circunstâncias na qual as empresas em expansão necessitam adquirir
outras empresas. O profissional responsável pela administração financeira deverá ter um
cuidado especial nesse momento, procurando avaliar os negócios a serem adquiridos.
Em meio ao processo de planejamento financeiro ocorre a análise das interações de
investimento financeiro e de financiamento disponíveis para a empresa. Como objetivo principal,
deve-se almejar a melhor proporção de capital próprio e de terceiros para definir os recursos a
serem empregados nos projetos de investimento. Conforme sugere Matias (2009), isso evita
surpresas, analisando o impacto das variáveis escolhidas nos resultados dos projetos. A
compreensão dos riscos envolvidos direciona a análise para os aspectos mais sensíveis, dando
maior segurança às tomadas de decisões.

A partir do momento que o gestor financeiro tomou a decisão de investimento, deverá


definir um plano estratégico e um orçamento para o acompanhamento de seu projeto. Deve
então estruturar metas parciais para servir de apoio na performance com relação às metas
traçadas no plano estratégico. O profissional responsável pelas finanças administrativas estará
envolvido com diferentes decisões a serem tomadas. Dentre as principais decisões, destacam-se
as seguintes:

 Decisão de Investimento: como distribuidor dos recursos da empresa dentre as


várias alternativas de investimento possíveis;
 Decisão de Financiamento: como obter recursos necessários para os projetos;

 Decisões de Dividendos: que proporção dos resultados deve ser reinvestida ou


distribuída aos acionistas.

Por fim, considera-se que o administrador financeiro deve decidir quais projetos
20
realizar, onde e como captar os recursos e quanto distribuir aos acionistas dos lucros obtidos.
Tal proporção de lucros reinvestidos apresenta dois aspectos fundamentais: se foram muito
pequenos, sinaliza falta de projetos atraentes; se foram muito grandes, afasta os investidores
interessados em dividendos.

3.2 DECISÕES FINANCEIRAS DE LONGO PRAZO

As decisões financeiras de longo prazo são caracterizadas por aquelas relativas ao


orçamento do capital, política de dividendos e estrutura de capital. Fazem referência aos
objetivos de longo prazo, que seriam a competitividade e eficiência interna, estando o
crescimento classificado como um objetivo ligado à competitividade da empresa. O quadro a
seguir destaca os objetivos relacionados a esta planejamento de longo prazo:

TIPOS DE OBJETIVOS DE CATEGORIAS CARACTERÍSTICAS


LONGO PRAZO

Competitividade Crescimento Vendas, Lucro, Participação


no Mercado, Expansão da
Linha e Amplitude dos
Mercados.

Competitividade Estabilidade Flutuação das Vendas, do


Lucro e Utilização da
capacidade.

Eficiência Interna Giro Retorno sobre o Ativo, Giro do


Patrimônio Liquido, Estoque,
Endividamento

Eficiência Interna Produtividade P&D, Administração e Mão de


Obra
21

3.3 DECISÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO

Já as decisões financeiras de curto prazo envolvem as questões relativas aos ativos


e passivos circulantes, exercendo, na maioria das vezes, impacto sobre a empresa no período
de, no máximo um ano. Guimarães (1987) retoma que em termos de política financeira de curto
prazo, esta seria composta por dois elementos:

a) A magnitude do investimento em ativo circulante envolve o tipo de política


adotada, se flexível ou restritiva.

POLÍTICA FLEXÍVEL POLÍTICA RESTRITIVA

Manutenção de saldos elevados de caixa e Manutenção de saldos reduzidos de caixa e


títulos negociáveis nenhum investimento em títulos negociáveis.

Investimentos elevados em estoques Pequenos investimentos em estoque

Concessão de crédito em condições liberais, A não realização de vendas a prazo e,


resultando em nível elevado de contas a portanto, nenhum investimento em contas a
receber receber.

b) O financiamento do ativo circulante envolve as políticas alternativas de


financiamento do ativo circulante, o que permite estratégias diferenciadas, tais como
reserva de caixa, conciliação de prazos ou estrutura de caixa.
22

Para se obter informações úteis à gestão financeira, o primeiro passo será organizar os
controles internos para que eles forneçam as informações necessárias à tomada de decisões.
Em um segundo momento tem-se a preparação dos dados e das informações necessárias para
a gestão do capital de giro.

Nesta etapa serão apresentados o conceito de capital de giro, as operações que


necessitam de recursos e a metodologia para planejar e calcular a necessidade de capital de
giro necessário às operações da empresa. A etapa final consiste em apresentar os instrumentos
e as ações para a gestão, para a qual o fluxo de caixa é o instrumento básico.

3.4 ORGANIZANDO OS CONTROLES FINANCEIROS

Conforme adverte Las Casas, de nada adianta uma empresa ter uma série de dados
se os registros existentes não forem confiáveis e se os procedimentos adotados não estiverem
organizados para fornecer informações em tempo hábil. Seguidamente, a empresa deve definir
quais são as informações úteis para as decisões financeiras e, em seguida, organizar os
controles para fornecer as informações desejadas. Para a maioria das empresas de pequeno
porte, independente do setor de atividades, verifica-se que os controles de caixa e de bancos,
controles de contas a receber, de contas a pagar, controles de despesas e controles de estoques
são essenciais para a gestão financeira, ou seja, sem esses controles o empresário terá
dificuldades para gerenciar as finanças da empresa.
3.4.1 Movimento de Caixa

Como área-chave do gerenciamento empresarial e base da lucratividade das


empresas, o controle financeiro precisa ser executado por profissionais especializados, treinados 23
e competentes. Grande parte dos processos de controle financeiro de uma tesouraria tem hoje
em dia o suporte de softwares específicos que facilitam a coleta, consolidação e análise de todas
as informações financeiras.

Apesar de ser um conceito extremamente simples, é de fundamental importância para


o bom andamento de um negócio que despesas e receitas sejam estimadas, avaliadas,
monitoradas e controladas para que o negócio seja lucrativo. O caixa precisa ser devidamente
planejado. Parte do boletim diário de tesouraria que deve indicar o fluxo diário de entradas e
saídas de recursos financeiros, para posteriormente ser ampliado para o boletim mensal da
tesouraria.

O livro caixa serve para registrar o movimento diário do caixa, fornecendo os dados
necessários para o controle e análise do movimento e entrada e saída de dinheiro.

Caixa de Entradas:

 Recebimento de vendas à vista;


 Recebimento de vendas a prazo;
 Recebimento de operação bancária;
 Financiamento e empréstimo;
 Juros com recebimento de venda a prazo.

Caixa de Saídas:

 Pagamento de compras à vista;


 Pagamento de compras a prazo;
 Pagamento de impostos e taxas;
 Pagamento de despesa de vendas;
 Pagamento de ordenados, salários, contribuições e demais encargos;
 Despesas diversas;
 Saídas de outras origens.

24

3.4.2 Controles Financeiros Básicos

A) Controle diário de caixa

Registra todas as entradas e saídas de dinheiro, além de apurar o saldo existente no


caixa. A principal finalidade do controle de caixa é o de verificar se não existem erros de
registros ou desvios de recursos. Constata-se que o caixa é conferido diariamente e as
diferenças que porventura existirem terão de ser apuradas no mesmo dia.

A partir do momento que a diferença ocorrer por erros de registros, corrigem-se os


erros, e a diferença estará zerada. Quando a diferença ocorrer por desvio de recursos, restará
ao empresário tomar imediatamente uma decisão drástica: demitir pessoas responsáveis pelos
desvios. O controle de caixa também fornece informações referentes à:

 Controle dos valores depositados em bancos;


 Controle dos pagamentos em dinheiro, quando há recursos disponíveis, evitando
com isso eventuais despesas com CPMF;
 Permite controlar e analisar as despesas pagas;
 Possibilita o fornecimento de dados para a elaboração do fluxo de caixa.
Martins (2009) sugere que, por medida de segurança, deve-se evitar manter dinheiros
e cheques em caixa. Se a empresa dispuser de saldo, sugere-se a antecipação do pagamento
por três a cinco dias do que depositar o valor nos bancos. Segundo análise do autor, esta
medida economiza gastos relacionados ao CPMF.

B) Controle Bancário

25

Outro conceito fundamental na gestão financeira é o registro diário de toda a


movimentação bancária e do controle de saldos existentes. Esta prática denomina-se controle
bancário. Ele se efetiva por intermédio da análise dos depósitos e créditos na conta da empresa,
bem como todos os pagamentos feitos por meios bancários e demais valores debitados em
contra. Este controle bancário tem duas principais finalidades, que seriam:

- consiste em confrontar os registros da empresa e os lançamentos gerados pelo banco,


além de aspirar as diferenças nos registros, se isso ocorrer;

- possibilita gerar informações sobre os saldos bancários existentes, inclusive se são


suficientes para honrar com os compromissos diários assumidos.

C) Controle diário de vendas

Sua principal finalidade é a de proporcionar o acompanhamento as vendas diárias e


total das vendas acumuladas durante o mês, e dessa forma, possibilitar ao empresário tomar
providencias diárias para que as metas de vendas sejam, dessa forma, alcançadas. Tal controle
pode ser organizado para fornecer diferentes observações. Dentre estas, destacam-se:

 Controlar o total das vendas diárias e os respectivos prazos de recebimentos à


vista, com 7, 15, 60 e 90 dias, dentre outros;
 Totalizar as vendas mensais pelos prazos de recebimentos;
 Fornecer dados para conferências de caixa;
 Controlar os registros dos valores das vendas a prazo no controle de contas a
receber;
 Dar informações para compras e fluxo de caixa.

D) Controle de Contas a Receber

26

Contas a receber consiste no dinheiro que outros devem à empresa, simplificando:


despesas e receitas. A principal finalidade consiste em controlar os valores a receber,
proveniente das vendas a prazo, e deve ser organizado para:

 Fornecer ao empresário informações sobre o total de valores a ser recebido dos


clientes;
 Estimar os valores a receber no caixa da empresa, por períodos de vencimento, por
exemplo: 7, 15, 60 e 90 dias, dentre outros.
 Conhecer o montante das contas já vendidas e os respectivos períodos de atraso,
bem como tomar providências para a cobrança do recebimento dos valores em atrasos;
 Fornecer informações sobre os clientes que pagam em dia;
 Fornecer informações para a elaboração do fluxo de caixa.

Em algumas situações o cliente não cumpre com os pagamentos no prazo previsto.


Uma das estratégias utilizadas pelas empresas é manter os dados desse cliente disponível, e
dessa forma, poder analisar a situação dos mesmos e as providências que serão tomadas. A
partir daí, tem-se um controle de pagamento de cada cliente, o que oportunizará a liberação de
futuros créditos para os mesmos.

O controle individualizado de cada cliente, cadastrado e por ordem alfabética, facilita o


controle financeiro de cada organização. A partir deste banco de dados é possível ter
informações significativas referente às áreas de crédito, cobrança e vendas. Por intermédio
desta forma de comunicação aproxima-se do cliente, têm-se dados para uma comunicação
direta com o mesmo, acompanhando pontualidade de seus pagamentos e aumentando o limite
de crédito, quando possível, sempre se observando a frequência das compras realizadas.
As Contas a Receber serão abordadas com dois significados, o departamento e o
conceito. Departamento é o setor responsável pela verificação dos créditos a receber da
organização, tais como: recursos de doações, recursos de financiadores para projetos, recursos
provenientes de venda de produtos produzidos pela organização, etc. Tem também como
atribuição apontar os créditos ou recursos que não entraram no prazo, de modo que a área de
administração financeira possa tomar as decisões para que os recursos entrem.
27
Para entender onde a estrutura organizacional está inserida no Departamento Contas a
Receber, segue o exemplo abaixo:

FIGURA 1 – DEPARTAMENTO DE CONTAS A RECEBER

A estrutura apresentada acima tem caráter apenas ilustrativo, cabendo a cada


organização estabelecer sua própria estrutura, de acordo com suas atividades. Para muitas
empresas, os investimentos em valores a receber representam uma parte significativa de seus
ativos circulantes, exercendo, em consequência, importantes influências em suas rentabilidades.
As duplicatas a receber só existem devido à política de crédito da empresa em
conceder prazo de pagamento para seus clientes. Idealmente, todos os empresários prefeririam
vender à vista. No entanto, as pressões do mercado forçam para que praticamente todas as
empresas vendam a crédito.

Geralmente é o administrador financeiro que controla diretamente as duplicatas a


receber, envolvendo-se no estabelecimento e administração das políticas de crédito (processo 28
de seleção e determinação de padrões e de condições de crédito) e da política da cobrança.

Schrickel (1995, p. 25) define crédito como sendo “todo ato de vontade ou disposição
de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com a
expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente, depois de decorrido o tempo
estipulado”. Esse patrimônio pode ser representado por bens, no caso de mercadorias pagas a
prazo, ou mesmo de dinheiro.

Para micro e pequenas empresas, a administração de duplicatas a receber é um dos


maiores problemas enfrentados. A decisão de crédito deve ser feita com base em sólidos
princípios financeiros e de negócios. Obviamente, é preferível deixar de atender um cliente com
potencial a acumular duplicatas incobráveis que possam levar a empresa à falência.

Segundo Brigham e Houston (1999), os padrões de crédito se referem às condições


financeiras e ao histórico de crédito que um cliente precisa apresentar para estar qualificado a
receber crédito. É importante observar também que não necessariamente o cliente deverá
apresentar todos os requisitos para poder comprar na empresa; se não oferecer as condições
para o crédito poderá comprar em condições mais restritas.

A Política de Crédito de uma empresa deve estar subordinada às estratégias de


Marketing e Finanças. Uma Política de Crédito liberal, sem dúvida, aumenta o volume de
vendas, no entanto, aumenta também o risco de inadimplência. Já uma Política de Crédito
restritiva tem um baixo risco de perda, porém as vendas também se tornam reduzidas. O
principal efeito de uma Política de Crédito é seu impacto sobre a lucratividade da empresa. Esta
será afetada pelo custo do financiamento do capital de giro, pela rentabilidade das vendas e pelo
percentual de perda com devedores incobráveis.
Para que se possa conceder crédito a um cliente é preciso, antes de qualquer coisa,
calcular o risco do não recebimento deste crédito. Para isso, faz-se uma análise de crédito.
Segundo Schrickel (1995), o principal objetivo da análise de crédito é o de identificar os riscos
nas situações de empréstimos, evidenciar conclusões quanto à capacidade de pagamento do
tomador e fazer recomendações relativas à melhor estruturação e tipo de empréstimo a
conceder.
29
Ross (2001) classifica como principais itens para uma política de crédito:

a) Condições de venda: são as formas de


como os clientes poderão comprar ou usufruir dos
produtos ou serviços da empresa.

b) Análise de crédito: são os esforços para


saber se o cliente tem condições de pagar o crédito
concedido ou não.

c) Política de cobrança: forma com a qual a


empresa fará a cobrança do crédito concedido na data
do vencimento. FONTE: Arquivo do Autor

Autores como Gitman (1997), Brigham e Houston (1999), citam cinco dimensões para
análise do crédito, são os “5 C’s do Crédito”. São elas:

Caráter: histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras,


contratuais e morais.

Capacidade: Potencial que o cliente tem em saldar o crédito solicitado. Podem ser
utilizados demonstrativos financeiros, dando atenção aos índices de liquidez e
endividamento.
Colateral ou garantia: montante de ativos colocados à disposição pelo solicitante para
garantir o crédito, ativos penhorados ou caucionados em garantia do empréstimo.

Capital: solidez financeira do solicitante, conforme indicado pelo seu patrimônio líquido.

A empresa pode obter informações de seus clientes de várias formas. 30

Quando seus clientes forem empresas de grande porte, normalmente estas possuem
demonstrações financeiras obrigatórias como Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado
do Exercício. Estes demonstrativos podem ser utilizados para análise de crédito. Quando os
clientes forem empresas menores, ou até mesmo pessoas físicas, fazer consultas em órgãos
como SPC, SERASA ou outras lojas onde o cliente já tenha feito compras no crédito.

A partir das informações obtidas nessa análise de crédito, estipula-se a linha de


crédito, que seria o valor máximo que um cliente poderá dever à empresa, em qualquer época.
Quando se espera vender bem para um cliente, vale gastar certa quantia para fazer a análise
dele. Nesse caso, o custo será menor que o benefício proporcionado pela conquista desse
cliente.

É importante observar também que apesar da necessidade de se fazer uma consulta


bem feita, não se deve cansar o cliente, pois este pode acabar se irritando e não sentido mais o
desejo em usufruir o produto da empresa. Para que essa consulta se torne ágil, existem vários
programas de consulta de crédito via Internet, ou até mesmo por telefone, que podem ser
adquiridos pela empresa.

A Política de Crédito trata das condições que serão concedidas aos clientes aptos a ter
crédito. Já a análise de crédito trata do estudo das condições de cada cliente, para que ele seja
aprovado ou não, para utilizar o crédito concedido pela empresa. Para essa aprovação faz-se
necessária uma análise, na verdade, do risco que existe de não receber o valor da compra.
Embora seja uma atividade operacional, a cobrança requer planejamento e controle
para torná-la eficaz. A estrutura organizacional do setor de cobrança depende do tipo de
cobrança usado pela empresa, perfil de seus clientes e de seu grau de informatização.

A política de cobrança da empresa compreende os procedimentos adotados para


cobrar as duplicatas a receber quando elas vencem. A eficiência da política de cobrança pode
ser avaliada parcialmente, observando o nível dos inadimplentes ou incobráveis. Normalmente, 31
segue-se um roteiro para cobrança, começando por envio de carta, depois telefonema, logo em
seguida visitas pessoais, uso de agências de cobrança e, por fim, protesto judicial.

Quando é definida uma política geral de crédito, a empresa deve preocupar-se também
com determinadas medidas de controle interno, principalmente as relativas aos custos inerentes
ao crédito e investimentos em valores a receber. Segundo Assaf Neto (2003), as principais
medidas são:

 Despesas com devedores duvidosos: refere-se à probabilidade definida pela


empresa em não receber determinado volume de crédito.
 Despesas gerais de crédito: envolvem os gastos efetuados no processo de
análise de solicitações e na manutenção de um departamento de crédito, como
pessoal, materiais, serviços de informação contratados, etc.
 Despesas de cobrança: estão inclusos os gastos gerais efetuados,
principalmente, nos diversos procedimentos adotados pela empresa, inclusive os
provenientes de ações judiciais e taxas cobradas pelos bancos pela execução dos
serviços.

Segundo Gitman (1997), para se avaliar as políticas de crédito e de cobrança são


utilizadas comumente duas abordagens: o índice de períodos médios de cobrança e o
cronograma de vencimentos das duplicatas a receber em carteira. Conforme se observa no
mercado, realizar uma gestão das contas a receber é de fundamental importância para o caixa
da empresa. Na gestão das contas a receber devem ser considerados alguns elementos
essenciais, que seriam:
 Condições de crédito: estão relacionadas à concessão de prazos e aos descontos
que podem ser oferecidos para as vendas à vista. Constitui-se de fundamental importância
conhecer os prazos médios de recebimentos para determinar o montante de recursos investidos
em contas a receber de clientes (duplicatas, cheques pré-datados, cartões de crédito, dentre
outros);

32
 Padrões e limites de crédito: estabelece as exigências para a concessão de
crédito, o perfil da clientela e definem os limites de crédito para cada cliente, visando minimizar
os riscos financeiros;

 Controle de contas a receber: constitui a base de dados que gera diferentes


informações para a tomada de decisões no que se referente a políticas de vendas e concessão
de créditos.

E) Controle de Contas a Pagar:

O conceito de contas a pagar é, em si, muito simples, significa o dinheiro que a


empresa deve, em contas e obrigações. Consiste no principal princípio para se honrar os
compromissos financeiros empresariais. As contas a pagar devem ser organizadas obedecendo
aos períodos de vencimento, considerando: dia, semana, quinzena, dentre outros. Manter as
contas em dia e gerenciar esta questão é um princípio básico de qualquer gestor da área
empresarial. A partir do momento que adota esta postura, estará obtendo diferentes vantagens,
dentre as quais se destacam:

 Estabelece prioridades de pagamentos em caso de dificuldades financeiras;


 Controla o montante dos compromissos já vencidos e não pagos, em caso de
dificuldades financeiras;
 Fornece informações para a elaboração do fluxo de caixa.
Desde os mais simples programas de planilhas de contas a pagar até sistemas
integrados de controle financeiro existem inúmeras opções para a informatização dos processos
e tarefas de uma tesouraria. As soluções mais adequadas irão depender, obviamente, do porte
da empresa, seu faturamento, tipo de negócio e outras particularidades que devam ser
observadas.

Contas a pagar e contas a receber são, em regra, discriminadas no chamado fluxo de 33


caixa. O fluxo de caixa lista e registra valores recebidos e gastos em uma empresa dentro de um
determinado período, é, portanto, o retrato da saúde financeira de uma empresa e sua
elaboração e acompanhamento revelam-se ferramentas essenciais para a tomada de decisões.

A importância do fluxo de caixa é incontestável, sem ele é impossível ter uma gestão
empresarial eficiente e uma empresa lucrativa. Esse controle financeiro é absolutamente
primordial para que a empresa possa diagnosticar problemas, estabelecer metas e buscar
soluções. Uma tesouraria eficiente exerce esse controle financeiro gerenciando os recursos
financeiros da empresa, estabelecendo regras para o uso racional dos recursos disponíveis e
sugerindo formas de aumentar as receitas e diminuir as despesas, inclusive com o investimento
de recursos financeiros do caixa ou com a captação de recursos no mercado para suprir déficits.

Na prática este controle possibilita ao empreendedor os seguintes controles:

 Planejar e controlar entradas e saídas de capital;


 Antecipar decisões sobre a falta/sobra de dinheiro;
 Escolher melhores tipos/prazos de investimento;
 Ver a necessidade de mais capital em um período;
 Negociar melhor taxas e tipos de empréstimos;
 Planejar prazos de pagamentos e recebimentos;
 Saber se haverá capital para compromisso futuro;
 Avaliar se o recebimento está cobrindo os gastos;
 Saber o melhor momento para repor estoques;
 Avaliar o melhor momento para fazer promoções;
 Reter e operar capital de terceiros (fornecedores);
 Avaliar o impacto de aumento nas vendas.
Serão abordados dois significados para “Contas a Pagar”, primeiramente
Departamento Contas a Pagar e em seguida o conceito do “Contas a Pagar”. Contas a Pagar é o
setor responsável pelo planejamento e pela execução de todas as contas a serem pagas pela
organização e tem como finalidade principal garantir que os pagamentos das contas e dívidas da
organização sejam efetuados dentro dos prazos, com isso evitando pagamentos de tributos,
impostos, etc., com juros e multas.
34
Para entender onde, na estrutura organizacional, está inserido o Departamento Contas
a Pagar, segue o exemplo abaixo:

FIGURA 2 – DEPARTAMENTO CONTAS A PAGAR

A estrutura apresentada acima tem caráter apenas ilustrativo, cabendo a cada


organização estabelecer sua própria estrutura de acordo com suas atividades. As principais
contas a pagar estão relacionadas com as operações de produção e vendas de bens ou
prestação de serviços (desembolsos operacionais).

As contas a pagar são vistas em grande parte das empresas como mais uma fonte de
fundos colocada a sua disposição quase que espontaneamente. Os fornecedores (por meio das
vendas a prazo), empregados (salários, benefícios e encargos sociais a pagar) e governo
(impostos, multas e outras despesas legais a pagar) são os que mais propiciam crédito para as
empresas.
Quando uma empresa necessita adquirir insumos de produção, mercadorias para
venda ou materiais para serviços gerais, comumente o faz por meio de ordens de compra ou
contratos de aquisições. Uma vez aprovadas essas ordens de compra é aconselhável, quando à
vista, liberar o recurso sem atraso, quando a prazo incluir automaticamente na relação de contas 35
a pagar.
Essa atividade, em algumas empresas, é feita por sistema automatizado e
informatizado, facilitando operacionalmente a gestão financeira (avisos automáticos de datas e
valores de dívidas antecipadamente). Organizações em que as atividades operacionais dão
condições para que se façam compras programadas e fixadas em uma determinada data do mês
ou época do ano são privilegiadas em detrimento daquelas que não utilizam essa prática.
Esse privilégio diz respeito ao maior controle de contas a pagar de acordo com a
gestão das disponibilidades e gestão de contas a receber. A prática de programar pagamentos
se aplica também a salários, impostos, multas e outras despesas legais. Ainda, tratando-se de
aquisições, algumas empresas têm o hábito de comprar mercadorias ou insumos em grandes
quantidades para aproveitar preços vantajosos ou descontos obtidos dos fornecedores.
Mas essa prática pode ser questionável, pois envolve outros fatores tais como:
rotatividade dos estoques, obsolescência, sazonalidade das vendas que devem ser analisadas
previamente. Segundo Sanvicente (1997:145), um aspecto que deve ser observado quanto ao
controle das saídas de caixa é o processo de pagamento. Para prevenir desvios e furtos, os
cheques emitidos devem ser nominais e, se possível, devem ser assinados por duas pessoas.
As atividades que fazem parte do processo de saída de caixa devem ser divididas entre vários
funcionários, deixando de atribuir ou acumular mais de uma responsabilidade para uma única
pessoa.
Por exemplo, as atividades de cotação de
mercadoria, pagamento e a reconciliação de saldos
bancários com os mapas de emissão de cheques devem
envolver, no mínimo, três pessoas. O mesmo autor
salienta que “quando há a possibilidade de pagar alguma
compra ou algum serviço recebido com desconto, deve
ser utilizado integralmente o prazo correspondente, permanecendo os fundos à disposição da
empresa pelo período mais longo possível”.
Determinadas empresas, por hábito ou por alguma circunstância desfavorável de fluxo
de caixa, adotam a prática de retardar pagamentos aos fornecedores além do prazo estipulado.
Essa prática é discutível do ponto de vista ético e da possibilidade da empresa ganhar fama no
mercado de má pagadora, afetando futuras relações com fornecedores importantes.
As firmas com escassez de recursos sentem-se tentadas a escorar-se nos 36
fornecedores, atrasando o pagamento das dívidas comerciais muito além das datas de
vencimento. Quando não está em questão a perda dos descontos, o crédito extra tomado à
custa dos fornecedores parece ser um crédito gratuito. Alguns administradores tornaram-se
mestres na tática de prolongar os seus créditos até um ponto quase inadmissível.
As táticas para o uso pleno – melhor diríamos – do abuso dos créditos comerciais
compreendem o pagamento seletivo dos créditos comerciais. O que é um eufemismo para testar
e tirar o máximo proveito dos limites da indulgência (ou paciência) dos principais credores, da
concentração das compras nos credores mais complacentes, e de uma arrumação periódica das
contas vencidas, em uma base rotativa, como meio de reduzir as pressões dos fornecedores.
Com os crescentes avanços tecnológicos das últimas décadas, os gestores financeiros contam
com uma prática que se tornou bastante comum nos dias atuais, que são os débitos automáticos
ou simples transferências da conta corrente para pagamento de créditos.
As empresas podem ter dívidas do outro lado do mundo que em questão de segundos
se faz a quitação delas por meio de um terminal de computador (internet). Para Fleck (2001:9),
“[...] substitui-se a papelada por informações digitais. Sai a burocracia e as partes comunicam-se
digitalmente. Pelo computador compra-se, (...), controla-se o recebimento e faz-se o
pagamento”.

F) Controle mensal de despesas

Conforme define Martins (2009), o controle mensal de despesas serve para registrar o
valor de cada uma, acompanhando sua evolução. São diferentes os acompanhamentos a cada
um destes controles. Em determinadas situações, necessitam de um controle mais rigoroso, ou
até tomada de providências urgentes, como eliminar gastos que podem e devem ser eliminados.
G) Controle de estoques

É por intermédio do controle de estoques em uma empresa que serão evitados


desvios, assim como, será possível obter informações para reposição dos produtos vendidos, e
mais, facilidade na tomada de providências para a redução dos produtos estagnados no estoque.
É por meio do controle do estoque que se evidenciam as seguintes vantagens: 37

 O montante financeiro do estoque e o valor por linha de produtos;


 As quantidades em cada item de estoque;
 A quantidade e custo das mercadorias vendidas;
 Os estoques sem movimentação;
 A necessidade compras/reposição de estoques e fluxo de caixa.

H) Gestão dos Estoques

Constata-se que o principal objetivo da gestão dos estoques consiste em evitar o


excesso ou falta de suprimentos para produção e vendas, bem como evitar os extravios de
estoques. Conforme explica Martins (2009), o excesso de estoques acarreta diversos problemas
para a empresa, em termos tanto de custos, quanto de perdas financeiras. Por outro lado, a
insuficiência representa problemas para o processo produtivo (paradas de produção, aumento do
tempo de produção, queda de produtividade) e problemas de vendas (redução de vendas,
insatisfação de clientes, dentre outros). Tudo isso leva à redução da lucratividade da empresa.

Embora a gestão de estoques seja uma tarefa um tanto trabalhosa, tanto pela
variedade de itens comercializados, como ocorre nas empresas varejistas, quanto pela
quantidade de informações necessárias à gestão, alguns controles e procedimentos, na visão de
Martins (2009), servem de facilitadores para esta gestão. Estes seriam:

 Controle físico e financeiro de estoques;


 Políticas de compras;
 Análise comparativa: estoque atual x estoque desejado;
 Análise comparativa: estoque atual x valores a pagar aos fornecedores;
 Custo econômico dos estoques excedentes;
 Armazenagem e arrumação adequada dos produtos.

38
Algumas sugestões são apontadas por Martins e apresentam-se como significativas na
gestão dos estoques e seriam:

 Para empresas que têm escassez de valores em caixa e necessitam recorrer a


bancos para pagar seus compromissos em dia, a situação desejada é que os estoques sejam
financiados pelos fornecedores, ou seja, o total de estoques não deve ser maior do que o valor a
pagar aos fornecedores. Quando o valor do estoque é financiado pelos fornecedores, significa
que a empresa não necessita de capital de giro para financiar os estoques.

 Se o objetivo da empresa é manter os estoques necessários às suas operações


financiadas pelos fornecedores, então, o prazo médio de estocagem deve ser menor ou igual ao
prazo de pagamento aos fornecedores.

H) Controle de Conta Corrente

É um demonstrativo de transações financeiras que serve para controle de operações


monetárias ou transações comerciais de um determinado período, na prática é um estilo de
conta em que o cliente bancário poderá realizar empréstimos, utilizar limite, pedir cartões de
crédito e ter algumas operações que somente o tipo de conta corrente lhe permite fazer. A conta
corrente também pode ser chamada de conta de depósitos, uma vez que o cliente pode
depositar e sacar dinheiro a qualquer momento.

Qualquer pessoa física ou jurídica pode abrir uma conta corrente, não existe idade
mínima, porém os menores de 16 anos, não emancipados, devem ser representados pelo pai ou
pela mãe ou, na falta destes, por um tutor nomeado legalmente. Antes da abertura da conta, na
fase de análise cadastral, são realizadas pesquisas automáticas dos dados do cliente em
instituições como: Serasa, SCPC, CCF e base da Receita Federal (CPF ou CNPJ).

Tipos de Conta Corrente:

39

 Conta Corrente Simples;

A conta corrente Simples (sem juros) é aquela que o cliente bancário não possui
limites, portanto são cobrados dela apenas a manutenção da conta bancária, cartões de crédito
(se for o caso) e outros serviços vigentes de acordo com cada banco.

 Conta Corrente Especial;

A conta corrente Especial (com juros) é aquela que o cliente bancário possui limites,
portanto são cobrados dele taxas de manutenção da conta, cartões de crédito (se for o caso),
cestas de serviços (se for o caso) e outros serviços vigentes de acordo com cada banco.

Além disso, a conta especial é aquela que se contam os juros sobre as diversas
parcelas de débito e crédito, ou seja, quando você pega o limite de sua conta, o banco cobrará o
valor emprestado mais os juros, calculando-os desde seu vencimento até a data de depósito ou
pagamento.

 Conta Conjunta;

É quando a conta corrente é aberta ou transformada para movimentação por mais de


um titular (pessoa). A qualquer momento pode-se incluir outra pessoa na conta corrente, sendo
necessária apresentação da mesma documentação exigida para abertura de conta corrente.
4 A EMPRESA E SEU RELACIONAMENTO COM PARCEIROS

Para uma empresa operar ela necessita se relacionar com clientes e fornecedores.
Torna-se fundamental que o administrador financeiro conheça bem esses parceiros, já que o 40
relacionamento com eles envolve diferentes riscos. A figura a seguir exemplifica o
relacionamento estabelecido pela empresa com os demais:

FIGURA 5 - RELACIONAMENTOS DA EMPRESA

FONTE: Disponível em: <http://emprego.trovit.pt/trabalho-empresas/precisa-se-construcao-civil>.


Acesso em: 29/01/2010.

Conforme se observa, as matérias-primas são fornecidas à empresa e se tornam


contas a serem pagas. A empresa, então, as processa e vende aos clientes, gerando as contas
a receber. Evidentemente, o risco estará presente em cada passo dessas operações: caso o
fornecedor receba um adiantamento para produzir e não entrega à empresa no prazo, ou com a
qualidade requerida, ela terá sérios problemas. Além disso, se o cliente receber o produto ou
serviço e atrasar o pagamento à empresa, isso gerará uma necessidade de capital de giro,
acarretando problemas de caixa. A figura a seguir exemplifica os balanços demonstrativos de
resultados, conforme se observa:

41

FIGURA 6 - ATIVOS E PASSIVOS DA EMPRESA

FONTE: Disponível em: <http://emprego.trovit.pt/trabalho-empresas/precisa-se-construcao-civil>.


Acesso em: 29/01/2010.

Conforme esclarece Martins (2009), as chamadas contas circulantes são as de curto


prazo, relacionadas ao capital de giro. Conforme se explica, o capital de giro existe para
proporcionar evidências às diferenças entre os descasamentos de pagamentos e recebimentos
de curto prazo, dando folga financeira à empresa. Sabe-se que a adequada aplicação dos
recursos em diferentes projetos gera resultados, os quais serão apurados em demonstrativos de
resultados.

42

4.1 FONTES DE FINANCIAMENTOS

Entende-se que a necessidade de capital para o financiamento das operações de


longo prazo das empresas é suprida pela captação de recursos ou pela utilização de recursos
gerados internamente. As empresas fazem uso de várias maneiras distintas de financiamento.
Dentre estas, destacam-se:

¥ Financiamento Interno: por meio da retenção de lucros.

¥ Financiamento Externo, por meio de dívida: capital de terceiros;

¥ Financiamento Externo, por meio de emissão de ações - mercados de


capitais: por meio da emissão primária, particular ou publica;

¥ Financiamento Externo, por meio de instrumentos híbridos: mesclam dívida


e capital próprio (obrigações conversíveis em ações, por exemplo).

Constata-se que o tipo de financiamento utilizado estará relacionado ao estágio da


empresa em seu ciclo de vida. Matias (2009) assim apresenta:
 Início: capital próprio - as empresas ou negócios começam com o capital dos
empreendedores. Como não podem dar garantias, dificilmente obtêm empréstimos para seus
investimentos iniciais.

 Crescimento: abertura de capital - o capitalista de risco surge quando as


empresas começam a crescer e necessitam intensamente de recursos. Como ainda não têm 43

acesso a crédito, geralmente buscam nos capitalistas de risco sócios com capacidade financeira
para realizar os aportes necessários.

 Amadurecimento - Lucros Retidos (capital de terceiros): na maturidade, os


resultados se tornam mais previsíveis e as empresas passam a investir em ativos, que podem
ser dados em garantia de empréstimos.

 Declínio: Poucos Projetos, Menor necessidade de Capital - recompra de ações,


dividendos extraordinários (desinvestimentos). Poucos projetos levam as empresas a destinar
um percentual maior de lucros como dividendos, ou mesmo a realizar recompra de ações.

4.2 O VALOR DA EMPRESA

O gestor administrativo estará constantemente atuando em uma perspectiva de


relevância ao valor da empresa. São diferentes as dimensões que tratam desta questão, as
quais, com base em Martins (2009), passam a conceituar:

1. Valor Contábil: é o patrimônio líquido contábil;


2. Valor de Mercado: é o valor que o mercado paga pela empresa, quer em bolsa
de valores, mercado de balcão ou venda direta a interessados;

3. Valor presente líquido: consiste no valor presente obtido após o desconto dos
futuros fluxos de caixa esperados, a uma taxa que corresponda ao custo do capital da
empresa; 44

4. Valor de Liquidação: consiste no valor dos ativos da empresa no caso de


encerramento do negócio, após o pagamento de todas as suas obrigações.

Conforme explica Matias, as empresas que possuem uma visibilidade maior no


mercado, geralmente de capital aberto, negociadas em bolsa de valores, são mais facilmente
avaliadas. Desta maneira, seus acionistas têm então melhor noção de valor de seu investimento.
E mais, para a obtenção de valor, torna-se necessário que se saiba o custo do capital da
empresa.

4.3 ELEMENTOS CONTÁBEIS NA GESTÃO FINANCEIRA

Quando se trata de demonstrações financeiras, alguns demonstrativos são


fundamentais na transparência das ações operacionalizadas por diferentes empresas. Dentre
estes demonstrativos, destacam-se:

1. Balanço Patrimonial;
2. Demonstração de Resultados;
3. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
4. Demonstração das origens e aplicações de recursos;
5. Demonstração do Fluxo Financeiro (ou fluxo de caixa);
6. Demonstração da apuração do custo dos produtos e/ou serviços vendidos (indústria
ou empresas prestadoras de serviços).

Enquanto que as quatro primeiras demonstrações apresentadas são publicadas em


45
jornais de grande circulação pelas Sociedades Anônimas de capital aberto; as demais são de
uso interno ou mesmo para alguns usuários externos no âmbito de exigências específicas –
como é o caso da legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, que exige a
Demonstração da Apuração do Custo dos Serviços ou dos Produtos Vendidos.

A seguir, apresentam-se os principais conceitos envolvidos nas demonstrações


evidenciadas. A partir desta compreensão, será possível a familiarização com a análise e
interpretação dos principais indicadores econômico-financeiros da empresa.

Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial consiste no mais importante documento contábil, representando


uma síntese do patrimônio de uma determinada empresas. Nele estará exposto todos os bens,
direitos e obrigações de qualquer empreendimento. O balanço também retrata os valores
acumulados desde a criação da empresa até um dado momento.

Explica Matias (2009), embasado na legislação em vigor, que a formatação definida para
todas as pessoas jurídicas constituem-se da seguinte forma:

FIGURA 7 – BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante

Ativo Não circulante Passivo Não Circulante

Ativo Realizável a Longo Prazo

Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Imobilizado Capital Social


46
Intangível Reservas de Lucro

Reservas de capital

(+ ou -) Ajustes de Avaliação Patrimonial

( - ) Ações em Tesouraria

( - ) Prejuízos Acumulados

Ressalta-se que todas as contas existentes em um balanço patrimonial são


apresentadas pelo seu saldo na data. Para concluir sobre o movimento de determinada conta em
certo período recorre-se a um demonstrativo específico daquela conta, no qual o seu movimento
de entradas e saídas, com os saldos iniciais e atuais estão evidenciados. Tal demonstrativo
representa um verdadeiro extrato daquela conta. Este se constitui no principal objetivo das
diferentes demonstrações contábeis que são exigidas pelas legislações, ou mesmo elaboradas
para uso interno nas empresas.

Todas as demais demonstrações existentes em torno do balanço patrimonial retratam


operações ocorridas dentro de um determinado período. Ressalta-se que o patrimônio de uma
empresa é constituído de bens, direitos e diferentes obrigações. Enquanto que bens e direitos
representam os investimentos do empreendimento, chamados de Ativos; há também a
composição de fontes de recursos representadas pelas entidades que estarão bancando a
aquisição ou a formação desses bens e defeitos, as quais são referidas como financiadores,
financiamentos, credores, origens dos investimentos, ou outras formas análogas de expressão,
chamadas de Passivo.
Enquanto que o Ativo consiste de valores colocados à disposição de um
empreendimento, e que de alguma forma propiciam futuros benefícios, os Passivos representam
a origem dos recursos aplicados em um determinado empreendimento ou, em outras palavras,
os recursos alocados no seu Ativo. Para Matia (2009), o termo passivo pode significar o total das
dívidas de uma empresa e suas obrigações perante terceiros, ou seja, a totalidade dos capitais
de terceiros, quando pode englobar também os recursos investidos pelos proprietários do 47
empreendimento.

O quadro abaixo sintetiza estas considerações:

ATIVO PASSIVO

Ou investimentos Ou financiamentos

Ou Bens e Direitos Ou Obrigações

Capital de Terceiros (Dívidas)

Proprietários

Os recursos dos proprietários são também denominados de Patrimônio Líquido, ou


seja, representam a diferença entre o total do Ativo, deduzido do total das dívidas, ou obrigações
perante terceiros. Em muitas situações observa-se que se utiliza também o termo passivo com o
significado simplesmente de dívidas ou exigibilidades.

Demonstração de Resultados
O Demonstrativo de resultados se refere à forma como se apurou o lucro ou prejuízo
de determinada empresa em um período de tempo. A forma de sua apresentação está
exemplificada na figura que segue:

48
FIGURA 8 – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Conforme explica Matias (2009), este lucro ou prejuízo faz parte de um grupo
pertencente ao balanço patrimonial denominado “Patrimônio líquido”. O objetivo principal deste
demonstrativo é o de expor aos usuários, de forma objetiva, os itens representativos das
principais contas (ou rubricas) que compõem a apuração do lucro ou prejuízo de um determinado
período (mês, trimestre, semestre, exercício de um ano, dentre outros). Reúne também, em seu
teor, uma soma algébrica envolvendo receitas, despesas, perdas e ganhos inerentes às
atividades operacionais e não operacionais.
Alguns conceitos têm significado primordial neste demonstrativo e os mesmos se
explicam:

 Entidade: envolve o conjunto de pessoas, recursos e organizações, capazes de


executar atividade econômica como meio ou como fim.
49

 Receita: ingresso de recursos para o patrimônio de uma entidade sob a forma


de bens ou direitos, correspondentes normalmente à venda de mercadorias, de produtos ou a
prestação de serviços, podendo também derivar de remuneração sobre aplicações ou operações
financeiras;

 Ganho: bem ou serviço obtido de forma anormal ou involuntária;

 Ingresso:

- Sentido Global: entrada de bens e direitos na estrutura patrimonial de uma entidade;

- Sentido Restrito: recebimento de bens numerários resultantes do processo de gestão


da estrutura patrimonial de uma entidade.

 Gasto: sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um


determinado produto ou serviço qualquer. O sacrifício é representado pela entrega ou promessa
de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

 Gastos:

- à vista;

- a prazo;
- por tipo: investimentos, custos, despesas, perdas.

 Investimento: Gasto ativado em função da sua vida útil ou de benefícios


atribuíveis a períodos futuros.

50
 Custo: refere-se aos gastos relativos a bem ou serviço utilizado na produção de
outros bens e serviços.

 Despesa: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção


de receitas;

 Desembolso: pagamento resultante da aquisição de bem ou serviço.

 Perda: bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária;

 Ativos:

- Operacionais: bens e direitos vinculados aos objetivos sociais da entidade.

- Não Operacionais - Bens e direitos vinculados as atividades estranhas aos objetivos


sócias da entidade. Demonstração de Resultados;

Ainda em relação às demonstrações de resultados, Matias tece significativas


contribuições, que seriam:

a) Um gasto serve para atender a um investimento, a um custo, a uma


despesa ou a uma perda, e esse gasto pode ser desembolsado à vista ou a prazo;
b) Independente de um gasto ter desembolso imediato ou futuro, o seu
reconhecimento contábil deve se dar quando da sua incidência;

c) O mesmo ocorre nas receitas e nos ganhos: são reconhecidas


contabilmente quando incorridas, independentemente de ter ocorrido o ingresso imediato
ou em momento futuro. 51

Por fim, destaca-se que integram o patrimônio líquido: as contas de receita, despesa,
perda ou ganho; todas responsáveis pelo resultado final das atividades empresariais (lucro ou
prejuízo) e que por uma questão de forma de apresentação, tais rubricas são demonstradas à
parte, em um demonstrativo específico, sob a denominação de demonstração de resultados.

4.3.1 Regime de Competências Versus Regime de Caixa

O regime de competências, assim como o regime de caixa, constitui-se em conceitos


fundamentais para as operações financeiras de determinada empresa. Os mesmos se
conceituam da seguinte forma:

a) Regime de competência: É dotado pela contabilidade das empresas, visando dotá-


las de uma fiel expressão monetária de todos os seus bens, direitos e obrigações
representativas de sua estrutura patrimonial. Toda a organização, indiferente da sua finalidade, é
dotada para existir, de uma estrutura patrimonial, ou simplesmente patrimônio. Este patrimônio é
formado pelo conjunto de bens, direitos e obrigações.
b) Regime de Caixa: Em uma de suas formas externas, o Fluxo Financeiro apresenta,
simplesmente, uma listagem de todas as Entradas e de todas as Saídas de Caixa, em um dado
período, não observando, necessariamente, nenhuma ordem de classificação:

Saldo inicial + Ingressos – Desembolso = Saldo Final


52

Conforme destaca Matias (2009), essa forma de apresentação do Fluxo Financeiro tem
por finalidade tão somente a conferência e controle da composição dos saldos existentes,
objetivando assim a sustentação dos trabalhos de auditoria, de controle e de elaboração das
demais demonstrações contábeis, especialmente o Balanço Patrimonial.

Já, em um extremo oposto, outra forma de elaboração do Fluxo Financeiro se


apresenta como de elevada importância no processo de gestão financeira de um
empreendimento. Consiste no desmembramento de três importantes fluxos, que seriam:

 Fluxo Operacional;
 Fluxo de Investimentos/Desinvestimentos;
 Fluxo de Financiamentos.

Ambos serão explicados a seguir:

a) Fluxo Operacional: Consiste no reconhecimento dos ingressos e


desembolsos atrelados exclusivamente às atividades principais do empreendimento, tais
como: recebimentos de vendas à vista, de duplicatas, de juros com vendas a prazo, etc.
Contrapõe-se com os desembolsos, com a compra de mercadorias para revenda, de
matérias-primas, mão de obra, despesas com vendas, administrativas e outras.
b) Fluxo de Investimentos/desinvestimentos: Congrega os desembolsos com
inversões fixas (máquinas, equipamentos, imóveis, veículos, etc.), participações
acionárias, aplicações financeiras destes itens em função de vendas, resgates, dentre
outros.

c) Fluxos de Financiamentos: Tem por objetivo reunir todos os ingressos e


53
desembolsos oriundos dos Recursos de Terceiros (Financiamentos, Empréstimos Bancários,
etc.), destacando-se o Principal e os Encargos Financeiros.

Conclui-se que essas formas de elaboração de um Fluxo Financeiro permitem ao


gestor de um empreendimento contar com um valioso instrumento gerencial de informações e
planejamento financeiro no âmbito de suas tomadas de decisões.

4.3.2 Análise Horizontal e Vertical

4.3.2.1 Análise Vertical

Consiste em determinar a relação dos diferentes grupamentos da estrutura patrimonial


sobre o total do ativo e do passivo, bem como na relação dos diferentes grupamentos da
estrutura dos resultados sobre a receita operacional líquida. As proporções resultantes destas
relações devem ser comparadas às características do setor de atividade.
4.3.2.2 Análise Horizontal

Retrata a evolução dos itens de uma estrutura contábil (patrimonial, resultados, custos,
dentre outros) ao longo de um período de tempo, tomando-se como base 100. 54

4.3.3 Índices Econômico-Financeiros de Empresas

Apresentam-se a seguir alguns dos principais índices das dimensões econômicas e


financeiras de uma empresa. Conforme sugere Matias, na análise e interpretação de cada um
deles devem se observadas as características setoriais de cada empresa. Abaixo, segue-se o
índice, sua descrição, assim como fórmula adotada para o devido cálculo:
FIGURA 9 – ÍNDICES FINANCEIROS

55

4.3.4 Alavancagem Financeira

Alavancagem consiste na utilização de ativos operacionais e/ou financeiros, com


custos fixos, com o objetivo de aumentar o retorno dos acionistas. Explica Martins (2009) que a
alavancagem insere-se no conceito de maximização de valor para o acionista. Para o autor, uma
adequada utilização de ativos de terceiros a custos fixos proporciona benefícios fiscais que
tornam o negócio mais rentável sob o ponto de vista dos acionistas.

Observa-se que a alavancagem operacional também se relaciona com o risco. Se uma


empresa possui dívidas em relação a aluguéis sobre imóveis que utiliza no seu negócio, ela
pode deduzir essa despesa do seu lucro tributável. Porém, terá de pagá-los, mesmo que seu
resultado não seja o esperado. Dessa foram, o risco para os acionistas será maior do que se ela 56
trabalhasse apenas com imóveis próprios.

De forma semelhante, a alavancagem financeira eleva o risco para os acionistas. Um


exemplo seria o pagamento obrigatório de juros que, independentemente das vendas realizadas,
constitui-se como um risco de dificuldades financeiras.

a) Alavancagem operacional

A alavancagem operacional está relacionada aos custos fixos incorridos na operação


da empresa. Observa-se que, se forem elevados, a empresa será mais sensível a variações nas
vendas, pois então terá despesas maiores independentemente do volume comercializado. Assim
sendo, um elevado nível de alavancagem operacional torna uma pequena mudança em vendas
muito relevante em termos de retorno para os acionistas.

b) Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio consiste no ponto em que a produção e as vendas da empresa


geram recursos para honrar os compromissos com credores e acionistas. Sua análise é também
conhecida como analise custo-volume-lucro, e é utilizada pela empresa para determinar o nível
de operações necessárias para cobrir todos os custos operacionais e para avaliar a lucratividade
associada a vários níveis de vendas.

c) Alavancagem Financeira
Quando uma empresa faz uso de capital de terceiros, a custos fixos (juros), na sua
composição de capital, ela estará realizando a alavancagem financeira. Esta pode e deve ser
utilizada para maximizar os resultados para os acionistas.

d) Alavancagem combinada ou Total


57

Consiste na combinação da alavancagem financeira com a alavancagem operacional.


Por fim, a tomada de decisão sobre a alavancagem deve levar em conta os cenários escolhidos.
O decisor deve se sentir confortável no nível de vendas esperado. Em muitas das situações, a
combinação da alavancagem financeira com a operacional é propícia, embora possa acarretar
um aumento de risco.

Conclui-se, então, que a alavancagem pode ser operacional, financeira ou combinada.


Dependendo da situação das vendas, dos cenários escolhidos e dos resultados da rentabilidade
para os acionistas, a estratégia de alavancagem pode ser bastante interessante. Conforme
sugere Martins (2009), em um país como o Brasil, no qual a tributação é acentuada, a obtenção
de benefícios fiscais por meio da alavancagem serve bem aos propósitos de maximização de
valor para os acionistas.
5 FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa constitui-se em um instrumento de gestão financeira que projeta para


períodos futuros todas as entradas e saídas de recursos financeiros de determinadas empresas. 58
Possibilita também a indicação de como será o saldo de caixa para o período projetado. É um
instrumento de gestão financeira extremamente importante para o Planejamento e Controle nas
organizações, projeta para períodos futuros todas as entradas e as saídas de recursos
financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa para o período projetado.

Um termo bastante utilizado no mercado é a expressão Fluxo de Caixa em inglês,


“Cash-Flow”. Não adianta para as empresas simplesmente efetuar as operações rotineiras de
Recebimentos e Pagamentos de recursos se as mesmas não tiverem uma visão dos seus saldos
de Caixa num futuro de Curto e Longo Prazo, para tomada de decisões.

Assim, o Fluxo de Caixa representa uma ferramenta útil e necessária para as


empresas, pois permite o Planejamento e o Controle das Entradas e Saídas de Recursos
durante um período determinado. O conceito de Fluxo está associado ao fato de que os Saldos
Finais de Caixa no período 1 serão os Saldos Iniciais de Caixa no período 2, representados por
dias, semanas, meses, etc.

São diferentes os planejamentos adotados para o fluxo de caixa. Martins (2009) orienta
que, nas empresas de pequeno porte, a projeção do fluxo de caixa para um período de quatro a
seis meses constitui-se em tempo suficiente para a gestão do capital de giro. Ao final de cada
mês projeta-se novamente para os períodos seguintes, de modo que sempre se tenha
informações para um horizonte de quatro a seis meses.
5.1 PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA

O Fluxo de Caixa Orçado indica os saldos finais de Caixa, para determinar se um


déficit ou excesso de Caixa é esperado em cada período planejado. Cada saldo positivo 59
(excesso de caixa) orçado num período gera cobertura nos saldos negativos posteriores. Os
saldos negativos (déficits de caixa) orçados têm que ser cobertos com financiamentos em curto
prazo.

Para planejar o Fluxo de Caixa, os Setores da empresa têm que elaborar os seus
Orçamentos, fornecendo os dados ao Administrador Financeiro, ou seja:

Orçamento de Produção – para empresas industriais;

Orçamento de Vendas, com prazos de recebimentos;

Orçamento de Custos e Despesas;

Orçamentos de Investimentos;

Orçamentos de Pagamento de Passivos.

Pode ser elaborado de duas formas:

Entradas e Saídas de Caixa Projetadas: Entradas e Saídas de Caixa Realizadas:

neste caso os valores previstos para um neste caso os valores de fato ocorreram, ou
determinado período de atividade. seja, foram realizados em termos de
entradas e saídas de recursos financeiros.
Planejamento Financeiro requer que a alta Administração da empresa se comprometa
com o mesmo e que os Sistemas existentes permitam o acompanhamento do Planejamento
Financeiro – Orçado x Realizado. Para uma empresa que mantém constantemente revisado os
controles financeiros, a elaboração do fluxo de caixa torna-se tarefa de fácil elaboração. Já
aquelas que não tiverem este hábito, não tendo disponíveis controles de forma organizada, é
bastante provável que nos primeiros meses o fluxo de caixa constitua-se em um documento não
60
tão confiável, já que algumas projeções poderão não serem consideradas.

Alguns itens poderão ser superestimados, enquanto que outros, subestimados.


Enquanto que alguns itens podem ser previstos em excesso, outros custos podem ser inclusive,
desconsiderados. Com base nestas questões, sugere-se que o primeiro passo na elaboração de
um fluxo de caixa seja organizar os dados, planilhas, para então se ter dados confiáveis.

Segundo Martins (2009), algumas informações são pertinentes para a elaboração do


fluxo de caixa. Estas seriam:

 Previsão de vendas e os respectivos prazos de recebimentos;


 Previsão de compras e os respectivos prazos de pagamentos aos fornecedores;
 Levantamento dos valores a receber dos clientes, das vendas já realizadas;
 Levantamento dos compromissos a pagar aos fornecedores e pagamento de
despesas operacionais mensais;
 Levantamento das disponibilidades financeiras existentes.

Previsão de Vendas e os Respectivos Prazos de Recebimentos

Ao se elaborar esta previsão, considera-se qual será o valor das vendas para os
próximos meses. Caso a empresa já trabalhe com a previsão, estabelecendo metas de vendas,
a tarefa torna-se então mais simples, bastando calcular o valor que a empresa planeja vender
nos próximos meses. Caso contrário, sugere Martins (2009), deve-se considerar as vendas
realizadas no mesmo período do ano anterior como ponto de partida. Segundo o autor, “com
base nas vendas passadas e expectativas de crescimento, é possível projetar futuros negócios”.

5.2 COMPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS DO FLUXO DE CAIXA 61

 Saldo Inicial: valor dos recursos existentes em Caixa e Bancos no início do


período.
 Recebimentos: dividem-se em operacionais e não operacionais.
 Recebimentos operacionais: valores recebidos das Vendas de
Produtos e Serviços.
 Recebimentos não operacionais: valores recebidos de
Empréstimos Bancários; Aporte de Sócio; Acionistas, Resgate
de Aplicações Financeiras.
 Pagamentos: Dividem-se em operacionais e não operacionais.
 Pagamentos operacionais: valores pagos com matérias-
primas, materiais indiretos, salários, impostos sobre vendas,
encargos sociais e outros pagamentos diretamente ligados à
operação da empresa.
 Pagamentos não operacionais: valores pagos com
empréstimos bancários, factorings, investimentos.
 Geração Operacional de Caixa: representa os Recebimentos menos os
Pagamentos Operacionais da empresa.
 Geração Não Operacional de Caixa: representa os Recebimentos menos os
Pagamentos não operacionais da empresa.
 Saldo Final de Caixa: é a soma do Saldo Inicial do Caixa no período, mais a
Geração Operacional e a Geração não operacional.
As principais finalidades do Fluxo de Caixa são:

 Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa em um período determinado de


tempo, normalmente um mês ou vários meses.
 Auxiliar o empresário ou gestor de pequenos negócios a tomar decisões
62
antecipadas sobre o fluxo financeiro da empresa.
 Demonstrar a situação do Caixa da empresa de forma antecipada, permitindo
eventuais ajustes quando for necessário.
 Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira.

Após o Planejamento, precisa-se fazer a administração do Fluxo de Caixa. Veja o


conceito da administração do Fluxo de Caixa. Administrar o Fluxo de Caixa, após o seu
Planejamento, implica na verificação dos Saldos de Caixa futuros e na tomada de decisão sobre
os Déficits ou Excessos de Caixa. Os procedimentos a serem tomados dependem do cenário
financeiro. Na hipótese de déficits de Caixa, devem-se obter Recursos internamente ou
externamente à empresa, ou a combinação de ambos.

 Obtenção de Recursos Internos;


 Venda de Ativos Imobilizados: máquinas e equipamentos que podem ser descartados,
sem comprometer a Operação da empresa;
 Aporte de Recursos dos Sócios/Acionistas: aumentando o Capital da empresa, obtendo
assim Recursos para fazer face aos Desembolsos.
 Obtenção de Recursos Externos;
 Empréstimos Bancários ou Factoring: obter Recursos junto a estas instituições, sempre
às menores Taxas possíveis do Mercado Financeiro.
 Ingresso de novos Sócios/Acionistas: por meio de um aumento de Capital.
 Combinação de Recursos Internos e Externos: desconto de Títulos, mesmo pagando
Taxas Bancárias, reduzindo o Lucro Operacional, mas realizando Recebimentos de
Caixa no tempo necessário.
Na hipótese de Excesso de Caixa, o mais viável é aplicar estas sobras eficientemente,
como exemplo:

 Mercado Financeiro: seja em poupança, fundos de curto prazo e outros, às


maiores taxas possíveis do mercado financeiro.
63
 Compra de Matérias-Primas/Mercadorias: negociar com fornecedores, visando
menores preços unitários de compra, com maiores quantidades, e gerando mais
saldo de caixa.
 Investimentos: adquirindo máquinas e equipamentos ou novas tecnologias,
aumentando a produtividade, porém sem aumentar os custos operacionais.

Algumas das melhores práticas para um bom Fluxo de Caixa:

 A aplicação do conceito do “fluxo de caixa” é a mesma, indiferente do ramo ou


tamanho da empresa;
 Para o empresário que está implantando o Fluxo de Caixa pela primeira vez,
procure programar as entradas e saídas de caixa num período de tempo mais
curto, do tipo uma semana, no máximo um mês;
 Mais do que recursos de informática e tecnologia, é preciso ter disciplina;
 Faça os lançamentos diariamente;
 Acompanhe o extrato do banco diariamente;
 O curso é essencial, mas não é o suficiente, por isso exercite o aprendizado no dia
a dia;
 Transforme o fluxo de caixa em uma rotina da empresa;
 Ficar atento com os 10 primeiros dias do mês, pois neste período os desencaixes
financeiros tendem a ser maiores por causa da folha de pagamento, tributos e
outras despesas que tenham vencimento nesta época;
 Na elaboração do Fluxo de Caixa levar em consideração o período de
sazonalidade, quando for o caso;
 Registre sempre a saída do pró-labore, ele faz parte do balanço da empresa;
 Se não tiver tempo para fazer o fluxo de caixa você mesmo, contrate alguém que
possa ficar responsável por essa função;
 No caso de contratar um funcionário, acompanhe o trabalho executado por ele;
 Para assumir novos compromissos com fornecedores ou outros credores, consulte
o seu Fluxo de Caixa e verifique se as datas dos vencimentos destes novos
compromissos não coincidem com períodos críticos em termos de saída de Caixa.
64

Para elaborar o Fluxo de Caixa torna-se necessário tomar alguns cuidados, tais como:

 Conhecer com detalhes o ciclo financeiro da empresa (prazos de pagamentos e


recebimento);
 Manter os controles auxiliares em dia, tais como: controles bancários, controles de
recebimento de clientes, controle de pagamento de fornecedores, controle de
pagamento de despesas e o controle de movimento de caixa.
 Todos os valores lançados no fluxo de caixa deverão ser realistas, ou seja, manter
os valores das estimavas das entradas e saídas de caixa sempre atualizados.

5.2.1 Componentes do Fluxo de Caixa

5.2.1.1 Previsão de compras e os respectivos prazos de pagamento aos fornecedores

Inicialmente calcula-se a previsão ou metas de compras mensais. Torna-se importante


atentar ao montante de compras a ser efetuado. Geralmente as compras têm relação direta com
a quantidade a ser produzida ou total de vendas. Para evitar que a empresa fique com estoque
excedente, as metas de compras não devem ultrapassar o previsto em consumo, ou seja:

 Consumo de matérias-primas para indústrias e serviços;


 Custo das mercadorias vendidas para o comércio.

65
A partir do momento que se estabelece as metas de compras, conhece-se os prazos
para pagamentos aos fornecedores, o passo a seguir é elaborar uma planilha que calcule o
pagamento das compras.

5.2.1.2 Levantamento dos valores a receber de clientes

Se a empresa vende a prazo, certamente ela terá valores a receber dos clientes. Os
controles de contas a receber fornecerão as informações para o fluxo de caixa. Caso parte da
clientela costume atrasar pagamentos, sugere-se que o empresário procure descobrir esse
índice de atraso (inadimplência) para que sua previsão de recebimento não fique deficitária.

Em situações nas quais constem nos controles de contas a receber valores já vencidos
e de difícil recebimento, estes não devem ser incluídos no fluxo de caixa, pois possivelmente
resultarão em uma previsão irreal, já que dificilmente tais créditos serão recebíveis.

5.2.1.3 Levantamento dos compromissos a pagar


Neste item devem ser levantados, por meio dos controles de contas a pagar, os
compromissos que a empresa tem com os fornecedores, impostos, financiamentos, e as
despesas operacionais que ocorrem todos os meses, como folha de pagamento, encargos
mensais sobre a folha de pagamento, aluguel, energia, telefone, retirada dos sócios, serviços de
contabilidade, dentre outros.

66

5.2.1.4 Levantamento das disponibilidades financeiras existentes

Martins (2009) esclarece que na data da preparação do fluxo de caixa deve-se levantar
as disponibilidades financeiras da empresa, tais como dinheiro em caixa, cheques para
depósitos, aplicações financeiras de resgate imediato, dentre outras aplicações de curto prazo.
Na preparação do fluxo de caixa, o total das disponibilidades existentes será o saldo inicial de
caixa.

5.3 PRINCIPAIS REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

 Apoio de cúpula diretiva da empresa.


 Organização da estrutura funcional da empresa com definição clara dos níveis de
responsabilidade de cada área.
 Integração dos diversos setores e/ou departamento da empresa ao sistema do fluxo
de caixa.
 Definição do sistema de informações quanto à qualidade e aos funcionários a
serem utilizados, calendário de entrega dos dados (periodicidade) e os responsáveis
pela elaboração das diversas projeções.
 Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na empresa.
 Criação de um manual de operações financeiras.
 Comprometimento dos responsáveis pelas diversas áreas da empresa, no sentido
de alcançar os objetivos e as metas propostas no fluxo de caixa. 67
 Utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os efeitos das tomadas
de decisões que tenham impacto financeiro na empresa.
 Fluxograma das atividades na empresa, ou seja, definir as atividades meio e as
atividades fins.

Segue abaixo um modelo básico de Fluxo de Caixa:

FIGURA 10 – MODELO DE FLUXO DE CAIXA


Para melhor compreensão e total entendimento sobre Fluxo de Caixa, é preciso ter o
conhecimento de determinados termos bastante utilizados pelo mercado:

 Ciclo Operacional: corresponde ao intervalo entre a compra de mercadorias ou


matérias-primas e o prazo de recebimento das vendas a prazo. Portanto, o Ciclo
68
Operacional é igual ao prazo médio de estocagem mais o prazo médio de
recebimento das vendas a prazo. Segundo Gitman [7] “é definido como o
montante de tempo que vai do ponto em que a empresa coloca o material e
trabalho no processo de produção até o momento em que o dinheiro da venda do
produto acabado resultante é acabado”. CO = PME + PMR
 Ciclo Financeiro: corresponde ao intervalo de tempo entre o pagamento de
compras e o recebimento de vendas. O Ciclo Financeiro é soma do prazo médio
de estocagem com prazo médio de recebimento e em seguida deduz o prazo
médio de pagamento. CF = PME + PMR – PMP
 Fluxo Financeiro: significa entradas e saídas de recursos financeiros do caixa.
 Disponibilidade Financeira: trata-se do valor correspondente ao saldo de Caixa
mais os recursos financeiros depositados nos bancos.
 Saldo Inicial: é o saldo de caixa no início do período da data da elaboração do
Fluxo de Caixa.
 Entrada de Caixa: corresponde às vendas realizadas à vista, como também os
valores correspondentes aos recebimentos de duplicatas, cheques pré-datados e
faturas de cartão crédito, etc.
 Saída de Caixa: corresponde aos pagamentos de fornecedores e às despesas
operacionais da empresa tais como, folha de pagamento e encargos sociais,
impostos, água, luz, telefone, aluguel, etc.
 Saldo Final de Caixa: o saldo final é obtido por meio da soma do saldo inicial mais
as entradas de caixa, deduzindo as saídas de caixa.
 Ciclo de caixa: é o montante de tempo em que o caixa da empresa está
imobilizado entre o pagamento por insumos de produção e a cobrança do
pagamento de venda do produto acabado resultante.
 Giro do Caixa: representa quantas vezes o caixa movimenta-se por ano na
empresa em função do seu ciclo financeiro. Exemplificando, supondo que o Ciclo
Financeiro da empresa fosse de 60 dias, neste caso o Giro de Caixa seria de seis
vezes ao ano (360 dias: 6). Quanto maior for o giro melhor para empresa, pois irá
necessitar de menos capital de giro para suprir o caixa.
 Caixa Operacional Mínimo: representa o volume mínimo de recursos financeiros
que uma empresa necessita para financiar suas atividades operacionais. Para 69
calcular o COM (Caixa Operacional Mínimo) é necessário estimar o valor do SAC
(Saídas Anuais de Caixa) que corresponde aos valores desembolsados para
pagamento de fornecedores de mercadorias ou matérias-primas, como também
para cobrir as despesas operacionais. Para facilitar o entendimento faremos o uso
de um exemplo numérico. Supondo que os valores previstos de saídas de caixa
anual fossem: pagamento de fornecedores R$ 200.000,00 e pagamento das
despesas operacionais R$ 100.000,00. Portanto, o total do SAC é de
R$ 300.000,00. Considerando que o Giro do Caixa fosse de seis vezes. O valor do
Caixa Operacional Mínimo é de R$ 50.000,00 (R$ 300.000,00: 6 vezes).

5.4 DFC (DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA)

Para Zdanowicz (1992, p. 33), “o fluxo de caixa é o instrumento que permite


demonstrar as operações financeiras que são realizadas pela empresa”, o que possibilita
melhores análises e decisões quanto à aplicação dos recursos financeiros que a empresa
dispõe. Iudícibus e Marion (1999, p. 218) afirmam que a DFC “demonstra a origem e a aplicação
de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado período e o resultado desse
fluxo”, cujo caixa engloba as contas Caixa e Bancos, evidenciando as entradas e saídas de
valores monetários no decorrer das operações que ocorrem ao longo do tempo nas
organizações.
Por sua vez, Thiesen (2000, p. 10) complementa explicando que a DFC “permite
mostrar, de forma direta ou mesmo indireta, as mudanças que tiveram reflexo no caixa, suas
origens e aplicações”. Percebe-se que a DFC demonstra tanto a origem quanto a aplicação dos
recursos da empresa. Ressalta-se que os recursos mencionados referem-se somente aos
recursos em dinheiro, ou seja, aqueles que têm reflexo no caixa da empresa.

Assaf Neto e Silva (1997, p. 38) explicam que o fluxo de caixa, de maneira ampla, “é 70
um processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas
várias atividades desenvolvidas”, onde as atividades da empresa dividem-se em operacionais,
de investimentos e de financiamento.

As atividades de investimento dizem respeito à aquisição ou venda de ativos não


circulantes, que representam a destinação que a empresa dá aos seus recursos na compra de
novos equipamentos ou na ampliação de suas instalações. As atividades de financiamento estão
relacionadas à obtenção de empréstimos em curto e longo prazo, bem como à emissão de ações
representativas do capital e ao pagamento de dividendos aos acionistas.

As atividades operacionais, em geral, referem-se àquelas operações que envolvem


produção e venda de produtos, ou à prestação de serviços. Este grupo permite visualizar a
atividade que gera maior caixa operacional, quando comparados diversos períodos. A
configuração preconizada para este instrumento contábil legal norte-americano encontra-se
detalhada na Figura abaixo.

FIGURA 11 - CONFIGURAÇÃO DO DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA, SEGUNDO O


FAS-95

Atividades de Investimento
(-) aquisição de imobilizado, inclusive juros e despesas capitalizadas;

(-) aquisição de novos negócios e empresas;

(-) aquisição de debêntures e investimentos financeiros em longo prazo, exclusive aplicações de


caixa;
(-) aquisição de ações de outras empresas, incluindo os investimentos regulados pela
equivalência patrimonial;

(-) empréstimos feitos a outras entidades;

(-) compra por transferência de debêntures de outras entidades;

(+) venda de imobilizado;

(+) venda de negócios; 71

(+) cobrança do principal relativo a empréstimos feitos a outras entidades;

(+) venda, por transferência, de debêntures de outras entidades;

(+) vendas de debêntures ou ações de outras entidades, exclusive aplicações de caixa.

Atividades de Financiamento

(-) remuneração aos proprietários (dividendos e outros);

(-) pagamento de valores tomados por empréstimos, inclusive leasing, resgate de debêntures e
empréstimos de curto e longo prazo;

(-) reaquisição de ações próprias e outros títulos relacionados com o patrimônio líquido;

(+) emissão de ações;

(+) subscrição de debêntures, hipotecas e empréstimos de curto e longo prazo.

Atividades Operacionais
(-) aquisição de materiais para produção ou revenda;

(-) salários e encargos sociais dos empregados;

(-) juros sobre empréstimos;

(-) impostos, multas e outras despesas legais;

(-) materiais e serviços gerais;


(+/-) outras transações não definidas nos outros grupos, inclusive pagamentos de causas
judiciais, donativos e devolução de pagamentos a clientes;

(+) venda de mercadorias e serviços;

(+) vendas de empréstimos feitos a terceiros (juros) e sobre investimentos em ações


(dividendos).

FONTE: SILVA, César Augusto Tibúrcio; SANTOS, Jocineiro Oliveira dos; OGAWA, Jorge Sadayoshi. Fluxo de
caixa e DOAR. Caderno de Estudos FIPECAFI/FEA-USP. São Paulo, n. 9, p. 37-66, out./93, p. 50. 72

O Internacional Accounting Standards Committee (IASC), órgão normatizador mundial


da contabilidade, por meio da NIC 7 - Norma Internacional de Contabilidade, que foi revisada em
1992, estabelece a forma e conteúdo da DFC, bem como trata do objetivo e benefícios deste
demonstrativo.

No parágrafo 4 desta norma encontra-se a observação de que a análise da DFC, em


conjunto com as demais demonstrações contábeis, “proporciona informações que habilitam os
usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma empresa, sua estrutura financeira
(inclusive sua liquidez e solvência) e sua habilidade para afetar as importâncias e prazos dos
fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e às oportunidades”.

Neste contexto, a relevância da DFC está em seu poder informacional, visto que
permite às organizações, sejam elas com ou sem fins lucrativos, públicas ou privadas, terem
maior poder preditivo quanto à sua capacidade de cumprir com suas obrigações financeiras, vez
que propicia um melhor planejamento financeiro, por parte da empresa, em relação a sua
disponibilidade de caixa, de forma que não ocorram excessos nem insuficiências de fundos.
Além disso, propicia aos usuários maior facilidade no entendimento da real situação financeira
da empresa.

Frezatti (1997) menciona que o fluxo de caixa apresenta-se como um instrumento


tático e estratégico no processo de gestão empresarial. A abordagem estratégica está
relacionada com o nível de negócios da empresa não só em curto prazo, mas principalmente em
longo prazo, enquanto a abordagem tática, a qual o autor se refere, corresponde à visão do fluxo
de caixa como instrumento de utilidade restrita e acompanhamento, isto é, concentra-se em
questões de menor alcance e mesmo impacto.

5.4.1 Formas de Apresentação da DFC


73

Iudícibus e Marion (1999, p. 223) explicam que, “na movimentação de recursos


financeiros incluem-se não somente saldos de moeda em caixa ou depósitos em conta bancária,
mas, também, outros tipos de contas que possuem as mesmas características de liquidez e de
disponibilidade imediata.” O termo utilizado quando da elaboração da DFC, para identificar estes
outros tipos de contas, é o termo Equivalente de Caixa, ou seja, devem ser consideradas como
equivalentes de caixa as aplicações financeiras com característica de liquidez imediata.

Os componentes da DFC, de acordo com Frezatti (1997), são:

 Fluxos Operacionais, que correspondem às entradas e saídas, relacionadas às


atividades operacionais da empresa;
 Fluxo Permanente, que está ligado aos investimentos no ativo permanente da
empresa;
 Fluxo dos Acionistas, que indica as transações que afetam os mesmos e que são
derivadas de decisões de capitalização ou de distribuição do lucro ou redução do
capital;
 Fluxo Financeiro equivale ao somatório dos demais fluxos, onde, no caso de sobra
de recursos, ocorre a saída para aplicação deste valor no mercado e, no caso de
insuficiência de recursos, ocorre a entrada por meio de resgate de investimentos,
ou por meio de captação de recursos com terceiros.
Abaixo apresentamos estes elementos em comparação à estrutura proposta pelo
FASB, cuja comparação é representada na figura abaixo.

FIGURA 12 - COMPONENTES DA DFC

74

Por meio da análise dos elementos que compõem a DFC são percebidas questões
muito importantes para a empresa, como a saúde do negócio e a melhor forma de otimização
dos resultados, bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro da
empresa. Quanto à elaboração da DFC, esta, segundo a FIPECAFI (1994), pode ser
apresentada sob duas formas: o método direto e o método indireto. Estes dois métodos
diferenciam-se pela forma como são apresentados os recursos provenientes das operações.
Campos Filho (1999, p. 41) comenta que é recomendado às empresas “relatar os
fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as principais classes de
recebimentos e pagamentos operacionais (método direto)”. No método direto as entradas e
saídas operacionais são apresentadas de forma direta, isto é, primeiro as entradas, depois as
saídas. A elaboração da DFC pelo método direto encontra-se representada na figura abaixo.

75
FIGURA 13 - DFC PELO MÉTODO DIRETO (ENTRADAS E SAÍDAS DE CAIXA E
EQUIVALENTES DE CAIXA)
Fluxo de caixa das atividades operacionais:

Venda de mercadorias e serviços (+)

Pagamento de fornecedores (-)


76
Salários e encargos sociais dos empregados (-)

Dividendos recebidos (+)

Impostos e outras despesas legais (-)

Recebimento de seguros (+)

Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento:

Venda de imobilizado (+)

Aquisição de imobilizado (-)

Aquisição de outras empresas (-)

Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:

Empréstimos líquidos tomados (+)

Pagamento de leasing (-)

Emissão de ações (+)

Caixa líquido da atividade de financiamento (+/-)

Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa


Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano

FONTE: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das
demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ano XXVI, n. 5, p. 64-71,
jul./1997, p. 69.

77

A diferença, na elaboração da DFC, entre o método direto e o indireto encontra-se


apenas no grupo das atividades operacionais. A DFC, quando elaborada pelo método direto
apresenta dentro do grupo das atividades operacionais primeiro o valor referente à receita pela
venda de mercadorias e serviços, para, em seguida, subtrair deste os valores equivalentes ao
pagamento de fornecedores, salários e encargos sociais dos empregados, bem como os
impostos e outras despesas legais. Além disso, adicionam-se os eventuais dividendos recebidos,
bem como os recebimentos de seguros.

Segundo Campos Filho (1997, p. 41), “as empresas que decidirem não mostrar os
recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma importância de fluxo de caixa
líquido das atividades operacionais indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconciliá-lo ao
fluxo de caixa líquido das atividades operacionais (método indireto ou de reconciliação)”.

O método indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de forma


indireta, realizando ajustes ao lucro líquido do exercício. A figura a seguir apresenta a
demonstração da estrutura da DFC quando elaborada pelo método indireto.
FIGURA 14 - DFC PELO MÉTODO INDIRETO (ENTRADAS E SAÍDAS DE CAIXA E
EQUIVALENTES DE CAIXA)

Fluxo de caixa das atividades operacionais:

Lucro líquido

Depreciação e amortização (+)


78
Provisão para devedores duvidosos (+)

Aumento/diminuição em fornecedores (+/-)

Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-)

Aumento/diminuição em contas a receber (+/-)

Aumento/diminuição em estoques (+/-)

Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento:

Venda de imobilizado (+)

Aquisição de imobilizado (-)

Aquisição de outras empresas (-)

Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:

Empréstimos líquidos tomados (+)

Pagamento de leasing (-)

Emissão de ações (+)

Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)

Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa


Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano

FONTE: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das
demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ano XXVI, n. 5, p. 64-71,
jul./1997, p. 69.

79

A DFC elaborada pelo método indireto apresenta no grupo das atividades operacionais
primeiro o lucro líquido, proveniente da Demonstração do Resultado do Exercício, para em
seguida adicionar os valores que não representam desembolso de caixa que tenham sido
deduzidos do lucro na DRE, ou seja:

- depreciação e amortização;

- provisão para devedores duvidosos;

- aumento ou diminuição referente a fornecedores, no caso de compras a prazo, ou


contas a pagar, também em longo prazo;

- aumento ou diminuição de valores em contas a receber, para o caso de vendas a


prazo ou nos estoques.

Carmo et al. (1997, p. 58-59) esclarecem que o método indireto “consiste na


demonstração dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do lucro líquido,
ajustado pelos itens que afetam o resultado, mas que não modificam o caixa da empresa”,
enquanto o método direto demonstra “os recebimentos e pagamentos derivados das atividades
operacionais da empresa em vez do lucro líquido ajustado”.

A DFC, quando feita pelo método indireto, é indicada por Silva, Santos e Ogawa (1993)
como mais semelhante à estrutura da DOAR, portanto de mais fácil compreensão aos que
entendem essa demonstração. Ao contrário, a DFC elaborada pelo método direto é de mais fácil
entendimento para aqueles que já não compreendem a DOAR, visto que é feita de forma direta,
com entradas e saídas no caixa.

É importante verificar que a apresentação da DFC pelo método indireto evidencia os


ajustes ao lucro líquido, provenientes da Demonstração de Resultado do Exercício,
assemelhando-se, assim, a DOAR, enquanto o método direto é, em relação à sua forma de
apresentação, o modelo que mais se diferencia da forma atual de evidenciação das origens e 80
aplicações de recursos das empresas.

Diante do exposto, observa-se nitidamente a semelhança da DFC elaborada pelo


método indireto com a DOAR, enquanto que se elaborada pelo método direto, a DFC assume
uma forma mais clara de evidenciação das saídas e entradas de fatores monetários. Evidencia-
se, ainda, a facilidade de entendimento das informações propiciadas pela DFC, no que diz
respeito às operações financeiras das organizações, o que torna relevante sua publicação junto
às demais demonstrações contábeis.

O estudo voltado para o desenvolvimento de novas ferramentas que auxiliem o


processo de tomada de decisão nas empresas deve ser incentivado. Dentre os instrumentos
gerenciais de caráter mais dinâmico, o fluxo de caixa merece destaque, seja por sua estreita
relação com a situação de liquidez da empresa, como pela propriedade de projetor de situações
futuras.

As dificuldades encontradas na gestão dos recursos financeiros de uma empresa,


tomando-se por base dados históricos, relatórios elaborados pelo regime de competência,
fizeram com que surgisse o fluxo de caixa, bastante evidenciado e indispensável para a boa
gestão das empresas.

Destaca-se também a importância da utilização dos dois fluxos de caixa – histórico e


projetado; enquanto o segundo serve para prever dificuldades futuras e adiantar soluções, o
primeiro serve de base para a projeção do segundo. Outro aspecto importante a ser considerado
é o fluxo de caixa tornar mais conveniente à administração e acompanhamento do dia a dia das
atividades operacionais da empresa. Do contrário, se ela quiser tomar decisões em função de
um horizonte maior, terá que recorrer a outros demonstrativos contábeis, como a demonstração
das origens e aplicações dos recursos – DOAR, por exemplo.
É importante ressaltar que os gestores devem estar atentos aos mecanismos que
utilizam no planejamento e acompanhamento do desempenho das empresas. A visão holística
da organização e do ambiente em que atua deve ser o parâmetro para a aferição e ajustes nos
instrumentos utilizados. Em resumo, é preciso sempre estar preocupado e atento aos
instrumentos de medição do fluxo de caixa, relatórios, planilhas, sistemas de computador e tudo
que possa ser útil para executar ações rápidas e eficientes.
81

5.5 CAPITAL DE GIRO

Martins (2009) conceitua o capital de giro como sendo o capital de trabalho, ou seja, o
capital necessário para financiar a continuidade das operações da empresa, como recursos para
financiamento aos clientes (nas vendas a prazo), recursos para manter estoques e recursos para
pagamento aos fornecedores (compra de matéria-prima ou mercadorias de revenda), pagamento
de impostos, salários e demais custos e despesas operacionais.

Constata-se que o capital de giro está relacionado com todas as contas financeiras que
giram ou movimentam o dia a dia de qualquer empresa. Para Matarazzo (1995, p. 343),
necessidade de Capital de Giro é não só um “conceito fundamental para a análise da empresa
do ponto de vista financeiro, ou seja, análise de caixa, mas também de estratégias de
financiamento, crescimento e lucratividade”, mas Capital de Giro significa o capital circulante ou
capital de trabalho, e corresponde ao Ativo Circulante da empresa. Representa o volume de
aplicações necessário para iniciar o ciclo operacional da empresa.

Segundo Mairon (1998, p. 55), “a parte do Capital de Giro (Ativo Circulante) que não
estiver comprometida com terceiros (Passivo Circulante) será da própria empresa (não será
entregue a terceiros)”. Por isso, a expressão Capital de Giro Próprio. O sucesso de qualquer
empreendimento depende em grande parte da gestão adequada do capital de giro. O capital de
giro líquido ou capital de giro próprio é o Capital Circulante Líquido (CCL), ou seja, a diferença
entre o ativo e passivo circulantes.
O Capital de giro possui duas fontes de recursos: próprios e de terceiros. O Capital
Próprio corresponde ao capital social, reservas de lucros. O Capital de terceiros corresponde às
operações de financiamento, empréstimos. Com base nesta conceituação, Martins (2009)
oferece sumárias conclusões:

82
 Toda a empresa que vende a prazo necessita de recursos para financiar seus
clientes;
 Toda empresa que mantém estoque de matéria-prima ou mercadorias necessita de
recursos para financiar estoques;
 Quando a empresa compra a prazo (matéria-prima ou mercadorias) significa que os
fornecedores financiam parte ou a totalidade do estoque;
 Quando a empresa tem prazos para pagar as despesas (impostos, energia, salário
e outros gastos), significa que parte ou a totalidade dessas despesas é financiada pelos
fornecedores de serviços.

Esclarece Martins (2009) que o fluxo de caixa consiste em um dos instrumentos de


maior eficiência para a gestão do capital de giro. Quando se projeta o fluxo de caixa para
determinado período, significa que no momento da projeção, já se pode visualizar a situação de
caixa para períodos futuros e tomar decisões para modificar a situação encontrada, ainda mais
nos períodos de escassez financeira.

Algumas observações destacadas por Martins são significativas, relacionadas ao fluxo


de caixa, e seriam:

 A escassez de recursos disponíveis em caixa, em muitas das situações, não


significa que a empresa necessita de novos recursos para financiar a Necessidade de Capital de
Giro. Estas questões podem estar relacionadas a uma série de decisões ou atitudes que
tomadas anteriormente, não alcançaram o propósito do lucro. Como por exemplo, cita-se a
questão dos estoques excedentes, os clientes em atraso, os investimentos sem planejamento,
dentre outros.
 Recorrer a empréstimos ou descontos bancários pode se constituir em uma
maneira acessível para equilibrar o caixa. Porém, essa forma facilitada de resolver problemas
financeiros pode consumir parte significativa do lucro.

Quando uma empresa deixa de fazer o seu planejamento financeiro, os seus efeitos
são refletidos no índice de NCG. 83

Metodologia para Determinar a Necessidade de Capital de Giro

Conforme explica Martins (2009), um conceito importante para o entendimento do


capital de giro está relacionado à necessidade do capital de giro. A necessidade de Capital de
Giro indica o montante de recursos que a empresa necessita para financiar suas operações, ou
seja, o valor dos recursos que a empresa precisa para que seus compromissos sejam cumpridos
nos prazos de vencimento.

A necessidade de Capital de Giro representa a diferença entre o montante de recursos


aplicados em capital de giro menos o total dos recursos que a empresa obtém para financiar o
capital de giro.

Para que se possa determinar a NCG, é necessário que se faça uma reclassificação no
Ativo e Passivo Circulante da empresa.
FIGURA 15 - RECLASSIFICAÇÃO DO CIRCULANTE

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (ACF): PASSIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (PCF):


empréstimos bancários, operações não
caixa e bancos, aplicações de liquidez decorrentes do operacional da empresa
imediata.
84

ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (ACO): PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL


contas a receber, estoques, adiantamento a (PCO): fornecedores, salários e encargos,
fornecedores, despesas do exercício impostos a recolher etc.
seguinte.

A reclassificação consiste na subdivisão do Ativo e do Passivo Circulante em


Financeiro e Operacional. No subgrupo Financeiro ficam classificadas as contas que não estão
diretamente relacionadas com o ciclo operacional da empresa, ao passo que no subgrupo
Operacional estão classificadas as contas diretamente relacionadas com o ciclo operacional da
empresa.

As contas que fazem parte do Operacional, para o Ativo, são estoques, contas a
receber, dentre outras. No Passivo Operacional estão classificadas as contas com os
fornecedores, com o salário dos funcionários, dentre outras. As situações comuns que ocorrem
em uma empresa, com relação à NCG, podem ser resumidas:

Descrição Interpretação

ACO > PCO A empresa necessita de capital de giro – quadro normal na maioria dos
negócios.

ACO < PCO A empresa não necessita de capital de giro.

ACO = PCO A empresa não necessita de outras formas de financiamento para o seu giro –
excesso de financiamentos operacionais.

Quando a empresa apresenta um ACO>PCO, o que pode estar acontecendo é que ela
pode estar com estoques e não ter capital de giro para pagar as suas contas. Por meio desse
índice é possível o gestor refletir sobre o que está ocasionando a dificuldade de capital de giro,
ou se o capital de giro atende às necessidades de financiamento da empresa. Possibilita uma 85
visão da empresa em nível operacional, pois permite a visualização dos efeitos do aumento das
vendas, ou aumento do prazo de recebimento sobre o comportamento do capital de giro.

5.6 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO E DE CAIXA

Gitman (2000) esclarece que os recursos aplicados nas empresas obedecem a duas
formas diferenciadas:

 Ativos fixos
 Ativos circulantes

A administração de capital de giro, para o autor, caracteriza-se pela gestão dos tipos e
passivos circulantes. Os ativos circulantes seriam constituídos por Caixa e Bancos, Estoques,
Contas a Receber e outros ativos circulantes. A gestão dos passivos circulantes caracteriza-se
pela gestão das contas a pagar em especial. E mais, o ativo circulante nada mais é do que o
conjunto de recursos de capital que se transformam em recursos monetários no decorrer do ciclo
empresarial. Com isso, as necessidades ou aplicação de capital de giro seriam os valores
necessários para a empresa gerir seus negócios que seriam compostos pelas contas:

 Caixa;
 Bancos;
 Estoques;
 Duplicatas a receber;
 Outros valores realizáveis em curto prazo;

As necessidades então são satisfeitas por recursos próprios da empresa e recursos de


terceiros, os quais são denominados de “cobertura do capital de giro”, ou seja, de onde se
86
originam os recursos que a empresa aplica no seu capital de giro. Duas características são
importantes em relação às coberturas operacionais:

 Algumas não têm, necessariamente, um custo financeiro. Seriam os fornecedores,


impostos e encargos, assim como adiantamento a clientes.
 Existem as coberturas bancárias que sempre terão um custo financeiro adicional:
desconto de duplicata, empréstimo.
A necessidade de capital de giro constitui-se no montante de recursos que a empresa
precisa para financiar suas operações. Representa o valor dos recursos que a empresa carece
para que seus compromissos sejam quitados nos prazos de vencimento. Para se calcular a
necessidade de capital de giro, inicialmente, torna-se necessário a organização de uma planilha
com base nos controles internos, registrando os valores das contas relacionadas ao capital de
giro. Estas seriam:

a) Contas que necessitam de capital de giro (aplicações em capital de giro) (Grupo 1);

b) Contas que financiam o capital de giro, todas as contas a pagar das operações
relacionadas com capital de firo (fornecedores, impostos e despesas a pagar) (Grupo 2).

Com isso é possível calcular a Necessidade do Capital de giro, subtraindo o total dos
valores da conta do grupo 1, menos o total dos valores das contas do grupo 2.

5.7 IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO


Souza (2000) destaca que, segundo pesquisas, nas empresas de pequeno porte cerca
de 90% do tempo do gerente financeiro é dedicado à gestão do capital de giro. Tal prática se
justifica em razão de que a gestão do capital de giro é um dos aspectos mais significativos para
a estabilidade financeira da empresa.

A partir do momento em que a empresa não consegue manter um nível satisfatório de


caixa para honrar com seus compromissos por causa do desequilibro de capital de giro, 87
inevitavelmente ela poderá vir a sair do mercado, principalmente se perder créditos junto a
fornecedores e bancos. Para garantir a otimização do capital de giro necessário ao
funcionamento da empresa, o empresário ou o gerente financeiro dedica a maior parte do seu
tempo:

 À administração do caixa (disponibilidades);


 À administração das contas a receber (proveniente das vendas a prazo);
 À gestão financeira dos estoques;
 À administração das obrigações a pagar (fornecedores, impostos, empréstimos,
despesas operacionais e outras contas);
 Além de visitas e negociações com bancos.

O Orçamento de Caixa

Constata-se que o Orçamento de Caixa pode ser apresentado de diferentes formas:

a) Mensal;
b) Dividido por semanas;
c) Trimestral dividido por mês;
d) Semestral dividido por trimestre.
Consiste em um instrumento de planejamento envolvendo um grande e significativo
número de informações cuja qualidade depende da empresa, visto que enquanto para algumas
um determinado item é significativo, para outra este item pode estar somando dentro de uma
conta mais abrangente. Por intermédio do Orçamento de Caixa é possível a adoção de uma
série de medidas práticas tanto nas ocasiões de superávit quanto nas de déficit de caixa,
conforme se observa no quadro a seguir:

SUPERÁVIT DE CAIXA DÉFICIT DE CAIXA 88

Aplicação em Mercado de Capital Diminuir Estoques

Aumentar níveis de estoque Dinamizar contas a receber

Desenvolver novas imobilizações Reescalonar pagamentos

Aumentar prazos e condições de vendas Procurar financiamentos

Manter a posição Diminuir prazo de vendas

Investir em novos empreendimentos Novos sócios

Aumentar prazos de compras

Aumentar limite de descontos bancários

Desfazer-se de imóveis

Cortar despesas significativas

Cortar gastos dispensáveis

Constata-se que o objetivo básico da administração de caixa é proporcionar que o


investimento neste ativo seja o mínimo possível, sem prejudicar a eficiência e a eficácia das
atividades da empresa. Na relação entre a empresa e os saldos de caixa constata-se que a
empresa mantém saldos de caixa para realizar transações e remunerar os bancos pelos vários
serviços que prestam.
Existe uma dúvida de qual seria o saldo ótimo a ser mantido por uma empresa.
Segundo Gitman (2000), isso depende dos objetivos organizacionais, mas sugere que
dependeria do custo de oportunidade da manutenção de caixa e da incerteza de entradas e
saídas futuras de caixa. A empresa encontra hoje no mercado uma série de procedimentos para
administrar o processo de recebimento e pagamento de modo a acelerar os recebimentos e
retardar os pagamentos.
89
Na concepção de Gitman (2000), caixa e títulos negociáveis compõem os ativos
líquidos da empresa. Dão à empresa a liquidez de que ela necessita para financiar obrigações
financeiras, assim que vencem. O caixa é mantido, então, sob a forma de uma conta corrente em
um banco comercial que rende pouco ou nenhum juro. Para o autor existem muitas formas de
títulos negociáveis, cada uma delas possuindo diferentes características, apesar de todas
renderem algum tipo de retorno.

Em relação às decisões tomadas sobre o fluxo de caixa destaca-se que existem


diferentes regras práticas, bem como sofisticados modelos quantitativos. Uma regra praticada é
a de relacionar o giro de caixa com os desembolsos anuais. Segundo Gitman (2000), o
refinamento adicional como concentração bancária, sistema de caixa postal, utilização do float
no sistema bancário e administração eficiente das despesas provisórias a pagar podem
aumentar ainda mais a eficiência da administração de caixa.

Sugere-se a manutenção dos investimentos de curto prazo no caso onde o


investimento das sobras de caixa são superiores a um mês. Deve-se levar em conta também o
ponto de equilíbrio (prazo) entre os custos de investimento e desinvestimento e as receitas
decorrentes destes investimentos. Nestas situações sempre serão considerados três critérios,
que seriam: prazos de investimento, valores envolvidos e os custos de transação.

Referente à administração de caixa e bancos, considera-se que os recursos contidos


nestas contas são aqueles que permitem às empresas efetuar pagamentos imediatos. O caixa
representa o dinheiro vivo, em notas de papel moeda e moedas metálicas, enquanto que o item
“Bancos” refere-se aos saldos mantidos em contas bancárias movimentáveis à vista contra a
emissão de cheque (Martins, 2009).

Sanvicente (2007) descreve que as necessidades de capital de giro sob o título de


disponíveis são os seguintes:
 Caixa Mínimo: dinheiro necessário para cobertura das despesas diárias;
 Saldo Bancário Mínimo: de uso imediato, depositado nos bancos por segurança
da empresa;
 Contas Vinculadas: os valores de cobrança dos títulos dados em garantia que
permanecem em conta vinculada para posterior liberação;
 Contrapartidas bancárias: que dependem do grau de endividamento da empresa.
90
As contrapartidas em dinheiro são basicamente o saldo médio e as contas bloqueadas.

Por fim, a administração eficiente do caixa baseia-se em três estratégias básicas:

a) Retardar, o máximo possível, o pagamento das contas a pagar;


b) Administrar eficientemente o ciclo de estoque-produção, com o propósito de
maximizar a taxa de giro do estoque;
c) Cobrar rapidamente as duplicatas a receber.

5.8 VERIFICANDO OS RESULTADOS

Uma das maneiras de acompanhamento dos resultados é a apuração mensal destes, o


que possibilita ao empresário conhecer os resultados do seu negócio, no fim de determinado
período, como por exemplo, no final de cada mês, cada trimestre, cada semestre ou ano. A
apuração destes resultados consiste na diferença entre as vendas totais e os custos e despesas
totais (no período que se pretende apurar).

a) Em relação a resultado positivo: significa que a empresa operou com lucro;


b) Em relação a resultado negativo: significa que a empresa operou com prejuízo.
Com base nos controles financeiros organizados e atualizados, a empresa tem as
informações necessárias para realizar a apuração de resultados mensais. As informações serão
então obtidas mediante aos seguintes critérios:
INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS CONTROLES UTILIZADOS

1. Vendas totais: é a soma das vendas à vista Controle diário de vendas (tal controle já
e vendas a prazo de cada mês. totaliza as vendas mensais)

2. Impostos sobre vendas Percentual de impostos estimados para


cálculo de NCG, multiplicado pelas vendas
realizadas nos meses de apuração de
resultados. 91

3. Custo das Mercadorias Vendidas: Controle de estoques.


representa o valor das mercadorias, a preço
de custo, vendidas durante o mês.

4. Despesas mensais: referem-se a todas as Controle mensal de despesas ou a posição de


despesas mensais necessárias às atividades valores a pagar levantados para o fluxo de
da empresa. Para aprimorar a análise, sugere- caixa.
se que essas despesas sejam detalhadas por
modalidade de contas, como salários,
encargos sociais, impostos sobre vendas, pró-
labore dos sócios, energia elétrica, telefone,
dentre outros

Sugere-se que a apuração dos resultados mensais seja feita após o final de cada mês,
ou seja, dessa forma, no início do mês seguinte, o empresário já terá dados confiáveis das
operações do mês anterior.
REFERÊNCIAS

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2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
92

BRASIL, Haroldo Vinagre. Gestão Financeira das Empresas. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2007.

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.

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para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999.

CARMO, Augusto Blanqui Gondim. Fluxos de Caixa. Revista do CRC - SP. São Paulo, ano I, n.
3, p. 57-64, dez/1997.

CASAROTTO, Filho, Nelson. Análise de Investimentos: Matemática Financeira, Engenharia


Econômica e Tomada de Decisão. Florianópolis: UFSC, 1985.

DAMODARAN, Aswath. Finanças Corporativas - Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Bookman,
2004.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra Ltda.,
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HOJI, Masakazu. Administração Financeira na Prática - Guia para Educação Financeira


Corporativa e Gestão Financeira. São Paulo: Atlas, 2007.
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IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade: para o
nível de graduação. São Paulo: Atlas, 1999.

LIMA NETTO, R. P. Curso Básico de Finanças. São Paulo: Saraiva, 1978.

OLIVEIRA, Dejaime C. de. Administre as Finanças de Sua Empresa - Princípios de Gestão


Financeira. São Paulo: Futura, 2006.

ROBICHEK, A. A.; Myers, S. C. Otimização das Decisões Financeiras. São Paulo: Atlas, 1971.

RODRIGUES, José Antonio. Dilemas na Gestão Financeira Empresarial. Rio de Janeiro:


Qualitymark, 2003.

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