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DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO     O

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Manual Básico de     M


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Bombeiro Militar
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Vol. ��     B
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TECNOLOGIA E MANEABILIDADE EM SALVAMENTOS     O
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Revisto e Atualizado     R
Rio de Janeiro - 2017     O
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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Diretoria Geral de Ensino e Instrução

Manual Básico de
Bombeiro Militar

Volume 02

1º Edição Revista e Atualizada


Rio de Janeiro - 2017
158 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Diretoria Geral de Ensino e Instrução

Manual Básico de
Bombeiro Militar

Volume 02

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 159


160 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ
9.2.6. Linga 9.2.8. Motosserra
Cabo curto de aço com alças em suas extremidades, Este equipamento é essencial nos eventos de corte de
que tem por objetivo laçar algum objeto para transporte, árvore, já que facilita o corte dos galhos e troncos, agi-
içamento ou arrasto. lizando o trabalho, mas em momento algum devem ser
afastadas as técnicas e nem o fator segurança, afinal o
bombeiro não pode permitir a velocidade influenciar no
fator segurança. A motosserra é composta de um motor
a explosão e um sabre com corrente. Conforme será de-
monstrado abaixo:
As motosserras são constituídas dos seguintes com-
ponentes, observados na fig.ura abaixo:

Fig. – Linga

9.2.7. Gerador à gasolina


O gerador a gasolina é um equipamento formado por 1 – Sabre
um motor à explosão destinado a fornecer corrente elé-
trica aos materiais operacionais, comumente usado para 2 – Corrente
garantir a iluminação do local do evento, principalmente 3 – Punho
quando este estiver distante da viatura.
4 – Filtro de ar 
 5 – Acelerador 
6 – Trava do acelerador 
7 – Afogador 
8 – Protetor do punho
9 – Retém do acelerador 
10 – Vela de ignição
11 – Tampa do cárter 
12 – Garra
Fig. – Gerador 

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i)Operação: acelerador, e manter a aceleração do motor até que o
Para dar a partida na motosserra, o militar deve equi- motor passe a marcha lenta.
par-se com o EPI, colocar o afogador em “O”, apertar o Quando o motor já estiver quente, não necessita de
botão de meia aceleração e bloqueá-lo. Para acionar o acionamento do afogador e muitas vezes também não é
arranque, deve-se primeiramente fixar a motosserra preciso da meia aceleração.
contra o solo, segurando o suporte tubular com a mão
Para desligar o motor, vire a chave interruptora na po-
esquerda e a manete do cabo de arranque com a direita,
sição “off”.
retirar a folga do cabo até travar e puxar rápido e firme-
mente, não largando no retorno, mas levando-o até a po- O abastecimento é realizado com uma mistura de óleo
sição inicial. 2 tempos e gasolina na proporção 1:50 (óleo do fabrican-
te, para óleos de outros fabricantes use a proporção 1:25)
Com a motosserra já em funcionamento, deve-se co-
– O fabricante especifica a marca Castrol super TT, pró-
locar o afogador em “I”, soltar o bloqueio da alavanca do
prio para motores 2 tempos de alta rotação.

ERRADO CERTO
Fig. como ligar a motosserra

Nunca coloque a motosserra em funcionamento de forma suspensa, pois dessa forma, poderá ferir-se ou ou-
tra pessoa que estiver próxima. Cuidado redobrado quando a utilização do equipamento for feito no alto da
árvore devendo o operador possuir o conhecimento técnico e o domínio da motosserra.

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 179


1 – Disco
2 – Protetor de disco
3 – Punho
4 – Filtro de ar 
 5 – Acelerador 
6 – Trava do acelerador 
7 – Afogador 
Fig. cuidados na utilização da motosserra 8 – Borboleta da regulagem
do protetor 
Sempre que trabalharmos com a motosserra em lo-
cais suspensos esta deverá estar ancorada.

9.2.9. Moto-cortador motosserra, no entanto alguns cuidados especiais


devem nortear a operação deste equipamento, já
Equipamento com o funcionamento semelhante ao da que há a geração, de centelhas durante o corte, o que
motosserra, contudo usado para cortes de chapas. É pos- oferece riscos ao bombeiro, ao patrimônio e das pos-
sível a utilização de vários tipos de discos, mas na cor-
síveis vítimas envolvidas, criando a possibilidade de
poração, utiliza-se o disco misto para corte (corta ferro incêndios, caso haja derramamento de infla máveis ou
e aço), o que capacita o equipamento ao salvamento de explosão se houver escapamento de gases combus-
pessoas em acidentes automobilísticos, ou para arrom-
tíveis.
bamentos de portas de aço, ou ainda outras situações
onde caiba sua utilização, como para o corte de verga- 9.2.10. Rádio Transceptor Portátil
lhões em desabamentos.
É um equipamento indispensável para eventos mais
Os moto-cortadores são constituídos dos seguintes complexos por facilitar a comunicação entre os membros
componentes, observados na figura abaixo: da equipe de salvamento, e membros de outras equipes,
I)Operação:  já que facilita a coordenação da prestação do socorro. As
viaturas de salvamento devem estar equipadas com este
O procedimento para dar a partida no motor do
equipamento.
moto-cortador é o mesmo do acima descrito para a

180 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


9.2.12. Tripé
É formado por três peças tubulares com 3,5m de altu-
ra, que possuem encaixe na parte superior, que os man-
tém unidos, formando uma estrutura piramidal estável.
Ele é muito útil para o içamento de cargas, especialmen-
te em poços. Para a sua utilização deve-se adaptar uma
roldana no centro do aparelho para içar a carga, o que
permite a utilização de cordas ou de cabos de aço.

Fig. – Rádio

9.2.11. Oxi-explosímetro
É um instrumento, portátil, confiável e de fácil utili-
zação para a detecção da presença de oxigênio e gases
combustíveis. Sempre que houver a presença de algum
gás combustível em porcentagem que venham a ofere-
cer risco de explosão o mesmo disparará um alarme lu- Fig. – Tripé
minoso, bem como um alarme sonoro indicando o risco
do local, isso ocorrerá também quando da alteração de 9.2.13. Cabo ou corda
oxigênio. Pode ser manuseado facilmente nas situações Basicamente a corda é formada por fios unidos e tor-
e ambientes mais adversos. cidos uns sobre os outros, formando um conjunto unifor-
me e resistente à tração. Existem vários tipos de cordas,
principalmente em função do material usado em sua fa-
bricação, entre eles temos os cabos de fibras de origem
animal (seda, crina e couro), os cabos de fibra vegetal
(manilha, sisal e cânhamo), os de fibra sintética (nylon,
seda, polietilenos, poliamida, poliéster, etc.) e os de fibra
mineral (aço).
No CBMERJ as cordas tem normalmente diâmetros
de 9 a 11mm e comprimentos variando em 30, 50, 60, 100
ou 200m dependendo do seu uso. Podem ser estáticas
ou semi-estáticas (mais usadas em salvamentos em altu-
ras) e dinâmicas (usadas em salvamento em montanhas).
I)Partes da corda:

a. Fibra: Matéria básica da corda;


Fig. – Oxi-explosímetro

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 181


b. Fio: Conjunto de fibras; 9.2.15. Mosquetão
c. Cordão: Conjunto de fios; Trata-se de uma peça metálica constituída de um anel
com abertura e gatilho para ser utilizado em ancoragens
d. Capa: É a camada externa de uma corda, que tem
como finalidade a flexibilidade e a proteção da e no baudrier. No início os mosquetões eram feitos de aço,
alma; mas devido ao seu peso, foram completamente superados
pelas novas ligas, que agregam leveza e resistência.
e. Alma: Trata-se da parte interna da corda, que é
protegida pela capa, tem como finalidade a resis- Hoje a maior parte dos mosquetões é feita de uma liga
tência e a elasticidade da corda; especial de alumínio, cromo e zinco, mas existem mode-
f. Chicote: Ponta solta da corda; los de titânio, tornando-os leves e resistentes.
g. Falcaça: É o agrupamento dos cordões na extremi- Existem vários modelos com utilidades específicas,
dade da corda para evitar que este desacoche; como o simétrico ou oval, assimétrico, pêra e semi-oval.
Também diferem entre si dependendo do tipo de gatilho,
h. Firme: Parte livre da corda próxima à ancoragem.
sem trava, ou com trava que pode ser de rosca ou auto-
mática.
Possuem resistências diferentes, sempre com a ins-
crição da sua capacidade expressa em KN, gravada ao
longo do corpo ou dorso, cujo valor do mesmo é de 100Kg
para cada 1KN.
Os mosquetões sem trava, no CBMERJ, são conheci-
dos como molas.

Fig. – Corda

9.2.14. Cabo solteiro


Cabo de material sintético, de 6 a 8mm de diâmetro e
de comprimento reduzido. Fig. – mosquetão simétrico

Fig. – cabo solteiro Fig. – mosquetões sem trava ou “molas” 

182 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


i)Operação:
1º)’Dois militares transportaram a escada, com
seus ombros entre os banzos da mesma en-
tre o primeiro e segundo degrau de cada lado;
la do;
2º) Deslocam-se com os pés da escada para
frente;
3º) Chegando ao local certo para desenvolvê-la
a colocam no chão, um dos militares apoia
os pés da escada sob seus próprios pés, en-
quanto o outro militar do lado oposto da es-
cada a levanta andando por baixo da mesma
até colocá-la na posição vertical;
4º) Com a escada na posição vertical começam
a desenvolvê-la, quando ela estiver do ta-
manho desejado usam o mesmo cabo que
utilizaram para desenvolvê-la para ancorar
no degrau, evitando que o cabo fique solto e
possa causar acidentes;
Fig. – Utilização do cinto cadeira 5º) Um dos militares sobe na escada alternando
os movimentos, subindo o braço direito jun-
9.2.23. Escada prolongável to com a perna esquerda e o braço esquerdo
Escada composta de alumínio ou fibra de vidro para  junto com a perna direita, enquanto o outro
garantir resistência e versatilidade, composta de dois militar segura a escada;
lanços, um fixo e um móvel. O lanço móvel desloca-se so- 6º) O militar que sobe na escada leva consigo
bre o fixo através de encaixes. um cabo solteiro que utiliza para ancorar a
escada, evitando que ela caia.

9.2.24.
9.2.2 4. Tesourão
Tesourão
É uma ferramenta formada de aço com lâminas que é
utilizada no corte de barras metálicas, fios, cabos, ara-
mes e chapas. O tamanho da ferramenta é proporcional a
sua capacidade de cortar peças de maior espessura.

Fig. – escada prolongável Fig. – tesourão

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 185


9.2.25. Vara
Vara de Manobra com Croque
C roque na 9.2.27. Halligan
Ponta Também conhecida como Hooligan é uma ferramenta
Ferramenta composta por um cabo de fibra sub- muito versátil usada para entradas forçadas, foi projeta-
dividido em partes com 1,5m cada, que servem para da por um bombeiro de New York, FDNY, chamado Hugh
prolongar o equipamento e possuem alta resistên- Halligan em 1948, mais tarde naquele ano, o primeiro
cia mecânica e elétrica, possui versatilidade para protótipo da barra Halligan foi feita por Peter Clarke (um
que a peça na sua ponta possa ser trocada confor- ferreiro).
me a necessidade. Deve-se ter o cuidado para não
expô-la a temperaturas muito elevadas, pois assim
ela pode perder sua resistência mecânica e elétri-
ca.
ca .
A peça na ponta da vara é o croque, ferramenta clássi-
ca do bombeiro em forma de gancho e fisga.

Fig. – vara de manobra e croque Fig. – Tipos de barra Halligan

9.2.26.Alavanca
9.2.28. Machado
Equipamento aplicado em vários tipos de salvamen-
tos, constituído de uma barra de ferro de seção circular Ferramenta de aço com o formato semicircular e de
ou octogonal, com comprimento, formas e extremidades gume afiado dotado de um cabo de madeira, usado em
variadas, usado em atividades de arrombamento e des- arrombamentos e cortes.
locamento de cargas.

Fig. – alavanca Fig. – machado

186 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


9.2.29.Malho
Ferramenta em aço de resistência superior aos aços
comuns, possuindo uma extremidade em forma retangu-
lar e seção quadrada conectada a um cabo de madeira ou
ferro, à semelhança de uma marreta, destinado a traba-
lhos que exijam grandes esforços de deslocamento ou
deformação, especialmente em arrombamentos.

Fig. – pá quadrada

Fig. – malho

9.2.30.Pá Fig. – pá redonda


É um equipamento formado por uma chapa metálica
de formato côncavo dotado de um cabo de madeira, usa- 9.2.31. Lanternas
do em remoção de material e escavação, é comum a sua
utilização em colisões quando há o vazamento de com- Aparelho destinado à iluminação, alimentado por pi-
bustíveis e óleo, pode ser quadrada, redonda ou ainda de lhas, destina-se a iluminação de pequenas áreas nas ope-
campanha. rações de salvamento.

Fig. – pá de campanha Fig. – lanterna

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 187


9.2.32. Cones de sinalização 9.3.1. Capacetes de proteção
Objeto de borracha de formato tronco cônico branco Capacete com desenho específico para proteger a
e laranja, empregado na sinalização em vias de trânsito e cabeça do militar em situações de salvamento, evitando
isolamento da área do evento. lesões em uma das principais partes do corpo humano,
fazendo com que o bombeiro possa ficar impossibilitado
de prosseguir na atividade.

Fig. – cone de sinalização

9.3. Equipamentos de Proteção Fig. – Capacete Montana para Trabalhos em Alturas


Individual
Segundo a Norma Regulamentadora nº 06 do Ministé-
rio do Trabalho, Equipamento de Proteção Individual (EPI)
é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetí-
veis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
A seleção destes equipamentos deve ser bastante cri-
teriosa, tendo em vista o fato de afetarem diretamente o
próprio desempenho do militar. Segundo Roberge (2008,
p.135 apud BELTRAME, 2010,p.12) “o uso impróprio do EPI
pode impactar de forma negativa o trabalhador em seu
desempenho, segurança, conforto físico e emocional, co-
municação e audição”.
Fig. – capacete F2X MSA
São equipamentos utilizados para manter a seguran-
ça do usuário, são utilizados quando as medidas coleti-
vas de segurança não garantem a proteção necessária. 9.3.2. Luvas de proteção
São de extrema importância e necessidade para as ati-
vidades de bombeiro, um socorrista ferido perde parte Luva usada em atividades que gerem atritos que po-
de seu potencial para resgatar uma vítima e pode vir a deriam ferir a mão, podendo ser de vaqueta, de raspa de
se transformar em uma nova vítima, dificultando muito a couro ou de outros materiais com resistência química,
operação e sobrecarregando seus companheiros. como a butílica ou a nitrílica, entre outras.

188 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


9.3.3. Óculos de proteção
É destinado a proteção dos olhos do bombeiro contra
agentes agressivos e partículas.

Fig. – óculos de proteção

Fig. – luva de vaqueta


9.3.4. Botas de borracha
Calçados de borracha com um cano longo usado em
atividades em que haja a proteção dos pés em relação a
líquidos, contudo deve ser evitado o contato com agen-
tes agressivos à borracha e superfícies aquecidas.

Fig. – luva butílica

Fig. – luva de raspa de couro Fig. – botas de borracha

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 189


9.3.5. Jardineira utilizado em salvamentos por possuir também proteção
Calça de segurança, confeccionada em PVC, com ajus- contra abrasão.
te e acoplada com botas de PVC, dá proteção ao bombei-
ro em seus membros inferiores contra líquidos contami-
nados.

Fig. – capa de aproximação

9.3.7. Cotoveleiras e joelheiras


Equipamentos de proteção contra abrasão dos coto-
velos e joelhos, muito utilizado em operações de resgate
em estruturas colapsadas.

Fig. – jardineira

9.3.6. Capa de aproximação


Equipamento de proteção típico de combate a in-
cêndio, que oferece proteção térmica, mas que é muito

190 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


b. Caixa de corrida: Compreende o espaço entre a
casa de máquinas e o piso do poço; é o local onde
se movimentam a cabina e o contrapeso (cabina,
operador de porta, contrapeso, guias, cabos de
aço).

Fig. – contrapeso

d. Pavimento de acesso:  São os diversos locais de


parada da cabina; é composto por: porta de pavi-
mento, sinalização de pavimento, botoeira de pa-
vimento.

Fig. – caixa de corrida

c. Contrapeso:  utilizado para diminuir a foça reali-


zada pelo motor do elevador, tem normalmente a
metade do peso suportado pelo aparelho acresci-
da do peso da cabina. Ex.: Elevador com capacida-
de para 1.000 kg, possuirá um contrapeso de 500
kg mais o peso da cabina. Fig. – pavimento de acesso

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 203


e. Casa de máquinas: É o nome dado ao local onde
normalmente são instalados os equipamentos;
abriga os aparelhos que comandam e controlam
o elevador (máquina de tração, limitador de
velocidade, painel de comando, quadro de força e
controle).

Fig. – poço

 g. Limitador de velocidade: Tem a finalidade de tra-


var o elevador em caso de aumento de velocidade
Fig. – casa de máquinas acima do padrão de segurança, impedindo, assim,
uma eventual queda livre do elevador.

f. Poço: É a parte inferior da caixa (fosso), onde


ficam instalados dispositivos de segurança (para-
choque) para proteção de limites de percurso do
elevador; existem três tipos de para-choques:
hidráulico, de molas e de borracha.

204 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


i. Máquina de tração: Conjunto motriz que tem a fi-
nalidade de realizar a força no transporte vertical.
Constituído de motor-gerador, sistema de tração,
coroa sem fim, freio eletromecânico, polia de tra-
ção e cabos de tração.

Fig. – limitador de velocidade

Fig. – máquina de tração


h. Quadro de comandos: Onde são gerenciadas as
informações elétricas do elevador para a realiza-
ção dos comandos de parada e partida. Constituí- ii)Possíveis defeitos:
do de bobinas, relês, transformadores e chaves de
força. • A falta de força geral ou por algum defeito loca-
lizado na edificação causa paralisação imediata
dos elevadores;
• Sobrecargas, devido ao excessivo número de
passageiros, podem desarmar a chave de pro-
teção do motor de tração;
• Defeito no freio pode causar a ultrapassagem
dos limites de percurso, desligando as chaves
de limite que cortam a alimentação;
• Sapatas, cursores das cabinas com desgaste
excessivo provocam atuação do freio de segu-
rança na descida;
• Defeito no regulador de velocidade pode fazer
atuar o freio de segurança quando a cabina se
Fig. – quadro de comandos movimentar em sentido de descida;

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 205


Defeitos no comando elétrico podem causar a parali- riscos adicionais para aquele tipo de ocorrência, dados
sação em qualquer ponto do percurso. estes, além daqueles que são padrão de serem colhidos
iii)Procedimentos: pelo SsCO, como local da ocorrência, identificação do so-
licitante etc.
A guarnição padrão para esse tipo de ocorrência é for-
Os dados a serem coletados para este tipo de ocor-
mada com no mínimo três Bombeiros. O Chefe da Guar-
rência são:
nição deverá abrir e operar junto à porta de pavimento
mais próxima da cabina (andar imediatamente superior 1)Causa do acidente;
ou inferior); os outros dois componentes da guarnição
2)Tipo de acidente;
deverão operar acima da caixa de corrida, na casa de má-
quinas do elevador. 3)Quantidade de vítimas;
O dispositivo de construção do elevador estabelece 4)Empresa e contato do técnico;
o contrapeso a fim de amenizar o esforço dos motores.
Para tal, o contrapeso vem a ter sua carga igual ao peso 5)Responsável pela edificação (porteiro, sindi-
da cabina acrescido de metade do valor do peso da capa- co, proprietário) no local;
cidade total do equipamento, ou seja, terá o peso igual ao
6)Existência de chave de emergência da porta
da cabina com metade de sua carga.
de pavimento;
Se a quantidade de passageiros for menor que a me-
tade da capacidade da cabina, a tendência da cabina será 7)Riscos potenciais para o atendimento da
subir, pois estará mais leve que o contrapeso, sendo en- ocorrência (incêndio, rompimento de cabos,
tão as vítimas serão retiradas pelo andar imediatamente curtos-circuitos etc.).
superior. Se a quantidade de passageiros for maior que a Antes do deslocamento, conferir o material ne-
metade da capacidade da cabina, a tendência da cabina cessário ao salvamento (rádios, chaves de elevador,
será descer, pois estará mais pesada que o contrapeso, lanternas, desencarcerador, material de salvamen-
as vítimas são retiradas, então, pelo andar imediatamen- to em altura etc.). Acionar de imediato o apoio ne-
te inferior. cessário (por exemplo: se houver vítima presa nas
Coletar, durante o deslocamento, o máximo de infor- ferragens, acionar a guarnição de emergência pré-
mações possível junto à SsCO: -hospitalar, policiamento, que deverá ser acionado
de imediato logo na solicitação de atendimento da
As solicitações para o atendimento dessa emergência, ocorrência, em caso de acidente com vítimas fatais,
com vítimas, envolvem diversas causas e circunstâncias, para realizar os procedimentos legais e preserva-
conforme os vários tipos que podem ser classificados: ção dos autos, assistência técnica responsável pelo
• Retiradas de pessoas do interior das cabinas; elevador), cabendo ao Comandante de Operações
confirmar com a SsCO, durante o deslocamento, es-
• Acidentes com as vítimas presas entre a cabina
ses acionamentos.
e o piso dos pavimentos;
• Vítima presa às ferragens ou ao contrapeso; iv)Conduta operacional para vítimas retidas no
interior da cabina:
• Vítima no interior do fosso. Esse tipo de acidente é causado, de modo geral, pela
Os dados que deverão ser colhidos são aqueles que falta de energia elétrica, por excesso de carga ou por de-
irão auxiliar o Comandante da Ocorrência a fazer um feitos eletromecânicos no elevador. O bombeiro, ao che-
planejamento tático, solicitar meios adequados e prever gar ao local, após rápido reconhecimento, deverá avaliar

206 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


a quantidade de vítimas e o estado psicológico em que
se encontram, informando-as da presença do socorro,
procurando tranqüilizá-las, adotando os seguintes pro-
cedimentos:
a. Localizar a posição da cabina em relação aos pa-
vimentos;
b. Dividir a guarnição, devidamente equipada com
rádios transceptores e lanternas, entre a casa de
máquinas e o local próximo à cabina com as víti-
mas;
c. Na casa de máquinas deverá ser efetuado o
corte da energia elétrica do elevador, por meio
do desligamento da chave geral corresponden-
te;
d. Em caso de dúvida, desligam-se as chaves de to-
dos os elevadores, a chave geral da casa de máqui-
nas ou ainda os disjuntores do quadro de energia
situado geralmente no andar térreo, após evacuar
as demais cabinas;
e. Simultaneamente às ações desenvolvidas na casa
de máquinas, deverá ser procedida a abertura da
porta do andar mais próximo à cabina com as ví-
timas.

Fig. – chave triângulo

f. O nivelamento será processado por meio da libe-


ração do freio hidromecânico e rotação lenta e
contínua do volante de inércia da máquina de tra-
ção; Fig. – Uso da Chave de Freio e Nivelamento da Cabina

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 207


ix)Escota dupla ou dobrada
Nó usado para união de cabos com diâmetros diferen-
tes, a diferença para o anterior é que neste dá-se uma
volta a mais com o chicote.

Fig. – escota dobrada

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 225


 x)Nó de Aboço
Utilizado para serviços que envolvam cargas pesadas
e para unir amarras grossas ou cabos pesados.

Fig. – nó de aboço

226 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


 xi)Volta
 xi)Volta do Fiel pelo seio
seio ou Nó de Porco
Porco ção. Tira cerca de 40% da carga de ruptura da corda e
Nó utilizado para ancoragem, conhecido também deve ser arrematado com cotes, para a ancoragem clás-
como nó do bombeiro, é o nó mais utilizado no CBMERJ sica do CBMERJ usam-se três cotes após a volta do fiel.
para este fim, apesar de não ser o melhor para esta fun-

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 227


Fig. – nó de porco

 xii) Volta do Fiel pelo chicote ou Nó de Barqueiro este nó das duas formas, pelo seio e pelo chicote, depen-
Exatamente igual ao nó anterior. A volta do fiel recebe dendo do local da ancoragem uma das duas formas será
também o nome de nó de barqueiro quando executado melhor para a confecção do nó ou simplesmente não será
pelo chicote. É importante o bombeiro saber executar possível executá-lo da outra forma.

228 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


Fig. – nó de barqueiro

 xiii) UIAA
É um nó de segurança dinâmica, o atrito com o próprio
cabo minimiza o risco de grandes impactos em queda,
permite até o bloqueio da corda, evitando a queda.

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 229


Fig. – UIAA

 xiv) Pata de gato


Nó de ancoragem, usado para ancoragem de fitas em
anel ou para ancorar ao gato de um aparelho de tração.

230 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


Fig. – pata de gato

 xv) Boca de lobo


Nó também para ancoragem, bem parecido com o ante-
rior, diferença que neste dá-se mais uma volta em cada anel.

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 231


 xix) Cabrestante Simples ou Lais de Guia ou Nó
de Salvação
Nó usado para confecção de uma alça que pode ser
usada para dar sustentação ao bombeiro ou ainda para
ancoragem.

Fig. – Lais de guia

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 237


 xx) Cabrestante duplo
Nó parecido com o anterior, usado para ancoragens,
confecção de alças e para confecção de cintos cadeira
improvisados.

Fig. – cabrestante duplo

238 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


 xxi) Azelha simples
simples pelo seio
Nó usado para confecção de alças e ancoragem,
a ncoragem, a aze-
lha mais fácil de ser feita, tanto pelo chicote quanto pelo
seio, no entanto quanto submetido a tensão é muito difí-
cil de ser solto.

Fig. – azelha simples pelo seio

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 239


 xxii) Azelha simples pelo chicote
Descrição idêntica à da azelha simples pelo seio.

Fig. – azelha simples pelo chicote

240 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


 xxiii) Azelha dobrada pelo seio se a volta do fiador também, no entanto feito com o cabo
Nó usado para confecção de alças e para ancoragem, dobrado.
para sua confecção pelo chicote é necessário a confec- Após sofrer tensão é mais fácil desfazer este nó do
ção da volta do fiador antes e quando feito pelo seio usa- que a Azelha Simples.

Fig. – azelha dobrada pelo seio

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 241


 xxiv) Azelha dobrada pelo chicote
Descrição idêntica à azelha dobrada pelo chicote.

242 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


Fig. – azelha dobrada pelo chicote

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 243


 xxv) Azelha equalizada
Tem as mesmas funções que os dois anteriores, pos- da e após sofrer tensão se desfaz com muito mais facili-
suindo a vantagem da confecção da ancoragem equaliza- dade que os anteriores.

244 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


 xxviii) Encapeladura dobrada
Nó semelhante ao anterior, no entanto este possui
uma alça a mais.

Fig. – encapeladura dobrada

248 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


 xxix) Volta do calabrote
Conhecido também como nó de cirurgião tem a mes-
ma função do nó direito, usado para união de cabos.

Fig. – volta do calabrote

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 249


 xxx) Pescador duplo de correr 
Usado para a união de cabos.

250 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


Fig. – pescador duplo de correr 

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 251


 xxxi) Pescador fixo
Usado para confecção de alças para diversos fins, a
alça fica no meio da corda apontando para um dos chico-
tes.

Fig. – pescador fixo

252 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


 xlii) Nó paulista
Também conhecido como nó de caminhoneiro, serão doze bombeiros retesando a corda, evitando
usado no CBMERJ para tracionamento ou para iça- danos na mesma.
mento de cargas, trata-se de um sistema de forças
três para um, isto é, respeitadas as perdas de força No CBMERJ é feito por meio da ancoragem padrão,
no processo, divide o peso da carga em um terço, volta do fiel com três cotes, no ponto de perigo ou na car-
ou multiplica a força do bombeiro por três, por este ga, em seguida é passado em um mosquetão ou em volta
motivo não se deve exceder o número de quatro de uma superfície cilíndrica e no meio do cabo é feito o
bombeiros para o tracionamento, que na realidade sistema de tracionamento conforme a imagem abaixo.

Fig. – nó paulistaa

264 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


 xliii) Cariocão
Um sistema de tracionamento melhorando o nó pau- paulista se algum bombeiro se descuidar o sistema todo
lista. Durante o tracionamento anterior existem muitas retornará, afrouxando o mesmo, o uso de cabos solteiros
perdas por atrito do cabo com ele mesmo, o uso de mos- com nós Prussik ou ainda de aparelhos ascensores resol-
quetões ou roldanas diminui este atrito, no caso do nó verá este problema, tornando o sistema autoblocante.

Fig. – cariocão

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 265


9.4.5.3. Métodos de enrolar a corda ii) Corrente simples
i) Método de prontidão Começa-se com um nó de azelha ou de laçada rápida
Deixa-se aproximadamente 1,5m de chicote e começa- em um dos chicotes da corda, em seguida pela alça do nó
se a enrolar a corda na mão e no pé fazendo um desenho puxa-se o seio da corda e repete-se este movimento até
de “8” até sobrar aproximadamente 1,5m de chicote do próximo do final da corda e seu arremate é feito dando
outro lado da corda. Enrola-se de cada lado o chicote em pelo menos cinco voltas no último elo da corrente com o
volta da alça do “8” pelo menos cinco voltas e passa-se o chicote e passa-se o seio do chicote por dentro do anel
que sobra do chicote pelo círculo que se forma acima das que se forma e estrangula-se ele com as voltas feitas an-
voltas. Pode-se arrematar o método com um nó direito teriormente.
feito com o chicote e em seguida passar a corda por cima
de um dos ombros do bombeiro que a irá transportar.
Devido ao desconforto para realizá-lo e o fato de
apoiar a corda sob o pé do bombeiro (o que não deve ser
feito conforme visto anteriormente) este método vem
caindo em desuso.

Fig. – método de prontidão

266 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 267
268 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ
iii) Corrente dupla
Começa-se esta corrente com o nó de encapeladura pela outra, fazendo isso repetidas vezes até próximo do
simples em um dos chicotes, em seguida passa-se o seio final da corda onde o arremate será feito semelhante aos
da corda primeiramente em uma das alças do nó e depois das correntes anteriores.

270 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


Fig. – corrente dupla

iv) Corrente tripla a passagem destas pelo nó as encontre com a alça feita
Começa-se da mesma forma que a corrente simples, anteriormente, ficando assim com três elos a corrente,
a grande diferença é que ao invés de se puxar o seio da repete-se este processo até o próximo ao final da corda
corda pela alça do nó eleva-se a corda acima do nó princi- onde o arremate será feito semelhante ao da corrente
pal e puxam-se as duas cordas que ficam na vertical, após simples, só atentando para o detalhe de que desta vez as
voltas deverão ser feitas ao redor dos três elos.

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 271


272 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ
Fig. – corrente tripla

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 273


v) Corrente quádrupla
Bem parecida com a anterior, a diferença é que os cada, fazendo assim quatro elos na corrente, o arremate
seios serão puxados pelas alças do nó inicial duas vezes será feito semelhante aos das anteriores.

274 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 275
vi) Coroa japonesa
Método onde se faz um uma corrente simples em for- deixa-se um diâmetro nesse anel próximo a distância
ma de anel, muito útil para facilitar o transporte da corda. do ombro ao joelho do bombeiro, em seguida puxa-se a
É o método utilizado para acondicionar a corda para o corda pela alça do nó, uma vez por fora do anel e a outra
resgate a suicida (técnica que será vista mais a frente). por dentro dele, trançando-se assim a corrente no anel.
O arremate será feito da mesma maneira que os das cor-
Começa-se fazendo um nó de azelha dobrada , passa- rentes anteriores.
se a corda por cima de um ombro e por baixo do outro,

276 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 277
TABELA B – SIGNIFICADO DO 2º e/ou 3º ALGARISMO

Número   Signifcado
0 Ausência de risco
1 Explosivo
2 Emana gás
3 Inamável
4 Fundido
5 Oxidante
6 Oxidante
7 Radioavo
8 Corrosivo
Perigo de reação violenta resultante da decomposição espontânea ou de poli-
poli -
9
merização

iii) Diamante de Hommel


O diamante de Hommel, mundialmente conhecido
pelo código NFPA 704 — mas também conhecido como Na simbologia são utilizados losangos que expressam
diamante do perigo ou diamante de risco —, é uma sim- tipos de risco em graus que variam de 0 a 4, cada qual
bologia empregada pela Associação Nacional para Pro- especificado por uma cor (branco, azul, amarelo e verme-
teção contra Incêndios (em inglês: National Fire Protec- lho), que representam, respectivamente, riscos específi-
tion Association), dos Estados Unidos da América. cos, risco à saúde, reatividade e inflamabilidade.

Fig. – diamante de Hommel

318 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


iv) Outras formas de identificação
Temos ainda a possibilidade de identificar o produto
através dos documentos de posse obrigatória que são
o envelope para transporte e a ficha de emergência do
produto.

Fig. – ficha de emergência Fig. – envelope para transporte

9.5.3.2. Sistema de classificação da • Subclasse 1.4  - Substâncias e artefatos que não


ONU apresentam risco significativo;
• Subclasse 1.5 - Substâncias pouco sensíveis.
Classificação em classes e subclasses de produtos
perigosos: Classe 2 - GASES COMPRIMIDOS, LIQUEFEITOS, DISSOL-
VIDOS SOB PRESSÃO OU ALTAMENTE REFRIGERADOS
Classe 1 - EXPLOSIVOS
• Subclasse 1.1 - Substâncias e artefatos com risco de Classe 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
explosão em massa;
• Subclasse 1.2 - Substâncias e artefatos com risco de Classe 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS; SUBSTÂNCIAS SU-
projeção; JEITAS À COMBUSTÃO ESPONTÂNEA; SUBSTÂNCIAS
• Subclasse 1.3 - Substâncias e artefatos com risco de QUE, EM CONTATO COM A ÁGUA, EMITEM GASES IN-
predominante de fogo; FLAMÁVEIS

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 319


• Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis; • IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO;
• Subclasse 4.2 - Substância sujeita à Combustão Es- • ISOLAMENTO DE ÁREA.
pontânea; • CONTENÇÃO DO PRODUTO (desde que não haja con-
• Subclasse 4.3 - Substâncias que, em contato com a tato)
água, emitem Gases Inflamáveis.
i) Identificação do produto
Classe 5 - SUBSTÂNCIAS OXIDANTES; PERÓXIDOS
ORGÂNICOS Para a identificação do produto devemos sempre
atentar para manter a maior distância possível do aci-
• Subclasse 5.1 - Substâncias Oxidantes; dente, a fim de evitar a contaminação, para isso devemos
• Subclasse 5.2 - Peróxidos
Peróxidos Orgânicos; fazer uso de binóculos ou algum outro recurso que nos
permita reconhecer a simbologia estudada anteriormen-
Classe 6 - SUBSTÂNCIAS TÓXICAS; SUBSTÂNCIAS IN-
te neste capítulo.
FECTANTES
• Subclasse 6.1 - Substâncias Tóxicas; Vale a pena lembrar que a identificação do produto
• Subclasse 6.2 - Substâncias Infectantes; é uma etapa fundamental da resposta, pois irá orientar
não só as primeiras ações como a própria equipe espe-
Classe 7 - SUBST
SUBSTÂNCIAS
ÂNCIAS RADIOATIV
R ADIOATIVAS
AS cializada em emergências com produtos perigosos.
ii) Isolamento da área
Classe 8 - CORROSIVOS
O isolamento da área tem a principal finalidade de evi-
Classe 9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS tar a contaminação, seja dos respondedores, seja da po-
pulação comum. Este isolamento deve obedecer a alguns
9.5.4. Ações de primeira
primeira resposta às fatores como as propriedades do produto envolvido na
emergências emergência e a direção do vento.
Quando pensamos em uma emergência envolvendo Os raios de isolamento são bastante variáveis, pode-
produtos perigosos (EEPP), devemos levar em conta mos ter isolamento variando de metros a quilômetros,
todo o conhecimento técnico e suporte logístico para dependendo do produto. Estas distâncias constam no
uma resposta avançada. Faz-se necessário o uso de manual de primeira resposta da ABIQUIM, portanto é
roupas de proteção química, montagem de corredor de fundamental a presença deste manual nas guarnições de
descontaminação, além do uso de equipamentos especí- socorro das unidades.
ficos. Dentro do isolamento temos a delimitação das áreas
Desta forma, devemos neste manual básico nos ater de trabalho que tem a finalidade de selecionar o acesso
às ações que devem ser executadas pelos militares que às regiões mais contaminadas, dividimos ao todo em
não contam com todo este aparato e conhecimento para três áreas que definiremos a seguir:
empregar na emergência. • Área Quente – É toda a área onde a possibilidade
Para tanto tomamos as ações que denominamos pri- de contaminação é máxima. É o local que só deve
meira resposta, que seriam os procedimentos que não ser acessado pelas equipes de intervenção que
são formadas por especialistas em produtos pe-
envolvessem o contato direto com o produto já que, no
rigosos e devidamente equipados, com a finalida-
caso de contaminação, o militar não o suporte para se de de evitar a contaminação própria e de evitar o
descontaminar. transporte de contaminação para as outras áreas.
A primeira resposta em EEPP é composta, basicamen- • Área Morna – É a região que circunda a área
te, por três ações ou medidas que são: quente, é um local que não possui contaminação

320 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ


no início das atividades de resposta, porém no Este local em momento algum recebe contami-
decorrer das ações ela recebe traços de conta- nante. É onde fica localizado o posto de coman-
minantes. É o local onde é montado o corredor do, bem como a logística de material e pessoal
de descontaminação. para a resposta.
• Área Fria – É a região que circunda a área morna
e onde a possibilidade de contaminação é nula.

Fig. – delimitação das áreas de trabalho

Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 321


iii) Contenção do produto produtos perigosos envolvidos de forma que as informa-
Eventualmente pode ser realizada também a conten- ções aqui apresentadas têm o objetivo de evitar a con-
ção do produto envolvido na emergência, mas é muito taminação das equipes de resposta, em especial as não
importante que fique bem claro que esta contenção não especializadas.
deve oferecer risco ao bombeiro não especializado e que É fundamental que, uma vez identificada a presença
não conte com o material necessário para oferecer uma de um produto perigoso no evento, seja acionado o Gru-
resposta eficaz. Na verdade esta ação seria, por exemplo, pamento de Operações com Produtos Perigosos que
fazer algum tipo de barreira em um bueiro ou boca de lobo, possui pessoal especializado e material específico para
antes da chegada do produto, para evitar que este escor- este tipo de resposta, jamais tente solucionar sozinho
resse por este local, contaminando outras áreas. sem contar com esse apoio, pois dependendo do produto
iv) Considerações finais você pode não ter uma segunda chance de agir correta-
mente.
É muito importante que tenhamos em mente que sem-
pre que vamos para uma emergência podemos encontrar
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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