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SUMÁRIO
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................................................ 2
1. INTRODUÇÃO À AUDITORIA ....................................................................................................... 3
1.1 Principais áreas de atuação da auditoria.............................................. 5
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NOSSA HISTÓRIA
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1. INTRODUÇÃO À AUDITORIA
A origem da auditoria advém de tempos antigos, por volta do século XVII.
Embora ainda não fossem intitulados auditores, alguns contadores introduziram em
sua rotina as atividades de averiguação das contas, além das habituais rotinas de
guarda livros. Com o crescimento do capitalismo, a partir de 1900, e a expansão dos
mercados, as empresas passaram a buscar investimentos externos. Com isso,
surgiram novas demandas e a instituição efetiva da profissão auditoria, tanto em
âmbito interno como externo.
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EY – Ernest Youg
PwC – Price Waterhouse Coopers
KPMG
Deloitte
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1.1 Principais áreas de atuação da auditoria
A abrangência da auditoria vai além da avaliação das demonstrações
financeiras das empresas, embora essa seja a origem da profissão. Atualmente, as
empresas utilizam os trabalhos de auditores em diversas áreas, com a finalidade de
apoiar a gestão na tomada de decisão.
Uma equipe de auditoria pode ser composta por pessoas com formações
diferentes, pois muitas vezes é preciso cobrir diversos pontos de riscos, em diferentes
áreas, em um único trabalho de auditoria. Por isso, temos a necessidade de formar
um time de auditores que estará em campo, com pessoas de formações acadêmicas
e curriculares distintas.
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1.1.1 Auditoria Operacional e de Gestão
A auditoria operacional é responsável por avaliar o nível de operacionalização
dos processos de uma empresa e contribuir para a sua melhoria contínua, com
recomendações sólidas, pautadas por evidências e material técnico. Além disso, tem
em seu escopo, a missão de verificar se as normas e diretrizes operacionais estão
adequadas ao negócio.
EXEMPLO
Em uma auditoria operacional na área de produção, é comum a equipe ser formada por
auditores com diferentes formações, por exemplo, administradores, contadores e engenheiros.
Os administradores e contadores contribuem com o conhecimento metodológico da
auditoria, avaliação de fluxo, pontos de ruptura, riscos e reflexos nos resultados da empresa, ao
passo que os engenheiros apuram as perdas e demonstram as principais falhas identificadas, sob
ponto de vista técnico.
A auditoria de gestão tem como finalidade averiguar dados em uma linha de tempo
presente/futuro, diferente da auditoria operacional, e seu objetivo é apoiar a empresa na tomada
de decisão em relação a eventos futuros. É comum a realização de auditoria de gestão em
empresas que estão se reestruturando organizacionalmente, ou que necessitam revisar e
remodelar seu ambiente de controles internos para atender novas demandas de mercado.
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1.1.2 Auditoria de TI
É fato notório que as empresas estão cada vez mais investindo em tecnologia,
algo que é primordial para a sobrevivência de qualquer empresa, já que a tecnologia
traz agilidade e torna as empresas mais competitivas. Com esse movimento de
crescimento tecnológico, cresce também a profissão de auditor de TI.
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1.1.3 Auditoria contábil e Due Dilligence
A auditoria contábil é baseada em um conjunto de procedimentos técnicos e
testes que são utilizados para examinar os dados contábeis das empresas, em todas
as áreas de relevância, cujo o trabalho irá refletir nos resultados financeiros da
entidade.
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1.1.4 Auditoria fiscal e governamental
A auditoria fiscal, também chamada de auditoria tributária, é bastante comum
e importante no mercado de auditoria brasileiro, pois o país tem uma estrutura
tributária complexa. As constantes alterações na legislação tributária, as diferentes
aplicações da lei em determinadas regiões do país e por determinados seguimentos,
contribuem para o crescimento desse mercado de auditoria, que é formado,
fundamentalmente por contadores e advogados tributários.
Esse tipo de auditoria pode ser realizado por servidores públicos, com a
finalidade de identificar possíveis falhas na escrituração fiscal e consequente falta de
recolhimentos, ou até mesmo manobras de estruturação fiscal realizadas pelas
empresas para reduzir, indevidamente, sua carga tributária. No entanto, pode ser feita
por auditores internos ou externos, contratados pela empresa, para averiguar se o
planejamento tributário em curso ou futuro, está adequado às necessidades do
negócio.
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1.2 Auditoria Interna e Externa
O trabalho do auditor interno e do auditor externo, na maioria das vezes, tem
focos diferentes, no entanto, em ambos os campos de atuação os trabalhos devem
ser pautados por compromisso ético, dedicação e técnica que requer a profissão de
auditor. Em determinados casos, os trabalhos dos auditores internos e externos
podem ser compartilhados com os auditores externos, o que demonstra que, do ponto
de vista técnico, as profissões se assemelham.
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1.2.1 Auditoria Interna
A auditoria interna é uma área de staff dentro da empresa, trata-se de uma
equipe de auditores que possui vínculo empregatício com a empresa e trabalha a
serviço da alta administração. Ainda que o auditor interno faça parte do quadro laboral
da empresa, seu trabalho precisa ser realizado com maior grau de independência
possível, ou seja, a área de auditoria deve se reportar para o mais alto nível
hierárquico da empresa, para que toda e qualquer inconformidade seja devidamente
levada a conhecimento da alta administração.
SAIBA MAIS
Área de staff representa uma área de assessoria e consultoria vinculada a alta
administração.
Uma equipe de auditoria interna, para gerar valor para à empresa, precisa estar
apta a realizar diferentes tipos de auditoria. Precisa ter conhecimento sobre normas
técnicas e práticas de mercado relativas à contabilidade, para poder averiguar os
dados contábeis e acompanhar o trabalho de auditoria interna. Também necessita
conhecer as diretrizes operacionais internas, bem como detalhes dos processos para
realizar trabalhos operacionais, contribuindo, assim, com a identificação de riscos e
melhoria contínuas. Além disso, precisa ter habilidade técnica para conduzir auditorias
de gestão, além de apoiar a empresa em projetos e reestruturações.
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Por isso, o conhecimento técnico e a formação acadêmica da uma equipe de
auditores internos pode variar, pois precisa acompanhar as necessidades dos
negócios. Profissionais de administração de empresas e contabilidade são
mandatórios na composição de uma equipe de auditoria interna, pois somente eles
podem dar cobertura a alguns tipos de trabalhos anteriormente citados.
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1.2.2 Auditoria Externa
A auditoria externa, ou auditoria independente, cumpre uma função muito
importante na sociedade. Seu trabalho se assemelha ao trabalho do auditor interno
em alguns aspectos, porém há importantes fatores que diferenciam esses
profissionais. O primeiro deles, e de maior importância é o vínculo trabalhista. O
auditor externo não tem vínculo trabalhista com a empresa auditada, ele é um
prestador de serviço, fato que gera maior independência nos trabalhos e,
consequentemente, na emissão do parecer.
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1.2.3 Principais diferenças
Agora que você já conheceu um pouco mais das características das auditorias
interna e externa e descobriu que o dever ético, o escopo e os testes dos auditores
internos externos são tecnicamente semelhantes, vamos elencar e comparar as
diferenças. Veja, no Quadro 1, a seguir, as principais diferenças entre essas duas
profissões.
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2. PLANO DE AUDITORIA
Para uma execução eficaz e estratégica do plano de auditoria é necessário
inicialmente um planejamento prévio do processo de auditoria, ou seja, o auditor deve
estudar e conhecer aquilo que deve ser auditado, bem como traçar metas e objetivos
e utilizar conhecimentos e legislação para verificar as informações declaradas.
Como entendemos anteriormente, a auditoria tem como principal objetivo emitir
um laudo técnico de conformidade ou não conformidade sobre o objeto de estudo.
Inicialmente, precisamos entender o que seria o planejar. Podemos entender como
planejar o processo de pensar agora as implicações futuras de nossas ações, ou seja,
é buscar no dia de hoje prever o que poderá ocorrer no futuro. Para isso, precisamos
sermos estratégicos em nosso planejamento.
Podemos entender como planejamento de auditoria:
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Como descrito, o planejamento de auditoria representa a fase inicial e basilar
de todo o processo. Nele o auditor procura compreender o ente auditado,
suas áreas-chave, avaliar os fatores internos e externos que podem afetar a
execução do trabalho e definir as finalidades da ação a ser realizada.
Consoante recomendam as normas de auditoria universalmente aceitas, o
auditor responsável deve planejar seus exames de modo a atender aos
objetivos da auditoria de forma eficiente e eficaz (BERNADO, 2020, p. 45)
Figura 1: Etapas Planejamento de Auditoria
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2.1 Análise Geral
A análise geral é o estágio do planejamento onde o auditor procura obter o
conhecimento e a compreensão geral do auditado, avaliando as principais
informações endógenas e exógenas inerentes ao trabalho a ser realizado. O objetivo
fundamental dessa análise é obter e avaliar as principais informações sobre o objeto
a ser examinado para fornecer subsídios para a elaboração do plano de auditoria e
permitir uma adequada realização dos exames, com a identificação das áreas que
serão examinadas e os respectivos critérios auditoriais (BERNADO, 2020).
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2.2 Análise Específica
E o estágio que representa o elo de ligação entre a fase do planejamento e a
de execução. A análise específica corresponde à avaliação detalhada das áreas-
chave, objetivando verificar se os sistemas de controle interno existentes garantem a
salvaguardado patrimônio, a adequação das informações e a eficiência e a eficácia
operacional. Envolve os seguintes procedimentos: revisão dos sistemas de controle
interno, exame de registros e documentos, entrevistas e discussões com as pessoas
responsáveis pelas citadas áreas do auditado. Ao cabo desta etapa, deve ser
elaborado o plano de auditoria, que é a materialização do planejamento, constituindo-
se em seu ponto de controle (BERNADO, 2020).
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Figura 2: Planejamento da Auditoria
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2.3 Princípios do Planejamento
Princípio da contribuição aos objetivos
Esse princípio propõe que planejamento deve visar as metas máximas da
organização, além disso propõe que essas metas devem ser organizadas de forma
hierárquica, e sempre que possível representar sua integralidade.
Planejamento Participativo
Esse ponto é de suma importância para o sucesso do planejamento, dessa
forma não é necessário somente montar um plano de ação, contudo, deve ser montar
um plano de ação efetivo, verificar se existe as condições para atingir esses objetivos
e recursos facilitem a execução desses recursos. Dessa forma, é de grande valia um
planejamento participativo, onde todos envolvidos se interage.
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Planejamento Coordenado
Este princípio está relacionado uma visão sistêmica, sendo assim, baseado
no princípio anterior a visão tem que ser de um todo, o planejamento deve ser
realizado de forma Inter dependentemente, ou seja, todos os aspectos envolvidos no
planejamento devem ser projetados em conjunto.
Planejamento Integrado
Esse princípio está relacionado ao nível hierárquico da organização, dessa
forma é de suma importância a integração desses planejamentos.
Planejamento permanente
E por fim, esse princípio está relacionado a um constante planejamento, ou
seja, um planejamento permanente.
Agora que estudamos sobre a ferramenta de planejamento, focamos nossos
estudos na utilização dessa ferramenta no planejamento da auditoria.
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2.4 Plano de Auditoria
O processo de auditoria é realizado sequencialmente, segundo a figura 3.
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2.5 Programas de Auditoria
Os programas de auditoria serão elaborados de forma lógica, racional, clara
e objetivo, garantindo o sucesso desse programa durante a sua execução. Dessa
forma, deverá ser observados as seis etapas para construção desse programa.
Figura 4 - Etapas Preparação dos Programas de Auditoria
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Após definir quais itens e atividades que serão analisados, o auditor deverá
definir os procedimentos e testes que serão executados, essa fase é a quarta etapa,
é conhecida como estabelecimentos de testes e procedimentos, durante essa fase
o auditor deverá anotar possíveis detalhamentos, além de confeccionar checklists
para determinados programas de auditoria.
A quinta etapa consiste na abordagem geral, nessa fase o auditor deverá
registrar os aspectos relevantes, de acordo com os controles internos, legislação,
princípios, dentre outros.
E por fim, temos a sexta etapa que consiste na conclusão, nessa etapa o
auditor deverá emitir seu parecer final sobre o processo de auditoria, apresentar
pontos levantando durante o processo.
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3. FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO E DA
AUDITORIA NO HOSPITAL
O sistema de controle interno e a auditoria no hospital têm como objetivo
melhorar a eficiência, a eficácia e a transparência de todas as responsabilidades que
derivam de uma organização a serviço da comunidade, não importa se o hospital é
uma instituição pública ou privada. Desse modo, o controle interno e a auditoria são
processos que contribuem para garantir que a gestão administrativa dos hospitais
possa cumprir o direcionamento estratégico formulado.
O controle interno e a auditoria são fundamentais no que se refere à avaliação
independente e à sua qualidade de processos, assessores, avaliadores, integradores
e facilitadores, com o objetivo de melhorar a cultura organizacional e, por
consequência, contribuir para a produtividade e a efetividade da instituição.
As responsabilidades mais relevantes do controle interno e da auditoria são
apresentadas na Figura 5.
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administração com a tomada de decisões que orientem as diferentes ações para a
consecução dos objetivos previstos.
É evidente que a implementação, a manutenção e a execução dos controles
estabelecidos são responsabilidade dos encarregados dos diferentes processos
instituídos pelo hospital, e não do Departamento de Controle Interno (que é o setor
responsável por racionalizar os processos de monitoramento e controle), ao qual cabe
desenvolver um papel consultivo de avaliação e independente nos aspectos de sua
competência. A função do Departamento de Controle Interno se concentra na
assessoria e na avaliação, de acordo com uma dinâmica que retroalimente e facilite a
melhoria contínua; desse modo, esse papel deve ser executado de maneira
permanente e oportuna, pois o sucesso da administração está em tomar decisões
assertivas no momento indicado.
Quanto aos temas relacionados ao Departamento de Controle Interno,
o Institute of Internal Auditors (IIA) desenvolveu as normas internacionais para o
exercício da auditoria interna, entendidas como o marco de referência à disposição
dos encarregados do Departamento de Controle Interno para a prática profissional
dessa atividade.
A auditoria interna é uma atividade independente e objetiva de avaliação e
assessoria, concebida com o objetivo de agregar valor às diferentes atividades do
hospital e de aprimorá-las para, assim, ajudar a instituição a cumprir seus objetivos e
metas, sobretudo, realizando um trabalho sistemático e disciplinado para avaliar e
melhorar a eficácia e a eficiência de todos os processos normalizados pela
administração.
A avaliação inclui a análise e a verificação objetiva das evidências,
executadas pelos responsáveis do Departamento de Controle Interno para
proporcionar uma opinião ou uma conclusão independente sobre um processo ou
outro assunto. A natureza e o alcance da atividade de avaliação são determinados
pelo chefe do Departamento de Controle Interno e envolvem três agentes.
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A natureza e o alcance da atividade de assessoria estão sujeitos ao acordo
feito com a administração. Em geral, a assessoria é composta por duas partes:
A pessoa ou o grupo que oferece aconselhamento, ou seja, o chefe do
Departamento de Controle Interno
A pessoa ou o grupo que busca e recebe o aconselhamento, ou seja, a
administração do hospital.
O chefe do Departamento de Controle Interno, em nenhuma circunstância,
deve perder a objetividade e assumir responsabilidades próprias da gestão. Em suma,
o objetivo das normas internacionais se concretiza nos seguintes pontos:
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O controle interno é um meio, e não um fim em si mesmo. É um processo
desenvolvido pelos funcionários da organização que não pode ser considerado
infalível: oferece a penas uma segurança razoável; entretanto, nesse processo,
convém adotar os princípios apresentados na Figura.
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estabelecidos e na aplicação das medidas corretivas necessárias para o cumprimento
das metas e dos objetivos previstos.
Para a verificação e a avaliação realizadas com o controle interno, devem ser
utilizadas as normas de auditoria geralmente aceitas e deve-se considerar a escolha
de indicadores de desempenho, relatórios de gestão e qualquer outro mecanismo de
controle necessário que envolva o uso de novas tecnologias. O papel a ser
desempenhado pelos departamentos de controle interno no hospital inclui os
seguintes aspectos: acompanhamento e assessoria, avaliação e monitoramento e
promoção de uma cultura de controle.
O Departamento de Controle Interno deve considerar os seguintes aspectos
para o desenvolvimento e o cumprimento de sua responsabilidade:
Plano de ação que fará parte do programa anual de auditoria: esse plano deve
proporcionar benefícios como direcionamento dos esforços, redução do trabalho
improdutivo, eliminação dos esforços em ações desnecessárias, monitoramento e
acompanhamento permanente do trabalho do Departamento de Controle Interno
Execução: é fundamental que a função dos departamentos de controle interno seja
executada de forma objetiva, abrangente e diligente; dessa maneira, é preciso que
disponham dos instrumentos necessários para garantir resultados efetivos, além
da tecnologia informática que agregue valor ao gerenciamento administrativo
Comunicação de resultados: esse aspecto é indispensável, por ser o mecanismo
utilizado para a administração conhecer os resultados do trabalho desenvolvido.
Dessa maneira, é necessário estabelecer como os departamentos de controle
interno devem comunicar os resultados de suas atividades para a administração;
os atributos da comunicação são, principalmente, a oportunidade, a clareza, a
objetividade, a exatidão, a confiabilidade e a integralidade. Além disso, é
fundamental que os relatórios sejam redigidos de modo a propor uma ação
corretiva, e não uma defesa ineficaz
Elaboração dos relatórios: as oportunidades para divulgar o trabalho são múltiplas;
entretanto, de acordo com seu teor, os relatórios podem ser classificados em:
Relatório final segundo a atividade realizada: cada ação realizada deve gerar um
relatório que informe os resultados
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Relatório executivo anual: relatório que deve ser apresentado à autoridade máxima
do hospital, no qual devem constar a situação do sistema de controle interno e os
resultados da avaliação de gestão, incluindo recomendações e sugestões
Relatório de gestão: relatório sobre o progresso do plano geral do Departamento
de Controle Interno.
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A função de assessoria dos departamentos de controle interno desenvolve-se
por meio dos seguintes mecanismos:
Fornecer as informações solicitadas
Fornecer soluções para os problemas identificados
Orientar o diagnóstico que possa redefinir um problema
Fornecer recomendações específicas e viáveis
Obter o consenso e o comprometimento
Facilitar a aprendizagem organizacional
Melhorar a efetividade da gestão voltada para resultados.
Os princípios que podem ser consultados como referência para o
desenvolvimento de trabalhos de assessoria são:
Proposição de valor
Atividades distintas da avaliação e da assessoria
Inter-relações entre avaliação e assessoria
Atividades de assessoria promovidas pela administração
Pensamento objetivo
Comunicação de informações relevantes.
Dentre todas, a melhor maneira de obter valor agregado das atividades de
assessoria do Departamento de Controle Interno é aquela que considera o trabalho
conjunto da administração do hospital e o referido departamento, para facilitar a
identificação de necessidades e a formulação de soluções.
O sucesso de uma boa assessoria ocorre à medida que é possível a
comunicação efetiva entre os diferentes responsáveis pela execução dos processos;
isso facilita a geração de compromissos que levam ao adequado funcionamento da
organização e à solução dos problemas, de maneira colaborativa e acordada.
A avaliação e o monitoramento são, talvez, as funções mais relevantes dentre
as responsabilidades correspondentes aos departamentos de controle interno. A
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função independente e objetiva de avaliação e acompanhamento atribuída aos
departamentos de controle interno é a que define com mais clareza a natureza destes
dentro do hospital e a que indica com maior precisão a diferença entre eles e as
demais áreas da instituição.
Ao desenvolver a avaliação e o acompanhamento, a neutralidade é a
condição que permite emitir um julgamento sobre o desenvolvimento e a efetividade
do sistema de controle interno e da gestão, sem favorecer nenhum colaborador ou
área organizacional; a objetividade está relacionada à utilização de métodos que
permitam observar os eventos do hospital e a gestão dos colaboradores, de maneira
que os achados e as conclusões sejam embasados por evidências.
É necessário considerar que a função avaliadora não se limita à avaliação do
sistema de controle interno e de qualidade, mas envolve também o acompanhamento
e a análise dos seguintes aspectos da instituição:
Gestão hospitalar
Execução do orçamento
Processos identificados
Processos de contratação
Legalidade dos atos administrativos expedidos pelo hospital
Planos de melhoria dos departamentos de controle
Fluidez e oportunidade nas inter-relações dentro do hospital
Relatórios para a administração do hospital.
É preciso destacar que o Departamento de Controle Interno faz parte da
estrutura do hospital e, neste sentido, procura atingir os objetivos por ele propostos;
embora não participe da execução das ações que visam a alcançar tais objetivos, tem
o dever, por meio de avaliação independente, objetiva e neutra, de fornecer ao hospital
o feedback e as sugestões necessárias para que os objetivos propostos possam ser
cumpridos.
Dentre as funções do Departamento de Controle Interno, em relação à
avaliação do sistema de controle interno, estão incluídas:
Planejar, dirigir e organizar a verificação e a avaliação do sistema de controle
interno
Garantir que o sistema de controle interno seja estabelecido no hospital
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Assegurar que os controles definidos para os processos e as atividades do hospital
sejam executados
Garantir que os controles para todas as atividades do hospital sejam definidos de
maneira adequada e permanentemente aprimorados.
O resultado do trabalho de avaliação deve fornecer as informações
necessárias para que se possa verificar a efetividade dos controles adotados pelo
Departamento de Controle Interno. Essa avaliação deve verificar, entre outros
aspectos, se os responsáveis pelos processos, com o apoio da administração,
adotaram os procedimentos para a administração e o controle do hospital e assegurar
que eles sejam mantidos.
Auditoria interna
A auditoria interna representa o outro elemento da avaliação independente;
neste sentido, é descrita como um elemento para o controle, que possibilita a
realização de exames sistemáticos, objetivos e independentes dos diferentes
processos, procedimentos, atividades e resultados do hospital. Além disso, permite
que sejam emitidas opiniões baseadas em evidências sobre todos os aspectos da
gestão e dos resultados obtidos.
A auditoria interna consiste em um instrumento para a realimentação do
sistema de controle interno, que analisa os pontos fortes e fracos do controle, bem
como o desvio dos objetivos e das metas propostos. Seu propósito é apresentar as
recomendações necessárias para a melhoria dos processos.
A auditoria interna é o segundo momento da avaliação independente e
constitui um instrumento para a realimentação do sistema de controle interno, que
examina os pontos fortes e fracos do controle nas atividades do hospital. Seu intuito
é dar recomendações, com base em evidências, sobre o grau de cumprimento dos
objetivos, das metas, dos planos, dos programas, dos projetos e dos processos, que
os tornem operacionais, sobretudo o que está relacionado a desvios e erros
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detectados na operação do hospital, a fim de apoiar a administração na tomada de
decisões que possibilitem a correção dos desvios, por meio dos planos de melhoria
elaborados para tal fim. A auditoria interna deve ter alcance em três aspectos básicos
de avaliação.
É responsabilidade do chefe do Departamento de Controle Interno estar
atento às mudanças reais ou potenciais nas condições internas ou externas, que
afetam ou colocam em risco as atividades do hospital.
A avaliação independente, composta pela análise do sistema de controle
interno e a auditoria interna, requer uma etapa de acompanhamento, com o objetivo
de verificar se as ações derivadas dessas avaliações foram implementadas de
maneira eficiente e eficaz.
O acompanhamento é definido como um processo por meio do qual o
Departamento de Controle Interno determina a adequação, a eficácia e a oportunidade
das medidas tomadas pela alta administração quanto às observações e às
recomendações dadas sobre o trabalho.
O chefe do Departamento de Controle Interno deve realizar o respectivo
acompanhamento para que sejam adotadas as medidas corretivas, considerando os
seguintes aspectos:
Dirigir as observações e as recomendações aos responsáveis por realizar a ação
corretiva
Receber e avaliar as respostas da administração para as observações e as
recomendações
Receber atualizações periódicas da administração, a fim de avaliar os esforços
empreendidos para corrigir os achados
Receber e avaliar relatórios de outras áreas do hospital
Informar aos responsáveis pelos processos e à administração sobre a situação das
respostas para as observações e as recomendações de trabalho.
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O Departamento de Controle Interno deve verificar se as medidas corretivas
foram tomadas e assegurar que sejam eficazes na obtenção dos resultados; ou se,
pelo contrário, a administração não adotou as medidas corretivas sobre as
observações informadas.
É necessário que o Departamento de Controle Interno identifique se as ações
executadas a respeito das observações e das recomendações sobre o trabalho
solucionam os problemas subjacentes.
O chefe do Departamento de Controle Interno é responsável por agendar as
atividades de acompanhamento. As ações de acompanhamento devem referir-se aos
achados.
Para criar uma cultura do controle, é necessário elaborar critérios conceituais
e metodológicos. Todos os colaboradores do hospital devem receber capacitação
sobre o controle interno e a auditoria, buscando promover a cultura da melhoria
contínua para o cumprimento do direcionamento estratégico, dos planos, das metas e
dos objetivos previstos.
Atualmente, considera-se que a cultura tem diversas subculturas que
correspondem às necessidades de organização e de significados específicos de cada
grupo. Uma delas é a cultura organizacional, presente em empresas e que se constitui
em um meio para atingir seus objetivos. Neste sentido, entende-se por cultura
organizacional um conjunto de valores, tradições, crenças, hábitos, normas, atitudes
e condutas que dão identidade, personalidade e destino a uma organização para a
realização de seus objetivos econômicos e sociais.
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Vale ressaltar que o ambiente organizacional é mediado pela linguagem, que
cria e recria a realidade da organização; dessa maneira, é necessário fortalecer o
princípio do autocontrole nos colaboradores, definido como a capacidade que cada
um tem de considerar o controle como inerente e intrínseco a suas responsabilidades,
ações, decisões, tarefas e atividades.
Para impulsionar a cultura do controle, é necessário e conveniente promover
a conscientização, a capacitação e a disseminação, a fim de interiorizá-la e obter o
comprometimento com ela. Associado a esse esforço, o hospital interessado na
implementação de uma cultura do controle deve proporcionar espaços para a reflexão
institucional, além de mecanismos de participação dos colaboradores na elaboração
e na execução dos planos, a prática do controle por meio da auto avaliação e a
geração de níveis de confiança aceitáveis nos mecanismos de controle.
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4. Referências
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YOSHITAKE, Mariano. Auditoria Contábil. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
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