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Capítulo 9- O Mercado de concorrencial

Características:

Atomicidade:
Há nos mercados inúmeros agentes tanto do lado da oferta, como no da procura, em
número tal que seja vedado a qualquer deles determinar o nível de preços ou outras
condições relevantes nas trocas
Tem o poder de escolha
O nível de preços é um dado para ele (price taker), que ele se limita a receber. Não uma
variável para manipular.
No lado da oferta- muitos produtores poderão simultaneamente atingir e manter um
volume de produção que minimiza os custos médios a longo prazo, logo, a máxima
eficiência económica.

Fluidez:
O mercado é um ponto de encontro de compradores e vendedores de um único bem,
serviço e fator de produção com um grau de homogeneidade.
Há tantos mercados quanto os bens, serviços ou fatores de produção que possam
distinguir-se entre eles.
A homogeneidade só se fará sentir se os consumidores dispuserem de informação e
forem racionais e perspicazes.

Definição: A fluidez é um duplo requisito, cumulativo, de informação e racionalidade,


suscetível de assegurar aos consumidores a perceção e reação adequada às condições
objetivos de mercado.

Não existe fluidez se for possível uma diferenciação entre os produtos, que os torne
imperfeitos ou sucedâneos.

Liberdade à entrada e saída dos mercados


Ausência de barreiras quer à entrada, quer à saída de agentes no mercado,
especificamente do lado da oferta.
Tipos de entraves:
Entraves corporativos, burocráticos, políticos, linguísticos, culturais e até económicos.

Maximização do lucro
A edificação de uma teoria do produtor abarca as suas motivações básicas da sua
atuação no mercado, entre elas, a maximização do lucro
Lucro (perspetiva do produtor)- a diferença entre o rendimento médio e o custo
médio, sendo essa diferença que há de aumentar até ao limite, que há de maximizar.
Rendimento médio- é o preço por unidade.
É uma característica dos mercados atomísticos, os vendedores receberem sempre o
mesmo preço , o preço do mercado, independentemente do valor de vendas , e portanto,
podem esperar o mesmo preço por unidade adicional.

Rendimento do produtor e área de lucro


Para o “price taker” a procura apresenta-se como infindamente elástica- os produtos
oferecidos pelos seus concorrentes são perfeitos substitutos dos seus, existindo para o
comprador a possibilidade de comprar aos concorrentes de cada vendedor sem qualquer
perda de utilidade.

A concorrência de preços é para os consumidores atomísticos, uma corrida de fundos


porque todos eles sabem que o consumidor tem a máxima liberdade de escolha
O rendimento médio- é o quociente do rendimento total pelo número de unidades
vendidas.
No caso do vendedor atomístico:
 O rendimento médio coincidirá com o preço unitário dos bens vendidos
 O próprio rendimento marginal coincide com o rendimento médio

Rendimento marginal- É aquilo que o vendedor recebe por cada nova unidade
vendida, mas naquele contexto de mercado em que está inserido receberá sempre o
mesmo (por cada unidade vendida ele receberá o mesmo que recebeu pela anterior).
 Conclusão- para os vendedores atomísticos : o rendimento marginal, o
rendimento médio e o preço mercado coincidem
Como os preços não variam- o lucro será maximizado quando no ponto em que os
custos médios são mais baixos da nossa conhecida “escala de eficiência”
O ponto de maximização de lucro, antes do qual o lucro vai aumentando sempre
(prejuízos diminuem), e depois o lucro vai diminuir, a partir daquele ponto os custos
marginais ultrapassam os custos médios e começam a puxá-los para cima.

Na escala de eficiência:
 Os custos médios estão distantes do preço de equilíbrio, e é o ponto em que são
mais baixos os custos médios.
 Ponto em que a curva ascendente dos custos marginais se cruza com a reta plana
dos rendimentos marginais
 Ponto em que é possível aumentar o lucro, e para lá desse aumento deixa de ser
possível.

Quando o custo marginal for inferior ao rendimento marginal, vale a pena incrementar a
produção porque isso provocará uma subida do lucro ( e o contrario também se verifica)

Oferta no Curto Prazo


O ponto maximizador é a convergência entre o custo marginal e o rendimento marginal,
esse ponto deslocar-se-á ao longo da curva ascendente dos custos marginais, se o
rendimento marginal alterar-se
Para o vendedor atomístico a cuva da oferta é a curva dos custos marginais
Nem toda a curva de custos marginais transforma-se na curva da oferta, porque há um
limiar mínimo abaixo do qual o vendedor não oferece nada, não está disposto a vender.

Suspensão da atividade no longo prazo


Num contexto concorrencial ocorrerão muito frequentemente situações em quem o
produtor é induzido a retirar-se do mercado.
 A retirada temporária, de curto prazo, distingue-se da saída definitiva, de longo
prazo.
 No curto prazo existem custos fixos que são irrecuperáveis (o produtor não se
livra deste custo, mesmo que deixe de produzir).

 Nem todos os custos fixos são irrecuperáveis, apenas os custos fixos relativos à
aquisição de bens que seja utilizada noutra linha de produção
Exemplo: Um relojeiro que decide mudar-se para a produção de livros pode
aproveitar os telemóveis, os veículos etc…

 Os custos fixos de funcionamento são também recuperáveis.

Exemplo: serviços de fornecimento de energia ou de comunicações, de


manutenção e limpeza de instalações.

 No longo prazo, esses custos tornam-se variáveis. (libertação de todos os custos


através do abandono da atividade).

 Se os custos variáveis forem superiores ao rendimento total será racional retirar-


se temporariamente do mercado.

 O ponto de encerramento (temporário) ocorre para o produtor atomístico,


quando o rendimento total não cobre o total dos custos variáveis, por isso as
perdas totais são superiores aos custos fixos totais.

O Encerramento (No longo prazo)


No longo prazo trata-se ou não de decidir pelo abandono ou não do setor produtivo
O produtor ou vendedor atomístico deverá abandonar o mercado, se o rendimento total
não for suficiente para cobrir os custos totais. Se o custo médio não for superior ao
preço, ao rendimento médio.
O candidato à entrada no mercado deverá representar a sua escala de eficiência, só
entrará no mercado se o mínimo dos custos médios estiver abaixo do preço de mercado
A existência de preços elevados e lucros extraordinários atrai novos concorrentes ao
mercado. Só entra se tiver calculado que é capaz de operar custos médios totais
inferiores ao preço de mercado e volta a sair se verificar o inverso.
A curva da oferta a longo prazo:
 É perfeitamente elástica, respondendo às solicitações da procura com variações
nas quantidades oferecidas, sem significativas alterações de preços

Conclusão: O produtor deverá retirar-se do mercado, sempre que o preço de venda dos seus
produtos não for suficiente para cobrir os custos médios.
Se o preço de venda, sendo inferior aos custos médios (totais), for superior aos custos variáveis
médios vale a pena o produtor manter-se na atividade.
Transição no curto e no longo prazo
A transição do curto para o longo prazo
No curto prazo: não se colocam questões de entrada e saída de mercado, pelo que a
escala de oferta será a justaposição da escala individual de cada vendedor dentro do
número fixo de vendedores.
No longo prazo: a possibilidade de entrada e saída não se pode presumir que o número
fixo de vendedores, mas pode presumir-se que existem pontos de equilíbrio, ninguém
entra e ninguém sai.
 Os produtores entram no mercado quando se apercebem que aqueles que já estão
instalados no mercado e com estruturas similares estão a obter lucro

 Aumenta a oferta e à quebra do lucro seja dos estabelecidos, seja dos recém-
chegados.

 Se os produtores manterem, cada um por si, o mesmo volume de produção que


propiciava a maximização do lucro teremos um excesso de oferta., que
conduzirá a uma quebra de preços.

 Os produtores marginais, cujo o volume de vendas e escala de produção


passaram a significar prejuízos terão que sair no longo prazo.

 Alargará outra vez a obtenção de lucro.

Equilíbrio no longo prazo


 Ponto no qual convergem preço e custo médio e custo marginal, um ponto no
qual o lucro tende a desaparecer.

 O mercado concorrencial e atomístico tende para o desaparecimento do lucro

 Um mercado concorrencial tende, no longo prazo, para um equilíbrio que coloca


os produtores na sua escala de eficiência

 Ficarão no mercado aqueles que tem custos médios mais baixos, aqueles que
conseguem o “break-even”

 Enquanto existirem lucros económicos no mercado, a entrada de novos


concorrentes- faz aumentar a oferta e baixar os preços até que aqueles lucros
desapareçam.
Lucro normal
 É o ponto mínimo aceitável de lucro, sem o qual o setor é abandonado pelos
empresários, pois corresponde ao rendimento médio que a atividade empresarial
é capaz de gerar em qualquer setor

 Se num setor esse lucro não estiver disponível, o produtor terá o custo de
oportunidade de não obter esse lucro que se encontra noutro setor.

 No “lucro

 “lucro zero” - o produtor já integrou os custos totais essa ponderação de custos


de oportunidade

 Na ausência de lucro económico existe ainda uma razão para alguns produtores
permanecerem no mercado.

 O produtor que observa lucros contabilísticos obterá pela não saída, se tiver a
perceção que em qualquer outro mercado os lucros contabilísticos seriam ainda
menores.

Ponto break-even:
 O rendimento total é igual ao custo total, incluindo nestes o lucro normal
 O ponto no qual o produtor está a atingir o rendimento que alcançaria na melhor
das produções alternativas.
 Perdido o ponto os produtores atomísticos começaram a ter prejuízos, o qu
induzirá no longo prazo o abandono do setor.

A concentração de mercado: graus


A intensidade da concorrência depende: da estrutura de custos dominantes e da
tecnologia disponível.
O nível ótimo de concorrência dar-se-á quando a densidade de concorrentes não impedir
nenhum deles de chegar à eficiência

Barreiras Naturais de entrada e graus naturais de saída


O que é que faz com que as escalas de eficiência correspondem a volumes maiores ou
menores de produção?
 Os custos fixos, irrecuperáveis e de funcionamento (overhead costs”- que cada
produtor tem que incorrer para se estabelecer num determinado setor, isto, é
barreiras à entrada.
 Aumenta os custos médios esperados para os recém-chegados, por comparação
aos custos médios dos produtores já instalados.
 Os custos fixos são uma barreira à entrada e saída dos concorrentes, uma
limitação à possibilidade de mercados contestáveis.

 Nem a concorrência perfeita conseguia preencher todos os requisitos, dado os


elevados custos fixos e elevados níveis de produção.

índices de Concentração no mercado


1) A que indica a percentagem do mercado coberta pela venda dos 4 maiores
produtores:
No caso de concorrência- valor próximo de zero
No caso de monopólico- valor de 100%
No caso do oligopólio: no máximo de 4 empresas

2) Índice Herfindahl-Hirschman
Utilizado nos processos de fusão de empresas
É a soma dos quadrados das percentagens da quota de mercado que cabe a uma
das 50 maiores empresas.

Valor que oscila nos 10 000 no caso de monopólio e tende a zero no caso de
concorrência perfeita.
Nos EUA considerou-se um mercado competitivo com o índice inferior a 00.

Quanto maior for a concentração, mais provável se torna que o preço se afaste do nível
concorrencial e se aproxime dos máximos que poderão vigorar numa situação de
monopólio.
Mercado de saúde onde se verificam os efeitos de assimetria informativa.

Externalidades de rede e a Formação de “Standards”


 Entre as economias externas temos as externalidades de rede

 As externalidades de rede são fenómenos característicos das tecnologias de


informação- significando o impacto das infraestruturas de telecomunicações no
crescimento de economia pode não ser linear.

 As externalidades de rede podem ser um vínculo de penetração de uma inovação


no mercado, se porventura essa inovação entrar na moda e permitir uma rápida
valoração através da adesão intensiva.
 A rápida verificação de efeitos de escala permite à rede incentivar a produção de
bens complementares ao standard que fez arrancar esses efeitos de rede-os
sistemas operativos computadores, smartphones, tablets.

A Prisão da Compatibilidade
As externalidades de rede por também ter efeitos anticompetitivos, se gerarem o “path
dependency”: um determinado produto torna-se uma referência no mercado, sendo que
os outros produtos gravitam em torno dele, impondo a compatibilidade.
Nenhum consumidor, quer assumir os riscos e suportar os custos de abandonar o
standard e perder as externalidades de rede.
A existência de externalidades de rede positiva aumenta a pressão para os não
participantes, no sentido de ingresso na “rede de compatibilidade”.
“Aversão à incompatibilidade” o medo de produtos “órfãos”

Ex: O uso corrente de tecnologias de informação (cartões de crédito, smartphones) põe


em risco a nossa privacidade, contudo, não parece deixar alternativas àquele que não
queira sentir-se excluído dos benefícios do progresso tecnológico.

“Efeitos de cascata” - O efeito de imitação generaliza comportamentos, criando, para


todos os envolvidos ganhos de compatibilidade e previsibilidade, baixando custos de
informação, prazos de aprendizagem e consolidando o “path dependence”

Problemas da estandardização:
 Cria barreiras à entrada
 Pode propiciar “rendas monopolísticas” volumosas.
 Pode servir de base de conluio entre os produtores em detrimento da adoção de
produtos alternativos, que poderiam aumentar o bem-estar e reduzindo o
excedente do consumidor.

Congestionamento de recursos
 É um dos problemas das deseconomias externas
 Estas deseconomias são questões de descoordenação dentro do mercado: cada
um dos participantes externaliza o congestionamento e apenas internaliza.
Os preços do congestionamento podem variar em função do pico de congestionamentos
previstos incentivando a dispersão dos utentes.
Ex: Taxas aeroportuárias, ou portagens nas pontes mais baixas durante a noite.
A descoordenação é tanto maior quanto maior for a atomicidade no mercado
Ex: se num aeroporto operar apenas uma companhia aérea, qualquer congestionamento
que ela cause será totalmente suportada por ela. Se houver um grande número de
companhias nenhuma delas terá o incentivo para abandonar em proveito de outras os
horários de maior tráfego.
Outras formas de deseconomias de escala: o efeito de funil e a avalanche de
desordenação.
Se existirem economias e deseconomias externas, o preço de equilíbrio irá variando
com própria dimensão do mercado e com o volume de produção, e isso impedirá o
equilíbrio geral no longo prazo.

Mercados de Concorrência Imperfeita

Monopólio
 Um único vendedor (Monopólio puro)

 Um vendedor com preponderância sobre os demais vendedores, ele pode agir


como se estivesse isolado no lado da oferta (Poder de monopólio)
 Atomicidade de compradores ou número restrito, bem como um único
comprador.

 Tem poder de mercado (price maker)

 O produtor tem o exclusivo de matérias-primas e fatores de produção

 O produtor dispõe do exclusivo de informação, permanente ou temporário.


Assimetria de informação (sacrifica a fluidez).
 De constituir um monopólio natural

 O Estado concedeu a um agente económico exclusivos de produção ou ter


estabelecido barreiras aos potenciais concorrentes.

 A prática de preços predatórias, que consiste no sistema de abaixamento dos


preços, sempre que existe uma ameaça concorrencial.

1-Monopólio natural
A estrutura de mercado torna-se mais eficiente com apenas um único produtor do que de
vários

1.2- Dificuldades:
Custos fixos mais elevados do que o custo marginal do monopolista é impedir a
maximização do excedente total e impedir a afetação de recursos
Custos médios decrescentes à medida que a escala de produção aumenta até ao limite de
saturação de mercado
A presença de economias de escala, verificadas as quais passa a existir a possibilidade
de um só produtor conseguir, a qualquer nível de produção, a qualquer escala, custos
médios inferiores. Custos médios indefinidamente decrescentes e não em U.

Se os preços forem fixados acima dos custos médios e dos custos marginais pode ter
consequência:
 O produtor inflacionar os preços
 O produtor não tem qualquer incentivo a reduzi-los
 Perdas-absolutas de bem-estar

Oligopólio

Situação intermédia
Há um número tão restrito de vendedores que a atomicidade é sacrificada
Cartel: concentração de oligopólios
A coligação resulta:
1) De um acordo explicito entre os oligopolistas
2) Do hábito de seguirem a política de preços, de quantidades, de pubilicade, de
uma empresa “líder”
3) Equilíbrio estratégico

Definição: O cartel
Instabilidade é uma coligação entre oligopolistas e se dotada de um mínimo de
dos Cartéis:
estabilidade, a ponto de se lhe aplicar coletivamente o tipo de análise adequada ao
 Stigler- monopolista
comportamanto considerou que nos carteis destacava-se o problema contratual, que se
resolvia de forma espontânea.
 O membro do cartel tinha interesse em violar unilateralmente o acordo e
expandindo as vendas e beneficiando dos ganhos extraordinários.
 Venda e preços superiores aos custos marginais
 Este beneficio seria compensador, pois só ele teria ganhas, enquanto que as
perdas eram suportadas por ele e pelos outros.

 Proibições jurídicas que tem ocorrido contra os carteis, e visam impedir qualquer
forma de harmonia na conduta e fomentar a concorrência

 Beneficiam de assimetria informativa

Concorrência oligopolista
Num acordo entre oligopolistas:
1- Todos podem respeitar o acordo
2- Uns respeitam e outros não
3- Todos desrespeitam (fazendo batotota generalizada)

 O acordo nasce da constatação, de num ambiente de concorrência (acordo), os


oligopolistas tendem a produzir mais do que produziria um monopolista. Estes
últimos perdem os lucros extraordinários

 No oligopólio sem cartel o preço pode continuar a situar-se bastante acima do


custo marginal . A concorrência entre oligopolistas provoca uma erosão
reciproca.

Equilíbrio de Nash- é uma situação na qual cada um dos vários agentes racionais que
interagem escolhe a sua maior estratégia em face das escolhas estratégicas dos demais.
1-Concorrência monopolista
Exemplo: restauração
A concorrência nos restaurantes não assenta na estratégia dos preços, mas na
diferenciação dos serviços que prestam., de modo a poderem fidelizar e cativar a
clientela.
 Disputa-se a mesma clientela
 Baseia-se na diferenciação dos serviços que prestam.
 Empolam e publicitam, de modo a diferenciar os seus produtos, cada um deles
parecerá furtar-se a essa tendência a longo prazo, criando um nicho
monopolístico.
 É um price maker, pois tenta estabelecer, para os serviços que presta, um preço
de mercado, que exceda o custo marginal.

 Não dispõe, normalmente, de poder de mercado, não se conseguem ameaçar uns


aos outros. Assim, os concorrentes remete-se a um plano de isolamento

 Os participantes tentam manter alguma elasticidade cruzada entre os seus


produtos: nem tão pouco que deixasse de haver concorrência num só mercado,
nem que deixasse de haver inelasticidade na procura de produtos diferenciados.

 O mercado é relevante aquele em que os produtos são suficientemente


sucedâneos.

1.1-Sacrificio da Fluidez
A fluidez é atacada, dada a indiferenciação dos produtos que deixa sobressair o fator
preço
Os agentes entram e saem livremente do mercado apresentando produtos
suficientemente idênticos para que seja possível a competição num só mercado, mas
disputam a atenção de uma mesma clientela-alvo tentando realçar elementos
qualitativamente diferenciação dos produtos que desviem a atenção do consumidor para
elementos que não o preço , bloqueando deste modo concorrência
1.2-A Diferenciação através da publicidade, e a proteção do consumidor.
Neste mercado é necessário investir na publicidade lato sensu, isto é, esforçar-se
difundior, por todos os meios disponíveis, aqueles elementos diferenciadores dos
serviços que prestam.
Geram uma reputação, que junto da clientela potencial, seja mais determinante da
decisão de comprar.
O valor da reputação pode ser tão importante num contexto de competição e de
informação incompleta.
Cria-se a convicção junto da clientela que os produtos são indiferenciados
Querer proteger o consumidor contra a publicidade e contra a fidelização das marcas é
fazer perder-lhe vantagens informativas e incorrer em custos de busca, bem como
privá-lo de uma soberania económica.

É uma situação de mercado sui generis, ainda que seja aquela em que o consumidor
está mais familiarizado
A publicidade é característica privativa deste tipo de mercado.

A Concorrência monopolística como híbrido conceptual


É uma situação híbrida, pois contém:
1.Elementos próprios da concorrência perfeita-
 A atomicidade, a liberdade de entrada e saída do mercado
 A tendência para a eliminação dos lucros extraordinários no longo prazo.

2.Elementos caracterizadores do monopólio:


 O exclusivo do vendedor quanto ao produto oferecido
 A interação com uma curva da procura descendente
 A possibilidade de geração de lucros extraordinários através da restrição da ofeta
ou da descriminação de preços.

A concorrência monopolística e a concorrência perfeita


Na concorrência monopolística verifica-se num mercado, em que há diferenciação entre
produtos e custos fixos suficientemente elevados na produção ou publicitação dessas
diferenças, para que cada concorrente possa exercer algum poder de mercado.
No curto prazo, o concorrente monopolístico pode tentar maximizar o seu lucro:
1) Determina primeiro a quantidade a produzir
2) Fixando-a no ponto em que se nivelam o rendimento marginal e o custo
marginal
3) Depois usa a curva da procura para encontrar o nível de preços, que seja
adequada à quantidade de produção

As semelhanças entre o monopólio e a concorrência monopolística esbate-se no


longo prazo por causa da liberdade de entrada e de saída no mercado

O papel da pubicidade e das marcas: manipulação ou sinalização


A publicidade é um subproduto da concorrência monopolística, visto ela é:
a) Um veiculo de diferenciação, induzindo aos consumidores afastarem-se
daquela fluidez, que lhes permitia comparações racionais das relações
quantidade-preço dos produtos.

b) Um veiculo de promoção e vendas, criando e condicionando hábitos de


consumo, fomentando o aumento de produção que é benéfico para os
concorrentes monopolísticos
Estes ao venderem a preços superiores ao custo marginal , podem aumentar os
seus lucro.

Há muitas razões pelas quais os empresários recorrem à publicidade, para lá do aumento


de vendas: razões de implantação no mercado, de prestigio, de visibilidade, de
informação.
-O produtor monopolista pouco ou nada terá que gastar em publicidade, se o produto
que vende é conhecido de todos os consumidores e a sua posição não está ameaçada.
-Os vendedores de produtos homogéneos ou indiferenciado, pouco interesse associarão
à publicidade

A publicidade tem as seguintes funções:


 Informativa (informação sintética e simplificada das características essenciais do
produto).
 Permite ao consumidor aperceber-se da entrada de novos concorrentes e alargar
ao máximo o universo das escolhas, a probabilidade da sua escolha recair no
produto mais eficiente.
 Tem um efeito pró-competitivo (quanto mais informação dispuser o consumidor,
tanto mais ele será imune à imposição de condições por um único vendedor).

Search Goods, Experience Goods, Informação e Manipulação


Podemos distinguir os bens cujas características podem ser razoavelmente aferidas, e a
baixo custo, antes da compra e após a compra:
Search Goods: os bens que cremos poderem ser avaliados antes da compra,
predominará a função informativa da publicidade, ficando para segundo a vertente
sugestiva ou persuasiva.

Experience Goods: os produtos que podem ser avaliáveis depois de consumidos


ocorrem os efeitos de seleção adversa e risco moral que afetam transações assentes em
informação privativa, ou seja, informação disponível para alguém, mas onerosa para
outrem. (assimetria informativa nas trocas).

Os experience goods não beneficiam tanto da publicidade informativa como os search


goods, mas beneficiam da reputação de qualidade formada no mercado (publicidade de
marca).

A Marca como Caução da Idoneidade e oferta de reféns


A opção pelo produto de marca, conquanto este seja mais caro é racional.
O consumidor está a pagar o preço da confiança que deposita na idoneidade da marca
como sinal de qualidade do produto.
A presença de marca tranquiliza o consumidor, pois na falta dela, ele pouco saberia
sobre as características do produto

Efeitos da Inovação Tecnológica e da sua proteção jurídica


A partilha de conhecimento tecnológico é instantânea, gratuita e universal
O progresso tecnológico é um fenómeno com cadências e impactos desiguais em vários
setores da economia, gerando assimetrias e imperfeições e por outro lado,
externalidades positivas.
O objetivo primordial dos produtores em mercados competitivos é a tecnologia, visto
que é possível a esperança de obtenção de lucros extraordinários,
Nos mercado, mesmo nos mais atomísticos, é a competição pelo novo produto, pela
nova tecnologia que interesse não a guerra de preços o que permite:
 Um mercado inovador dinâmico em extremo
 Um mercado aberto para a criatividade e tendência para o “lucro zero”
 Um mercado afastado das oscilações cíclicas em torno dele pode constituir-se
um motor exogéneo de progresso e crescimento.

Nos standard dominante- vendedores e compradores terão que ponderar os custos de


aprendizagem com a limitação dos ganhos informativos ao tempo que o standard dura.
Ponderação dos custos de uma verdadeira aprendizagem com vantagens de uma conduta
puramente imitativa de quem aprendeu e com as vantagens advenientes da conversão da
nova informação em bem público (o tempo que tecnologia durar a vulgarizar-se).
O tempo que a tecnologia demora a vulgarizar-se é rápido no mercado da informática e
desaparecem os privilégios jurídicos do inovador.
O pregresso cientifico e tecnológico é cumulativo

Problemática do papel da investigação e inovação em mercados concorrenciais:


1) Desaparecimento dos lucros extraordinários no longo prazo deixa os produtores
sem recursos para financiarem o desenvolvimento da inovação tecnológica

2) O conhecimento tecnológico e a informação tendem-se a revestir de


características de bem público: o que gera externalidades de fácil difusão.

Causas das assimetrias e imperfeições concorrências num mercado de inovação:


1) A prioridade na introdução de inovações no mercado, que permitem ganhar
novos benefícios concorrenciais pela formação de novos nichos de mercado.

2) A necessidade de proteção da investigação através do reconhecimento de


direitos de propriedade intelectual que conferem ao inovador um monopólio.
3) A existência de custos fixos e irrecuperáveis muito elevados em função da
necessidade de acompanhamento de inovações tecnológicas. Os custos fixos
constituem uma barreira à entrada e saída do mercado e fazem subir as escalas
mínimas de eficiência em relação à dimensão do mercado, favorecendo a
formação de monopólios naturais.

4) A possibilidade de diminuição dos custos médios em consequência da difusão e


assimilação da tecnologia, da acumulação de experiência prática encurtando os
prazos de aprendizagem tecnológica.

5) A maior dificuldade de financiamento dos produtores recém-chegados a setores


e mercados onde se regista grande intensidade e inovação tecnológica. (riscos
associados ao investimento).

A proteção jurídica à inovação tecnológica às vezes é crucial, na medida que o


investimento em investigação cientifica seria sub-ótimo, dada a dificuldade de
apropriação.

Efeitos de informação imperfeita


A informação imperfeita é a ideia que a informação seria ilimitadamente disponível,
universalizada, gratuita e que os agentes económicos poderiam assentar nela, sem custo,
sem ineficiência.
A informação é um bem de consumo suscetível de trazer benefícios diretos e de ser um
bem instrumental, capaz de aumentar a produtividade, contribui para o beneficio
marginal.
Os ganhos que para o consumidor resultariam da existência de um tal tipo de mercado
perfeitamente concorrencial poderiam ser reduzidos, anulados, ou superados, pelos
custos de aquisição de informação limitada, escassa, apropriável e distribuída

Mercado de informação
A existência de um mercado de informação conferiu à análise económica um muito
maior realismo, adequando-a a fenómenos que não seriam satisfatoriamente explicáveis
sem a admissão dessa margem de imperfeição.
Alguns economistas como George Stigler- enfatizaram o papel crucial da informação,
que considera que, uma vez levada em amplitude total dos custos de informação, os
resultados comuns de análise económica se manteriam válidos.
Começaram a aparecer mercados de informação que:
 Perturbavam os incentivos, as comunicações, as representações, os cálculos, as
atitudes das partes envolvidas em todo o tipo de interdependência económica.
A Economia da Discriminação e do Preconceito
O universo de decisões discriminatórias estigmatizadoras, que eram racionalmente
inexplicáveis podem tornar-se compreensíveis.
Ainda que não justificáveis moralmente- resulta de uma vontade deliberada que pondera
os ganhos advindos do aumento de informação com os custos de aquisição de
informação adicional.
O preconceito é pseudo-informação, mas tende a ser gratuito.
O mercado concorrencial tende a penalizar a discriminação ou estigmatização que não
tenham justificação económica, aumentando os custos aqueles que antepõem os seus
preceitos valorativos à consideração da eficiência e o uso exclusivo deste como escolha.
Nenhuma “mão invisível” emenda a discriminização que é incentivada pela procura,
sendo que o enquadramento institucional ou a retificação politica podem desempenhar
um papel fundamental

A divisão social daa informação


Ponderar os custos no acesso à informação e que tenhamos de nos contentar com
fenómenos de racionalidade incompleta: é o mesmo fenómeno que faz emergir mercado
de produtos e de fatores produtivos: a divisão do trabalho e a especialização.
A distinção entre mercados e instituições é aquela que pressupõe a divisão de
informação
A competência implica custos, mesmo a simples competência que é a racionalidade
implica escolhas, sacrifícios, predisposições, oportunidades- não sendo dádiva gratuita,
ilimitada e exógena.
Os custos de aquisição de competência conferem vantagens informativas.

Um mercado de conhecimento dificilmente poderia ser um mercado de concorrência,


até pela natura pelicular da informação.
A informação assume uma função de respetiva divulgação:
 Uma informação não divulgada é decerto apropriável, mas enferma no sentido
de manter a credibilidade
 Pagar por informação divulgada é igualmente problemático, porque a divulgação
confere à informação características de bem público
Os custos de busca
Um dos problemas da imperfeição informativa são os custos de busca envolvidos no
esforço de otimização das posições, tanto dos produtores, como dos consumidores:
 A busca de oportunidades de maximização do bem-estar, dos melhores preços,
dos menores custos, das renumerações mais atraentes, dos melhores empregos.
Essa busca não incorre sem custos

Agravamento e subsistência da dispersão dos preços: a localização, dispersão geográfia


da população, o nível de consumo e transportes, a standartização, a eficiência as
instituições intermediárias no mercado
É própria heterogeneidade da procura que começa por induzir uma dispersão de preços
que torna frequente “lei de um só preço”.
No caso dos vendedores:
 Os vendedores praticam preços diferenciados porque sabem que os custos de
busca do preço mais baixo dissuadirão a maioria dos consumidores de
procederem a comparações exaustivas e porem em marcha a sua fluidez.

 As comparações que beneficiam o produtor que pratica preço mais baixo


desencadeiam a guerra de preços.

 Nenhum vendedor num mercado com elevados custos de busca tem incentivo a
baixar o preço: pode não angariar e pode suscitar dúvidas nos clientes quanto à
qualidade do preço

 Nada disso impede à formação de um preço de equilíbrio correspondente à


totalidade do mercado, nem invalida a hipótese de concorrência perfeita.

No caso dos compradores:


o “Regra de busca ótima”- vale a pena buscar preços mais baixos, quanto o
beneficio marginal esperado for superior ao custo marginal da mesma.

o O consumidor pode estabelecer um preço-alvo, que representa a maior


disposição de pagar, interrompendo a buca logo que encontra o preço mais
baixo.

O aumento de informação sobre os preços tende a aumentar a elasticidade da procura.


A ignorância que se deseja preservar através da especialização e da divisão do trabalho
permite polarizar as nossas convicções e adquirir nova informação.
Seleção Adversa no consumo
A informação imperfeita gera ainda um risco de colapso sobre os mercados por via da
seleção adversa.
A seleção adversa incide nas situações de “experience goods” em qualquer nível
racional de busca insuscetível de vencer a assimetria informativa.
Em situação de informação imperfeita em que a assimetria informativa privilegia os
vendedores e não os compradores, que não sabem diferenciar qualitativamente os
produtos. (ignorância)
A própria aversão ao risco dos compradores os leve a oferecem cautelosamente um
preço mediano por bens de indiferenciação qualitativa.
Sinalização do consumo
 A forma principal de fugir à seleção adversa é através da sinalização do
consumo

 É a transmissão de informação, gratuita e credível, que permita ao consumidor


não apenas discernir qualidades entre os produtos segmentar o mercado em
classe de produtos ou classe de risco, que evitem o recurso a preços medianos e
ainda economizar custos de busca

 Na assimetria de informação- o consumidor estará com uma informação


incompleta, mas com um tipo de dados, que para ele seja tão credível como seria
o de informação completa.

 Este sinal pode não transmitir muito conteúdo informativo, bastando-lhe atingir
a convicção do consumidor recorrendo a estereótipos e preconceitos. Joga tudo
na visibilidade e intensidade do sinal.

 Intensidade do sinal (o facto do seu custo marginal declinar com o aumento de


eficácia informativa).

 Existe no seio da “economia de educação” uma tensão entre os modelos de


sinalização e o de capital humano, porque o último coloca mais ênfase no
conteúdo objetivo da formação e o primeiro a aparência dessa formação

A Sinalização através de preços e as “cascatas informativas”


Uma das consequências da seleção adversa é a sinalização através dos preços:
A sugestão que é transmitida aos consumidores é de que os preço elevado é indicador de
qualidade elevada dos produtos- inverte a correlação negativa que existe entre o nível de
procura e a variação de preços.
O que desencadeia a seleção adversa?
1)A proposta dos preços medianos
2)O abaixamento de preços
A sinalização através dos preços é adequada em contextos em que não ocorra “guerra de
preços” e a demarcação monopolística entre produtos seja suficientemente pronunciada.

São estranhas as conclusões a retirar da constatação de que os preços transmitem mais


informação do que aquela que tradicionalmente se aceitava. Novas conclusões:
1) O consumidor usa a usa informação para resistir à manipulação informativa dos
preços que acabará por desencadear uma seleção adversa
2) O produtor refém do “bluff” com os preços, poderá resistir ao abaixamento de
preços que levassem ao ponto de equilíbrio e permitissem o escoamento integral
dos seus excedentes. O próprio produtor deverá avaliar se aquilo que ganha com
a subida de preços, e com a fuga à seleção adversa, não se perde em quebra de
vendas, em quebra de rendimento.

A sinalização (positiva) tem como contrapartida a sinalização negativa, uma forma de


baixo custo de se complementar a informação pessoalmente disponível com a
informação inferida.
Quando a informação pública passa a dominar a informação privada dos subsequentes
decisores forma-se a “cascata informativa”

Risco Moral no consumo


É outro problema relativo à informação, mas diferente da seleção adversa.
O risco moral tende a emergir no decurso de uma relação contratual duradoura, no qual
uma das partes, abusando da sua vantagem informativa ,não cumpre as obrigações
assumidas para com outra, fiando-se na impossibilidade, geradas pela assimetria
informativa de deteção do seu incumprimento ou cumprimento defeituoso.
O risco moral é um problema de execução de um contrato já celebrado, enquanto que a
seleção adversa surge na formação de um contrato.

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