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NOÇÕES DE ECONOMIA

Fiscal de Defesa do Consumidor – PROCON/MA


Teoria e exercícios comentados
Prof. Vicente Camillo – Aula 06
1. MONOPÓLIO: CONCEITOS INICIAIS

O modelo de concorrência perfeita representa o melhor dos


mundos. Digamos que ele entrega o resultado mais eficiente dentre
as demais formas de organização de mercado.

Em resumo, considerando a existência de mercados completos,


produtos homogêneos, livre entrada e saída de participantes e
muitos produtores e consumidores, o mercado em concorrência
perfeita possibilita que o preço apresente o mesmo valor do custo
marginal, o que indica a máxima quantidade produzida possível.

Dito de outro modo, neste modelo os consumidores estão satisfeitos


por pagar o menor preço possível e os produtores, por ofertar a
máxima produção possível.

Neste momento, iremos analisar o cenário contrário: o monopólio.

Nesta forma de mercado não há concorrência, pois apenas uma


empresa participa do mercado. Neste contexto, não podemos
esperar que a firma monopolista considere o preço do mercado e
produza produtos homogêneos. Ademais, o mercado provavelmente
apresentará barreiras à entrada e saída de outras firmas.

O resultado desta forma de organização é claro: ineficiência.

No decorrer da aula aprenderemos os resultados do monopólio, mas


que fique claro o principal. Sem concorrência alguma, o monopolista
tem mais liberdade para fixar preços (mesmo assim, a liberdade
tem limitações) e, quase sempre, fixa-os acima do custo marginal,
o que provoca redução na quantidade de bens ofertados, quando
consideramos o caso de bem normal (curva de demanda
negativamente inclinada). E a ineficiência se mostra destas duas
maneiras: preços mais elevados e quantidades menores.

Uma importante causa do monopólio é a chamada escala mínima


de eficiência.

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Como vimos no mercado em concorrência perfeita, as firmas pouco
influenciam preços e quantidades praticados. Ou seja, as firmas
ofertam uma escala de produção muito pequena em relação ao
mercado (pequena escala relativa).

No entanto, a própria estrutura de alguns mercados não permite


que cada firma represente uma pequena escala relativa. Imagine o
mercado de energia, por exemplo. As firmas de energia, quase
sempre monopolistas, necessitam de elevada escala de produção
para que a atividade apresente atratividade. Isto é, apresentam
elevada escala mínima de eficiência. Em outras palavras, isto
provoca um monopólio, pois a elevada escala não permite a
coexistência de duas ou mais firmas no mercado. É assim
considerada uma forma de barreira à entrada.

Ocorre que, neste caso, o mercado por si só não entrega resultados


tão satisfatórios, como os resultados verificados em concorrência
perfeita. Isto abre espaço para certa regulação governamental, que
pode ser, por exemplo, através da fixação de preços máximos ou de
taxas de rentabilidade máximas, que devem ser respeitados pelo
monopolista.

Desta forma, podemos ver a falta de concorrência como uma falha


de mercado. Para corrigir esta falha, há que se comparar o custo
colocado pela ineficiência do monopólio e o custo imposto pela
regulação governamental. Evidente que, caso a regulação
governamental apresente melhor resultado do ponto de vista da
sociedade, é justificável certa intervenção regulatória no monopólio.

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2. MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS

Já conhecendo os conceitos básicos sobre o monopólio, vejamos


como ocorre a maximização de lucros. Sempre que possível, os
pressupostos e resultados deste modelo serão comparados com os
do modelo de concorrência perfeita, o que ajudará (e muito!) a
compreensão.

A primeira observação importante é que no monopólio a curva de


demanda do mercado é a própria curva de demanda do
monopolista (lembrando que a curva de demanda é
negativamente inclinada). A causa é simples: não há
concorrência, e todo o consumo é direcionado para a oferta do
monopolista. Este resultado destoa do resultado em concorrência
perfeita, pois, como vimos no momento oportuno, a curva de
demanda da firma é perfeitamente horizontal, o que indica que a
demanda pelos bens da firma existem apenas ao preço de mercado.

A segunda observação importante é que o monopolista possui a


mesma condição de maximização de lucros da firma em
concorrência perfeita.

Em resumo, o monopolista também pretende maximizar o lucro, de


modo que:

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No ponto ótimo, a receita marginal é igual ao custo marginal.
Mas, aqui há uma importante e fundamental diferença do modelo
de concorrência perfeita: a receita marginal e o preço NÃO são
iguais!

Pense comigo. Se o monopolista pretende aumentar sua produção,


dois efeitos irão ocorrer. Primeiro, a produção adicional será
comercializada com preço reduzido, devido à inclinação negativa da
curva de demanda (mais quantidades a preços menores). Segundo,
a redução no preço também se aplica as demais unidades vendidas.
O preço do produto é um só, pelo que se aplica as novas unidades
ofertadas e também à quantidade que ele já ofertava anteriormente
ao preço antigo.

Estes dois efeitos somados indicam a diferença entre o preço e a


receita marginal. Como vimos na concorrência perfeita, a receita
marginal é exatamente igual ao preço pois unidades adicionais são
realizadas a um preço constante, que é o preço de mercado. Aqui é
diferente.

Para facilitar o entendimento, vou omitir derivações matemáticas


para chegar às expressões do modelo. Estas expressões irão nos
ajudar muito para compreender os resultados aqui presentes.

E a primeira expressão importante, que resume a diferença entre o


preço e a receita marginal é a seguinte:

Como , podemos apresenta-la também como:

E, como a elasticidade preço da demanda é negativa, ficamos


definitivamente com:

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Algumas observações são necessárias. Primeiro, é a elasticidade


preço da demanda. Já sabemos o que ela significa. Apenas
relembrando, indica o efeito percentual na variação da demanda em
relação à variação percentual na variação do preço. Variações
elásticas ( indicam que a demanda é muito sensível ao
preço; variações inelásticas ( , que a variação na demanda é
pouco sensível ao preço; e variações de elasticidade unitária
( , que a variação de preço e demanda acontecem no
mesmo percentual. Lembrando que a elasticidade da demanda é
negativa, pois as variações ocorrem em sentidos inversos
( ).

Mas, o que esta expressão nos indica?

Primeiro, ela mostra que o preço pode se situar acima do custo


marginal e da receita marginal (logo mais analisaremos isto
graficamente). Segundo, que o monopolista não opera no trecho
inelástico da curva de demanda. Caso assim o fizesse, a receita
marginal seria obrigatoriamente negativa e nunca igual ao custo
marginal (que é por definição uma variável positiva).

Vamos analisa a expressão com um exemplo. Digamos que o preço


praticado pelo monopolista é de $10,00 e a elasticidade igual a 2.
Aplicando estes valores a expressão, temos que:

Ou seja, a receita marginal e o custo marginal apresentam metade


do valor do preço.

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Se aplicarmos a mesma expressão para uma elasticidade preço da
demanda igual a 4, veremos que a receita e o custo marginal serão
iguais a 7,5.

Ou seja, quanto mais elástica a elasticidade preço da demanda,


menor a diferença entre preço e custo marginal. Em resumo,
menor a ineficiência, pois a medida de ineficiência é exatamente a
diferença entre custo marginal e preço. Em um tópico seguinte,
iremos detalhar mais este fato.

Agora, vamos finalmente analisar a condição de maximização de


lucros do monopolista através de um gráfico. Já sabemos que (i) o
monopolista respeita a condição , (ii) que o preço será
superior à receita e custo marginal, e (iii) que a curva de demanda
do mercado é a própria curva de demanda do monopolista.

Por fim, vamos descobrir a função de demanda e a função de


receita marginal, para que possamos situá-las no gráfico.

Supondo que o monopolista se depare com uma curva de demanda


linear da seguinte forma:

Em que P é preço, a representa o intercepto vertical do gráfico, b


representa a inclinação da curva de demanda e Q a quantidade
ofertada. Uma breve análise desta expressão permite concluir que
preços e quantidades estão negativamente relacionados e que a
curva de demanda é negativamente inclinada.

Bom, sabemos adicionalmente que a receita da firma é obtida


através da multiplicação das quantidades Q pelo preço P. Assim,
ficamos com:

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Se compararmos este resultado com o do modelo de concorrência
perfeita, veremos que a firma monopolista oferta menores
quantidades a um preço mais elevado.

Como foi observado no tópico relacionado à concorrência perfeita, a


oferta da firma se inicia a partir do ponto mínimo de curva de custo
médio (no longo prazo), ou a partir do custo variável médio mínimo
(no curto prazo). Se verificarmos este resultado no gráfico acima,
veremos que ele corresponde a um preço menor e a uma
quantidade maior (PCP; QCP).

Adicionalmente, nada foi dito neste modelo sobre a curva de oferta.


O motivo é simples: não existe curva de oferta no monopólio.

Diferentemente do que ocorre com a firma no modelo de


concorrência perfeita, cuja curva de oferta é a parte ascendente da
curva de custo marginal acima da curva de custo variável médio (no
curto prazo), no monopólio não existe uma relação direta entre
preços e quantidades ofertadas, pois a oferta, como vimos, depende
da curva de demanda. Portanto, não se engane quando as Bancas
perguntarem sobre a curva de oferta do monopolista: ela
simplesmente não existe.

E assim temos o resultado do monopólio. O monopolista oferta a


quantidade Q*, através da intersecção das curvas de custo
marginal e receita marginal, o preço P* é dado no cruzamento do
equilíbrio com a curva de demanda.

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3. MARK-UP E INEFICIÊNCIA DO MONOPÓLIO

O fato de o monopolista ofertar quantidades menores a preços mais


elevados representa uma ineficiência do ponto de vista econômico.
A causa é simples: preços mais elevados ocasionam redução de
bem-estar dos consumidores e quantidades menores, redução no
bem-estar do monopolista.

E a medida de ineficiência pode ser calculada através da diferença


entre o preço e o custo marginal. Em resumo, quanto mais
elevado o preço em relação ao custo marginal, mais elevada
a ineficiência do monopólio.

E, já sabemos a expressão que relaciona preço e custo marginal:

Podemos manipulá-la para a seguinte forma:

Desta forma, chegamos à expressão do markup:

Como o monopolista opera apenas no trecho elástico da curva de


demanda ( , o markup será sempre maior do que 1.

Mas, o que de fato é o markup?

Ele é um índice que representa o quanto maior é o preço em


relação ao custo marginal. Quanto mais elevado o markup, mais
elevado é o preço do monopolista em relação a seu custo marginal
e mais ineficiente é o monopólio.

No tópico anterior realizamos duas contas exemplificativas para


calcular a diferença entre o preço e o custo marginal. A essência é a
mesma. Aqui a expressão é tão somente apresentada de forma
mais “digerível” para nossos fins.

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Apenas peço que se atente ao fato de que o monopolista não opera
no trecho inelástico da curva de demanda. Caso opere em uma
curva de demanda com elasticidade constante, o markup será
constante (o preço será maior que o custo marginal por um índice
constante); caso opere no trecho elástico da curva de demanda, o
markup será decrescente (quanto mais elástica a demanda, menor
a capacidade de o monopolista elevar seu preço acima do custo
marginal).

Este resultado é muito importante: quanto mais elástica a curva


de demanda, menor a capacidade de o monopolista elevar
seu preço acima do custo marginal.

A explicação para isto é muito intuitiva. Demandas mais elásticas


variam mais em relação à variação nos preços. Ou seja, um
aumento de preços provoca uma variação maior na demanda e,
consequentemente, redução na receita total da firma.

Este tipo de situação indica menor poder de mercado do


monopolista. Ele pode ser verificado na prática quando, por
exemplo, o produto ofertado pela firma possui algum substituto a
altura. Assim, a elevação no preço provoca aumento na demanda
pelo bem substituto e o monopolista acaba perdendo com isso.

Continuando, saber que o monopólio é ineficiente não basta. Nosso


curso te deixará no ponto para qualquer prova de microeconomia.
Assim, é interessante medirmos qual a amplitude desta ineficiência.

O método mais simples é comparar os excedentes do produtor e do


consumidor no modelo de concorrência perfeita com o modelo de
monopólio. Em outras palavras, calcular em quanto variou o
excedente do modelo de concorrência perfeita para o modelo de
monopólio e quanto de excedente se “perdeu” neste caminho.

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Dito de outro modo, o ônus do monopólio pode ser
representado por:

É por este motivo que podemos afirmar que o monopólio apresenta


ineficiência cujo valor pode ser mensurado.

Desta forma, não esqueça: a eficiência do modelo de mercado


ocorre quando o preço iguala o custo marginal, como ocorre
no modelo de concorrência perfeita; caso isto não ocorra
(CMg > P), o modelo apresenta ineficiência.

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A existência de elevados custos fixos e custos marginais muito
baixos torna as curvas de custo médio e custo marginal da forma
acima apresentada, pois o aumento da produção os dilui. Como é
possível perceber, ambas as curvas não possuem o trecho
crescente, como vimos nos modelos de concorrência perfeita e
monopólio.

Bom, se o monopolista nesta situação pratica a condição de


maximização de lucros ele produz uma quantidade
muito pequena (ineficiente) a um preço muito elevado,
representados por Q* e P*.

Do contrário, se o monopolista produz na condição de concorrência


perfeita, quando o custo marginal encontra a curva de demanda, a
quantidade produzida gera prejuízos, pois o preço é menor que o
custo médio. Este ponto é representado por QCP e PCP.

Aparentemente o monopolista natural não pode seguir as regras


tradicionais que vimos até o momento. É por isso que os
monopólios naturais são comumente regulados pelos governos, ou
até mesmo supridos pelos governos, quando o próprio ente estatal
oferta os produtos nestes mercados.

Se considerarmos uma situação em que o governo regule este


mercado, é provável que ocorra uma limitação da taxa de retorno
do monopolista, de modo que ele possa ofertar com preço no
mínimo igual ao custo médio mais alguma taxa de remuneração.
Assim, a ineficiência é reduzida e mais bem-estar é sentido pelos
consumidores.

Este ponto é representado por (QR,PR), denotando que o mercado é


regulado pelo governo. Como é possível perceber, o preço é um
pouco acima do custo médio, de modo que o monopolista usufrui de
certo lucro econômico positivo, suficiente para remunerar sua
operação, mas inferior ao preço do monopólio natural sem

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regulação. A quantidade é superior ao resultado do monopólio sem
regulação, mas inferior à quantidade em concorrência perfeita.

De todo modo, a ineficiência, mesmo que dirimida, permanece, pois


o preço é superior ao custo marginal e a quantidade produzida
inferior ao resultado em concorrência perfeita.

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5. DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS

Mesmo considerando que o monopolista é o único produtor em


determinado mercado, ele possui limitações. Como vimos
anteriormente, a elasticidade da curva de demanda é uma
importante limitação à fixação de preços do monopolista: quanto
mais elástica, menor o poder de mercado do monopolista em elevar
o preço de oferta.

Vimos inclusive a explicação para isto. Demandas mais elásticas


variam negativamente mais que o aumento de preços, o que resulta
em redução na receita do produtor. Evidente que, em geral,
nenhuma firma pretende auferir reduções de receita.

Em resumo, como a curva de demanda é negativamente inclinada,


para o monopolista oferta mais ele deve reduzir seu preço.

Mas, imagine que a firma monopolista possui uma estratégia


diferente. Que tal vender diferentes unidades de seu produto a
preços diferentes? Em outras palavras, será que o monopolista
poderia discriminar (diferenciar) preços sob determinados critérios?

Sim!

Não só pode, como faz isto comumente, existindo diversos


exemplos na economia real.

O principio da discriminação de preços é capturar o máximo


possível do excedente do consumidor. Todos nós já nos
deparamos com ofertas do tipo “Leve 5 e pague 4”, ou fomos
consultados por algum médico que cobrou $100 pela consulta, mas
$90 para algum conhecido, $110 para outro e assim por diante.

Estas formas de diferenciar (discriminar) preços de acordo com o


consumidor ou com a quantidade consumida são práticas
monopolistas muito verificadas no mundo real.

Existem 3 maneiras de se discriminar preços, conforme segue:

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 Discriminação de Preços de 1o Grau

A discriminação de preços de 1o grau consiste na captura


total do excedente do consumidor. A ideia é simples: o
monopolista estima que o preço máximo que cada consumidor está
disposto a pagar pela seu bem (chamado preço de reserva) e cobra
de cada consumidor este preço.

Esta prática é vista como uma discriminação perfeita, pois, como


citado, a firma consegue perfeitamente captar todo o excedente do
consumidor, através do preço de reserva de cada um.

Por mais estranho que possa parecer, este tipo de comportamento


monopolista é eficiente, pois a soma dos excedentes do consumidor
e do produtor é maximizada. Na verdade, o excedente do
consumidor é zero e o excedente do produtor é igual ao excedente
total produzido.

Enquanto que em um mercado competitivo, produtores e


consumidores dividem todo o excedente produzido, de modo que
não é possível melhorar a situação de nenhum deles sem piorar a
do outro, no monopólio com discriminação perfeita a firma obtém
todo o excedente, não sendo possível que nenhum dos participantes
do mercado melhore, sem piorar a situação do outro.

Atenção a este fato, pois as Bancas adoram confundir os candidatos


neste ponto. Eficiência não significa distribuição. Neste modelo de
discriminação perfeita, há eficiência, apesar dela ser mal distribuída
(tudo para o monopolista e nada para os consumidores).

Dada a sua natureza, a discriminação de preços de 1o grau é quase


impossível de se verificar na prática. É, antes de tudo, uma
hipótese teórica.

Mas, existem alguns exemplos de práticas parecidas, como quando


profissionais liberais (por exemplo, contadores) que, ao conhecer a
situação financeira de seus clientes (no caso de elaboração de

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declaração de imposto de renda), podem escolher o valor a ser
cobrado de cada um. Evidente que declarações de imposto de renda
que evidenciam maior patrimônio podem custar mais caro. O
contador irá te dizer que elas dão mais trabalho para serem feitas,
mas não acredite: ele está praticando discriminação de preços de 1 o
grau, mesmo que não saiba disso.

 Discriminação de Preços de 2o Grau

A discriminação de preços de 2o grau, ou fixação não linear


de preços, consiste na fixação de preços de acordo com a
quantidade consumida. Por isc o é não linear: o preço varia com a
quantidade consumida.

O exemplo mais comum é da promoção “Compre X, Leve Y”. Por


exemplo, se você adquirir 5 unidades de creme dental a R$20,00,
estará pagando $4,00 por unidade. Mas, você verifica que existe
uma promoção com os seguintes dizeres: “Leve 10 unidades de
creme dental por $30,00”. Ou seja, o preço unitário do creme
dental será de $ 3,00 para 10 unidades consumidas e $ 4,00 para
5 unidades.

Isto é, o preço varia de acordo com as quantidades consumidas.

 Discriminação de Preços de 3o Grau

A discriminação de preços de 3o grau consiste em preços


diferentes para consumidores diferentes. O segredo aqui está
em selecionar um grupo de consumidores e cobrar um preço deste
grupo distinto do preço de outro grupo.

Este modelo de discriminação é o mais utilizado na prática. E o


exemplo mais comum é, com certeza, o desconto em cinemas,
entre outras atividades culturais, para estudantes.

Na prática, o monopolista continua praticando a regra de


maximização de preços, no entanto ele considera cada grupo de
consumidores como um mercado distinto.
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Se utilizarmos o exemplo do ingresso de cinema, os estudantes
representam um mercado e os demais consumidores, outro. Assim,
a regra de maximização de lucro do monopolista deve ser:

Ou seja, receita marginal no mercado de estudantes (RMgE) é igual


ao custo de produção de uma unidade extra (CMg), assim como a
receita marginal no mercado des demais consumidores (RMgD) é
igual ao custo de produção de uma unidade extra (CMg).
a
Como o custo marginal é o mesmo para os dois mercados, a receita
marginal também tem de ser a mesma nestes mercados.

Apenas lembrando que no monopólio a receita marginal não é igual


ao preço. E isto explica porque o preço é distinto nos mercados.

Voltando ao nosso exemplo de descontos para estudantes no


cinema, o preço menor para estudantes pode ser explicado pelo
fato deste mercado apresentar menor elasticidade da demanda,
enquanto que o mercado dos demais consumidores apresenta
elasticidade preço da demanda maior.

Assim, aplicado os descontos ao mercado de estudantes, o


monopolista consegue capturar uma parcela do excedente do
consumidor destes demandantes e, evidentemente, maximizar o
excedente do produtor.

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A imposição de um tributo ao produto ocasiona aumento do custo
marginal de produção no valor do tributo. Ou seja, o custo marginal
pode ser representado por CMg + t, o que provoca um
deslocamento da curva de custo marginal como representado
acima.

O que ocorre com o preço? Se eleva em metade do aumento do


imposto!

A explicação é simples e será fornecida da maneira mais simples.


Primeiro, sabemos que a curva de receita marginal possui inclinação
duas vezes maior que a inclina dão da curva de demanda. Como a
maximização de lucros do monopolista é feita no ponto em que
RMg = CMg, o deslocamento vertical da curva de custo marginal
(que é igual ao valor do tributo) provoca uma variação horizontal
(de preços e quantidades) com metade do valor. Ou seja, o tributo
aumenta duas vezes mais que o aumento de preços.

O resultado é claro. O ônus do impostos é exatamente dividido


entre o monopolista e os consumidores.

 Curva de Demanda com Elasticidade Constante

Uma curva de demanda com elasticidade constante, pode ser


expressa da seguinte forma:

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No caso de curva de demanda com elasticidade constante, acontece
o contrário. Como o monopolista não opera no trecho inelástico da
curva de demanda, certamente a elasticidade será unitária ou maior
que 1. Assim, o markup apresenta seu efeito. Ou seja, o
monopolista consegue neste caso repassar aos preços um
valor mais elevado que o aumento de impostos.

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7. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Concorrência monopolística é um modelo de mercado distinto do


monopólio. Mas, está apresentado em conjunto devido aos seus
pressupostos similares. No entanto, não se engane, pois os
resultados deste mercado diferem do monopólio.

Começando, vimos que no monopólio a firma é única no mercado.


Podemos imaginar um exemplo, em que, por exemplo, uma única
firma pode produzir determinado produto. Vamos imaginar a The
Coca-Cola Company, empresa que produz a famosa Coca-Cola. Em
certa medida ela é monopolista, pois é a única que produz o
produto em questão.

Mas, a Coca-Cola compete com outros produtos similares, como,


por exemplo, a Pepsi-Cola. Ou seja, mesmo que a Coca-Cola
Company tenha o monopólio sobre o produto Coca-Cola, existem
outros bens que podem substituí-la e competir no mercado de
refrigerantes.

Esta mistura de elementos de concorrência com elementos de


monopólio dá origem à concorrência monopolística.

Definindo, a concorrência monopolística é uma estrutura de


mercado em que as firmas existentes competem entre si,
apesar de apresentar certo grau de monopólio e
diferenciação de produtos.

Antes de explicar detalhadamente, seguem os pressupostos gerais


do modelo:

 Número grande de firmas  Muitas firmas participam da


concorrência monopolística, fato que permite concorrência e
aproxima os resultados desta estrutura de mercado da concorrência
perfeita.

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 Livre entrada e saída de firmas  Diferentemente do
monopólio, não há barreiras de entrada e saída significativas.

 Produtos heterogêneos  As firmas ofertam produtos não


homogêneos, na medida que podem se diferenciar umas das outras.
Por exemplo, determinada firma pode apresentar uma reputação
institucional que sua concorrente não possui etc.

Os pressupostos acima elencados permitem que nesta estrutura de


mercado as firmas compartilhem certo poder de mercado (poder de
monopólio), pois seus produtos são diferenciados, ao mesmo tempo
em que competem entre si, afinal há livre entrada e saída.

Vamos analisar um exemplo e ver como este mercado se comporta.

Podemos considerar existir inicialmente apenas 1 firma neste


mercado. A curva de demanda do mercado é a curva de demanda
da firma, além de ser negativamente inclinada. Evidentemente, o
preço aqui praticado se situa acima do custo marginal, fato que
concede à firma lucro econômico maior que zero no curto prazo. Por
enquanto, é a mesma situação analisada no monopólio.

Outras firmas passam a se interessar pelo mercado. Afinal, lucro


econômico positivo é interessante do ponto de vista da oferta.
Neste processo de novos entrantes, novos bens passam a ser
ofertados e considerados substitutos do bem ofertado pela firma
inicial.

Bom, bens substitutos ocasionam um efeito importante na curva de


demanda deste mercado: ela torna-se mais elástica. Não é por
menos. A curva de demanda do mercado mais elástica reduz o
poder de monopólio da firma inicial, deixando-a com menor
margem de manobra para fixar seus preços acima do custo
marginal. Podemos visualizar isto na fórmula do markup
apresentada anteriormente.

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8. OLIGOPÓLIO: CONCEITOS INICIAIS

O oligopólio situa-se entre os modelos de concorrência perfeita e


monopólio. Ou seja, é caracterizado como um meio termo entre a
concorrência total e irrestrita e a ausência de concorrência.

No oligopólio o mercado é dominado por algumas empresas, que


através das interações estratégicas que possuem estabelecem essa
dominância. Veremos adiantes alguns modelos que descrevem
estes comportamentos, mas que, de maneira alguma, esgotam o
assunto.

No entanto, são os modelos cobrados pelas mais diversas Bancas e


quase sempre figuram nos mais variados certames.

Nos modelos vistos adiantes quase sempre será considerada a


existência de duas empresas (duopólio), demonstrando como elas
se relacionam. As conclusões podem ser aplicadas a modelos com
mais empresas, desde que respeite os pressupostos estabelecidos.

Por fim, cabe apenas diferenciar a concorrência monopolística do


oligopólio.

Enquanto na competição monopolística não havia barreiras à


entrada e a competição era realizada por meio de diferenciação
entre produtos, o que resultava no longo prazo em lucro econômico
igual a zero, no oligopólio há a existência de lucros econômicos
positivos no longo prazo em alguns modelos, e em outros não.

Aqui existem barreiras à entrada, além da competição ser realizada


muito por conta das estratégias das firmas participantes. Será
muito comum, por exemplo, analisarmos se é vantajoso à empresa
definir os preços ou quantidades antes da concorrente, ou ao
mesmo tempo. Ou seja, a estratégia é muito importante para
determinar os resultados dos modelos.

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9. MODELO DE COURNOT

É importante iniciarmos com o Modelo de Cournot. As considerações


aqui vistas podem ser utilizadas para os demais modelos, o que
facilitará a análise e comparação dos resultados encontrados.

Os pressupostos do Modelo de Cournot são os seguintes:

 As firmas ofertam bens homogêneos e conhecem a


curva de demanda do mercado.

 As duas firmas estabelecem simultaneamente a


quantidade que desejam ofertar no mercado. Considerando
que cada uma terá uma parcela do mercado, a maximização
de lucros de cada firma deve considerar a quantidade
esperada de produção da outra firma.

Se uma empresa define sua quantidade de produção através da


quantidade de produção da outra firma, é natural considerarmos
que ela maximiza seu lucro esperando que a outra firma também o
faça.

Ou seja, a firma 1 faz o melhor que pode considerando que a firma


e também faça o melhor que pode. Por isto que as decisões das
duas firmas são tomadas ao mesmo tempo e constituem um
equilíbrio estável entre elas.

Vamos citar um exemplo.

Digamos que a firma 1 entenda que a firma não irá ofertar


nenhuma quantidade no mercado. Neste contexto, a demanda de
mercado será a demanda pelo bem da firma 1, que corresponde a
100 unidades. (a firma 1 se comporta como monopolista).

Mas, digamos que a firma 1 espere que a firma 2 oferte 10


unidades. Neste caso, a demanda de mercado se dividirá entre a
oferta da firma 1 e a oferta da firma 2 (a firma 1 irá ofertar 90
unidades, e a 2, 10 unidades). Se a firma 1 considerar que a firma

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2 oferte 20 unidades, ela irá provavelmente produzir 20 unidades a
menos (igual a 80), e assim dividir o mercado ainda mais com a
firma 2.

E o raciocínio assim continua.

Podemos sumarizar esta ideia de forma matemática e gráfica


através das curvas de reação. A curva de reação da firma 1 é a
quantidade que ela oferta para maximizar seus lucros, considerando
a expectativa de produção da firma 2.

Perceba a sutil diferença entre a curva de reação e a curva de


oferta dos modelos anteriores. Enquanto na curva de oferta de um
monopolista, por exemplo, considera preços e quantidades da
firma, a curva de reação determina a produção ótima de uma
empresa considerando a produção ótima da outra firma.

Assim, no equilíbrio do Modelo de Cournot, cada empresa


determina a quantidade ofertada considerando a quantidade
ótima da outra firma: o equilíbrio está na intersecção entre
as curvas de reação.

Vamos analisar um exemplo numérico e depois representa-lo de


maneira gráfica.

Considere a seguinte curva de demanda de mercado:

A demanda de mercado Q é igual a soma entre a demanda pela


oferta da firma 1 Q1 e pela oferta da firma 2 Q2:

Adicionalmente, para facilitar podemos considerar que o custo


marginal de produção das firmas 1 e 2 são iguais a zero:

Agora é só fazer as contas que já conhecemos. Primeiro, vamos


descobrir qual a curva de reação da firma 1 através da condição de
maximização de lucros que ela obedece: .

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Antes de encontrar a receita marginal da firma 1 RMg1, precisamos
encontrar a receita total da firma 1. Assim:

Esta é a função receita total da firma 1. A receita marginal na firma


1 é tão somente a derivada da receita por Q1. Ou seja:

Por fim, sabendo que , chegamos ao resultado:

 Curva de Reação da Firma 1

 Curva de Reação da Firma 2

A forma das curvas de reação da firmas 1 e 2 seguem acima. Como


já foi citado, o equilíbrio está na intersecção das curvas de reação e
. Ou seja, devemos substituir Q1 na Curva de Reação da
firma 2 para encontra Q2 e fazer o mesmo para encontrar Q1.
Calculando:

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10. CONLUIO (CARTEL)

O Modelo de Cournot considera que as empresas estão competindo


entre si. Mas, podemos relaxar esta hipótese e considerar que as
firmas entram em conluio para obter o máximo excedente possível
do mercado e dividi-lo.

Esta é a essência do conluio, também conhecido como cartel. Existe


a possibilidade de “acordo” entre as firmas, para que elas possam
extrair o máximo possível de vantagens deste mercado.

Desta forma, este modelo se parece muito com o de Cournot, com


algumas poucas modificações. Em síntese, os carteis assumem a
ideia de maximizar o lucro total do mercado e dividí-lo.
Assim, ao invés de maximizar a produção dada a produção do
concorrente, as firmas em conluio estabelecem sua produção em
termos do lucro econômico máximo que pode ser obtido dividido.

Utilizando as funções de demanda e de custo marginal dadas no


exemplo anterior, podemos encontrar a produção do cartel através
da regra de maximização de lucros do mercado:

Encontrando a função de receita marginal:

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11. MODELO DE STACKELBERG

No Modelo de Stackelberg as decisões não são tomadas


conjuntamente pelas firmas. Uma das firmas (a firma líder)
decide a quantidade que irá produzir em um primeiro
momento, e a outra firma toma este fato como dado. É
importante ressaltar que ela decide a quantidade produzida, e não o
preço.

Esta possibilidade de “sair na frente” da empresa líder


possibilita a ela um ganho de mercado. Ela cria um fato
consumado para sua concorrente, que terá que se adaptar à
decisão da firma líder.

A empresa concorrente, a seu turno, sabe que se produzir demais


(excedendo a demanda do mercado) terá de reduzir muito o preço,
provavelmente abaixo do custo médio. Isto irá gerar prejuízos e
este modelo presume que as firmas são racionais, ou seja,
pretendem maximizar o lucro.

Para evitar cálculos adicionais, que são desnecessários neste ponto


da aula, podemos assumir uma curva de demanda igual à
apresentada no Modelo de Cournot, assim como custos marginais
iguais.

Omitindo as expressões matemáticas e desenvolvimentos,


podemos concluir que neste modelo a empresa líder produz o
dobro da produção apresentada por sua concorrente.
Adicionalmente, a produção aqui obtida é superior à encontrada no
Modelo de Cournot sem conluio e, consequentemente, maior que o
Modelo de Cournot com conluio.

O Modelo de Stackelberg é muito útil para descrever alguns


mercados. É muito comum verificarmos alguns setores da economia
em que existem empresas líderes. É de notório conhecimento que a
Coca-Cola é um produto líder no mercado de refrigerantes cola.

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Desta forma, é muito provável que a Coca-Cola Company (empresa
que produz a Coca-Cola) toma suas decisões nos mais diversos
mercados em que lidera primeiramente aos seus concorrentes.
Estes seguem as decisões tomadas pela Coca-Cola Company.

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12. MODELO DE BERTRAND

O Modelo de Bertrand propõe que as firmas oligopolistas tomam a


decisão ao mesmo tempo. Só que aqui a decisão tomada é sobre o
preço. O Modelo de Cournot considera quase a mesma questão, só
que aplicada a quantidades.

Desta forma, o Modelo de Bertrand considera que as firmas


produzem bens homogêneos (como o caso de Cournot) e
consideram o preço da concorrente como fixo para determinar o
preço que irão praticar. A decisão sobre o preço praticado pelas
duas firmas é tomada simultaneamente.

E trocar a decisão de quantidades por preços faz toda a diferença


nos resultados do modelo. Vejamos o porquê.

Imagine que as duas firmas estão posicionadas no mercado nas


mesmas condições (conhecem a curva de demanda e possuem o
mesmo custo marginal). A firma 1 (mais espertinha) decide praticar
um preço acima do custo marginal com o intuito de auferir lucro
econômico positivo. A firma 2 possui a expectativa deste fato e,
desta forma, decide vender seu bem por um preço um pouco abaixo
da firma 1, mas ainda acima do custo marginal.

Como os bens são homogêneos, a demanda do mercado será


direcionada para o bem ofertado pela firma 2, pois ela apresenta
um preço menor para o mesmo bem. Em resumo, não haverá
demanda pelo produto da firma 1.

A firma 1 entende isto de antemão e decide logo praticar o preço


igual ao custo marginal. A firma 2 pensa também o mesmo, pois do
contrário não terá demanda alguma pelo seu produto.

O resultado desta dinâmica é inequívoco: o preço é igual ao custo


marginal. Não há lucro econômico!

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Ou seja, o Modelo de Bertrand apresenta resultado eficiente,
mesmo que seja um monopólio. As firmas irão ofertar o máximo ao
menor preço possível.

No entanto, o Modelo não apresenta um resultado sobre como se


dará a divisão do mercado entre as firmas. Podemos acreditar que,
caso apresentem custo marginal idênticos, as firmas irão dividir o
mercado de maneira igual. De modo contrário, caso apresentem
custo marginal distintos, a firma com menor custo marginal irá
dominar o mercado, pois poderá ofertar a um preço inferior a sua
concorrente. Mas, o Modelo não permite estas conclusões de
maneira inequívoca, e isto não será cobrado pelas Bancas.

A importância do Modelo de Bertrand é verificar como a escolha da


variável de decisão (neste caso, o preço) interfere no resultado.
Enquanto no Modelo de Cournot há lucro econômico positivo e
oferta de menores quantidades, quando comparado ao Modelo de
Concorrência Perfeita, o Modelo de Bertrand apresenta um
resultado similar à Concorrência Perfeita: lucro econômico igual a
zero e quantidade máxima de oferta.

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13. UM RESUMO E ALGUMAS COMPARAÇÕES

Analisamos os seguintes modelos oligopolistas: Cournot sem


conluio, Cournot com conluio, Stackelberg e Bertrand.

Como foi dito no início da aula, nem longe esgotam as situações


reais vistas nos mercados mundo a fora. Poderíamos, por exemplo,
considerar a existência de duas firmas que estabelecem preços
simultaneamente mas com bens diferenciados. Este contexto é
diferente do Modelo de Bertrand, devido aos produtos não
homogêneos, o que produz um resultado diferente.

No entanto, os modelos foram escolhidos “a dedo”, pois são os


cobrados em 99,99% das provas.

Abaixo, segue um resumo dos modelos vistos. Ressalta-se que eles


estão apresentados na ordem crescente de produção, com as
devidas comparações:

 Cartel (Modelo de Cournot com Conluio)  As firmas


concorrem via quantidades, mas estabelecem um conluio (acordo)
entre elas. Acabam, assim, dividindo o mercado (50% da oferta
total é de cada uma, no caso geral de 2 firmas) e a quantidade
ofertada é a mesma do monopólio.

 Modelo de Cournot (sem conluio)  As firmas concorrem via


quantidades, estabelecendo simultaneamente a quantidade que irão
produzir de acordo com a quantidade estimada de sua concorrente
(curvas de reação). A produção encontrada é equivalente a 2/3 do
mercado em concorrência perfeita, sendo que, no caso geral de 2
empresas idênticas, cada uma fica com a oferta de 1/3 em relação
à concorrência perfeita.

 No modelo de Stackelberg  A concorrência é feita via


quantidades, sendo que a firma líder determina sua quantidade
produzida, e a firma concorrente se adequa a este fato consumado.
A produção é igual a 3/4 do mercado em concorrência perfeita,

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sendo que a firma líder fica com 50% do mercado concorrencial e a
firma seguidora com 25% em relação ao mercado concorrencial.

 Modelo de Bertrand  A concorrência é estabelecida via preços,


devendo-se considerar que os bens ofertados são homogêneos. As
firmas estabelecem o preço simultaneamente e o resultado é igual
ao de concorrência perfeita: . Ou seja, este Modelo
apresenta eficiência e lucro econômico igual a zero.

E, finalmente, finalizamos todo o conteúdo teórica desta aula. A


seguir seguem as muitas questões resolvidas, que envolvem bancas
de concursos e questões elaboradas pela ANPEC.

Bons estudos.

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14. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS E GABARITO

(CESPE-UnB - Consultor do Senado – Economia – Política


Econômica) Com referência aos monopólios e oligopólios,
julgue os itens em seguida.

01. O modelo de Cournot proporciona uma forma adequada


de caracterização do comportamento oligopolístico em uma
indústria composta de firmas relativamente similares.

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As premissas do Modelo de Cornout são: (i) bens
homogêneos; (ii) firmas homogêneas, com a mesma função
de custos. Deste modo, o modelo aplica-se bem às situações
em que uma indústria é composta de firmas relativamente
similares
GABARITO: CERTO

02. O modelo de Stackelberg proporciona uma forma


adequada de caracterização do comportamento oligopolístico
em uma indústria em que há o domínio de uma firma.

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Pelo Modelo de Stackelberg vimos a possibilidade da firma
que sai na frente obter vantagens na quantidade ofertada em
relação à concorrente, pelo que ela pode obter maior
participação de mercado e, consequentemente, domínio de
mercado.
Adicionalmente, é comum em mercados em que há o domínio
de uma firma que esta saia na frente. Isto é, uma indústria
com domínio de uma firma pode ser explicada através de um
Modelo de Stackelberg.
GABARITO: CERTO

03. O equilíbrio de Cournot pode ser considerado em


equilíbrio de Nash, o que não ocorre no caso do equilíbrio de
Stackelberg.

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Os conceitos de teoria dos jogos serão analisados em aula
posterior. A resposta para esta questão segue abaixo,
salientando que será melhor compreendida após a leitura
com o tema respectivo.
Tanto o modelo de Cournot, como o de Stackleberg, são
considerados em equilíbrio de Nash. Notadamente, os dois
modelos adotam a premissa que a firma está fazendo o
melhor que pode, considerando o comportamento
maximizador da firma concorrente. Mesmo que no Modelo de
Stackelberg exista a firma líder, ela deve considerar a
quantidade a produzir com base na quantidade produzida
pela outra firma (através da função de reação), configurando
um equilíbrio de Nash.
GABARITO: ERRADO

04. O controle dos monopólios naturais pode ser feito, de


forma simples, eficaz e eficiente: basta o governo determinar
que os preços a serem cobrados devem ser iguais ao custo
marginal do monopolista.

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Vimos que no monopólio, a firma oferta acima do
cruzamento entre a curva de custo médio e a curva de
demanda. Preços inferiores a este nível ocasionam prejuízos,
ao passo que preços superiores indicam a existência de lucro
econômico, pois o preço encontra-se acima da condição de
equilíbrio (CMg = RMg)
Deste modo, a regulação de preços feita pelo governo deve
considerar esta condição, de modo que o preço mínimo seja
o dado pelo cruzamento entre curva de demanda e curva de
custo médio.
GABARITO: ERRADO

05. Outra possibilidade para o controle dos monopólios é a


fixação de uma taxa de retorno desejada, que deve tomar
pôr base a expectativa do que ocorreria caso esta operasse
em um ambiente competitivo.

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A operação em um ambiente competitivo aproximaria o
monopólio do modelo de concorrência monopolista. Neste, o
lucro econômico é exaurido, em face à possibilidade de
novos entrantes, de modo que, no limite, o preço cobrado
estará no ponto de cruzamento das curvas de demanda e
custo médio. Naturalmente, a fixação de taxa de retorno
compatível com este ponto de equilíbrio reduziria a
ineficiência do monopólio.
GABARITO: CERTO

(CESPE-UnB - Consultor do Senado – Economia – Política


Econômica) A análise das estruturas de mercado, tanto
competitivas quanto não competitivas, é fundamental para o
entendimento da formação do sistema de preços. Com
relação a esse assunto, julgue os itens subsequentes.

06. Na concorrência monopolista, a maximização dos lucros


requer que as empresas fixem o preço do seu produto no
nível do custo marginal.

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Na concorrência monopolista, , a maximização dos lucros
requer que as empresas fixem o preço do seu produto no
nível do custo médio. Abaixo deste valor, a firma aufere
prejuízos e sai do mercado.
GABARITO: ERRADO

07. Para permanecerem no mercado, as firmas que atual em


concorrência monopolística utilizam práticas de concorrência
extrapreço, tais como a diferenciação do produto e o uso de
publicidade.

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Como citamos no tópico de análise da concorrência
monopolista, um dos pressupostos do modelo é a
diferenciação de produto. Ademais, outras práticas podem
ser utilizadas, tais como a publicidade.
GABARITO: CERTO

08. (CESPE-UnB – Analista Legislativo da Câmara dos


Deputados/2003) – O exame das características do processo
produtivo das empresas e a análise do ambiente de mercado
na qual elas se inserem são fundamentais à compreensão do
funcionamento das economias de mercado. A esse respeito,
julgue os itens seguintes.
A cartelização bem-sucedida supõe que o cartel, além de
controlar a oferta do produto, confronte-se com uma curva
de demanda, caracterizada por elasticidades preço bastante
elevada.

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O Cartel é caracterizado pela cooperação, explicita ou
implícita, entre firmas oligopolizadas para fixação de preços,
cotas de mercado, entre outras características afins. As duas
principais características para viabilizar a cooperação em um
cartel é a existência de demanda inelástica e a possibilidade
do cartel controlar a maioria da demanda do mercado.
Caso contrário, qualquer um dos participantes do acordo têm
incentivos em reduzir os preços e obter maior volume de
produção e, consequentemente, lucros.
GABARITO: ERRADO

09. CESGRANRIO - Profissional Básico


(BNDES)/Engenharia/2013/

Um empresário está pensando em abrir uma empresa em um


mercado desconhecido por ele. Ele contrata um consultor
para lhe apresentar o tipo de estrutura de mercado que ele
vai encontrar. O consultor lhe apresenta as seguintes
características desse mercado: há muitos vendedores e
compradores, há diferenciação de produtos e existe livre
entrada para as empresas.

O empresário conclui que esse mercado apresenta um tipo


de estrutura de

a) oligopólio

b) monopólio

c) monopsônio

d) concorrência perfeita

e) concorrência monopolística

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A estrutura de mercado apresentada é a concorrência
monopolística.

É importante se atentar para suas características:

Muitos Vendedores e Compradores - do mesmo modo que a


concorrência perfeita e diferente do monopólio e oligopólio.

Diferenciação de Produtos - a torna distinta da concorrência


perfeita, pois nesta os produtos são homogêneos

Livre Entrada e Saída - não há barreiras à entrada e à saída.

A característica especial da concorrência monopolística é a


união entre muitos vendedores e compradores e
diferenciação de produto. Conjuntamente, estas duas
especificidades a diferencia das demais estruturas de
mercado.

GABARITO: LETRA E

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10. FCC - Analista do Tesouro Estadual (SEFAZ PI)/2015/

A teoria econômica define as estruturas de mercado de


acordo com o grau de homogeneidade dos bens
comercializados, o número de compradores e vendedores e
sua influência sobre a quantidade transacionada de bens e
serviços e os seus preços, e a presença de barreiras à
entrada e saída etc. Nesse sentido, considere:

I. os bens ofertados para a venda são homogêneos entre si.

II. um único comprador influencia o preço de mercado e a


quantidade demandada do bem ou serviço.

III. um pequeno grupo dominante de vendedores determina


a quantidade a ser ofertada no mercado.

IV. numerosos vendedores competem nesse mercado e


buscam auferir provisoriamente lucros de monopólio por
meio de diferenciações em relação a seus concorrentes, os
quais conseguem copiar tais inovações com baixo custo após
um curto período.

V. informações sobre as condições de mercado são


completas e perfeitas.

É correto afirmar, em relação aos itens acima, que

a) I e II refletem um mercado em concorrência


monopolística e III reflete um oligopólio.

b) I e V exprimem traços da concorrência perfeita; IV


descreve adequadamente a concorrência monopolística.

c) I, II e V representam um monopólio.

d) I, III e IV descrevem um oligopsônio; IV e V delimitam,


por sua vez, a concorrência perfeita.

e) III, IV e V descrevem os mesmo tipos de mercado.

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Vejamos as características básicas de cada estrutura de
mercado.

Concorrência perfeita

Um mercado em concorrência perfeita é caracterizado (i)


pela existência de muitos compradores e vendedores, (ii)
livre entrada e saída de produtores, (iii) produtos
homogêneos e mercados completos e (iv) informação
perfeita.

Muitos compradores e vendedores - a existência de muitos


ofertantes e demandantes impede que algum deles detenha
poder de mercado e possa, desta forma, determinar preços e
quantidades dos bens transacionados. Ou seja, considera-se
tanto as firmas como os consumidores como tomadores de
preço (price takers), variável que é determinada no mercado
pelas forças de oferta e demanda.

Livre entrada e saída de firmas - A livre entrada e saída de


firmas no mercado é uma das formas de garantir a existência
de muitos ofertantes. A inexistência de barreiras à entrada e
à saída permite que o mercado opere de maneira eficiente,
ou seja, oferte o maior número de bens ao menor preço.
Caso existam barreiras à entrada, é possível que
determinada firma controle parte do mercado, colocando
preços mais elevados e menores quantidades ofertadas, pois
a concorrência seria reduzida nestes casos.

Produtos homogêneos e mercados completos - Os bens


comercializados são idênticos. Isto quer dizer que tanto faz
para o consumidor demandar o produto da empresa A ou da
empresa B. Adicionalmente, considera-se a existência de
mercados completos, ou seja, que haja mercados para todos
os tipos de bens.

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Informação perfeita - A informação é perfeita quando os dois
lados da negociação possuem o mesmo conhecimento sobre
a transação.

Monopólio

Nesta forma de mercado não há concorrência, pois apenas


uma empresa participa do mercado. Neste contexto, não
podemos esperar que a firma monopolista considere o preço
do mercado e produza produtos homogêneos. Ademais, o
mercado provavelmente apresentará barreiras à entrada e
saída de outras firmas.

Concorrência Monopolística

Abaixo, as características da concorrência monopolística:

Número grande de firmas - Muitas firmas participam da


concorrência monopolística, fato que permite concorrência e
aproxima os resultados desta estrutura de mercado da
concorrência perfeita.

Livre entrada e saída de firmas - Diferentemente do


monopólio, não há barreiras de entrada e saída
significativas.

Produtos heterogêneos - As firmas ofertam produtos não


homogêneos, na medida que podem se diferenciar umas das
outras. Por exemplo, determinada firma pode apresentar
uma reputação institucional que sua concorrente não possui
etc.

Através das descrições acima, é possível verificar que I e V


exprimem traços da concorrência perfeita; IV descreve
adequadamente a concorrência monopolística.

GABARITO: LETRA B

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11. FGV - Técnico de Nível Superior (AL
BA)/Economia/2014/

Com relação à estrutura de mercado monopolista, assinale V


para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

( ) Os preços em setores monopolizados são maiores do que


os praticados em setores competitivos e, assim, os
consumidores estarão piores em termos de bem‐estar em um
mercado monopolizado.

( ) Apesar dos produtores estarem em melhor situação em


um monopólio, gera‐se um ônus para a sociedade pois trocas
vantajosas deixam de ser realizadas.

( ) Quando a escala mínima de eficiência é elevada, os


monopólios são justificados porque neste caso o nível de
produção, que minimiza os custos médios, é elevado em
relação ao tamanho do mercado.

As afirmativas são, respectivamente,

a) V, V e V.

b) V, V e F.

c) V, F e V.

d) F, V e V.

e) F, F e V.

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Vejamos as alternativas:

1 - Item incorreto. Em geral, é isto o que ocorre, pois os


preços mais elevados praticados por setores monopolistas
promovem redução de bem-estar dos consumidores. Mas,
toda regra possui sua exceção. Para monopólios naturais,
não é possível afirmar que ocorre redução de bem-estar dos
consumidores, visto que a possibilidade de redução de
custos médios em escalas elevadas de produção promove
redução de preços, e não aumento.

2 - Item incorreto. Segue a mesma ideia exposta acima. Nos


monopólios naturais, por exemplo, a possibilidade de
redução dos custo médio com a elevação da produção resulta
em redução de preços, o que pode refletir em ganhos para a
sociedade.

3 - Item correto. É este o principal conceito de monopólio


natural. A existências de custos fixos elevados e custos
variáveis mínimos exige uma escala mínima de produção
elevada, justificando a existência de firmas monopolistas. A
existência de concorrência entre as firmas não possibilitaria
a escala mínima de produção.

GABARITO: LETRA E

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12. FGV - Técnico de Nível Superior (AL
BA)/Economia/2014/

Nos supermercados e lojas é comum os consumidores


encontrarem promoções do tipo “Leve 3 e pague 2” ou
“Comprando 3 ou mais itens ganhe 10% de desconto”.

Essa prática exercida pelos comerciantes é denominada

a) discriminação de 1º grau, no qual é cobrado de cada


consumidor o seu preço reserva.

b) discriminação de 1º grau, no qual preços diferentes são


cobrados para quantidades diferentes.

c) discriminação de 2º grau, no qual diferentes unidades da


mesma mercadoria são vendidas por preços diferentes para
qualquer consumidor.

d) discriminação de 2º grau, no qual qualquer quantidade do


produto é vendida a preços diferentes para grupos de
consumidores diferentes.

e) discriminação de 3º grau, no qual os descontos por


quantidade vendida são progressivos.

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O principio da discriminação de preços é capturar o máximo
possível do excedente do consumidor.

Algumas estratégias são realizadas pelas firmas


monopolistas para tanto. Em resumo, são categorizadas das
seguintes formas:

Discriminação de Preços de 1o Grau

A discriminação de preços de 1o grau consiste na captura


total do excedente do consumidor. A ideia é simples: o
monopolista estima que o preço máximo que cada
consumidor está disposto a pagar pela seu bem (chamado
preço de reserva) e cobra de cada consumidor este preço.

Esta prática é vista como uma discriminação perfeita, pois a


firma consegue perfeitamente captar todo o excedente do
consumidor, através do preço de reserva de cada um.

Discriminação de Preços de 2o Grau

A discriminação de preços de 2o grau, ou fixação não linear


de preços, consiste na fixação de preços de acordo com a
quantidade consumida. Por isso é não linear: o preço varia
com a quantidade consumida.

O exemplo mais comum é da promoção “Compre X, Leve Y”.


Por exemplo, se você adquirir 5 unidades de creme dental a
R$20,00, estará pagando $4,00 por unidade. Mas, você
verifica que existe uma promoção com os seguintes dizeres:
“Leve 10 unidades de creme dental por $30,00”. Ou seja, o
preço unitário do creme dental será de $ 3,00 para 10
unidades consumidas e $ 4,00 para 5 unidades. Isto é, o
preço varia de acordo com as quantidades consumidas.

Discriminação de Preços de 3o Grau

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A discriminação de preços de 3o grau consiste em preços
diferentes para consumidores diferentes. O segredo aqui
está em selecionar um grupo de consumidores e cobrar um
preço deste grupo distinto do preço de outro grupo.

Este modelo de discriminação é o mais utilizado na prática.


E o exemplo mais comum é, com certeza, o desconto em
cinemas, entre outras atividades culturais, para estudantes.

Na prática, o monopolista continua praticando a regra de


maximização de preços, no entanto ele considera cada grupo
de consumidores como um mercado distinto.

O exemplo citado pela questão é denominado discriminação


de 2º grau, no qual diferentes unidades da mesma
mercadoria são vendidas por preços diferentes para
qualquer consumidor.

GABARITO: LETRA C

13. CESPE - Economista (CADE)/2014/

O custo C(Q), em R$ milhões, de uma indústria monopolista


produtora de aço, para produzir Q toneladas de aço é
expresso por C(Q) = 44 – 10 × Q + Q2. A curva de demanda
desse produto, em R$ milhões por tonelada, é P(Q) = 50 – 4
× Q. A partir dessas informações, julgue o item subsecutivo.

Se P(Q) = 50 fosse a representação da curva de demanda,


então, nesse caso, a empresa não teria nenhum poder de
monopólio.

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O poder de monopólio é verificado através da diferença entre
o preço e o custo marginal da firma. Quando P > CMg, a
firma possui poder de monopólio, quando P = CMg, não!
Desta forma, para resolver a questão precisamos encontrar o
custo marginal, iguala-lo à receita marginal, para descobrir a
quantidade que maximiza o lucro da firma, e depois
substituir a quantidade na função de custo marginal.

Para descobrir o custo marginal, basta derivar a curva de


custo total:

C(Q) = 44 - 10Q + Q2

CMg = dC(Q)

CMg = 2Q - 10

Agora, vamos encontrar a receita marginal. Para tanto, é


preciso derivar a função de receita, obtida através da
multiplicação entre preço e quantidade:

Receita = P x Q

Receita = 50Q

RMg = 50

Agora, o ponto de maximização de lucro da firma:

Cmg = RMg

2Q - 10 = 50

2Q = 60

Q = 30

Agora, vamos descobrir o valor do custo marginal,


substituindo a quantidade na função de CMg:

CMg = 2Q - 10

CMg = 2 x 30 - 10

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CMg = 50

Verifica-se que CMg = P (50 = 50). Portanto, a firma não


possui poder de monopólio.

GABARITO: CERTO

14. CESPE - Economista (CADE)/2014/

O custo C(Q), em R$ milhões, de uma indústria monopolista


produtora de aço, para produzir Q toneladas de aço é
expresso por C(Q) = 44 – 10 × Q + Q2. A curva de demanda
desse produto, em R$ milhões por tonelada, é P(Q) = 50 – 4
× Q. A partir dessas informações, julgue o item subsecutivo.

A estrutura de mercado, no caso descrito acima, é eficiente.

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A estrutura de mercado é eficiente quando o preço de
mercado é igual ao custo marginal. Desta forma, para
responder a questão precisamos encontrar o valor do custo
marginal, depois iguala-lo ao valor da receita marginal (para
descobrir o ponto de maximização de lucro da firma) e
verificar se P = CMg.

Para descobrir o custo marginal, basta derivar a curva de


custo total:

C(Q) = 44 - 10Q + Q2

CMg = dC(Q)

CMg = 2Q - 10

Agora, vamos encontrar a receita marginal. Para tanto, é


preciso derivar a função de receita, obtida através da
multiplicação entre preço e quantidade:

Receita = P x Q

Receita = (50 - 4Q)Q

Receita = 50Q - 4Q2

RMg = 50 - 8Q

Agora, o ponto de maximização de lucro da firma:

Cmg = RMg

2Q - 10 = 50 - 8Q

10Q = 60

Q=6

Substituindo a quantidade na função de demanda, temos


que:

P = 50 - 4 x 6

P = 18

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E substituindo na função de custo marginal, temos que:

CMg = 2Q - 10

CMg = 2 x 6 - 10

CMg = 2

Portanto, P > CMg. Ou seja, a estrutura de mercado descrita


não é eficiente. O grau de ineficiência é medida através da
diferença entre preço e custo marginal: quanto mais
ineficiente, maior aquele em relação a este.

GABARITO: ERRADO

15. CESPE - Economista (CADE)/2014/

O custo C(Q), em R$ milhões, de uma indústria monopolista


produtora de aço, para produzir Q toneladas de aço é
expresso por C(Q) = 44 – 10 × Q + Q2. A curva de demanda
desse produto, em R$ milhões por tonelada, é P(Q) = 50 – 4
× Q. A partir dessas informações, julgue o item subsecutivo.

Se P(Q) = 50 – 29 × Q fosse a curva da demanda, e não P(Q)


= 50 – 4 × Q, a empresa monopolista continuaria obtendo
lucro positivo.

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Antes da resolução, precisamos descobrir qual o ponto de
lucro máximo: a saber, aquele em que a receita marginal é
igual ao custo marginal.

Para descobrir o custo marginal, basta derivar a curva de


custo total:

C(Q) = 44 - 10Q + Q2

CMg = dC(Q)

CMg = 2Q - 10

Agora, vamos encontrar a receita marginal. Para tanto, é


preciso derivar a função de receita, obtida através da
multiplicação entre preço e quantidade:

Receita = P x Q

Receita = (50 - 29Q)Q

Receita = 50Q - 29Q2

RMg = 50 - 58Q

Cmg = RMg

2Q - 10 = 50 - 58Q

60Q = 60

Q=1

Substituindo a quantidade na função de demanda, temos


que:

P = 50 - 29 x 1

P = 21

Agora, podemos descobrir o lucro, através da diferença entre


a receita e o custo:

Lucro = Receita - Custo

Lucro = 50Q - 29Q2 - (44 - 10Q + Q2)


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Lucro = 60Q - 30Q2 - 44 ==> basta substituir Q = 1 para
encontrar o lucro

Lucro = 60 x 1 - (30 x 12) - 44]

Lucro = 60 - 74

Lucro = - 14 milhões

Como visto, há prejuízo de 14 milhões.

GABARITO: ERRADO

16. CESPE - Economista (CADE)/2014/

O custo C(Q), em R$ milhões, de uma indústria monopolista


produtora de aço, para produzir Q toneladas de aço é
expresso por C(Q) = 44 – 10 × Q + Q2. A curva de demanda
desse produto, em R$ milhões por tonelada, é P(Q) = 50 – 4
× Q. A partir dessas informações, julgue o item subsecutivo.

Caso a tecnologia disponível determine que a quantidade de


produção total que minimiza o custo médio seja menor que a
quantidade total demandada correspondente ao ponto da
curva da demanda em que o preço iguala o custo médio e
essas quantidades sejam próximas uma da outra, será
esperado que o mercado funcione de forma monopolista.

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Esta é a clássica situação de um monopólio natural, como
demonstrado no gráfico abaixo:

Se o monopolista nesta situação pratica a condição de


maximização de lucros (RMg = CMg) ele produz uma
quantidade muito pequena (ineficiente) a um preço muito
elevado, representados por Q* e P*. Do contrário, se o
monopolista produz na condição de concorrência perfeita,
quando o custo marginal encontra a curva de demanda, a
quantidade produzida gera prejuízos, pois o preço é menor
que o custo médio. Este ponto é representado por QCP e PCP.

Desta forma, o monopolista tem que se comportar como tal,


não seguindo as regras de um mercado em concorrência
perfeita, por exemplo, como sugerido pela questão.

GABARITO: CERTO

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17. FEPESE - Auditor Fiscal de Tributos Municipais de
Florianópolis/2014/

Sobre a estrutura de mercado conhecida como concorrência


monopolista, é correto afirmar:

a) Existe um grande número de firmas que produzem bens


homogêneos e auferem lucros puros positivos no longo
prazo.

b) A maximização do lucro do produtor, no curto prazo,


ocorre quando a curva de demanda é igual à curva de custo
marginal.

c) Na condição de curto prazo de maximização do lucro, o


preço estabelecido pelo produtor é igual ao custo marginal.

d) Na condição de curto prazo de maximização do lucro, a


receita marginal é igual ao custo marginal e o custo marginal
é mínimo.

e) Os produtores defrontam-se no mercado com uma curva


de demanda negativamente inclinada, mas operam em uma
indústria em que não existem barreiras de entrada e saída.

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A concorrência monopolística é uma estrutura de mercado
em que as firmas existentes competem entre si, apesar de
apresentar certo grau de monopólio e diferenciação de
produtos.

Antes de explicar detalhadamente, seguem os pressupostos


gerais do modelo:

Número grande de firmas - Muitas firmas participam da


concorrência monopolística, fato que permite concorrência e
aproxima os resultados desta estrutura de mercado da
concorrência perfeita.

Livre entrada e saída de firmas - Diferentemente do


monopólio, não há barreiras de entrada e saída
significativas.

Produtos heterogêneos - As firmas ofertam produtos não


homogêneos, na medida que podem se diferenciar umas das
outras. Por exemplo, determinada firma pode apresentar
uma reputação institucional que sua concorrente não possui
etc.

Os pressupostos acima elencados permitem que nesta


estrutura de mercado as firmas compartilhem certo poder de
mercado (poder de monopólio), pois seus produtos são
diferenciados, ao mesmo tempo em que competem entre si,
afinal há livre entrada e saída.

O modelo é apresentado graficamente da forma que segue:

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O ponto representado por (P*;Q*) representa o ponto de


maximização de lucros da firma.

Com base nestes conceitos, vejamos as alternativas:

a) Como vimos, os produtos são heterogêneos

b) O ponto de maximização do lucro ocorre na intersecção


entre as curvas de demanda e custo médio

c) No curto prazo, o preço é superior ao custo marginal,


indicando certa ineficiência neste modelo.

d) O ponto de maximização do lucro ocorre na intersecção


entre as curvas de demanda e custo médio

e) Item correto! Como afirmado acima, não há barreiras à


entrada e saída e a curva de demanda é negativamente
inclinada (uma maior produção ofertada é feita a preços
menores).

GABARITO: LETRA E

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18. FGV - Analista Judiciário I (TJ AM)/Economia/2013/

Um monopolista tem maior poder de mercado quanto:

I. Mais elástica for a demanda de mercado em relação ao


preço do produto.

II. Mais elástica for a demanda de mercado em relação à


renda dos consumidores.

III. Mais barreiras à entrada de novas firmas existirem no


mercado em que ela atua.

Assinale:

a) se apenas a afirmativa I estiver correta.

b) se apenas a afirmativa II estiver correta.

c) se apenas a afirmativa III estiver correta.

d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

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O poder de mercado do monopolista pode ser visto através
da possibilidade que ele detém em elevar o preço acima do
custo marginal, fato calculado através do mark-up.

A expressão do mark-up é a seguinte:

O mark-up é um índice que representa o quanto maior é o


preço de oferta do monopolista em relação ao custo
marginal. Quanto mais elevado o mark-up, mais elevado é o
preço do monopolista em relação a seu custo marginal e
maior é o poder de mercado do monopolista.

Este resultado é muito importante: quanto maior a


elasticidade-preço da demanda do monopolista, menor a
capacidade do mesmo elevar seu preço acima do custo
marginal. A explicação para isto é muito intuitiva. Demandas
mais elásticas variam mais em relação à variação nos preços.
Ou seja, um aumento de preços provoca uma variação maior
na demanda e, consequentemente, redução na receita total
da firma.

E, por fim, a elasticidade-preço da demanda é função direta


da quantidade de bens substitutos existentes. Quanto maior
o número de bens substitutos, maior a elasticidade da
demanda. Como a existência de barreiras à entradas de
novas firmas reduzem a quantidade de bens substitutos, pois
uma menor quantidade de ofertantes estará persente no
mercado, mais barreiras à entrada de novas firmas no
mercado elevam o poder de mercado do monopolista.

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Detalhe que as alternativas I e II estão incorretas, pois o
conceito correto de elasticidade é em relação à demanda
pelos produtos do monopolista, e não do mercado.

GABARITO: LETRA C

(ANPEC/2004/QUESTÃO 05) Indique as afirmativas


corretas:

19. Um monopolista que seja capaz de praticar discriminação


de preços de 1º grau pode exaurir a totalidade dos ganhos
de troca do consumidor.

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A discriminação de 1º grau indica a possibilidade de o
monopolista cobrar o preço de reserva de cada consumidor,
ou seja, capturar todo o excedente do consumidor, no limite.

Neste ponto, o equilíbrio do produtor equivale ao ponto em


que todo o excedente do consumidor é transferido ao
produtor, exaurindo a totalidade dos ganhos de troca do
consumidor

GABARITO: CERTO

20. Um monopolista que é capaz de praticar discriminação de


preços de 1º grau pode optar por vender uma quantidade y
tal que a curva de demanda seja inelástica neste nível de
produto.

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O item faz uma afirmação importante. Como o monopolista é
discriminador de 1º grau, ele pode cobrar o preço de reserva
de todos os consumidores, ou seja, pode cobrar o preço
máximo pago pelos consumidores. Como é monopolista,
consegue abarcar todos os consumidores, não havendo outra
alternativa, de modo que os consumidores terão
necessariamente que consumir o bem produzido, desde que
o preço seja no máximo o preço de reserva.

Assim, o ponto de maximização de lucros do monopolista (P


= Cmg) pode ocorrer no ponto em que a demanda é
inelástica.

GABARITO: CERTO

21. Os descontos dados nas compras por atacado constituem


discriminação de 2º grau.

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A discriminação de 2º grau ocorre quando o monopolista
pratica preços distintos em relação à quantidade de bens
demandados. Assim, os descontos concedidos no atacado,
resultado da demanda mais elevada quando comparada ao
varejo, é um exemplo de discriminação do 2º grau.

GABARITO: CERTO

22. Por maximizar o bem-estar agregado da economia, a


oferta de equilíbrio na discriminação de preços é uma
alocação eficiente.

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Não se pode afirmar que, em todos os casos de
discriminação, sempre há alocação eficiente. A própria
definição de monopólio, pela qual o produtor capta o
excedente do consumidor, configura uma ideia não alocação
eficiente.

GABARITO: ERRADO

23. Na discriminação de 3º grau, o grupo com demanda


menos elástica paga um preço unitário maior que o grupo
com demanda mais elástica.

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A discriminação de 3º grau consiste na distinção entre
grupos de consumo, para os quais os preços são distintos.
Considerando a expressão que relaciona preço e
elasticidade, temos que menor elasticidade resulta em maior
preços, pelo que a afirmativa está correta.

Para relembrar, segue a expressão:

GABARITO: CERTO

(ANPEC/2004/QUESTÃO 06) São corretas as afirmativas:

24. O modelo de duopólio em que cada firma defronta-se


com uma demanda quebrada permite explicar a rigidez do
preço do produto em relação a variações nos preços dos
insumos.

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Quando uma empresa defronta-se com uma curva de
demanda quebrada, caso a firma pratique preços acima do
preço de oligopólio, e demanda pelo seu produto se reduzirá
elasticamente. Deste modo, a tendência é o produtor manter
o preço no nível de oligopólio, mesmo que os custo marginal
se eleve, conferindo rigidez aos preços.

GABARITO: CERTO

25. O paradoxo de Bertrand afirma que duopolistas que


usam como estratégias os preços dos produtos que oferecem
não se comportam racionalmente.

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Pelo Modelo de Bertrand, as empresas ofertam produtos
homogêneos, cada uma domina metade do mercado, e elas
não cooperam entre si, mediante combinação de preços (a
combinação de preços é característica do Cartel).

O equilíbrio é dado pelo ponto em que P=Cmg, pois este será


o resultado da competição, homogeneidade e não
combinação.

O Modelo de Bertrand é compatível com o equilíbrio de Nash,


de modo que apresenta racionalidade, não havendo
paradoxo.

GABARITO: ERRADO

26. Assuma que uma indústria seja constituída por firmas


idênticas. É correto afirmar que a produção da indústria na
conjuntura de Cournot é maior do que aquela que seria
observada se as firmas constituíssem um Cartel.

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No equilíbrio, as soluções para o Modelo de Cournot situam-
se entre os resultados obtidos pelo monopólio e pela
concorrência perfeita. Assim, o preço praticado é maior que
o de concorrência perfeita, mas menor que no monopólio. A
produção é menor que em concorrência perfeita, mas
superior ao monopólio.

A diferença entre o Modelo de Cournot e o Cartel é a


possibilidade de conluio entre as empresas. Não havendo
esta possibilidade, como no Modelo de Cournot, a produção é
maior.

GABARITO: CERTO

27. No modelo de Stackelberg, a firma com menor custo


médio é a firma líder, por definição.

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No Modelo de Stackelberg, diferentemente do Modelo de
Cournot, não há homogeneidade entre as companhias, de
modo que a empresa líder toma as decisões, que são
seguidas pelas empresas satélites.

Mas, para ser líder, não necessariamente deve possuir menor


custo médio. Liderança significa alguma vantagem em
relação ao concorrente, que pode ser, por exemplo, produtos
com mais qualidade, ou com menor custo.

GABARITO: ERRADO

28. Sejam c( y1 )  8 y1 e c( y2 )  10 y2 , os custos totais das firmas 1

e 2, respectivamente. É correto afirmar que, numa


conjuntura de Cournot, a produção da firma 2 será menor
que a da firma 1.

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Considerando que as empresas são homogêneas no Modelo
de Cournot, a maneira de uma firma obter vantagem sobre a
outra é a partir do menor custo. Assim, de acordo com as
expressões de custo, é possível ver que o custo total da
firma 1 é menor que o custo total da firma 2 para a mesma
quantidade de produto (y), pelo que é possível afirmar que a
produção de 2 é menor que a produção de 1.

GABARITO: CERTO

(ANPEC/2004/QUESTÃO 10/ADAPTADA) Um monopolista


cujos custos de produção são dados por c(q)  q 2  100
defronta-se com a demanda de mercado p  A 3q , em que A

> 0 é uma constante. É correto afirmar:

29. Se A < 40, o monopolista, no equilíbrio, terá prejuízo.

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A maximização do lucro do monopolista pode ser expressão
Max(RT – CT). Deste modo, devemos derivar as duas funções
dadas pela questão e igualar a zero.

RT = P.Q = (A-3q)q = Aq – 3q2

Rmg - Cmg = 0

A – 3q – 3q – 2q = 0

q = A/8

Substituindo q na expressão, chegamos à expressão que


indica o lucro do monopolista:

Lucro = Receita Total – Custo Total

Lucro = (A – 3.A/8)A/8 – ([A/8]2 + 100)

Lucro = A2/16 – 100

A questão quer saber se, quando A < 40, haverá prejuízo. Ou


seja, quer saber quando:

Lucro < 0

Substituindo

0 < A2/16 – 100

A < 40

GABARITO: CERTO

30. A alocação eficiente nesse mercado é q e  (2 / 5) A .

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O equilíbrio do monopolista respeita a condição P = Cmg

A – 3q = 2q

Q = A/5

GABARITO: ERRADO

31. Se A = 45, será possível regular o monopólio de modo


que este produza quantidade competitiva sem ter prejuízo.

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Sabendo a expressão da alocação que maximiza o lucro do
monopolista, devemos substituir A por 45, encontrar q e
substituir o valor na expressão RT – CT = Lucro

q = A/5

q = 45/5 = 9

Lucro = (45 – 3.9)9 - 92 – 100

Lucro = -19

O monopolista obtém um prejuízo de 19 unidades


monetárias.

GABARITO: ERRADO

32. Considerando A = 48, um regulador que estipule um


preço mínimo de R$ 30,00 estará agindo conforme o
interesse do monopolista de maximizar lucro em detrimento
do ótimo social.

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Retomando a condição de maximização de lucro do
monopolista, temos que:

q = 48/8 = 6

p = 48 – 3.6

p = 30

O preço mínimo de 30 atende à condição de maximização de


lucros do monopolista. Considerando que o monopólio
captura parte do excedente do consumidor, podemos afirmar
que o governo age no interesse do monopolista ás custas do
ótimo social, que seria obtido no ponto P = CMg

GABARITO: CERTO

(ANPEC/2005/QUESTÃO 07) Sobre as condições de


maximização do lucro em diferentes estruturas de mercado,
avalie as afirmativas:

33. Para calcular o custo social do monopólio comparam-se


os excedentes do consumidor e do produtor de uma indústria
competitiva e de um monopolista. No caso do último há uma
transferência de excedente do consumidor para o produtor,
cujo valor é dado pelo total da produção do monopólio
multiplicado pela diferença entre o preço praticado pelo
monopolista e o preço competitivo.

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A afirmação está corretíssima. De fato, o custo social do
monopólio pode ser indicado pela menor quantidade de
produção e maiores preços, ou seja, pelo total da produção
do monopólio multiplicado pela diferença entre o preço
praticado pelo monopolista e o preço competitivo.

GABARITO: CERTO

34. No longo prazo, em concorrência monopolística, o fato de


o preço permanecer em patamar acima do custo marginal
implica que o produtor usufruirá lucro econômico
estritamente positivo.

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No modelo de concorrência monopolística, várias empresas
operam no mercado, pelo que, no limite, o se observa a
mesma condição aplicável à concorrência perfeita no longo
prazo: Cmg = Rmg e lucro econômico igual a zero. Deste
modo, a questão está incorreta em afirmar que, neste caso
(longo prazo), o produtor usufruirá lucro econômico
estritamente positivo

GABARITO: ERRADO

35. Duas empresas A e B, num duopólio com produtos


diferenciados, concorrem via preços. Neste caso, ao
contrário do que ocorre no modelo de Stakelberg de
concorrência via quantidades, se a empresa A fixar seu preço
antes da empresa B, ela estará em clara desvantagem por
mover-se primeiro.

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Esta é a conclusão do Modelo de Bertrand, ao qual a questão
se refere. Como citamos, neste caso, a empresa que sai na
frente apresenta desvantagem em relação a outra, conforme
mencionado pela questão.

GABARITO: CERTO

36. Para um monopsonista, a curva de custo marginal de um


fator será mais inclinada do que a curva de oferta daquele
fator, de modo que o monopsonista comprará uma
quantidade menor do fator do que a quantidade que seria
adquirida caso o mercado fosse competitivo.

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O monopsonista é o único demandante no mercado de
fatores. Assim, a demanda por fatores é inferior à demanda
em concorrência perfeita, e o preço pago pelos fatores é
inferior ao de equilíbrio em concorrência perfeita.

GABARITO: CERTO

(ANPEC/2007/QUESTÃO 09) Julgue as proposições:

37. Tudo o mais constante, se a elasticidade-preço da


demanda em um mercado aumentar de 2,5 para 4 em valor
absoluto, o mark-up do monopolista se reduzirá em 20%.

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Para resolver a questão, devemos apenas utilizar a
expressão que envolve preço e custo marginal para os dois
valores de elasticidade dados.

Caso 1:

Caso 2:

Taxa de Variação: (1,33 – 1,66)/1,66 = -0,2 = 20%

GABARITO: CERTO

38. Um restaurante universitário cobra três preços


diferentes: um para professores, um para funcionários e
outro para alunos. Aquele restaurante é um monopolista
discriminador de 3º grau.

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A discriminação de preços de 3º grau consiste na cobrança
de preços distintos para diferentes grupos de consumidores.
Assim, diferenciar os consumidores em professores,
funcionários e alunos é compatível com a discriminação de
3º grau.

GABARITO: CERTO

39. Mesmo sem conhecer o preço de reserva de cada agente,


um monopolista conseguirá praticar discriminação de preços
de 1º grau se implementar um mecanismo de auto-seleção
baseado nas características qualitativas do bem.

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A discriminação de 1º grau ocorre quando o monopolista
pode cobrar de cada consumidor seu preço de reserva (preço
máximo que ele estaria disposto a pagar pelo bem). Não
conhecendo este preço, ele não pode praticar discriminação
de 1º grau.

GABARITO: ERRADO

40. Mantendo a demanda constante, uma redução exógena


no custo marginal irá reduzir tanto o preço quanto a perda
de peso-morto do monopólio.

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O peso morto do monopólio é calculado pela área acima do
ponto de maximização de lucro do monopolista (CMg = RMg)
e abaixo do ponto da curva de demanda agregada que
relaciona o preço e quantidade.

Caso a curva de custo marginal reduz, não podemos afirmar


que o peso morto será reduzido, pois, como foi citado na
parte teórica da aula, o monopolista não apresenta curva de
oferta estável. Mesmo com a redução do CMg, ele pode, por
exemplo, discriminar preços e manter o peso morto.

GABARITO: ERRADO

41. Em um equilíbrio de concorrência monopolística com


lucro zero, não haverá ineficiência, dado que o preço é igual
ao custo médio e, consequentemente, ao custo marginal.

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O modelo de concorrência monopolística apresenta certo
grau de ineficiência, pois o preço é superior ao custo
marginal. O preço situa-se no cruzamento da curva de
demanda com a curva de custo médio, acima do ponto de
maximização de equilíbrio da firma.

GABARITO: ERRADO

QUESTÕES GABARITO

01 CERTO

02 CERTO

03 ERRADO

04 ERRADO

05 CERTO

06 ERRADO

07 CERTO

08 ERRADO

09 E

10 B

11 E

12 C

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13 CERTO

14 ERRADO

15 ERRADO

16 CERTO

17 E

18 C

19 CERTO

20 CERTO

21 CERTO

22 ERRADO

23 CERTO

24 CERTO

25 ERRADO

26 CERTO

27 ERRADO

28 CERTO

29 CERTO

30 ERRADO

31 ERRADO

32 CERTO

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33 CERTO

34 ERRADO

35 ERRADO

36 CERTO

37 CERTO

38 CERTO

39 ERRADO

40 ERRADO

41 ERRADO

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