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Economia de Empresa

UNIDADE 05

Concorrência monopolística

Nesta semana, iremos nos debruçar sobre a apresentação feita entre as páginas 295 e
301 do capítulo 8 do livro Economia de empresas e estratégias de negócios, uma das
obras-base da nossa disciplina.

Além dele, leia as seções 12.2 e 12.3 (apenas os conceitos, sem a parte gráfica e
matemática) do capítulo 12 do livro Microeconomia.

De forma complementar ao conteúdo dos livros didáticos indicados, podemos elencar


aqui exemplos de setores que se adequam às premissas que tratam da concorrência
monopolística, um modelo de concorrência imperfeita que mescla traços de mercados
perfeitamente competitivos e traços de monopólio. Nesses segmentos, cada empresa é
a produtora exclusiva da sua marca, o que lhe dá certo poder de mercado, traduzido em
fixar seu preço acima do custo marginal de produção. Todavia, esse poder é limitado,
pois as mercadorias ofertadas pelos seus concorrentes, embora não sejam substitutos
perfeitos, são candidatas à compra pelos consumidores. Entre os exemplos, cabe
apontar os segmentos que ofertam creme dental, sabão em pó, café, maquiagem,
medicamentos, fast-food, refrigerantes, cervejas, serviços de estética, cabelereiro, jogos
de computador, pneus, bicicletas, calçados, restaurantes, livros e muitos que integram
o comércio varejista.

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© Pixabay

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© Rohan Jahagirdar/Pixabay

O equilíbrio de mercado, nesse contexto, se dá com preço abaixo do praticado por uma
empresa monopolista; todavia, como os bens não são idênticos, há poder de mercado
e pode-se vender por cotação superior à identificada no contexto de concorrência
perfeita. Essa é a primeira ineficiência econômica. A segunda trata do fato de que, se o
preço é mais alto, a quantidade de equilíbrio entre oferta e demanda se dá em nível
inferior ao de concorrência perfeita. Portanto, a empresa opera com excesso de
capacidade, sendo o preço igual ao custo médio, mas não igual ao mínimo custo
médio, como ocorre em empresas perfeitamente competitivas. Tais ineficiências geram
um peso morto, tal como vimos no cenário de firma monopolista, porém a expectativa,
segundo a premissa deste modelo teórico, é de que o ganho de bem-estar com a
existência de diversidade de marcas supere as ineficiências geradas. Afinal, são
consumidores que valorizam a diversidade de marcas, entre outros atributos de
diferenciação dos produtos, como fonte de maior satisfação.

Veja, a seguir, a demonstração gráfica da quantidade de oferta e demanda de equilíbrio


de curto e de longo prazo na concorrência monopolística, por meio da regra de
maximização de lucros, que prega a igualdade entre receita marginal e custo marginal.

Figura 1. Equilíbrio de mercado no curto prazo – concorrência monopolística

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© Wikimedia Commons

No longo prazo, a Figura 2, a seguir, permite visualizar a quantidade de oferta e


demanda de equilíbrio. Como há lucros econômicos positivos (retângulo cinza) no
curto prazo, pois o preço supera o custo médio, a premissa de livre entrada e saída
(bem criticada pela literatura) leva ao lucro econômico zero no longo prazo, pois novas
firmas serão atraídas pela lucratividade positiva obtida pelas firmas existentes. Isso
reduzirá a parcela de mercado de todas e, portanto, fará o preço de mercado cair. A
curva de demanda do mercado sofrerá, dessa forma, deslocamento para baixo e para a
esquerda; por consequência, o lucro econômico de todas as ofertantes tenderá a zero
no longo prazo.

Figura 2. Equilíbrio de mercado no longo prazo – concorrência monopolística


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Observe, portanto, que a diferenciação dos produtos é a fonte de poder de mercado


das unidades produtivas desse segmento. Desse modo, diversas estratégias podem ser
usadas para fidelizar o cliente e reduzir a chance de que ele migre para a carta de
clientes de outro concorrente diante da alta de preço, por menor que seja.

Quais estratégias vêm à sua mente? Apontaríamos, obviamente, a qualidade do


produto, a relação de confiança e gentileza entre vendedor e cliente, prestígio da
marca, publicidade e marketing. O que mais faria diferença neste caso? Quais
estratégias são usadas pelas empresas das quais você demanda bens ou serviços?
Quais ações você pratica para fidelizar seu cliente?

Conclusão

Para finalizar, vamos reforçar alguns pontos-chave desta unidade, que teve como
ênfase conhecer as principais premissas dos modelos de concorrência monopolística e
de oligopólio, ambos casos de concorrência imperfeita.

Sobre a concorrência monopolística, vimos que:

a. Há livre entrada e saída do mercado e um grande número de empresas, tal como


na concorrência perfeita.
b. Os produtos são diferenciados (vendem-se marcas), embora sejam altamente
substituíveis entre si, o que gera elasticidade de preço, demanda cruzada elevada,
além de conferir certo poder de mercado, como no monopólio.
c. Os consumidores valorizam a diversidade de marcas oferecidas.
d. Há um equilíbrio entre preço e quantidade e número de empresas.
e. Lucros são positivos no curto prazo, mas convergem a zero no longo prazo.
f. No curto prazo, o preço supera o custo médio, enquanto, no longo prazo, são
iguais, mas não seguem a regra de preço igual ao custo médio mínimo.
g. As empresas operam com excesso de capacidade (não aproveitamento de
economias de escala) e há poder de influência sobre os preços (poder de
mercado), o que gera ineficiência econômica.
h. As demandas e os custos são idênticos entre as empresas (muito criticada esta
premissa).
i. Há ganho de bem-estar com o aumento da variedade de marcas.
j. Os produtos são diferenciados via marca, reputação, qualidade, embalagem,
propaganda, marketing, esforços de venda, modelo ou desenho do produto, entre
outros fatores.

No que concerne ao oligopólio, tenha em mente as seguintes principais características:

a. Há relativamente poucas empresas e de grande porte, as quais detêm


considerável parcela de mercado (faturamento, receitas, vendas).
b. Há lucros substanciais no longo prazo.
c. Há barreiras à entrada (naturais e estratégicas), a exemplo de economias de
escala, patentes, acesso à tecnologia, gastos com a marca e reputação.
d. Os produtos podem ser idênticos ou diferenciados.
e. O gerenciamento da empresa oligopolista é complexo e muito dinâmico, pois
envolve a tomada de decisões sobre preço, nível de produção, propaganda e
investimentos, sempre tendo em vista a reação de seus concorrentes, de forma
planejada, racional e sagaz.
f. Estrutura de maior complexidade e com distintas configurações, a depender das
estratégias ligadas ao preço ou ao volume de produção.
g. A empresa determina o preço ou volume de produção, com base, sobretudo, nas
expectativas sobre a reação das empresas rivais diante de suas ações, ocorrendo
o mesmo quando se fala das decisões tomadas pelas concorrentes.

Estamos caminhando para o fim da nossa experiência de aprendizagem, mas, antes,


vamos destacar aqui algo bem relevante: para toda e qualquer estrutura mercantil
abordada, lembre-se de que o equilíbrio se dá em cenário, no qual as empresas estão
fazendo o melhor que podem, não havendo incentivo para alteração nos preços ou nos
volumes de produção. No caso específico do oligopólio, esse equilíbrio, tido como
equilíbrio de Nash, ocorre tendo em vista que cada empresa está tomando a melhor
decisão, ou seja, fazendo o melhor possível, a partir das ações das unidades produtivas
rivais.

Referências
BAYE, M. R. Economia de empresas e estratégias de negócios. Porto Alegre: AMGH,
2010.

PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: Pearson Education


do Brasil, 2013.

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