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MICHELLE MILTONS - CAP.

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Glossário:
Efeitos no bem-estar: ganhos e perdas para consumidores e produtores causados pela intervenção
governamental no mercado.
Peso morto: perda líquida de excedente total (considerando-se o do consumidor e o do produtor). Em
casos de intervenção governamental, o maior afetado é o excedente do produtor, visto que os políticos
dão maior valor ao excedente do consumidor.
Falha de mercado: situação na qual um mercado competitivo desregulamentado é ineficiente porque
os preços não fornecem os sinais adequados para os consumidores e produtores.
Externalidades: ações de um consumidor ou de um produtor que têm influência sobre outros
produtores ou consumidores, mas que não são levadas em conta na fixação do preço do mercado.
Sustentação de preços (ou suporte de preços): preço fixado pelo governo acima do nível de
mercado livre e mantido por meio de compras governamentais da oferta excedente.
Quota de importação: limite da quantidade de uma mercadoria que pode ser importada.
Tarifa de importação: imposto sobre uma mercadoria importada.

Para verificarmos o funcionamento do mercado, avaliamos sua eficiência econômica, ou seja,


a maximização do excedente conjunto do consumidor e do produtor. Nem sempre o mercado
desregulamentado é eficiente economicamente, devido à existência de externalidades e à carência de
informações.
O peso dos impostos e o efeito dos subsídios no bem-estar do produtor ou consumidor varia de
acordo com a elasticidade do produto.
Ademais, é importante ressaltar que é válido produzir sempre que a receita for superior aos
custos variáveis. Quando a receita for inferior a estes custos, deve-se encerrar a empresa.

Eficiência
O ponto mais eficiente da economia é chamado de Ótimo de Pareto, quando a utilidade de
um não pode ser aumentada sem que se reduza a de outro. Logo, o ponto do Ótimo se dá quando:
● O preço (P) é igual à utilidade marginal (UMg).
○ P = UMg
● O preço (P) é igual ao custo marginal (CMg).
○ P = CMg
● Uma vez que P = CMg e P = UMg; UMg = CMg - assegurando que o equilíbrio em
concorrência perfeita seja eficiente.

Tipos de Oligopólio
Baumol - com o receio de novas empresas adentrarem no mercado, o oligopólio reduz o preço
de modo a chegar ao lucro zero, mesmo que não haja concorrência perfeita.

PINDYCK

O monopólio é um mercado no qual existe apenas um vendedor, mas muitos compradores. O


monopsônio é um mercado no qual existem vários vendedores, mas apenas um comprador. Assim,
nestes casos, diferentemente da concorrência perfeita, o comprador ou o vendedor possui poder de
mercado, isto é, a capacidade de influir no preço de um bem.
No caso do monopólio, a regra para maximização dos lucros permanece semelhante a do
mercado perfeitamente competitivo: a utilidade marginal deve igualar-se ao custo marginal - todavia, o
monopolista pode cobrar acima do custo marginal, a depender da elasticidade da demanda (o mark-up
- preço menos custo marginal dividido pelo preço - deve ser o negativo do inverso da elasticidade da
demanda).
Ademais, no caso de um imposto, é extremamente provável que este seja remetido,
inteiramente ou quase em sua totalidade, para o preço do consumidor.
Outrossim, empresas em mercados competitivos podem apresentar poder de monopólio, isto
é, a capacidade de cobrar, com lucro, um preço maior que o custo marginal. Para medir isto, utiliza-se
do Índice de Lerner do Poder de Monopólio, o qual segue a mesma fórmula do mark-up:

L = (P - Cmg)/ P

L variará entre 0 e 1, quanto mais próximo do 0, menor o monopólio - visto que em um


mercado perfeitamente competitivo, o preço é igual ao custo marginal.
Por sua vez, para determinar o preço de uma empresa com poder monopolístico, pode-se
utilizar a seguinte fórmula:

P = Cmg/ [1 + (1/Ed)]

A principal fonte do poder de monopólio refere-se à elasticidade da curva de demanda da


empresa, a qual é definida por três fatores: a elasticidade da curva de demanda do mercado, a
quantidade de empresas operando e a relação entre estas. Para manter ainda mais este poder de
monopólio, mesmo que este cause um peso morto, as empresas exercem a captura de renda (rent
seeking), ou seja, realizam gastos com esforços socialmente improdutivos para manter o poder
monopolístico.
Ao contrário dos esforços de captura de renda que mantém o poder monopolístico, a
regulamentação de preços em setores dominados pelo monopólio podem tornar o mercado mais
competitivo. É utilizada principalmente nos casos de monopólios naturais, empresas que podem
produzir para todo o mercado a um custo menor ao que existiria caso houvesse várias empresas.
Normalmente, essa regulação se dá pela taxa de retorno, ou seja, o preço máximo permitido por uma
agência reguladora baseia-se na taxa de retorno esperada que uma empresa irá obter.
Em continuidade, uma empresa monopolística pode praticar a discriminação de preços, isto
é, cobrar preços diferentes de públicos diferentes por produtos similares, de modo a capturar o
excedente do consumidor e transformá-lo em lucro. Essa pode ser de diferentes tipos.
A discriminação de preços de primeiro grau corresponde à cobrança do preço de reserva
(preço máximo que um cliente está disposto a pagar) de cada consumidor. Assim, veremos o lucro
variável, o lucro ignorando os custos fixos. Apesar de não existir a discriminação de preços perfeita,
mesmo a imperfeita aumenta o bem-estar dos produtores e dos consumidores.
A discriminação de preços de segundo grau corresponde à discriminação de acordo com a
quantidade de consumo - seja pela alta quantidade ou por faixas de consumo (empresas fornecedoras
de energia elétrica, gás natural e água).
A discriminação de preços de terceiro grau divide os consumidores em dois ou mais
grupos, com curvas de demanda separadas para cada grupo - trata-se da forma predominante de
discriminação de preços.
Outras práticas de discriminação de preço são a discriminação de preço intertemporal, a
prática de separação dos consumidores com diferentes funções de demanda em diferentes grupos,
cobrando preços diferentes em momentos diferentes. Por sua vez, o preço de pico é a prática de
cobrança de preços altos durante os períodos de pico, quando as restrições de capacidade fazem com
que os custos marginais estejam elevados - torna a empresa mais eficiente, uma vez que a soma dos
excedentes do consumidor e do produtor é maior, visto que os preços estão mais próximos do custo
marginal. Há também a tarifa em duas partes, uma forma de precificação na qual se cobra dos
consumidores uma taxa de entrada e uma taxa de utilização. Ademais, se as demandas estiverem
negativamente correlacionadas, pode-se estabelecer a venda em pacotes - e se não estiverem
demasiadamente correlacionadas negativamente, pode-se adotar a prática dos pacotes mistos.
O oligopólio é uma estrutura de mercado em que apenas algumas empresas são responsáveis
pela maior parte ou por toda a produção, existindo barreiras à entrada que tornam díficil ou impossível
o ingresso de novas empresas no mercado.
Existem alguns modelos que buscam explicar como a tomada de preços é realizada nesse tipo
de estrutura. O primeiro destes é o equilíbrio de Nash, cuja máxima diz que cada empresa está
fazendo o melhor que pode em função daquilo que os concorrentes estão fazendo. Decorrente desta
máxima, há o Modelo de Cournot, no qual as empresas produzem um bem homogêneo, cada uma
considera fixo o nível de produção da concorrente e todas decidem simultaneamente a quantidade a ser
produzida. Para compreender melhor a reação das empresas neste modelo, utiliza-se da curva de
reação, a relação entre o nível de produção que maximiza os lucros de uma empresa e a quantidade
que ela imagina que os concorrentes produzirão.
Outro modelo que busca explicar tal fenômeno é o Modelo de Stackelberg, no qual uma
empresa determina o nível de produção antes que outras empresas o façam. Este anúncio, de forma
adiantada, concede vantagens à primeira empresa, visto que sua produção será invariavelmente maior.
Ademais, o Modelo de Bertrand informa que as empresas produzem um bem homogêneo,
cada uma delas considera fixo o preço de suas concorrentes e todas decidem simultaneamente qual
preço será cobrado. Trata-se do mesmo mecanismo de Cournot, mas referente aos preços e não às
quantidades.
Em todos estes modelos, é extremamente útil a matriz de payoff, que mostra o lucro que cada
empresa obterá em função de sua decisão e da decisão de sua concorrente. Assim, para evitar a guerra
de preços, vê-se uma rigidez de preços em mercados oligopolistas - o que é a base do modelo da
“curva de demanda quebrada”. Dentre as medidas possíveis para evitar tais questões, estão a
sinalização de preço (um anúncio de aumento de preço na expectativa de que os concorrentes captem
esse anúncio como um sinal de que eles também deveriam elevar os preços) e a liderança de preço
(uma empresa é reconhecida implicitamente como “líder” - de modo que as demais apenas seguem o
seu preço). Em alguns casos, há a empresa dominante, que produz uma parcela substancial das
vendas totais e estabelece os preços para maximizar os lucros, levando em conta a reação da oferta das
empresas menores.
Dentre tais acordos ilegais, destaca-se o cartel, uma coalização explícita de empresas,
normalmente a nível internacional, que dependem da organização interna e da existência de uma
demanda inelástica para ser efetivo.
Por fim, vale ressaltar que uma das vantagens dos ramos mais concentrados é que são deles os
maiores gastos com pesquisa e desenvolvimento. E eles o fazem tentando superar seus rivais e
permitindo importantes inovações que beneficiarão a sociedade.

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