Você está na página 1de 6

Microeconomia II

Capítulo 12 - Pindyck- Competição monopolística e oligopólio.

No capítulo anterior, foi visto que empresas com poder de monopólio podem escolher
preços e níveis de produção para maximizar os lucros.
O poder de monopólio não exige que uma empresa seja monopolista pura, em muitos
setores, ainda que diversas empresas estejam competindo, cada uma tem pelo menos
algum poder de monopólio: possui controle sobre o preço e pode, de maneira lucrativa,
cobrar um valor acima do seu custo marginal.

Competição monopolista
Um mercado monopolicamente competitivo é semelhante ao perfeitamente competitivo, pois
há muitas empresas e a entrada de novas empresas não é restrita.
Mas se difere da competição perfeita pelo fato dos produtos serem diferenciados, ou seja,
cada empresa vende uma marca ou versão de um produto que difere em termos de
qualidade, aparência e reputação, além de cada empresa ser produtora da sua própria
marca.
O poder de monopólio que a empresa exerce depende do seu sucesso e na diferenciação
do seu produto em relação às demais empresas. Exemplos disso são marcas de creme
dental, sabão em pó, café, etc.

Oligopólio
É um mercado no qual apenas algumas empresas competem entre si, e a entrada de novas
empresas é impedida.
A mercadoria que produzem pode ser diferenciada, como é o caso dos automóveis. Ou não,
como é o caso do aço.
O poder de monopólio e a lucratividade de setores oligopolistas dependem em partes do
modo em que as empresas interagem entre si.
Ex: se a interação tende a ser mais cooperativa do que competitiva, podem cobrar preços
muito acima dos custos marginais, obtendo mais lucros.

Em alguns setores oligopolistas, ocorre a cooperação entre as empresas, mas em outros,


elas concorrem agressivamente, mesmo que isso signifique lucros menores.

Como as decisões de produção dos oligopólios são tomadas?


As decisões são complexas, pois cada empresa deve operar estrategicamente. Ao tomar
uma decisão, deve ponderar sobre as prováveis reações dos concorrentes. E aqui entram
conceitos de estratégia e jogos que ajudam a compreender o mercado oligopolista.

Cartel
Em um mercado cartelizado, algumas ou todas as empresas fazem coalizões: coordenam
os preços e níveis de produção de maneira que possam maximizar o lucro conjuntamente.
Os cartéis podem surgir em mercados que poderiam talvez ser competitivos, como o cartél
de Petróleo da OPEP, o cartel internacional da bauxita.

A primeira vista, um cartel pode se assemelhar com um monopólio puro, afinal as empresas
parecem operar como se fizessem parte de uma grande companhia. Entretanto, um cartel
se difere do monopólio em 2 aspectos importantes:
Microeconomia II

1° Como os cartéis raramente controlam todo o mercado, eles necessitam considerar de


que maneira suas decisões de preço afetarão os níveis de produção das empresas não
pertencentes ao cartel.
2° Como os membros do cartel não fazem realmente parte de uma grande empresas, eles
podem ficar tentados a “enganar” os parceiros, promovendo reduções de preço e
apoderando de fatias maiores do mercado. Por isso, muitos cartéis tendem a ser instáveis e
de curta duração.

VOLTANDO A COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA…


Característica da competição monopolística:
1° empresas competem vendendo produtos diferenciados, altamente substituíveis, mas que
não são substitutos perfeitos.
2° Há livre entrada e livre saída: é relativamente fácil a entrada de novas empresas com
marcas próprias e saída de empresas que já atuam no mercado, caso os produtos deixem
de ser lucrativos.

Equilíbrio no curto e no longo prazo


Como ocorre no monopólio, na competição monopolística, as empresas se defrontam com
curvas de demanda descendentes. Por isso, elas têm algum poder de monopólio. Isso não
significa que outras empresas monopolísticamente competitivas tenham possibilidade de
obter altos lucros.
A competição monopolística se assemelha à competição perfeita: como há livre entrada e a
possibilidade de obter lucros atrai novas empresas com marcas competitivas, o que tenderá
a reduzir os lucros econômicos a zero.

CP
Demanda negativamente inclinada - produtos diferenciados
Demanda relativamente elástica - bens substitutos
Ou seja, os lucros são máximos quando:
Rmg= Cmg →
Lucro > 0
LP
Lucros atraem novas empresas para o mercado
Produção da indústria aumenta
Demanda da empresa cai para DLp (Q e P se reproduzem)
P= Cme → Lucro = 0
P > Cmg → Poder de Mercado.
Microeconomia II

Como esta empresa é a única produtora da sua marca, ela se defronta com uma curva de
demanda descendente: o preço excede o custo marginal e ela detém poder de monopólio.
No equilíbrio de longo prazo, o preço torna-se igual ao custo médio, de tal modo que a
empresa passa a ter lucro zero, embora continue com poder de monopólio.

De modo geral, as empresas possuem custos diferentes, e algumas marcas se sobressaem


umas às outras. Neste caso, elas podem cobrar preços ligeiramente diferentes e algumas
podem obter pequenos lucros.

Competição monopolística e eficiência econômica


Os mercados perfeitamente competitivos são desejáveis porque se mostram
economicamente eficientes: desde que não haja externalidades e nada impeça o
funcionamento do mercado, a soma total dos excedentes do consumidor será a maior
possível.
Se a competição monopolística é semelhante à competição perfeita em alguns aspectos,
será que apresenta também uma estrutura de mercado igualmente eficiente?

Vamos comparar o equilíbrio a longo prazo de um setor perfeitamente competitivo.

1 - Ao contrário do que ocorre na competição perfeita, com a competição monopolística, o


preço de equilíbrio é mais alto do que o custo marginal.
Isto significa que o valor atribuído pelos consumidores a unidades a mais do produto, é
maior do que o custo de produção destas mesmas unidades.
2- na empresa monopolísticamente competitiva, o nível de produção é menor do que capaz
de minimizar o custo médio. A entrada de novas empresas faz com que os lucros da
empresa caírem a zero tanto nos mercados perfeitamente competitivos quanto nos
monopolicamente competitivos.
Os mercados monopolicamente competitivos, cada empresa se defronta com uma curva de
demanda horizontal, de modo em que o ponto de lucro zero ocorre no custo médio mínimo.

As ineficiências pioram as situações dos consumidores. Mas isso não faz com que a CM
seja uma estrutura indesejável por 2 razões:
1- Na maioria dos mercados monopolísticos, o poder de mercado é pequeno. Em geral, há
um número grande o suficiente de empresas concorrendo, cada qual detentora de marcas
com produtos substituíveis entre si, de forma que nenhuma delas tenha substancial poder
de monopólio. Qualquer peso morto resultante será pequeno.

2- Qualquer ineficiência deve ser confrontada com um importante benefício que a


competição monopolista oferece: a diversidade de produtos. A maioria dos consumidores
valoriza o fato de poder escolher entre uma ampla variedade de produtos, e marcas que se
diferem de várias formas entre si. Os ganhos decorrentes da diversidade de produtos
podem ser grandes, podendo facilmente superar os custos da ineficiência de curvas de
demandas decrescentes.

BÔNUS:
Há livre entrada e saída de firmas no mercado ✅
Em contraste com os mercados puramente competitivos, o preço de equilíbrio é maior que o
custo marginal ✅
Microeconomia II

Uma fonte de ineficiência clássica destes mercados é a capacidade ociosa de na


produção✅

OLIGOPÓLIO (pág 478)


Microeconomia II

SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS DE CURNOT, STAKELBERG E


BERTRAND

Cada modelo oferece uma perspectiva diferente sobre como a concorrência ocorre em
mercados oligopolísticos e fornece determinada compreensão sobre as estratégias
adotadas pelas empresas e seus possíveis resultados.

Semelhanças:
1. Mercados Oligopolísticos: Todos os três modelos são usados para descrever a
concorrência em mercados oligopolísticos, nos quais há um pequeno número de empresas
que interagem estrategicamente umas com as outras.
2. Interdependência: Nos três modelos, as empresas reconhecem a interdependência de
suas decisões. Elas levam em conta as reações dos concorrentes ao tomar suas próprias
decisões estratégicas.
3. Maximização de Lucros: As empresas em todos os três modelos procuram maximizar
seus lucros. No entanto, o conceito específico de lucro varia em cada modelo.
4. Equilíbrio de Nash: Os três modelos buscam identificar um equilíbrio de Nash, que é
uma situação em que nenhuma empresa tem incentivos para mudar sua estratégia
unilateralmente, dada a estratégia das outras empresas.

Diferenças:
1. Estratégia de Decisão: No modelo de Cournot, as empresas decidem a quantidade de
produção antes de seus concorrentes. No modelo de Stackelberg, há um líder que define
sua quantidade de produção primeiro, seguido pelos seguidores. No modelo de Bertrand, as
empresas competem em preço.
2. Informação: No modelo de Cournot, as empresas conhecem apenas as quantidades de
produção escolhidas pelos concorrentes, enquanto no modelo de Stackelberg, o líder
conhece a função de reação dos seguidores. No modelo de Bertrand, as empresas
conhecem os preços estabelecidos pelos concorrentes.
3. Resultados de Equilíbrio: Os modelos de Cournot e Stackelberg geralmente levam a
quantidades de produção mais altas e preços mais baixos em comparação com o modelo
de Bertrand. Isso ocorre porque, no modelo de Bertrand, as empresas competem
diretamente em preço, resultando em uma pressão competitiva intensa que tende a levar a
preços próximos aos custos marginais.
4. Assunções sobre a Concorrência: O modelo de Cournot assume que as empresas
competem em quantidades de produção, mantendo os preços fixos. O modelo de
Stackelberg assume uma liderança na indústria, com uma empresa definindo a quantidade
de produção primeiro. O modelo de Bertrand assume uma competição em preço perfeito,
onde as empresas ajustam os preços para igualar os concorrentes.

Lista 1- Questão 1
Microeconomia II

Você também pode gostar