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1 Introdução:

Ao introduzirmos este trabalho, examinaremos algumas estruturas de mercado.


Começaremos com a competição monopolística, expressão que, a princípio, combina palavras
de sentidos opostos, que parecem se excluir mutuamente.

Concorrência monopolística (ou imperfeita): inúmeras empresas, produto


diferenciado, livre acesso de firmas ao mercado.

A segunda forma de estrutura de mercado que examinaremos é o oligopólio: um mercado


no qual apenas algumas empresas competem entre si e a entrada de novas é impedida.

Oligopólio: pequeno número de empresas que dominam o mercado, os produtos podem


ser homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada de novas empresas.

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2 Objectivos:
a. Geral:
 Analisar comparativamente os mercados de concorrência monopolística e oligopólio
b. Especifico:
 Caracterizar a concorrência monopolística ou concorrência imperfeita;
 Caracterizar o oligopólio.

3 Metodologia:
De forma a responder aos objectivos supracitados a realização do presente trabalho, foi
embasado na pesquisa bibliográfica que permitiu uma posterior análise textual e concatenação de
ideias oriundos de uma reflexão crítica grupal entorno da referência bibliográfica como forma de
potencializar o trabalho e uma posterior ilação das linhas orientadoras do trabalho.

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4 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS MERCADOS DE
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA E OLIGOPÓLIO.

4.1 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA (IMPERFEITA)


Trata-se de uma estrutura de mercado com as seguintes características principais:

 Muitas empresas, produzindo dado bem ou serviço;


 Cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos;
 Cada empresa tem certo poder sobre preços, dado que os produtos são diferenciados, e o
consumidor tem opções de escolha, de acordo com sua preferência. Ou seja, a demanda é
negativamente inclinada (se bem que bastante elástica, sensível, porque tem substitutos
próximos).
 Há livre entrada e livre saída: é relativamente fácil a entrada de novas empresas com
marcas próprias e a saída de empresas que já actuam no mercado, caso os produtos
deixem de ser lucrativos.

Como exemplo desse tipo de mercado, temos o mercado de aspirinas, sabonetes, serviços
médicos, odontológicos, etc. Portanto, é um modelo mais realista que o de concorrência perfeita,
que supõe produtos completamente homogêneos, idênticos, sem diferenciação.

Em muitos setores, os produtos são diferenciados entre si. Por uma razão ou outra, os
consumidores veem a marca de cada empresa como algo diferente, distinguindo-se das outras
marcas. Nota-se que a pasta dental Colgate Herbal, por exemplo, é considerado diferente da
pasta dental Aquafresh. A diferença está parcialmente no aroma, na consistência e na reputação
— por exemplo, a imagem que o consumidor tem (correta ou não) da relativa eficácia da pasta
dental Colgate Herbal na prevenção de cáries. Em consequência, alguns consumidores estão
dispostos a pagar mais por ele. Mas seu poder é limitado, pois os consumidores poderão
facilmente substituir o produto por outras marcas, caso o preço do Colgate Herbal aumente.
Embora os consumidores que preferem Colgate Herbal estejam dispostos a pagar mais por ele, a
maioria não pagará um valor muito maior. O típico usuário dessa marca poderia pagar 80 Mts ou
até 90 Mts, mas provavelmente não gastaria 100 Mts. Para grande parte dos consumidores, pasta
dental é pasta dental, de tal modo que são pequenas as diferenças entre as marcas. Portanto, a

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curva de demanda da pasta dental Colgate Herbal, apesar de sua inclinação descendente, é
bastante elástica.

A diferenciação de produtos dá-se via:

 Características físicas: - composição química; - potência (hp);


 Embalagem;
 Promoção de vendas: - propaganda; - atendimento; - brindes;
 Manutenção, atendimento pós-venda, etc.

Como não existem barreiras para a entrada de firmas, a longo prazo há tendência apenas
para lucros normais (RT = CT), como em concorrência perfeita, ou seja, os lucros
extraordinários a curto prazo atraem novas firmas para o mercado, aumentando a oferta do
produto, até chegar-se a um ponto em que persistirão lucros normais, quando então cessa a
entrada de concorrentes.

4.2 OLIGOPÓLIO
Em mercados oligopolistas, os produtos podem ou não ser diferenciados. O importante é
que apenas algumas empresas são responsáveis pela maior parte ou por toda a produção. Em
alguns desses mercados, algumas ou todas as empresas obtêm lucros substanciais no longo
prazo, já que barreiras à entrada tornam difícil ou impossível que novas empresas entrem no
mercado. O oligopólio é um tipo de estrutura de mercado predominante.

É um tipo de estrutura de mercado que pode ser definido de duas formas:

 Oligopólio concentrado: pequeno número de empresas no setor. Exemplo: indústria


automobilística, aço, alumínio, petroquímica.
 Oligopólio competitivo: ou um pequeno número de empresas domina um setor com
muitas empresas. Exemplo: Nestlé, Ambev, Clover, Parmalat no setor de alimentos,
Coca-cola no setor de bebidas, Pão de forma, Pão de água e setor de supermercados, etc.

A administração de uma empresa oligopolista é complexa porque as decisões relativas a


preço, nível de produção, propaganda e investimentos envolvem importantes considerações
estratégicas. Pelo facto de haver poucas empresas concorrendo, cada uma deve considerar

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cautelosamente como suas acções afetarão empresas rivais, bem como as possíveis reacções que
as concorrentes terão.

Suponhamos que, por causa de uma redução nas vendas de botija de gás, a Galp esteja
considerando a possibilidade de conceder um desconto de 10% para estimular a demanda. Ela
necessita ponderar com cautela as possíveis reacções que outras empresas terão. Estes podem
não apresentar reacção alguma ou então conceder descontos menores, de tal modo que a Galp
tenha condições de desfrutar de um aumento substancial nas vendas, principalmente à custa de
suas concorrentes como, por exemplo, a Petro Gás. Ou então, eles podem conceder descontos
iguais aos da Galp, situação na qual todas as empresas venderiam mais gás, mas obteriam lucros
menores em razão dos preços mais baixos. Outra possibilidade é que alguns as empresas
concedam descontos ainda maiores que os da Galp, a fim de puni-la pelas alterações que causou
no mercado; tal reacção, por sua vez, pode resultar em uma guerra de preços e, em consequência,
em uma drástica redução nos lucros do setor inteiro. A Galp precisa ponderar com cautela todas
as possibilidades. Na realidade, no caso de quaisquer decisões econômicas importantes de uma
empresa — determinação de preço e de níveis de produção, realização de uma grande campanha
de promoção dos produtos ou de investimentos em capacidade produtiva adicional —, ela deve
procurar determinar quais serão as reacções mais prováveis dos seus concorrentes.

Essas considerações estratégicas podem ser complexas. Durante a tomada de decisões,


cada empresa deve considerar as reacções dos concorrentes, ciente do facto de que estes também
considerariam suas reacções em relação às decisões deles. Além disso, as decisões, as reacções,
as reacções às reacções e assim por diante, são dinâmicas, evoluem ao longo do tempo. Ao
avaliar as potenciais consequências de suas decisões, os administradores de uma empresa devem
supor que os concorrentes são igualmente racionais e inteligentes. Dessa maneira, poderão
colocar-se no lugar dos seus concorrentes e considerar as possíveis reacções que eles poderiam
ter.

O oligopólio, assim como o monopólio, ocorre basicamente devido à existência de


barreiras à entrada de novas empresas no setor. Como vimos em monopólio, essas barreiras são
devidas aos seguintes fatores:

 Protecção de patentes;

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 Controle de matérias-primas-chave;
 Tradição;
 Oligopólio puro ou natural.

Alguns produtos, por razões tecnológicas, só podem ser produzidos por empresas de
grande porte (automóveis, extração de petróleo). Assim, nesses mercados, é normal um pequeno
número de empresas.

Podemos caracterizar dois tipos de oligopólio:

 Oligopólio com produto homogêneo (alumínio, cimento);


 Oligopólio com produto diferenciado (automóveis).

Diferentemente da estrutura concorrencial, e de forma semelhante ao monopólio, a longo


prazo os lucros extraordinários permanecem, pois as barreiras à entrada de novas firmas
persistirão, principalmente no oligopólio natural, em que a alta escala de operações propicia uma
produção a custos relativamente baixos, dificultando a entrada de firmas concorrentes.

4.2.1 Formas de actuação das empresas oligopolistas


No oligopólio, podemos encontrar duas formas de atuação das empresas:

 Comportamento não cooperativo: concorrem entre si, via guerra de preços ou de


quantidades;
 Comportamento cooperativo: formam cartéis (conluios, trustes). Cartel é uma
organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor, que determina a
política para todas as empresas do cartel. O cartel fixa preços e a repartição (cota) do
mercado entre empresas. Outra forma de comportamento cooperativo pode surgir a partir
da fusão entre empresas ou da tomada de controle acionário (take over) de uma empresa
por outra.

As cotas podem ser:

a) Perfeitas (cartel perfeito): todas as empresas têm a mesma participação. A


administração do cartel fixa um preço comum e divide igualmente o mercado, agindo como um
bloco monopolista. É a chamada “solução de monopólio”;

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b) imperfeitas (cartel imperfeito): existem empresas líderes (que têm maior tamanho ou
custos menores) e que fixam os preços, ficando com a maior cota. As demais empresas
concordam em seguir os preços da líder. O governo, por meio de leis antitrustes, não permite que
a líder fixe um preço que seja muito baixo, que poderia eliminar as demais empresas. É o
chamado Modelo de Liderança de Preços, em que a empresa (ou empresas) líder fixa um preço
que lhe garanta um lucro de monopólio, e as demais consideram esse preço dado (como em
concorrência perfeita). Em todo caso, a disputa pela repartição de cotas pode enfraquecer o
cartel, aumentando a probabilidade de que alguma empresa “traia” os acordos estabelecidos,
principalmente no caso em que estes sejam implícitos.

4.2.2 Modelo de mark-up


Não existe um modelo ou teoria geral do oligopólio, porque eles são muito diferentes
entre si (os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados, podem ter um pequeno ou grande
número de empresas, podem concorrer ferozmente ou formar cartéis). Cada caso é um caso,
tornando impossível criar uma teoria geral do oligopólio. O modelo mais tradicional ainda é o
modelo clássico, em que o objectivo da empresa é a maximização de lucros (RMg = CMg). Essa
hipótese exige que as empresas tenham um conhecimento adequado de suas receitas (portanto, da
demanda por seu produto), bem como de seus custos. O modelo baseado na hipótese de
maximização do mark-up surgiu após estudos empíricos desenvolvidos a partir de 1930, que
mostraram que as grandes empresas determinam o preço de seu produto a partir de seus próprios
custos, sem ater-se ao comportamento da demanda, já que elas conhecem menos da demanda do
que seus custos. Por isso, sua política de preços é calcada em seus custos: em outras palavras, o
preço é determinado apenas pela oferta, enquanto na teoria marginalista o preço é determinado
pela intersecção entre demanda e oferta do mercado.

O mark-up é definido como:

Mark-up = Receita de Vendas - Custos Directos de Produção

O conceito de custo direto, comumente utilizado em Contabilidade e Administração, é


equivalente ao conceito de custo variável médio.

O preço é calculado da seguinte forma:

p = C (1 + m)

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Onde:

p = preço do produto

C = custo unitário direto ou variável

m = taxa (%) de mark-up

A taxa de mark-up deve ser suficiente para cobrir os custos fixos e a margem de
rentabilidade desejada pela empresa. O conceito de mark-up é muito semelhante ao conceito de
margem de contribuição da contabilidade privada.

O nível de mark-up depende da força dos oligopolistas de impedir a entrada de novas


firmas, o que depende do grau de monopólio do setor. Quanto mais alto o poder de monopólio,
mais limitado o acesso de novas empresas e, portanto, maior a taxa de mark-up que as empresas
oligopolistas podem aferir. Assim, quanto menor for a elasticidade-preço da demanda e,
portanto, quanto maior o poder de mercado do monopolista, maior será o mark-up.

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5 Conclusão:

Ao concluirmos este trabalho, podemos afirmar que um mercado monopolisticamente


competitivo há muitas empresas, e a entrada de novas empresas não é restrita. Contudo, os
produtos são diferenciados: cada empresa vende uma marca ou versão de um produto que difere
em termos de qualidade, aparência ou reputação, e cada empresa é a única produtora de sua
própria marca. O grau de poder de monopólio que a empresa exerce depende de seu sucesso na
diferenciação de seu produto em relação aos das demais empresas. Há muitos exemplos de
setores industriais monopolisticamente competitivos: Pasta de dentes, sabão em pó e sabão
líquido são apenas alguns deles.

A mercadoria que produzem pode ser diferenciada, como é o caso dos automóveis, como no
caso do aço. O poder de monopólio e a lucratividade dos setores oligopolistas dependem, em
parte, do modo pelo qual as empresas interagem entre si. Por exemplo, se a interação tende a ser
mais cooperativa do que competitiva, elas podem cobrar preços muito acima do custo marginal,
obtendo grandes lucros.

Em alguns setores oligopolistas ocorre cooperação entre as empresas, porém em outros elas
concorrem agressivamente, mesmo que isso signifique lucros menores. Para entendermos a razão
disso, é preciso levar em conta o modo pelo qual as empresas oligopolistas decidem os níveis de
produção e os preços. Essas decisões são complexas, pois cada empresa deve operar
estrategicamente — ao tomar uma decisão, ela deve ponderar sobre as prováveis reacções dos
concorrentes.

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6 Referência Bibliográfica:

VASCONCELLOS, Marco Antonio. Economia Micro e Macro, 4.ª ed, [s.i.], [s.n.], [s.d.],
pp. 166 – 168.

PINDYCK, Robert e RUBINFELD, Daniel. Microeconomia, 8.ª ed, São Paulo, Pearson
Education do Brasil, 2013, pp. 447 – 453.

10 | P á g i n a

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