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Instituto Superior de Contabilidade e

Auditoria de Moçambique

Disciplina: Microeconomia
Tema:

OLIGOPÓLIOS

Estudantes: Armando Manuel Sigaúque

Énio Martins Johin

Musselo Ragy Mateus Musselo

Neved M. Dimande

Nilton Ernesto Vilanculos

Olímpia Sebastião

Sofia Flávio Almeida Magaia

Docente: Abu Bacar

Maputo: Novembro de 2022

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Índice

Contents
Índice.....................................................................................................................................................1
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................2
2. OLIGOPÓLIO..................................................................................................................................3
2.1. Conceito.................................................................................................................................3
2.2. Causas do aparecimento do Oligopólio.................................................................................3
2.3. Características do mercado oligopólio...................................................................................4
2.4. Tipos de oligopólios...............................................................................................................4
 Oligopólio natural:.....................................................................................................................5
2.5. Formas de Oligopólio.............................................................................................................6
2.5.1. Cartel.............................................................................................................................6
2.5.2. Truste.............................................................................................................................6
2.5.3. Holdings.........................................................................................................................7
2.6. MODELOS OLIGOPOLÉTICOS..................................................................................................7
2.6.1. Modelo de Cournot........................................................................................................7
2.6.2. Modelo Stackelberg.......................................................................................................9
2.6.3. Modelo Bertrand.........................................................................................................10
2.6.4. Modelo Edgeworth......................................................................................................11
2.6.5. Modelo Chamberlin.....................................................................................................11
2.7. FORMAÇÃO DE PREÇO EM OLIGOPÓLIOS............................................................................12
2.7.1. ACORDOS.....................................................................................................................12
2.7.2. Como o preço é estabelecido.......................................................................................13
3. Conclusão....................................................................................................................................15
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................16

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1. INTRODUÇÃO
Este é um trabalho teórico de pesquisa que versa sobre os Oligopólios. De forma clara e
detalhada, o trabalho apresenta a definição de oligopólio, suas características, formas e tipos.
Como sendo uma estrutura de mercado, oligopólio, vamos desenvolver diferentes modelos de
oligopólios, segundo abordagens teóricas de alguns autores. Ao longo dos subtemas que
compõem o trabalho, apresentaremos alguns exemplos elucidativos de oligopólios. Para a
compreensão do trabalho, convida-se ao leitor a realizar uma leitura global dos subtemas
desenvolvidos no trabalho pois apresentam de forma interligada os demais aspectos
relacionados com oligopólios.

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2. OLIGOPÓLIO

2.1. Conceito
Na economia, Oligopólio  (do grego oligos, poucos + polens, vender) é uma forma evoluída
de monopólio, no qual um grupo de organizações ou governos promovem o domínio de
determinada oferta de produtos e/ou serviços. Na economia, para Troster (199, pag.160)
oligopólio é “uma forma de organizar os mercados que se situa entre mercados a
concorrência perfeita e o monopólio”.

O oligopólio é um modelo de mercado que segue o conceito da Concorrência Imperfeita,


que é um tipo de falha de mercado. Isso significa que procura e oferta não operam em
equilíbrio, fazendo com que haja determinado domínio e influência das empresas no
direcionamento dos preços.

Corresponde a uma estrutura de mercado de concorrência imperfeita, no qual o mercado é


controlado por um número reduzido de empresas, de tal forma que cada uma tem que
considerar os comportamentos e as reações das outras quando toma decisões de mercado.

Em um oligopólio, as alterações nas condições de actuação de uma empresa vai influenciar o


desempenho de outras empresas no mercado. Isto provoca reacções que são mais relevantes
quando o número de empresas do oligopólio é reduzido.

No oligopólio, os bens produzidos podem ser homogéneos ou apresentar alguma


diferenciação sendo que, geralmente, a concorrência se efectua mais em termos de factores
como a qualidade, o serviço pós-venda, a fidelização ou a imagem, e não tanto em termos do
preço.

2.2. Causas do aparecimento do Oligopólio


As causas típicas do aparecimento de mercados oligopolistas são a escala mínima de
eficiência e características da procura. Em tais mercados existe ainda alguma concorrência,
mas as quantidades produzidas são menores e os preços maiores do que nos mercados
concorrenciais, ainda que relativamente ao monopólio as quantidades sejam superiores e os
preços menores.

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2.3. Características do mercado oligopólio
 Presença de poucas empresas no mercado. Em geral, duas ou três de grande porte.
O facto de existir pequeno número de firmas produtoras, ou mesmo existindo um grande
número de empresas, poucas dominam o mercado, as empresas precisam levar em
consideração e qualquer reacção sobre as decisões de preço e produção de outras.
 Inflexibilidade de preços: os preços em vigor são estabilizados, sendo evitada a
competição por isso, apresentam pequena variação.
 Produto Homogéneo ou Diferenciado – As empresas produzem um produto
homogéneo, exemplo, o aço o mesmo possui uma única fase. Já os produtos diferenciados
são os automóveis, embora com substitutos próximos o que caracteriza é que o aumento
do preço de um produto gere aumento na demanda de seu concorrente
 Empresas são interdependentes. A acção de uma afecta e incentiva as demais.
 Existem barreiras para a entrada de novos competidores. – Existem obstáculos
para entrada e saída de uma firma, pois seus lucros podem ser económicos tanto no curto
prazo como no longo prazo. Assim essas barreiras podem ser tanto artificias como
naturais. Tais como: a existência de economias de escalas, o controle sobre as fontes de
matérias-primas, a existência de patentes e outras barreiras legais.
 Ocorrência de acções em conjunto, frequentemente dando origem a trustes.

2.4. Tipos de oligopólios

Os tipos de oligopólio são as diferentes maneiras pelas quais um pequeno grupo de empresas
que controlam os preços e a produção pode operar em um mercado específico. Dos principais
tipos de oligopólio destacam-se os seguintes:

 Oligopólio Puro ou concentrado: Ocorre quando esse pequeno grupo de empresas


produz bens iguais ou idênticos, podendo ser matérias-primas ou produtos industriais.

Para ilustrar esses casos podemos citar produtos como cimento, petróleo e aço, entre outros.
Se percebermos que esses produtos são difíceis de diferenciar e têm quase as mesmas
características.

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Neste tipo de oligopólio, como são poucas as empresas que produzem estes produtos, a
decisão dos volumes de produção e do preço de cada uma tem impacto directo nas demais.

 Oligopólio diferenciado: O oligopólio diferenciado ocorre quando as empresas que


competem naquele sector produzem produtos diferenciados, que se comportam como
substitutos uns dos outros. Mas eles não são substitutos perfeitos.

Os produtos comercializados neste tipo de oligopólio podem tornar-se semelhantes, mas


certas diferenças de valor acrescentado podem ser a causa da opção de compra do
consumidor.

Portanto, o consumidor pode escolher aquele que oferece o melhor preço, desempenho,
funcionalidade e qualidade geral.

A diferenciação também pode ser decorrente de investimentos em publicidade, pesquisa e


desenvolvimento, que permitem gerar valor adicional para os usuários desses produtos.

 Oligopólio natural: É o oligopólio que ocorre quando poucas empresas podem


competir no mercado, devido a certas condições naturais como o aproveitamento da
economia de escala ou da demanda que enfrentam. Esta situação pode fazer com que
se comportem como barreiras que não permitem o acesso de mais concorrentes.

As vantagens obtidas sobre seus concorrentes são produzidas pela maximização de seus
processos produtivos pelo uso de suas instalações, máquinas e equipamentos, edifícios, bens
de capital; e sua infra-estrutura física em geral.

 Oligopólio legal: Ocorre quando as barreiras de entrada são colocadas por protecções


concedidas pelo estado ou governo. Essas barreiras podem ser concessões, subsídios,
privilégios, concessões ou qualquer tipo de ajuda para evitar a entrada de concorrentes no
mercado. Os mais usados são dumping, subsídios, concessões e qualquer regulamentação
de mercado.

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2.5. Formas de Oligopólio

O oligopólio apresenta as seguintes formas básicas: Cartel, Truste e Holdings.

2.5.1. Cartel

Cartel é um acordo comercial entre empresas, visando à distribuição entre elas das cotas de
produção e do mercado com a finalidade de determinar os preços e limitar a concorrência.

Nesse entendimento, cartéis são formados por grupos de empresas independentes que
produzem produtos semelhantes e tem como objectivo dominar o mercado, as empresas se
unem fazendo uma associação que busca discutir questão de preços e acabam chegando a um
acordo uniformizado. Esse termo é, em geral, aplicado às organizações internacionais, como
a OPEP, entidade que controla grande parte do comércio mundial de petróleo. Dessa forma
eles prejudicam a economia por impedir o acesso do consumidor à livre-concorrência, assim
beneficiando as empresas. Sejam em preços ou de quaisquer outras condições de venda,
inclusive limitações territoriais. Sua tendência é dura pouco, pois existe conflito de interesse
das partes. Em uma livre concorrência não existe cartéis, eles só existem onde há uma
protecção governamental.

Entre as condições favoráveis ao aparecimento dos cartéis destacam-se:

 A existência, de um pequeno número de empresas, pois isso facilita a conclusão de


um acordo, o contrário seria difícil chegar a um acordo;
 A existência de uma forma semelhante de produção, no que respeita aos custos, pois
se houver diferenças acentuadas neste campo as empresas com menores custos não
desejarão cartelizar-se, pois tem condições de concorrer em vantagem sobre os
concorrentes.

2.5.2. Truste

Um truste é uma coligação económica ou financeira, um agrupamento de empresas que tem


como objectivo diminuir e eliminar a concorrência e minimizar os custos de produção
dividindo o mercado.

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Vasconcellos (2002), diz que: Comportamento cooperativo: formam cartéis. Cartel é uma
forma organização de produtores dentro de um sector, que determina a política para todas as
empresas do cartel. O cartel fixa preços e a repartição do mercado entre empresas.

2.5.3. Holdings

Segundo Fábio Nusdeo (2001), holding é: “Sociedade cuja totalidade ou parte de seu capital
é aplicada em acções de outra sociedade gerando controlo sobre a administração das
mesmas. Por essa forma assegura-se uma concentração do poder decisório nas mãos da
empresa mãe - holding. Note-se, porém que nem sempre a holding é usada para esse fim.”

Uma holding é uma empresa que actua como controladora de outras companhias, detendo
participação maioritária nas acções de suas subsidiárias. Holding não é um tipo societário,
mas uma forma de administração de grupos empresariais que visa redução da carga tributária
e retorno de capital sob a forma de lucro.

Seu conceito básico é que elas não têm uma actividade própria, têm dinheiros que investem
em outras empresas que exercem outras actividades. Formam conglomerados compostos dos
mais diversos segmentos e até concorrentes entre si. Sua criação tem vários objectivos, mas o
comum é a protecção patrimonial. Outra utilidade é que elas podem ter facilidade de
administrar a gestão, são empresa limitada ou uma sociedade anónima.

2.6. MODELOS OLIGOPOLÉTICOS


Existem vários modelos oligopólicos a ser observados na interacção entre económica. A
razão pela qual existe mais do que um modelo oligopolético é que a interacção entre
empresas é muito complexa. Depende se o produto é homogéneo ou diferenciado, se existe
uma empresa dominante, quer as empresas concorram com base na produção ou no preço,
etc. Dos modelos oligopoléticos destacamos:

2.6.1. Modelo de Cournot

O Modelo de Cournot ou Competição de Cournot é um modelo económico utilizado para


descrever uma estrutura de indústria em que as empresas competem de acordo com a
quantidade produzida pelos seus concorrentes, existindo uma grande interdependência nas

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decisões dos agentes. O modelo foi desenvolvido por Antoine Augustin Cournot (1801-1877)
ao observar da concorrência em um mercado em duopólio.

2.6.1.1. Características

 Há mais de uma empresa e todas as empresas produzem produtos homogéneos, ou


seja, não há uma diferenciação do produto;
 As empresas não cooperam, ou seja, não há conluio;
 As empresas têm poder de mercado, ou seja, a decisão de cada empresa afecta o preço
de saída do produto;
 O número de empresas é fixo;
 As empresas competem em suas quantidades e escolhem quantidades
simultaneamente;
 As empresas são economicamente racionais e agem estrategicamente, procurando
maximizar seu lucro dado decisões dos seus concorrentes.

Um pressuposto essencial deste modelo é o não conjectura, e cada empresa tem como
objectivo maximizar os seus lucros, com base na expectativa de que a sua decisão própria não
terá nenhum efeito sobre as decisões de seus rivais ou concorrentes. Todas as empresas
sabem o número total de concorrentes no mercado e tomam os preços e quantidades destas
concorrentes como dado. Cada empresa tem uma função de custo e as funções de custo são
tratadas como conhecimento comum a todas as concorrentes. As funções de custo podem ser
as mesmas ou bem diferentes entre as empresas. O preço de mercado é fixado em um nível tal
que a demanda se iguala à quantidade total produzida por todas as empresas. Cada empresa
tem a quantidade definida pelos seus concorrentes como algo dado, e avaliam a sua demanda
residual se comportando como se estivessem em um monopólio.

Cournot propõe um modelo duopólio muito simples onde o produto é homogéneo e, segundo
Cournot, as empresas atuam em quantidades, ao contrário da Bertrand, que afirma que as
empresas atuam sobre os preços.

Esta diferença entre os dois fará com que os resultados alcançados sejam muito diferentes
entre eles.

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As conclusões alcançadas com o modelo Cournot são: com este modelo, encontrando as
funções de reacção das duas empresas que se atingem o ponto de equilíbrio, que é melhor do
que o monopólio, mas não atinge a de uma concorrência perfeita (este equilíbrio é atingido
automaticamente) e também, Se as empresas tiverem custos iguais, as duas empresas dividem
o mercado igualmente.

2.6.1.2. Hipóteses fundamentais de Cournot

 As empresas competem oferecendo um produto homogéneo;


 O preço de mercado do produto é a soma das ofertas individuais de cada empresa e a
procura. Portanto, o preço é aquele em que, dada a procura, não há excesso ou falta de
oferta.
 Cada empresa decide a sua quantidade para produzir simultaneamente. Esta hipótese
não implica necessariamente que as decisões sejam tomadas simultaneamente no
mesmo período, mas sim que, quando cada concorrente tem de tomar a sua decisão,
não conhece a decisão tomada pelos outros concorrentes.

2.6.2. Modelo Stackelberg

Um oligopólio Stackelberg é aquele em que uma empresa é líder e outras empresas são
seguidores. Este modelo aplica-se quando:

 As empresas vendem produtos homogéneos;


 A concorrência se baseia na produção; e
 As empresas escolhem a sua produção sequencialmente e não simultaneamente.

O líder é geralmente um pioneiro que escolhe a sua produção antes que outras empresas
possam. Uma vez que outras empresas têm de estabelecer a sua decisão de produção dada a
decisão de produção do líder, o líder num oligopólio Stackelberg tem geralmente uma cota de
mercado mais elevada e lucros mais elevados do que outras empresas do oligopólio.

Empresas que competem com produtos homogéneos precisam maximizar seu lucro por meio
da quantidade produzida. Quanto mais produzir e vender, mais poder de escala se terá e mais
irá facturar e lucrar.

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Para a empresa saber qual é a quantidade óptima que deve produzir para maximizar o seu
lucro ela deve então levar em conta o que seus concorrentes estão produzindo.

Para calcular a maximização de lucro de cada empresa é preciso igualar a receita marginal ao
custo marginal de cada uma. E a partir da derivada da equação de receita total (preço x
quantidade) encontra-se a curva de reacção de cada empresa. Que é assim chamada já que
define a acção de produção de uma empresa dado a produção da outra.

2.6.3. Modelo Bertrand

Existem duas versões do modelo da Bertrand dependendo se são produtos homogéneos ou


diferenciados.

O modelo oligopólio da Bertrand de produtos homogéneos aplica-se quando as empresas


oligopólio produzem produtos normalizados ao mesmo custo marginal. O nível de produção e
dos preços num oligopólio Bertrand é o mesmo que em perfeita concorrência. Neste modelo,
a empresa primeiro define o preço de um produto e depois o produz. Em outras palavras, não
há ajuste de produção, mas de preço.

O modelo de produtos diferenciados da Bertrand sustenta que quando um oligopólio produz


produtos diferenciados, a concorrência de preços não conduz necessariamente a um resultado
competitivo. É porque quando cada empresa produz um produto diferenciado, a sua procura
não se torna zero quando o seu preço aumenta. Com efeito, o modelo da Bertrand conclui
que, se uma empresa aumentar o seu preço, as outras empresas num oligopólio diferenciado
também deverão aumentar o seu, uma vez que isso aumentará os seus lucros.

Para Bertrand, as informações sobre a demanda total do mercado não são importantes, como
se cada empresa soubesse que pode manter todo o mercado se conseguir tirar seu rival do
mercado.

No modelo de Bertrand, os produtos produzidos e os vendidos são idênticos. Eles têm custos
de produção idênticos e capacidade produtiva ilimitada. Isso implica que, se uma empresa
conseguir afundar a outra, poderá manter todo o mercado.

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2.6.4. Modelo Edgeworth

O modelo do economista e estatístico britânico Francis Ysidro Edgeworth também critica a


solução de duopólio de Cournot, ao supor que cada empresa acredita que seu concorrente
manterá a mesma produção, independentemente de suas decisões.

A principal diferença entre os modelos de Edgeworth e Bertrand é que, para Bertrand, a


capacidade de produção da empresa duopolista é ilimitada e capaz de atender a qualquer
demanda do mercado. Enquanto no modelo de Edgeworth, a capacidade produtiva das
empresas duopolistas é limitada.

Para que nenhuma empresa possa satisfazer toda a demanda por preços baixos. Cada empresa
aceita e satisfaz a demanda por um produto, mas a um preço que lhe permite atender.

Nesse modelo, não é essencial que haja homogeneidade nos produtos das empresas; basta que
haja pequenas diferenças de preço para os clientes trocarem de produtos devido a preços
baixos.

2.6.5. Modelo Chamberlin

Este modelo de oligopólio não colusório foi citado pelo economista americano Edward
Hastings Chamberlin em sua obra Theory of Monopolistic Competition. Neste importante
trabalho, Chamberlin aprimorou os modelos clássicos de oligopólio conhecidos, incluindo
Cournot.

Sua contribuição para a ciência económica nesse campo está na explicação que ele ofereceu
sobre preços e produção sob condições oligopolistas de mercado. Em seu modelo de
oligopólio, ele analisa as teorias de Cournot, Edgeworth e Bertrand.

Ao contrário disso, Chamberlin afirma que os oligopolistas reconhecem tacitamente sua


interdependência e, portanto, agem de acordo. Chamberlin não compartilha a tese de seus
antecessores, em relação ao comportamento independente dos oligopolistas.

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2.7. FORMAÇÃO DE PREÇO EM OLIGOPÓLIOS
“No oligopólio, a firma pesquisa o preço. Embora tenha alguma influência sobre o preço, sua
influência está limitada pelas possíveis reacções de seus concorrentes”. (WONNACOTT,
1982, p. 521).

O oligopólio por possuir poucas empresas, o número de vendedores é reduzido, tornando


assim essas empresas consideradas rivais. Através de estratégias de política de preços com
objectivo de maximizar lucro de todas as empresas como uma forma conjunta, substituindo
seu lucro individual, formam acordos entre si para formar preço no mercado.

2.7.1. ACORDOS

Os acordos podem ser formais ou organizados e tácitos.

Os acordos organizados e formais são, portanto um oligopólio conivente e organizado, assim


empresas se organizam formando associações para estabelecer preço e a demanda do
mercado entre si, visando aumentar seus lucros. Dando origem a existência de cartéis.

Liderança de preço é a forma de conclui o imperfeito em que as firmas do sector do


oligopólio decidem, sem acordo formal, estabelecer o mesmo preço, aceitando a liderança de
preço de uma firma da indústria.

As formações de preço em acordos tácitos acontecem quando uma empresa é considerada


líder. Com uma lógica mais estratégica, ao se colocar na posição do outro, imaginando as
possibilidades que tem de agir e então é tomada a decisão. Essa liderança acontece através de
uma liderança de uma empresa dominante, que para ser dominante normalmente segundo a
literatura económica a firma domina acima de 50% do mercado.

Empresa líder é a responsável pela tomada de decisão e responsável por impor essa decisão
no mercado porem também pensa no mercado e imagina no que seus concorrentes podem
fazer para tomar suas decisões.

“Existem duas maneiras de determinação de preço, consequentemente sua determinação no


mercado, em um sistema oligopolistico: a primeira é dada pela empresa barométrica, e a

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segunda é pela empresa dominante, não estritamente pela planilha de custos industriais”
SHERER (1979).

Liderança barométrica reflecte de acordo com as condições do mercado o preço de cada


empresa, medindo a pressão do mercado, ou seja, tende a conseguir ler os sinais que o
mercado está sinalizando, dessa forma determina medidas que são seguidas por outras
empresas. É uma empresa que muitas vezes não é a maior, não possui tecnologia tão
avançada, mais consegue fazer grandes leituras dadas pelo desejo do consumidor.

2.7.2. Como o preço é estabelecido

É muito comum à forma pratica de determinar preço, pois os empresários dentem a


minimizar seus riscos de forma mais simples possível, a partir de três possibilidades que
vamos analisar como o preço é estabelecido, pois pesquisas mostram que empresários não se
baseia em custos marginais, mas em custos médios para determinar seu preço.

Em geral o preço é estabelecido segundo três regras práticas, os princípios do custo total que
é o Mark-up e o preço padrão ou preço standard e o preço focal.

“A prática do Mark-up baseia-se na constatação de que as firmas conhecem seus custos, mas
não preveem a demanda por seu produto de maneira adequada, o que impossibilita a previsão
de suas recitas”. (PASSO; NOGAMI, 1994).

Mark-up é quando uma empresa coloca uma margem fixa de ganho sobre aquele produto.
Um exemplo é quando um empresário coloca 100% de ganho quando vai vender uma camisa,
20% quando vai vender uma mesa e 70% quando vai vender uma televisão, dessa forma ela
paga em uma compra de uma camisa 100 Mt e acaba estabelecendo um preço de venda de
200 Mt ou de 250 Mt. Essa diferença é o Mark-up, sua principal vantagem é o facto dos
empresários conhecer a situação do seu negócio. Ele pode saber, por exemplo, se está na área
de ponto de equilíbrio contábil ou quanto está lucrando.

As vantagens de adoção deste modelo são, principalmente, que “o nível de mark-up


dependerá da força dos oligopolista de impedir a entrada de novas firmas “ e o fato de que,
nesse caso, “ as empresas não são independentemente, isto é, não são influenciadas pelo

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comportamentos das concorrentes, como no modelo clássico. Fixam seus preços apenas em
função de seus custos” VASCONCELLOS; TROSTER (, 1996,P. 164).

O preço de standard é o preço que tente a ter um retorno sobre tudo o que foi investido,
capital. Um exemplo, um empresário fez um investimento de cem mil em um
empreendimento, o retorno que ele está esperando é de 20% a partir desse retorno vai ser
analisado como o preço vai ser estabelecido, como analisando quanto vai ser obviamente a
produção, devido o ganho esperando pelo o numero de unidades.

Preço focal é a ideia de se ter a possibilidade de trabalho com pontos focais. Nesse caso são
pontos comuns que imaginamos. São determinados valores em que os preços acabam de se
estabelecidos e todos os seguimentos acabam indo para aquele ponto. Através de tomada e
determinadas decisões acabam sendo seguido por outras empresas assim se cristalizando esse
ponto focal.

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3. Conclusão
Os oligopólios são as estruturas de mercado imperfeito que prevalecem na economia, são
caracterizados por apresentar poucas empresas e muitos consumidores sendo elas dominantes
e produzem produtos diferentes ou iguais, porem, podem ser substituídos entre si. Assim
qualquer uma das poucas empresas, sendo estudadas isoladamente é capaz de influenciar no
mercado que actua, ou também todas juntas. Esta estrutura do mercado prejudica o
consumidor devido à falta de concorrência. Os preços praticados neste mercado são mais
altos, o que acaba também interferindo no que chamamos da pratica de cartel. Os mercados
oligopólicos são de grande maneira cartelizados e apresentam grandes barreiras para a
entrada de novas empresas devido a custos elevados para o início das actividades e os seus
rendimentos são esperados em curto ou longo prazo. Para maximizar os lucros, as empresas
que actuam em Oligopólio estabelecem vários acordos pois elas actuam como se fossem uma
sociedade interdependente.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GARCIA, Manuel Enriquez; VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval. Fundamentos
de Economia. São Paulo: Atlas; 2002.pdf

WONNACOTT, Paul; WONNACOTT, Ronald. Economia. São Paulo, 1982.

KUPFER, David. Economia industrial: fundamentos teóricos e práticos no Brasil. Rio de


Janeiro, Campus, 2015.

NUSDEO, Fábio. Curso de Economia: introdução ao Direito Econômico. 3.ª ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2001.

TROSTER, Roberto Luís. Manual de economia. Estrutura de Mercado. 6. Ed. São Paulo.


Sa raiva 2014.

SCHERER, F.M. Preços Industriais Teoria e Evidencia.  Campus, 1997.pdf

PASSOS, Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de economia ed. 2 reimpressão da


revista: 2008.pdf

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