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Livro Eletrônico

Aula 03

Economia do Setor Público e da Regulação p/ TCU (Auditor Federal de


Controle Externo) 2018
Heber Carvalho, Daniel Saloni

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Profs Heber Carvalho e Daniel Saloni
Aula 03

Sumário
4. MONOPÓLIO ..........................................................................................................2

4.1. AS CURVAS DE DEMANDA, RECEITA MÉDIA E RECEITA MARGINAL DA FIRMA MONOPOLISTA ............4

4.2. A RECEITA MARGINAL E A ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA NO MONOPÓLIO ..............................7

4.3. EQUILÍBRIO DO MONOPOLISTA ..................................................................................................... 10

4.4. DETERMINAÇÃO DO PREÇO DO MONOPOLISTA E O MARK UP......................................................... 13

4.5. ÍNDICE DE LERNER E O PODER DE MONOPÓLIO .............................................................................. 14

4.6. A CURVA DE OFERTA E O EQUILÍBRIO DE LONGO PRAZO DA FIRMA MONOPOLISTA......................... 15


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4.7. A INEFICIÊNCIA DO MONOPÓLIO.................................................................................................... 16

4.8. A DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS ....................................................................................................... 22

4.9. A ESCALA MÍNIMA DE EFICIÊNCIA................................................................................................... 25

5. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA.......................................................................... 31

6. OLIGOPÓLIO ......................................................................................................... 36

6.1. MODELO DE COURNOT Concorrência via quantidade ................................................................... 38

6.2. MODELO DE BERTRAND Concorrência via preço ........................................................................... 39

6.3. MODELO DE SWEEZY Modelo da demanda quebrada ................................................................... 39

6.4. MODELO DE STACKELBERG liderança de quantidade .................................................................... 40

6.5. CONLUIO / CARTEL......................................................................................................................... 41

MAIS QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................. 46

LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS ........................................................................ 53

GABARITO ............................................................................................................... 59

Estruturas de Mercado Parte IV 1


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Olá caros(as) amigos(as),

Na aula 02, vimos basicamente a hipótese de maximização dos lucros e o mercado de concorrência
perfeita. Hoje, vamos continuar o assunto da aula passada, estudando outras estruturas de mercado.
Vamos até continuar a numeração de itens, questões e números das figuras iniciada na aula passada. É
para ficar bem claro que se trata mesmo de uma continuação de assuntos, ok!?

Bem... agora sim, vamos continuar a falar sobre as estruturas de mercado!

4. MONOPÓLIO

O monopólio é o oposto da concorrência perfeita, representando a inexistência de competição, o


suprassumo da anticoncorrência, uma vez que temos apenas uma firma que domina todo o mercado.
Na posição de único produtor de determinado produto, o monopolista está na situação onde toda
empresa sonha estar, ele está em uma posição singular, única. Se decidir elevar o preço do produto, não
precisa se preocupar com a concorrência, simplesmente, porque ela não existe! Isto acontece porque o
monopolista é o próprio mercado e controla a quantidade ofertada de produto que será posto à venda.
No entanto, isso não significa que o monopolista possa, a seu bel -prazer, cobrar o preço que quiser
caso seu objetivo seja a maximização de lucros. Este curso é um exemplo. Hipote ticamente, suponha que
este fosse o único material de Economia à venda disponível para o concurso da PF. Será que eu poderia
cobrar R$ 5.000,00 pelo curso? Provavelmente, se este fosse o único curso à venda no mercado, ainda
assim, eu não poderia cobrar R$ 5.000,00 por ele. Por que não? Economicamente, a resposta é óbvia:
poucas pessoas iriam adquiri-lo, de forma que o lucro seria menor, apesar de eu ser o monopolista do
produto, neste exemplo imaginário.
As características básicas do monopólio são as seguintes:

1) Uma única empresa produtora do bem ou serviço;


2) Não há produtos substitutos próximos;
3) Existem barreiras à entrada de firmas concorrentes.

O motivo 1 significa a própria essência do monopólio.


O motivo 2 é decorrência do motivo 1, pois se o bem produzido pelo monopolista possuísse
substitutos próximos ou produtos que fossem equivalentes, não teríamos um monopólio, mas sim uma
estrutura de mercado que se aproximaria da concorrência monopolística.
O motivo 3 é o mais interessante e é ele que explica por que os monopólios existem e ainda podem
durar por bastante tempo. A causa fundamental de um monopólio existir está nas barreiras à entrada. Isto

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é, um monopolista se mantém como único vendedor de seu mercado porque as outras empresas são
impossibilitadas de entrar no mercado e competir com ele.
Basicamente, as barreiras à entrada têm quatro origens principais:

i) Recursos de monopólio:
Uma empresa possui os recursos chave para a produção de determinado prod uto. Por
exemplo, a Aluminium Company of America (Alcoa) deteve o monopólio no mercado de alumínio
por mais de 50 anos. Isto aconteceu porque ela controlava todas as fontes de fornecimento de
bauxita, que é a matéria-prima do alumínio.

ii) Regulamentações do governo:


Às vezes, os monopólios surgem porque o governo concede somente a uma empresa o
direito exclusivo de vender algum bem ou serviço. As leis que regulam as patentes e os direitos
autorais configuram um exemplo desta situação e o objetivo de tais normas é estimular e
recompensar aquela empresa que investiu em inovações que trazem benefícios à coletividade. Por
exemplo, por alguns anos, foi garantido à empresa farmacêutica Pfizer o direito exclusivo de vender
o famoso Viagra, para a impotência sexual.
Estas situações em que uma empresa detém o monopólio de um produto por força de lei
são chamadas de monopólio legal. Vale ressaltar que o monopólio legal não ocorre somente no
caso das patentes. Por exemplo, por mais de 40 anos (1954 a 1997), o governo concedeu à
Petrobrás o direito exclusivo de explorar o petróleo localizado em terras brasileiras, mesmo sem ter
sido ela a inventora do processo de extração de petróleo.

iii) Processo de produção:


A produção de determinados bens apresentam economias de escala para os níveis de
produção relevantes. Nesse caso, quanto maior for a produção, menor será o custo médio, uma vez
que a curva de custo médio de longo prazo é decrescente quando temos economias de escala. Em
outras palavras, uma só empresa pode produzir a um custo médio menor do que se houvesse um
número maior de empresas. Quando esta situação ocorre, temos um monopólio natural ou puro.
Importante: a principal característica do monopólio natural é a existência de economias de escala
no processo de produção.
Esse é o caso das empresas que têm uma parcela muito alta de custo fixo e custos variáveis
baixos, quando comparados com o custo fixo. Aqui, é bem menos custoso um número menor de
firmas produzir, ou até mesmo uma só firma fazê-lo. Como exemplo de monopólios naturais, temos
as companhias de energia elétrica, telefonia, abastecimento de água e saneamento básico das
cidades.
A tecnologia de produção destes serviços é de tal ordem que uma vez incorridos os altos
custos das instalações, a expansão da produção por uma só firma (monopolista) irá reduzir os
C

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estrutura de custos médios é decrescente para toda a faixa relevante de produção 1. Ou seja, à
medida que se aumenta a produção, os custos médios irão decrescer cada vez mais, e isso só
acontece nestas empresas inseridas neste caso específico do monopólio natural.
Quando temos uma tecnologia de produção com a existência de economias de escala, as
empresas de fora do mercado sabem que não poderão atingir os mesmos baixos custos de que
desfruta o monopolista porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia menor do mercado e
ainda teria que arcar com altíssimos custos iniciais de implantação da firma.
Por fim, ressalto que, em algumas obras, a ocorrência de economias de escopo, quando os
custos totais de uma só empresa são menores que os custos totais de várias empresas, também
representa barreiras à entrada e pode provocar o surgimento de monopólios naturais.

iv) Tradição no mercado:


A tradição que algumas firmas possuem muitas vezes funciona como barreira à entrada. Por
exemplo, demorou bastante tempo e demandou muitos investimentos até que os japoneses
pudessem concorrer com a tradição dos relógios suíços e com a tradição dos automóveis alemães e
americanos.
Agora que já temos uma visão geral do monopólio, podemos estudar os aspectos econômicos do
funcionamento desta estrutura de mercado.

4.1. AS CURVAS DE DEMANDA, RECEITA MÉDIA E RECEITA MARGINAL DA


FIRMA MONOPOLISTA

No mercado concorrencial, figuras 01 e 02, nós vimos que a curva de demanda individual da firma
era uma reta horizontal passando pelo nível de preço e que, ao mesmo tempo, tal curva também
representava o nível da receita marginal e da receita média.
No monopólio, entretanto, a curva de demanda da firma será igual à curva de demanda do mercado
e a explicação é simples: a firma monopolista é o próprio mercado. A produção da firma será a própria
produção do mercado, pois só existe uma firma no mercado! Assim, a demanda enfrentada pela firma será
a própria demanda do mercado. Logicamente, sua curva de demanda individual será igual à curva de
demanda do mercado que é negativamente inclinada.
A consequência mais importante desse fato é que, diferentemente do que ocorre na concorrência
perfeita, a receita marginal não será igual ao preço. Na concorrência perfeita, o fator que faz com que a
receita marginal seja igual ao preço é justamente o fato de que a firma individ ualmente é tomadora de
preço e enfrenta uma curva de demanda horizontal (perfeitamente elástica).

1
N U
apresentadas na aula 01, por exemplo. O entendimento do CESPE é que, para o monopólio natural, a curva de custo
médio será sempre decrescente, indicando que o aumento de produção irá sempre reduzir o custo médio.

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No monopólio, a receita marginal será menor que o preço que a firma cobra pelo seu produto.
Isso pode ser constatado graficamente; veja a figura 10:

gura 10
DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL
(FIRMA ISOLADA) NO MONOPÓLIO
A firma é o próprio
Preços Demanda de mercado
mercado
Demanda para a
firma monopolista
E1 F
PE1 E1 PE1

E2
PE2
DFIRMA
DMERCADO

QE1 Quantidade QE1 QE2


de produtos

a) MERCADO TOTAL b) FIRMA


INDIVIDUAL
Observe, no gráfico 10.b, que se o monopolista aumentar a sua produção (de Q E1 para QE2) e
mantiver o mesmo preço inicial (P E1), simplesmente não haverá demanda para o produto. Veja que a
interseção de QE2 com PE1 é o ponto F, fora da curva de demanda. Ou seja, não haverá demanda para
aquele nível de quantidades produzidas (Q E2) ao preço P E1, de modo que a firma não aumentará sua receita
se decidir aumentar a produção e manter os preços.
Para aumentar a produção e conseguir vendê-la, a firma monopolista deve reduzir os preços. Isto
acontece porque a curva de demanda enfrentada pela firma (demanda individual) é a própria curva de
demanda do mercado, que é negativamente inclinada, indicando que quanto maiores forem as
quantidades demandadas, menores devem ser os preços. É o que acontece no gráfico: para aumentar a
produção de QE1 para QE2, e se manter na curva de demanda, a firma deve reduzir os preços de P E1 para PE2
para que ainda haja demanda do produto.
Desta forma, cada produto adicional que a firma queira produzir deve estar em um preço abaixo do
que era praticado no nível de produção imediatamente anterior. Isto quer dizer que, para vender mais (ir
de QE1 para QE2), a firma deve reduzir o preço, indicando que a receita adicional pela venda de seu produto
adicional será inferior ao preço que era praticado anteriormente. A conclusão a que chegamos é a
seguinte:

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A receita marginal no monopólio será sempre menor que o preço do


produto. Em monopólio, Rmg < P.

Vemos então que, no monopólio, para se vender um produto adicional, a firma terá que fazê -lo a
um preço menor que aquele praticado anteriormente. Desta forma, a receita, na margem, será sempre
menor que o preço que era praticado no nível de produção imediatamente anterior. Em outras palavras,
no monopólio: Rmg<P.
Intuitivamente, soa bastante estranho esta afirmação de que o monopolista deve baixar o preço
para vender mais. Entretanto, devemos que ter a noção de que o monopolista é a única firma no mercado.
Ao preço P E1 (figura 10), toda a demanda do mercado é satisfeita consumindo exatamente QE1. Ou seja, a
população consumidora, ao preço P E1, só deseja consumir QE1. É isto que nos mostra a curva de demanda
da figura 10. Se o monopolista quiser vender mais produtos, ele terá que baixar o preço, fazendo as
quantidades demandadas da população aumentarem. Na figura 10, para vender Q E2, ele deve reduzir o
preço, cobrando PE2. Ou seja, ele deve reduzir o preço para que a quantidade demandada dos
consumidores aumente. Em outras palavras, isto significa dizer que a receita marginal (Rmg) será inferior
ao preço (P).
Na concorrência perfeita, a curva da receita marginal é a mesma curva de demanda individual da
firma (uma reta horizontal ao nível do preço) figura 02 da aula 04. No entanto, em monopólio, pelo fato
de a Rmg ser menor que o preço, a curva da Rmg deverá ser tal que, para cada nível de produção, a Rmg
encontrada seja menor que P. Isto trará a seguinte consequência:
No monopólio, a curva da receita marginal estará abaixo e à esquerda da curva de demanda da
firma (que é igual à curva de demanda do mercado negativamente inclinada).
Se montarmos um gráfico típico, com os valores de P e Rmg no eixo vertical e os valores de Q no
eixo horizontal, veremos que a curva de receita marginal possui o mesmo intercepto vertical da curva de
demanda e inclinação duas vezes maior.

Fi g. 11
P, Rmg
Curva de demanda da firma
Intercepto A (=demanda de mercado)
vertical

Curva de receita marginal no


monopólio:

- mesmo intercepto vertical;

- inclinação 2X maior;

O B C
OB = OC/2 Q
OC

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Obs: matematicamente, é bem simples demonstrar por que a curva da receita marginal possui o mesmo
intercepto vertical e tem exatamente o dobro de inclinação da curva de demanda. No entanto, para este
concurso (com foco no CESPE/Unb, e na prova de Conhecimentos Gerais para todos os cargos), tal
demonstração algébrica não nos interessa! Apenas saiba que, em monopólio, a curva da receita marginal
está abaixo e à esquerda da curva demanda, sendo 2 vezes mais inclinada.

Como decorrência do fato de a curva de Rmg ter o dobro da inclinação da curva de demanda, o
intercepto horizontal da demanda será o dobro do valor do intercepto horizontal da Rmg. Ou seja, o
segmento OB é exatamente a metade do segmento OC.
Já sabemos que Rmg<P e que a curva da Rmg estará abaixo e à esquerda da curva de demanda,
certo?! Mas... e quanto à receita média (Rme)? Será que ela é igual ao preço, assim como acontece na
concorrência perfeita? A resposta é sim! Algebricamente, isso é demonstrado se m maiores dificuldades:

Ou seja, a Rme é o próprio preço que o consumidor paga em cada unidade do produto. Então, a
curva da Rme é a própria curva de demanda do mercado. Na figura 11, a curva da Rme será o segmento AC,
de modo que a curva de demanda é igual à curva da Rme.

4.2. A RECEITA MARGINAL E A ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA NO


MONOPÓLIO

Existe uma expressão que relaciona a receita marginal (Rmg) com os preços (P) e a elastici dade
preço da demanda (EPD) enfrentada pela firma individual. Não nos interessa demonstrá-la
matematicamente, mas apenas entendê-la. Segue a expressão:

Note que a expressão reafirma de modo matemático aquilo que aprendemos na concorrência
perfeita. Por exemplo, em concorrência perfeita, temos o seguinte: Rmg=P. Em mercados competitivos
(concorrência perfeita), a curva de demanda da firma é uma reta horizontal, indicando que a demanda
enfrentada pela firma individual é infinitamente e lástica (EPD L (todo número dividido
por infinito é igual a zero). Como , teremos, para a concorrência perfeita, onde EPD

Rmg = P(1 0) => Rmg = P(1) => Rmg = P

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Nós sabemos que os lucros serão maximizados, para qualquer tipo de mercado, sempre quando
Rmg=Cmg. Assim, podemos reescrever a expressão substituindo a Rmg por Cmg, de modo que a
maximização de lucros acontecerá quando:

assim:

Do ponto de vista matemático, podemos perceber que o monopolista nunca irá atuar quando
<1. Se <1, então >1 e a receita marginal (Rmg) será um valor negativo, de maneira que não
se poderá igualar ao custo marginal, pois não existe custo marginal negativo!
Pense comigo: é possível a empresa reduzir o custo total a partir de um aumento de produção?
Não, é claro que não! Portanto, não existe custo marginal negativo. Economicamente, é uma situação
impossível. Assim, o custo marginal será sempre maior ou igual a zero.
Logo, você deve entender que: para que o monopolista consiga maximizar os lucros, sua receita
marginal deve ser igual ao custo marginal, e como este último é sempre maior ou igual a zero, então, a
receita marginal também deve ser igual ou maior que zero; e para a receita marginal ser igual ou maior que
zero, a EPD deve ser maior ou igual a 1.

O monopolista só consegue maximizar lucro se a E PD é igual


ou maior que 01 unidade (E PD . Vale ainda ressaltar que
estamos falando da demanda da firma, logo, a elasticidade
de que estamos tratando é da firma individual e não do
mercado. Por exemplo, individualmente, uma firma
competitiva (em concorrência perfeita) possui elasticidade
preço da demanda igual a infinito, ou
infinitamente/completamente elástica (EPD N
o mercado como um todo (curva de demanda do mercado, e
não da firma) pode possuir uma E PD com valor bem inferior a
infinito.

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Em outras palavras, podemos também reformular a proposição em negrito da seguinte mane ira: o
monopolista não irá operar (ou atuar) onde a curva de demanda é inelástica.
Mais uma vez, temos algo que não soa bem aos ouvidos. Afinal, como é que o monopolista não vai
atuar quando a demanda é inelástica? Ou seja, justamente quando os consumidores são inelásticos aos
preços, ele não vai produzir, é isto mesmo?
Em primeiro lugar, devemos entender que quando falamos que o monopolista não vai atuar quando
a curva de demanda é inelástica, não estamos falando que ele não produzirá qualquer mercadoria e
simplesmente se retirará do mercado quando E PD<1. Não é nada disto! Estamos falando apenas que ele
escolherá um nível de produção em que a demanda seja maior ou igual a 01 unidade.
Como sabemos, em regra, a elasticidade preço da demanda varia ao longo da curva de demanda
(aula 00, figura 21). Assim, na prática, o monopolista pode escolher com qual elasticidade da demanda ele
irá se defrontar. Veja a figura 12, que nos retrata uma demanda linear, assim como foi explicado na aula
00, e, ao mesmo tempo, a curva da receita marginal, com inclinação duas vezes maior (de tal forma que
OM=OC/2):

P, Rmg Fi gura 12

A
EPD > 1

EPD < 1
Rmg

Q
O M C

O que queremos dizer quando falamos que o monopolista não atua quando a demanda é inelástica
é o seguinte: pela figura 12, o monopolista escolherá um nível de produção tal que não exceda o valor do
segmento OM, pois, se o fizer, este respectivo nível de produção estará no ramo inelástico da curva de
demanda (EPD<1), impossibilitando, assim, o monopolista de maximizar o seu lucro.
Entendemos, portanto, que o monopolista só opera no ramo elástico da curva de demanda. Na
figura 12, ele escolheria um nível de O M
remeteria ao segmento AB da curva de demanda, onde temos E PD R
Esquecendo um pouco essa história gráfica e matemática, podemos pensar de modo intuitivo.
T V
Intuitivamente, podemos entender dessa maneira o significado da proposição de que o
monopolista não operará onde a curva de demanda é inelástica: se <1, vendo a curva de demanda,
notamos que uma redução na produção fará o preço aumentar, o que aumentará a receita 2 e reduzirá o

2
Quando Epd<1, a redução das quantidades produzidas (Q) aumenta o preço (P) em proporção maior que a redução
de Q, de forma que a receita total (RT) será aumentada (ver aula 00).

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custo total 3, fazendo com que os lucros 4 aumentem. Assim, qualquer ponto em que <1 é um ponto
onde a empresa pode aumentar os lucros. Ora, se é possível aumentar os lucros, então, <1,
obrigatoriamente, não pode ser um ponto de lucro máximo para o monopolista . Se, quando <1, não
temos lucro máximo; por eliminação, isto significa que, necessariamente, a situação de lucros máxi mos
para o monopolista só pode ocorrer onde 1.

4.3. EQUILÍBRIO DO MONOPOLISTA

Conforme sabemos, da mesma forma que a firma competitiva, o monopolista maximiza os lucros
quando Rmg=Cmg. A diferença básica entre as duas situações é que, no monopólio, a Rmg não é igual ao
preço, mas sim menor. Isto fará com que o monopolista se equilibre sempre com um nível de produto para
o qual o preço seja maior que o custo marginal.
A partir deste raciocínio, vejamos graficamente a decisão de produção (como se dá o equilíbrio) do
monopolista:

Fi gura 13
P, Rmg

A Cmg
PE

Demanda
Rmg
Q
QE

Nota  a estrutura e as curvas de custos do monopolista são as mesmas da firma em concorrência


perfeita. Na verdade, as curvas de custo estudadas na aula 03 se aplicam a qualquer estrutura de mercado.

Em primeiro plano, deve ficar claro que no monopólio a firma pode operar no ramo descendente
(ou decrescente) da curva de custo marginal, o que não acontece na concorrência perfeita (ver item 3.3 da
aula 04).
Em segundo plano, pode haver situações, como ilustrado na figura 13, em que há dois pontos em
que Rmg=Cmg (pontos A e B). Neste caso, o equilíbrio do monopolista ocorrerá no ponto onde a produção
é maior. Então, o equilíbrio de nosso monopolista representado na figura 04 acontecerá quando o preço

3
A redução de custo total ocorre porque houve redução da produção, tendo em vista que o custo depende da
produção. Quanto maior esta, maior aquele; e vice-versa.
4
O lucro aumenta pois há aumento da receita total (RT) e redução do custo total (CT). Como Lucro = RT CT, então,
o aumento de RT e a redução de CT, necessariamente, aumenta o lucro.

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for PE e a produção QE, que foram extraídos do equilíbrio de Rmg=Cmg provenientes do ponto B, e não do
ponto A.
Ou seja, primeiro, igualamos receita e custo marginais é o encontro das curvas de receita e custo
marginais. Se houver dois pontos de igualdade, escolhemos aquele que remete ao maior nível de
produção. Na figura 13, o equilíbrio se dá no ponto B. Neste ponto, o monopolista irá produzir QE. Para
sabermos o preço que será cobrado, subimos uma reta perpendicular, partindo de Q E, até atingir a curva
de demanda, que relaciona as quantidades com os preços. Neste ponto de encontro de Q E com a curva de
demanda, encontramos o preço que será cobrado pelo monopolista: PE.
A receita total da firma é PxQ. No gráfico, isso é equivalente à área abaixo da linha do preço de
equilíbrio e à esquerda da linha da produção de equilíbrio. Na figura 14, é o retângulo O_QE_E_PE. O custo
total da firma será igual 5 CmexQ. No gráfico, isso é equivalente á área à esquerda da linha da produção de
equilíbrio e abaixo da linha do custo médio, que é obtido por meio da intersecção da produção de
equilíbrio com a curva de custo (total) médio. Na figura 14, é o retângulo cinza claro O_QE_C_Cme. O lucro
total será a diferença entre a receita e o custo total. Na figura 14, é a área do retângulo Cme_C_E_PE, cinza
escuro.

Fi g. 14
P, Rmg,
Cme
Cm g

PE E Cm e

C
Cme

D
Rm g
O
QE Q

Como se percebe por meio da figura 14, o lucro da firma monopolista depende da diferença entre
o preço de equilíbrio (preço que o bem é vendido ao consumidor) e o custo médio. Quanto maior essa
diferença, maior será o lucro do produtor.
Uma interessante dúvida que pode surgir é quanto ao fato da possibilidade ou não da firma
monopolista incorrer em prejuízo econômico (RT<CT; ou Rme<Cme). E então, é possível o monopolista
incorrer em prejuízo?
A resposta é sim!

5
Cme=CT/Q => CT=Cme.Q

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Importante: é possível um monopolista incorrer em prejuízo econômico (RT<CT), desde


que esteja em uma situação de curto prazo.

Para haver equilíbrio com prejuízo, em curto prazo, basta que o custo médio seja superior à receita
média (Cme>Rme; ou CT>RT). Como Rme=P, para haver prejuízo, basta que o custo médio seja superior ao
preço. Veja que isto ocorre na figura 15:

P, Rmg, Fi g. 15
Cme
Cm g Cm e

Cme C
PE E

D
Rm g
O
QE Q

A firma iguala o custo marginal e a receita marginal quando a produção é Q E. Neste nível de
produção, o preço do produto é P E (Rme=PE) e o custo médio é Cme. O custo total será o retângulo
O_QE_C_Cme; a receita total será o retângulo cinza claro; o prejuízo será o retângulo cinza escuro. Então,
veja que, neste caso, o monopolista, na verdade, está no ponto de prejuízo mínimo quando Rmg=Cmg.
Por fim, ressalto que a firma monopolista, assim como a firma competitiva, só deve encerrar suas
atividades no curto prazo quando, ao igualar a Rmg ao Cmg, o preço for inferior ao custo variável médio
(P<CVme). A explicação é a mesma que foi feita no item 3.5 da aula 04, e vale para qualquer estrutura de
mercado. No longo prazo, a firma monopolista encerrará as atividades se P<Cme, uma vez que em longo
prazo CVme=Cme.
Assim, entenda que, em curto prazo, o monopolista pode se equilibrar (igualar Rmg=Cmg) obtendo
prejuízo econômico, desde que o preço seja superior ao custo variável médio. No entanto, em longo prazo, a
firma monopolista encerrará suas atividades se obtiver prejuízo econômico.

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4.4. DETERMINAÇÃO DO PREÇO DO MONOPOLISTA E O MARK UP

Vimos anteriormente que Vimos também que o lucro é máximo quando


Rmg=Cmg. Substituindo Rmg por Cmg na expressão, obtemos:

Trabalhando em termos do preço (P), obtemos:

Ou,

Essa expressão tem uma interessante interpretação. Nós sabemos que o monopolista não atua
quando <1, de modo que podemos dizer com certeza que a firma monopolista só produzirá quando

À medida que aumentamos indefinidamente o valor da , o denominador da expressão em


negrito, , vai se aproximando de 01, o que significa que o preço do produto vai se aproximando
do custo marginal. Veja uma aplicação: na concorrência perfeita, a demanda da firma é infinitamente
E N , , será igual a 1 e o
preço será igual ao custo marginal, exatamente como aprendemos na concorrência perfeita (P=Cmg).
Entretanto, no monopólio, sabemos que Epd não é infinita, mas é maior que 01 unidade,
Quanto mais a Epd se aproxima de 01, maior será o preço do produto (P) e mais ele se distancia do custo
Q E E P
mais ele se aproxima do custo marginal.
Com isso, podemos concluir que quanto mais elástica for a curva de demanda com a qual o
monopolista se defronta, mais próximo estarão o preço e o custo marginal, e menor será a sua margem

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(excesso) sobre o custo marginal. Em outras palavras, quanto mais inelástica6 for a curva de demanda da
empresa, maior o poder de monopólio.
A expressão do preço do monopolista também nos possibilita calcular o percentual de mark up da
firma monopolista. O mark up é a margem do preço que está acima do custo marginal (mark up=P/Cmg).
Por exemplo, suponha uma firma que cobre R$ 5,00 por um produto, sendo que o custo marginal é
de apenas R$ 4,00. Se estivesse em mercado competitivo, a firma seria obrigada a cobrar o preço igual ao
custo marginal, logo, teríamos preço igual a R$ 4,00 e não igual a R$ 5,00. O mark up desse monopolista é o
excesso do preço sobre o custo marginal. No nosso exemplo, o mark up seria P/Cmg=5/4=1,25. Em
porcentagem, o mark up desta firma é de 25%, que é exatamente a proporção do preço que está acima do
custo marginal.
Se P/Cmg=1, então, percentualmente, dizemos que não há mark up e o mercado é competitivo,
pois P=Cmg. De forma análoga, se P/Cmg=2, então, o mark up é de 100%, se P/Cmg=1,5, o mark up é de
50%.
Seguem as expressões algébricas para o mark up:

Se observarmos as expressões do inicio do tópico, e substituirmos o valor do Cmg, o mark up


também poderá ser:

Pela expressão, percebe-se que, quanto maior a elasticidade preço da demanda, menor será o
mark up do monopolista. Isto é intuitivo: quanto mais os consumidores reagirem aos aumentos de preços,
menos será a capacidade do monopolista de cobrar preços acima dos custos marginais de produção .

4.5. ÍNDICE DE LERNER E O PODER DE MONOPÓLIO

O índice de Lerner é um meio de medirmos o poder de monopólio (ou poder de mercado).


Na concorrência perfeita, P=Cmg (o que chamamos virtualmente de preço socialmente ótimo). No
monopólio, P>Cmg. Uma forma de medir o poder de monopólio é verificar qual a proporção em que o
preço do produto supera o custo marginal. Para isso, basta calcularmos o montante em que P supera Cmg,
e depois basta dividirmos o resultado por P. Segue a expressão do índice de Lerner (L):

6
Obedecendo, é claro, a condição que o monopolista não atuará quando Epd<1.

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O índice variará entre zero e um. Quanto menor o poder de monopólio, menor ou mais próximo
de zero será o índice. Por exemplo, na concorrência perfeita, o poder de monopólio é zero, uma vez que
P=Cmg, (P Cmg)=0, e L=0.
Também podemos expressar o índice em termos da elasticidade com que a empresa individual se

defronta. Sabemos que ; substituindo P na expressão do índice (em negrito) e fazendo as

simplificações algébricas (que eu sugiro que não perca tempo fazendo ), chegaremos a:

Isto é, quanto maior a Epd, menor será o poder de monopólio. Vale ressaltar que estamos
tratando da elasticidade da curva de demanda da empresa, e não da curva de demanda do mercado. Por
exemplo, na concorrência perfeita, a empresa possui uma curva de demanda infinitamente elástica
E L
Devemos ter o entendimento de que estamos falando de poder de monopólio e não de lucros ( alto
poder de monopólio não significa, necessariamente, lucros elevados). O poder de monopólio depende da
margem do preço sobre o custo marginal, ao passo que o lucro depende da diferença entre receita total e
custo total (ou seja, da diferença entre o preço, ou receita média, e o custo médio). Assim, uma empresa
pode ter alto poder de monopólio, mas os lucros podem não ser tão altos (ou até mesmo negativos) devido
ao nível elevado de custo médio.
Já assistimos, no Brasil, a empresas com alto poder de mercado decretarem falência (Transbrasil,
Varig), o que indica que nem sempre o alto poder de mercado caminha com altos lucros.
Por fim, devo ressaltar que a afirmação segundo a qual o poder de mercado é alto quando a
elasticidade é baixa não contraria a hipótese de que o monopolista nunca irá atuar quando E PD<1. Assim,
entenda que o poder de mercado será tanto mais alto quanto menor a elasticidade, mas, ao mesmo
tempo, esta não pode ser menor que 01 unidade, pois, neste caso, o monopolista não conseguirá
maximizar lucros.

4.6. A CURVA DE OFERTA E O EQUILÍBRIO DE LONGO PRAZO DA FIRMA


MONOPOLISTA

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O conceito de oferta e preço de oferta para o monopólio possui significado muito menos preciso do
que na concorrência perfeita. Em qualquer caso, podemos afirmar que a firma monopolista não tem curva
de oferta individual, logo, o mercado também não possui curva de oferta, pois o mercado é a própria
firma! Em outras palavras, não há uma curva que mostre uma relação entre preços de venda e quantidades
produzidas.
A conclusão extraída a partir da figura 06 da aula 04, na concorrência perfeita, de que a curva d e
oferta da firma é derivada a partir da curva do custo marginal não é possível para o caso do monopólio. Na
concorrência perfeita, o preço é igual ao custo marginal e isso foi essencial para chegarmos à conclusão de
a curva de oferta da competição perfeita é igual à curva do custo marginal. No caso do monopólio, essa
C P ). Assim, não há uma relação
estável, ou não podemos definir de modo confiável a existência de uma curva relacione p reços e
quantidades ofertadas/produzidas.
Quanto ao equilíbrio de longo prazo, podemos afirmar que, neste ponto, difere da concorrência
perfeita, pois, nesta, o equilíbrio de longo prazo acontece quando as firmas possuem lucro econômico zero.
No monopólio, entretanto, a existência de barreiras à entrada de novas firmas permitirá a existência de
lucros econômicos positivos (lucros extraordinários) no longo prazo. Ou seja, podemos então afirmar que
o monopólio não é afetado no longo prazo. Ele pode se equilibrar com lucros extraordinários (positivos).
Na concorrência perfeita, se você se recordar do item 3.7, verá que o que faz com que a firma
competitiva não aufira lucros positivos no longo prazo é justamente a livre entrada de empresas no
mercado. Havendo lucros positivos, mais empresas serão atraídas para o mercado, de tal modo que a curva
de oferta do mercado será deslocada para a direita e para baixo, pois haverá mais firmas no mercado,
aumentando a oferta. Este deslocamento reduz o preço de equilíbrio e, por consequência, os lucros até o
ponto em que o lucro zero (ou lucro normal) é atingido. Esta é a história da concorrência perfeita.
No monopólio, havendo lucros positivos, não existe o perigo de haver a entrada de mais empresas
no mercado, justamente porque o que justifica a existência do monopólio são as barreiras à entrada. Logo,
no longo prazo do monopólio, havendo lucros extraordinários, não haverá entrada de ninguém, o que
permite a continuidade dos lucros positivos.

4.7. A INEFICIÊNCIA DO MONOPÓLIO

Na concorrência perfeita, o equilíbrio do mercado 7 ocorre quando a curva de demanda do mercado


intercepta a curva de oferta do mercado. A curva de oferta do mercado é a soma das curvas de oferta
(curvas de custo marginal) das firmas individuais (assim, C C
o custo marginal da firma individual.
Suponhamos agora, em situação hipotética, imaginária, que todas as firmas competitivas se
unissem e formassem uma só firma que monopolizasse todo o mercado. O equilíbrio desse novo mercado
(monopolista) aconteceria quando a nova firma monopolista igualasse o custo marginal à receita marginal.
A curva de receita marginal estará à esquerda e abaixo da curva de demanda do mercado. O custo marginal
estará representado pela curva de oferta do mercado, uma vez que esta representa o somatório das curvas

7
O equilíbrio da firma (e não do mercado) continua sendo quando P=Rmg.

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de oferta das firmas individuais. Neste novo equilíbrio monopolista, percebe -se que o mercado
monopolista produz menos que o mercado competitivo, e cobra mais caro.

Fi gura 16

P Cmg
Oferta=∑Cmg

PM
W A
E PE B
PE E
C
Z
M
Rmg
Demanda
Demanda
QE Q QM QE
a) EQUILÍBRIO NO b) EQUILÍBRIO NO
MERCADO COMPETITIVO MONOPÓLIO

Percebe-se, então, que o mercado monopolista implica ganho de bem estar para o produtor e
perda de bem estar para o consumidor. Não nos cabe aqui fazer a demonstração de como isto acontece,
mas você pode entender que o ganho de bem estar dos produtores é i nferior à perda de bem estar dos
consumidores. Esta perda no bem estar total resulta em uma ineficiência econômica (conhecida como
D os mercados monopolistas não são eficientes
8
economicamente.
A causa desta ineficiência reside no fato de o monopolista cobrar um preço acima do custo
marginal. Esta medida ineficiente faz com que haja perdas para a sociedade como um todo. Se o governo
quiser melhorar a eficiência econômica deste mercado, ou aproximar o resultado daquilo que seria
verificado caso tivéssemos uma concorrência perfeita, ele poderia impor a regra competitiva de formação
de preços. No entanto, o órgão regulador não pode impor tal essa regra de formação de preços (onde
preço igual ao custo marginal) indistintamente, em qualquer caso. É claro que essa formação de preço
(onde P=Cmg) segue os preceitos da eficiência econômica, mas nem sempre será possível a um órgão
regulador impor isso ao mercado.
Em concursos públicos, o que mais aparece em prova sobre esse assunto é o caso do monopólio
natural, que veremos abaixo:

8
Em Econom eficiência de Pareto
um Pareto Eficiente, ou em um Ótimo de Pareto. Neste momento, entenda apenas que eficiência econômica é o
mesmo que eficiência de Pareto, e que o monopólio não é eficiente economicamente (em regra, apenas a
concorrência perfeita é eficiente).

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O caso do monopólio natural

A produção de determinados bens apresentam economias de escala para os níveis


de produção relevantes. Conforme sabemos, economias de escala é uma característica do
processo produtivo, na qual, quanto mais se produz, menor é o custo unitário da
mercadoria ou serviço que é produzido. Isto é, quanto maior for a produção , menor será o
custo médio (ou custo por mercadoria). Em outras palavras, uma só empresa pode produzir
a um custo médio menor do que se houvesse um número maior de empresas. Quando essa
situação ocorre, temos um monopólio natural ou puro.
Esse é o caso das empresas que têm uma parcela muito alta de custo fixo 9 e custos
variáveis10 baixos, quando comparados com o custo fixo. Aqui, é bem menos custoso um
número menor de firmas produzir, ou até mesmo uma só firma fazê -lo. Como exemplo de
monopólios naturais, temos as companhias de energia elétrica, telefonia, abastecimento de
água e saneamento básico das cidades.
A tecnologia de produção desses serviços é de tal ordem que uma vez incorridos os
altos custos das instalações, a expansão da produção por uma só firma (monopolista) irá
reduzir os custos médios. Consequentemente, para essas firmas caracterizadas como

relevante de produção 11. Ou seja, à medida que se aumenta a produção, os custos médios
irão decrescer cada vez mais, e isso só acontece nessas empresas inseridas neste caso
específico do monopólio natural.
Quando temos uma tecnologia de produção com a existência de economias de
escala, as empresas de fora do mercado sabem que não poderão atingir os mesmos baixos
custos de que desfruta o monopolista, porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia
menor do mercado e ainda teria que arcar com altíssimos custos iniciais de implantação da
firma.
Adicionalmente, podemos estatuir também que, de modo geral, os monopólios
naturais apresentam custos marginais12 muito baixos, bem próximos ou tendendo a zero
para os níveis relevantes de produção. Veremos por quê:
As indústrias de infraestrutura são exemplos de monopólio natural. São tipos de
indústrias que requerem altos custos de implantação, assim como altos custos fixos. Veja o
exemplo de uma empresa de distribuição de água. Para levar água a toda uma cidade, a
empresa deve arcar com a rede de tubulações, estação de tratamento, manutenção de toda

9
Custo fixo é aquele que não varia com a quantidade produzida. A produção pode aumentar ou diminuir que o custo
fixo se mantém inalterado (exemplo: salários da diretoria, aluguel de determinadas instalações, etc).
10
Custos variáveis são aqueles que variam com a quantidade produzida. Quanto mais se produz, maiores são os
custos variáveis (exemplo: material-prima, gastos com mão-de-obra, etc).
11
No caso do monopólio natural, à medida que se aumenta a produção, o custo médio irá diminuir. Então, uma firma
muito grande consegue produzir com custo médio bem menor do que se houvesse várias firmas menores
produzindo.
12
Relembrando: custo marginal é o acréscimo de custo decorrente do acréscimo de 01 unidade de produto
produzida (e/ou consumida). Por exemplo, suponha que uma firma produza e venda sapatos. Imagine que para
produzir 01 sapato adicional para venda, a firma incorra em um custo adicional de R $ 20,00. Então, o custo marginal
desta unidade de sapato será R$ 20,00.

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a rede, etc. Uma vez que ela tenha toda esta estrutura montada, o acréscimo de custo
decorrente do acréscimo de moradores a utilizar sua água é pequeno. Ou seja, o custo
marginal decorrente do aumento de produção 13 é bastante pequeno. Assim, quanto mais
ela expande a sua produção, menor será o custo médio.
Vejamos outro exemplo: o transporte do metrô. Depois de escavados todos os
túneis, comprados todos os trens, montadas todas as estações de metrô; o acréscimo de
passageiros praticamente não gera acréscimo de custo. Se o metrô transporta 100.000
pessoas, ou transporta 150.000, o custo total é praticamente o mesmo. Assim, para este
tipo de indústria, o custo médio é decrescente. Isto é bem fácil de se verificar
algebricamente:

Custo total
Custo médio
Quantidade produzida

No caso do metrô, o acréscimo de passageiros (que, neste caso, seria a nossa


A
passageiros quase não aumentaria o custo total em termos proporcionais. A ssim, teríamos
um custo médio decrescente com o aumento de produção. Tudo isto só é possível graças à
existência de custos marginais bastante baixos.
Quando tempos um monopólio natural, é muito melhor para o mercado ter apenas
uma firma produzindo. Nesse caso, uma só empresa pode produzir qualquer quantidade de
produto a um custo menor. Ou seja, para qualquer quantidade dada de produto, um maior
número de empresas leva a uma menor produção por empresa e a um custo total médio
mais elevado.
Uma empresa que é um monopólio natural preocupa-se menos com a entrada de
novas empresas. Entrar em um mercado em que alguma empresa detenha o monopólio
natural não é interessante. As empresas entrantes sabem que não poderão atingir os
mesmos baixos custos de que desfruta o monopolista porque, depois de entrar, cada uma
teria uma fatia menor do mercado.
Então, observe que o monopólio natural não é algo ruim. Ele é a melhor maneira de
se produzir quando há substanciais economias de escala na produção (custos médios
decrescentes). Você já imaginou uma cidade tendo 10 empresas de metrô, ou 10
companhias de distribuição de energia elétrica. É impossível, não?!
Observe, portanto, que o monopólio não é necessariamente ruim, e nem sempre
deve ser quebrado pelo governo. No caso do monopólio natural, o governo deve regular a
indústria, e não tentar criar mecanismos de concorrência (isto é válido no caso do
monopólio natural).
O que costuma cair bastante em prova é a forma de regulação do monopólio
natural. Nós sabemos que o monopólio natural representa uma falha de mercado: poder de
mercado. Ao mesmo tempo, sabemos que um dos objetivos da regulação econômica é

13
Aqui, o aumento de produção é o mesmo que levar água para um maior número de residências.

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justamente reduzir as falhas de mercado, para aproximar os mercados do resultado ótimo


da concorrência perfeita.
Pois bem... sabemos também que a concorrência perfeita (mercado eficiente) cobra
preços iguais aos custos marginais (P=Cmg). Isto é a origem de tudo. É esta igualdade que
explica a eficiência econômica da concorrência perfeita. Parece razoável, então, supormos
que o órgão regulador deve tentar impor um limite de preço ao monopolista natural,
fazendo com que este cobre preços iguais aos custos marginais.
No entanto, os custos marginais do monopolista natural são muito baixos, tendendo
a zero. Assim, se o preço cobrado pelo monopolista for igual ao custo marginal,
logicamente, a receita total do monopolista será muito baixa, bem inferior ao custo total.
Assim, se o
(P=Cmg) ao monopolista, ele preferirá abandonar o mercado. Afinal, não fará sentido
explorar a atividade econômica, se não for possível obter pelo menos o lucro normal.
Neste caso, o regulador adotará uma solução regulatória que faça com que a
indústria regulada aproxime o preço dos custos médios, e não dos custos marginais. Esta
solução é adotada como uma política razoável de determinação de preços para o monopólio
natural.

A solução de regulação para o monopólio natural é a


aproximação (ou igualdade) do preço ao custo
médio.

Deve ficar claro em nossas mentes, portanto, que, na presença de monopólio


natural, o bem-estar social pode ser melhor servido deixando o mercado operar com uma
única firma, desde que sob supervisão e controle de um órgão regulador. Dessa forma,
poder-se-iam aproveitar as economias de escala para produzir a um custo mais baixo do que
seria possível em um mercado com várias empresas concorrendo.
Ao regulador seria incumbida a missão de coibir o uso do poder de mercado pelo
monopolista, estimulando-o a operar a baixo custo, de tal forma que seja possível cobrar
preços o mais baixo possível dos consumidores.
Seguem alguns exemplos de questões de prova cobradas pelo CESPE/Unb:

(CESPE/Unb PCPA) - Todo tipo de monopólio natural deve ser coibido pelo regulador a
fim de que promova a concorrência por meio da quebra desse monopólio.

COMENTÁRIOS:
Às vezes, o monopólio natural é a forma mais barata de produzir determindo serviço. Isso
ocorre devido às economias de escala e aos custos afundados associados a determinadas
atividades. Temos como exemplo os serviços de energia elétrica, abastacimento de água,
gás, etc. Neste caso, não é objetivo da regulação coibir o monopólio, mas sim regulá-lo,
para que não haja abuso de poder.

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GABARITO: ERRADO

(CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - A imposição da regra competitiva


de formação de preços nos monopólios naturais como os que prevalecem no setor de
utilidades públicas, além de melhorar o bem-estar dos consumidores, garante também
lucros puros para as empresas que operam nesses mercados.

COMENTÁRIOS:
A regra competitiva (regra da concorrência perfeita) de formação de preços é aquela em
que os preços são iguais aos custos marginais. Para os monopólios naturais, os custos
marginais são bem baixos (tendem a zero), inferiores aos custos médios.

Assim, a imposição da regra competitiva de formação de preços da concorrência perfeita


certamente trará prejuízo para a firma caracterizada como monopólio natural.

GABARITO: ERRADO

(CESPE/Unb Analista Administrativo e Financeiro SEGER/ES) - A presença de economias


crescentes de escala em determinada indústria indica a existência de fortes pressões
competitivas nesse mercado, excluindo, pois, a sua monopolização.

COMENTÁRIOS:
A presença de economias crescentes de escala é condizente com a existência de
monopólios naturais e não tem relação com pressões competitivas.

GABARITO: ERRADO

(CESPE/Unb Analista de Controle Externo TCE/AC) - A produção de serviços de


transporte de massa como o metrô caracteriza-se pelo fato de os custos marginais de
produção desses serviços serem superiores aos custos médios.

COMENTÁRIOS:
A produção de serviços de transporte de massa é um monopólio natural, como economias
escala, se caracterizando pelo custo marginal bastante baixo.

Pense comigo: qual o custo adicional (curso marginal) para a firma do metrô produzir uma
quantidade adicional de produto (um trecho de viagem a um passageiro, por exemplo)? A
resposta é zero (ou quase zero).

Depois que o metrô está pronto, os custos marginais são baixíssimos. Assim, para a
produção deste bem (transporte de massa), com certeza, o custo marginal é menor que o
custo médio.

GABARITO: ERRADO

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(CESPE/Unb Técnico Municipal Pref. Vila Velha) - Em um monopólio natural, o


regulador não pode igualar o preço ao custo marginal sob pena de levar o monopolista ao
lucro negativo na prática de tal preço regulado.

COMENTÁRIOS:
Nos monopólios naturais, nós temos a existência de economias crescentes de escala onde
há um elevado custo inicial de implantação da estrutura produtiva. Depois de pronta toda a
estrutura, os custos marginais são zero (ou quase zero). Imagine um caso de monopólio
natural, por exemplo, a companhia de energia elétrica da sua cidade. Depois de implantada
a estrutura produtiva, o custo marginal de prover energia elétrica a mais um consumidor
será muito baixo ou até mesmo nulo, uma vez que a rede elétrica, geradores, enfim, já está
tudo instalado. Assim, se a firma do monopólio natural resolver cobrar o preço igual ao
custo marginal, ela cobrará um preço excessivamente baixo ou até mesmo nulo. A
possibilidade de haver prejuízo cobrando preços excessivamente baixos é grande.

GABARITO: CERTO

4.8. A DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS

Na concorrência perfeita, a tarefa do administrador é bastante simples: basta ele vender o seu
produto ao preço de equilíbrio do mercado e produzir qualquer quantidade que, invariavelmente, a
produção será vendida e a empresa aproximar-se-á do seu equilíbrio de curto e de longo prazo, sendo que
neste último temos lucro econômico zero (lucro normal).
Os administradores de empresas com poder de mercado, entretanto, têm uma tarefa muito mais
complicada. Como estas empresas dominam o mercado, elas podem cobrar, para o mesmo produto,
preços diferentes na expectativa de verem seus lucros ainda maiores. Para isso, devem conhecer as
características da demanda a fim de estimar os preços e níveis de produção que mais lh e tragam
benefícios.
Quando o monopolista vende o seu produto a preços diferentes, no intuito de aumentar os seus
lucros e infligir perda monetária aos consumidores, dizemos que ele é um discriminador de preços . Vale
ressaltar que a discriminação de preços ocorre quando o monopolista vende os mesmos bens por preços
diferentes. Duas unidades de um bem são as mesmas quando têm a mesma qualidade e o mesmo custo. Se
um cinema vende ingressos por dois preços diferentes (um para estudantes, e outro para não estud antes),
temos um exemplo de discriminação. Por outro lado, se o preço mais alto da carne na região Norte do país
reflete o custo adicionado do transporte, isso não é um caso de discriminação de preço.
Veja que aqui no Estratégia Concursos praticamos a política de discriminação de preços (apesar de
não sermos monopolistas no mercado). A tática de oferecer descontos aos alunos VIP do Eu Vou Passar é
uma política de discriminação de preços, onde se cobra preços diferentes para o mesmo produto, baseado
no grau de fidelidade que os consumidores possuem com o site do Eu Vou Passar.
Há três tipos mais comuns de discriminação de preços: de primeiro grau (ou discriminação perfeita),
de segundo grau e de terceiro grau.

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A discriminação de primeiro grau ou discriminação perfeita de preços ocorre quando o


monopolista consegue vender cada unidade ao preço máximo (preço de reserva 14) que os consumidores
estão dispostos a pagar por ela. Suponha, por exemplo, que a demanda de um bem produzido pelo
monopolista seja:

Q = 10 P

Para a primeira unidade produzida (Q=1), o preço que os consumidores estão dispostos a pagar será
R$ 9,00. Para a segunda unidade produzida (Q=2), o monopolista consegue vender o produto por até R$
8,00, e assim por diante. Se o monopolista conseguir fazer isso: vender o mesmo produto por preços
diferentes, cobrando o máximo que os consumidores aceitam pagar, ele estará praticando a discriminação
perfeita de preços (discriminação de 1º grau).
Observe que a discriminação de primeiro grau implica que o e xcedente do consumidor seja nulo, já
que o produtor consegue cobrar por cada unidade o preço máximo que o consumidor está disposto a
N todo o excedente do
consumidor; e toda a redução de excedente deste último serve para aumentar o excedente do produtor (o
valor total dos excedentes não muda, há apenas uma transferência de ganhos).
O
ganho . Como não temos perda de
excedentes, podemos concluir que, ocorrendo discriminação perfeita de preços, o monopólio será um
mercado eficiente economicamente, pois o valor total dos excedentes continua igual àquele que seria
verificado em um mercado de concorrência perfeita.
Obs: se você não entendeu muito bem os dois parágrafos, não se preocupe, pois ainda falarei nos
próximos dias o que são excedentes do consumidor e produtor, relacionando -os com a eficiência
econômica.
Veja que a discriminação perfeita é o sonho de qualquer monopolista: vender os seus produtos a
preços diferentes, sendo que estes preços são exatamente os valores máximos que os consumidores estão
dispostos a pagar. Obviamente, a discriminação perfeita é uma abstração teórica. É raríssima de ser
verificada na prática, uma vez que os clientes não entram nas lojas com placas avisando o preço máximo
que estão dispostos a pagar. Talvez o caso mais próximo de uma discriminação perfeita de preços seja o
caso de profissionais liberais que cobram preços diferentes de seus clientes. Por exemplo, advogados que
defendem réus notoriamente ricos, obviamente, cobram muito mais caro do que se defendessem um réu
com menos recursos.
A discriminação de segundo grau ocorre quando o monopolista cobra um preço diferente,
É X
Y O -sucedida de
discriminação de preços porque a disposição de um cliente para pagar por uma unidade adicional diminui à
medida que ele compra mais unidades. Então, se você oferece descontos para unidades adicionais
compradas, isto pode fazer com que seu cliente aumente o consumo de seu produto, aumentando, assim,
os lucros do monopolista.

14
O preço de reserva é a quantia máxima que o consumidor está disposto a pagar por determinado bem. É o preço máximo
que alguém aceitará pagar por um bem e ainda assim comprá-lo.

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A discriminação de terceiro grau ocorre quando o monopolista cobra preços diferentes de pessoas
diferentes independentemente das quantidades consumidas por essas pessoas. Ou seja, a empresa
identifica diferentes grupos de consumidores, fixando preços diferentes para cada um destes segmentos.
Aqui a estratégia pode assumir variadas formas: dividir o mercado entre velhos e jovens,
consumidores habituais e eventuais, ricos e pobres, etc. Por exemplo, neste tipo de discriminação, o
monopolista pode dividir o mercado em dois segmentos, na maioria das vezes, de acordo com a
elasticidade preço da demanda. Ele cobrará mais caro dos consumidores cuja demanda seja mais inelástica
e menos dos consumidores cuja demanda seja mais elástica.
P
um consumidor mais inelástico, que está precisando viajar com urgência. Logo, a companhia aérea cobrará
um preço maior.
Às vezes, uma firma cobra preços diferentes baseada apenas na região onde está localizada. Em
cidades grandes, as grandes redes de supermercados cobram preços maiores de seus produtos em bairros
de classe alta, em virtude de os consumidores dessas regiões serem mais inelásticos.
Quando não é possível separar os mercados para discriminar os preços, existem ainda outras
alternativas para as firmas com poder de mercado aumentarem seus lucros. Uma delas é a cobrança de
tarifa em duas partes: cobra-se um preço de entrada e um preço de utilização. Essa estratégia, por
exemplo, é utilizada nos parques de diversão. Outra alternativa é a venda em pacotes, onde se vende
vários produtos dentro de um pacote, extraindo as máximas disposições a pagar por part e dos
consumidores. Temos como exemplo os pacotes de viagem, onde são vendidos as passagens de avião, a
hospedagem, os passeios e até mesmo a alimentação. Tudo isto é feito com o intuito de aumentar o
possível lucro do monopolista, tentando alcançar ao máx imo a totalidade da disposição a pagar dos
consumidores.

Segue um resumo:

Discriminação 1º grau O monopolista vende diferentes unidades de produto por


diferentes preços e que os preços podem diferir de pessoa para
(perfeita) pessoa.
O monopolista vende diferentes unidades de produto por
diferentes preços, mas cada pessoa que compra a mesma
quantidade de bens paga o mesmo preço. Assim, os preços
Discriminação 2º grau diferem no que tange às quantidades compradas do bem, mas
não no que diz respeito às pessoas.
Ex: descontos por quantidade.
O monopolista vende a produção para pessoas diferentes por
diferentes preços, mas cada unidade vendida a determinada
Discriminação 3º grau pessoa é vendida pelo mesmo preço.
Ex: descontos para estudantes, idosos, etc.

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Para finalizar o tópico, devo tecer algumas considerações sobre a eficiência econômica e a
discriminação de preços. No item 1.7, vimos que o monopólio é ineficiente no sentido de Pareto
(ineficiente economicamente). Em regra, a discriminação de preços aumenta a eficiência econômica do
mercado. Digo em regra pois nem sempre isto acontecerá e cada situação deve ser examinada
detalhadamente.
Para fins de prova, você pode entender que a discriminação perfeita conduz o monopólio à
eficiência econômica. As outras discriminações de preços, em regra, tendem a melhorar a eficiência
L
N A mplo, a discriminação
perfeita de preços é eficiente simplesmente porque não há desperdício de excedentes, apesar de que todo
o excedente do mercado fica em poder do produtor, e nada de excedente fica com o consumidor.

4.9. A ESCALA MÍNIMA DE EFICIÊNCIA

Existe uma abordagem adicional que explica a existência dos monopólios. Tal abordagem trabalha
com a comparação entre as curvas de custo médio da firma e de curva de demanda do mercado. Neste
sentido, surge o conceito de escala mínima de eficiência (EME), que é o nível de produção onde temos o
custo médio mínimo.

P P

Cme
Cme

P* Demanda Demanda
P*

EME Q EME Q

Veja nos gráficos que a EME é o nível de produção em que temos o custo médio mínimo de
produção. Se a escala mínima de produção o nível de produção que minimiza os custos médios for
pequena em relação ao tamanho do mercado, espera-se a prevalência de condições competitivas neste
mercado.
No gráfico da esquerda, a escala mínima de eficiência é pequena, e isto fará com que uma firma
consiga minimizar o custo médio com pouca estrutura, e sendo pequena em relação ao mercado. No
gráfico da direita, no entanto, a escala mínima de eficiência é grande em relação ao tamanho do mercado.
Nesta situação, há prevalência de condições favoráveis ao surgimento de um mercado que funcione de
maneira monopolista.
Assim, a escala mínima de eficiência acaba funcionando como um fator que influenciará a
estrutura de mercado vigente. Quanto maior for a EME, maior será a probabilidade de o mercado operar

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segundo a maneira monopolista, havendo, portanto, poder de mercado. Quanto menor for a EME, maior
será a probabilidade de o mercado operar segundo regras competitivas, semelhante à concorrência
perfeita.
Bem.. terminamos o monopólio! Não é tão fácil assim, concorda!? Acho que este tópico merece um
resumo, para facilitar a organização das ideias:

Resumo do monopólio

 Só há uma firma produtora e sua curva de demanda é a própria curva de demanda do mercado;

 A receita marginal é menor que o preço. Ou seja, a curva da receita marginal estará sempre abaixo e
à esquerda da curva de demanda (se tivermos uma demanda linear, a inclinação da curva da Rmg
será o dobro da inclinação da demanda);

 O ponto de maximização de lucros da firma (equilíbrio) é atingido quando a receita marginal é igual
ao custo marginal, e não quando P=Cmg (no monopólio, e em todas as outras estruturas que não
P C

 O monopolista não possui curva de oferta;

 O monopolista nunca atua no setor inelástico da curva de demanda (nunca atua quando E PD<1);

 O equilíbrio do monopólio geralmente ocorre com preços maiores e quantidades produzidas


menores que aquelas verificadas para um mercado de concorrência perfeita;

 O mark up é a faixa de preço que está acima do custo marginal:

 O índice de Lerner é um meio de medir o poder de monopólio, e é inversamente proporcional à


elasticidade que enfrenta o monopolista: ;

 A discriminação de preços de primeiro grau (ou discriminação perfeita) ocorre quando o


monopolista consegue cobrar exatamente o preço que o consumidor está disposto a pagar. Nesta
discriminação, o mercado não perde eficiência, pois toda a perda de excedente do consumidor é
capturada pelo produtor (não há perda líquida de excedentes);

 A discriminação de preços de segundo grau ocorre quando o monopolista cobra um preço diferente,
conforme a quantidade comprada por cada consumidor;

 A discriminação de terceiro grau ocorre quando o monopolista cobra preços diferentes de pessoas
diferentes independentemente das quantidades consumidas por essas pessoas;

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 O monopólio é ineficiente economicamente (aliás, em termos de eficiência econômica, a


concorrência perfeita15 é o único mercado eficiente, pois os excedentes são maximizados);

Vejamos agora alguns exercícios sobre monopólio:

37. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia) - Empresas monopolistas e empresas


em mercados de concorrência perfeita maximizarão seus lucros quando suas
receitas marginais e seus custos marginais se igualarem.

COMENTÁRIOS:
Em qualquer mercado, o lucro é maximizado quando Rmg=Cmg.

GABARITO: CERTO

38. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia) - Devido à heterogeneidade dos


demandantes de crédito bancário, é lucrativo para um banco monopolista
praticar discriminação perfeita de preços com juros diferentes para cada tipo
de cliente.

COMENTÁRIOS:
Em razão da heterogeneidade dos demandantes de crédito, os bancos podem
cobrar juros diferentes de cada tipo cliente. Clientes propensos a pagar mais, ou
mais necessitados de realizar empréstimos pagariam juros maiores; clientes
menos propensos a pagar ou menos necessitados pagariam juros menores.

Vale ressaltar ainda que qualquer discriminação de preços será mais lucrativa
para o monopolista (e provocará alguma perda monetária para os
consumidores). Se essa discriminação for perfeita ou de primeiro grau, como diz
a assertiva, será mais lucrativo ainda.

GABARITO: CERTO

39. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - Como as empresas


monopolistas fixam seus preços acima dos custos marginais, o nível de
produção que maximiza os lucros situa-se na parte inelástica da curva de
demanda com a qual essas firmas se confrontam.

COMENTÁRIOS:
A primeira parte da assertiva é correta: as empresas monopolistas fixam seus
preços acima dos cursos marginais. No entanto, a segunda parte é errada, pois o

15
Além da concorrência perfeita, podemos dizer que o monopólio em que ocorre discriminação perfeita de preços também é
eficiente economicamente, pois não existe redução de excedentes. No entanto, tal situação é uma mera abstração teórica.

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ELÁ“TICA E
com a qual ele se confronta. Em outras palavras, ele nunca atua na parte
inelástica da curva de demanda.

GABARITO: ERRADO

40. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - SEGER/ES) - A presença


de economias crescentes de escala em determinada indústria indica a
existência de fortes pressões competitivas nesse mercado, excluindo, pois, a
sua monopolização.

COMENTÁRIOS:
Esta questão deve ficar bastante clara para o estudante: a presença de
economias crescentes de escala é condizente com a existência de monopól io
naturais. Como tal situação ocasiona o surgimento de monopólio natural,
logicamente, ela não tem relação com pressões competitivas, é justamente o

GABARITO: ERRADO

41. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas UEPA) - Nos mercados organizados sob


a forma de monopólio, o preço será tanto maior quanto mais inelástica for a
curva de demanda com a qual se confrontam as firmas que compõem esses
mercados.

COMENTÁRIOS:

No monopólio, . Assim, percebe-se que, quanto mais inelástica a

demanda (menor a Epd, levando-se em conta que o valor mínimo de Epd será 1,
tendo em vista que o monopolista não atua quando Epd<1), maior será o preço
do monopolista.

GABARITO: CERTO

42. (CESPE/Unb Analista do MPU) - Caso a elasticidade da demanda seja


grande, é correto afirmar que o poder de monopólio da empresa será
pequeno.

COMENTÁRIOS:
Medimos o poder de monopólio por meio do índice de Lerner (L):

Quanto maior o L, maior o poder de monopólio. Assim, quanto maior a


elasticidade, menor o poder de monopólio. Isso é bastante intuitivo: quanto

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mais os consumidores forem sensíveis (elásticos) aos preços, menor será o


poder do monopolista em fixar preços acima daquilo que seria estritamente
necessário para remunerar os fatores de produção.

GABARITO: CERTO

43. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de Telecomunicações


ANATEL) - O modelo conhecido como mark-up, dentro do estudo da
estrutura de mercado monopolista, é apontado como um exemplo de causa de
inflação de custos.

COMENTÁRIOS:
Esta questão misturou temas de micro e macroeconomia. Para entendermos a
resposta, devemos saber o que é inflação de custos: é a inflação provocada pelo
aumento dos custos do produtor. O mark up é a margem de preço acima do
custo marginal. Percebe-se, então, que o mark up não representa um aumento
dos custos do produtor, mas tão somente um aumento nos seus lucros, já que
ele vende o produto acima do custo marginal. Desta forma, o mark up não
guarda relação com a inflação de custos.

GABARITO: ERRADO

44. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior MDIC) - A fixação de preços


mais elevados em um mercado no qual a demanda é maior é consistente com
um comportamento maximizador de lucros por parte de um monopolista que
pratica discriminação de preços.

COMENTÁRIOS:
Um monopolista discriminador cobrará mais caro dos consumidores que cuja
demanda seja mais inelástica. Nesse sentido, a discriminação de preços do
monopolista não guarda relação com o tamanho da demanda, mas sim com a
sua elasticidade. Se a demanda é maior, naturalmente, o preço de equilíbrio
será maior (sem a necessidade de haver discriminação de preços), tendo em
vista a que curva de demanda estará mais alta e à direita. Então veja que o fato
da demanda ser maior já implica naturalmente preços mais elevados dos
produtos, sem haver discriminação de preços.
Entao, repetindo, a discriminação de preços do monopolista implica a cobrança
de preços mais elevados sobre o grupo de consumidores cuja demanda seja
mais inelástica, não tendo relação com o tamanho da demanda.

GABARITO: ERRADO

45. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior MDIC) - O fato de que, para


as bibliotecas de universidades, o preço da assinatura de periódicos científicos
é mais elevado que aquele cobrado aos particulares colide com a existência de
discriminação de preços no mercado dessas publicações.

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COMENTÁRIOS:
As bibliotecas das universidades precisam de periódicos científicos, logo,
podemos dizer que elas constituem um grupo de consumidores bastante
inelásticos em relação àqueles produtos. A cobrança de assinaturas com preços
mais elevados destes consumidores guarda íntima relação com a discriminação
de preços. Assim, está incorreta a assertiva pois não colide, mas coaduna-se com
a existência de discriminação de preços.

GABARITO: ERRADO

46. (CESPE/Unb Analista do MPU) - Uma empresa monopolista que


discrimina preços de acordo com a quantidade consumida da mesma
mercadoria/serviço pratica discriminação perfeita de preço de primeiro grau.

COMENTÁRIOS:
Existem três tipos de discriminação de preços: primeiro, segundo e terceiro
graus.
Na discriminação de primeiro grau, o monopolista vende a mercadoria
exatamente ao preço máximo que o consumidor está disposto a pagar.
Na discriminação de segundo grau, o monopolista discrimina preços de acordo
com a quantidade consumida da mercadoria.
Na discriminação de terceiro grau, o monopolista cobra preços diferentes de
pessoas diferentes independentemente das quantidades consumidas. O
mercado é dividido em vários segmentos, sendo cobrados preços diferentes de
cada segmento (jovens x velhos, homens x mulheres, bairros pobres x bairros
ricos, etc).

GABARITO: ERRADO

47. (CESPE/Unb Pesquisador INPI) - A escala mínima de eficiência relaciona-


se com o padrão das economias de escala que predominam no setor, porém,
essa escala não influencia a estrutura de mercado que prevalece nessa
indústria.

COMENTÁRIOS:
A escala mínima de eficiência relaciona-se com o padrão das economias de
escala, pois tem relação com a curva de custo médio. Então, a primeira parte da
assertiva está correta. Ao mesmo tempo, a EME influencia a estrutura de
mercado que prevalece na indústria. Quanto maior o tamanho relativo da EME,
menor é a probabilidade de haver concorrência no mercado, e vice -versa.

GABARITO: ERRADO

48. (CESPE/Unb Economista CODEBA) - Quando o monopolista cobra preços


muito elevados, ocorre ineficiência do monopólio.

COMENTÁRIOS:

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A ineficiência do monopólio não decorre propriamente do preço ser elevado,


mas sim do fato de o preço ser maior que o custo marginal. Assim, mesmo que o
preço seja em um baixo valor, só o fato de ele ser maior que o custo marginal é
suficiente para atestar a ineficiência econômica do monopólio (com exceção da
situação de discriminação perfeita de preços).

GABARITO: ERRADO

49. (CESPE/Unb Economista CODEBA) - A probabilidade de monopólios e


oligopólios se perpetuarem no longo prazo é elevada, independentemente de
leis que os garantam.

COMENTÁRIOS:
Em regra, a probabilidade de monopólios e oligopólios se perpetuarem no longo
prazo é elevada. Essa é a regra geral, e isto acontece devido à existência de
barreiras à entrada nestes dois mercados. No entanto, a assertiva possui uma
armadilha. Existem alguns monopólios que se perpetuam somente devido a leis
que os garantam são os monopólios legais. A concessão de uma patente, por
exemplo, é um exemplo de monopólio legal. Desta forma, a assertiva é e rrada

GABARITO: ERRADO

50. (CESPE/Unb Economista DPU) Um monopólio será sempre ineficiente,


pois seus preços são sempre mais altos que os preços de concorrência perfeita.

COMENTÁRIOS:
O monopólio será ineficiente porque preços acima dos custos marginais, e este é
o motivo de sua ineficiência. Ademais, podemos, em teoria, ter um monopólio
eficiente economicamente, quando ele for um perfeito discriminador de preços.

GABARITO: ERRADO

5. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Até este momento, estudamos os extremos opostos das estruturas de mercado: o extremo da
competição, representado pela concorrência perfeita, e o extremo da anticompetição, representado pelo
monopólio.
Nos itens 5 e 6, examinaremos estruturas de mercado que se encaixam em um meio termo: a
concorrência monopolística e o oligopólio. São mercados em que há competição, no entanto, essa
concorrência é imperfeita. Em muitas obras, os modelos de concorrência monopolística e de oligopólio são

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estudados dentro da mesma unidade ou capítulo, em alusão ao fato de se encaixarem neste perfil de
concorrência imperfeita.
Um mercado monopolisticamente competitivo é semelhante ao perfeitamente competitivo em dois
aspectos-chave: há muitas firmas produtoras, e não há barreiras à entrada de novas firmas. Entretanto, ele
difere da concorrência perfeita pelo fato de os produtos serem heterogêneos ou diferenciados: cada firma
vende o seu produto, que difere em termos de qualidade, aparênci a, ou reputação.
Veja, então, que a concorrência monopolística é um meio termo entre a concorrência perfeita e o
monopólio. Ela se aproxima da concorrência perfeita na medida em que há competição entre as empresas
e nenhuma delas detém alto poder relativo sobre o mercado como um todo. E se aproxima do monopólio
na medida em que cada firma, ao deter a exclusividade sobre o seu produto ou marca, possui poder de
monopólio. Obviamente, a quantidade de poder de monopólio que a firma exerce depende de seu sucesso
na diferenciação do seu produto em relação aos das demais empresas. Essa mistura de características da

A maioria das estruturas de mercado que vemos ocorrer na prática, na vida real, encaixa-se
perfeitamente no conceito de concorrência monopolística. Em quase todos os setores econômicos (roupas,
calçados, alimentos, etc), temos muitas firmas, sem barreiras à entrada de novas, e os produtos são
diferenciados entre si. Essa diferenciação decorre do fato de os consumidores enxergarem a marca de cada
empresa com algo diferente, distinguindo-as das outras marcas.
Por exemplo, a cerveja Bohemia é diferente da cerveja Kaiser, e tal diferença está parcialmente no
gosto, consistência, aroma, grau de dor de cabeça com que se fica no dia seguinte a um porre, etc. Em
razão disso, alguns consumidores (apenas alguns!) estão dispostos a pagar alguns centavos a mais pela
latinha de Bohemia.
Mas veja que o poder de monopólio da cervejaria Bohemia sobre o mercado é bastante limitado,
pois os consumidores podem substituir facilmente o seu produto por outras marcas ( Antártica, Brahma),
caso o preço da Bohemia aumente. Embora os consumidores de Bohemia estejam dispostos a pagar mais
por ela, a grande maioria não pagará um valor que seja muito maior. O típico consumidor deste produto
paga até R$ 0,25 a mais por latinha, mas provavelmente não pagaria R$ 1,00 a mais. Para grande parte
desses consumidores, cerveja é cerveja, de tal maneira que as dif erenças, apesar de existentes, ainda são
pequenas (ainda mais depois de vários copos tomados!).
Podemos concluir, então, que a curva de demanda enfrentada pela firma em concorrência
monopolística16 será bastante elástica, ficando no meio termo entre a concorrência perfeita e o monopólio.
Neste, a curva de demanda da firma é igual à curva do mercado e possui inclinação negativa. Na
concorrência perfeita, a curva de demanda da firma é perfeitamente elástica (uma reta horizontal).
Na concorrência monopolística, teremos um meio termo. Ou seja, a curva de demanda da firma
será negativamente inclinada, assim como no monopólio, mas será com pouquíssima inclinação (bastante
17
. Essa alta elasticidade é explicada pela
existência de inúmeros produtos substitutos que o consumidor pode adquirir.

16
Estamos supondo que as firmas cervejeiras constituam um mercado de concorrência monopolística, embora a maioria da
doutrina o considere um oligopólio. Enfim, isso não importa, apenas peguei o exemplo da cerveja por critério didático, mas, para
fins de prova, caso seja perguntado, assinale que o mercado de cervejas no Brasil se aproxima mais a um oligopólio do que a
uma concorrência monopolística.
17
Lembre-se de que curvas de demanda mai s deitadas indicam maior elasticidade preço da demanda.

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A curva de demanda para a firma em concorrência monopolística pode ser observada na figura 17,
onde se percebe que a curva de demanda da firma não é tão inclinada como n o monopólio, mas também
não chega a ser horizontal como na concorrência perfeita.

Fi g. 17 - Concorrênci a
m onopolística no curt o prazo

R$ Curva de demanda da firma


é negativamente inclinada,
assim como no monopólio,
Assim como no monopólio, a Cmg mas possui alta elasticidade
curva de Rmg fica abaixo e à
devido à presença de
esquerda da curva de produtos substitutos.
demanda, tendo vista que
Rmg < P. PCP
Cme

Cme
D FI RMA

Rmg
Quantidade
0 QE produzida (Q)

O CURTO PRAZO da concorrência monopolística:


A figura 17 representa um possível equilíbrio da firma no curto prazo. Em primeiro lugar observe
que o equilíbrio acontece, da mesma maneira que nos outros mercados, quando Rmg=Cmg. A curva de
demanda da firma é negativamente inclinada e possui elevada elasticidade. Em virtude da curva de
demanda ser negativamente inclinada, a curva da receita marginal ficará abaixo da curva de demanda, de
modo que a receita marginal será sempre menor que o preço. A explicação para isso é a mesma dada no
caso do monopólio (a receita marginal será menor que o preço aliás, somente na concorrência perfeita,
temos receita marginal igual a preço).
Por fim, observe que a firma da nossa figura aufere um lucro econômico positivo (lucro
extraordinário) no valor da área do retângulo cinza, e isto acontece porque o preço (receita média) é
superior ao custo médio. Entretanto, isto foi apenas um exemplo, de modo que, no curto prazo, a firma na
concorrência monopolística poderá ter lucro econômico positivo, negativo ou nulo. No caso de lucro
negativo (prejuízo), ela só deve encerrar as atividades se o preço for inferior ao custo variável médio, assim
como acontece em qualquer estrutura de mercado.

O LONGO PRAZO da concorrência monopolística:


A sistemática do equilíbrio de longo prazo da concorrência monopolística é (quase) igual àquele
visto na concorrência perfeita. Se, no curto prazo, houver lucro econômico positivo como verificado na
figura 17, haverá incentivo à entrada de novas empresas, uma vez que não há barreiras à entrada. À
medida que novas firmas são introduzidas, essa empresa que está auferin do lucros econômicos perderá
vendas e participação no mercado, de modo que sua curva de demanda individual será deslocada para
baixo, como mostrado na figura 18.

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Fi g. 18 - Concorrênci a
m onopol í st i ca l ongo
prazo
R$

Curva de demanda da firma Deslocamento para baixo da


Cmg curva de demanda da firma e
no curto prazo, onde há lucro
econômico positivo. nova curva de demanda de
longo prazo.

PLP=Cme Cme

D FI RMA
No longo prazo, o preço é
igual ao custo médio, de
forma que teremos lucro zero. D FI RMA
Rmg
Quantidade
0 QE produzida (Q)

Se houver prejuízo, ocorrerá o contrário: haverá estímulo para a saída de empresas, de forma que a
firma aumentará suas vendas e participação no mercado, e a sua curva de demanda será deslocada para
cima, até o ponto em que não há lucro nem prejuízo econômico (situação de lucro zero ou lucro normal).
Este equilíbrio só é atingido quando a curva de demanda tangencia a curva de custo médio, pois, nesse
ponto, o preço é igual ao custo médio e, consequentemente, a receita total será igual ao custo total,
havendo, portanto, lucro zero e equilíbrio de longo prazo.
Veja que o equilíbrio de longo prazo na concorrência monopolística guarda uma semelhança com o
equilíbrio de longo prazo da concorrência perfeita: em ambos os casos, as firmas tenderão à situação de
lucro zero ou lucro normal.
Por outro lado, há uma importante diferença entre os dois equilíbrios: na concorrência perfeita, o
equilíbrio ocorre com o custo médio mínimo possível (ponto de mínimo da curva de Cme); na concorrência
monopolística, o equilíbrio de longo prazo não acontece com o custo médio mínimo.
Este fato nos obriga a dizer que a empresa monopolisticamente competitiva opera com excesso de
capacidade. Se você observar o equilíbrio de longo prazo deste mercado, verá que a firma não se equilibra
no ponto de custo médio mínimo, como ocorre na concorrência perfeita. Ou seja, a firma inserida em um
mercado de competição monopolística é incapaz de minimizar seu custo médio.
Desta forma, ela acaba se equilibrando ainda quando seu nível de produção apre senta economias
de escala (ramo descendente da curva de custo médio) e isto quer dizer que ela poderia aumentar a
produção e, ao mesmo tempo, reduzir o custo médio. Em outras palavras, ela possui instalações e
máquinas que não estão sendo utilizadas ao máximo. Por isso, elas operam com excesso de capacidade.
Ou, em outras palavras, elas operam com capacidade ociosa.
Também é importante ressaltar que na concorrência monopolística o preço cobrado pelo produto é
sempre maior que o custo marginal, de forma diferente do que ocorre na concorrência perfeita, onde
P=Cmg. Aliás, o único mercado em que o preço cobrado é igual ao custo marginal é a concorrência perfeita,

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em todos os outros, o preço cobrado é superior ao custo marginal. Pelo fato de cobrar preços superiores
ao custo marginal, o mercado de concorrência monopolística é ineficiente economicamente (assim como
o monopólio também o é).

Vejamos agora alguns exercícios sobre concorrência monopolística:

51. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - Em mercados


organizados sob a forma de concorrência monopolista, a existência de
barreiras à entrada, associada à diferenciação do produto, garante a existência
de lucros econômicos substanciais para as empresas estabelecidas nesse
mercado, mesmo no longo prazo.

COMENTÁRIOS:
Na concorrência monopolística, o equilíbiro de longo prazo acontece quando o
lucro econômico é zero. Ademais, mercados organizados sob a forma de
concorrência monopolística não possuem barreiras à entrada.

GABARITO: ERRADO

52. (CESPE/Unb Ciências Econômicas) - Na concorrência monopolista, no


equilíbrio de longo prazo, a diferenciação de produtos possibilita a existência
de lucros econômicos substanciais para as firmas que operam nesse tipo de
mercado.

COMENTÁRIOS:
No longo prazo, o equilíbrio da concorrência monopolista acontece da mesma
firma que na concorrência perfeita: com as firmas obtendo lucro econômico
zero ou lucro normal.

GABARITO: ERRADO

53. (CESPE/Unb Analista Administrativo e Financeiro SEGER/ES) - Mercados


organizados sob a forma de concorrência monopolista envolvem um número
relativamente grande de firmas que operam de forma não-colusiva e
caracterizam-se por adotarem estratégias de diferenciação do produto.

COMENTÁRIOS:
A maior dificuldade da questão era relacionada ao Português, afinal, o que
- O -
forma que não seja imprópria. Desta forma, está correta a assertiva.

GABARITO: CERTO

54. (CESPE/Unb Banco da Amazônica) - Em um mercado com características

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de competição monopolística, uma empresa compete vendendo produtos


diferenciados, porém altamente substituíveis uns pelos outros.

COMENTÁRIOS:
A existência de produtos diferenciados (cada produtor possui o monopólio de
seu produto) é exatamente a característica que difere a concorrência perfeita da
concorrência monopolística.

GABARITO: CERTO

55. (CESPE/Unb Analista STM) - Nos shopping centers, muitas lojas de


vestuário disputam a clientela desses centros de compras por meio da
diferenciação do seu produto. O fato de várias dessas lojas terem poucos
compradores ilustra o excesso de capacidade que caracteriza a concorrência
monopolística, o que não impede que esses estabelecimentos, no longo prazo,
minimizem seus custos médios.

COMENTÁRIOS:
O mercado de lojas de vestuário dos Shopping Centers pode ser enquadrado
como concorrência monopolística. Como característica deste mercado, temos
que, no longo prazo, as firmas são incapazes de minimizar o custo médio. Por
isso, dizemos que elas operam com excesso de capacidade. Então, o excesso de
capacidade decorre do fato de elas não conseguirem minimizar o custo médio e
não do fato de haver poucos compradores (aliás, nem se pode falar que há
poucos compradores para este tipo de mercado de vestuário nos shopping
centers).

GABARITO: ERRADO

6. OLIGOPÓLIO

No mercado oligopolista, algumas empresas são responsáveis por grande parte da produção do
mercado. Vale ressaltar que o mercado pode possuir inúmeras firmas, mas apenas um pequeno grupo
delas domina uma grande parte do mercado. Também é possível que haja no mercado inteiro apenas um
reduzido número de firmas, em virtude da existência de barreiras à entrada. Como exemplo, nós podemos
citar a indústria de cigarros e automóveis.
A administração da empresa oligopolista é a mais complexa de todas as estruturas de mercado,
porque as decisões relativas a preço e nível de produção devem considerar como as suas ações afetarão as
empresas rivais. Por exemplo, quando uma empresa decide reduzir seus preços para obter uma fatia maior
do mercado, mesmo que isso signifique reduzir seus lucros, ela deve considerar qual será a reação da(s)

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E
e todas as firmas podem sair perdendo.
Assim, durante o processo de tomada de decisões, cada empresa deve considerar as reações dos
concorrentes, sabendo do fato de que estes também considerariam suas reações em relação às suas
decisões. Dessa forma, vê-se que devem existir estratégias bem definidas nas decisões de firmas
oligopolistas.
Resumidamente, o oligopólio é caracterizado por:
 Há apenas algumas firmas;
 Há barreiras de entradas elevadas, de modo que não haja entrada no longo prazo no setor;
 Cada firma produz bens parecidos (suposição nossa, para facilitar a análise).
O oligopólio, geralmente, surge quando há custos iniciais elevados para montar uma firma e
comercializar seu produto de forma que as firmas existentes tenham grandes economias de escala. Em
consequência, as firmas maiores podem utilizar, por exemplo, uma guerra de preços para expulsar novas
firmas do setor.
A forma como as firmas oligopolistas irão organizar suas estratégias de produção e precificação dos
bens, na prática, pode conduzir o oligopólio a resultados bem diferentes. Dependendo do caso, podemos
ter um oligopólio com um equilíbrio idêntico ao que seria visto na concorrência perfeita (oligopólio de
Bertrand). Por outro lado, também podemos ter um oligopólio com um equilíbrio idêntico ao que seria
visto em um monopólio (conluio). Assim, veja que o resultado proveniente do oligopólio dependerá muito
da forma como as empresas interagem e decidem suas estratégias de vendas e formação de preços.
Nós veremos os seguintes tipos de oligopólio:

 Cournot competição simultânea via quantidades;


 Bertrand competição simultânea via preços;
 Modelo Sweezy (modelo de demanda quebrada);
 Stackelberg liderança de quantidades;
 Conluio e cartel;

Todos estes modelos trabalham com alguma parte matemática envolvida junto à teoria. Aqui em
nosso curso, acredito que o custo benefício de entrar nesta parte matemática é muito baixo, dado que há
pouquíssimas probabilidades (quase nenhuma) de cair questões de cálculo na prova de Economia.
Assim, procurarei expor somente aquilo que interessa da teoria. Vocês perceberão isso ao realizar
as questões. É interessante que você preste atenção às expressões em negrito, pois são elas que o CESPE
geralmente cobra nas provas ;-)
................

Inicialmente, apresentaremos os dois modelos mais famosos de oligopólio: Cournot e Bertrand.


Para apresenta-los, trabalharemos com um oligopólio em sua forma limite, o duopólio, em que há apenas
duas firmas. Ademais, vamos supor que os produtos produzidos pelo duopólio (em Cournot e Bertrand)
sejam homogêneos.
Os modelos de oligopólio de Cournot e Bertrand que trabalharemos pressupõem que as variáveis
de mercado que as firmas determinam para competir entre si são o preço (P) e a quantidade produzida (Q).

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Além disso, esses modelos determinam que a firma deve escolher qual das duas variáveis (P ou Q) irá
controlar. Não é possível controlar as duas ao mesmo tempo. A outra variável é determinada pelo
funcionamento do mercado.
Assim, nós teremos um modelo em que as firmas competem entre si alterando os preços (modelo
de Bertrand), e outro modelo em que as firmas competem entre si alterando as quantidades (modelo de
Cournot). Comecemos pelo modelo de oligopólio com concorrência via quantidade (modelo de Cournot).

6.1. MODELO DE COURNOT Concorrência via quantidade

A hipótese básica do modelo de Cournot é a suposição de que a firma, ao decidir quanto vai
produzir, considera fixo o nível de produção da sua concorrente. Em outras palavras, segundo Cournot, o
empresário espera que seu rival nunca mude sua produção.
Ao mesmo tempo, também consideramos que cada empresa seleciona seu nível de produção
simultaneamente e de maneira não-cooperativa, ou não-colusiva. Ou seja, sem se comunicar com a outra
empresa, ou sem saber o que ela vai fazer.
Assim, uma vez que cada empresa tenha escolhido seu nível de produção, o preço de mercado é
ajustado de acordo com o nível de produção que foi escolhido por cada uma das empresas.
O resultado do modelo de Cournot (considerando um duopólio) será um meio termo entre a
concorrência perfeita e o monopólio. Por exemplo, suponha que o resultado da concorrência perfeita para
o mercado de determinado produto seja o seguinte:
Preço = R$ 100,00
Quantidades vendidas = 1.000 unidades
Agora, suponha que, para o mesmo produto, se tivéssemos monopólio, os resultados seriam os
seguintes (o preço deve ser maior e as quantidades menores):
Preço = R$ 150,00
Quantidades vendidas = 750 unidades
Em um duopólio de Cournot, o preço seria algo entre R$ 100,00 e R$ 150,00 e as quan tidades
vendidas estariam entre 750 e 1000. Caso, a este duopólio fossem incorporadas mais e mais firmas, o
resultado seria uma aproximação cada vez maior com o resultado da concorrência perfeita. Assim, quanto
maior fosse o número de firmas do oligopólio, mais o preço se aproximaria de R$ 100 (preço da
concorrência perfeita) e mais as quantidades seriam aproximadas de 1000 (produção da concorrência
perfeita).
Perceba que esta análise acima confirmar algo que é intuitivo: o oligopólio é um meio termo entre o
monopólio e a concorrência perfeita. Como tal, cobrará um preço maior que a concorrência perfeita e
menor que o monopólio; e produzirá mais que o monopólio e menos que a concorrência perfeita.

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6.2. MODELO DE BERTRAND Concorrência via preço

No modelo de Cournot, nós presumimos que as empresas oligopolistas concorrem por meio da
determinação de suas respectivas quantidades. O modelo de Bertrand, entretanto, baseia-se na suposição
de que as firmas concorrem por meio da determinação dos preços em vez das quantidades.
A hipótese básica do equilíbrio de Bertrand repousa sobre a ideia de que a firma, ao decidir quanto
vai produzir, considera fixo o nível de preço da firma concorrente. Veja que as linhas gerais são as
mesmas de Cournot, com a diferença de que, neste caso, o foco passa a ser o preço em vez das
quantidades.
O equilíbrio do duopólio de Bertrand mostra uma conclusão bastante interessante. Imagine uma
firma que fixa um preço abaixo do preço da outra firma. Como estamos trabalhando com a suposição de
um duopólio e de um produto homogêneo, é natural que, ao fixar um preço abaixo da firma concorrente,
ela capture todo o mercado consumidor para si. A resposta da concorrente será na mesma moeda: ela
baixará o preço para recuperar o mercado.
Esta guerra de preços vai durar até o ponto em que as firmas estiverem igualando o preço do
produto ao seu custo marginal, e isto representará o equilíbrio no duopólio de Bertrand.
Veja que o equilíbrio de Bertrand é idêntico ao equilíbrio da concorrência perfeita, onde se iguala
o preço ao custo marginal. Assim, no duopólio de Bertrand, observa-se que um mercado com apenas duas
firmas pode operar como se elas estivessem em um mercado perfeitamente competitivo.
Como o equilíbrio de Bertrand nos mostra uma solução igual à verificada em um mercado
competitivo, onde se iguala preço ao custo marginal, podemos considerar que o oligopólio de Bertrand é
eficiente economicamente. Veja bem: isto é uma exceção! O oligopólio, em regra, não é eficiente. No
entanto, o caso específico do oligopólio de Bertrand será eficiente, pois iguala preço ao custo marginal
(assim como é feito na concorrência perfeita).
Por fim, veja que, ao contrário do modelo de Cournot, o resultado do oligopólio de Bertrand
independe do número de firmas. Mesmo se houver apenas 02 firmas, e elas concorrerem entre si através
da fixação simultânea de preços (hipótese de Bertrand), o resultado será igual ao verificado na
concorrência perfeita. Se houver 100 firmas, o resultado será o mesmo: reduções contínuas de preço até o
ponto se iguala preço ao custo marginal.

6.3. MODELO DE SWEEZY Modelo da demanda quebrada

Esse modelo é bem interessante! Ele tenta explicar por que os preços dos oligopólios são
relativamente estáveis, mesmo quando os custos das empresas dominadoras de mercado mudam. Ou
seja, o modelo, em parte, nos mostra por que os preços permanecem constantes por longos períodos de
tempo, ainda que a estratégia de produção e a estrutura de custos de cada empresa sejam bastante
alteradas no período.

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O modelo supõe que cada oligopolista possui uma curva de demanda quebrada. A curva de
demanda é elástica para preços acima do preço de equilíbrio, e inelástica para preços abaixo do preço de
equilíbrio.

Fi gura 19
P

DEMANDA
Ramo elástico

PE E

Ramo inelástico

Q
QE
O comportamento estratégico que justificaria este formato quebrado da curva de demanda é o
seguinte:
i. A partir do equilíbrio, com preço PE e produção QE, se o oligopolista aumentasse o preço, ele não
seria acompanhado pelos demais oligopolistas. Assim, ele perderia parte importante do mercado
para os concorrentes. Ou seja, um aumento de preços acima de P E faria com que ele enfrentasse uma
demanda bem mais elástica (mais horizontal) para os seus produtos.

ii. Por outro lado, se o oligopolista baixasse o preço para aumentar a sua fatia de mercado, isto
provocaria reação idêntica nos demais, desencadeando uma guerra de preços. Essa reação idênti ca,
consubstanciada na guerra de preços, faria com que todos fossem prejudicados, e cada um
enfrentaria uma curva de demanda mais inelástica (mais vertical) para seus produtos. Ou seja, a
redução de preços não provocaria grandes aumentos nas vendas individ uais, já que a redução de
preço seria acompanhada pelos concorrentes. Na prática, os oligopolistas, ao reconhecer a
interdependência de suas decisões, não teriam explicações para que baixassem os preços.
De modo sucinto, este modelo descreve a característica da rigidez de preços em setores
oligopolizados, nos quais as empresas se mostram relutantes em modificar os preços mesmo que os custos
ou a demanda sofram alterações.

6.4. MODELO DE STACKELBERG liderança de quantidade

A liderança de quantidade modelo de Stackelberg - acontece quando uma empresa,

Neste caso, a firma líder de mercado domina o mercado de tal maneira que é ela quem toma as decisões

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de produção primeiro, antes das outras. Depois, em um segundo plano, as firmas seguidoras tomam suas
decisões baseadas na decisão da líder.
Matematicamente, é possível demonstrar (mas não demonstraremos) que haverá vantagens para a
empresa líder, pois ela será estará sempre na frente das outras.
A liderança de quantidades é geralmente conhecida como modelo de Stackelberg. No entanto,
existe também a liderança de preços, onde a empresa líder define os seus preços e as empresas
seguidoras acompanham a líder este é modelo da firma dominante.
N
preços para competir com a líder, esta pode adotar uma guerra de preços que possivelmente levará as
empresas seguidoras à falência. Isto acontece porque a disposição para sofrer perdas da líder é maior que
a disposição para perdas das seguidoras, e isto acaba funcionando como uma ameaça plausível que resulta,
no longo prazo, em maiores lucros para a líder. As firmas seguidoras aprendem que é melhor acompanhar
os preços da líder, fixando preços mais elevados.

6.5. CONLUIO / CARTEL

Quando existe um pequeno número de firmas, como em um oligopólio, as empresas têm de


escolher se adotam um comportamento cooperativo (colusivo) ou não-cooperativo. As empresas agem de
forma colusiva quando tentam minimizar a concorrência entre elas. Quando as empresas em um
oligopólio cooperam ativamente umas com as outras, envolvem-se em um conluio.
A partir do conluio, nasce o cartel: uma organização de empresas independentes que produzem
bens similares e trabalham juntas para aumentar os preços e restringir a produção.
Quando as empresas de um oligopólio estão organizadas sob um cartel, ou quando realizam conluio
para maximizar seus lucros em conjunto, levando em conta sua dependência mútua, eles produzirão
quantidade e preço de monopólio, e obterão lucro de monopólio.
Assim, na prática, quando firmas oligopolistas entram em conluio, em um cartel, na verdade, elas
tomam suas decisões de produção como se fossem uma só firma, monopolista do mercado. Desta forma,
podemos entender que um cartel nada mais é que um grupo de empresas que se juntam em conluio para
se comportar como um monopolista e maximizar o lucro de todas elas, em conjunto.
Por fim, devemos ressaltar que o cartel na vida real possui algumas dificuldades de ser
implementado. A primeira delas, e mais óbvia, é a própria proibição legal e regulação econômica que existe
por trás dos setores oligopolizados.
A segunda dificuldade é que a história nos mostra que sempre haverá a tentativa de burla. Um
membro do cartel, burlando o acordo previamente estabelecido, pode tentar baixar os preços para
aumentar a sua participação no mercado, sem que os outros membros saibam. Enfim, é sempre difícil
administrar interesses financeiros em jogo, e geralmente os cartéis são considerados organizações
instáveis.

Vejamos agora alguns exercícios sobre oligopólio:

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56. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia) - Um equilíbrio de Cournot em um mercado oligopolista


mostra que a produção de cada empresa maximiza o seu respectivo lucro, sem considerar a
produção de outras empresas.

COMENTÁRIOS:
A hipótese básica do duopólio de Cournot é a de que a firma produzirá com base na produção
esperada de outra firma, e essa produção da outra firma é tomada como um valor fixo.

GABARITO: ERRADO

57. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia) - O enigma de Bertrand é uma situação em que


empresas oligopolistas com conluio se comportam como se estivessem em um mercado
competitivo.

COMENTÁRIOS:
Realmente, no enigma de Bertrand, as empresas oligopolistas se comportam como se
estivessem em um mercado competitivo, mas não há conluio, pelo contrário, h
preços.

GABARITO: ERRADO

58. (FGV Fiscal do ICMS/RJ) - Considere uma estrutura de mercado oligopolista, composto
por duas empresas que interagem, estrategicamente, num mercado de produtos homogêneos.
Assuma que a demanda é bem comportada e as estruturas de custos das empresas são iguais,
com retornos constantes de escala. Com relação à implicação sobre a intensidade da
concorrência ao se adotar o modelo de concorrência em preço (à la Bertrand) no lugar de
concorrência em quantidades (à la Cournot), assinale a afirmativa correta.

a) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em quantidades, com preços de


equilíbrio iguais aos custos marginais.
b) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em quantidades, com preços
de equilíbrio iguais aos custos marginais.
c) Ambas as formas de interação estratégica sempre exibirão mesmo efeito sobre a
intensidade da concorrência.
d) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em quantidades, com preços de
equilíbrio superiores aos custos marginais.
e) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em quantidades, com preços
de equilíbrio superiores aos custos marginais.

COMENTÁRIOS:
a) Incorreta. A concorrência em preços (Bertrand) é mais INTENSA que a concorrência em
quantidades (Cournot), pois naquela temos preços iguais aos custos marginais, assim como
acontece na concorrência perfeita.

b) Correta.

c) Incorreta. Possuem efeitos diferentes.

d) Incorreta. É mais intensa, com P=Cmg.

e) Incorreta. Com P=Cmg

GABARITO: B

59. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de Telecomunicações ANATEL) -

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Dentro da estrutura de mercado oligopolista, tem-se, como ponto desfavorável, a formação de


cartéis, o que contraria o regular funcionamento da ordem econômica.

COMENTÁRIOS:
O reconhecimento de que as firmas oligopolistas podem aumentar os seus lucros se se
coalizarem leva à formação de cartéis, o que contraria o regular funcionamento do mercado,
tendo em vista que estes cartéis podem trazer grandes perdas de bem estar à sociedade, na
medida em que podem determinar quase que unilateralmente a quantidade produzida e o nível
de preço do produto.

GABARITO: CERTO

60. (CESPE/Unb Analista STM) - No modelo da curva de demanda quebrada, exemplo de


oligopólio colusivo, supõe-se que, se uma firma elevar seus preços, suas concorrentes farão o
mesmo, o que favorecerá a estabilidade de preços nesse mercado.

COMENTÁRIOS:
Em primeiro lugar, o modelo da curva de demanda quebrada não é exemplo d e oligopólio
colusivo (o cartel seria um oligopólio colusivo). Ademais, a suposição é a de que, se uma firma
elevar seus preços, suas concorrentes NÃO farão o mesmo, o que favorecerá a estabilidade de
preços.

GABARITO: ERRADO

61. (CESPE/Unb Economista Ministério da Saúde) - Em oligopólios, verificam-se curvas de


demanda quebrada por ocorrer rigidez de alterações de preços somente para cima. Daí, a
tendência de formação de cartel.

COMENTÁRIOS:
A rigidez de preços no modelo de curva de demanda quebrada ocorre tanto para cima quanto
para baixo. Ademais, não há tendência à formação de cartel. A tendência é em relação à
estabilidade de preços.

GABARITO: ERRADO

62. (CESPE/Unb Economista Ministério da Saúde) - A permissão para que o monopolista


pratique discriminação de preços leva a perdas na economia e, portanto, deve ser combatida
pelos órgãos do Estado.

COMENTÁRIOS:
Conforme foi explicado no tópico sobre discriminação de preços no monopólio, a prática de
discriminação de preços, em regra, eleva os níveis de eficiência na econômica, reduzindo as
perdas inerentes ao monopólio. É bem verdade que a discriminação favorece somente aos
produtores, mas o fato é que os excedentes totais do mercado são aumentados. Ou seja, em
regra, a eficiência é aumentada quando há discriminação de preços por parte do monopolista.

GABARITO: ERRADO

63. CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de Telecomunicações ANATEL) - No


modelo da curva de demanda quebrada, as empresas oligopolistas defrontam-se com uma
curva de demanda que é mais inelástica para preços superiores àqueles que prevalecem no
mercado e mais elástica, no caso contrário.

COMENTÁRIOS:
A assertiva está errada, pois é o contrário do que está lá: no modelo da curva de demanda
quebrada, as empresas oligopolistas defrontam-se com uma curva de demanda que é mais
elástica para preços superiores àqueles que prevalecem no mercado e mais inelástica, non caso

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contrário.

GABARITO: ERRADO

64. (CESPE/Unb Economista DPU) - Quantidades produzidas no equilíbrio de Cournot por


empresas pertencentes a um duopólio tendem a ser superiores às quantidades produzidas no
equilíbrio competitivo.

COMENTÁRIOS:
Nós vimos que as quantidades produzidas no equilíbrio de Cournot serão inferiores àquelas
produzidas no equilíbrio da concorrência perfeita (competitivo) e superiores àquelas produzidas
no equilíbrio de monopólio. Com os preços, ocorrerá o inverso.

GABARITO: ERRADO

65. (CESPE/Unb Economista DPU) - Se duas empresas duopolistas pudessem fazer uma
coalizão, a produção das duas seria maior que se elas competissem à Cournot.

COMENTÁRIOS:
Se duas empresas duopolistas fizerem uma coalisão (organizarem um cartel), elas se
comportarão como se fosse um monopolista. Conforme vimos, a produção de um monopolista é
inferior à produção de um duopólio de Cournot.

GABARITO: ERRADO

66. (CESPE/Unb Economista DPU) - Em um duopólio à Bertrand, cada empresa escolhe, no


equilíbrio, o mesmo preço que escolheria se estivesse no mercado competitivo.

COMENTÁRIOS:
Exatamente isso! O resultado do duopólio de Bertand é exatamente igual àquele verificado na
concorrência perfeita, onde temos preço igual a custo marginal.

GABARITO: CERTO

67. (CESPE/Unb Economista DPU) - Empresas no setor oligopolista enfrentam rigidez de


preços para baixo, pois sempre tendem a não seguir aqueles que abaixam os preços e a seguir
aqueles que os aumentam.

COMENTÁRIOS:
Pelo que vimos no modelo de demanda quebrada, realmente, as empresas do setor oligopolista
enfrentam rigidez para baixo (e também para cima), pois sempre tendem a não seguir aqueles
que aumentam os preços e a seguir aqueles que abaixam os preços. Veja que a lógica correta foi
invertida.

GABARITO: ERRADO

68. (CESPE/Unb Economista DPU) - E Práticas de cartéis tendem a ser estáveis, pois os
lucros sempre caem quando empresas individuais tendem a se comportar unilateralmente.

COMENTÁRIOS:
Os cartéis são instáveis. Ademais, não se pode dizer que os lucros caem quando as empresas se
comportam unilateralmente. Geralmente, o comportamento unilateral que ocorre na burla do
cartel é no sentido de aumentar o lucro da empresa que está fazendo a burla.

GABARITO: ERRADO

69. (CESPE/Unb Consultor Legislativo Senado Federal) - O modelo de Stackelberg

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proporciona uma forma adequada de caracterização do comportamento oligopolístico em uma


indústria em que há o domínio de uma firma.

COMENTÁRIOS:
É exatamente a ideia do modelo de Stackelberg, onde temos uma empresa líder, portanto,
indicando que há o domínio de uma firma.

GABARITO: CERTO

70. (CESPE/Unb Consultor do Executivo SEFAZ/ES) - Modelos de Stackelberg são


frequentemente utilizados para descrever comportamentos de empresas em um mercado de
oligopólio quando elas concorrem nas quantidades produzidas.

COMENTÁRIOS:
O modelo de Stackelberg é um modelo de oligopólio em que a concorrência ocorre na
quantidades produzidas. Existe uma firma líder, que define a quantidade produzida. A seguidora
decide seu nível de produção a partir da decisão tomada pela líder.
Quando temos um modelo de liderança nos preços, temos o modelo da firma dominante.

GABARITO: CERTO

Bem pessoal, por hoje é só. Seguem mais questões comentadas para que vocês treinem bastante.

Abraço e bons estudos!


Heber Carvalho e Daniel Saloni

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MAIS QUESTÕES COMENTADAS

71. (CESPE - Analista de Gestão Educacional - Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

No monopólio perfeitamente discriminador de preço, o ótimo de Pareto não pode ser alcançado.

Comentário:
Na discriminação de preços de primeiro grau, há uma redistribuição de ganhos do mercado, onde o

excedentes. Como não temos perda de excedentes, podemos concluir que, ocorrendo discriminação
perfeita de preços, o monopólio será um mercado eficiente economicamente, pois o valor total dos
excedentes continua igual àquele que seria verificado em um mercado de concorrência perfeita,
alcançando um ótimo de Pareto, portato.

Gabarito: Errado

72. (CESPE - Analista de Gestão Educacional - Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

No duopólio de Bertrand, o preço pago pelas firmas é igual ao custo marginal.

Comentário:
O equilíbrio de Bertrand é idêntico ao equilíbrio da concorrência perfeita, onde se iguala o preço ao custo
marginal. O oligopólio de Bertrand é uma exceção, pois, em regra, o oligopólio, não é eficiente.

Gabarito: Certo

73. (CESPE - Auditor Governamental - CGE PI Geral - 2015) Julgue o item que se segue, referente à
teoria microeconômica clássica.

A produção de uma firma monopolista maximizadora de lucro se dá na zona elástica da curva de


demanda.

Comentário:
Conforme item 4.2 da aula, a maximização de lucros se dá quando:

Do ponto de vista matemático, podemos perceber que o monopolista nunca irá atuar quando <1. Se
<1, então >1 e a receita marginal (Rmg) será um número negativo.

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Assim, o monopolista irá atuar quando Epd>1, portanto, o monopolista só opera no ramo elástico da curva
de demanda.

Gabarito: Certo

74. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo - Controle Externo - Auditoria Governamental - 2015)
Acerca dos conceitos de falhas de mercado e sua relação com a eficiência econômica e da formação de
estruturas de mercado, julgue o item.

O aumento da elasticidade de demanda de determinado mercado limita o potencial do poder de


monopólio de cada um de seus produtores.

Comentário:
Através da equação trazida no item 4.4, , sabemos que à medida que aumentamos

indefinidamente o valor da , o denominador da expressão em negrito, , vai se


aproximando de 01, o que significa que o preço do produto vai se aproximando do custo marginal, como
no mercado de concorrência perfeita. Assim, quanto mais a Epd se aproxima de 01, maior será o preço do
produto (P) e mais ele se distancia do custo marginal. Quanto mais a Epd cresce e se aproxima do infinito
E P

Dessa forma, quanto mais inelástica for a curva de demanda da empresa, maior o poder de monopólio
(obedecendo a condição que o monopolista não atuará quando Epd<1).

Gabarito: Certo

75. (CESPE - Auditor Fiscal de Controle Externo - Controle Externo Economia - TCE-SC - 2016) No que se
refere à teoria da estrutura dos mercados de bens e de fatores de produção, julgue o item subsecutivo.

Uma empresa em concorrência perfeita maximiza lucros quando iguala o preço de determinado produto
ao seu custo marginal. Uma empresa monopolista maximiza lucros quando sua receita marginal é maior
que o custo marginal.

Comentário:
Em todos os mercados vistos em aula, a maximização de lucros se dá quando receita marginal é igual ao
custo marginal.

Gabarito: Errado

76. (CESPE - Auditor Fiscal de Controle Externo - Controle Externo Economia - TCE-SC - 2016) No que se
refere à atuação do Estado como produtor de bens e como regulador de mercados, julgue o item
seguinte.

A existência de monopólios naturais justifica a atuação do Estado como produtor de bens, situação em
que a produção do bem se sujeita a custo fixo baixo, mas a custo marginal elevado.

Comentário:

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Temos monopólios naturais, geralmente, em mercados que requerem altos custos de implantação, assim
como altos custos fixos. Estes mercados apresentam economias de escala para os níveis de produção
relevantes e, consequentemente, custos médios decrescentes. Apresentam também custos marginais
muito baixos, bem próximos ou tendendo a zero para os níveis relevantes de produção.

Gabarito: Errado

77. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Planejamento - Economia - TCE-PA - 2016) Em relação às
estruturas de mercado e aos aspectos concorrenciais, julgue o item seguinte.

A firma monopolista nunca opera na zona inelástica da curva de demanda.

Comentário:
Como vimos, o monopolista só opera no ramo elástico da curva de demanda.
==611ca==

Conforme item 4.2 da aula, a maximização de lucros se dá quando:

Do ponto de vista matemático, podemos perceber que o monopolista nunca irá atuar quando <1. Se
<1, então >1 e a receita marginal (Rmg) será um número negativo.

Assim o monopolista irá atuar quando Epd>1, portanto, o monopolista só opera no ramo elástico da curva
de demanda.

Gabarito: Certo

78. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Planejamento - Economia - TCE-PA - 2016) Em relação às
estruturas de mercado e aos aspectos concorrenciais, julgue o item seguinte.

Uma firma monopolista que não pratica discriminação de preço opera com receita marginal inferior ao
preço.

Comentário:
No monopólio, para se vender um produto adicional, a firma terá que fazê -lo a um preço menor que
aquele praticado anteriormente. Desta forma, a receita, na margem, será sempre menor que o preço que
era praticado no nível de produção imediatamente anterior. Em outras palavras, no monopólio: Rmg<P.

Já o monopolista que pratica a discriminação perfeita de preços pode vender até que o preço se iguale ao
custo marginal, adquirindo de cada consumidor o máximo que ele está disposto a pagar.

Gabarito: Certo

79. (CESPE - Tecnólogo - Negócios Imobiliários - FUB - 2015) - Em relação aos principais tipos de
concorrência da economia, julgue o próximos item.

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Na concorrência monopolística, os bens oferecidos pelas firmas apresentam algum grau de


diferenciação, sendo, portanto, não homogêneos.

Comentário:
Vimos na definição do mercado de concorrência monopolística que este mercado é muito semelhante à
concorrência perfeita, com a diferença que o produto transacionado não é homogêneo. Isto é, cada firma
possui o monopólio do seu produto/marca, que é diferenciado dos demais. Exemplo: lojas de roupas
(muitas firmas, muitos compradores, porém o produto é diferenciado, cada loja possui o monopólio da sua
marca).

Gabarito: Certo

80. (CESPE - Analista de Gestão Educacional - Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

Na concorrência monopolística, o preço é igual à receita marginal.

Comentário:
Conforme figura 17 da aula, a concorrência monopolística, o preço é maior que a receita marginal.

Gabarito: Errado

81. (CESPE - Analista de Gestão Educacional - Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

O equilíbrio de longo prazo da concorrência monopolística é ineficiente no sentido de Pareto.

Comentário:
No equilíbrio de longo prazo da concorrência monopolística, o preço cobrado pelo produto é sempre maior
que o custo marginal, de forma diferente do que ocorre na concorrência perfeita, onde P=Cmg. Pelo fato
de cobrar preços superiores ao custo marginal, o mercado de concorrência monopolística é ineficiente
economicamente.

Gabarito: Certo

82. (Cespe/UnB - Especialista - ANTAQ - 2014) - A prática de monopólio na produção de um bem resulta
na equivalência entre o preço final desse bem e o custo marginal de sua fabricação.

Comentários:
O mercado em que há equivalência entre o preço final desse bem e o custo marginal de sua fabricação é a
concorrência perfeita. No monopólio não há a equivalência citada.

Gabarito: Errado

Estruturas de Mercado Parte IV 49


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83. (Cespe/UnB - Especialista - ANTAQ - 2014) A ineficiência do mercado de concorrência imperfeita pode
ser medida pela distância entre o preço de mercado e o custo marginal do bem. Quanto menor for essa
distância, menos eficiente será o mercado de concorrência imperfeita.

Comentários:
No modelo de concorrência perfeita, vimos que no equilíbrio preço é igual ao custo marginal. Dad o que
Cmg=P, no mercado de concorrência perfeita, temos eficiência econômica.

No equilíbrio no monopólio, P > Cmg, sendo que quanto mais próximo Cmg está de P, mais o mercado se
aproxima da concorrência perfeita e, portanto, mais eficiente será o mercado.

Gabarito: Errado

84. (Cespe/UnB - Especialista - ANATEL - 2014) O lucro do monopolista é maximizado no ponto em que o
custo marginal se iguala à receita marginal.

Comentários: Para qualquer estrutura de mercado, inclusive o monopólio, a firma maxi miza o lucro quando
Cmg = Rmg.

Gabarito: Certo

85. (Cespe/UnB - Especialista - ANATEL - 2014) O poder de monopólio se baseia na capacidade de a firma
definir o preço acima do custo marginal. O quanto um preço supera o custo marginal depende do inverso
da elasticidade de demanda que a firma defronta.

Comentários:
Vimos que o mark up (preço dividido pelo Cmg) mede a margem do preço que está acima do custo
marginal. Vimos também que o mark up pode ser calculado pela fórmula:

De acordo com a fórmula, quanto maior a elasticidade preço da demanda, menor o mark up do
monopolista. Quanto menor o mark up, menor o poder do monopolista, assim quanto maior a elasticidade,
menor o poder do monopolista.

Gabarito: Certo

86. (Cespe/UnB - Especialista - ANATEL - 2014) A situação em que uma empresa consegue manter seus
preços recorrentemente acima do nível competitivo de produção sem diminuir o montante de produtos
vendidos é caracterizada como poder de mercado.

Comentários:
O nível competitivo de produção é o que P = Cmg, este é o equilíbrio verificado na concorrência perfeita,
sendo um mercado que apresenta eficiência econômica.

Se uma empresa consegue manter seus preços recorrentemente acima do nível competitivo de produção,
ou seja, de forma que P > Cmg, então esta empresa possui poder de mercado.

Estruturas de Mercado Parte IV 50


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Gabarito: Certo

87. (CESPE/Unb - Analista Jud. Economista - TJ/SE - 2014) Uma firma que concede descontos para seus
clientes em função do volume de bens por eles adquiridos realiza uma discriminação de preços de
terceiro grau.

Comentários:
Quando o monopolista cobra um preço diferente, conforme a quantidade comprada por cada consumidor,
temos uma discriminação de preços de segundo grau.

Gabarito: ERRADO

88. (CESPE/Unb - Economista - Ministério das Comunicações - 2013) - O poder de mercado será maior, na
concorrência monopolística, quanto menor for a elasticidade-preço da demanda.

Comentários:
Em qualquer mercado, o poder de mercado é tanto maior quanto menor a elasticidade preço da demanda
enfrentada pela firma.

Gabarito: Certo

89. (CESPE/Unb - Economista - Ministério das Comunicações - 2013) - A longo prazo, a concorrência
monopolística opera com excesso de capacidade.

Comentários:
Em longo prazo, a firma inserida em concorrência monopolística é incapaz de minimizar o custo médio. Ela
se equilibra em uma situação em que o custo médio ainda está decrescendo (temos economias de escala).

Isto quer dizer que ela poderia aumentar a produção e, ao mesmo tempo, reduzir o custo médio. Em
outras palavras, ela possui instalações e máquinas que não estão sendo utilizadas ao máximo. Por isso, elas
operam com excesso de capacidade. Ou, em outras palavras, elas operam com capacidade ociosa.

Gabarito: Certo

90. (Cespe/UnB - Especialista - ANATEL - 2014) No equilíbrio de Cournot, uma empresa é capaz de tomar
decisões antes de outra, de modo que cada empresa maximiza seu lucro com base nas expectativas.

Comentários:
No oligopólio de Cournot cada empresa seleciona seu nível de produção simultaneamente e de maneira
não-cooperativa, ou não-colusiva, dessa forma uma empresa não é capaz de tomar decisões antes de
outra, pois a competição via quantidades é simultânea.

Gabarito: Errado

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91. (CESPE/Unb - Analista Jud. Economista - TJ/SE - 2014) De acordo com o modelo de duopólio de
Bertrand, as firmas fixam seus preços de forma simultânea, sendo o preço de equilíbrio superior ao
verificado no modelo de duopólio de Stackelberg, segundo o qual a firma líder fixa seu preço antes da
firma seguidora.

Comentários:
O equilíbrio de Bertrand é idêntico ao equilíbrio da concorrência perfeita, onde se iguala o preço ao custo
marginal. Dessa forma, o preço é o mesmo de um mercado competitivo, sendo, port anto, inferior ao
verificado no modelo de duopólio de Stackelberg.

Gabarito: Errado

92. (CESPE/Unb - Economista - Ministério da Justiça - 2013) - O conluio ou cartel é um acordo entre
empresas para estabelecer preços e quantidades que maximizem a soma de seus lucros.

Comentários:
Vimos que o cartel é uma organização de empresas independentes que produzem bens similares e
trabalham juntas para aumentar os preços e restringir a produção, a fim de maximizarem seus lucros.
Dessa forma, a assertiva está de acordo com o conceito apresentado.

Gabarito: Certo

Suponha que no mercado de produção de alumínio há dezenas de empresas, sendo que a maior delas
produz uma fração mínima do que seria a oferta total. Desta maneira os produtores seriam tomadores
de preço. Considerando essas informações e a possibilidade de substituição de alumínio por cobre e vice -
versa, para o uso industrial, julgue os itens subsecutivos.

93. (CESPE/Unb - Analista em Geociências - Área Economia - CPRM - 2013) - A estrutura de mercado é de
oligopólio.

Comentários
Considerando que as empresas são tomadoras de preços, a estrutura de mercado é a concorrência
perfeita.

Gabarito: Errado

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS


(continuação da lista da aula 04)

37. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia) - Empresas monopolistas e empresas em mercados de concorrência


perfeita maximizarão seus lucros quando suas receitas marginais e seus custos marginais se igualarem.

38. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia) - Devido à heterogeneidade dos demandantes de crédito bancário, é
lucrativo para um banco monopolista praticar discriminação perfeita de preços com juros diferentes para
cada tipo de cliente.

39. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - Como as empresas monopolistas fixam seus
preços acima dos custos marginais, o nível de produção que maximiza os lucros situa-se na parte inelástica
da curva de demanda com a qual essas firmas se confrontam.

40. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - SEGER/ES) - A presença de economias crescentes de


escala em determinada indústria indica a existência de fortes pressões competitivas nesse mercado,
excluindo, pois, a sua monopolização.

41. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas UEPA) - Nos mercados organizados sob a forma de monopólio, o
preço será tanto maior quanto mais inelástica for a curva de demanda com a qual se confrontam as firmas
que compõem esses mercados.

42. (CESPE/Unb Analista do MPU) - Caso a elasticidade da demanda seja grande, é correto afirmar que o
poder de monopólio da empresa será pequeno.

43. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de Telecomunicações ANATEL) - O modelo


conhecido como mark-up, dentro do estudo da estrutura de mercado monopolista, é apontado como um
exemplo de causa de inflação de custos.

44. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior MDIC) - A fixação de preços mais elevados em um
mercado no qual a demanda é maior é consistente com um comportamento maximizador de lucros por
parte de um monopolista que pratica discriminação de preços.

45. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior MDIC) - O fato de que, para as bibliotecas de
universidades, o preço da assinatura de periódicos científicos é mais elevado que aquele cobrado aos
particulares colide com a existência de discriminação de preços no mercado dessas publicações.

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46. (CESPE/Unb Analista do MPU) - Uma empresa monopolista que discrimina preços de acordo com a
quantidade consumida da mesma mercadoria/serviço pratica discriminação perfeita de preço de primeiro
grau.

47. (CESPE/Unb Pesquisador INPI) - A escala mínima de eficiência relaciona-se com o padrão das
economias de escala que predominam no setor, porém, essa escala não influencia a estrutura de mercado
que prevalece nessa indústria.

48. (CESPE/Unb Economista CODEBA) - Quando o monopolista cobra preços muito elevados, ocorre
ineficiência do monopólio.

49. (CESPE/Unb Economista CODEBA) - A probabilidade de monopólios e oligopólios se perpetuarem no


longo prazo é elevada, independentemente de leis que os garantam.

50. (CESPE/Unb Economista DPU) Um monopólio será sempre ineficiente, pois seus preços são
sempre mais altos que os preços de concorrência perfeita.

51. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - Em mercados organizados sob a forma de
concorrência monopolista, a existência de barreiras à entrada, associada à diferenciação do produto,
garante a existência de lucros econômicos substanciais para as empresas estabelecidas nesse mercado,
mesmo no longo prazo.

52. (CESPE/Unb Ciências Econômicas) - Na concorrência monopolista, no equilíbrio de longo prazo, a


diferenciação de produtos possibilita a existência de lucros econômicos substanciais para as firmas que
operam nesse tipo de mercado.

53. (CESPE/Unb Analista Administrativo e Financeiro SEGER/ES) - Mercados organizados sob a forma de
concorrência monopolista envolvem um número relativamente grande de firmas que operam de forma
não-colusiva e caracterizam-se por adotarem estratégias de diferenciação do produto.

54. (CESPE/Unb Banco da Amazônica) - Em um mercado com características de competição


monopolística, uma empresa compete vendendo produtos diferenciados, porém altamente substituíveis
uns pelos outros.

55. (CESPE/Unb Analista STM) - Nos shopping centers, muitas lojas de vestuário disputam a clientela
desses centros de compras por meio da diferenciação do seu produto. O fato de várias dessas lojas terem
poucos compradores ilustra o excesso de capacidade que caracteriza a concorrência monopolística, o que
não impede que esses estabelecimentos, no longo prazo, minimizem seus custos médios.

56. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia) - Um equilíbrio de Cournot em um mercado oligopolista mostra que
a produção de cada empresa maximiza o seu respectivo lucro, sem considerar a produção de outras
empresas.

57. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia) - O enigma de Bertrand é uma situação em que empresas
oligopolistas com conluio se comportam como se estivessem em um mercado competitivo.

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58. (FGV Fiscal do ICMS/RJ) - Considere uma estrutura de mercado oligopolista, composto por duas
empresas que interagem, estrategicamente, num mercado de produtos homogêneos. Assuma que a
demanda é bem comportada e as estruturas de custos das empresas são iguais, com retornos constante s
de escala. Com relação à implicação sobre a intensidade da concorrência ao se adotar o modelo de
concorrência em preço (à la Bertrand) no lugar de concorrência em quantidades (à la Cournot), assinale a
afirmativa correta.

a) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em quantidades, com preços de equilíbrio
iguais aos custos marginais.
b) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em quantidades, com preços de equilíbrio
iguais aos custos marginais.
c) Ambas as formas de interação estratégica sempre exibirão mesmo efeito sobre a intensidade da
concorrência.
d) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em quantidades, com preços de equilíbrio
superiores aos custos marginais.
e) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em quantidades, com preços de equilíbrio
superiores aos custos marginais.

59. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de Telecomunicações ANATEL) - Dentro da


estrutura de mercado oligopolista, tem-se, como ponto desfavorável, a formação de cartéis, o que
contraria o regular funcionamento da ordem econômica.

60. (CESPE/Unb Analista STM) - No modelo da curva de demanda quebrada, exemplo de oligopólio
colusivo, supõe-se que, se uma firma elevar seus preços, suas concorrentes farão o mesmo, o que
favorecerá a estabilidade de preços nesse mercado.

61. (CESPE/Unb Economista Ministério da Saúde) - Em oligopólios, verificam-se curvas de demanda


quebrada por ocorrer rigidez de alterações de preços somente para cima. Daí, a tendência de formação de
cartel.

62. (CESPE/Unb Economista Ministério da Saúde) - A permissão para que o monopolista pratique
discriminação de preços leva a perdas na economia e, portanto, deve ser combatid a pelos órgãos do
Estado.

63. CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de Telecomunicações ANATEL) - No modelo da


curva de demanda quebrada, as empresas oligopolistas defrontam-se com uma curva de demanda que é
mais inelástica para preços superiores àqueles que prevalecem no mercado e mais elástica, no caso
contrário.

64. (CESPE/Unb Economista DPU) - Quantidades produzidas no equilíbrio de Cournot por empresas
pertencentes a um duopólio tendem a ser superiores às quantidades produzidas no equilíbrio competitivo.

65. (CESPE/Unb Economista DPU) - Se duas empresas duopolistas pudessem fazer uma coalizão, a
produção das duas seria maior que se elas competissem à Cournot.

66. (CESPE/Unb Economista DPU) - Em um duopólio à Bertrand, cada empresa escolhe, no equilíbrio, o
mesmo preço que escolheria se estivesse no mercado competitivo.

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67. (CESPE/Unb Economista DPU) - Empresas no setor oligopolista enfrentam rigidez de preços para
baixo, pois sempre tendem a não seguir aqueles que abaixam os preços e a seguir aqueles que os
aumentam.

68. (CESPE/Unb Economista DPU) - E Práticas de cartéis tendem a ser estáveis, pois os lucros sempre
caem quando empresas individuais tendem a se comportar unilateralmente.

69. (CESPE/Unb Consultor Legislativo Senado Federal 2002) - O modelo de Stackelberg proporciona
uma forma adequada de caracterização do comportamento oligopolístico em uma indústria em que há o
domínio de uma firma.

70. (CESPE/Unb Consultor do Executivo SEFAZ/ES) - Modelos de Stackelberg são frequentemente


utilizados para descrever comportamentos de empresas em um mercado de oligopólio quando elas
concorrem nas quantidades produzidas.

71. (CESPE - Analista de Gestão Educacional - Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

No monopólio perfeitamente discriminador de preço, o ótimo de Pareto não pode ser alcançado.

72. (CESPE - Analista de Gestão Educacional - Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

No duopólio de Bertrand, o preço pago pelas firmas é igual ao custo marginal.

73. (CESPE - Auditor Governamental - CGE PI Geral - 2015) Julgue o item que se segue, referente à teoria
microeconômica clássica.

A produção de uma firma monopolista maximizadora de lucro se dá na zona elástica da curva de demanda.

74. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo - Controle Externo - Auditoria Governamental - 2015)
Acerca dos conceitos de falhas de mercado e sua relação com a eficiência econômica e da formação de
estruturas de mercado, julgue o item.

O aumento da elasticidade de demanda de determinado mercado limita o potencial do poder de


monopólio de cada um de seus produtores.

75. (CESPE - Auditor Fiscal de Controle Externo - Controle Externo Economia - TCE-SC - 2016) No que se
refere à teoria da estrutura dos mercados de bens e de fatores de produção, julgue o item subsecutivo.

Uma empresa em concorrência perfeita maximiza lucros quando iguala o preço de determinado produto ao
seu custo marginal. Uma empresa monopolista maximiza lucros quando sua receita marginal é maior que o
custo marginal.

76. (CESPE - Auditor Fiscal de Controle Externo - Controle Externo Economia - TCE-SC - 2016) No que se
refere à atuação do Estado como produtor de bens e como regulador de mercados, julgue o item seguinte.

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A existência de monopólios naturais justifica a atuação do Estado como produtor de bens, situação em que
a produção do bem se sujeita a custo fixo baixo, mas a custo marginal elevado.

77. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Planejamento - Economia - TCE-PA - 2016) Em relação às
estruturas de mercado e aos aspectos concorrenciais, julgue o item seguinte.

A firma monopolista nunca opera na zona inelástica da curva de demanda.

78. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Planejamento - Economia - TCE-PA - 2016) Em relação às
estruturas de mercado e aos aspectos concorrenciais, julgue o item seguinte.

Uma firma monopolista que não pratica discriminação de preço opera com receita marginal inferior ao
preço.

79. (CESPE - Tecnólogo - Negócios Imobiliários - FUB - 2015) - Em relação aos principais tipos de
concorrência da economia, julgue o próximos item.

Na concorrência monopolística, os bens oferecidos pelas firmas apresentam algum grau de diferenciação,
sendo, portanto, não homogêneos.

80. (CESPE - Analista de Gestão Educacional - Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

Na concorrência monopolística, o preço é igual à receita marginal.

81. (CESPE - Analista de Gestão Educacional - Economia SEDF - 2017) - Com referência à teoria
microeconômica da produção e às respectivas estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

O equilíbrio de longo prazo da concorrência monopolística é ineficiente no sentido de Pareto.

82. (Cespe/UnB - Especialista - ANTAQ - 2014) - A prática de monopólio na produção de um bem resulta na
equivalência entre o preço final desse bem e o custo marginal de sua fabricação.

83. (Cespe/UnB - Especialista - ANTAQ - 2014) A ineficiência do mercado de concorrência imperfeita pode
ser medida pela distância entre o preço de mercado e o custo marginal do bem. Quanto menor for essa
distância, menos eficiente será o mercado de concorrência imperfeita.

84. (Cespe/UnB - Especialista - ANATEL - 2014) O lucro do monopolista é maximizado no ponto em que o
custo marginal se iguala à receita marginal.

85. (Cespe/UnB - Especialista - ANATEL - 2014) O poder de monopólio se baseia na capacidade de a firma
definir o preço acima do custo marginal. O quanto um preço supera o custo marginal depende do inverso
da elasticidade de demanda que a firma defronta.

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86. (Cespe/UnB - Especialista - ANATEL - 2014) A situação em que uma empresa consegue manter seus
preços recorrentemente acima do nível competitivo de produção sem diminuir o montante de produtos
vendidos é caracterizada como poder de mercado.

87. (CESPE/Unb - Analista Jud. Economista - TJ/SE - 2014) Uma firma que concede descontos para seus
clientes em função do volume de bens por eles adquiridos realiza uma discriminação de preços de terceiro
grau.

88. (CESPE/Unb - Economista - Ministério das Comunicações - 2013) - O poder de mercado será maior, na
concorrência monopolística, quanto menor for a elasticidade -preço da demanda.

89. (CESPE/Unb - Economista - Ministério das Comunicações - 2013) - A longo prazo, a concorrência
monopolística opera com excesso de capacidade.

90. (Cespe/UnB - Especialista - ANATEL - 2014) No equilíbrio de Cournot, uma empresa é capaz de tomar
decisões antes de outra, de modo que cada empresa maximiza seu lucro com base nas expectativas.

91. (CESPE/Unb - Analista Jud. Economista - TJ/SE - 2014) De acordo com o modelo de duopólio de
Bertrand, as firmas fixam seus preços de forma simultânea, sendo o preço de equilíbrio superior ao
verificado no modelo de duopólio de Stackelberg, segundo o qual a firma líder fixa seu preço antes da firma
seguidora.

92. (CESPE/Unb - Economista - Ministério da Justiça - 2013) - O conluio ou cartel é um acordo entre
empresas para estabelecer preços e quantidades que maximizem a soma de seus lucros.

Suponha que no mercado de produção de alumínio há dezenas de empresas, sendo que a maior delas
produz uma fração mínima do que seria a oferta total. Desta maneira os produtores seriam tomadores de
preço. Considerando essas informações e a possibilidade de substituição de alumínio por cobre e vice -
versa, para o uso industrial, julgue os itens subsecutivos.

93. (CESPE/Unb - Analista em Geociências - Área Economia - CPRM - 2013) - A estrutura de mercado é de
oligopólio.

Estruturas de Mercado Parte IV 58


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GABARITO
37 C 38 C 39 E 40 E 41 C 42 C
43 E 44 E 45 E 46 E 47 E 48 E 49 E
50 E 51 E 52 E 53 C 54 C 55 E 56 E
57 E 58 B 59 C 60 E 61 E 62 E 63 E
64 E 65 E 66 C 67 E 68 E 69 C 70 C
71 E 72 C 73 C 74 C 75 E 76 E 77 C
78 C 79 C 80 E 81 C 82 E 83 E 84 C
85 C 86 C 87 E 88 C 89 C 90 E 91 E
92 C 93 E

Estruturas de Mercado Parte IV 59


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