Você está na página 1de 111

Aula 05

Economia e Finanças Públicas p/ ISS Cuiabá


Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho
Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

AULA 05 – Estruturas de Mercado:


Concorrência Perfeita; Monopólio; Concorrência
Monopolística; Oligopólio.

SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA


Introdução e generalidades 02
Maximização de lucros 03
Concorrência perfeita 06
Monopólio 26
Concorrência Monopolística 47
Oligopólio 51
Questões comentadas 62
Lista de questões apresentadas na aula 97
Gabarito 110

Olá caros(as) amigos(as),

Na aula de hoje, nós estudaremos as estruturas de mercado. Na


verdade, veremos apenas as 04 principais: concorrência perfeita,
monopólio, concorrência monopolística e oligopólio. Nas provas da
Área Fiscal, geralmente, são cobradas apenas as 02 primeiras estruturas
(concorrência perfeita e monopólio).

Nossa estratégia será a seguinte: estudaremos de modo mais


detalhado as 02 principais estruturas (para fins de concurso), que são
justamente aquelas que mais caem em provas da Área Fiscal. As outras
02 estruturas (concorrência monopolística e oligopólio) serão estudadas
de forma menos detalhada, mas que é o suficiente para matarmos as
questões de prova já cobradas em concursos da Área Fiscal.

A aula pode parecer um pouco complicada, mas, acredite, não é.


Sugerimos que faça os exercícios umas 02 vezes, e estará bem treinado
para a prova. Para facilitar o estudo de vocês, também colocamos ao final
dos tópicos um resumo daquilo que é mais importante vocês
memorizarem em relação a essas duas estruturas de mercado (por isso
não teremos o resumão da aula). Memorizando esse resumo, e fazendo a
lista de exercícios 02X (pelo menos aqueles mais importantes), é só partir
pro abraço no dia da prova .

Nas duas últimas aulas, nós exploramos vários aspectos da


produção e dos custos das empresas. A teoria que foi explanada nas aulas
passadas se aplica para qualquer estrutura de mercado e será
fundamental para entendermos várias passagens da aula de hoje,
principalmente a parte de custos, que será bem importante.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Nós estudaremos as diversas características das principais
estruturas de mercado, diferenciando-as. Para isso, inicialmente, vamos
defini-las para que vocês tenham uma ideia geral de cada uma. A partir
daí, iremos aprofundar nas duas principais estruturas, abordando como é
o equilíbrio, oferta da empresa, significado do lucro, nível de produção,
etc.

E aí, todos prontos? Então, aos estudos!

ESTRUTURAS DE MERCADO
1. INTRODUÇÃO E GENERALIDADES

Basicamente, são três as variáveis que diferenciam as estruturas de


mercado:

 Número de firmas produtoras no mercado;


 Diferenciação do produto;
 Existência ou não de barreiras à entrada de novas empresas.

Alguns autores ainda colocam outras variáveis1, mas, para fins de


concursos, estas três estão de bom tamanho.

Podemos classificar os mercados em: concorrência perfeita,


monopólio, concorrência monopolística, oligopólio, oligopsônio e
monopsônio. Vejamos, sucintamente, as características principais de cada
um deles:

i. Concorrência perfeita: número infinito de produtores e


consumidores, produto transacionado é homogêneo, não há
barreiras à entrada de firmas e consumidores, perfeita
transparência de informações entre consumidores e vendedores,
perfeita mobilidade de fatores de produção. Exemplo mais próximo:
mercado agrícola.

ii. Monopólio: é a antítese da concorrência perfeita. Há apenas uma


empresa para inúmeros consumidores. O produto não possui
substitutos próximos e há barreira à entrada de novas firmas.
Exemplo: Companhias de energia elétrica dos municípios ou
estados.

1
Mobilidade dos fatores de produção e conhecimento de tecnologia.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
iii. Oligopólio: pequeno número de firmas que dominam todo o
mercado, os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados,
com barreiras à entrada de novas empresas.

iv. Concorrência monopolística (ou imperfeita): muito semelhante


à concorrência perfeita, com a diferença que o produto
transacionado não é homogêneo2. Isto é, cada firma possui o
monopólio do seu produto, que é diferenciado dos demais.
Exemplo: lojas de roupas (muitas firmas, muitos compradores,
porém o produto é diferenciado, cada loja possui o monopólio da
sua marca).

v. Monopsônio: é a antítese do monopólio. Neste, há apenas um


vendedor, enquanto, no monopsônio, existe apenas um comprador.
É o caso, por exemplo, de regiões em que há várias fazendas de
gado e apenas um frigorífico. Naturalmente, este frigorífico será o
único comprador (monopsonista) da carne das fazendas.

vi. Oligopsônio: de forma inversa ao oligopólio, no oligopsônio, existe


um grupo de compradores que dominam o mercado. Temos como
exemplo o mercado de peças automotivas em que um pequeno
grupo de compradores (Ford, GM, Fiat, etc) adquirem grande parte
da produção.

Nesta aula, nós estudaremos em maiores detalhes apenas os quatro


primeiros mercados, em especial os dois primeiros. O motivo,
obviamente, é o fato de as bancas cobrarem somente isso nas provas.

1.1. A hipótese da maximização de lucros

Em nossas análises, estaremos a todo instante supondo que o


objetivo das firmas é a maximização de lucros e que o seu equilíbrio
acontece neste momento.

Ressaltamos que existem várias teorias que procuram explicar o


que realmente as firmas buscam ou o seu objetivo. Algumas dizem que
elas buscam maximizar a participação no mercado; outras dizem que elas
buscam maximizar a margem sobre os custos (maximizar o mark up).

A teoria que utilizaremos em nosso curso é a chamada teoria


neoclássica ou marginalista, cujo pressuposto básico é o de que as firmas
buscam maximizar os lucros (receitas MENOS despesas). Os modelos de
teoria da firma que não levam em conta a teoria marginalista geralmente
são estudados na matéria Economia Industrial.

2
Apesar de não serem homogêneos, os produtos transacionados são substituíveis entre si.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

1.2. Condição de maximização de lucros

Indo direto ao ponto: a empresa maximiza lucros quando o custo


marginal se iguala à receita marginal.

Em primeiro lugar, gostaríamos de ressaltar que essa condição vale


para qualquer estrutura ou tipo de mercado, independentemente se é
curto ou longo prazo. Assim, qualquer empresa (estando inserido em um
mercado monopolista, oligopolista, concorrência perfeita, etc), estando no
curto ou no longo prazo, buscará produzir até o ponto em que o seu custo
marginal de produção seja igual à receita marginal. Por isso, resolvemos
colocar esse subitem logo no início da aula, dentro do item “Introdução e
generalidades”.

Existem variadas maneiras de provarmos este teorema da


maximização de lucros dentro da nossa abordagem marginalista da teoria
firma. Como já somos praticamente “doutores” em cálculo diferencial,
vamos optar pela prova matemática, que também é a que nos consumirá
menos papel. Antes, porém, vamos relembrar o que é lucro total, receita
total, custo total, receita marginal e custo marginal:

o Receita total (RT): é a produção (Q) multiplicada pelos preços dos


produtos (P). Logo, RT=P.Q

o Custo total (CT): é o custo total (rs?!). Podemos representar


algebricamente como CT(Q)  custo total em função da produção
Q.

o Lucro total (LT): é a diferença entre a receita total e os custos


totais. Logo, LT = RT – CT

o Receita marginal (Rmg): é o acréscimo na receita total ( RT) em


virtude do acréscimo de produção ( Q). Logo, Rmg = RT/ Q =
dRT/dQ

o Custo marginal (Cmg): é o acréscimo no custo total ( CT) em


virtude do acréscimo de produção ( Q). Logo, Cmg = CT/ Q =
dCT/dQ

Pois bem, feitas as definições, vamos escrever o lucro total:

LT(Q) = RT(Q) – CT(Q)

O objetivo da firma é produzir a quantidade (Q) que maximize o


lucro total (LT). Todas as funções colocadas acima (LT, RT e CT) estão em
função da produção ou quantidade produzida (Q). Nos nossos estudos

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
sobre derivadas, nós vimos que, para maximizar uma função, nós
devemos derivá-la e igualar o resultado a ZERO. Assim, teremos lucro
total máximo quando a derivada de LT em relação a Q for igual a ZERO.
Então, vamos derivar LT na variável Q:

dLT/dQ = dRT/dQ – dCT/dQ

Veja que, para isso, tivemos que derivar os dois termos da função
LT, que são RT e CT. As derivadas de RT e CT são, respectivamente,
dRT/dQ e dCT/dQ. Estes dois termos encontrados, entretanto, são a
receita marginal e o custo marginal, respectivamente. Assim, podemos
reescrever a derivada da função LT em função de Q:

dLT/dQ = Rmg – Cmg

Por outro lado, LT será máximo exatamente quando sua derivada


for igual a ZERO, isto é, quando dLT/dQ=0. Assim, LTMÁX quando:

Se dLT/dQ=0, então 
0 = Rmg – Cmg
Rmg=Cmg Lucro máximo

Assim, fica claro, do ponto de vista matemático, que o lucro será


maximizado exatamente quando o nível de produção é tal que a receita e
o custo marginal se igualam.

Essa conclusão também pode ser deduzida intuitivamente. Pense


conosco e tente responder às seguintes perguntas: o que acontece se a
empresa está com um nível de produção tal em que a receita marginal
seja superior ao custo marginal? E o que acontece se o custo marginal for
superior à receita marginal?

No primeiro caso, a firma está estimulada a aumentar a produção,


uma vez que o fazendo, estará aumentando os lucros. Isto ocorre
justamente porque a receita adicional decorrente da produção adicional
(receita marginal) é superior ao custo adicional (custo marginal). Ou seja,
produzir mais significa ter mais lucro, uma vez que o acréscimo de receita
será superior ao acréscimo de custo.

No segundo caso, a firma deve reduzir a produção, uma vez que o


fazendo, estará aumentando os lucros. Isto ocorre porque se reduzir a
produção, o decréscimo de custo (custo marginal) será superior ao
decréscimo de receita (receita marginal). Ou seja, reduzindo a produção,
o custo total será reduzido em montante maior que a redução na receita
total, fazendo os lucros aumentarem.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Podemos resumir desta forma o que foi colocado nos dois
parágrafos acima:

 Se Rmg > Cmg; aumenta-se a produção;


 Se Cmg > Rmg; reduz-se a produção;
 Se Cmg = Rmg; não se altera a produção.

Diante do exposto, percebe-se que, nos casos em que os valores da


receita e custo marginal são diferentes, a firma estará sempre buscando
aumentar ou reduzir a produção. O único ponto em que ela estará em
equilíbrio (não sendo possível aumentar os lucros) é onde o custo
marginal é igual à receita marginal.

Por fim, destacamos que esta condição de maximização de lucros


reflete um dos princípios da racionalidade econômica, que explica que os
agentes econômicos pensam “na margem”. Isto é, quando algum
consumidor ou empresa toma uma decisão econômica, ele(a) pensará
naquela decisão em uma perspectiva incremental, adicional, “na
margem”, ou marginal; sendo este último o termo preferido dos
economistas. Assim, uma empresa que está na dúvida se aumenta ou não
a produção, se contrata ou não mais um empregado, pensará assim:
quanto a mais eu vou ganhar3? Quanto a mais eu vou ter de gastar4? Se,
por exemplo, o que ela ganhar a mais (marginalmente) superar o que vai
ter de gastar a mais (marginalmente), a produção será aumentada; caso
contrário, não. Se o ganho adicional for igual ao gasto adicional, nada
será feito (a produção não se altera).

Passadas estas noções iniciais, podemos iniciar a análise mais


pormenorizada das estruturas de mercado, a começar pela concorrência
perfeita.

2. CONCORRÊNCIA PERFEITA

A essência do modelo de concorrência perfeita é a de que o


mercado é inteiramente impessoal, no sentido de que o mercado é tão
diversificado, possui tantos produtores e tantos consumidores que não
sobra espaço para “rivalidades” pessoais. Ou seja, não existe aquele
negócio de a empresa X ser rival direta da empresa Y, que é rival direta
da empresa W e assim por diante.

O fato de o mercado em concorrência perfeita (também chamado


de mercado competitivo) ser inteiramente impessoal, nos leva, portanto,
à conclusão da não existência de “rivalidade” entre os vendedores no
mercado; ao mesmo tempo, os compradores não reconhecem a sua
3
Em economês: qual será minha receita marginal?
4
Em economês: qual será meu custo marginal?

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
5
competitividade vis-à-vis . Vale ressaltar que estamos falando da
rivalidade no sentido de concorrência direta entre os agentes econômicos.

Quando vemos a concorrência entre as empresas produtoras de


automóveis, por exemplo, há uma concorrência direta ou pessoal entre as
firmas. É possível para os compradores reconhecer a competitividade vis-
à-vis; sabe-se que a Fiat é rival da Ford, e que essas duas são rivais da
GM. Ou seja, os consumidores percebem uma competição de forma mais
pessoal ou vis-à-vis entre as firmas. Este conceito de concorrência,
entretanto, aplica-se ao mundo empresarial, mas não à teoria econômica.
Para esta, a concorrência perfeita é aquela em que há total
impessoalidade nas transações de mercado.

Assim, quando a Hyundai vai à televisão e diz que o Tucson é o


melhor carro do mundo (?!) e, na propaganda seguinte, a Volkswagen diz
que os seus carros são os mais confiáveis, temos um exemplo de
concorrência, mas apenas para o mundo empresarial. Esta concorrência é
feita de forma pessoal, vis-à-vis. Este mercado, portanto, para a teoria
econômica, não configura uma concorrência perfeita.

Por outro lado, quando você vai à Rua 25 de Março, em São Paulo,
ou à Rua Uruguaiana, no Rio de Janeiro, comprar DVDs pirateados a R$
2,00 a unidade, certamente, a concorrência entre os vendedores é feita
de forma impessoal e os compradores não reconhecem a competitividade
vis-à-vis, de forma pessoal ou personalizada, então, neste caso, temos
um mercado que se assemelha ou poderia ser enquadrado como
concorrência perfeita para a teoria econômica.

Basicamente, são quatro as condições que definem a concorrência


perfeita. Juntas, estas condições garantem um mercado livre e impessoal,
no qual as forças da demanda e da oferta determinam os preços e as
quantidades transacionadas. Explicaremos agora essas quatro condições:

1) Atomicidade (grande número de pequenos vendedores e


compradores)

Todos os agentes econômicos devem ser pequenos em relação ao


mercado, de forma a não exercer influência significativa sobre o todo.
Assim, compradores e vendedores devem ser como “átomos”, de tal
forma que um “átomo” isolado não tenha condições de afetar os preços.

A principal consequência desta atomicidade (grande número de


vendedores e compradores) é o fato de que as empresas e os
consumidores simplesmente aceitarão o preço que o mercado impõe.
Desta forma, o preço dos bens é decidido pelo mercado e os vendedores e
5
Frente a frente.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
consumidores apenas aceitam este preço. Podemos dizer, portanto, que,
em concorrência perfeita, empresas e consumidores são tomadores (ou
aceitadores) de preços6.

O fato de a empresa ser uma aceitadora de preços, bastante


pequena em relação ao mercado, tem uma importante consequência para
a curva de demanda com a qual a empresa se defronta. Por ser tomadora
de preços, a empresa praticará exatamente o preço determinado pelo
mercado. Se decidir vender o produto acima deste preço determinado
pelo mercado, nenhum consumidor adquirirá o produto. Ao mesmo
tempo, não venderá abaixo do preço de mercado, pois a firma não é
boba! Deste modo, a curva de demanda com a qual a empresa se
defronta será uma reta horizontal exatamente no nível do preço de
mercado. Por isso, dizemos que a curva de demanda individual da
empresa, em concorrência perfeita, é uma reta horizontal. Veja:

DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL


(FIRMA ISOLADA) EM MERCADOS COMPETITIVOS

Figura 1
Não haverá demanda
Preço Demanda de para o produto, caso
mercado O a firma adote preço O
acima do mercado
PE2
E1 DFIRMA
PE1 E1 PE1

Demanda para a
firma competitiva
DMERCADO

QE1 Quantidade QE1


de produtos

a) MERCADO TOTAL b) FIRMA INDIVIDUAL

Veja, através da figura 1.b, que o preço que a firma isolada deve
praticar é aquele mesmo preço de equilíbrio do mercado (PE1). Se a firma
praticar um preço acima de PE1, simplesmente não haverá interseção
entre este preço (PE2) e a curva de demanda, pois só há qualquer
demanda quando o preço é PE1. Isto é, ela deve praticar exatamente o
preço de equilíbrio decidido pelo mercado (PE1). Se praticar um preço
acima do mercado, ninguém comprará o produto. De forma oposta, pela
racionalidade econômica, ela não venderá o produto por um preço abaixo
do preço de mercado, pois estará sendo “burra” se o fizer.

6
Também denominados de price-takers.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Por fim, o fato de a curva de demanda para a firma ser horizontal
nos permite concluir que a demanda para a firma em concorrência
perfeita é infinitamente elástica ou perfeitamente elástica, conforme
aprendemos na aula 00, figura 22.a.

2) Produto homogêneo

Uma segunda condição é que o produto de qualquer vendedor num


mercado de concorrência perfeita deve ser homogêneo ao produto de
qualquer outro vendedor. Esta homogeneidade pode ser encontrada
quando os produtos de todas as empresas em um mercado são
substitutos perfeitos entre si.

Neste caso, nenhuma empresa pode elevar o preço de seu produto


acima do preço de mercado, porque todos os consumidores trocariam o
consumo do seu produto pelo consumo dos produtos das outras
empresas, que são substitutos perfeitos, em virtude da homogeneidade.

Um exemplo clássico de produtos homogêneos são os produtos


primários (matérias-primas, produtos agrícolas, etc). Como a qualidade
destes produtos primários é bastante similar entre os produtores, não faz
diferença para os compradores de quem eles estão comprando o produto.
Ou seja, temos uma impessoalidade nas transações.

Como exemplo destes produtos primários, temos os produtos


agrícolas (feijão, milho, algodão), petróleo, gás, minérios, metais como o
ferro, alumínio, cobre, ouro, etc. Esses produtos caracterizados pela sua
homogeneidade são chamados de commodities.

Em contrapartida, quando os produtos não são homogêneos, cada


empresa pode elevar seu preço acima do preço praticado pelo
concorrente, desde que seu produto seja de qualidade superior,
descaracterizando, portanto, a homogeneidade.

3) Livre mobilidade de fatores de produção (recursos) – livre entrada e


saída

Esta pré-condição implica que cada fator de produção ou recurso


pode imediatamente entrar e sair do mercado como resposta a mudanças
em suas condições (alterações de preços, por exemplo).

Baseado neste pressuposto, temos outros dele decorrentes:

 O fator de produção mão-de-obra é móvel, podendo mudar de uma


empresa para outra;

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

 Os requisitos para exercer qualquer trabalho por parte da mão-de-


obra são poucos, simples e fáceis de aprender;

 Os fatores de produção estão disponíveis para todas as empresas,


ou seja, não existe insumo ou fator de produção que seja
monopolizado por um proprietário ou produtor.

 Novas empresas podem entrar e sair livremente, sem maiores


dificuldades. Neste ponto, ressaltamos que se, grandes
investimentos ou patentes/licenças iniciais são necessários, então,
não temos livre entrada e saída, nem livre mobilidade de recursos.

4) Perfeito conhecimento

Os consumidores devem ter perfeito conhecimento dos preços, caso


contrário eles podem comprar a preços altos quando outros menores
estão disponíveis. Os produtores, similarmente, devem conhecer seus
custos tão bem quanto os preços, a fim de atingir o lucro máximo.
Lembre-se de que supomos que as firmas sempre buscam maximizar os
lucros e a existência de desinformações que afastem a firma desse seu
objetivo não se coaduna com as características da concorrência perfeita.

Vendo estas quatro características acima, podemos ser levados à


conclusão de que não existe nenhum mercado perfeitamente competitivo
(concorrência perfeita). Essa é uma questão polêmica, mas várias bancas
aceitam os mercados agrícolas como um exemplo clássico de concorrência
perfeita. Mas a regra geral é que os mercados, na vida real, no cotidiano,
não sejam organizados sob a forma de concorrência perfeita. A partir daí,
você pode se perguntar: por que é que estudamos algo que é
extremamente difícil de ser verificado na realidade?

Existem várias respostas, mas, para os nosso objetivos, basta uma:


devemos estudar porque cai no concurso.

2.1. Curvas de receita da firma

Nós já vimos que a curva de demanda da firma, na concorrência


perfeita, é uma reta horizontal, na mesma linha do preço de mercado P 0.
Definiremos agora qual será a curva da receita média (Rme) e da receita
marginal (Rmg) da firma.

A receita média (Rme) é a receita por unidade de produto vendida.


Algebricamente, Rme=RT/Q. como RT=P.Q; então:

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Ou seja, a receita média de uma firma, na concorrência perfeita, é o


próprio preço unitário de mercado do bem.

A receita marginal (Rmg) é o acréscimo na receita total ( RT)


decorrente da venda adicional de 01 produto ( Q). Acompanhe a figura 2
e raciocine conosco. Qual será a receita marginal se a empresa aumentar
a produção de 1 para 2? Neste caso, o acréscimo de receita ( RT) será
igual a P e o Q será igual a 1. Assim,

Note que a receita marginal da firma, na concorrência


perfeita, também é igual ao preço de mercado do bem. Se fizermos
o mesmo procedimento para qualquer nível de produção, a receita
marginal será sempre igual a P.

Importante: na concorrência perfeita (e somente nela), a receita


marginal é igual ao preço.

A conclusão a que chegamos é que as curvas de demanda, da


receita média e da receita marginal serão equivalentes, isto é, serão
linhas retas horizontais ao nível do preço de equilíbrio do mercado. Na
figura 2, este preço é P0.

P (R$)

Fig. 2

RT=P
P0 P=Rme=Rmg
Q=1

A receita total (RT) é PxQ. Assim, a RT,


para determinado nível de produção Q=2, é
a área abaixo da curva de demanda da
firma, representada pela área cinza.

Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

Por fim, a receita total, dado um nível de produção (Q), será


exatamente a área abaixo da curva de demanda limitada pela linha que
passa por Q. Na figura 2, nós apontamos a receita total (área do

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
retângulo cinza) para o nível de produção Q=2. A receita total (RT) é PxQ,
ou seja, é a base do retângulo (Q) multiplicada pela altura do mesmo (P).

Dica: sempre quando temos uma curva de alguma coisa “média”, a


área abaixo dessa curva indicará a coisa “total”. Por exemplo, a área
abaixo da curva de receita média indica o valor da receita total. A área
abaixo da curva do custo médio indica o custo total, a área abaixo da
curva do custo variável médio indica o custo variável, e assim por diante.

2.2. Curvas de custo

As curvas de custos são as mesmas vistas na aula 04, onde


estudamos os custos.

Custo Fig. 3
em R$

Cmg

Cme
B
CVme
A

(Q)
0

2.3. Equilíbrio da firma no curto prazo

Conforme provado no item 1.2, a firma está em equilíbrio


(maximização de lucros) quando a receita marginal é igual ao custo
marginal. Na concorrência perfeita, a receita marginal é igual ao preço
(Rmg=P), de forma que o equilíbrio é alcançado quando Cmg=P.
Assim, teremos o equilíbrio quando a curva do custo marginal intercepta a
linha do preço (que é igual à linha da Rmg). Veja:

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Custo Fig. 4
em R$
Cmg

A B
P P=Rme=Rmg

(Q)
0 QA QB

Importante: como na concorrência perfeita, Rmg=P, e o equilíbrio


(maximização de lucros) de qualquer firma é atingido quando Rmg=Cmg,
então, na concorrência perfeita (somente nela), a firma se
equilibra quando Cmg=P. Este nível de preço existente na concorrência
perfeita, que é igual ao custo marginal, é chamado de preço
socialmente ótimo.

A princípio, pode nos parecer que há dois equilíbrios (pontos A e B),


pois há dois níveis de produção, QA e QB, em que o Cmg=P=Rmg. No
entanto, apenas em um deles o lucro é maximizado. Observe que o ponto
A não pode ser o ponto de maximização de lucros, uma vez que, se
aumentarmos a produção além de QA, o lucro será aumentado. À direita
de QA e à esquerda de QB, a receita marginal (acréscimo de receita) é
maior que o custo marginal (acréscimo de custos), o que indica que os
lucros serão aumentados se aumentarmos a produção além de QA até QB.

Se é assim, o que temos então no ponto A, ao nível de produção


QA? No ponto A, ao nível de produção QA, onde Rmg=Cmg=P, ocorre o
ponto de prejuízo total máximo. O prejuízo (Prej) pode ser entendido
como a diferença entre os custos totais (CT) e a receita total (RT). Assim,

Prej = CT – RT

Para maximizarmos o prejuízo, devemos derivar a função Prej e


igualar a derivada a ZERO. Assim,

Prej’ = CT’ – RT’

CT’ é o custo marginal, RT’ é a receita marginal, e a derivada de


Prej, Prej’, deve ser igual a ZERO. Logo,

0 = Cmg – Rmg

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Cmg = Rmg

Desta forma, percebe-se que, algebricamente, as condições de


prejuízo e lucro máximos são idênticas. Ainda que as expressões
matemáticas sejam iguais, existe uma diferença crucial entre as duas
situações (prejuízo/lucro máximo): no lucro máximo, o custo marginal é
crescente; no prejuízo máximo, o custo marginal é decrescente.

Vemos, então, que a igualdade entre o preço e o custo marginal é


condição necessária para a maximização de lucro, mas, geralmente, não
constitui condição suficiente. O fato de encontrarmos um ponto onde o
preço é igual ao custo marginal não significa que encontramos o ponto de
lucro máximo. Mas, por outro lado, se encontrarmos o ponto de lucro
máximo, sabemos que, obrigatoriamente, o preço tem que igualar-se ao
custo marginal.

Assim, podemos definir de forma mais precisa a situação de lucros


máximos na concorrência perfeita:

Rmg = P = Cmg  sendo Cmg crescente

Se Cmg é decrescente, e P=Cmg, temos prejuízo máximo.

2.4. Áreas de lucro total, receita total e custo total

Acompanhe as explicações pela figura 5.

A receita total (RT), conforme visto na figura 2, será a área abaixo


da curva de demanda da firma (não é a curva de demanda do mercado!)
limitada pela linha do nível de produção (Q) no equilíbrio (quando
Cmg=Rmg=P; isto ocorre no ponto A da figura 5). Na figura 5, a RT será
a área representada pelo retângulo 0_QE_A_P.

O custo total (CT) pode ser encontrado através da curva de custo


médio. O custo médio (Cme), por definição, é CT/Q. Observando a
equação, vemos de modo claro que CT=CmexQ. Vejamos:

O custo total, então, será o custo médio (Cme) multiplicado por


(Q). O valor de (Q) é a quantidade produzida no equilíbrio, Q E (quando
Cmg=P). O Cme será o preço (ou custo) encontrado quando a linha
vertical que sai do nível de produção de equilíbrio (Q) encontra a curva do
Cme (na figura 5, isso ocorre no ponto B). O custo total (CT) será a
multiplicação de (Q) pelo (Cme). Na figura 5, o CT é a área do retângulo

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
0_QE_B_Cme, que é a área abaixo da curva de custo médio para o nível
de produção QE, onde a firma maximiza lucros (onde P=Cmg).

O lucro total (LT) será a diferença entre a receita total (RT) e o


custo total (CT). Por conseguinte, a área representativa do lucro total
será a área da receita total menos a área do custo total. Na figura 5, o LT
será a área Cme_B_A_P.

Custo Fig. 5
em R$
Cmg

A
P P=Rme=Rmg
Cme
Cme
B

(Q)
0 QE

2.5. Curva de oferta da firma no curto prazo

Em primeiro lugar, devemos relembrar o que é curva de oferta: é a


curva que relaciona a produção da firma (oferta) de acordo com o nível de
preços do mercado. Então, o ponto chave para determinar a curva de
oferta da firma é traçar uma curva que mostre níveis de quantidades
(níveis de produção – Q) para cada nível de preço que o mercado
imponha à firma.

Na figura 6, diagrama a, nós temos o trecho ascendente da curva


de custo marginal de uma firma. Suponha que o nível de preço seja P1. A
este nível de preço, a firma está em equilíbrio no ponto 1 (onde P=Cmg),
e ofertará (produzirá) Q1 produtos. Se o preço aumentar para P2, a firma
ofertará Q2. Se o preço aumentar para P3, a oferta será Q3 e assim por
diante. No diagrama b, nós temos uma curva que representa as diversas
quantidades ofertadas (quantidades produzidas) relacionadas a diversos
níveis de preços. Ora, a curva que relaciona preços e quantidades
ofertadas/produzidas é a nossa famosa curva de oferta. Então, pelo que
se vê na figura 6, a curva de oferta da firma, no curto prazo e na
concorrência perfeita, é derivada a partir do trecho ascendente da curva
de custo marginal.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Figura 6

Derivação da curva de oferta a curto prazo de um


produtor em concorrência perfeita
Preço
Curva de Curva de
Cmg oferta
3
P3 O3
2 O2
P2
1 O1
P1

Q
Q1 Q2 Q3 Q1 Q2 Q3
a) Posições de equilíbrio a b) Quantidades ofertadas nos
curto prazo para a firma. equilíbrios de curto prazo da firma.

Entretanto, isto (curva de oferta = curva de Cmg) é apenas a regra


geral e necessitamos neste momento refinar nossa análise.

Pode haver situações em que, mesmo estando no trecho


ascendente da curva de custo marginal, a firma optará por não produzir
ou não ofertar produtos. Acompanhe o raciocínio pela figura 7. Imagine
que o preço de mercado do produto seja P1. A este nível de preço, a Rmg
será igual a P1 e o equilíbrio da firma acontecerá no ponto 1 quando
P1=Rmg1=Cmg1. Neste equilíbrio, a produção/oferta seria Q1, mas se isto
acontecer, a firma incorrerá em prejuízos. Vejamos por quê:

Figura
Custo Cmg
em R$ Cme

CVme
3
P3 P3=Rmg3=Rme3=Cmg3
CVme A 2
P2 P2=Rmg2=Rme2=Cmg2
1
P1 P1=Rmg1=Rme1=Cmg1

(Q)
0 Q1 Q2 Q3

Se o preço for P1 e a firma produzir Q1 (equilíbrio no ponto 1), a


receita total será a área do retângulo 0_Q1_1_P1. No entanto, neste ponto

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
1, o custo variável médio de Q1 é CVme (o total do custo variável será a
área do retângulo 0_Q1_A_CVA). Observe que, produzindo Q1, a firma
obtém menos receita do que deve pagar de custo variável, uma vez que a
receita média (P1) é menor que o custo variável médio (CVme). Então,
podemos concluir que, produzindo a este nível, a firma teria que pagar
custos variáveis superiores à receita total. Pior: além de ter prejuízo no
confronto “receita x custos variáveis”, a firma ainda teria que pagar os
custos fixos, que são a diferença entre o custo total e o custo variável.
Diante disto, perguntamos-lhe se é interessante produzir se o preço for
P1? A resposta, obviamente, é não! A firma terá custos variáveis
superiores à receita total e ainda terá que pagar os custos fixos. Ou seja,
prejuízo certo!

Se o preço for P3, a firma produzirá Q3 (equilíbrio no ponto 3).


Neste nível de produção, a receita média (P3) obtida será maior que os
custos variáveis médios, uma vez que o ponto de equilíbrio 3 (onde
P3=Rme3=Cmg3) está acima da intersecção da linha vertical que sai de Q3
e intercepta a curva do CVme. Ou seja, ao preço P3 e ao nível de
produção Q3, a receita total supera os custos variáveis. Diante disto,
perguntamos-lhe: é interessante produzir? A resposta não é tão fácil, mas
já lhe adiantamos que é positiva; sim, a firma deve produzir.

Observe que, no ponto 3, a receita média supera os custos variáveis


médios, mas não supera o custo total médio, uma vez que a curva do
Cme está bem acima do nível de P3. Como o custo (total) médio é maior
que a receita média, podemos concluir que o custo total também será
maior que a receita total. Ainda que tenhamos a receita total superando
os custos variáveis, o custo total supera a receita total em virtude do
custo fixo, que é a diferença entre o custo total e o custo variável. Se a
receita total superasse o custo total, o ponto de equilíbrio estaria acima
da curva de Cme (custo total médio). Desta forma, no ponto 3, temos a
seguinte situação: a receita total serve para pagar os custos variáveis e
apenas uma parte dos custos fixos.

Mesmo que os custos fixos superem a diferença entre a receita total


e os custos variáveis, a empresa deve continuar a produzir. A justificativa
para isso está na própria definição de custos fixos. Se a firma decidir
parar de produzir, não haverá redução nos custos fixos, uma vez que eles
não dependem do nível de produção. Em outras palavras, se a firma pára
de produzir, não há redução de custos fixos.

Então, ainda que os custos fixos superem o montante a maior da


receita total sobre os custos variáveis, a firma deve continuar a produzir.
Nesta situação a firma apresentará prejuízos7, mas ela não deve paralisar
a produção, pois assim teria que pagar todos os custos fixos. Dessa
7
Nesta situação em que os custos fixos superam a diferença entre a receita total e os custos
variáveis, temos o seguinte: CF > RT CV => CF + CV > RT => CT > RT => PREJUÍZO.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
forma, se pára, tem que pagar todo o custo fixo. Se produz, a receita
total permite pagar todos os custos variáveis e ainda uma parte dos
custos fixos, de tal forma que o prejuízo será menor.

Se o preço for P2, no ponto de mínimo do CVme, em que temos o


equilíbrio P2=Cmg, a receita média (P2) será exatamente igual aos custos
variáveis médios; por conseguinte, a receita total será igual aos custos
variáveis. Neste caso, será indiferente para a firma produzir ou não, pois,
produzindo ou não, o prejuízo será exatamente igual ao valor dos custos
fixos8.

Diante do exposto, resumimos assim as possíveis situações em que


pode se encontrar o preço do produto em relação ao nível de custos
variáveis médios da firma:

Situação Decisão da firma


A firma não produz (não há oferta), uma vez que a receita
P < CVme
total não cobre nem os custos variáveis.
A firma produz (há oferta), mesmo que o nível de custos
fixos faça com que o custo total supere a receita total.
P > CVme Neste caso, a empresa deve produzir, pois a receita total
pagará os custos variáveis e uma parte dos custos fixos,
reduzindo o prejuízo.
A firma é indiferente entre produzir ou não produzir. Em
P = CVme qualquer uma destas duas situações, o prejuízo será igual
ao valor dos custos fixos.

Vale ressaltar que se tivermos um nível de preço que esteja acima


da curva do Cme (P > Cme), então, neste caso, a receita média (que é o
próprio preço) será superior ao custo (total) médio. Por conseguinte, a
receita total será superior ao custo total (custos variáveis + custos fixos).
Conforme vimos no início da aula passada, isto caracteriza uma situação
de lucros extraordinários ou lucro econômico puro, em que a receita total
é mais que suficiente para pagar os custos dos fatores de produção (ver
aula 04, página 04).

Diante de tudo o que foi exposto nas últimas duas páginas,


podemos afirmar com precisão que a firma só ofertará/produzirá se o
preço do bem estiver acima do custo variável médio. Assim, nossa
conclusão inicial, em que verificamos que a curva de oferta da firma era o
trecho ascendente da curva de custo marginal, deve ser reformulada: a
curva de oferta da firma, em curto prazo e em concorrência perfeita, será
o trecho ascendente da curva de custo marginal que estiver acima da
curva do custo variável médio.

8
Lucro/prejuízo=RT CT => Lucro/prejuízo=RT CF CV => Se RT=CV, então, Lucro/prejuízo= CF.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Como a curva de custo marginal intercepta a curva do custo
variável médio em seu ponto de mínimo, podemos finalmente escrever a
proposição que define a derivação da curva de oferta da firma:

A curva de oferta de curto prazo de uma firma em


concorrência perfeita é, precisamente, a curva de custo marginal
para todos os níveis de produção iguais ou maiores que o nível de
produção associado ao custo variável médio mínimo. Para os
preços de mercado menores que o custo variável médio mínimo, a
quantidade ofertada de equilíbrio é zero.

2.6. Curva de oferta da indústria9 no curto prazo

A curva de oferta da indústria será o somatório das curvas de oferta


das firmas. Veja a figura 8 e considere a indústria/setor sendo composto
por 100 firmas:
Figura 8

Preço
Cmg Oferta
P=Cmg P=Cmg

P1

D1

Q1 Quantidade 100Q1
de produtos

A curva de custo marginal de cada empresa nos diz a quantidade


que a empresa fornecerá a cada preço. Dessa maneira, a curva de oferta
da indústria/setor (diagrama à direita) pode ser deduzida diretamente a
partir das curvas de custo marginal das empresas no mercado. Ao preço
P1, uma firma produz Q1. Ao mesmo preço, a indústria/setor produzirá
100Q1, considerando que o setor contém 100 firmas. Desta forma,
podemos entender que a curva de oferta do mercado é a soma
horizontal das curvas de ofertas individuais.

9
Entende-se por indústria um conjunto de firmas produzindo um produto homogêneo. Em muitas
obras, usa-se o termo curva de oferta do mercado ou oferta do setor em vez de oferta da indústria.
Assim, podemos entender como sinônimas as expressões: oferta da indústria, do setor, ou do
mercado.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
2.7. Equilibrando a função de oferta da firma individual com a
demanda de mercado

Em questões de prova, pode ser que seja necessário derivar


algebricamente a função de oferta da firma individual e, além disso,
“transformar” a oferta individual da firma na oferta de mercado. Vamos
utilizar como exemplo numérico uma questão de prova da FCC:

(FCC – ICMS/SP – 2006) – Num mercado de concorrência


perfeita, a curva de demanda por um bem X é dada pela função
linear:
Qd=500 – 10P
Onde:
Qd=quantidade demandada do mercado;
P=preço do bem;
Nesse mercado, há 50 empresas cuja função custo total é igual
para todas e expressa pela função:
CT = 20 + 2q + 0,5q2
Onde q=quantidade ofertada por cada empresa.
O preço de equilíbrio desse mercado corresponderá a:
a) 13
b) 12
c) 11
d) 10
e) 9

Resolução:

Foi dada pela questão a curva de demanda do mercado e a função custo


total da firma individual e nos foi pedido o preço de equilíbrio do mercado.
Para acharmos o valor do preço de equilíbrio do mercado, deveremos
descobrir a função oferta de mercado e igualá-la à função de demanda do
mercado, que foi dada. E como acharemos a curva de oferta do mercado?
Nós encontraremos a curva de oferta individual e depois multiplicaremos
por 50, uma vez que o mercado possui 50 empresas. E como acharemos
a curva de oferta individual? A partir da função do custo total, nós
acharemos a curva do Cmg. Vejamos então:

Nosso primeiro passo é achar o Cmg da firma individual, pois é a curva do


Cmg que nos dá a curva da oferta da firma. Então, calculemos o Cmg:

CT = 20 + 2q + 0,5q2 (q minúsculo é a quantidade ofertada da firma)


Cmg = dCT/dq = 2q1-1 + 2.0,5.q2-1
Cmg = 2 + q

Este custo marginal que encontramos é o custo marginal da firma. O


equilíbrio, conforme já vimos, é encontrado quando o preço é igual ao

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
custo marginal (P=Cmg). Assim, basta substituirmos o Cmg por P e
teremos a função de oferta da firma:

P=2+q
q=P–2 (oferta da firma)

Agora, transformaremos essa função oferta da firma em função oferta do


mercado. Para isso, basta multiplicarmos tudo por 50, uma vez que o
mercado possui 50 firmas:

50.P = 2.50 + 50.q


50q = 50.P – 100 (oferta do mercado)

Apesar de termos chegado à função oferta do mercado, ainda não


podemos igualar esta função à função demanda de mercado e, assim,
encontrar o preço de equilíbrio. Isso porque na função oferta de mercado
(acima) temos q (letra minúscula - quantidade ofertada da firma),
enquanto na função demanda de mercado temos Qd (letra maiúscula -
quantidade demandada do mercado), ou seja, temos variáveis diferentes.
Para conseguirmos resolver o problema, faremos 50q=Qo, onde Qo é a
quantidade ofertada do mercado. Assim, nossa função oferta de mercado
ficará assim:

50q = 50.P – 100  50q=Qo


Qo = 50P – 100 (oferta de mercado)

Agora, basta igualarmos as quantidades ofertadas e demandadas de


mercado (Qd=Qo) para acharmos finalmente o preço de equilíbrio:

Qd=Qo
500 – 10P = 50P – 100
P = 10

GABARITO: D

Nota  se a questão nos pedisse o preço de equilíbrio da firma em vez do


preço de equilíbrio do mercado, o procedimento seria o mesmo, uma vez
que, na concorrência perfeita, a empresa é aceitadora de preços e o seu
preço de equilíbrio, que será igualado ao custo marginal, é também o
preço de equilíbrio do mercado.

2.8. Equilíbrio da firma no longo prazo

Antes de tudo, é importante que saibamos que, no longo prazo, as


firmas competitivas também buscam o nível de produção em que a

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
receita marginal se iguala ao custo marginal, conforme comentado logo
no início do item 1.2 desta aula.

A diferença do longo para o curto prazo é a possibilidade de a firma


variar todos os fatores de produção. Como custo significa remuneração ou
preço de fator de produção, podemos considerar que no longo prazo
todos os custos são variáveis, uma vez que podemos variar todos os
fatores de produção.

Assim, em longo prazo, CT=CV e Cme=CVme. Como o equilíbrio


também é alcançado quando Rmg=Cmg, o nosso equilíbrio será bastante
semelhante à situação vista no curto prazo, com a existência de apenas
uma diferença que será crucial para a nossa análise. Vejamos essa
diferença:

No longo prazo, o mercado só estará em equilíbrio se a receita total


das firmas for exatamente igual aos custos totais. Em outras palavras, no
equilíbrio de longo prazo da concorrência perfeita, só possuímos lucro
econômico igual a zero, ou lucro normal, que é a situação em que a
receita é o valor exato utilizado para remunerar ou pagar os fatores de
produção (dentre estes fatores de produção, está o lucro do empresário e
todos os custos de oportunidade implícitos). Maiores detalhes, releia a
aula 04, páginas 03 e 04.

Se as firmas estiverem obtendo receita total superior ao custo total,


haverá lucro econômico positivo, ou lucros extraordinários. Nesta
situação, a firma recebe mais dinheiro do que o necessário para bancar o
custo dos fatores de produção. Quando isto acontece, há estímulos para a
entrada de novas empresas nesse mercado. Com a atração de novas
firmas, a curva de oferta do mercado será deslocada para baixo e para a
direita. Se você relembrar as interações entre oferta e demanda que
estudamos na aula 00, verá que este deslocamento da curva de oferta
provocado pela entrada de novas firmas fará reduzir o preço de equilíbrio
do mercado. Esta redução de preço fará diminuir o lucro econômico da
firma até o ponto em que tivermos lucro econômico zero ou lucro normal.

Se as firmas estiverem obtendo receita total inferior ao custo total,


haverá prejuízo econômico. Nesta situação, há estímulos para a saída de
empresas, o que faz com que a curva de oferta do mercado seja
deslocada para a esquerda e para cima. Este deslocamento fará aumentar
o preço de equilíbrio de mercado, reduzindo o prejuízo econômico até o
ponto em que tivermos novamente lucro econômico zero ou lucro normal.

Assim, vê-se que o equilíbrio competitivo de longo prazo é a


situação em que há lucro econômico zero (RT = CT). Como, nesta
situação, temos RT=CT, então, obrigatoriamente, temos também
Rme=Cme. Em concorrência perfeita, nós já vimos que a Rme é igual ao

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
preço, que é igual à Rmg. Então, no equilíbrio competitivo10 de longo
prazo, temos:

1) RT = CT (lucro econômico zero ou lucro normal)

2) Rmg = Rme = P = Cme = Cmg

Graficamente, o equilíbrio de longo prazo será o ponto em que a


curva de custo marginal de longo prazo intercepta a curva de custo (total)
médio de longo prazo, ressaltando que esta intersecção representa o
ponto de mínimo da curva de custo total médio. Vejamos a figura 09:

Custo,
Fig. 09
Preço
CmgLP
P = Rme = Rmg = Cmg = Cme

C
Po
O Equilíbrio de longo prazo
acontece quando temos
CmeLP mínimo.

Quantidade
0 Qo produzida (Q)

No ponto O, a receita total será a área do retângulo 0_Qo_O_Po. O


custo total terá a mesma área. Assim, o ponto O é o único ponto em que
haverá equilíbrio no longo prazo. Para preços maiores que Po, haverá
estímulos à entrada de mais empresas para o mercado, pois teremos RT
> CT, ou seja, lucro econômico positivo (=lucros extraordinários). Para
preços menores que Po, haverá estímulos à saída de empresas, pois
teremos RT < CT, ou seja, prejuízo econômico.

Por fim, é interessante lembrar que, no ponto O, os custos


marginais e médios de curto e de longo prazo também são iguais (ver
item 2.2.2.3, figura 13, da aula 04). Neste mesmo ponto, ainda, temos
retornos constantes de escala (ver item 2.2.2.1, figura 10, da aula 04).

2.9. O caso da curva de oferta negativamente inclinada

10
Quando falamos em equilíbrio competitivo, estamos querendo falar em equilíbrio na concorrência
perfeita.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Até o presente momento, nós falamos que a curva de oferta é
sempre positivamente inclinada, indicando que preços maiores indicam
maiores quantidades ofertadas. No entanto, existe um caso singular em
que a curva pode ser negativamente inclinada, isto é, preços maiores
indicam menores quantidades ofertadas.

Trata-se da curva de oferta de mercado (ou setor, ou indústria) no


longo prazo quando este setor possui economias de escala (ou
rendimentos crescentes de escala). Neste caso específico, a existência de
economias de escala no longo prazo faz com que o setor possa tirar
proveito da redução de custos (ou custos decrescentes) a partir do
aumento de produção.

Assim, ao aumentar a produção, o setor reduz o custo médio e os


preços. Isso pode alavancar as vendas e acaba fazendo com que o setor
acabe por aumentar as quantidades ofertadas e reduzir os preços. Ou
seja, a curva de oferta será negativamente inclinada nesta situação.

Mas veja que isso é uma situação em que temos a curva de oferta
do setor, indústria ou mercado. Note que não se aplica para a análise da
curva de oferta de uma firma individual. Nós podemos ter curvas de
oferta positivamente inclinadas para cada firma, mas se o setor, como um
todo, possuir custos decrescentes (economias de escala, ou rendimentos
crescentes), a curva de oferta do setor será negativamente inclinada,
ainda que as curvas individuais possuam inclinação ascendente.

Outra observação importante é que estamos falando de longo


prazo. Afinal, toda a análise envolvendo rendimentos ou economias de
escala só tem sentido no longo prazo, que é o prazo no qual podemos
variar todos os fatores de produção. Se estivermos no curto prazo, não
podemos variar todos os fatores de produção, logo, não há meios de se
verificar, por exemplo, se a produção possui rendimentos crescentes11 de
escala, nem se há economias de escala12.

Assim, se tivermos concomitantemente os seguintes fatores:

i. Curva de oferta do setor, indústria ou mercado; e


ii. Longo prazo (se a questão falar em economias ou rendimentos de
escala, então, já está implícito que se trata do longo prazo); e

11
Para verificarmos se uma produção possui rendimentos crescentes de escala, nós devemos
multiplicar todos os fatores de produção por um número qualquer e verificar se a produção
resultante crescente em uma proporção maior. Ou seja, se multiplicamos todos os fatores de
produção por um número, significa que estamos variando todos os fatores de produção. Isto indica
que estamos no longo prazo.
12
A conclusão sobre a existência de economias de escala é extraída da curva de custo médio de
longo prazo. Logo, sua verificação e ocorrência são estritamente ligadas ao longo prazo.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
iii. Custos decrescentes (economias de escala, ou rendimentos
crescentes de escala);

(...) teremos também uma curva de oferta com inclinação


descendente.

2.10. O caso da curva de oferta horizontal

A análise deste caso é bastante semelhante àquela que fizemos no


item passado. No item 2.9, nós vimos que a existência de economias de
escala (custos decrescentes) no longo prazo faz com que a curva de
oferta do setor seja negativamente inclinada.

Pois bem, quando temos retornos constantes de escala (= custos


constantes) no longo prazo, isso faz com que a curva de oferta do setor
seja uma reta horizontal. Ou seja, como o custo é constante, ele não
muda de acordo com o nível de produção. Neste caso, não importa se a
produção é baixa ou alta, o custo será o mesmo, o que implica dizer que
o setor cobrará o mesmo preço pelo produto, não importando o nível de
produção.

Neste caso, então, em que temos custos constantes (ou


rendimentos constantes de escala) a curva de oferta do setor em
longo prazo será uma reta horizontal.

Resumo da concorrência perfeita:

 Todos os agentes são tomadores de preço;

 Curva de demanda da firma é perfeitamente elástica


(horizontal);

 Única estrutura de mercado em que o preço é igual à receita


marginal. Consequentemente, o ponto de maximização de
lucros da firma (equilíbrio) é atingido quando o preço é igual
ao custo marginal (P=Cmg);

 A curva de oferta é a curva do custo marginal acima do custo


variável médio;

 No curto prazo, a firma pode obter prejuízo, lucro zero


(normal) ou lucro econômico. No longo prazo, ela obterá
obrigatoriamente lucro normal (zero), onde lucro total é igual
ao prejuízo total (ou Rme=Cme);

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
 Em longo prazo, no equilíbrio (ponto de mínimo da curva de
custo médio): Rmg=Cmg=P=Rme=Cme.

 Em longo prazo, se tivermos custos decrescentes (economias


de escala), a curva de oferta do setor será negativamente
inclinada. Se tivermos custos constantes (retornos constantes
de escala), a curva de oferta do setor será horizontal.

3. MONOPÓLIO

O monopólio é a antítese da concorrência perfeita, representando a


inexistência de competição, o suprassumo da anticoncorrência, uma vez
que temos apenas uma firma que domina todo o mercado.

Na posição de único produtor de determinado produto, o


monopolista está na situação onde toda empresa sonha estar, ele está em
uma posição singular, única. Se decidir elevar o preço do produto, não
precisa se preocupar com a concorrência, simplesmente porque ela não
existe. Isto acontece porque o monopolista é o próprio mercado e
controla a quantidade ofertada de produto que será posto à venda.

No entanto, isso não significa que o monopolista possa, a seu bel-


prazer, cobrar o preço que quiser caso seu objetivo seja a maximização
de lucros. Este curso é um exemplo. O Estratégia Concursos, proprietário,
é o produtor monopolista deste curso completo de Economia e Finanças
Públicas, que é o único curso escrito abordando em um só material Micro,
Macro e Finanças Públicas. Então, por que motivo o Estratégia não o
vende por R$ 5.000,00? A resposta é óbvia: poucas pessoas iriam
adquiri-lo, de forma que o lucro do site seria menor, apesar de ele ser
monopolista do produto.

As características básicas do monopólio são as seguintes:

1) Uma única empresa produtora do bem ou serviço;


2) Não há produtos substitutos próximos;
3) Existem barreiras à entrada de firmas concorrentes.

O motivo 1 significa a própria essência do monopólio.

O motivo 2 é decorrência do motivo 1, pois se o bem produzido pelo


monopolista possuísse substitutos próximos ou produtos que fossem
equivalentes, não teríamos um monopólio, mas sim uma estrutura de
mercado que se aproximaria da concorrência monopolística.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
O motivo 3 é o mais interessante e é ele que explica por que os
monopólios existem. A causa fundamental de um monopólio existir está
nas barreiras à entrada. Isto é, um monopolista se mantém como único
vendedor de seu mercado porque as outras empresas são impossibilitadas
de entrar no mercado e competir com ele.

Basicamente, as barreiras à entrada têm quatro origens


principais:

- Recursos de monopólio:
Uma empresa possui os recursos chave para a produção de
determinado produto. Por exemplo, a Aluminium Company of
America (Alcoa) deteve o monopólio no mercado de alumínio por
mais de 50 anos. Isto aconteceu porque ela controlava todas as
fontes de fornecimento de bauxita, que é a matéria-prima do
alumínio.

- Regulamentações do governo:
Às vezes, os monopólios surgem porque o governo concede a
uma só empresa o direito exclusivo de vender algum bem ou
serviço. As leis que regulam as patentes e os direitos autorais
configuram um exemplo desta situação e o objetivo de tais normas
é estimular e recompensar aquela empresa que investiu em
inovações que trazem benefícios à coletividade. Por exemplo, por
alguns anos, foi garantido à empresa farmacêutica Pfizer o direito
exclusivo de vender o famoso Viagra13. Estas situações em que uma
empresa detém o monopólio de um produto por força de lei são
chamadas de monopólio legal. Vale ressaltar que o monopólio
legal não ocorre somente no caso das patentes. Por exemplo, por
mais de 40 anos (1954 a 1997), o governo concedeu à Petrobrás o
direito exclusivo de explorar o petróleo localizado em terras
brasileiras, mesmo sem ter sido ela a inventora do processo de
extração de petróleo.

- Processo de produção:
A produção de determinados bens apresentam economias de
escala para os níveis de produção relevantes. Nesse caso, quanto
maior for a produção, menor o custo médio, uma vez que a curva
de custo médio de longo prazo é decrescente quando temos
economias de escala. Em outras palavras, uma só empresa pode
produzir a um custo médio menor do que se houvesse um número
maior de empresas. Quando esta situação ocorre, temos um
monopólio natural ou puro.

13
Apenas a partir do ano de 2013, outras empresas farmacêuticas puderam produzir o remédio; o
que fez seu preço cair pela metade, com os genéricos desenvolvidos.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Importante: a principal característica do monopólio natural é a
existência de economias de escala no processo de produção.
Esse é o caso das empresas que têm uma parcela muito alta
de custo fixo e custos variáveis baixos, quando comparados com o
custo fixo. Aqui, será menos custoso um número menor de firmas
produzir, ou até mesmo uma só firma. Como exemplo de
monopólios naturais, temos as companhias de energia elétrica,
telefonia, abastecimento de água e saneamento básico das cidades.
A tecnologia de produção destes serviços é de tal ordem que uma
vez incorridos os altos custos das instalações, a expansão da
produção por uma só firma (monopolista) irá reduzir os custos
médios. Consequentemente, para essas firmas caracterizadas como
“monopólio natural”, a estrutura de custos médios é decrescente
para toda a faixa relevante de produção14. Ou seja, à medida que se
aumenta a produção, os custos médios irão decrescer cada vez
mais, e isso só acontece nestas empresas inseridas neste caso
específico do monopólio natural.
Quando temos uma tecnologia de produção com a existência de
economias de escala, as empresas de fora do mercado sabem que
não poderão atingir os mesmos baixos custos de que desfruta o
monopolista porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia
menor do mercado e ainda teria que arcar com altíssimos custos
iniciais de implantação da firma.
Por fim, ressaltamos que, em algumas obras, a ocorrência de
economias de escopo, quando os custos totais de uma só empresa
são menores que os custos totais de várias empresas, também
representa barreiras à entrada e pode provocar o surgimento de
monopólios naturais.

- Tradição no mercado:
A tradição que algumas firmas possuem muitas vezes funciona
como barreira à entrada. Por exemplo, demorou bastante tempo e
demandou muitos investimentos até que os japoneses pudessem
concorrer com a tradição dos relógios suíços e com a tradição dos
automóveis alemães e americanos.

Agora que já temos uma visão geral do monopólio, podemos


estudar os aspectos econômicos do funcionamento desta estrutura de
mercado.

14
No caso do monopólio natural U
foram apresentadas nas figuras 09 e 10, da aula 4, por exemplo. Para o monopólio natural, a curva
de custo médio será decrescente, indicando que o aumento de produção irá sempre reduzir o custo
médio.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
3.1. As curvas de demanda, receita média e receita marginal
da firma monopolista

No mercado concorrencial, nós vimos que a curva de demanda


individual da firma era uma reta horizontal passando pelo nível de preço
que, ao mesmo tempo, representava o nível da receita marginal e da
receita média (ver figuras 01 e 02).

No monopólio, entretanto, a curva de demanda da firma será igual


à curva de demanda do mercado e a explicação é simples: a firma
monopolista é o próprio mercado. A produção da firma será a própria
produção do mercado. A demanda enfrentada pela firma será a própria
demanda do mercado. Logicamente, sua curva de demanda será igual à
curva do mercado.

A consequência mais importante desse fato é que, diferentemente


do que ocorre na concorrência perfeita, a receita marginal não será igual
ao preço. No monopólio, a receita marginal será menor que o preço que
ela cobra pelo seu produto. Isso pode ser constatado graficamente; veja a
figura 10:

Figura 10

DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL


(FIRMA ISOLADA) NO MONOPÓLIO

A firma é o próprio
Preço Demanda de mercado
mercado
Demanda para a
firma monopolista
E1 F
PE1 E1 PE1

E2
PE2
DFIRMA
DMERCADO

QE1 Quantidade QE1 QE2


de produtos

a) MERCADO TOTAL b) FIRMA INDIVIDUAL

Observe, no gráfico 10.b, que se o monopolista aumentar a sua


produção (de QE1 para QE2) e mantiver o mesmo preço inicial (PE1),
simplesmente não haverá demanda para o produto. Veja que a interseção
de QE2 com PE1 é o ponto F, fora da curva de demanda. Ou seja, não
haverá demanda para aquele nível de quantidades produzidas (Q E2) ao
preço PE1, de modo que a firma não aumentará sua receita se decidir
aumentar a produção e manter os preços.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Para aumentar a produção e conseguir vendê-la, a firma


monopolista deve reduzir os preços. Isto acontece porque a curva de
demanda da firma é a própria curva de demanda do mercado, que é
negativamente inclinada, indicando que quanto maiores forem as
quantidades demandadas, menores devem ser os preços. É o que
acontece no gráfico: para aumentar a produção de QE1 para QE2, e se
manter na curva de demanda, a firma deve reduzir os preços de PE1 para
PE2 para que ainda haja demanda do produto.

Desta forma, cada produto adicional que a firma queira produzir


deve estar em um preço abaixo do que era praticado no nível de produção
imediatamente anterior. A conclusão a que chegamos é a seguinte: a
receita marginal no monopólio será sempre menor que o preço do
produto.

Vemos então que, no monopólio, para se vender um produto


adicional, a firma terá que fazê-lo a um preço menor que aquele praticado
anteriormente. Desta forma, a receita, na margem, será sempre menor
que o preço que era praticado no nível de produção imediatamente
anterior. Em outras palavras, no monopólio: Rmg<P.

Pelo fato da Rmg ser menor que o preço, a curva da Rmg deverá
ser tal que, para cada nível de produção, a Rmg encontrada seja menor
que P. Suponha uma curva de demanda linear, que seja representada
pela função de demanda inversa P=a–bQ. A receita total será RT=P.Q, ou
seja, RT=aQ–bQ2. A receita marginal será dRT/dQ=a–2bQ. Seguem as
expressões da demanda e da receita marginal:

Função demanda: P = a – bQ

Função receita marginal: Rmg = a – 2bQ

Dica: se você tiver uma expressão de demanda inversa, a


expressão da receita marginal serão igual à expressão da demanda
inversa, com a única diferença que você deverá multiplicar por 2 o termo
que contém Q (a variável “quantidades”).

Se montarmos um gráfico típico, com os valores de R/Rmg no eixo


vertical e os valores de Q no eixo horizontal, veremos que a curva de
receita marginal possui o mesmo intercepto vertical da curva de demanda
e inclinação duas vezes maior.

Os interceptos das curvas de demanda e de receita marginal podem


ser encontrados fazendo Q=0 nas duas funções. Nos dois casos, veremos
P e Rmg serão iguais a “a” (ponto A da figura 11). A inclinação da curva
de demanda será a sua derivada (dP/dQ), que é igual a –b. A inclinação

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
da curva da receita marginal também será a sua derivada (dRmg/dQ),
que é igual a -2b. Logo, percebe-se que a curva da receita marginal é
negativamente inclinada assim como a curva de demanda. Isto é
verificado pelo sinal negativo do termo que define a inclinação. Nota-se
também que a inclinação da Rmg será exatamente o dobro da inclinação
da curva de demanda.

Fig. 11
P, Rmg
Intercepto A Curva de demanda: P = a - bQ
vertical = a Inclinação da demanda: -b

Curva de Rmg: Rmg = a - 2bQ


Inclinação da Rmg: -2b

O B C
OB = a/2b Q

OC = a/b

Como decorrência do fato de a curva de Rmg ter o dobro da


inclinação da curva de demanda, o intercepto horizontal da demanda será
o dobro do valor do intercepto horizontal da Rmg. Para calcularmos o
intercepto horizontal da demanda, basta fazer P=0, daí, veremos que o
intercepto será igual a “a/b”. O intercepto horizontal da Rmg será
encontrado se fizermos Rmg=0, daí, veremos que o intercepto será igual
a “a/2b”. Ou seja, o segmento OB é exatamente a metade do segmento
OC.

Bem, já sabemos que Rmg<P e que a curva da Rmg estará abaixo e


à esquerda da curva de demanda; mas, e quanto à receita média? Será
que ela é igual ao preço, assim como acontece na concorrência perfeita?
A resposta é sim. Algebricamente, isso é demonstrado sem maiores
dificuldades:

Ou seja, a Rme é o próprio preço que o consumidor paga em cada


unidade do produto. Então, a curva da Rme é a própria curva de demanda
do mercado. Na figura 11, a curva da Rme será o segmento AC, de modo
que a curva de demanda é igual à curva da Rme.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
3.2. A receita marginal e a elasticidade preço da demanda no
monopólio

Para explicar essa parte da matéria, precisaremos explicar uma


nova regra para cálculo de derivadas. É a regra do produto. Quando
temos a derivada de um produto de duas funções em relação a uma
mesma variável, multiplicamos o primeiro termo do produto pela derivada
do segundo e somamos isto com a multiplicação do segundo termo do
produto pela derivada do primeiro. Entendeu...rsrs?! Segue um exemplo
para visualizar:

Vamos aplicar esta regra na expressão da receita marginal, tendo


em vista que, neste caso, temos uma derivada de um produto (PxQ) em
relação a uma mesma variável (Q):

Podemos manipular algebricamente o termo final encontrado (em


negrito) de forma que:

Nós colocamos o P em evidência (fora dos parênteses). Para isso,


dividimos o primeiro termo por P e o segundo termo ficou igual a 1. Note
que, após colocarmos o P em evidência, o primeiro termo que ficou
dentro dos parênteses é exatamente o inverso da expressão da EPD
Logo, podemos substituir o primeiro termo do interior dos
parênteses por . Assim:

O valor de EPD que está ali dentro dos parênteses, regra geral, é
negativo. Desta forma, para evitar confusão, podemos reescrever a
expressão trocando o sinal de + (positivo) por – (negativo), utilizando,
para isso, o módulo (valor absoluto) de EPD:

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
É interessante que você saiba esta expressão, pois ela ajuda em
muitas questões, inclusive se elas forem teóricas.

A expressão mostra o que, lá no fundo, já sabemos. Quando a


elasticidade é unitária (EPD=1), a receita marginal será ZERO e a receita
total é máxima, isto é, a receita total do produtor não varia quando
aumenta a produção. Se a demanda for inelástica (EPD<1, o que significa
que será maior que 1 e, portanto será negativo), a receita
marginal é negativa, indicando que o aumento de produção provocará
redução na receita. Se a demanda for elástica (EPD>1), a receita marginal
é positiva, indicando que a receita aumentará quando aumentar a
produção.

Podemos raciocinar da seguinte forma: se a demanda não reagir


muito ao preço (demanda inelástica – EPD<1), será preciso diminuir muito
o preço para aumentar a produção, o que provoca queda na receita. Por
outro lado, se a demanda reage muito ao preço (demanda elástica), será
preciso diminuir pouco o preço para aumentar a produção, fazendo a
receita aumentar (proporcionalmente, a redução no preço é menor que o
aumento de produção).

Então, em suma, temos o seguinte sobre as relações entre a receita


marginal, receita total e elasticidades. Como a Rmg é o acréscimo na
receita total em virtude do aumento da produção, então, se Rmg é
positiva, necessariamente, RT cresce. Ao mesmo tempo, para Rmg ser
positiva, necessariamente, o valor absoluto da elasticidade deve ser maior
que 1. Por outro lado, se Rmg é negativa, RT decresce em virtude do
aumento de produção, ao mesmo tempo, EPD é menor que 1. Por último,
se Rmg=0 (RT não varia), RT é máxima e EPD=1. Segue um quadro-
resumo:

Situação da Rmg Elasticidade-preço Variação da RT


Rmg < 0 EPD < 1 RT cai
Rmg > 0 EPD > 1 RT cresce
Rmg = 0 EPD = 1 RT não varia

Nota 1 observe que se você decorar a fórmula ,


já estará automaticamente decorando as conclusões do quadro acima,
pois estas são observadas matematicamente na expressão.

Nota 2  note que a expressão reafirma aquilo que aprendemos sobre a


concorrência perfeita, no ponto em que afirmamos que Rmg=P. Em
mercados competitivos, a curva de demanda da firma é uma reta
horizontal, indicando que a demanda enfrentada pela firma individual é
infinitamente elástica (EPD=∞). Logo, de tal maneira que
Rmg=P(1–0) => Rmg=P.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Nós sabemos que os lucros serão maximizados quando Rmg=Cmg.


Assim, podemos reescrever a expressão substituindo a Rmg por Cmg, de
modo que a maximização de lucros aconteceria quando:

Do ponto de vista matemático, podemos perceber que o


monopolista nunca irá atuar quando <1. Se <1, então
>1 e a receita marginal será um valor negativo, de maneira que não
se poderá igualar ao custo marginal, pois não existe custo marginal
negativo! Para que o monopolista consiga maximizar os lucros, sua
receita marginal deve ser igual ao custo marginal, e como este último é
sempre maior ou igual a zero, então, a receita marginal também deve ser
igual ou maior que zero; e para a receita marginal ser igual ou maior que
zero, a Epd deve ser maior ou igual a 1.

Intuitivamente, podemos entender dessa maneira o significado da


proposição de que o monopolista não operará onde a curva de
demanda é inelástica: se <1, uma redução na produção
15
aumentará a receita e reduzirá o custo total, fazendo com que os lucros
aumentem. Assim, qualquer ponto em que <1 é um ponto onde a
empresa pode aumentar os lucros. Ora, se é possível aumentar os
lucros, então, onde <1, obrigatoriamente, não pode ser um ponto de
lucro máximo para o monopolista.

Se, quando <1, não temos lucro máximo; por eliminação, isto
significa que, necessariamente, a situação de lucros máximos para o
monopolista só pode ocorrer onde 1. Veja a figura 12:

P, Rmg Figura 12

A
EPD > 1

EPD < 1
Rmg

Q
O C
15
Quando Epd<1, a redução das quantidades produzidas (Q) aumenta o preço (P) em proporção
maior que a redução de Q, de forma que a receita total (RT) será aumentada.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

A firma monopolista só operará no segmento onde a Rmg seja


positiva, de forma que seja possível igualá-la ao Cmg e, assim, maximizar
os lucros. Observe que, para a Rmg ser positiva, obrigatoriamente,
1 (segmento AB, elástico, da curva de demanda).

3.3. Equilíbrio do monopolista

Da mesma forma que a firma competitiva, o monopolista maximiza


os lucros quando Rmg=Cmg. A diferença básica entre as duas situações é
que, no monopólio, a Rmg não é igual ao preço, mas sim menor. Isto fará
com que o monopolista se equilibre sempre com um nível de produto para
o qual o preço seja maior que o custo marginal.

Nota  a estrutura de custos do monopolista é a mesma da firma


em concorrência perfeita. Na verdade, as curvas de custo estudadas na
aula passada se aplicam a qualquer estrutura de mercado.

Figura 13

P, Rmg

A Cmg
PE

Demanda
Rmg
Q
QE

Em primeiro plano, deve ficar claro que no monopólio a firma pode


operar no ramo descendente da curva de custo marginal, o que não
acontece na concorrência perfeita. Em segundo plano, pode haver
situações, como ilustrado na figura 13, em que há dois pontos em que
Rmg=Cmg (pontos A e B). Neste caso, o equilíbrio do monopolista
ocorrerá no ponto onde a produção é maior. Então, o equilíbrio de nosso
monopolista representado na figura 13 acontecerá quando o preço for P E
e a produção QE.

A receita total da firma é PxQ. No gráfico, isso é equivalente à área


abaixo da linha do preço de equilíbrio e à esquerda da linha da produção
de equilíbrio. Na figura 14, é o retângulo O_QE_E_PE. O custo total da

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
firma será igual 16 CmexQ. No gráfico, isso é equivalente á área à
esquerda da linha da produção de equilíbrio e abaixo da linha do custo
médio, que é obtido por meio da intersecção da produção de equilíbrio
com a curva de custo (total) médio. Na figura 14, é o retângulo cinza
claro O_QE_C_Cme. O lucro total será a diferença entre a receita e o
custo total. Na figura 14, é a área do retângulo Cme_C_E_PE, cinza
escuro.

Como se percebe por meio da figura 14, o lucro da firma


monopolista depende da diferença entre o preço de equilíbrio (preço que
o bem é vendido ao consumidor) e o custo médio. Quanto maior essa
diferença, maior será o lucro do produtor.

P, Rmg, Fig. 14
Cme

PE E

Cme
C

D
Rmg
O
QE Q

Sem estudar economia, todos nós sabemos que os monopólios, na


maioria das vezes17, não são desejáveis, pois implicam lucros
extraordinários (RT>CT; ou Rme>Cme), em que o preço cobrado pelo
monopolista é superior ao custo marginal. Essa situação enseja a
regulação por parte do governo. Ela tem o objetivo de evitar a ocorrência
destes lucros extraordinários, que são lucros acima do que é necessário
para cobrir os custos dos fatores de produção.

Desta forma, em linhas gerais e bastante resumidas, podemos dizer


que o objetivo da regulação é evitar a ocorrência de lucros
extraordinários. Assim, o regulador deve fazer com que RT=CT e, por
conseguinte, Rme=Cme. Como Rme=P, podemos dizer também que o

16
Cme CT/Q > CT Cme.Q
17
Não podemos dizer que os monopólios sempre são indesejáveis. No caso dos monopólios
naturais, é vantajosa a existência de apenas uma firma produzindo, em decorrência da presença
de economias de escala. Neste caso, esta firma consegue produzir a custos menores e, assim, pelo
menos teoricamente, cobrar preços mais baratos.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
objetivo do regulador é fazer com que a firma monopolista cobre um nível
de preço que seja igual ao custo médio.

Na figura 14, podemos observar que, se P=Cme, então, RT=CT, não


havendo, portanto, a situação de lucros extraordinários (RT>CT),
exatamente como pretendido pelo órgão regulador.

Uma interessante dúvida que pode surgir é quanto ao fato da


possibilidade ou não da firma incorrer em prejuízo econômico (RT<CT; ou
Rme<Cme). É possível o monopolista incorrer em prejuízo?

A resposta é sim. Para isso, basta que o custo médio seja superior à
receita média (Cme>Rme; ou CT>RT). Como Rme=P, para haver
prejuízo, basta que o custo médio seja superior ao preço. Veja que isto
ocorre na figura 15:

P, Rmg, Fig. 15
Cme

Cme C
PE E

D
Rmg
O
QE Q

A firma iguala o custo marginal e a receita marginal quando a


produção é QE. Neste nível de produção, o preço do produto é PE
(Rme=PE) e o custo médio é Cme. O custo total será o retângulo
O_QE_C_Cme; a receita total será o retângulo cinza claro; o prejuízo será
o retângulo cinza escuro. Então, veja que, neste caso, o monopolista, na
verdade, está no ponto de prejuízo mínimo quando Rmg=Cmg.

Por fim, ressaltamos que a firma monopolista, assim como a firma


competitiva, só deve encerrar suas atividades no curto prazo quando, ao
igualar a Rmg ao Cmg, o preço for inferior ao custo variável médio
(P<CVme). A explicação é a mesma que foi feita no item 2.5 da aula, e
vale para qualquer estrutura de mercado. No longo prazo, ela encerrará
as atividades se P<Cme, uma vez que em longo prazo CVme=Cme.

3.4. Determinação do preço do monopolista e o mark up

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Vimos anteriormente que Vimos também que o


lucro é máximo quando Rmg=Cmg. Substituindo Rmg por Cmg na
primeira expressão, obtemos:

Trabalhando em termos do preço (P), obtemos:

Ou,

Essa expressão tem uma interessante interpretação. Nós sabemos


que o monopolista não atua quando <1, de modo que podemos dizer
com certeza que a firma monopolista só produzirá quando ≥1.

À medida que aumentamos , o denominador vai se


aproximando de 01, o que significa que o preço do produto vai se
aproximando do custo marginal. Na concorrência perfeita, a demanda da
firma é infinitamente elástica (Epd=∞). Neste mercado, o denominador
será igual a 1 e o preço será igual ao custo marginal.
Entretanto, no monopólio, sabemos que Epd não é infinita, mas é maior
que 1, ≥1. Quanto mais a Epd se aproxima de 01, maior será o preço
do produto (P) e mais ele se distancia do custo marginal. Quanto mais a
Epd cresce e se aproxima do infinito (Epd=∞), menor será o preço do
produto (P) e mais ele se aproxima do custo marginal.

Com isso, podemos concluir que quanto mais elástica for a curva de
demanda com a qual o monopolista se defronta, mais próximo estarão o
preço e o custo marginal, e menor será a sua margem (excesso) sobre o
custo marginal. Em outras palavras, quanto mais inelástica for a curva
de demanda da empresa, maior o poder de monopólio.

A expressão do preço do monopolista também nos possibilita


calcular o percentual de mark up da firma monopolista. O mark up é a
margem do preço que está acima do custo marginal (mark
up=P/Cmg).

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Por exemplo, suponha uma firma que cobre R$ 5,00 por um


produto, sendo que o custo marginal é de apenas R$ 4,00. Se estivesse
em mercado competitivo, a firma seria obrigada a cobrar o preço igual ao
custo marginal, logo, teríamos preço igual a R$ 4,00 e não igual a R$
5,00. O mark up desse monopolista é o excesso do preço sobre o custo
marginal. No nosso exemplo, o mark up seria P/Cmg=5/4=1,25. Em
porcentagem, o mark up desta firma é de 25%, que é exatamente a
proporção do preço que está acima do custo marginal.

Se P/Cmg=1, então, percentualmente, dizemos que não há mark up


e o mercado é competitivo, pois P=Cmg. De forma análoga, se P/Cmg=2,
então, o mark up é de 100%, se P/Cmg=1,5, o mark up é de 50%.

Seguem as expressões algébricas para o mark up:

Se observarmos as expressões do inicio do tópico, o mark up


também poderá ser:

Pela expressão, percebe-se que, quanto maior a elasticidade, menor


será o mark up do monopolista.

3.5. Índice de Lerner

O índice de Lerner é um meio de medirmos o poder de monopólio


(ou poder de mercado).

Na concorrência perfeita, P=Cmg (preço socialmente ótimo). No


monopólio, P>Cmg. Uma forma de medir o poder de monopólio é verificar
qual a proporção em que o preço do produto supera o custo marginal.
Para isso, basta calcularmos o montante em que P supera Cmg, e depois
dividirmos o resultado por P. Segue a expressão do índice de Lerner (L):

O índice variará entre zero e um. Quanto menor o poder de


monopólio, menor ou mais próximo de zero será o índice. Por exemplo,
na concorrência perfeita, o poder de monopólio é zero, uma vez que
P=Cmg, (P–Cmg)=0, e L=0.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Também podemos expressar o índice em termos da elasticidade

com que a empresa se defronta. Sabemos que ; substituindo

P na expressão do índice e fazendo as simplificações algébricas,


chegaremos a:

Quanto maior a Epd, menor será o poder de monopólio. Vale


ressaltar que estamos tratando da elasticidade da curva de demanda da
empresa, e não da curva de demanda do mercado. Por exemplo, na
concorrência perfeita, a empresa possui uma curva de demanda
infinitamente elástica (Epd=∞), de modo que L=0.

Por fim, devemos ter o entendimento de que estamos falando de


poder de monopólio e não de lucros (alto poder de monopólio não
significa, necessariamente, lucros elevados). O poder de monopólio
depende da margem do preço sobre o custo marginal, ao passo que o
lucro depende da relação entre o preço e o custo médio. Assim, uma
empresa pode ter alto poder de monopólio, mas os lucros podem não ser
tão altos (ou até mesmo negativos) devido ao nível elevado de custo
médio.

Também devemos ter em mente que um alto poder de monopólio


não significa necessariamente que a empresa poderá cobrar preços mais
elevados. Por exemplo, podemos ter uma firma monopolista com alto
poder de mercado (exemplo: uma concessionária de energia elétrica).
Mas se ela resolver cobrar preços muito elevados, os consumidores
podem simplesmente deixar de pagar pelos serviços. Neste caso, temos
um alto poder de monopólio, mas o preço do serviço não poderá ser tão
caro.

3.6. A curva de oferta e o equilíbrio de longo prazo da firma


monopolista

O conceito de oferta e preço de oferta para o monopólio possui


significado muito menos preciso do que na concorrência perfeita. Em
qualquer caso, podemos afirmar que a firma monopolista não tem
curva de oferta individual, logo, o mercado também não possui curva
de oferta, pois o mercado é a própria firma! Em outras palavras, não há
uma curva que mostre uma relação entre preços de venda e quantidades
produzidas.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
A conclusão extraída a partir da figura 06 de que a curva de oferta
da firma é derivada a partir da curva do custo marginal não é possível
para o caso do monopólio. Na concorrência perfeita, o preço é igual ao
custo marginal e isso foi essencial para chegarmos à conclusão de a curva
de oferta da competição perfeita é igual à curva do custo marginal. No
caso do monopólio, essa conclusão não pode ser feita, pois Cmg≠P.

Quanto ao equilíbrio de longo prazo, podemos afirmar que será


igual à situação já vista nos tópicos anteriores. Neste ponto, difere da
concorrência perfeita, pois, nesta, o equilíbrio de longo prazo acontece
quando as firmas possuem lucro econômico zero. No monopólio,
entretanto, a existência de barreiras à entrada de novas firmas permitirá
a continuidade de lucros econômicos positivos (lucros extraordinários)
também no longo prazo. Ou seja, podemos então afirmar que o
monopólio não é afetado no longo prazo.

3.7. A discriminação de preços

Na concorrência perfeita, a tarefa do administrador é bastante


simples: basta ele vender o seu produto ao preço de equilíbrio do
mercado e produzir qualquer quantidade que, invariavelmente, a
produção será vendida e a empresa aproximar-se-á do seu equilíbrio de
curto e de longo prazo, em que temos lucro econômico zero.

Os administradores de empresas com poder de mercado,


entretanto, têm uma tarefa muito mais complicada. Como estas empresas
dominam o mercado, elas podem cobrar, para o mesmo produto, preços
diferentes na expectativa de verem seus lucros ainda maiores. Para isso,
devem conhecer as características da demanda a fim de estimar os preços
e níveis de produção que mais lhe tragam benefícios.

Quando o monopolista vende o seu produto a preços diferentes,


dizemos que ele é um discriminador de preços. Vale ressaltar que a
discriminação de preços ocorre quando o monopolista vende os mesmos
bens por preços diferentes. Duas unidades de um bem são as mesmas
quando têm a mesma qualidade e o mesmo custo. Se um cinema vende
ingressos por dois preços diferentes (um para estudantes, e outro para
não estudantes), temos um exemplo de discriminação. Por outro lado, se
o preço mais alto da carne na região Norte do país reflete o custo
adicionado do transporte, isso não é um caso de discriminação de preço.

Há três tipos de discriminação de preços: de primeiro grau


(discriminação perfeita), de segundo grau e de terceiro grau.

A discriminação de primeiro grau ou discriminação perfeita de


preços ocorre quando o monopolista consegue vender cada unidade ao

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
18
preço máximo (preço de reserva ) que os consumidores estão dispostos
a pagar por ela. Suponha, por exemplo, que a demanda de um bem
produzido pelo monopolista seja Q=10–P. Para a primeira unidade
produzida (Q=1), o preço que os consumidores estão dispostos a pagar
será R$ 9,00. Para a segunda unidade produzida (Q=2), o monopolista
consegue vender o produto por até R$ 8,00, e assim por diante. Observe
que a discriminação de primeiro grau implica que o excedente do
consumidor seja nulo, já que o produtor consegue cobrar por cada
unidade o preço máximo que o consumidor está disposto a pagar. Na
verdade, ao praticar essa discriminação de preços, o produtor “captura” o
excedente do consumidor; e toda a redução de excedente deste último
serve para aumentar o excedente do produtor (o valor total dos
excedentes não muda, há apenas uma transferência de ganhos). Ou seja,
há uma redistribuição de ganhos do mercado, onde o consumidor “cede”
os seus ganhos para o produtor. Como não temos perda de excedentes,
podemos concluir que, ocorrendo discriminação perfeita de preços, o
monopólio será um mercado eficiente economicamente, pois não há
qualquer peso morto existente nesta particular situação.

Veja que a discriminação perfeita é o sonho de qualquer


monopolista: vender os seus produtos a preços diferentes, sendo que
estes preços são exatamente os valores máximos que os consumidores
estão dispostos a pagar. Obviamente, a discriminação perfeita é uma
abstração teórica e não se verifica na prática, uma vez que os clientes
não entram nas lojas com placas avisando o preço máximo que estão
dispostos a pagar. Talvez o caso mais próximo de uma discriminação
perfeita de preços seja o caso de profissionais liberais que cobram preços
diferentes de seus clientes. Por exemplo, advogados que defendem réus
notoriamente ricos, obviamente, cobram muito mais caro do que se
defendessem um réu com menos recursos.

A discriminação de segundo grau ocorre quando o monopolista


cobra um preço diferente, conforme a quantidade comprada por cada
consumidor. É o tradicional “se você comprar X, eu lhe dou o desconto de
Y”. Os descontos por quantidade são, em muitos casos, uma forma bem-
sucedida de discriminação de preços porque a disposição de um cliente
para pagar por uma unidade adicional diminui à medida que ele compra
mais unidades.

A discriminação de terceiro grau ocorre quando o monopolista cobra


preços diferentes de pessoas diferentes independentemente das
quantidades consumidas por essas pessoas. Aqui a estratégia pode
assumir variadas formas: dividir o mercado entre velhos e jovens,
consumidores habituais e eventuais, ricos e pobres, etc. Neste tipo de
discriminação, o monopolista divide o mercado em dois segmentos, na
18
O preço de reserva é a quantia máxima que o consumidor está disposto a pagar por determinado
bem.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
maioria das vezes, de acordo com a elasticidade preço da demanda. Ele
cobrará mais caro dos consumidores cuja demanda seja mais inelástica e
menos dos consumidores cuja demanda seja mais elástica.

Por exemplo, quem compra passagens aéreas “em cima da hora”


geralmente paga mais caro, pois é um consumidor mais inelástico, que
está precisando viajar com urgência. Logo, a companhia aérea cobrará
um preço maior.

Às vezes, uma firma cobra preços diferentes baseada apenas na


região onde está localizada. Em cidades grandes, as grandes redes de
supermercados cobram preços maiores de seus produtos em bairros de
classe alta, em virtude de os consumidores dessas regiões serem mais
inelásticos.

Quando não é possível separar os mercados para discriminar os


preços, existem ainda outras alternativas para as firmas com poder de
mercado aumentarem seus lucros. Uma delas é a cobrança de tarifa em
duas partes: cobra-se um preço de entrada e um preço de utilização. Essa
estratégia, por exemplo, é utilizada nos parques de diversão. Outra
alternativa é a venda em pacotes, onde se vende vários produtos dentro
de um pacote, extraindo as máximas disposições a pagar por parte dos
consumidores. Temos como exemplo os pacotes de viagem, onde são
vendidos as passagens de avião, a hospedagem, os passeios e até mesmo
a alimentação.

3.8. A ineficiência do monopólio

Na concorrência perfeita, o equilíbrio do mercado19 ocorre quando a


curva de demanda do mercado intercepta a curva de oferta do mercado.
A curva de oferta do mercado é a soma das curvas de oferta (curvas de
custo marginal) das firmas individuais (curva de oferta do mercado =
∑Cmgi), onde Cmgi é o custo marginal da firma individual.

Suponhamos agora que todas as firmas competitivas se unissem e


formassem uma só firma que monopolizasse todo o mercado. O equilíbrio
desse novo mercado (monopolista) acontecerá quando a nova firma
monopolista igualar o custo marginal à receita marginal. A curva de
receita marginal estará à esquerda e abaixo da curva de demanda do
mercado. O custo marginal estará representado pela curva de oferta do
mercado, uma vez que esta representa o somatório das curvas de oferta
das firmas individuais. Neste novo equilíbrio monopolista, percebe-se que
o mercado monopolista produz menos que o mercado competitivo, e
cobra mais caro.

19
O equilíbrio da firma continua sendo quando P=Rmg.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Figura 6
P Cmg
Oferta=∑Cmg

PM
W A
E PE B
PE E
C
Z
M
Rmg
Demanda
Demanda
QE Q QM QE

a) EQUILÍBRIO NO MERCADO b) EQUILÍBRIO NO


COMPETITIVO MONOPÓLIO

Pela figura 16, observa-se que, no monopólio, o preço de equilíbrio


(PM) e a quantidade de equilíbrio (QM) serão, respectivamente, maiores e
menores que aqueles verificados na concorrência perfeita (PE e QE). Ou
seja, o consumidor consome menos e paga mais.

Na figura da direita, foram colocados os dois pontos de equilíbrio a


fim de facilitar a comparação. O ponto M, onde a receita marginal iguala o
custo marginal, significa o equilíbrio do monopólio, com preços P M e
quantidades QM. Se tivéssemos um mercado competitivo, a curva do
custo marginal seria o equivalente à curva de oferta, e o equilíbrio
competitivo aconteceria onde oferta intercepta a demanda, no ponto E, a
preços PE e quantidades QE.

Na figura da esquerda, para o mercado competitivo, os excedentes


(do consumidor e do produtor  áreas W e Z, respectivamente) estão
maximizados. Isto significa que o mercado funciona de modo eficiente
(possui eficiência econômica). Na figura da direita, no equilíbrio do
monopólio, nós podemos perceber que o preço mais alto (PE  PM) e a
redução de consumo (QE  QM) faz com que o excedente do consumidor
seja reduzido no valor das áreas do retângulo A e do triângulo B. Ou seja,
do lado do consumidor há perdas no valor de (A+B). No lado do produtor,
há um ganho de excedente no valor do retângulo A, uma vez que o preço
está mais alto. Por outro lado, há uma perda no valor do triângulo C, em
razão da redução de produção vendida. Logo, há um ganho de excedente
para os produtores no valor de (A–C).

Se você somar o resultado final, que significa fazer perdas dos


consumidores menos ganhos dos produtores, verá que o resultado final
será uma perda total no valor de (B+C). Esta perda é o peso morto do
monopólio. Daí, podemos concluir que os mercados monopolistas não

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
são eficientes economicamente (pois os excedentes não são
maximizados).

A causa principal desta ineficiência reside no fato de o monopolista


cobrar um preço acima do custo marginal. Esta medida ineficiente faz
com haja perdas para a sociedade como um todo. Se o governo quiser
melhorar a eficiência econômica deste mercado, ou aproximar o resultado
daquilo que seria verificado caso tivéssemos uma concorrência perfeita,
ele poderia impor a regra competitiva de formação de preços. Isto é, o
órgão regulador poderia fazer com que o monopolista aproximasse o
preço que ele cobra do preço socialmente ótimo. Em outras palavras, ele
poderia fazer com que o monopólio aproximasse o preço do custo
marginal. Quanto mais próximo do custo marginal estiver o preço, mais
próximo o mercado estará do resultado competitivo, e mais próximo de
atingir a eficiência econômica.

No entanto, tome cuidado, pois essa regra de regulação dificilmente


é adotada pelos órgãos reguladores (e não é a melhor solução reguladora,
apesar de ser a que busca a eficiência econômica). Na prática, a melhor
solução de regulação é fazer com que o monopolista aproxime o preço do
custo médio. Vamos explicar por quê.

Pense, por exemplo, no monopólio natural. Este tipo de mercado


apresenta economias de escala, em razão dos altos custos iniciais de
implantação. Apesar de possuir de altos custos iniciais, o custo adicional
(custo marginal) de produzir unidades a mais do produto é bastante baixo
(ou até mesmo quase nulo). Uma companhia de energia elétrica, por
exemplo, possui um custo marginal baixíssimo para prover energia
elétrica para uma residência adicional. Neste caso, se o governo impuser
a regra competitiva de formação de preços (P=Cmg), o monopolista
incorrerá em grandes prejuízos e poderá abandonar o negócio,
prejudicando os consumidores. Assim, a melhor saída para o
regulador é fazer com que o monopolista natural aproxime os
preços dos custos médios (e não dos custos marginais). Ou seja,
neste caso, fazer com que o monopolista aproxime o seu preço do nível
socialmente ótimo (onde P=Cmg) não é uma opção viável.

Resumo do monopólio:

 Só há uma firma produtora e sua curva de demanda é a própria


curva de demanda do mercado;

 A receita marginal é menor que o preço. Ou seja, a curva da


receita marginal estará sempre abaixo e à esquerda da curva
de demanda (se tivermos uma demanda linear, a inclinação da
curva da Rmg será o dobro da inclinação da demanda);

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

 O ponto de maximização de lucros da firma (equilíbrio) é


atingido quando a receita marginal é igual ao custo marginal, e
não quando P=Cmg (no monopólio, e em todas as outras
estruturas que não sejam concorrência perfeita, temos:
P≠Cmg);

 O monopolista não possui curva de oferta;

 O monopolista nunca atua no setor inelástico da curva de


demanda (nunca atua quando EPD<1);

 O equilíbrio do monopólio geralmente ocorre com preços


maiores e quantidades produzidas menores que aquelas
verificadas para um mercado de concorrência perfeita;

 O mark up é a faixa de preço que está acima do custo marginal:

 O índice de Lerner é um meio de medir o poder de monopólio, e


é inversamente proporcional à elasticidade que enfrenta o
monopolista: ;

 A discriminação de preços de primeiro grau (ou discriminação


perfeita) ocorre quando o monopolista consegue cobrar
exatamente o preço que o consumidor está disposto a pagar.
Nesta discriminação, o mercado não perde eficiência, pois toda
a perda de excedente do consumidor é capturada pelo produtor
(não há perda líquida de excedentes);

 A discriminação de preços de segundo grau ocorre quando o


monopolista cobra um preço diferente, conforme a quantidade
comprada por cada consumidor;

 A discriminação de terceiro grau ocorre quando o monopolista


cobra preços diferentes de pessoas diferentes
independentemente das quantidades consumidas por essas
pessoas;

 O monopólio é ineficiente economicamente (aliás, em termos


de eficiência econômica, a concorrência perfeita20 é o único
mercado eficiente, pois os excedentes são maximizados);

20
Além da concorrência perfeita, podemos dizer que o monopólio em que ocorre discriminação
perfeita de preços também é eficiente economicamente, pois não existe redução de excedentes. Tal
situação é uma mera abstração teórica, mas se cair na prova uma assertiva dizendo o que monopólio

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

 A solução de regulação de um monopólio natural exige que o


monopolista aproxime o preço do custo médio (e não do custo
marginal).

4. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Até este momento, estudamos os extremos opostos das estruturas


de mercado: o extremo da competição, representado pela concorrência
perfeita, e o extremo da anticompetição, representado pelo monopólio.
Nos itens 4 e 5, examinaremos estruturas de mercado que se
encaixam em um meio termo: a concorrência monopolística e o oligopólio.
São mercados em que há competição, no entanto, essa concorrência é
imperfeita. Em muitas obras, os modelos de concorrência monopolística e
de oligopólio são estudados dentro da mesma unidade ou capítulo, em
alusão ao fato de se encaixarem neste perfil de concorrência imperfeita.
Um mercado monopolisticamente competitivo é semelhante ao
perfeitamente competitivo em dois aspectos-chave: há muitas firmas
produtoras, e não há barreiras à entrada de novas firmas. Entretanto, ele
difere da concorrência perfeita pelo fato de os produtos serem
heterogêneos ou diferenciados: cada firma vende o seu produto, que
difere em termos de qualidade, aparência, ou reputação.
Veja, então, que a concorrência monopolística é um meio termo
entre a concorrência perfeita e o monopólio. Ela se aproxima da
concorrência perfeita na medida em que há competição entre as
empresas e nenhuma delas detém alto poder relativo sobre o mercado
como um todo. E se aproxima do monopólio na medida em que cada
firma, ao deter a exclusividade sobre o seu produto ou marca, possui
poder de monopólio. Obviamente, a quantidade de poder de monopólio
que a firma exerce depende de seu sucesso na diferenciação do seu
produto em relação aos das demais empresas. Essa mistura de
características da concorrência perfeita e do monopólio dá origem ao
termo “concorrência monopolística”.
A maioria das estruturas de mercado que vemos ocorrer na prática,
na vida real, encaixa-se perfeitamente no conceito de concorrência
monopolística. Em quase todos os setores econômicos (roupas, calçados,
alimentos, etc), temos muitas firmas, sem barreiras à entrada de novas,
e os produtos são diferenciados entre si. Essa diferenciação decorre do
fato de os consumidores enxergarem a marca de cada empresa com algo
diferente, distinguindo-as das outras marcas.

perfeitamente discriminador de preços é eficiente economicamente, você deve marcar como

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Por exemplo, a cerveja (Jetro: Sempre o exemplo da cerveja, né,
Heber?) Bohemia é diferente da cerveja Kaiser, e tal diferença está
parcialmente no gosto, consistência, aroma, grau de dor de cabeça com
que se fica no dia seguinte a um porre, etc. Em razão disso, alguns
consumidores (apenas alguns!) estão dispostos a pagar alguns centavos a
mais pela latinha de Bohemia.
Mas veja que o poder de monopólio da cervejaria Bohemia sobre o
mercado é bastante limitado, pois os consumidores podem substituir
facilmente o seu produto por outras marcas (Antártica, Brahma), caso o
preço da Bohemia aumente. Embora os consumidores de Bohemia
estejam dispostos a pagar mais por ela, a grande maioria não pagará um
valor que seja muito maior. O típico consumidor deste produto paga até
R$ 0,25 a mais por latinha, mas provavelmente não pagaria R$ 1,00 a
mais. Para grande parte desses consumidores, cerveja é cerveja, de tal
maneira que as diferenças, apesar de existentes, ainda são pequenas
(ainda mais depois de vários copos tomados!).
Podemos concluir, então, que a curva de demanda enfrentada pela
firma em concorrência monopolística21 será bastante elástica, ficando no
meio termo entre a concorrência perfeita e o monopólio. Neste, a curva
de demanda da firma é igual à curva do mercado e possui inclinação
negativa. Na concorrência perfeita, a curva de demanda da firma é
perfeitamente elástica (uma reta horizontal).
Na concorrência monopolística, teremos um meio termo. Ou seja, a
curva de demanda da firma será negativamente inclinada, assim como no
monopólio, mas será com pouquíssima inclinação (bastante “deitada”),
indicando haver uma alta elasticidade da demanda22. Essa alta
elasticidade é explicada pela existência de inúmeros produtos substitutos
que o consumidor pode adquirir.
A curva de demanda para a firma em concorrência monopolística
pode ser observada na figura 17, onde se percebe que a curva de
demanda da firma não é tão inclinada como no monopólio, mas também
não chega a ser horizontal como na concorrência perfeita.

21
Estamos supondo que as firmas cervejeiras constituam um mercado de concorrência monopolística, embora
a maioria da doutrina o considere um oligopólio. Enfim, isso não importa, apenas pegamos o exemplo da
cerveja por critério didático, mas, para fins de prova, caso seja perguntado, assinale que o mercado de cervejas
no Brasil se aproxima mais a um oligopólio do que a uma concorrência monopolística.
22
Lembre-se de que curvas de demanda mais deitadas indicam maior elasticidade preço da demanda.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Fig. 17 Concorrência
monopolística o curto prazo

R$ Curva de demanda da firma


é negativamente inclinada,
assim como no monopólio,
Assim como no monopólio, a Cmg mas possui alta elasticidade
curva de Rmg fica abaixo e à
devido à presença de
esquerda da curva de
produtos substitutos.
demanda, tendo vista que
Rmg < P. PCP
Cme

Cme
DFIRMA

Rmg
Quantidade
0 QE produzida (Q)

O CURTO PRAZO da concorrência monopolística:


A figura 17 representa um possível equilíbrio da firma no curto
prazo. Em primeiro lugar observe que o equilíbrio acontece, da mesma
maneira que nos outros mercados, quando Rmg=Cmg. A curva de
demanda da firma é negativamente inclinada e possui elevada
elasticidade. Em virtude da curva de demanda ser negativamente
inclinada, a curva da receita marginal ficará abaixo da curva de demanda,
de modo que a receita marginal será sempre menor que o preço. A
explicação para isso é a mesma dada no caso do monopólio (a receita
marginal será menor que o preço – aliás, somente na concorrência
perfeita, temos receita marginal igual a preço).
Por fim, observe que a firma da nossa figura aufere um lucro
econômico positivo (lucro extraordinário) no valor da área do retângulo
cinza, e isto acontece porque o preço (receita média) é superior ao custo
médio. Entretanto, isto foi apenas um exemplo, de modo que, no curto
prazo, a firma na concorrência monopolística poderá ter lucro econômico
positivo, negativo ou nulo. No caso de lucro negativo (prejuízo), ela só
deve encerrar as atividades se o preço for inferior ao custo variável
médio, assim como acontece em qualquer estrutura de mercado.

O LONGO PRAZO da concorrência monopolística:


A sistemática do equilíbrio de longo prazo da concorrência
monopolística é (quase) igual àquele visto na concorrência perfeita. Se,
no curto prazo, houver lucro econômico positivo como verificado na figura
17, haverá incentivo à entrada de novas empresas, uma vez que não há
barreiras à entrada. À medida que novas firmas são introduzidas, essa
empresa que está auferindo lucros econômicos perderá vendas e

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
participação no mercado, de modo que sua curva de demanda individual
será deslocada para baixo, como mostrado na figura 18.

Fig. 18 Concorrência
monopolística longo
prazo
R$

Curva de demanda da firma Deslocamento para baixo da


no curto prazo, onde há lucro Cmg curva de demanda da firma e
econômico positivo. nova curva de demanda de
longo prazo.

PLP=Cme Cme

DFIRMA
No longo prazo, o preço é
igual ao custo médio, de
forma que teremos lucro zero. DFIRMA
Rmg
Quantidade
0 QE produzida (Q)

Se houver prejuízo, ocorrerá o contrário: haverá estímulo para a


saída de empresas, de forma que a firma aumentará suas vendas e
participação no mercado, e a sua curva de demanda será deslocada para
cima, até o ponto em que não há lucro nem prejuízo econômico (situação
de lucro zero ou lucro normal). Este equilíbrio só é atingido quando a
curva de demanda tangencia a curva de custo médio, pois, nesse ponto, o
preço é igual ao custo médio e, consequentemente, a receita total será
igual ao custo total, havendo, portanto, lucro zero e equilíbrio de longo
prazo.
Veja que o equilíbrio de longo prazo na concorrência monopolística
guarda uma semelhança com o equilíbrio de longo prazo da concorrência
perfeita: em ambos os casos, as firmas tenderão à situação de lucro zero
ou lucro normal.
Por outro lado, há uma importante diferença entre os dois
equilíbrios: na concorrência perfeita, o equilíbrio ocorre com o custo
médio mínimo possível (ponto de mínimo da curva de Cme); na
concorrência monopolística, o equilíbrio de longo prazo não
acontece com o custo médio mínimo.
Este fato nos obriga a dizer que a empresa monopolisticamente
competitiva opera com excesso de capacidade. Se você observar o
equilíbrio de longo prazo deste mercado, verá que a firma não se equilibra
no ponto de custo médio mínimo, como ocorre na concorrência perfeita.
Ou seja, a firma inserida em um mercado de competição monopolística é
incapaz de minimizar seu custo médio.
Desta forma, ela acaba se equilibrando ainda quando seu nível de
produção apresenta economias de escala (ramo descendente da curva de

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
custo médio) e isto quer dizer que ela poderia aumentar a produção e, ao
mesmo tempo, reduzir o custo médio. Em outras palavras, ela possui
instalações e máquinas que não estão sendo utilizadas ao máximo. Por
isso, elas operam com excesso de capacidade. Ou, em outras palavras,
elas operam com capacidade ociosa.
Também é importante ressaltar que na concorrência monopolística
o preço cobrado pelo produto é sempre maior que o custo marginal, de
forma diferente do que ocorre na concorrência perfeita, onde P=Cmg.
Aliás, o único mercado em que o preço cobrado é igual ao custo marginal
é a concorrência perfeita, em todos os outros, o preço cobrado é superior
ao custo marginal. Pelo fato de cobrar preços superiores ao custo
marginal, o mercado de concorrência monopolística é ineficiente
economicamente (assim como o monopólio também o é).

Resumo da concorrência monopolística:

 Várias firmas produzindo produtos parecidos (os produtos não


são homogêneos como na concorrência perfeita, no entanto,
são altamente substituíveis entre si);

 A receita marginal é menor que o preço. Ou seja, o ponto de


maximização de lucros da firma (equilíbrio) é atingido quando
a receita marginal é igual ao custo marginal, e não quando
P=Cmg, como acontece na concorrência perfeita;

 No longo prazo, a firma estará em equilíbrio com lucro zero


(lucro normal);

 A firma opera com excesso de capacidade, pois ela não


consegue atuar no ponto de custo médio mínimo (ou seja, ela
não consegue utilizar da melhor maneira possível todos os
fatores de produção).

5. OLIGOPÓLIO

No mercado oligopolista, algumas empresas são responsáveis por


grande parte da produção do mercado. Vale ressaltar que o mercado pode
possuir inúmeras firmas, mas apenas um pequeno grupo delas domina
uma grande parte do mercado. Também é possível que haja no mercado
inteiro apenas um reduzido número de firmas, em virtude da existência
de barreiras à entrada. Como exemplo, nós podemos citar a indústria de
cigarros e automóveis.
A administração da empresa oligopolista é a mais complexa de
todas as estruturas de mercado, porque as decisões relativas a preço e

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
nível de produção devem considerar como as suas ações afetarão as
empresas rivais. Por exemplo, quando uma empresa decide reduzir seus
preços para obter uma fatia maior do mercado, mesmo que isso signifique
reduzir seus lucros, ela deve considerar qual será a reação da(s) firma(s)
concorrente(s). Ela poderá reduzir ainda mais os preços, de forma a
travar uma “guerra de preços”, e todas as firmas podem sair perdendo.
Assim, durante o processo de tomada de decisões, cada empresa
deve considerar as reações dos concorrentes, sabendo do fato de que
estes também considerariam suas reações em relação às suas decisões.
Dessa forma, vê-se que devem existir estratégias bem definidas nas
decisões de firmas oligopolistas.
Resumidamente, o oligopólio é caracterizado por:
 Há apenas algumas firmas;
 Há barreiras de entradas elevadas, de modo que não haja entrada
no longo prazo no setor;
 Cada firma produz bens parecidos (suposição nossa, para facilitar a
análise).
O oligopólio, geralmente, surge quando há custos iniciais elevados
para montar uma firma e comercializar seu produto de forma que as
firmas existentes tenham grandes economias de escala. Em
consequência, as firmas maiores podem utilizar, por exemplo, uma guerra
de preços para expulsar novas firmas do setor.
A forma como as firmas oligopolistas irão organizar suas estratégias
de produção e precificação dos bens, na prática, pode conduzir o
oligopólio a resultados bem diferentes. Dependendo do caso, podemos ter
um oligopólio com um equilíbrio idêntico ao que seria visto na
concorrência perfeita (oligopólio de Bertrand). Por outro lado, também
podemos ter um oligopólio com um equilíbrio idêntico ao que seria visto
em um monopólio (conluio). Assim, veja que o resultado proveniente do
oligopólio dependerá muito da forma como as empresas interagem e
decidem suas estratégias de vendas e formação de preços.
Nós veremos os seguintes tipos de oligopólio:
 Cournot – competição simultânea via quantidades;
 Bertrand – competição simultânea via preços;
 Modelo Sweezy (modelo de demanda quebrada);
 Stackelberg – liderança de quantidades;
 Conluio e cartel;

Todos estes modelos trabalham com alguma parte matemática


envolvida junto à teoria. Aqui em nosso curso, acreditamos que o custo
benefício de entrar nesta parte matemática seja muito baixo, dado que há
pouquíssimas probabilidades de cair questões de cálculo sobre Oligopólio
na prova de Economia. Se cair, paciência. Enfim, é algo que julgamos
possuir baixo custo/benefício. Só vamos nos atrever a abordar um pouco

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
da Matemática no modelo de Cournout, pois vimos que isso já foi cobrado
pela banca examinadora em 01 questão. Mas, mesmo neste modelo,
sabendo a conclusão, dá para resolver a questão.
Enfim, procuraremos expor somente aquilo que interessa da teoria.
Vocês perceberão isso ao realizar as questões. É interessante que você
preste atenção às expressões em negrito, pois são elas que geralmente
aparecem nas provas ;-)
................

Inicialmente, apresentaremos os dois modelos mais famosos de


oligopólio: Cournot e Bertrand. Para apresenta-los, trabalharemos com
um oligopólio em sua forma limite, o duopólio, em que há apenas duas
firmas. Ademais, vamos supor que os produtos produzidos pelo
duopólio (em Cournot e Bertrand) sejam homogêneos.
Os modelos de oligopólio de Cournot e Bertrand que trabalharemos
pressupõem que as variáveis de mercado que as firmas determinam para
competir entre si são o preço (P) e a quantidade produzida (Q). Além
disso, esses modelos determinam que a firma deve escolher qual das
duas variáveis (P ou Q) irá controlar. Não é possível controlar as duas ao
mesmo tempo. A outra variável é determinada pelo funcionamento do
mercado.
Assim, nós teremos um modelo em que as firmas competem
entre si alterando os preços (modelo de Bertrand), e outro modelo
em que as firmas competem entre si alterando as quantidades
(modelo de Cournot). Comecemos pelo modelo de oligopólio com
concorrência via quantidade (modelo de Cournot).

5.1. MODELO DE COURNOT – Concorrência via quantidade

A hipótese básica do modelo de Cournot é a suposição de que a


firma, ao decidir quanto vai produzir, considera fixo o nível de produção
da sua concorrente. Em outras palavras, segundo Cournot, o
empresário espera que seu rival nunca mude sua produção.
Ao mesmo tempo, também consideramos que cada empresa
seleciona seu nível de produção simultaneamente e de maneira
não-cooperativa, ou não-colusiva. Ou seja, sem se comunicar com a
outra empresa, ou sem saber o que ela vai fazer.
Assim, uma vez que cada empresa tenha escolhido seu nível de
produção, o preço de mercado é ajustado de acordo com o nível de
produção que foi escolhido por cada uma das empresas.
O resultado do modelo de Cournot (considerando um duopólio) será
um meio termo entre a concorrência perfeita e o monopólio. Por exemplo,

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
suponha que o resultado da concorrência perfeita para o mercado de
determinado produto seja o seguinte:
Preço = R$ 100,00
Quantidades vendidas = 1.000 unidades
Agora, suponha que, para o mesmo produto, se tivéssemos
monopólio, os resultados seriam os seguintes (o preço deve ser maior e
as quantidades menores):
Preço = R$ 150,00
Quantidades vendidas = 750 unidades
Em um duopólio de Cournot, o preço seria algo entre R$ 100,00 e
R$ 150,00 e as quantidades vendidas estariam entre 750 e 1000. Caso, a
este duopólio fossem incorporadas mais e mais firmas, o resultado seria
uma aproximação cada vez maior com o resultado da concorrência
perfeita. Assim, quanto maior fosse o número de firmas do oligopólio,
mais o preço se aproximaria de R$ 100 (preço da concorrência perfeita) e
mais as quantidades seriam aproximadas de 1000 (produção da
concorrência perfeita).
Perceba que esta análise acima confirma algo que é intuitivo: o
oligopólio é um meio termo entre o monopólio e a concorrência perfeita.
Como tal, cobrará um preço maior que a concorrência perfeita e menor
que o monopólio; e produzirá mais que o monopólio e menos que a
concorrência perfeita.
Agora, vamos aprofundar um pouco mais. Esse é o único modelo de
Oligopólio em que vamos fazer uma explanação mais matematizada.
Conforme visto anteriormente, a hipótese básica do modelo de
Cournot é a suposição de que firma, ao decidir quanto vai produzir,
considera fixo o nível de produção da sua concorrente. Em outras
palavras, segundo Cournot, o empresário espera que seu rival nunca
mude sua produção.

Suponha que o nosso oligopólio seja constituído por 02 firmas, um


duopólio: firma A e firma B. Sejam QA e QB as quantidades produzidas de
cada uma dessas firmas, RTA, RTB, RmgA, RmgB, as receitas totais de A e
B.

O preço da demanda de mercado será uma função das quantidades


produzidas pelas duas firmas. Algebricamente, podemos dizer P(Q A+QB)
 lê-se: o preço é função das quantidades das firmas A e B. A receita
total das firmas (RTA e RTB) será a multiplicação do preço pelas
respectivas quantidades produzidas QA e QB, então:

RTA = P(QA+QB).QA
RTB = P(QA+QB).QB

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Para fins didáticos, vamos supor que os custos marginais sejam


iguais a zero23 e que a curva de demanda pelo produto seja linear do tipo
P=a–b(QA+QB), onde a e b são constantes positivas e (QA+QB) é a
quantidade produzida do mercado.

As firmas maximizam seus lucros quando Rmg=Cmg. Como nós


estamos supondo que Cmg=0, então, o lucro será maximizado quando
Rmg=0. Assim, devemos fazer esse cálculo, inicialmente, para a firma A:

RmgA = dRTA/dQA

Vejamos a receita total de A:

RTA = P.QA
RTA = [a b(QA+QB)].QA
RTA = a.QA b.QA2 bQB.QA

Agora, faremos Rmg=0,

RmgA = dRTA/dQA = 0
RmgA = a 2bQA bQB = 0
a 2bQA bQB = 0
2bQA = a bQB

Veja que a expressão das quantidades produzidas pela firma A (Q A)


se alinha com a hipótese de Cournot: a firma A toma a quantidade
produzida da firma B como um dado fixo, que não muda, e, a partir dela,
decide quanto irá produzir. Assim, dada a produção da firma B (Q B), a
firma A decidirá quanto vai produzir de QA.

A expressão em negrito também é chamada de função (ou


demanda) de reação da firma A.

Realizando os mesmos cálculos, podemos chegar à função ou


demanda de reação da firma B:

23
Em seu trabalho de apresentação do modelo, Cournot utilizou como exemplo de firmas duas
fontes minerais de água (poços artesianos) situadas lado a lado. Cada comprador levava o seu jarro
de água e adquiria uma unidade de produto (um jarro de água). Veja que esta tecnologia de
produção apresenta custo marginal igual a zero, uma vez que as firmas não incorrem em custos
adicionais para aumentar a produção (não há custo adicional em entregar um balde adicional de
água ao consumidor).

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Se juntarmos as duas demandas de reação das firmas A e B,


teremos um sistema com duas equações e duas variáveis (QA e QB):

Resolvendo o sistema, você encontrará os seguintes valores de QA e


Q B:

Percebe-se que as quantidades produzidas das duas firmas serão


iguais no equilíbrio de Cornout. A quantidade produzida pelo mercado
(duas firmas juntas) será

O preço será

Logo, percebe-se que as quantidades das duas firmas serão


iguais (QA=QB) e, juntas, equivalem a 2a/3b. O preço do produto será
a/3.

Estas conclusões, no entanto, ainda não nos servem para tecer


maiores conclusões se quisermos comparar este duopólio com outros
mercados, como a concorrência perfeita e o monopólio, por exemplo.

Agora, nós calcularemos as quantidades e preço de equilíbrio em


mercados competitivos e em monopólio para compararmos com o
duopólio de Cournot. Para isso, usaremos a função demanda com o
mesmo formato utilizado no desenvolvimento do tópico:

P = a – b.Q

Em concorrência perfeita, o preço P é igual ao Cmg (P=Cmg). Como


estamos supondo que Cmg=0, então P=0. Se P=0, então, façamos os
cálculos para encontrar a quantidade:

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
P = a bQ
0 = a bQ
bQ = a

Então, na concorrência perfeita, Q=a/b e P=0.

Vejamos agora qual será a produção e o preço no monopólio. Neste


mercado, lucro máximo ocorre quando Rmg=Cmg. Como Cmg=0, então
Rmg=0. Veja:

Rmg = dRT/dQ
RT = (a bQ).Q
RT = aQ bQ2
Rmg = a 2bQ

Como Rmg=0,

a 2b.Q = 0
2bQ = a

Se Q=a/2b, então, .

Então, em monopólio, Q=a/2b e P=a/2.

Comparando os resultados das quantidades produzidas no duopólio


de Cournot, na concorrência perfeita e no monopólio, observamos o
seguinte (e serve como resumo do duopólio de Cournot):

 O preço de equilíbrio do duopólio de Cournot é maior que o cobrado


na concorrência perfeita e menor que o cobrado no monopólio
(equivale a dois terços do preço do monopólio: preço em
duopólio de Cournot=a/3, preço em monopólio=a/2);

 A produção do monopólio (a/2b) é metade da produção verificada


na concorrência perfeita (a/b); a produção do duopólio de Cournot,
por sua vez, fica no meio termo e equivale a dois terços da
produção da concorrência perfeita (2a/3b).

Perceba, mais uma vez, que nossas análises matemáticas


confirmaram algo que já foi abordado em nossa análise teórica: o
oligopólio de Cournot cobrará um preço maior que a concorrência perfeita

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
e menor que o monopólio; e produzirá mais que o monopólio e menos
que a concorrência perfeita.

5.2. MODELO DE BERTRAND – Concorrência via preço


No modelo de Cournot, nós presumimos que as empresas
oligopolistas concorrem por meio da determinação de suas respectivas
quantidades. O modelo de Bertrand, entretanto, baseia-se na
suposição de que as firmas concorrem por meio da determinação
dos preços em vez das quantidades.
A hipótese básica do equilíbrio de Bertrand repousa sobre a ideia de
que a firma, ao decidir quanto vai produzir, considera fixo o nível
de preço da firma concorrente. Veja que as linhas gerais são as
mesmas de Cournot, com a diferença de que, neste caso, o foco passa a
ser o preço em vez das quantidades.
O equilíbrio do duopólio de Bertrand mostra uma conclusão
bastante interessante. Imagine uma firma que fixa um preço abaixo do
preço da outra firma. Como estamos trabalhando com a suposição de um
duopólio e de um produto homogêneo, é natural que, ao fixar um preço
abaixo da firma concorrente, ela capture todo o mercado consumidor para
si. A resposta da concorrente será na mesma moeda: ela baixará o preço
para recuperar o mercado.
Esta guerra de preços vai durar até o ponto em que as firmas
estiverem igualando o preço do produto ao seu custo marginal, e
isto representará o equilíbrio no duopólio de Bertrand.
Veja que o equilíbrio de Bertrand é idêntico ao equilíbrio da
concorrência perfeita, onde se iguala o preço ao custo marginal.
Assim, no duopólio de Bertrand, observa-se que um mercado com apenas
duas firmas pode operar como se elas estivessem em um mercado
perfeitamente competitivo.
Como o equilíbrio de Bertrand nos mostra uma solução igual à
verificada em um mercado competitivo, onde se iguala preço ao custo
marginal, podemos considerar que o oligopólio de Bertrand é
eficiente economicamente. Veja bem: isto é uma exceção! O
oligopólio, em regra, não é eficiente. No entanto, o caso específico do
oligopólio de Bertrand será eficiente, pois iguala preço ao custo marginal
(assim como é feito na concorrência perfeita).
Por fim, veja que, ao contrário do modelo de Cournot, o resultado
do oligopólio de Bertrand independe do número de firmas. Mesmo
se houver apenas 02 firmas, e elas concorrerem entre si através da
fixação simultânea de preços (hipótese de Bertrand), o resultado será
igual ao verificado na concorrência perfeita. Se houver 100 firmas, o
resultado será o mesmo: reduções contínuas de preço até o ponto se
iguala preço ao custo marginal.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
5.3. MODELO DE SWEEZY – Modelo da demanda quebrada
Esse modelo é bem interessante! Ele tenta explicar por que os
preços dos oligopólios são relativamente estáveis, mesmo quando
os custos das empresas dominadoras de mercado mudam. Ou seja,
o modelo, em parte, nos mostra por que os preços permanecem
constantes por longos períodos de tempo, ainda que a estratégia de
produção e a estrutura de custos de cada empresa sejam bastante
alteradas no período.
O modelo supõe que cada oligopolista possui uma curva de
demanda quebrada. A curva de demanda é elástica para preços acima do
preço de equilíbrio, e inelástica para preços abaixo do preço de equilíbrio.
Figura 19
P

DEMANDA
Ramo elástico QUEBRADA

PE E

Ramo inelástico

Q
QE
O comportamento estratégico que justificaria este formato
quebrado da curva de demanda é o seguinte:
i. A partir do equilíbrio, com preço PE e produção QE, se o oligopolista
aumentasse o preço, ele não seria acompanhado pelos demais
oligopolistas. Assim, ele perderia parte importante do mercado para
os concorrentes. Ou seja, um aumento de preços acima de PE faria
com que ele enfrentasse uma demanda bem mais elástica (mais
horizontal) para os seus produtos.

ii. Por outro lado, se o oligopolista baixasse o preço para aumentar a


sua fatia de mercado, isto provocaria reação idêntica nos demais,
desencadeando uma guerra de preços. Essa reação idêntica,
consubstanciada na guerra de preços, faria com que todos fossem
prejudicados, e cada um enfrentaria uma curva de demanda mais
inelástica (mais vertical) para seus produtos. Ou seja, a redução de
preços não provocaria grandes aumentos nas vendas individuais, já
que a redução de preço seria acompanhada pelos concorrentes. Na
prática, os oligopolistas, ao reconhecer a interdependência de suas
decisões, não teriam explicações para que baixassem os preços.
De modo sucinto, este modelo descreve a característica da
rigidez de preços em setores oligopolizados, nos quais as empresas

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
se mostram relutantes em modificar os preços mesmo que os custos ou a
demanda sofram alterações.

5.4. MODELO DE STACKELBERG – liderança de quantidade


A liderança de quantidade – modelo de Stackelberg -
acontece quando uma empresa, denominada a “líder” de mercado,
toma as decisões de produção na frente da outra, a “seguidora”.
Neste caso, a firma líder de mercado domina o mercado de tal maneira
que é ela quem toma as decisões de produção primeiro, antes das outras.
Depois, em um segundo plano, as firmas seguidoras tomam suas decisões
baseadas na decisão da líder.
Matematicamente, é possível demonstrar (mas não
demonstraremos) que haverá vantagens para a empresa líder, pois ela
será estará sempre na frente das outras.
A liderança de quantidades é geralmente conhecida como modelo
de Stackelberg. No entanto, existe também a liderança de preços,
onde a empresa líder define os seus preços e as empresas
seguidoras acompanham a líder – este é modelo da firma
dominante.
A disposição para sofrer perdas da líder é maior que a disposição
para perdas das seguidoras, e isto acaba funcionando como uma ameaça
plausível que resulta, no longo prazo, em maiores lucros para a líder. As
firmas seguidoras aprendem que é melhor acompanhar os preços da líder,
fixando preços mais elevados.
Neste caso da liderança de preços, se as seguidoras decidirem
“comprar a briga”, baixando os preços para competir com a líder, esta
pode adotar uma guerra de preços que possivelmente levará as empresas
seguidoras à falência. Ou seja, se houver uma redução de preços
significativa, as empresas seguidores não conseguirão produzir e vender.
Ao mesmo tempo que isso acontece, a demanda enfrentada pelos
produtos da firma líder cresce, uma vez que as firmas seguidoras estarão
vendendo menos. Em outras palavras, existe uma alta elasticidade preço
da oferta das firmas seguidoras associada com uma alta elasticidade
preço da demanda enfrentada pela firma líder.
Por exemplo, se houver uma queda de preços por parte da líder, as
seguidores enfrentam muitas dificuldades, passando a produzir menos. A
queda na produção é em proporção maior que a redução de preços da
líder. Por produzirem menos, a firma líder tende a ganhar consumidores,
de tal maneira que a quantidade demandada pelos produtos da firma líder
cresce em percentual maior que a redução de preços. Por isso, a oferta
elástica das empresas seguidores é relacionada com uma demanda
também elástica da empresa líder.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
5.5. CONLUIO / CARTEL
Quando existe um pequeno número de firmas, como em um
oligopólio, as empresas têm de escolher se adotam um comportamento
cooperativo (colusivo) ou não-cooperativo. As empresas agem de forma
colusiva quando tentam minimizar a concorrência entre elas. Quando as
empresas em um oligopólio cooperam ativamente umas com as
outras, envolvem-se em um conluio.
A partir do conluio, nasce o cartel: uma organização de
empresas independentes que produzem bens similares e
trabalham juntas para aumentar os preços e restringir a produção.
Quando as empresas de um oligopólio estão organizadas sob um
cartel, ou quando realizam conluio para maximizar seus lucros em
conjunto, levando em conta sua dependência mútua, eles produzirão
quantidade e preço de monopólio, e obterão lucro de monopólio.
Assim, na prática, quando firmas oligopolistas entram em conluio,
em um cartel, na verdade, elas tomam suas decisões de produção como
se fossem uma só firma, monopolista do mercado. Desta forma, podemos
entender que um cartel nada mais é que um grupo de empresas que
se juntam em conluio para se comportar como um monopolista e
maximizar o lucro de todas elas, em conjunto.
Por fim, devemos ressaltar que o cartel na vida real possui algumas
dificuldades de ser implementado. A primeira delas, e mais óbvia, é a
própria proibição legal e regulação econômica que existe por trás dos
setores oligopolizados.
A segunda dificuldade é que a história nos mostra que sempre
haverá a tentativa de burla. Um membro do cartel, burlando o acordo
previamente estabelecido, pode tentar baixar os preços para aumentar a
sua participação no mercado, sem que os outros membros saibam. Enfim,
é sempre difícil administrar interesses financeiros em jogo, e geralmente
os cartéis são considerados organizações instáveis.

Com isso, terminamos a parte de tipos de mercados! Ufa!

Vemo-nos na próxima aula, com o interessantíssimo tema da


Escassez e problemas econômicos. Seguem alguns exercícios para fixação
dos conteúdos.

Abraços e até a próxima!


Heber Carvalho e Jetro Coutinho

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

QUESTÕES COMENTADAS

01. (FGV – Téc. Nível Superior/Economia – ALBA – 2014) Nos


supermercados e lojas é comum os consumidores encontrarem
promoções do tipo “Leve 3 e pague 2” ou “Comprando 3 ou mais
itens ganhe 10% de desconto”.
Essa prática exercida pelos comerciantes é denominada:
(A) discriminação de 1º grau, no qual é cobrado de cada consumidor o
seu preço reserva.
(B) discriminação de 1º grau, no qual preços diferentes são cobrados para
quantidades diferentes.
(C) discriminação de 2º grau, no qual diferentes unidades da mesma
mercadoria são vendidas por preços diferentes para qualquer consumidor.
(D) discriminação de 2º grau, no qual qualquer quantidade do produto é
vendida a preços diferentes para grupos de consumidores diferentes.
(E) discriminação de 3º grau, no qual os descontos por quantidade
vendida são progressivos.

Comentário:
Questão bem simples. Promoções do tipo “Leve 3 e pague 2” ou
“comprando 3 ou mais itens ganhe 10% de desconto” caracterizam bem a
discriminação de preços de 2º grau. Esse tipo de discriminação ocorre
quando o monopolista cobra um preço diferente, conforme a quantidade
comprada por cada consumidor. Assim, correta a alternativa C.

O erro da letra D é dizer que qualquer quantidade do produto é vendida a


preços diferentes para grupos diferentes. Essa alternativa define a
discriminação de preços de 3° grau e não a de 2° grau.

Gabarito: C

02. (FGV – Economista – ALMT – 2013) Relacione cada tipo de


discriminação à sua respectiva característica.
1. Discriminação de preços de 1º grau.
2. Discriminação de preços de 2º grau.
3. Discriminação de preços de 3º grau.

( ) O monopolista discrimina perfeitamente, extraindo todo


excedente do consumidor.
( ) O grupo com demanda mais elástica paga um preço por
unidade do produto menor do que o grupo com demanda menos
elástica.
( ) Quanto maior a quantidade comprada menor o preço pago por
unidade do produto.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 62 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Assinale a alternativa que mostra a relação correta, de cima para
baixo.

(A) 1 – 2 – 3.
(B) 1 – 3 – 2.
(C) 2 – 1 – 3.
(D) 2 – 3 – 1.
(E) 3 – 1 – 2.

Comentários:
I – Quando o monopolista discrimina perfeitamente, extraindo todo o
excedente do consumidor, ele pratica discriminação de 1º grau.

II – Quando o grupo com demanda mais elástica paga um preço por


unidade do produto menor do que o grupo com demanda menos elástica,
temos uma discriminação de 3º grau (pessoas diferentes pagam preços
diferentes).

III – Se quanto maior a quantidade comprada menor for o preço pago, a


discriminação será de 2º grau.

Assim, a ordem correta é 1-3-2.

Gabarito: B

03. (FGV – Analista de Gestão/Economista – COMPESA – 2014)


Por muitos anos o mercado de softwares foi dominado por uma
única empresa. Em face disso, o preço desses produtos era
demasiadamente elevado. Esse preço se justifica, pois
(A) trata se de um mercado monopolista, em que a empresa determina o
preço a partir do custo marginal da sociedade.
(B) trata se de um mercado monopolista, em que a empresa cobra um
preço que é um markup do seu custo marginal.
(C) trata se de um mercado de monopolista natural, em que o custo fixo é
baixo e o custo marginal muito elevado.
(D) trata se de um mercado competitivo, em que o preço é fixado igual ao
custo marginal, o qual é elevado.
(E) trata se de um mercado oligopolista, em que o preço é igual a receita
marginal da empresa.

Comentário:
A) Incorreta. A condição de P = Cmg só vale para a concorrência perfeita.
Assim, monopólio e a determinação de preço a partir do custo marginal é
uma condição que não pode ser verificada.
B) Correta. Mark Up é a margem de preço que está acima do custo
marginal. O Mark Up é típico dos mercados monopolistas e justifica os
preços a maior no mercado de softwares.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 63 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
C) Incorreta. Mercados de monopólio natural apresentam a característica
inversa à apresentada pela assertiva: custo fixo elevado e custo marginal
muito baixo.
D) Incorreta. Como o mercado de softwares foi dominado por uma única
empresa, tal mercado não pode ser classificado como competitivo.
E) Incorreta. Um mercado oligopolista é um mercado dominado por
algumas empresas. No entanto, o enunciado da questão é expresso em
dizer que o mercado de softwares foi dominado por uma única empresa,
razão pela qual o mercado do enunciado é um monopólio e não um
oligopólio.
Gabarito: B

04. (FGV – Analista de Gestão/Economista – COMPESA – 2014) O


metrô em Nova Iorque vende o ticket de cada passagem a um
preço unitário de $ 2,50. No entanto, para o caso de um usuário
que decida ficar 1 semana explorando a cidade e utilizar o metrô
mais de 12 vezes, há uma opção economicamente mais vantajosa:
o metrô oferece o “7 day Metro Card”, que é um cartão vendido ao
preço de $ 30,00 que permite qualquer usuário utilizar o metrô um
número ilimitado de vezes por uma semana. Esse tipo de
estratégia pela empresa que opera o metrô é denominada:
(A) discriminação de preços de primeiro grau.
(B) discriminação de preços de segundo grau.
(C) discriminação de preços de terceiro grau.
(D) discriminação de preços de quarto grau.
(E) dumping.

Comentários:
Como esse consumidor, ao usar mais de 12 vezes o metrô, pode pagar
menos pelo uso, estamos diante de uma discriminação de 2º grau
(quanto maior a quantidade comprada, menor o preço pago)

Gabarito: B

05. (FGV –Economista – DPE/RJ – 2014) Suponha que um


monopolista opere no mercado de extração de petróleo. Como
único produtor, ele tem o poder de fixar o preço. Considerando
que a demanda não seja perfeitamente inelástica ou elástica, esse
produtor atingirá o máximo de lucro quando:
(A) o preço do petróleo igualar o custo marginal de produção.
(B) operar na parte elástica da demanda.
(C) fixar a receita marginal da venda maior do que o custo marginal da
produção.
(D) aumentos adicionais do preço superarem a queda das vendas em
termos absolutos.
(E) o mark-up for igual à unidade.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Comentário:
Vimos em aula que o monopolista não opera na parte inelástica da
demanda. Assim, das alternativas apresentadas, a única que poderá
maximizar o lucro do monopolista é a alternativa B.

A) Incorreta. P = Cmg é uma condição presente apenas na Concorrência


Perfeita. No monopólio, essa condição não é válida para maximizar o
lucro.

C) Incorreta. Na figura 13, vimos que existem dois pontos onde Rmg e
Cmg se igualam e que o equilíbrio do monopolista será onde a produção é
maior. Se você observar a figura, a Rmg é maior que o Cmg no espaço
entre os pontos A e B. Repare que, entre esses pontos, o monopolista não
consegue maximizar o lucro.

D) Incorreta. Se os aumentos adicionais do preço superarem a queda das


vendas, temos um indício de demanda inelástica. Na presença de uma
demanda inelástica, o monopolista não atua.

E) Incorreta. Se o Mark Up for igual à unidade, temos igualdade entre P =


Cmg. Como vimos, o Mark Up é igual a P/Cmg. Se o Mark Up for igual a
1, isso significa que P e Cmg são iguais.

Como já falado, P = Cmg é uma condição válida apenas para a


concorrência perfeita.

Gabarito: B

06. (FGV – Analista /Economia – MP/MS – 2013) Suponha uma


empresa que atue em um mercado perfeitamente competitivo. O
preço do produto é p, o nível do produto definido pela empresa é y
e ela tem uma função custo igual a c(y). Ela maximiza lucro
quando:
(A) define p igual a receita marginal.
(B) escolhe y igual a receita marginal.
(C) escolhe y tal que p seja igual ao custo marginal, mas acima da receita
marginal.
(D) escolhe y tal que p seja igual ao custo marginal.
(E) define p igual ao custo marginal, visto que ela é fixadora de preço.

Comentário:
Questão fácil! Para que essa empresa competitiva maximize o lucro, o
preço deve ser igual ao custo marginal.

A letra C está errada, porque, no ponto ótimo da concorrência perfeita, P


= Cmg = Rmg.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
A letra E está errada porque no mercado competitivo tanto os
consumidores quanto as empresas são tomadores de preço.

Gabarito: D

07. (FGV –Economista – SUDENE – 2013) Suponha que uma


empresa atue em um mercado na qual ela seja tomadora de
preços. Ela maximiza o seu lucro quando:
(A) fixa o preço igual à receita média.
(B) fixa o preço igual à receita marginal.
(C) fixa o preço igual ao custo médio.
(D) fixa o preço igual ao custo marginal.
(E) fixa o preço igual à produção média.

Comentários:
Se uma empresa atua em um mercado no qual ela seja uma tomadora de
preços, a empresa está atuando num mercado de concorrência perfeita
(competitivo). Num mercado competitivo, a empresa maximiza o lucro
quando P = Cmg.

Gabarito: D

08. (FGV –Economista – SUDENE – 2013) Com relação ao modelo


de duopólio de Cournot, assinale V para a afirmativa verdadeira e
F para a falsa.
( ) Analisa o comportamento de duas empresas que competem
entre si decidindo, simultaneamente, em relação à quantidade a
ser produzida.
( ) Analisa o comportamento de duas empresas, onde, uma delas é
a líder do mercado e a outra é seguidora.
( ) Analisa o comportamento de duas empresas que formam uma
coalizão com o objetivo de maximizar um lucro conjunto. As
afirmativas são, respectivamente,

(A) F, V e F.
(B) F, V e V.
(C) V, F e F.
(D) V, V e F.
(E) V, F e V.

Comentários:
I – Correta. NO modelo de Cournot, cada empresa seleciona seu nível de
produção de maneira simultânea e não-colusiva.

II – Incorreta. Como, em Cournot, as empresas agem simultaneamente,


não temos uma empresa líder e outra seguidora.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
III – Incorreta. No modelo de Cournot, não temos cooperação entre as
empresas, assim, elas não formam uma coalizão.

Consolidando, temos: V, F e F.

Gabarito: C

09. (FGV –Analista Jud./Economia– TJ/AM – 2013) Suponha que a


empresa X seja a única produtora e vendedora de uma
mercadoria. O nível de produção que maximiza os seus lucros é
definido quando
(A) a receita marginal iguala o custo marginal.
(B) o preço iguala o custo marginal.
(C) o preço iguala a receita marginal.
(D) está localizado na parte inelástica da curva de demanda.
(E) a empresa impõe barreiras suficientes que impeçam a entrada de
novas firmas.

Comentários:
A condição de que uma empresa maximiza seu lucro quando Rmg = Cmg
é válida para qualquer estrutura de mercado. Assim, correta a letra A.

No entanto, é fácil deduzir que a empresa em questão é uma


monopolista. Assim, a letra B é errada porque P = Cmg só vale para a
concorrência perfeita. A letra C só seria válida em concorrência perfeita
(num mercado competitivo, P = Cmg = Rmg). A letra D está errada
porque estamos em monopólio, e o monopolista não atua na parte
inelástica da demanda. A letra E está errada porque levantar barreiras a
novas empresas não garante, por si só, a maximização dos lucros.

Gabarito: A

10. (FGV –Analista Jud./Economia– TJ/AM – 2013) Suponha uma


firma em um mercado competitivo. A firma encerrará suas
atividades no curto prazo necessariamente quando:
(A) os lucros forem negativos.
(B) o seu excedente for negativo.
(C) o preço do produto for maior do que o seu custo variável médio.
(D) o preço do produto for menor do que o seu custo total médio.
(E) o negativo do custo fixo médio for menor do que o custo total médio.

Comentário:
Essa é uma questão um pouco mais complicada, mas conseguimos
respondê-la. Como vimos em aula, uma empresa competitiva só encerra
suas atividades que, igualando Rmg = Cmg, o preço for MENOR que o
custo variável médio (P < CVme).

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 67 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Dessa forma, estão erradas as alternativas C, D e E. A alternativa A está
errada porque a mesmo com lucro negativo, a firma pode decidir
continuar produzindo, se o lucro cobrir pelo menos parte dos custos fixos.

A alternativa B, por exclusão, está correta. Mesmo assim, é fácil perceber


que se o excedente do produtor for negativo, o produtor não obtém
nenhum benefício por vender seu produto. Dessa forma, ele deve
encerrar suas atividades.

Gabarito: B

11. (FGV - ICMS/RJ – 2010) A quantidade de bolos que uma


confeitaria produz depende do número de trabalhadores,
conforme apresentado na tabela abaixo.

Suponha que o custo fixo da fábrica é 30 reais e o salário do


trabalhador é 10 reais a hora.
A partir destas informações, considere as afirmativas a seguir.

I. O produto marginal do trabalho é decrescente.


II. O custo médio de 140 unidades é 0,50 reais e o custo marginal
é igual a 10 reais.
III. Se o preço de mercado do bolo é 0,80 reais, a empresa não
está no equilíbrio de longo prazo ao produzir 50 unidades de bolo.

Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

COMENTÁRIOS:
Os itens I e II já foram comentados na aula 04, parte II, questão 01.

III. Incorreta. O enunciado da questão não nos falou se a confeitaria é ou


não é uma firma competitiva. No entanto, a solução da banca admitiu o
pressuposto de que a firma é competitiva, assim, para descobrir se a
firma está em equilíbrio quando Q=50, teremos que utilizar uma condição
de equilíbrio de longo prazo que valha a concorrência perfeita. Esta
situação é lucro econômico zero (RT=CT ou Rme=Cme); se isto for
verdade, então, a firma competitiva está em equilíbrio de longo prazo.

A receita média, quando Q=50, será igual ao preço (aliás, a receita média
é sempre igual ao preço, para qualquer estrutura de mercado):

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Rme = P = 0,8

O custo médio, quando Q=50, será


Cme = CT/Q = (30+10)/(50) = 40/50
Cme = 0,8

Assim, percebe-se que Rme=Cme (e RT=CT) e a firma ESTÁ em equilíbrio


de longo prazo quando Q=50, pois haverá lucro econômico nulo.

GABARITO: A

12. (FGV - ICMS/RJ 2010) Considere um mercado competitivo em


equilíbrio de longo prazo. As firmas desse mercado possuem a
mesma função custo C(q)=(q²/40)+(2q)+(40). A quantidade
produzida por cada firma e o preço de equilíbrio são,
respectivamente:
(A) 40 e 2.
(B) 40 e 4.
(C) 20 e 2.
(D) 20 e 4.
(E) 80 e 4.

COMENTÁRIOS:
A firma competitiva, em longo prazo24, apresenta as seguintes condições
de equilíbrio:

P=Rmg=Cmg=Rme=Cme (1)
(esse Cme é o ponto de mínimo da curva do Cme)

RT=CT (2)

Existem inúmeras maneiras de resolvermos esse problema. Vou optar


pela seguinte: primeiro, vou igualar o Cmg ao Cme. Nessa igualdade, já
será possível descobrir o valor de Q. Segundo, igualarei o Cmg a P, onde
descobrirei o valor deste último.

1) Cmg = dCT/dq
Cmg = q/20 + 2

Cme = C(q)/q = [(q²/40)+(2q)+(40)]/q


Cme = q/40 + 2 + 40/q

Cmg=Cme
q/20 + 2 = q/40 + 2 + 40/q

24
Apesar do edital da FGV colocar de modo expresso que se deve estudar somente as estruturas de
mercado no curto prazo, inadvertidamente, a banca cobra questões envolvendo situações de longo
prazo. Por isso, também tratamos também do longo prazo em nossas aulas.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 69 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Resolvendo a conta, encontramos q=40.

2) Cmg = P
Cmg = q/20 + 2
Cmg = 40/20 + 2
Cmg = 4  P=4

Nota  outra maneira de resolvermos é descobrir o custo médio (CT/q) e


encontrar o seu valor mínimo. Para isso, basta derivar Cme em relação a
q (Cme´=dCme/dq) e igualar o resultado a zero (Cme´=0). Fazendo isto,
já se encontra o valor de q. Em um segundo momento, tendo o valor de
q, calcula-se o Cmg e o igualamos ao preço.

GABARITO: B

13. (FGV - ICMS/RJ – 2010) A tabela a seguir mostra a demanda


por água num mercado onde existe apenas uma empresa, sem
ameaça de entrada de outras.

Suponha que os custos da empresa sejam zero. Com relação ao


comportamento da empresa monopolista, neste contexto de
mercado, assinale a alternativa correta.
(A) A receita marginal do monopolista é decrescente com a quantidade
ofertada pois o preço aumenta com a oferta.
(B) A empresa obtém lucro máximo oferecendo entre 5 e 6 m3 de água,
inclusive.
(C) A receita marginal da empresa é sempre maior que o preço do m3 de
água, para cada unidade.
(D) A receita média é idêntica à receita marginal da empresa.
(E) A quantidade ofertada é dada pela interseção da receita marginal com
o custo médio da empresa.

COMENTÁRIOS:
a) Incorreta. A receita marginal do monopolista é decrescente POIS A
RECEITA MARGINAL DECRESCE COM A DEMANDA.

b) Correta. O enunciado da questão nos disse que os custos totais da


firma são iguais a zero. Logo, o lucro será igual à receita total. Basta
olhar o quadro e verificar que o lucro máximo ocorrerá quando Q=5 e/ou
Q=6. Para estes níveis de produção, RT ou lucro é igual 30 (para Q=5,
RT=5x6; para Q=6, RT=6x5), sendo maior que em qualquer outro nível
de produção.

c) Incorreta. No monopólio, Rmg é sempre menor que P.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

d) Incorreta. A receita média é sempre igual ao preço (Rme=P), mas


apenas na concorrência perfeita o preço (ou a Rme) é igual à receita
marginal. No monopólio, Rme (=P) é sempre maior que a Rmg.

e) Incorreta. A quantidade ofertada é dada pela interseção da receita


marginal com o custo MARGINAL da empresa.

GABARITO: B

14. (FGV - ICMS/RJ - 2009) Considere uma estrutura de mercado


oligopolista, composto por duas empresas que interagem,
estrategicamente, num mercado de produtos homogêneos.
Assuma que a demanda é bem comportada e as estruturas de
custos das empresas são iguais, com retornos constantes de
escala. Com relação à implicação sobre a intensidade da
concorrência ao se adotar o modelo de concorrência em preço (à
la Bertrand) no lugar de concorrência em quantidades (à la
Cournot), assinale a afirmativa correta.
a) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio iguais aos custos marginais.
b) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio iguais aos custos marginais.
c) Ambas as formas de interação estratégica sempre exibirão mesmo
efeito sobre a intensidade da concorrência.
d) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio superiores aos custos marginais.
e) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio superiores aos custos marginais.

COMENTÁRIOS:
a) Incorreta. A concorrência em preços (Bertrand) é mais INTENSA que a
concorrência em quantidades, com preços iguais aos custos marginais.

b) Correta.

c) Incorreta. Possuem efeitos diferentes.

d) Incorreta. É mais intensa, com P=Cmg.

e) Incorreta. Com P=Cmg

GABARITO: B

15. (FGV - ICMS/RJ - 2008) A respeito das empresas


monopolistas, é correto afirmar que:

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 71 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
a) a firma monopolista maximiza o seu lucro igualando o custo marginal
com a receita marginal.
b) a empresa monopolista escolhe o preço do produto de forma que o
preço seja igual ao custo médio.
c) a curva de receita marginal está acima da curva de demanda.
d) a maximização do lucro por parte das empresas monopolistas
maximiza o bem-estar da sociedade devido aos maiores lucros gerados.
e) do ponto de vista do bem-estar total da economia, a discriminação de
preços eleva o excedente do monopolista, mas reduz a eficiência medida
pelo excedente total (consumidor + produtor).

COMENTÁRIOS:
a) Correta. A maximização de lucros, em qualquer estrutura de mercado,
acontece quando Rmg=Cmg.

b) Incorreta. De modo que o Cmg seja igual à Rmg.

c) Incorreta. Está abaixo da curva de demanda.

d) Incorreta. Diminui o bem-estar do sociedade.

e) Incorreta. De fato, a discriminação de preços eleva o excedente do


monopolista e, na maioria dos casos, também reduz a eficiência medida
pelo excedente total. Existe um tipo de discriminação, porém, em que não
há redução do excedente total: é o caso da discriminação perfeita de
preços. Neste caso, toda a perda de excedente do consumidor é
capturada pelo produtor sem que nada seja “desperdiçado”, não havendo,
portanto, perda de eficiência.

GABARITO: A

16. (FGV - ICMS/RJ - 2008) Um setor é um monopólio natural.


Para garantir o maior bem-estar para o consumidor assinale o que
o órgão regulador deve fazer.
a) Quebrar esse monopólio e estimular a concorrência.
b) Determinar que o preço cobrado seja igual ao custo marginal.
c) Determinar que o preço seja igual ao custo médio.
d) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
e) Determinar que o preço seja aquele em que a curva de oferta
intercepte a curva de demanda.

COMENTÁRIOS:
A existência de monopólios naturais está ligada às economias de escala
nos processos de produção. Nestes casos, é melhor para a sociedade que
apenas uma firma (monopolista) produza o bem, pois ela o fará com

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 72 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
custo unitário muito menor do que se várias firmas decidissem concorrer
no mercado.
Para garantir maior bem-estar ao consumidor, o regulador deve procurar
evitar que a firma monopolista aufira lucros extraordinários (RT>CT;
Rme>Cme). Como Rme=P, então, nós também podemos dizer que o
regulador deve evitar que a firma cobre um preço P (=Rme) acima do
custo médio (Cme). Correta, portanto, a alternativa C.

GABARITO: C

17. (FGV – ICMS/RJ – 2008) A respeito da atuação das firmas nos


diferentes ambientes de concorrência, analise as afirmativas a
seguir:

I. Firmas que atuam em mercados de concorrência perfeita


maximizam o lucro ofertando a quantidade em que a receita
marginal iguala o custo marginal.
II. Firmas monopolistas maximizam o lucro ofertando a
quantidade em que a receita marginal iguala o custo marginal.
III. Na competição monopolística as firmas maximizam o lucro
ofertando a quantidade em que a receita marginal iguala o custo
marginal.

Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

COMENTÁRIOS:

I. Correta. Em qualquer estrutura de mercado, essa é a regra de


maximização de lucros (Rmg=Cmg).

II. Correta. Idem assertiva I.

III. Correta. Idem assertiva I.

GABARITO: E

18. (FGV – ICMS/RJ – 2008) A respeito da teoria da firma, analise


as afirmativas a seguir:

I. Em mercados competitivos, as firmas entram sempre que o


preço for superior ao custo total médio.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 73 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
II. No longo prazo, com a entrada e a saída de firmas, o lucro
econômico de uma firma em mercados competitivos é zero.
III. Empresas sempre fecham quando o lucro é menor do que
zero.

Assinale:
(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

COMENTÁRIOS:

I. Correta. Se o preço (que é igual à receita média) estiver acima do custo


médio, obrigatoriamente, a receita total estará acima do custo total e
haverá lucro positivo (lucros extraordinários). Neste caso, há estímulos
para entrada de empresas no mercado. Com o passar do tempo, no longo
prazo, a entrada de novas empresas fará a curva de oferta ser deslocada
para a direita e para baixo, reduzindo do preço e fazendo com que as
firmas competitivas aufiram lucro zero no longo prazo.

II. Correta. Ver comentários da assertiva I.

III. Incorreta. Nem sempre isso é verdade. Por exemplo, no curto prazo,
a firma competitiva pode operar com lucro negativo, desde que a receita
total cubra pelo menos os custos variáveis (ou seja, desde que o preço ou
receita média seja igual ou maior que os custos variáveis médios).

GABARITO: B

19. (FGV - AUDITOR – TCM/RJ - 2008) - Um setor é um monopólio


natural. Assinale a alternativa que o órgão regulador deve
escolher para garantir o maior bem-estar para o consumidor.
a) O órgão regulador deve quebrar esse monopólio e estimular a
concorrência.
b) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado seja igual ao
custo marginal.
c) O órgão regulador deve determinar que o preço seja aquele em que a
curva oferta intercepta a curva de demanda.
d) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
e) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual ao custo
médio.

COMENTÁRIOS:

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 74 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Conforme comentado na questão anterior, o regulador deve fazer com
que o preço seja igual ao custo médio, a fim de que não haja lucros
extraordinários.

A letra B está incorreta porque o monopolista natural não deve cobrar um


preço que seja igual ao custo marginal, pois a possibilidade de prejuízo
será grande, tendo em vista que o custo marginal de produção é zero (ou
quase zero).

Imagine um caso de monopólio natural, por exemplo, a companhia de


energia elétrica da sua cidade. Depois de implantada a estrutura
produtiva, o custo marginal de prover energia elétrica a mais um
consumidor será muito baixo ou até mesmo nulo, uma vez que a rede
elétrica, geradores, enfim, já está tudo instalado. Assim, se a firma do
monopólio natural resolver cobrar o preço igual ao custo marginal, ela
cobrará um preço excessivamente baixo ou até mesmo nulo. A
possibilidade de haver prejuízo cobrando preços excessivamente baixos é
grande.

A letra C está incorreta porque o monopolista não possui curva de oferta.

GABARITO: E

20. (FGV - ICMS/RJ - 2007) Uma empresa monopolista é capaz de


escolher o preço de seu produto. Para que seu lucro seja
maximizado, a empresa monopolista deve escolher um preço que
exceda seu custo marginal de produção. A diferença entre o preço
escolhido e o custo marginal chama-se mark-up. Pode-se afirmar
que o mark-up da firma monopolista será tão maior quanto:
a) maior for a elasticidade-preço da demanda.
b) menor for a elasticidade-preço da demanda.
c) maior for a elasticidade-renda da demanda.
d) menor for a elasticidade-preço da oferta.
e) menor for a elasticidade-preço cruzada da demanda.

COMENTÁRIOS:

Quanto menor for a Epd, maior será 1/|Epd|, menor será (1–1/|Epd|) e
maior será o mark up [1/(1–1/|Epd|)].

GABARITO: B

21. (FGV - ICMS/RJ – 2007) Considere um mercado com apenas


duas firmas, A e B. Exceto pelo nome, essas firmas são

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 75 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
absolutamente idênticas. Ambas produzem petróleo. Para cada
empresa, o custo de produção é R$ 10,00 por barril. A demanda
total por petróleo é dada por P=210–Q, sendo Q a soma das
quantidades produzidas e ofertadas por cada empresa
(Q=QA+QB). Suponha que as firmas decidam formar um cartel e
coordenar suas produções. Nesse caso, a quantidade ótima
produzida por cada firma será:
(A) QA = QB= 50.
(B) QA = QB = 100.
(C) QA = QB = 67.
(D) QA = QB = 45.
(E) QA = QB = 47.

COMENTÁRIOS:
Se o custo unitário (=custo médio) é R$ 10,00 por barril, então o custo
total é CT=10Q, veja por quê:

 Cme=CT/Q, então, CT=CmexQ  Como Cme=10, então CT=10Q

Cmg=dCT/dQ
Cmg=10

O equilíbrio da firma (esta firma que estamos considerando é a soma das


firmas A e B) acontecerá quando Rmg=Cmg (vale para qualquer estrutura
de mercado). Cmg=10, falta-nos calcular a Rmg:

Rmg = dRT/dQ
RT = P.Q = (210 – Q).Q = 210Q – Q2
Rmg = 210 – 2Q

Rmg=Cmg =>
210 – 2Q = 10
Q = 100

Esse Q é a quantidade das duas firmas juntas. Logo, teremos Q=50 para
cada firma individualmente, uma vez que Q=QA+QB.

GABARITO: A

22. (FGV – ECONOMISTA – MPE/AM – 2002) Uma empresa


hipotética produz o bem Y em mercado de concorrência perfeita. A
função de custo marginal e CMg = Y2 + 18Y + 30 e o preço
unitário e $ 13. A quantidade de Y que deve ser produzida para
maximizar o lucro da empresa e:
(A) 8
(B) 9
(C) 17

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 76 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(D) 18
(E) 30

COMENTÁRIOS:
Ocorre a maximização de lucros quando:

Cmg = Rmg (em concorrência perfeita, Rmg=P e P=13)

Cmg = 13

Y2 + 18Y + 30 = 13
Y2 + 18Y + 17 = 0

Resolvendo a equação, encontraremos Y=-1 (não serve) ou Y=17.

GABARITO: C

23. (FGV – ECONOMISTA – CODESP – 2010) Sobre as empresas


monopolistas, é correto afirmar que
a) a maximização do lucro por parte das empresas monopolistas
maximiza o bem-estar da sociedade devido aos maiores lucros gerados.
b) a empresa monopolista escolhe o preço do produto de forma que o
preço seja igual ao custo médio.
c) a permissão de discriminação de preços reduz a ineficiência de um
monopólio para a economia.
d) a curva de receita marginal está acima da curva de demanda.
e) a firma monopolista maximiza o seu lucro igualando o custo médio com
a receita média.

COMENTÁRIOS:

a) Incorreta. A maximização do lucro das empresas monopolistas REDUZ


o bem-estar da sociedade (essa redução de bem-estar ocorre em razão
do preço estar acima do custo marginal).

b) Incorreta. O monopolista escolhe o preço de forma que a receita


marginal seja igual ao custo marginal.

c) Correta. Discriminar preço significa, em essência, capturar o excedente


do consumidor. Se o monopolista consegue fazer isso da melhor maneira
possível, as perdas da sociedade como um todo serão reduzidas, pois a
perda de excedente do consumidor é transferida, e acaba virando ganho
do produtor, e a perda de bem-estar como um todo é reduzida (estamos
falando das perdas da sociedade como um todo, isto é, produtores e
consumidores. Se pensarmos somente nos consumidores, é claro que a
discriminação de preços é ruim, pois ocorre redução de excedente do
consumidor).

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 77 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

d) Incorreta. A curva da receita marginal está abaixo da curva de


demanda.

e) Incorreta. Receita marginal = custo marginal.

GABARITO: C

24. (FGV – ECONOMISTA – CODESP – 2010) Um monopolista tem,


respectivamente, as seguintes curvas de demanda e custos totais
de produção:

P = 800 – 10Q
CT = 10.000 + 500Q + 5Q2
Onde:
P=preço
Q=quantidade
CT=custos totais

A quantidade que maximiza o lucro do monopolista é


a) 10
b) 50
c) 20
d) 30
e) 40

COMENTÁRIOS:
Maximização de lucros ocorre quando Rmg=Cmg:

Rmg = dRT/dQ (necessitamos da expressão da RT)

RT = P.Q (P=800 – 10Q)


RT = (800 – 10Q).Q
RT = 800Q – 10Q2

Rmg = dRT/dQ
Rmg = 800 – 20Q

Cmg = dCT/dQ (CT = 10000 + 500Q + 5Q2)


Cmg = 500 + 10Q

Rmg = Cmg
800 – 20Q = 500 + 10Q
30Q = 300
Q = 10

GABARITO: A

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 78 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

25. (FGV – ECONOMISTA – CODESP – 2010) Avalie as seguintes


afirmativas:

I. Um monopólio com discriminação perfeita de preços é eficiente.


II. Firmas em concorrência monopolística operam com excesso de
capacidade.
III. Firmas em concorrência perfeita maximizam seu lucro
igualando o preço ao custo marginal.

Assinale
a) se apenas a afirmativa I estiver correta.
b) se apenas a afirmativa II estiver correta.
c) se apenas a afirmativa III estiver correta.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.

COMENTÁRIOS:

I. Correta. Discriminação perfeita significa que toda a redução de


excedente do consumidor é capturada pelo produtor, sem qualquer
desperdício (sem peso morto). Essa é a única situação em que podemos
dizer que um monopólio funciona de modo eficiente economicamente.

II. Correta. Pelo fato de se equilibrarem quando o custo médio não é o


mínimo possível, estas firmas operam no ramo descendente da curva de
custo médio (onde temos economias de escala). Isto significa que há
instalações e máquinas subutilizadas. Ou seja, a firma opera com excesso
de capacidade (excesso de máquinas, instalações, etc).

III. Correta. Já amplamente discutido durante a aula.

GABARITO: D

26. (FGV – ECONOMISTA – BADESC – 2010) Em relação ao


equilíbrio em diferentes estruturas de mercado, é correto afirmar
que:
(A) para uma firma que opere em concorrência perfeita, a condição para a
maximização dos lucros, de preço igual ao custo médio, impõe lucros
econômicos nulos ao produtor.
(B) em concorrência monopolística, a condição de equilíbrio na qual o
preço é igual ao custo marginal implica que o produtor usufruirá lucro
econômico estritamente nulo.
(C) no modelo de Cournot-Nash de oligopólio, as funções de reação das
empresas são simétricas e, portanto, o lucro econômico a ser dividido é
igual à metade do lucro de monopólio.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 79 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(D) para um monopsonista, a curva de custo marginal apresenta
inclinação positiva, de forma que o equilíbrio de mercado se dá no ponto
em que o preço iguala o custo variável unitário.
(E) como o preço de mercado, em uma situação de monopólio, encontra-
se acima do custo marginal, o equilíbrio desse mercado não é Pareto-
Ótimo.

COMENTÁRIOS:
a) Incorreta. A condição é: receita marginal=custo marginal. No longo
prazo, a firma competitiva operará com lucros nulos, mas, no curto prazo,
poderá operar com lucros nulos, negativos ou positivos.

b) Incorreta. Em concorrência monopolística, a condição de equilíbrio é:


receita marginal = custo marginal.

c) Incorreta. No modelo de Cournot, as funções (as demandas) de reação


são simétricas, mas o lucro não equivale à metade do lucro de monopólio.
Sabemos apenas que o preço cobrado será menor e a quantidade total
produzida será maior (basta ver as comparações entre os preços e
quantidades encontradas no item 5.1 da aula).

d) Incorreta. Não está previsto o estudo do monopsônio no nosso edital.

e) Correta. Pelo fato do preço encontrar-se acima do custo marginal, o


equilíbrio do monopólio não é eficiente economicamente (não é um ótimo
de Pareto).

GABARITO: E

27. (FGV – ECONOMISTA – BADESC – 2010) Um monopolista


apresenta uma função Custo Total tal que CT(y) = 500y e uma
função Receita Marginal igual a Rmg = 500 – y2 + 140y. Em ambos
os casos, y é a quantidade produzida. A condição de maximização
de lucros, para esse monopolista, é tal que a quantidade a ser
produzida é:
(A) 140.
(B) 200.
(C) 345.
(D) 440.
(E) 500.

COMENTÁRIOS:
Maximização de lucros ocorre quando:

Rmg = Cmg

Rmg = 500 – y2 + 140y

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 80 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Cmg = dCT/dQ (CT = 500y)


Cmg = 500

Rmg = Cmg
500 – y2 + 140y = 500
y(140 – y) = 0

y=0 (não serve)


ou
y=140

GABARITO: A

28. (FGV – ECONOMISTA – BADESC – 2010) Em um mercado que


se encaixa na estrutura de mercado de concorrência perfeita, a
função de custo total (CT) de cada empresa (simétrica) é dada por
CT = 20q2 – 100q + 1000, na qual q é a quantidade produzida. A
curva de demanda é dada pela função P = 500 – 10Q. Assinale a
alternativa que indique a quantidade que cada firma vai produzir.
(A) 12
(B) 60
(C) 124
(D) 380
(E) 600

COMENTÁRIOS:
Essa questão possui uma imprecisão em sua formulação. Pelo que foi
exposto, não é possível inferir se a função demanda que nos foi dada se
refere à demanda de mercado ou à demanda individual, tendo em vista a
banca ter utilizado Q maiúsculo na demanda, e q minúsculo na função
custo total.

Seguindo a lógica, deveríamos pensar que a função demanda dada se


refere à demanda de mercado (por utilizar Q maiúsculo). No entanto, se
você fizer os cálculos seguindo essa linha de ação, não achará o resultado
(não haverá resposta dentre as alternativas). Assim, você deve supor que
a função demanda encontrada é a função demanda individual. Vamos à
resolução:

Equilíbrio: Cmg=Rmg

CT = 20q2 – 100q + 1000


Cmg = dCT/dq = 40q – 100 (ao mesmo tempo, Cmg=P)

P = 40q – 100 (curva de oferta individual)


P = 500 – 10q (curva de demanda individual)

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 81 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

40q – 100 = 500 – 10q


50q = 600
q = 12

GABARITO: A

29. (FGV – ECONOMISTA – BADESC – 2010) Com relação ao


equilíbrio da firma sob diferentes estruturas de mercado, analise
as afirmativas a seguir.

I. No modelo de Cournot as firmas estabelecem sua decisão de


quantidade de produção simultaneamente.
II. Sob monopólio, deslocamentos da demanda não mudam a
condição de equilíbrio da firma, pois Rme = P.
III. Em concorrência monopolística os bens não são inteiramente
substitutos.

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente a afirmativa I estiver correta.
(D) se somente a afirmativa III estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

COMENTÁRIOS:

I. Correta.

II. Incorreta. Deslocamentos da demanda alteram a posição da receita


marginal. Como o equilíbrio ocorre quando Rmg=Cmg, então,
deslocamentos da demanda alteram também o equilíbrio da firma.

III. Correta. Em concorrência monopolística, os bens são substituíveis,


mas não inteiramente substituíveis.

GABARITO: B

30. (FGV – ICMS/RJ – 2011) A respeito das curvas de custos das


firmas, NÃO é correto afirmar que
(A) no curto prazo, uma firma deve continuar operando mesmo que a
receita total seja inferior ao custo total.
(B) a curva de custo marginal intercepta a curva de custo médio em seu
ponto de mínimo.
(C) em um monopólio natural a curva de custo marginal está abaixo da
curva de custo médio no ponto de produção.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 82 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(D) uma firma deve sair do mercado quanto a receita total é inferior ao
custo médio.
(E) a curva de custo fixo médio é decrescente com a quantidade.

COMENTÁRIOS:

Nesta questão, há duas assertivas que inicialmente já saltam aos olhos:


as letras A e D. As duas podem ser consideradas incorretas, o que de fato
acabou ensejando a anulação da questão. Vejamos os comentários,
assertiva por assertiva:

a) Incorreta.

No curto prazo, a firma só produz se a receita total é superior ao custo


variável. Se a receita total é inferior ao custo variável, a firma deve sair
do mercado. No entanto, veja que a assertiva fala em custo total (e não
em custo variável). Como o custo total é sempre maior que o custo
variável (ou, no mínimo, igual), nós podemos inferir duas situações:

1 – Se a RT é menor que o custo total e for maior que o custo variável, a


firma continua operando;

2 – Se a RT é menor que o custo total e também for menor que o custo


variável, a firma sai do mercado;

Então, veja que a assertiva é errada, pois há um caso (situação 2) em


que a firma, possuindo receita total inferior ao custo total, NÃO deve
continuar operando. Basta, para isso, que a receita total seja inferior ao
custo variável.

O erro da assertiva se justifica pelo uso da palavra “deve”, indicando


obrigatoriedade. Ela estaria correta se a banca utilizasse a palavra
“pode”, indicando uma possibilidade.

b) Correta.

Assertiva manjadíssima! A curva de custo marginal intercepta as curvas


de custo médio e custo variável médio em seus pontos de mínimo.

c) Correta.

No monopólio natural, a curva de custo médio é sempre decrescente


para a faixa relevante de produção.

Como nós sabemos que, no trecho em que a curva do custo médio é


decrescente, a curva do custo marginal está abaixo da curva de custo
médio (válido tanto para o curto quanto para o longo prazo), podemos

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 83 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
concluir que, para o monopólio natural, a curva de custo marginal estará
abaixo da curva de custo médio.

d) Incorreta

Em primeiro lugar, devemos ressaltar que, ao contrário do foi realizado na


assertiva A, a banca não especificou se a conclusão deve ser embasada
em uma análise de curto ou de longo prazo.

Se estivermos no longo prazo, a afirmativa é falsa, pois a firma continua


operando quando a receita total é superior ao custo total (e não custo
médio).

Se estivermos no curto prazo, a afirmativa é também falsa, pois a firma


ainda pode continuar operando com receita total inferior ao custo total (e
não custo médio), desde que a receita total seja superior ao custo
variável.

e) Correta.

A curva de custo fixo médio é sempre decrescente com a quantidade.


Não se deve confundir com a curva de custo fixo, que é uma reta
horizontal.

Conclusão: inicialmente, a banca apresentou como gabarito a letra D,


mas, de fato, a assertiva A também está errada, o que corretamente
ensejou a anulação da questão.

GABARITO: Anulada (A e D estão incorretas)

31. (FGV – ICMS/RJ – 2011) A respeito dos diferentes ambientes


de concorrência, avalie as afirmativas a seguir:

I. Em concorrência perfeita, as firmas maximizam o lucro


ofertando a quantidade em que igualam receita marginal e custo
marginal.
II. Em concorrência perfeita, as firmas maximizam o lucro
ofertando a quantidade em que igualam preço e custo marginal.
III. As firmas que operam em um ambiente de competição
monopolística obtêm lucros extraordinários.

Assinale

(A) se nenhuma afirmativa for verdadeira.


(B) se todas as afirmativas forem verdadeiras.
(C) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.
(D) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 84 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(E) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.

COMENTÁRIOS:

I. Correta. A situação “Rmg = Cmg” é a condição de maximização de


lucros válida para todas as estruturas de mercado.

II. Correta. Em concorrência perfeita, a receita marginal é igual ao preço,


de tal forma que a firma competitiva maximiza lucros quando “P = Rmg =
Cmg”.

III. Incorreta. Se estivermos no curto prazo, as firmas que operam em


concorrência monopolística podem obter lucros extraordinários, nulos ou
negativos. Entretanto, no longo prazo, a firma inserida neste tipo de
mercado obtém lucros nulos. Assim, a assertiva está errada, pois afirma
categoricamente que a firma dentro de uma concorrência monopolística
auferirá lucros extraordinários como regra geral, o que não é verdade.

GABARITO: D

32. (FGV – ICMS/RJ – 2011) Um monopolista observa a seguinte


curva de demanda em seu mercado: Qd=100 – p. O custo total de
produção do monopolista possui o seguinte formato: CT = 10 +
20Q + Q2.

Com base nos dados acima, é corretor afirmar que

(A) a quantidade que maximiza o lucro do monopolista é 10.


(B) a quantidade que maximiza o lucro do monopolista é 25.
(C) o custo total de produção é igual a $ 800.
(D) o preço que maximiza o lucro do monopolista é $ 70.
(E) o lucro máximo obtido pelo monopolista é $ 790.

COMENTÁRIOS:
O monopolista irá maximizar seus lucros quando a receita marginal
igualar o custo marginal:

Rmg = Cmg (1)

Rmg = dRT/dQ (2)

RT = PxQ (3)

Qd = 100 – p
p = 100 – Qd (neste momento, vamos colocar a função demanda em
função de Q, pois esse formato nos possibilitará mais à frente calcular a
Rmg, que é dRT/dQ)

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 85 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

Substituindo o valor de “p” na expressão (3), temos:

RT = (100 – Q).Q
RT = 100Q – Q2

Agora, podemos desenvolver a expressão (2):

Rmg = dRT/dQ
Rmg = 100 – 2Q

Agora, precisamos calcular o custo marginal (Cmg), para podermos


desenvolver a expressão (1).

Cmg = dCT/dQ  (onde CT = 10 + 20Q + Q2)


Cmg = 20 + 2Q

Finalmente, podemos igualar Rmg e Cmg:

100 – 2Q = 20 + 2Q
4Q = 80
Q = 20 (estão incorretas as letras A e B)

O preço que maximiza o lucro do monopolista é encontrado substituindo


Q=20 na curva de demanda:

Q = 100 – p
20 = 100 – p
p = 80 (incorreta a letra D)

O custo total de produção pode ser encontrado substituindo Q=20 na


equação do custo total:

CT = 10 + 20Q + Q2
CT = 10 + 20.20 + 202
CT = 810 (incorreta a letra C)

O lucro do monopolista será:

Lucro = RT – CT
Lucro = P.Q – 810
Lucro = 80.20 – 810
Lucro = 1600 – 810
Lucro = 790 (correta a letra E)

GABARITO: E

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 86 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
33. (FGV – ASSESSOR TÉCNICO - ECONOMIA – DETRAN/RN –
2010) Um setor é um monopólio natural. Qual das opções a
seguir, o órgão regulador deve escolher para garantir o maior
bem-estar para o consumidor?
A) O órgão regulador deve quebrar este monopólio e estimular a
concorrência.
B) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado seja igual ao
custo marginal.
C) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual ao custo
médio.
D) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
E) O órgão regulador deve determinar que o preço seja aquele no qual a
curva oferta intercepta a curva de demanda.

COMENTÁRIOS:
Essa questão já foi cobrada pela FGV em várias ocasiões, em outros
certames.

O preço dito “socialmente ótimo” é aquele praticado em um mercado de


concorrência perfeita, onde temos: preço = custo marginal. No entanto,
para o caso do monopólio natural, o regulador não deve fazer com que o
monopolista cobre o preço igual ao custo marginal (incorreta a letra B).
Vejamos por quê:

O monopolista natural não deve cobrar um preço que seja igual ao custo
marginal, pois a possibilidade de prejuízo será grande, tendo em vista que
o custo marginal de produção, no caso de um monopólio natural, é zero
(ou quase zero).

Imagine um caso de monopólio natural, por exemplo, a companhia de


energia elétrica da sua cidade. Depois de implantada a estrutura
produtiva, o custo adicional de prover energia elétrica a mais um
consumidor (custo marginal) será muito baixo ou até mesmo nulo, uma
vez que a rede elétrica, geradores, enfim, já está tudo instalado. Assim,
se a firma que integra o monopólio natural resolver cobrar o preço igual
ao custo marginal, ela cobrará um preço excessivamente baixo ou até
mesmo nulo. Com certeza, haverá prejuízo para o monopolista natural se
ele cobrar preços próximos do seu custo marginal. Neste caso, a solução
do regulador será fazer com que a firma monopolista cobre um preço que
seja igual ao custo médio, e não igual ao custo marginal. Está correta,
portanto, a assertiva C.

A letra A está errada pois o surgimento de monopólios naturais decorre


da própria especificidade de algumas tecnologias de produção, onde é
mais interessante para o consumidor que haja apenas uma firma
produzindo, em virtude do alto custo inicial de exploração deste tipo de

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 87 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
produção, e também do alto custo fixo depois que a estrutura inicial fica
pronta. Para este tipo de firma, nós temos a ocorrência de economias de
escala (custos médios decrescentes) para toda a faixa relevante de
produção.

Por exemplo, se existir apenas uma firma de energia elétrica em uma


cidade, ela poderá reduzir o custo médio à medida que expande a sua
produção. No final, o preço cobrado do consumidor será bem menor do
aquele que teríamos se houvesse várias firmas explorando o mesmo
serviço. Perceba, então, que o monopólio natural não é algo que o
governo deve querer “quebrar”. Ele deve apenas “regular”, a fim de evitar
a cobrança de preços abusivos.

A letra E está errada pois o monopólio não possui curva de oferta.


Logicamente, é impossível chegar à conclusão que o preço praticado será
aquele em que a curva de oferta intercepta a curva de demanda.

GABARITO: C

34. (FGV – ASSESSOR TÉCNICO - ECONOMIA – DETRAN/RN –


2010) Sobre os custos de produção, analise:
I. Nas decisões de maximização dos lucros, as firmas escolhem
produzir a quantidade onde a receita marginal igual ao custo
marginal.
II. No curto prazo uma firma deve suspender a sua operação,
quando a receita total for inferior ao custo total médio e no longo
prazo deve suspender a operação, quando a receita total for
inferior ao custo variável médio.
III. A curva de custo marginal intercepta as curvas de custo total
médio e custo variável médio no mínimo.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
A) I, II
B) I, III
C) II, III
D) I, II, III
E) N.R.A.

COMENTÁRIOS:

I. Correta. Bem básica essa assertiva. É a condição de maximização de


lucros, válida para qualquer estrutura de mercado.

II. Incorreta. No LONGO PRAZO uma firma deve suspender a sua


operação, quando a receita total for inferior ao custo total médio e no
CURTO PRAZO deve suspender a operação, quando a receita total for
inferior ao custo variável médio.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 88 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
III. Correta. A figura abaixo resume as relações entre a curva do Cmg,
Cme e CVme:

Custo
em R$

300

200
Cmg

100 Cme
B
CVme
A
25
Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

A curva do Cmg corta as curvas de Cme e CVme em seus pontos de


mínimo (pontos A e B).

GABARITO: C (a nosso ver, o gabarito é a letra B. Incrivelmente, a


banca não anulou essa questão, em gabarito definitivo)

35. (FGV – ASSESSOR TÉCNICO - ECONOMIA – DETRAN/RN –


2010) - Sobre a teoria da firma, analise:
I. Em mercados competitivos, as firmas saem do mercado quando
o preço é inferior ao custo total médio.
II. No longo prazo, com a entrada e saída de firmas, o lucro
econômico de uma firma em mercados competitivos é zero.
III. Firmas que atuam em mercados de concorrência
monopolística, em equilíbrio, apresentam lucros positivos.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
A) I, II
B) I, III
C) II, III
D) I, II, III
E) N.R.A.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 89 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
COMENTÁRIOS:

I. Correta. As firmas saem do mercado (deixam de produzir) apenas


quando o preço é inferior ao custo variável médio, isto se estivermos
considerando o curto prazo. No longo prazo, elas saem se o preço é
inferior ao custo total médio. Pelo gabarito da banca, na ausência de
especificação, ela considerou a situação de longo prazo como a referência
a ser adotada. Por isso, o gabarito oficial é “correta”. A meu ver, deveria
haver a especificação “no longo prazo...”.

II. Correta. Em longo prazo, a firma competitiva aufere receitas totais


exatamente iguais aos custos totais (lucro zero).

III. Incorreta. As firmas que atuam em mercados de concorrência


monopolística apresentam lucro zero, se estivermos falando de longo
prazo (na ausência de especificação, parece-nos que esse é o
entendimento da banca: adotar o longo prazo como regra).

GABARITO: A

36. (FGV – ECONOMISTA – CODEBA/BA – 2010) Um monopolista


tem, respectivamente, as seguintes curvas de demanda e custos
totais de produção:
P = 2.000 – 10Q
CT = 10.000 + 50Q + 5Q2
onde: P = preço
Q = quantidade
CT = custos totais de produção
A quantidade vendida que maximiza o lucro do monopolista é
(A) 100.
(B) 13.
(C) 65.
(D) 195.
(E) 92.

COMENTÁRIOS:

A condição de lucros máximos, válida para qualquer mercado, é:

Rmg = Cmg (1)

Sabemos o custo total:

CT = 10.000 + 50Q + 5Q2


Cmg = dCT/dQ = 50 + 10Q

Rmg = dRT/dQ (2)  precisamos extrair a equação da RT

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 90 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

RT = PxQ
RT = (2000 – 10Q).Q
RT = 2000Q – 10Q2

Substituindo em (2), podemos calcular a Rmg:

Rmg = dRT/dQ
Rmg = 2000 – 20Q

Substituindo os valores de Rmg e Cmg em (1):

2000 – 20Q = 50 + 10Q


30Q = 1950
Q = 65

GABARITO: C

37. (FGV – ECONOMISTA – CODEBA/BA – 2010) Admita que a


função custo total de uma firma é CT(q) = 4 + q2. A empresa
opera em um mercado de concorrência perfeita. O preço de
mercado do bem é R$ 8,00. A esse respeito, assinale a afirmativa
INCORRETA.
(A) q = 4 maximiza o lucro da firma.
(B) O lucro da firma será de R$ 4,00.
(C) Custo marginal, receita marginal e receita média são iguais quando a
empresa maximiza seus lucros.
(D) A firma apresentará prejuízo no longo prazo.
(E) Caso alterações nas preferências dos consumidores levassem o preço
de mercado para R$ 4,00, a empresa optaria por produzir 2 unidades,
mesmo sem obter lucro.

COMENTÁRIOS:

(A) Correta. Na concorrência perfeita, o lucro máximo ocorre quando


Cmg=P.

O Cmg é igual a dCT/dq = 2q. O preço é igual a 8. Igualando Cmg e P,


temos:

2q = 8
q = 4.

(B) Incorreta. O lucro da firma será:

Lucro = RT – CT
Lucro = (Pxq) – (4 + q2)

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 91 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Lucro = (8.4) – (4 + 42)
Lucro = 32 – 20
Lucro = 12

(C) Correta. Na concorrência perfeita, o custo marginal, a receita


marginal e receita média (a Rme é sempre igual ao preço: Rme=P) são
iguais quando a empresa maximiza seus lucros. Assim, em concorrência
perfeita, temos o seguinte:

Lucros máximos  Cmg = Rmg = P (lembrando que P=Rme)

(D) Incorreta. Em concorrência perfeita, a firma apresentará LUCRO ZERO


no longo prazo.

(E) Correta. Se o preço fosse para 4, a quantidade produzida seria:

Cmg = P
2q = 4
q=2

Assim, para o preço igual a 4, a firma vai escolher produzir 02 unidades,


pois isso representa a situação de lucro máximo (ou prejuízo mínimo,
dependendo do referencial).

GABARITO: Anulada (há duas assertivas incorretas, B e D).

38. (FGV – ECONOMISTA – CODEBA/BA – 2010) Avalie as


seguintes afirmativas:
I. Um monopólio com discriminação perfeita de preços é eficiente.
II. Firmas em concorrência monopolística operam com excesso de
capacidade.
III. Firmas em concorrência perfeita maximizam seu lucro
igualando o preço ao custo marginal.
Assinale
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta.
(C) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma das afirmativas estiver correta.

COMENTÁRIOS:

I. Correta. A eficiência de mercado é alcançada quando o mercado, de


forma total, maximiza os excedentes (a soma dos excedentes do
consumidor e produtor é maximizada). Na discriminação perfeita de
preços (discriminação de 1º grau), o monopolista cobra exatamente o
preço que o consumidor está disposto a pagar (o monopolista cobra

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 92 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
exatamente o preço de reserva do consumidor). Neste caso, todo o
excedente do consumidor é capturado pelo monopolista, sem haver
“desperdícios” de excedente. Para esta situação particular, a soma dos
excedentes não é reduzida, de forma que podemos entender que não há
perda de eficiência econômica, tendo em vista que a soma dos
excedentes continua maximizada (o excedente apenas muda de mãos: vai
do consumidor para o produtor).

II. Correta. Pelo fato de se equilibrarem quando o custo médio não é o


mínimo possível, estas firmas inseridas em um mercado de concorrência
monopolística operam no ramo descendente da curva de custo médio
(onde temos economias de escala). Isto significa que há instalações e
máquinas subutilizadas25. Ou seja, a firma opera com excesso de
capacidade (excesso de máquinas, instalações, etc).

III. Correta. A situação de lucro máximo, para qualquer mercado, é: Rmg


= Cmg. No entanto, em concorrência perfeita, a receita marginal é igual a
preço. Desta forma, para a concorrência perfeita, o lucro máximo ocorre
quando: Cmg=P.

GABARITO: D

39. (FGV – ECONOMISTA – CAERN – 2010) Um setor é um


monopólio natural. Qual das opções a seguir, o órgão regulador
deve escolher para garantir o maior bem-estar para o
consumidor?
A) O órgão regulador deve quebrar este monopólio e estimular a
concorrência.
B) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado seja igual ao
custo marginal.
C) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
D) O órgão regulador deve determinar que o preço seja aquele no qual a
curva oferta intercepta a curva de demanda.
E) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual ao custo
médio.

COMENTÁRIOS:
Questão idêntica à questão 23 de nossa lista.

O preço dito “socialmente ótimo” é aquele praticado em um mercado de


concorrência perfeita, onde temos: preço = custo marginal. No entanto,
para o caso do monopólio natural, o regulador não deve fazer com que o
monopolista cobre o preço igual ao custo marginal (incorreta a letra B).
Vejamos por quê:
25
Esta conclusão de que elas são subutilizadas é extraída pelo simples fato de que é possível
aumentar a produção e reduzir ainda mais o custo médio.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 93 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

O monopolista natural não deve cobrar um preço que seja igual ao custo
marginal, pois a possibilidade de prejuízo será grande, tendo em vista que
o custo marginal de produção, no caso de um monopólio natural, é zero
(ou quase zero).

Imagine um caso de monopólio natural, por exemplo, a companhia de


energia elétrica da sua cidade. Depois de implantada a estrutura
produtiva, o custo adicional de prover energia elétrica a mais um
consumidor (custo marginal) será muito baixo ou até mesmo nulo, uma
vez que a rede elétrica, geradores, enfim, já está tudo instalado. Assim,
se a firma que integra o monopólio natural resolver cobrar o preço igual
ao custo marginal, ela cobrará um preço excessivamente baixo ou até
mesmo nulo. Com certeza, haverá prejuízo para o monopolista natural se
ele cobrar preços próximos do seu custo marginal. Neste caso, a solução
do regulador será fazer com que a firma monopolista cobre um preço que
seja igual ao custo médio, e não igual ao custo marginal. Está correta,
portanto, a assertiva E.

A letra A está errada pois o surgimento de monopólios naturais decorre


da própria especificidade de algumas tecnologias de produção, onde é
mais interessante para o consumidor que haja apenas uma firma
produzindo, em virtude do alto custo inicial de exploração deste tipo de
produção, e também do alto custo fixo depois que a estrutura inicial fica
pronta. Para este tipo de firma, nós temos a ocorrência de economias de
escala (custos médios decrescentes) para toda a faixa relevante de
produção.

Por exemplo, se existir apenas uma firma de energia elétrica em uma


cidade, ela poderá reduzir o custo médio à medida que expande a sua
produção. No final, o preço cobrado do consumidor será bem menor do
aquele que teríamos se houvesse várias firmas explorando o mesmo
serviço. Perceba, então, que o monopólio natural não é algo que o
governo deve querer “quebrar”. Ele deve apenas “regular”, a fim de evitar
a cobrança de preços abusivos.

A letra D está errada pois o monopólio não possui curva de oferta.


Logicamente, é impossível chegar à conclusão que o preço praticado será
aquele em que a curva de oferta intercepta a curva de demanda.

GABARITO: E

40. (FGV – ECONOMISTA – CAERN – 2010) – Sobre os custos de


produção, analise:
I. Nas decisões de continuar em operação no curto prazo, a firma
só leva em consideração os custos fixos.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 94 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
II. Uma firma deve suspender a sua operação quando a receita
total for inferior ao custo total médio.
III. A curva de custo marginal intercepta as curvas de custo total
médio e custo variável médio no mínimo.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
A) III
B) I
C) II
D) I, II, III
E) N.R.A.

COMENTÁRIOS:

I. Incorreta. Nas decisões de continuar em operação no curto prazo, a


firma só leva em conta os custos variáveis. Se a receita total cobrir os
custos variáveis, a firma opera. Se a receita total for inferior aos custos
variáveis26, a firma não produz.

II. Incorreta. No LONGO PRAZO uma firma deve suspender a sua


operação, quando a receita total for inferior ao custo total médio e no
CURTO PRAZO deve suspender a operação, quando a receita total for
inferior ao custo variável médio.

III. Correta. A figura abaixo resume as relações entre a curva do Cmg,


Cme e CVme: Custo
em R$

300

200
Cmg

100 Cme
B
CVme
A
25
Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

26
Para que a receita total seja superior aos custos variáveis, o preço (receita média) deve ser
superior ao custo variável médio.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 95 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

A curva do Cmg corta as curvas de Cme e CVme em seus pontos de


mínimo (pontos A e B).

GABARITO: A

41. (FGV – ECONOMISTA – CAERN – 2010) – Sobre a teoria da


firma, analise:
I. Em mercados competitivos, as firmas entram no mercado
quando o preço é superior ao custo total médio.
II. No longo prazo, com a entrada e saída de firmas, o lucro
econômico de uma firma em mercados competitivos é zero.
III. Empresas sempre fecham quando o lucro é menor do que
zero.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
A) I, II
B) I, III
C) II, III
D) I, II, III
E) N.R.A.

COMENTÁRIOS:

I. Correta. As firmas entram no mercado (decidem produzir) apenas


quando o preço é superior ao custo variável médio, isto se estivermos
considerando o curto prazo. No longo prazo, elas produzem se o preço é
superior ao custo total médio. Pelo gabarito da banca, na ausência de
especificação, ela considerou a situação de longo prazo como a referência
a ser adotada. Por isso, o gabarito oficial é “correta”.

II. Correta. Em longo prazo, a firma competitiva aufere receitas totais


exatamente iguais aos custos totais (lucro zero).

III. Incorreta. As firmas que atuam em mercados de concorrência


monopolística apresentam lucro zero, se estivermos falando de longo
prazo (na ausência de especificação, parece-nos que esse é o
entendimento da banca: adotar o longo prazo como regra). No entanto,
no curto prazo, a firma pode produzir mesmo que apresente prejuízo
(lucro menor que zero), desde que a sua receita total seja superior aos
custos variáveis. Assim, a assertiva é incorreta pelo uso da palavra
“sempre”.

GABARITO: A

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 96 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

01. (FGV – Téc. Nível Superior/Economia – ALBA – 2014) Nos


supermercados e lojas é comum os consumidores encontrarem
promoções do tipo “Leve 3 e pague 2” ou “Comprando 3 ou mais
itens ganhe 10% de desconto”.
Essa prática exercida pelos comerciantes é denominada:
(A) discriminação de 1º grau, no qual é cobrado de cada consumidor o
seu preço reserva.
(B) discriminação de 1º grau, no qual preços diferentes são cobrados para
quantidades diferentes.
(C) discriminação de 2º grau, no qual diferentes unidades da mesma
mercadoria são vendidas por preços diferentes para qualquer consumidor.
(D) discriminação de 2º grau, no qual qualquer quantidade do produto é
vendida a preços diferentes para grupos de consumidores diferentes.
(E) discriminação de 3º grau, no qual os descontos por quantidade
vendida são progressivos.

02. (FGV – Economista – ALMT – 2013) Relacione cada tipo de


discriminação à sua respectiva característica.
1. Discriminação de preços de 1º grau.
2. Discriminação de preços de 2º grau.
3. Discriminação de preços de 3º grau.

( ) O monopolista discrimina perfeitamente, extraindo todo


excedente do consumidor.
( ) O grupo com demanda mais elástica paga um preço por
unidade do produto menor do que o grupo com demanda menos
elástica.
( ) Quanto maior a quantidade comprada menor o preço pago por
unidade do produto.

Assinale a alternativa que mostra a relação correta, de cima para


baixo.

(A) 1 – 2 – 3.
(B) 1 – 3 – 2.
(C) 2 – 1 – 3.
(D) 2 – 3 – 1.
(E) 3 – 1 – 2.

03. (FGV – Analista de Gestão/Economista – COMPESA – 2014)


Por muitos anos o mercado de softwares foi dominado por uma
única empresa. Em face disso, o preço desses produtos era
demasiadamente elevado. Esse preço se justifica, pois

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 97 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(A) trata se de um mercado monopolista, em que a empresa determina o
preço a partir do custo marginal da sociedade.
(B) trata se de um mercado monopolista, em que a empresa cobra um
preço que é um markup do seu custo marginal.
(C) trata se de um mercado de monopolista natural, em que o custo fixo é
baixo e o custo marginal muito elevado.
(D) trata se de um mercado competitivo, em que o preço é fixado igual ao
custo marginal, o qual é elevado.
(E) trata se de um mercado oligopolista, em que o preço é igual a receita
marginal da empresa.

04. (FGV – Analista de Gestão/Economista – COMPESA – 2014) O


metrô em Nova Iorque vende o ticket de cada passagem a um
preço unitário de $ 2,50. No entanto, para o caso de um usuário
que decida ficar 1 semana explorando a cidade e utilizar o metrô
mais de 12 vezes, há uma opção economicamente mais vantajosa:
o metrô oferece o “7 day Metro Card”, que é um cartão vendido ao
preço de $ 30,00 que permite qualquer usuário utilizar o metrô um
número ilimitado de vezes por uma semana. Esse tipo de
estratégia pela empresa que opera o metrô é denominada:
(A) discriminação de preços de primeiro grau.
(B) discriminação de preços de segundo grau.
(C) discriminação de preços de terceiro grau.
(D) discriminação de preços de quarto grau.
(E) dumping.

05. (FGV –Economista – DPE/RJ – 2014) Suponha que um


monopolista opere no mercado de extração de petróleo. Como
único produtor, ele tem o poder de fixar o preço. Considerando
que a demanda não seja perfeitamente inelástica ou elástica, esse
produtor atingirá o máximo de lucro quando:
(A) o preço do petróleo igualar o custo marginal de produção.
(B) operar na parte elástica da demanda.
(C) fixar a receita marginal da venda maior do que o custo marginal da
produção.
(D) aumentos adicionais do preço superarem a queda das vendas em
termos absolutos.
(E) o mark-up for igual à unidade.

06. (FGV – Analista /Economia – MP/MS – 2013) Suponha uma


empresa que atue em um mercado perfeitamente competitivo. O
preço do produto é p, o nível do produto definido pela empresa é y
e ela tem uma função custo igual a c(y). Ela maximiza lucro
quando:
(A) define p igual a receita marginal.
(B) escolhe y igual a receita marginal.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 98 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(C) escolhe y tal que p seja igual ao custo marginal, mas acima da receita
marginal.
(D) escolhe y tal que p seja igual ao custo marginal.
(E) define p igual ao custo marginal, visto que ela é fixadora de preço.

07. (FGV –Economista – SUDENE – 2013) Suponha que uma


empresa atue em um mercado na qual ela seja tomadora de
preços. Ela maximiza o seu lucro quando:
(A) fixa o preço igual à receita média.
(B) fixa o preço igual à receita marginal.
(C) fixa o preço igual ao custo médio.
(D) fixa o preço igual ao custo marginal.
(E) fixa o preço igual à produção média.

08. (FGV –Economista – SUDENE – 2013) Com relação ao modelo


de duopólio de Cournot, assinale V para a afirmativa verdadeira e
F para a falsa.
( ) Analisa o comportamento de duas empresas que competem
entre si decidindo, simultaneamente, em relação à quantidade a
ser produzida.
( ) Analisa o comportamento de duas empresas, onde, uma delas é
a líder do mercado e a outra é seguidora.
( ) Analisa o comportamento de duas empresas que formam uma
coalizão com o objetivo de maximizar um lucro conjunto. As
afirmativas são, respectivamente,

(A) F, V e F.
(B) F, V e V.
(C) V, F e F.
(D) V, V e F.
(E) V, F e V.

09. (FGV –Analista Jud./Economia– TJ/AM – 2013) Suponha que a


empresa X seja a única produtora e vendedora de uma
mercadoria. O nível de produção que maximiza os seus lucros é
definido quando
(A) a receita marginal iguala o custo marginal.
(B) o preço iguala o custo marginal.
(C) o preço iguala a receita marginal.
(D) está localizado na parte inelástica da curva de demanda.
(E) a empresa impõe barreiras suficientes que impeçam a entrada de
novas firmas.

10. (FGV –Analista Jud./Economia– TJ/AM – 2013) Suponha uma


firma em um mercado competitivo. A firma encerrará suas
atividades no curto prazo necessariamente quando:
(A) os lucros forem negativos.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 99 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(B) o seu excedente for negativo.
(C) o preço do produto for maior do que o seu custo variável médio.
(D) o preço do produto for menor do que o seu custo total médio.
(E) o negativo do custo fixo médio for menor do que o custo total médio.

11. (FGV - ICMS/RJ – 2010) A quantidade de bolos que uma


confeitaria produz depende do número de trabalhadores,
conforme apresentado na tabela abaixo.

Suponha que o custo fixo da fábrica é 30 reais e o salário do


trabalhador é 10 reais a hora.
A partir destas informações, considere as afirmativas a seguir.

I. O produto marginal do trabalho é decrescente.


II. O custo médio de 140 unidades é 0,50 reais e o custo marginal
é igual a 10 reais.
III. Se o preço de mercado do bolo é 0,80 reais, a empresa não
está no equilíbrio de longo prazo ao produzir 50 unidades de bolo.

Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

12. (FGV - ICMS/RJ 2010) Considere um mercado competitivo em


equilíbrio de longo prazo. As firmas desse mercado possuem a
mesma função custo C(q)=(q²/40)+(2q)+(40). A quantidade
produzida por cada firma e o preço de equilíbrio são,
respectivamente:
(A) 40 e 2.
(B) 40 e 4.
(C) 20 e 2.
(D) 20 e 4.
(E) 80 e 4.

13. (FGV - ICMS/RJ – 2010) A tabela a seguir mostra a demanda


por água num mercado onde existe apenas uma empresa, sem
ameaça de entrada de outras.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 100 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
Suponha que os custos da empresa sejam zero. Com relação ao
comportamento da empresa monopolista, neste contexto de
mercado, assinale a alternativa correta.
(A) A receita marginal do monopolista é decrescente com a quantidade
ofertada pois o preço aumenta com a oferta.
(B) A empresa obtém lucro máximo oferecendo entre 5 e 6 m3 de água,
inclusive.
(C) A receita marginal da empresa é sempre maior que o preço do m3 de
água, para cada unidade.
(D) A receita média é idêntica à receita marginal da empresa.
(E) A quantidade ofertada é dada pela interseção da receita marginal com
o custo médio da empresa.

14. (FGV - ICMS/RJ - 2009) Considere uma estrutura de mercado


oligopolista, composto por duas empresas que interagem,
estrategicamente, num mercado de produtos homogêneos.
Assuma que a demanda é bem comportada e as estruturas de
custos das empresas são iguais, com retornos constantes de
escala. Com relação à implicação sobre a intensidade da
concorrência ao se adotar o modelo de concorrência em preço (à
la Bertrand) no lugar de concorrência em quantidades (à la
Cournot), assinale a afirmativa correta.
a) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio iguais aos custos marginais.
b) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio iguais aos custos marginais.
c) Ambas as formas de interação estratégica sempre exibirão mesmo
efeito sobre a intensidade da concorrência.
d) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio superiores aos custos marginais.
e) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio superiores aos custos marginais.

15. (FGV - ICMS/RJ - 2008) A respeito das empresas


monopolistas, é correto afirmar que:
a) a firma monopolista maximiza o seu lucro igualando o custo marginal
com a receita marginal.
b) a empresa monopolista escolhe o preço do produto de forma que o
preço seja igual ao custo médio.
c) a curva de receita marginal está acima da curva de demanda.
d) a maximização do lucro por parte das empresas monopolistas
maximiza o bem-estar da sociedade devido aos maiores lucros gerados.
e) do ponto de vista do bem-estar total da economia, a discriminação de
preços eleva o excedente do monopolista, mas reduz a eficiência medida
pelo excedente total (consumidor + produtor).

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 101 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
16. (FGV - ICMS/RJ - 2008) Um setor é um monopólio natural.
Para garantir o maior bem-estar para o consumidor assinale o que
o órgão regulador deve fazer.
a) Quebrar esse monopólio e estimular a concorrência.
b) Determinar que o preço cobrado seja igual ao custo marginal.
c) Determinar que o preço seja igual ao custo médio.
d) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
e) Determinar que o preço seja aquele em que a curva de oferta
intercepte a curva de demanda.

17. (FGV – ICMS/RJ – 2008) A respeito da atuação das firmas nos


diferentes ambientes de concorrência, analise as afirmativas a
seguir:

I. Firmas que atuam em mercados de concorrência perfeita


maximizam o lucro ofertando a quantidade em que a receita
marginal iguala o custo marginal.
II. Firmas monopolistas maximizam o lucro ofertando a
quantidade em que a receita marginal iguala o custo marginal.
III. Na competição monopolística as firmas maximizam o lucro
ofertando a quantidade em que a receita marginal iguala o custo
marginal.

Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

18. (FGV – ICMS/RJ – 2008) A respeito da teoria da firma, analise


as afirmativas a seguir:

I. Em mercados competitivos, as firmas entram sempre que o


preço for superior ao custo total médio.
II. No longo prazo, com a entrada e a saída de firmas, o lucro
econômico de uma firma em mercados competitivos é zero.
III. Empresas sempre fecham quando o lucro é menor do que
zero.

Assinale:
(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 102 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

19. (FGV - AUDITOR – TCM/RJ - 2008) - Um setor é um monopólio


natural. Assinale a alternativa que o órgão regulador deve
escolher para garantir o maior bem-estar para o consumidor.
a) O órgão regulador deve quebrar esse monopólio e estimular a
concorrência.
b) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado seja igual ao
custo marginal.
c) O órgão regulador deve determinar que o preço seja aquele em que a
curva oferta intercepta a curva de demanda.
d) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
e) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual ao custo
médio.

20. (FGV - ICMS/RJ - 2007) Uma empresa monopolista é capaz de


escolher o preço de seu produto. Para que seu lucro seja
maximizado, a empresa monopolista deve escolher um preço que
exceda seu custo marginal de produção. A diferença entre o preço
escolhido e o custo marginal chama-se mark-up. Pode-se afirmar
que o mark-up da firma monopolista será tão maior quanto:
a) maior for a elasticidade-preço da demanda.
b) menor for a elasticidade-preço da demanda.
c) maior for a elasticidade-renda da demanda.
d) menor for a elasticidade-preço da oferta.
e) menor for a elasticidade-preço cruzada da demanda.

21. (FGV - ICMS/RJ – 2007) Considere um mercado com apenas


duas firmas, A e B. Exceto pelo nome, essas firmas são
absolutamente idênticas. Ambas produzem petróleo. Para cada
empresa, o custo de produção é R$ 10,00 por barril. A demanda
total por petróleo é dada por P=210–Q, sendo Q a soma das
quantidades produzidas e ofertadas por cada empresa
(Q=QA+QB). Suponha que as firmas decidam formar um cartel e
coordenar suas produções. Nesse caso, a quantidade ótima
produzida por cada firma será:
(A) QA = QB= 50.
(B) QA = QB = 100.
(C) QA = QB = 67.
(D) QA = QB = 45.
(E) QA = QB = 47.

22. (FGV – ECONOMISTA – MPE/AM – 2002) Uma empresa


hipotética produz o bem Y em mercado de concorrência perfeita. A
função de custo marginal e CMg = Y2 + 18Y + 30 e o preço
unitário e $ 13. A quantidade de Y que deve ser produzida para
maximizar o lucro da empresa e:

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 103 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(A) 8
(B) 9
(C) 17
(D) 18
(E) 30

23. (FGV – ECONOMISTA – CODESP – 2010) Sobre as empresas


monopolistas, é correto afirmar que
a) a maximização do lucro por parte das empresas monopolistas
maximiza o bem-estar da sociedade devido aos maiores lucros gerados.
b) a empresa monopolista escolhe o preço do produto de forma que o
preço seja igual ao custo médio.
c) a permissão de discriminação de preços reduz a ineficiência de um
monopólio para a economia.
d) a curva de receita marginal está acima da curva de demanda.
e) a firma monopolista maximiza o seu lucro igualando o custo médio com
a receita média.

24. (FGV – ECONOMISTA – CODESP – 2010) Um monopolista tem,


respectivamente, as seguintes curvas de demanda e custos totais
de produção:

P = 800 – 10Q
CT = 10.000 + 500Q + 5Q2
Onde:
P=preço
Q=quantidade
CT=custos totais

A quantidade que maximiza o lucro do monopolista é


a) 10
b) 50
c) 20
d) 30
e) 40

25. (FGV – ECONOMISTA – CODESP – 2010) Avalie as seguintes


afirmativas:

I. Um monopólio com discriminação perfeita de preços é eficiente.


II. Firmas em concorrência monopolística operam com excesso de
capacidade.
III. Firmas em concorrência perfeita maximizam seu lucro
igualando o preço ao custo marginal.

Assinale
a) se apenas a afirmativa I estiver correta.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 104 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
b) se apenas a afirmativa II estiver correta.
c) se apenas a afirmativa III estiver correta.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.

26. (FGV – ECONOMISTA – BADESC – 2010) Em relação ao


equilíbrio em diferentes estruturas de mercado, é correto afirmar
que:
(A) para uma firma que opere em concorrência perfeita, a condição para a
maximização dos lucros, de preço igual ao custo médio, impõe lucros
econômicos nulos ao produtor.
(B) em concorrência monopolística, a condição de equilíbrio na qual o
preço é igual ao custo marginal implica que o produtor usufruirá lucro
econômico estritamente nulo.
(C) no modelo de Cournot-Nash de oligopólio, as funções de reação das
empresas são simétricas e, portanto, o lucro econômico a ser dividido é
igual à metade do lucro de monopólio.
(D) para um monopsonista, a curva de custo marginal apresenta
inclinação positiva, de forma que o equilíbrio de mercado se dá no ponto
em que o preço iguala o custo variável unitário.
(E) como o preço de mercado, em uma situação de monopólio, encontra-
se acima do custo marginal, o equilíbrio desse mercado não é Pareto-
Ótimo.

27. (FGV – ECONOMISTA – BADESC – 2010) Um monopolista


apresenta uma função Custo Total tal que CT(y) = 500y e uma
função Receita Marginal igual a Rmg = 500 – y2 + 140y. Em ambos
os casos, y é a quantidade produzida. A condição de maximização
de lucros, para esse monopolista, é tal que a quantidade a ser
produzida é:
(A) 140.
(B) 200.
(C) 345.
(D) 440.
(E) 500.

28. (FGV – ECONOMISTA – BADESC – 2010) Em um mercado que


se encaixa na estrutura de mercado de concorrência perfeita, a
função de custo total (CT) de cada empresa (simétrica) é dada por
CT = 20q2 – 100q + 1000, na qual q é a quantidade produzida. A
curva de demanda é dada pela função P = 500 – 10Q. Assinale a
alternativa que indique a quantidade que cada firma vai produzir.
(A) 12
(B) 60
(C) 124
(D) 380
(E) 600

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 105 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

29. (FGV – ECONOMISTA – BADESC – 2010) Com relação ao


equilíbrio da firma sob diferentes estruturas de mercado, analise
as afirmativas a seguir.

I. No modelo de Cournot as firmas estabelecem sua decisão de


quantidade de produção simultaneamente.
II. Sob monopólio, deslocamentos da demanda não mudam a
condição de equilíbrio da firma, pois Rme = P.
III. Em concorrência monopolística os bens não são inteiramente
substitutos.

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente a afirmativa I estiver correta.
(D) se somente a afirmativa III estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

30. (FGV – ICMS/RJ – 2011) A respeito das curvas de custos das


firmas, NÃO é correto afirmar que
(A) no curto prazo, uma firma deve continuar operando mesmo que a
receita total seja inferior ao custo total.
(B) a curva de custo marginal intercepta a curva de custo médio em seu
ponto de mínimo.
(C) em um monopólio natural a curva de custo marginal está abaixo da
curva de custo médio no ponto de produção.
(D) uma firma deve sair do mercado quanto a receita total é inferior ao
custo médio.
(E) a curva de custo fixo médio é decrescente com a quantidade.

31. (FGV – ICMS/RJ – 2011) A respeito dos diferentes ambientes


de concorrência, avalie as afirmativas a seguir:

I. Em concorrência perfeita, as firmas maximizam o lucro


ofertando a quantidade em que igualam receita marginal e custo
marginal.
II. Em concorrência perfeita, as firmas maximizam o lucro
ofertando a quantidade em que igualam preço e custo marginal.
III. As firmas que operam em um ambiente de competição
monopolística obtêm lucros extraordinários.

Assinale

(A) se nenhuma afirmativa for verdadeira.


(B) se todas as afirmativas forem verdadeiras.
(C) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 106 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
(D) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.
(E) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.

32. (FGV – ICMS/RJ – 2011) Um monopolista observa a seguinte


curva de demanda em seu mercado: Qd=100 – p. O custo total de
produção do monopolista possui o seguinte formato: CT = 10 +
20Q + Q2.

Com base nos dados acima, é corretor afirmar que

(A) a quantidade que maximiza o lucro do monopolista é 10.


(B) a quantidade que maximiza o lucro do monopolista é 25.
(C) o custo total de produção é igual a $ 800.
(D) o preço que maximiza o lucro do monopolista é $ 70.
(E) o lucro máximo obtido pelo monopolista é $ 790.

33. (FGV – ASSESSOR TÉCNICO - ECONOMIA – DETRAN/RN –


2010) Um setor é um monopólio natural. Qual das opções a
seguir, o órgão regulador deve escolher para garantir o maior
bem-estar para o consumidor?
A) O órgão regulador deve quebrar este monopólio e estimular a
concorrência.
B) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado seja igual ao
custo marginal.
C) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual ao custo
médio.
D) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
E) O órgão regulador deve determinar que o preço seja aquele no qual a
curva oferta intercepta a curva de demanda.

34. (FGV – ASSESSOR TÉCNICO - ECONOMIA – DETRAN/RN –


2010) Sobre os custos de produção, analise:
I. Nas decisões de maximização dos lucros, as firmas escolhem
produzir a quantidade onde a receita marginal igual ao custo
marginal.
II. No curto prazo uma firma deve suspender a sua operação,
quando a receita total for inferior ao custo total médio e no longo
prazo deve suspender a operação, quando a receita total for
inferior ao custo variável médio.
III. A curva de custo marginal intercepta as curvas de custo total
médio e custo variável médio no mínimo.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
A) I, II
B) I, III
C) II, III
D) I, II, III

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 107 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
E) N.R.A.

35. (FGV – ASSESSOR TÉCNICO - ECONOMIA – DETRAN/RN –


2010) - Sobre a teoria da firma, analise:
I. Em mercados competitivos, as firmas saem do mercado quando
o preço é inferior ao custo total médio.
II. No longo prazo, com a entrada e saída de firmas, o lucro
econômico de uma firma em mercados competitivos é zero.
III. Firmas que atuam em mercados de concorrência
monopolística, em equilíbrio, apresentam lucros positivos.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
A) I, II
B) I, III
C) II, III
D) I, II, III
E) N.R.A.

36. (FGV – ECONOMISTA – CODEBA/BA – 2010) Um monopolista


tem, respectivamente, as seguintes curvas de demanda e custos
totais de produção:
P = 2.000 – 10Q
CT = 10.000 + 50Q + 5Q2
onde: P = preço
Q = quantidade
CT = custos totais de produção
A quantidade vendida que maximiza o lucro do monopolista é
(A) 100.
(B) 13.
(C) 65.
(D) 195.
(E) 92.

37. (FGV – ECONOMISTA – CODEBA/BA – 2010) Admita que a


função custo total de uma firma é CT(q) = 4 + q2. A empresa
opera em um mercado de concorrência perfeita. O preço de
mercado do bem é R$ 8,00. A esse respeito, assinale a afirmativa
INCORRETA.
(A) q = 4 maximiza o lucro da firma.
(B) O lucro da firma será de R$ 4,00.
(C) Custo marginal, receita marginal e receita média são iguais quando a
empresa maximiza seus lucros.
(D) A firma apresentará prejuízo no longo prazo.
(E) Caso alterações nas preferências dos consumidores levassem o preço
de mercado para R$ 4,00, a empresa optaria por produzir 2 unidades,
mesmo sem obter lucro.
.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 108 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05

38. (FGV – ECONOMISTA – CODEBA/BA – 2010) Avalie as


seguintes afirmativas:
I. Um monopólio com discriminação perfeita de preços é eficiente.
II. Firmas em concorrência monopolística operam com excesso de
capacidade.
III. Firmas em concorrência perfeita maximizam seu lucro
igualando o preço ao custo marginal.
Assinale
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta.
(C) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma das afirmativas estiver correta.

39. (FGV – ECONOMISTA – CAERN – 2010) Um setor é um


monopólio natural. Qual das opções a seguir, o órgão regulador
deve escolher para garantir o maior bem-estar para o
consumidor?
A) O órgão regulador deve quebrar este monopólio e estimular a
concorrência.
B) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado seja igual ao
custo marginal.
C) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
D) O órgão regulador deve determinar que o preço seja aquele no qual a
curva oferta intercepta a curva de demanda.
E) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual ao custo
médio.

40. (FGV – ECONOMISTA – CAERN – 2010) – Sobre os custos de


produção, analise:
I. Nas decisões de continuar em operação no curto prazo, a firma
só leva em consideração os custos fixos.
II. Uma firma deve suspender a sua operação quando a receita
total for inferior ao custo total médio.
III. A curva de custo marginal intercepta as curvas de custo total
médio e custo variável médio no mínimo.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
A) III
B) I
C) II
D) I, II, III
E) N.R.A.

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 109 de 110


Economia e Finanças Públicas para ISS/Cuiabá
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 05
41. (FGV – ECONOMISTA – CAERN – 2010) – Sobre a teoria da
firma, analise:
I. Em mercados competitivos, as firmas entram no mercado
quando o preço é superior ao custo total médio.
II. No longo prazo, com a entrada e saída de firmas, o lucro
econômico de uma firma em mercados competitivos é zero.
III. Empresas sempre fecham quando o lucro é menor do que
zero.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
A) I, II
B) I, III
C) II, III
D) I, II, III
E) N.R.A.

GABARITO
01 C 02 B 03 B 04 B 05 B 06 D 07 D
08 C 09 A 10 B 11 A 12 B 13 B 14 B
15 A 16 C 17 E 18 B 19 E 20 B 21 A
22 C 23 C 24 A 25 D 26 E 27 A 28 A
29 B 30 An 31 D 32 E 33 C 34 C 35 A
36 C 37 An 38 D 39 E 40 A 41 A

Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 110 de 110

Você também pode gostar