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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade de Ciências Agrárias e Biológicas

Levantamento das Espécies Vegetais de grande porte do Povoado de Benga-Moatize


(2022 – 2023)

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de Química

Projecto de Pesquisa

Sílvia Da Conceição Francisco João Como

Tete
Setembro, 2023
Sílvia Da Conceição Francisco João Como

Levantamento das Espécies Vegetais de grande porte do Povoado de Benga-Moatize


(2022 – 2023)

Projecto de Pesquisa apresentado à Faculdade


de Ciências Agrárias e Biológicas da
Universidade Púnguè, como requisito parcial
para a elaboração da Monografia científica
para obtenção de grau académico de
Licenciatura em ensino de Biologia com
habilidades em Química.

Supervisor: Dr. Beldimiro Chiposse

Tete

Setembro, 2023
Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1

1.1. Justificativa do Tema.........................................................................................................2

1.2.Problematização......................................................................................................................3

1.3. Objectivos..............................................................................................................................4

1.3.1. Geral....................................................................................................................................4

1.3.2. Específicos..........................................................................................................................4

1.4. Hipóteses................................................................................................................................5

1.4.1. Hipótese Principal...............................................................................................................5

1.4.2. Hipóteses Secundárias........................................................................................................5

1.5. Delimitação do Tema e da Área de Estudo............................................................................5

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................6

2.1. Conceitos Básicos..................................................................................................................6

Sistemática....................................................................................................................................6

Espécies........................................................................................................................................6

Taxonomia....................................................................................................................................6

Filogenia.......................................................................................................................................6

2.2. Extinção das Espécies............................................................................................................7

2.3. Qualidade de vida..................................................................................................................8

2.4. Desenvolvimento Sustentável................................................................................................8

2.5. Protecção da biodiversidade..................................................................................................8

2.6. Impotência dos Recursos Florestais em Moçambique...........................................................9

2.7. Degradação de florestas em Moçambique.............................................................................9

CAPITULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA.....................................................................11

3.1. Tipo de pesquisa..................................................................................................................11


3.2. Métodos...............................................................................................................................11

3.3. Técnicas de recolha de dados...............................................................................................12

3.4. População e Amostra...........................................................................................................12

Cronograma de Actividades........................................................................................................12

Orçamento...................................................................................................................................13

4. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................14
1

CAPITULO I: INTRODUÇÃO

A discussão sobre a necessidade da preservação da biodiversidade vegetal tem sido o foco


principal das várias agendas dos diferentes naturalistas espalhados pelo mundo, isto por motivo
das enormes relevâncias que as plantas possuem na diminuição do aquecimento global e na
respiração dos animais bem como na beleza do meio ambiente, também as plantas sustentam toda
a vida na terra e, no entanto, a extinção destas é uma ameaça real para todo planeta. E
Moçambique também está comprometido nesta agenda da necessidade da preservação das
espécies vegetais em diferentes ecossistemas do país, que até o governo Moçambicano acabou
criando um Ministério para velar questões relacionadas com o meio ambiente, designado
Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA).

Nos últimos tempos, a conservação da Biodiversidade passou a ser compreendida como sendo o
resultado do uso racional do meio ambiente, de modo a permitir uma produção contínua dos
recursos naturais renováveis e a optimização do uso dos recursos não-renováveis, a fim de
garantir uma melhor qualidade de vida para as gerações presentes e futuras. Sob este enfoque, a
dimensão ambiental tornou-se uma variável essencial aos programas de desenvolvimento.

Dentre os países megadiversos, ou seja, que detém de alta diversidade biológica, encontra-se o
Moçambique que abrega cerca de 15% das espécies conhecidas em todo nosso planeta
(PEIXOTO; LUZ; BRITO, 2016). Conforme dados do Ministério do Meio Ambiente (2016), são
conhecido 43.893 espécies de plantas no país. Nos dias actuais, a conservação da biodiversidade
constitui um dos maiores desafios, devido o nível acentuado de perturbações antrópicas nos
ecossistemas (CHAVES et al., 2013). A perda da diversidade está acontecendo silenciosamente,
com isso, não é dado importância a este factor, sendo a mesma ignorada, o que pode acarretar na
perda inestimável e irreversível das espécies e a homogeneização biótica do planeta (GANEM,
2010).
A floresta fornece a sociedade humana muitos produtos e serviços que muitas vezes não são
apreciados, como no caso do potencial Medicinal, Socioeconómico e Cultural das espécies.

A problemática maior é a perda de espécies das quais pouco ou nada se conhece. De acordo com
a National Science Foundation (2002) a perda da biodiversidade está acontecendo numa
velocidade nunca anteriormente vista na história. Andrade (2006) ressalta que é de suma
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importância a preservação e conservação da diversidade biológica para manter a qualidade de


vida das pessoas.

Foi neste contexto que a autora propôs-se a elaborar o presente projecto, intitulado:
"Levantamento das Espécies Vegetais de grande porte do Povoado de Benga-Moatizeʺ, com o
objectivo principal de fazer o Levantamento da Biodiversidade Vegetal existentes no povoado de
Benga, mediante as situações adversas protagonizadas pelas actividades de exploração mineira
naquele local.

O presente projecto, apresenta a seguinte estrutura o primeiro capítulo contempla a introdução,


onde faz parte a Justificativa, Problematização, Objectivos (geral e específico), Hipóteses e
delimitação da pesquisa; o segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica; o terceiro
capítulo descreve a metodologia que será usada durante a pesquisa; cronograma, orçamento e
Referencias bibliográficas

1.1. Justificativa do Tema


A motivação para escolha do tema deve-se ao facto da autora estar a verificar uma progressiva
perda da biodiversidade, bem como a desertificação, o que futuramente poderá condicionar a vida
das pessoas naquele ponto do país, dado que os recursos florestais são a principal fonte de
sobrevivência da população de Benga, onde certas famílias adquirem o seu equilíbrio económico
através destas espécies vegetais, isto através da venda de lenha e do carvão vegetal, e não só,
aproveita estacas para a construção das suas moradias.
A outra motivação que originou a escolha desse tema é de que, cria-se estratégias de acções
mediante dos resultados de um estudo profundo sobre o que na verdade deve ser atacado numa
determinada solução, daí o levantamento das espécies vegetais existentes na área de estudo fará
com que saibamos o que existe actualmente e o que desapareceu concretamente, para possíveis
medidas de superação.

Achamos que o tema é de grande relevância científica, pois vai contribuir na necessidade de
preservar o meio ambiente e da necessidade de mudanças de comportamentos em relação ao
mesmo assunto, no sentido de promover um modelo de atitudes, gerando reflexões positivas
evidentes junto à qualidade de vida de todos. É preciso encontrar novas maneiras de se relacionar
com o meio ambiente, de modo que preservamos a vitalidade dos ecossistemas e que seja
3

portanto, sustentáveis a longo prazo. Percebe-se que a transformação da cidadania inicia com a
criança em sua educação infantil e seqüencia no ensino fundamental. Cresce a necessidade de
organizar o ensino para que este tema preparasse as diversas disciplinas e torne-se conhecimento.
Para Wced apud Tayra (2002) este assunto é uma questão central que necessita serabordado e
discutido para os próximos anos, as políticas públicas locais devem ser baseadas em ciências que
buscam construir uma gestão voltada também para as relações ambientais, para garantir uma
melhor qualidade de vida melhor para hoje e para o novo século.

1.2.Problematização

O crescimento da população humana, os avanços tecnológicos e a grande demanda de recursos


naturais para esses fins, resultam em um impacto contínuo e crescente sobre o meio ambiente
(Goudie, 1993), fazendo com que algumas espécies desapareçam sem serem identificadas.

Exploração Mineira, esta actividade tem muitas vezes destruído vários ecossistemas em locais
onde ela é implementada. Em Moçambique esta actividade não é muito comentada pelos sistemas
de informação sendo que muitos locais de extracção mineira ser de carácter artesanal e estarem
no anonimato, mostrando que o País não tem capacidade de exploração nem controlo e/ou gestão
de sua extracção.

A biodiversidade garante a vida, a produtividade dos ecossistemas, a manutenção de ciclos como


das águas e de nutrientes, bem como locais de refúgio de inimigos naturais de muitos insectos ou
polinizadores se encontram em habitats preservados.
A exploração de recursos florestais nesta província de Tete em particular no povoado de Benga
constituem uma das actividades económicas importantes para a sobrevivência da população de
Benga.

Desta feita, no posto administrativo de Benga, as actividades de extracção do carvão mineral


representa uma das ameaças da Biodiversidade, visto que a maior parte da população depende
dos recursos florestais para a sua sobrevivência e não só a empresa de exploração de carvão
mineral tem destruído algumas espécies implantando as suas minas a céu aberto, o que em algum
modo tem contribuído na extinção de algumas espécies, por isso o autor viu a necessidade de
fazer o levantamento da flora nativa como uma das formas de conhecermos a flora do povoado de
Benga. No entanto, os procedimentos utilizados para a obtenção dessa Biodiversidade, trazem
4

consigo problemas ambientais, desde ao desflorestamento contínuo, bem como na perda da


biodiversidade.

É um facto lamentável, um verdadeiro crime para as futuras gerações, que percamos a riqueza da
biodiversidade ainda hoje existentes no planeta e que é portadora de um "banco de genes" de
valor inestimável. Precisamos entender que toda espécie é importante, hoje ou no futuro, não só
para poder servir diretamente ao ser humano, mas também para garantir o equilíbrio dos
ambientes naturais, dos quais dependemos.
O povoado de Benga é rico em recursos florestais mas, todos os dias vem os seus recursos
fustigados de uma forma não sustentável, concorrendo desta forma para a delapidação dos
mesmos recursos, o que poderá condicionar a vida de futuras gerações naquele ponto do país,
dado que os recursos florestais são a principal fonte de sobrevivência da população da área em
estudo, nesta perspectiva, associado a explosão demográfica, tem aumentado a necessidade da
utilização deste recurso para a satisfação das suas necessidades no campo doméstico como
principalmente nas famílias mais carenciadas.
Nesta ordem de ideia acima descrita, formula-se a seguinte questão de pesquisa:

 Quais são as Espécies Vegetais de grande porte existentes actualmente no Povoado de


Benga?

1.3. Objectivos

1.3.1. Geral
 Realizar um Levantamento das espécies vegetais de grande porte existentes no Povoado
de Benga;

1.3.2. Específicos
 Identificar as espécies vegetais de grande porte presentes no Povoado de Benga;
 Descrever o estado de conservação dessas espécies no Povoado de Benga;
 Propor medidas para a preservação dos recursos florestais do povoado de Benga;

1.4. Hipóteses
Hipótese é uma proposição que pode ser colocada à prova para determinar sua validade.
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Neste sentido, hipótese é uma suposta resposta ao problema a ser investigado. A origem das
Hipóteses poderia estar na observação assistemática dos fatos, nos resultados de outras Pesquisas,
nas teorias existentes, ou na simples intuição (GIL, 1991).

1.4.1. Hipótese Principal


 Fazendo o levantamento das espécies vegetais existente no Povoado de Benga, será a
melhor forma para conhecermos as diversas plantas do local de estudo;

1.4.2. Hipóteses Secundárias


H1- A observação das características que as diferentes espécies vegetais apresentam na sua
constituição, possibilitará no reconhecimento das plantas do local da pesquisa, rumo a sua
sistemática;

H2- A consulta aos residentes do povoado de Benga sobre a importância económica e social
das plantas facilitará na descrição das potencialidades das Espécies Florestais existentes no local
desta pesquisa;

H3- Fazendo a divulgação e aplicando a educação ambiental aos residentes sobre da


necessidade da conservação das espécies vegetais, serão as principais medidas que devem ser
tomadas para a mitigação da situação vivida em Benga/Moatize.

1.5. Delimitação do Tema e da Área de Estudo


O estudo em termos espaciais será desenvolvido no povoado de Benga-Sede, no Distrito de
Moatize, Província de Tete, com o objectivo fundamental de fazer o Levantamento das espécies
vegetais existentes neste povoado.

E sob o ponto de vista temporal, este estudo decorrerá no período entre Julho/2022 à Dezembro/
2023.

O tema encontra-se enquadrado em diferentes níveis de ensino do sistema nacional de educação


em Moçambique que as vezes vem debatidos de formas transversais.

Ao nível do ensino Básico, o tema enquadra-se na disciplina de Ciências Naturais (6 a e 7a classes)


e no ensino secundário geral (9a e 12a).
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Ao nível do ensino superior, o tema enquadra-se nas disciplinas de Temas Transversais, Botânica
Geral, Botânica Sistemática, Fisiologia Vegetal, Educação Ambiental e Saúde Pública, Biologia
de Conservação e Ecologia Geral, estudados na Universidade Pedagógica no curso de
Licenciatura em Ensino de Biologia.
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CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Conceitos Básicos

Sistemática
É a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações
filogenéticas entre os organismos;

Espécies
Espécie se entende um agrupamento de seres vivos que conseguem se reproduzir entre si, dando
origem a descendentes viáveis, os quais podem se reproduzir também.

Taxonomia
É a disciplina académica que define os grupos de organismos biológicos, com base em
características comuns e dá nomes a esses grupos.
Taxonomia se compreende o ramo da ciência responsável por dar nome, descrever e classificar os
seres vivos, que vão desde os microrganismos até os animas de grande porte.

Filogenia
É um campo de estudo da Biologia que se dedica exclusivamente em pesquisar e conhecer a
origem e o desenvolvimento das diversas espécies existentes no planeta, como também suas
próprias genealogias.

2.2. Extinção das Espécies


O aniquilamento das espécies aconteceu e acontece de forma natural desde o princípio davida na
Terra. Entre as suas principais causas naturais estão os processos de desertificação, as glaciações
e alterações na atmosfera como as provocadas por atividades vulcânicas ou meteoros.
Entre os processos não-naturais está como a principal causa, a acção humana (Brasil, 1998).Para
se conservar a diversidade de espécies é preciso que os seres humanos a preservem,considerando
que somos partes integrantes da biodiversidade. Sendo assim, conforme abiodiversidade foi
evoluindo e com isso as espécies também foram evoluindo, inclusive os sereshumanos, houve a
extinção de algumas espécies, mas outras surgiram, e assim se prosseguedurante vários anos,
onde nós, seres humanos também somos componentes e participantes dessaevolução. De acordo
com Helene e Marcondes (1996, p. 15) “... ao mesmo tempo em que novasespécies vão surgindo
8

em resposta às modificações do ambiente, outras já existentes vãodesaparecendo por inadequação


a essas modificações.”
A extinção das espécies é uma das consequências da utilização inadequada do meio ambiente, das
formas de vida e da nossa própria maneira de entender o que realmente énecessário para a nossa
sobrevivência, pois estamos usando demasiadamente os recursosnaturais, não podendo “dar
tempo ao tempo” para que estes recursos possam se reestruturar econtinuarem a existir.
De acordo com Lévêque (1999) as espécies estão extinguindo-se de várias maneiras, entreelas
tem-se o grau de degradação da biodiversidade, o que causa a extinção das espécies, devidoao
desperdício de certo elemento natural do habitat dessa espécie. Também se tem o tempo queuma
espécie leva para extinguir-se, pois existem espécies que estão conseguindo se adaptar aosusos
inadequados da biodiversidade, aos danos causados aos seus habitats e a ocupação urbana.
A extinção das espécies é somente uma das consequências que afetam a biodiversidade,causada
pelo uso irraciável de certas pessoas, estas que visam somente conseguir cada vez maislucro, sem
pensar na qualidade de vida sua própria espécie, o ser humano, e de gerações futuras, que
habitarão um mundo onde poderá não mais existir essa vasta biodiversidade da qualconhecemos,
além de não importarem-se nas mudanças que vem ocorrendo em todo o planeta, como o efeito
estufa, as chuvas ácidas, a destruição da camada de ozônio, e demais factores quecausam o
aniquilamento ou redução da biodiversidade.

2.3. Qualidade de vida


A Organização Mundial da Saúde-OMS (1996) define Qualidade de Vida como as percepções
individuais sobre sua posição de vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores em que
vivem, e em relação às suas metas, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito
abrangente, que incorpora de uma forma complexa, a saúde física, o estado psicológico, o nível
de dependência, as relações sociais, as crenças pessoais e o relacionamento com características
que se destacam no ambiente.
Para FORATTINI (1991), qualidade de vida, em sua essência, se traduz então, pela satisfação em
viver. De acordo com esse autor, "o estado de satisfação ou insatisfação constituem na verdade,
experiência de carácter pessoal e está ligado ao propósito de obtenção de melhores condições de
vida. O grau de ajustamento às situações existentes, ou então, o desejo de mudança poderá servir
para avaliar a presença ou ausência de satisfação".
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2.4. Desenvolvimento Sustentável


O conceito de desenvolvimento sustentável provém de um relativamente longo processo histórico
de reavaliação crítica da relação existente entre a sociedade civil e seu meio natural (Bellen,
2005). O termo desenvolvimento sustentável, de origem anglo-saxônica (sustainable
development), é difundido a partir da década de 1980, conforme conta Montibeller Filho (2001).
O autor também ressalta a apresentação do termo como um novo paradigm junto à conferência
mundial sobre a conservação e o desenvolvimento, da IUCN4 (Ottawa, Canadá, 1986),
apresentando como princípios (MONTIBELLER FILHO, 2001, P.47):
- Integrar conservação da natureza e desenvolvimento;
- Satisfazer as necessidades humanas fundamentais;
- Perseguir equidade e justiça social;
- Buscar a autodeterminação social e respeitar a diversidade cultural;
- Manter a integridade ecológica.

2.5. Protecção da biodiversidade


Para limitar a perda da diversidade genética, de espécies e de habitats no mundo, a Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Unced) aprovou a Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB) que tem as seguintes metas
 A conservação da biodiversidade;
 Uso sustentável da biodiversidade;
 A repartição justa e equitativa dos benefícios extraídos do uso dos recursos genéticos.

2.6. Impotência dos Recursos Florestais em Moçambique


Segundo Marzoli (2007) e Sera&Mourana (2010) afirmam que o país possui uma área total de
cobertura florestal estimada em 40,1 milhões de hectares (51,4%) onde a maior massa florestal se
encontra na província do Niassa (23,53%) seguida das províncias da Zambézia (12,63%), de
Cabo delgado (11,98%), de Tete (10,53%) e de Gaza (9,43%).

Os recursos florestais constituem uma das principais riquezas naturais em Moçambique,


contribuem em grande medida para a sobrevivência da maior parte da população, portanto as
actividades de exploração, processamento primário e secundário, produção artesanal e
comercialização dos produtos florestais tem contribuído bastante para a criação de postos de
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trabalho e para a geração de rendimento, principalmente para população pobre, como por
exemplo, populações das zonas rurais (Egas &Tuzine, 2006).

Para alem da importância humana que as florestas desempenha, também desempenham função
ambiental, desde a regulação do ambiente, captação do co 2, Ciclo hidrológico ate a conservação
do liquido precioso, (Ofuteia 2014). Neste caso, para evitar situações alarmantes no futuro, Egas
e Tuzine (2006) definem três vias:

 Aquisição de condições para a tomada de consciência por parte da população para o uso
de fontes alternativas de energia (gás e electricidade);
 Incentivo para redução da procura de biomassa lenhosa como resultado do incremento de
utentes de energia alternativa;
 Aumento de esforços em relação a medidas de aperfeiçoamento no processo de produção
de carvão no que se refere aos fornos (medidas para a melhoria de eficiência nos fornos
tradicionais e metálicos, generalização do uso de fornos metálico) esses vão ajudar a reduzir o
consumo excessivo da biomassa lenhosa como combustível para geração de energia.

2.7. Degradação de florestas em Moçambique


De acordo com SITOE et, al. (2012), a exploração florestal insustentável, queimadas
descontroladas, abertura de machambas dentro das áreas florestais, produção e comercialização
de biomassa lenhosa, são causas da degradação florestal.

Portanto MARZOLI (2007), mostra o cenário de degradação florestal por província no país, na
tabela abaixo.

Tabela1: Taxa de degradação de florestas em Moçambique.

Provín Florestas e outras Florestas Mudança Mudança Taxa anual de


cia formações 1990 e outras anual de anual de área desflorestamento
(1000 há) formações florestas e de florestas 1990-2002 (%)
2002 outras (1000 há)
(1000 há) formações
(1000 há)
Niassa 9635 9379 21 21 0.22
11

Tete 7376 7025 29 27 0.64


Zambéz 5319 5356 39 31 0.71
ia
Cabo 5322 4989 28 25 0.54
Delgad
o
Gaza 5182 5027 13 13 0.33
Inhamb 4585 4424 13 11 0.52
ane
Sofala 4430 4161 22 20 0.63
Manica 4340 4005 28 23 0.75
Nampul 3958 3509 37 33 1.18
a
Maputo 1280 1078 17 16 1.67
Total 51926 48952
Fonte: MICOA (2015), adaptado pela Autora, 2023
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CAPITULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA


Nesta parte do trabalho, a autora fará um detalhamento das linhas metodológicas que serão
observadas no âmbito da realização da pesquisa, partindo da classificação da pesquisa até o
dimensionamento do universo e da amostra.

3.1. Tipo de pesquisa


a) Quanto aos objectivos – mediante os objectivos traçados, trata-se de uma pesquisa
exploratória, uma vez que se fará uma aproximação aos residentes para obtenção de mais detalhes
sobre o assunto em abordagem a fim de construir mais hipóteses daquilo que realmente acontece
na área de pesquisa.

b) Quanto à fonte de informação/ Procedimentos – o presente estudo será do tipo estudo de


campo, uma vez que a autora buscará os dados directamente no local de ocorrência do fenómeno,
neste caso no povoado de Benga.

c) Quanto a abordagem- será uma pesquisa qualitativa, pois permitirá coleccionar dados colhidos
através de técnicas de recolha das informações, no caso da entrevista e observação, que acaba
facilitando a comprovação ou rejeição das hipóteses previamente estabelecidas.

3.2. Métodos
a) Método bibliográfico – consistirá na colecta de informações existentes em diferentes fontes
literárias disponíveis, que abordam sobre o devastamento e extinção das espécies vegetais bem
como das formas para a sua conservação.

b) Método indutivo – consistirá numa abordagem particular do fenómeno de ocorrência do


devastamento do meio ambiente e suas consequências.

3.3. Técnicas de recolha de dados


Observação directa; Questionário e Entrevista estruturada.

I) Observação directa: Usar-se-á esta técnica, nos aspectos inerentes a verificação das espécies
vegetais do povoado de Benga em, seguida da captura de imagens das respectivas plantas. Para
tal será usada uma máquina fotográfica e celular, caneta para registo e, uma ficha de observação
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previamente elaborada que permitirá preencher os dados de acordo com os pontos definidos pelo
autor.
II) Entrevista estruturada: A entrevista será dirigida aos residentes, com vista a colher dados
sobre os nomes locais das espécies florestais. Para isso será usada uma ficha de entrevista
previamente elaborada contendo perguntas do tipo fechadas e abertas.
III) Questionário: Esta técnica será útil nesta pesquisa na medida em que possibilitou colher
dados através dum formulário previamente elaborado pela autora, que será dirigida a uma parte
dos residentes do povoado de Benga, de acordo com a amostra definida, contendo perguntas do
tipo aberta e fechadas.

3.4. População e Amostra


Segundo CARMO & FERREIRA, (1998) “População ou universo é o conjunto de elementos
abrangidos por uma mesma definição”. A população em estudo na presente abordagem será
composta por todos residentes do povoado de Benga-sede.

A amostra será constituída por 30 residentes e, para a escolha dos residentes usar-se-á
amostragem probabilística aleatória simples.
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Cronograma de Actividades
Actividades Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Estudo preliminar do X
tema e observação de
obras
Apresentação do X
projecto
Apresentação nas X
jornadas científicas
Recolha de dados X
Interpretação e X X
análises/ Discussão de
dados
Elaboração da X
Monografia
Entrega definitiva da X
Monografia

Fonte: Autora, 2023.

Orçamento
Materiais Quantidade Valor Valor total
unitário
Folhas A4 Uma lesma 250Mt 50 Mt
Esferográfica Três 10 Mt 30 Mt
Impressão 16 Páginas 2.50Mt 40 Mt
Cadernos de sabentas 2 Cadernos 50 Mt 100
Encadernamento 1Trabalho 35 Mt 35 Mt
Computador 1 25.000 Mt 25.000 Mt
Flash 1 500 Mt 500 Mt
TOTAL 25755 Mt

Fonte: Autora, 2023.


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4. BIBLIOGRAFIA

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VILELAS, J. Investigação: O processo de construção do conhecimento, Sílabos editora , Lisboa
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