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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Tema:

Modelagem de erosão hídrica na bacia hidrográfica do rio Lucheringo


associado as mudanças de uso de cobertura de solos

Estudante: Cynthia Nkurunziza

Número 711200146

Lichinga, Setembro de 2024


Modelagem de erosão hídrica na bacia hidrográfica do rio Lucheringo
associado as mudanças de uso de cobertura de solos

Estudante: Cynthia Nkurunziza

Número: 711200146

Projecto Submetido à Faculdade de Gestão de


Recursos Florestais e Faunísticos na Universidade
Católica de Moçambique como requisito parcial
para a obtenção do grau de Licenciado no Curso de
Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Orientado por:
Eng: Artur A. Titos

Lichinga, Setembro de 2024


Índice
CAPITULO I. INTRODUÇÃO................................................................................................5

1.1. Contextualização ...........................................................................................................5

1.2. Problema ............................................................................................................................7

1.3. Objectivos ..........................................................................................................................7

1.3.1. Geral ...............................................................................................................................7

1.3.2. Específicos:.....................................................................................................................7

1.4. Hipóteses ...........................................................................................................................7

1.5. Justificativa e Relevância ..................................................................................................8

CAPITULO II: MARCO TEÓRICO ........................................................................................9

2.1. Definições básicos .............................................................................................................9

2.1.1. Sistemas Agroflorestais (SAFs) .....................................................................................9

2.1.3. Biodiversidade ..............................................................................................................12

2.1.4. Restauração ecológica ..................................................................................................13

2.2. Serviços Ecossistémicos ..................................................................................................14

2.2.1. Regulação hídrica .........................................................................................................16

2.2.2. Fornecimento de alimentos...........................................................................................16

2.2.3. Melhoria da qualidade do solo .....................................................................................17

2.2.4. Cultura e valorização local ...........................................................................................17

2.3. Desafios Socioeconómicos e Ambientais ........................................................................17

2.4. Paisagem Sustentável ......................................................................................................18

2.5. Panejamento integrado ....................................................................................................18

2.6. Conservação da biodiversidade .......................................................................................18

2.6.1. Uso eficiente de recursos ..............................................................................................18

2.6.2. Gestão sustentável da terra ...........................................................................................18

2.6.3. Inclusão social ..............................................................................................................19

2.6.4. Economia verde ............................................................................................................19


2.7. Resiliência às mudanças climáticas .................................................................................19

2.7.1. Análise de estudos empíricos .......................................................................................19

CAPITULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS ..............................................................20

3.1. Abordagem metodológica ...............................................................................................20

3.2. Tipo de pesquisa ..............................................................................................................21

3.3. Amostra ...........................................................................................................................22

3.4. Técnicas de colecta de dados ...........................................................................................23

3.4.1. Observação ...................................................................................................................23

3.4.2. Pesquisa bibliográfica ...................................................................................................23

3.4.3. Pesquisa documental.....................................................................................................24

3.4.4. Método cartográfico .....................................................................................................24

3.4.5. Levantamento de dados no campo................................................................................25

3.5. Modelo de tratamento de dados .......................................................................................25

3.6. Ética de pesquisa .............................................................................................................26

3.7. Limitações .......................................................................................................................26

5. CRONOGRAMA ...............................................................................................................26

6. ORÇAMENTO ...................................................................................................................27

7. Bibliografia .........................................................................................................................28
5

CAPITULO I. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização
O presente estudo tem como tema⁚ Potencial Sistemas Agro-florestais (SAF´s) para a
restauração da biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa.

Segundo o World Agroforestry A biodiversidade na Serra da Gorongosa desempenha um


papel crucial na manutenção dos ecossistemas locais e na sustentabilidade da vida na região.
A diversidade de espécies vegetais e animais na área contribui para uma série de serviços
ecossistêmicos vitais, que beneficiam tanto os ecossistemas locais quanto as comunidades
humanas que dependem deles. A estabilidade dos ecossistemas e a presença de uma grande
variedade de espécies vegetais e animais ajuda a garantir a estabilidade e resiliência dos
ecossistemas locais. A biodiversidade desempenha um papel fundamental na regulação do
ciclo de nutrientes, na protecção do solo contra a erosão. Além disso um dos papéis
desepenhado pela biodiversidade da serra da gorongosa e a fonte de alimentos diversificados e
recursos medicinais, muitas espécies na Serra da Gorongosa são utilizadas pelas comunidades
locais como fonte de alimentos, medicamentos e outros recursos essenciais para a subsistência
e o bem-estar humano. A diversidade de plantas cultivadas, bem como de espécies silvestres,
contribui para a segurança alimentar e a saúde das populações locais. Ecossistemas
biodiversos tendem a ser mais resilientes às mudanças ambientais, incluindo as alterações
climáticas. A diversidade genética dentro das populações de plantas e animais pode permitir
que essas espécies se adaptem às mudanças nas condições ambientais, garantindo sua
sobrevivência a longo prazo. Portanto, a conservação e restauração da biodiversidade na Serra
da Gorongosa são fundamentais não apenas para a saúde dos ecossistemas locais, mas
também para o bem-estar humano, a economia regional e a resiliência frente aos desafios
ambientais globais.

De acordo com Ribaski, (2002). A Serra da Gorongosa enfrenta diversos desafios em termos
de degradação ambiental e perda de biodiversidade, muitos dos quais são resultado de
actividades humanas. Alguns dos principais desafios incluem:

Desmatamento- O desmatamento é uma ameaça significativa para a biodiversidade da Serra


da Gorongosa, resultante principalmente da expansão agrícola, da exploração madeireira
ilegal e do uso inadequado do solo e
6

Fogo- Os incêndios florestais, muitos deles causados pela actividade humana, representam
uma ameaça para os ecossistemas da Serra da Gorongosa. Os incêndios podem destruir
habitats, reduzir a biodiversidade e aumentar a vulnerabilidade das espécies à extinção.

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são uma abordagem promissora para a restauração e


conservação da biodiversidade local na Serra da Gorongosa, e em outras regiões semelhantes,
devido a uma série de benefícios que oferecem:

Diversidade de espécies- Os SAFs promovem a diversidade de plantas cultivadas, incluindo


espécies alimentares, medicinais, e madeireiras, bem como árvores e arbustos nativos. Essa
diversidade de espécies contribui para a criação de habitats diversos que podem suportar uma
ampla gama de vida selvagem.

Cobertura vegetal contínua- Ao contrário das monoculturas, os SAFs mantêm uma cobertura
vegetal contínua ao longo do tempo, o que ajuda a proteger o solo da erosão, proporciona
sombra e regulação térmica, e cria microclimas favoráveis para diversas espécies.

Recursos para a fauna- fornecem recursos alimentares, abrigo e locais de reprodução para a
fauna local, incluindo pássaros, insectos, mamíferos e répteis. Isso contribui para a
conservação da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas.

Melhoria da fertilidade do solo- A combinação de árvores, arbustos e culturas agrícolas nos


SAFs promove a ciclagem de nutrientes e a fixação de nitrogénio, o que pode melhorar a
fertilidade do solo ao longo do tempo, reduzindo a necessidade de insumos externos.

Resiliência aos impactos ambientais- Os SAFs tendem a ser mais resilientes a eventos
climáticos extremos, como secas e inundações, devido à sua diversidade de espécies e à
estrutura complexa do sistema, o que pode ajudar a proteger a biodiversidade local de
perturbações ambientais.

Benefícios socioeconómicos- Além dos benefícios ambientais, os SAFs podem proporcionar


benefícios socioecónomicos às comunidades locais, incluindo a produção de alimentos,
materiais para construção e medicamentos, bem como oportunidades de geração de renda
através da venda de produtos excedentes.

Portanto, os SAFs têm o potencial de desempenhar um papel importante na restauração e


conservação da biodiversidade na Serra da Gorongosa, ao mesmo tempo em que
proporcionam benefícios económicos e sociais às comunidades locais. (Carpanezzi, et al.,
1998)
7

1.2. Problema
A Serra da Gorongosa enfrenta pressões significativas de desmatamento e degradação devido
a práticas agrícolas inadequadas, exploração madeireira não sustentável e expansão de
actividades humanas. A perda de vegetação natural resultou na fragmentação do habitat e na
diminuição da biodiversidade, afectando a flora e fauna da região.

O solo na região está sujeito a erosão e degradação devido à falta de cobertura vegetal e
práticas agrícolas inadequadas, comprometendo sua fertilidade e estrutura. A falta de
diversificação de culturas e práticas agrícolas inadequadas torna a região mais vulnerável aos
efeitos das mudanças climáticas, como secas e inundações.

Por causa disso levanta-se a seguinte questão ⁚

Como maximizar o potencial dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) para promover a


restauração da biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa, considerando os desafios
ecológicos, socioecónomicos e ambientais da região?

1.3. Objectivos

1.3.1. Geral
 Analisar o potencial Sistemas Agroflorestais (SAF´s) para a restauração da
biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa

1.3.2. Específicos:
 Caracterizar os Sistemas Agroflorestais (SAF´s) no Parque Nacional da Gorongosa;
 Indicar as práticas de maneio aplicadas nos SAF´s que otimizem a restauração da
biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa e
 Descrever os impactos do SAF´s na restauração da biodiversidade na floresta da Serra
da Gorongosa.

1.4. Hipóteses
H₁: Áreas com SAFs serão mais propícias para a presença de fauna, incluindo espécies
ameaçadas ou raras.
8

H₂: Os SAFs, quando adequadamente gerenciados, serão uma estratégia sustentável a longo
prazo para a restauração da biodiversidade na Serra da Gorongosa, contribuindo para a
conservação ambiental e o bem-estar das comunidades locais.

1.5. Justificativa e Relevância


A Serra da Gorongosa enfrenta uma grave ameaça à sua biodiversidade devido ao
desmatamento, exploração madeireira não sustentável e expansão das actividades humanas.
Esses factores levaram à fragmentação do habitat e à diminuição da biodiversidade, afectando
a flora e fauna da região. O desmatamento e a degradação da vegetação natural também
resultam em problemas ambientais, como erosão do solo e perda de fertilidade. A falta de
cobertura vegetal e práticas agrícolas inadequadas aumentam a vulnerabilidade da região às
mudanças climáticas, incluindo secas e inundações. Esses impactos ambientais prejudicam
não apenas a biodiversidade, mas também a sustentabilidade da agricultura e a resiliência das
comunidades locais. O trabalho destaca a importância dos SAFs como uma estratégia que
pode abordar tanto as questões ambientais quanto as socioeconómicas. Os SAFs têm o
potencial de diversificar a produção agrícola, fornecer produtos alimentares e não alimentares,
melhorar a fertilidade do solo e criar condições ambientais mais favoráveis. Além disso, os
SAFs podem servir como fonte adicional de renda para as comunidades locais, contribuindo
para o desenvolvimento sustentável. O trabalho contextualiza o cenário na serra da
Gorongosa, onde os SAFs desempenham um papel crucial na gestão dos recursos naturais e
no combate à pobreza. A pesquisa contribuirá directamente para os esforços de conservação e
restauração na Serra da Gorongosa, promovendo a protecção da biodiversidade e a
recuperação dos ecossistemas após anos de degradação.

No contexto da restauração da biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa, em


Moçambique os SAFs podem promover a recuperação e conservação da biodiversidade ao
oferecer habitats e recursos para uma variedade de espécies vegetais e animais, contribuindo
para a restauração dos ecossistemas locais. As árvores nos SAFs ajudaram a melhorar a
estrutura e a fertilidade do solo, reduzindo a erosão e aumentando a capacidade de retenção de
água, o que beneficia a biodiversidade local. Aumento da Resiliência Climática: Os SAFs
podem ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, pois sistemas Agroflorestais bem
planejados são mais resilientes a eventos climáticos extremos, como secas e inundações e
permitindo a diversificação das culturas, reduzindo a pressão sobre espécies específicas e
promovendo a conservação da diversidade genética de plantas. Além dos benefícios
9

ambientais, os SAFs podem fornecer alimentos, combustível e produtos florestais não


madeireiros para as comunidades locais, contribuindo para a segurança alimentar e o
desenvolvimento sustentável(Rigueiro-Rodríguez, et all, 2009). Ajudando a conservar a água,
evitando a erosão do solo e a sedimentação de rios e córregos, o que beneficia a fauna
aquática e a biodiversidade associada aos ecossistemas aquáticos.

1.6. Delimitação do tema

O projecto tem como objecto principal de estudo desenvolver estratégias e recomendações


para maximizar o potencial dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) na promoção da restauração
da biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa, levando em consideração os desafios
ecológicos, socioecónomicos e ambientais da região.

Delimitação espacial: Em termos espaciais, o estudo será realizado na Província de Sofala,


no Distrito de Gorongosa respectivamente.

Delimitação temporal: Em termos temporais o estudo será realizado num período de 6 meses
no ano (2024)

CAPITULO II: MARCO TEÓRICO

2.1. Definições básicos

2.1.1. Sistemas Agroflorestais (SAFs)


De acordo com (Medrado et al., 2006; e Dieckow, Ribaski 003, cit. em Correia, 2003), Os
SAfs referem-se a uma ampla variedade de formas de uso da terra, onde árvores e arbustos
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são cultivados de forma intercalado com cultivos agrícolas, pastagens e/ou animais, visando a
múltiplos propósitos, que se constituem numa opção viável de maneio sustentado a terra.
Esses sistemas classificados de acordo com a natureza e o arranjo de seus componentes são
assim denominados: silvi-agrícolas, aqueles constituídos de árvores e/ou de arbustos com
culturas agrícolas; silvi-pastoris, cultivos de árvores e/ou de arbustos com pastagens e/ou
animais; e agrossilvi-pastoris, cultivo de árvores e/ou arbustos com culturas agrícolas,
pastagens e/ou animais. O objetivo desses sistemas é criar diferentes estratos vegetais, e imitar
um bosque natural, onde as árvores e/ou os arbustos, pela influência que exercem no processo
de ciclagem de nutrientes e no aproveitamento da energia solar, são considerados os
elementos estruturais básicos e a chave para a estabilidade do sistema.

Entretanto, os SAfs respondem em parte a problemas de desmatamento e degradação de


diferentes ecossistemas. Por meio deles é realizado um melhor aproveitamento dos diferentes
estratos da vegetação obtendo-se com isso, melhor diversificação da produção, do uso da
terra, da mão-de-obra, da renda e da produção de serviços ambientais. Os SAFs também
apresentam-se como eficientes reservatórios de gás carbónico (Coz) e constituem-se em fonte
renovável de energia, além de prestarem-se à recuperação de solos marginais e/ou degradados
(Ribaski, 2000; Montoya, 2000; cit em Sanchez, 2001).

Os SAFs podem ser definidos de diversas formas. Uma das primeiras definições de sistema
agroflorestal, de 1977, é a seguinte: “sistema de manejo sustentável da terra que busca
aumentar a produção de forma geral, combinando culturas agrícolas com árvores e plantas da
floresta e/ou animais simultânea ou sequencialmente, e aplica práticas de gestão que são
compatíveis com os padrões culturais da população local”.

O Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF) sugere outra definição,


Agroflorestal é um nome genérico para sistemas de uso da terra onde espécies lenhosas
perenes como árvores, arbustos, palmeiras, bambus, etc., são deliberadamente utilizadas nas
mesmas unidades de área com culturas agrícolas e/ou animais, num determinado arranjo
espacial e temporal”. Outra definição, ainda do ICRAF, é que SAFs são “sistemas
Baseados na dinâmica, na ecologia e na gestão dos recursos naturais que, por meio da
integração de árvores na propriedade e na paisagem agrícola, diversificam e sustentam a
produção com maiores benefícios sociais, econômicos e ambientais para todos aqueles quem
usam o solo em diversas escalas”. há diversos tipos de SAFs, desde sistemas simplificados,
com poucas espécies e baixa intensidade de manejo, até sistemas altamente complexos, com
alta biodiversidade e alta intensidade de manejo, e entre esses, vários tipos intermediários.
11

Para cada um deles existem denominações distintas que variam de acordo com os principais
produtos gerados em cada sistema. Alguns SAFs são voltados para a criação animal por meio
da associação entre pastagens e árvores, denominados sistemas silvipastoris. Vale, no entanto,
lembrar que a presença de animais domésticos como bovinos, caprinos, equinos, ovinos e
galinhas em sistemas agroflorestais para fins de restauração, uma vez que estes animais
podem causar impactos negativos sobre a vegetação e o solo. Esses animais podem compactar
o solo, especialmente se estiver bastante úmido. Podem também deixá-lo descoberto e
revolvido, esgotar as plantas quando se alimentam indiscriminada e continuamente,
principalmente das brotações novas, e quando roem as cascas das árvores (muito comum no
caso de ovinos e caprinos). Ao mesmo tempo, reconhece-se a importância do componente
animal para as estratégia de meios de vida e adaptação a mudanças climáticas dos agricultores
familiares, principalmente na região semiárida, portanto, no contexto de recomposição é
preciso encontrar meios para conciliar a criação de animais com a recomposição da
vegetação.
12

2.1.3. Biodiversidade
Segundo Alencar (2018). Os SAFs são sistemas Agroflorestais biodiversos e possuem alta
capacidade para melhorar o meio ambiente. São formados por plantios de diversas/diferentes
espécies vegetais na mesma área e, ao mesmo tempo (consórcios). Nesses sistemas incluem-
se árvores e arbustos nativos ou exóticos e culturas agrícolas de diferentes ciclos. A escolha
das espécies vegetais para compor um sistema agroflorestal depende dos objetivos de cada
agricultora. Uma das estratégias mais adotadas é a implantação de grande diversidade de
espécies de árvores e arbustos, bem como de culturas agrícolas.

De modo geral pode dizer que ao iniciar um SAF, são implantadas as espécies vegetais para
fins agrícolas (exemplos: batata doce, rúcula, cebolinha, açafrão, gengibre, abóboras, milho,
feijões, mandioca, couve, banana, citros, entre outras) e, ao mesmo tempo, as árvores e
arbustos destinados à melhoria ambiental.

Para Alves (2001), refere que

Quando é feita a colheita de cada espécie agrícola de ciclo curto, implanta-se outra logo após,
utilizando-se a rotação de cultivos (exemplos: colhe a batata doce e planta feijões na mesma
área; colhe feijões e planta abóboras, e assim por diante). Nesse processo utilizam-se espécies
de ciclo anual (exemplos: podem ser dezenas de hortaliças, espécies produtoras de grãos, entre
outras; espécies bianuais (abacaxi, sorgo forrageiro, mandioca para farinha ou amido...),
trianuais (mamão, maracujá...) e espécies perenes (banana, citros, coco da Bahia, manga,
abacate, entre outras). Assim, o sistema proporciona segurança alimentar e nutricional e
viabilidade econômica, pois é possível produzir alimentos e gerar renda continuamente, desde
os primeiros meses e até durante décadas.

Já Câmara et al., (2001, cit. em Camargo, 2019), A boa diversidade vegetal nos SAFs forma
diferentes alturas (como se fosse um prédio de vários andares), e as partes aéreas e raízes das
plantas, com as diferentes características de cada espécie, somam-se para fortalecer os
processos naturais, também chamados de serviços ambientais, resultando em melhorias do
meio ambiente. Um dos importantes serviços ambientais que esses sistemas proporcionam é a
melhoria do microclima. Ou seja, tanto a temperatura do ar como a do solo ficam mais
estáveis, mais agradáveis aos agricultores(as) e a todas as espécies vegetais cultivadas, bem
como aos organismos nativos que vivem nos SAFs, os quais ajudam a melhorar a qualidade
do solo e o equilíbrio biológico. Outro serviço ambiental destacável é a melhoria do ciclo da
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água, pois facilita a sua infiltração no solo, alimentando o lençol freático e,


consequentemente, fortalecendo as nascentes e os mananciais superficiais de água. Vários
estudos também mostram o aumento da fertilidade, estrutura e da vida do solo, melhorando a
sua qualidade, reduzindo e até dispensando o uso de fertilizantes. Com o aumento do
equilíbrio biológico nesses sistemas, ocorre baixo ataque de pragas e doenças nos cultivos
agrícolas, tornando-se desnecessária a utilização de defensivos e, consequentemente,
facilitando a viabilização da produção orgânica.

Ainda, esses sistemas produzem outros serviços ambientais, tais como: melhoria da
polinização e aumento da estocagem de carbono no solo e na biomassa das plantas importante
para diminuição de gás carbônico na atmosfera e, consequentemente, diminuição dos
impactos com o aquecimento global (Mayer 2019).

2.1.4. Restauração ecológica


A definição amplamente reconhecida de restauração ecológica é a da Sociedade de
Restauração Ecológica é o processo de auxiliar a recuperação de um ecossistema que foi
degradado, danificado ou destruído. Neste conceito, o ecossistema restaurado contém um
conjunto de espécies que ocorrem no ecossistema de referência. Os grupos funcionais
(compostos por espécies que desempenham diferentes funções ecológicas) estão presentes ou
em processo de colonização da área e as ameaças potenciais à saúde e integridade do
ecossistema foram eliminadas ou reduzidas. Ademais, o ecossistema restaurado é
suficientemente resiliente para suportar os eventos normais de estresse, é autossustentável e
possui o potencial para persistir indefinidamente sob as condições ambientais existentes. Este
conceito vem evoluindo e, mais recentemente foi descrito como: a ciência, prática e arte de
assistir e manejar a recuperação da integridade ecológica dos ecossistemas, incluindo um
nível mínimo de biodiversidade e de variabilidade na estrutura e funcionamento dos processos
ecológicos, considerando-se seus valores ecológicos, econômicos e sociais. Busca-se garantir
que a área não retornará à condição de degradada, se devidamente protegida e/ou manejada.

Ainda, segundo o Ministério do Meio Ambiente, a restauração ecológica tem relação direta
com a recuperação de áreas degradadas. Algumas visões da restauração ecológica
desenvolvidas por instituições reconhecidas internacionalmente têm preconizado a
importância do bem-estar humano como resultado dos processos de restauração.
14

A Parceria Global para a Restauração de Florestas e Paisagens – GPFLR considera que


Restauração ecológica é o processo que tem como objetivo recuperar a integridade ecológica
e incrementar o bem-estar humano em paisagens com florestas degradadas ou desmatadas.

Para Alves et al., (2018, cit. em Soares, 2001), refere que:

É importante entender que não há uma fórmula pré-estabelecida para a restauração, pois cada
ambiente degradado possui sua história, estando sujeito a um conjunto de características que
merecem estratégias específicas. Isso reforça que qualquer estratégia que vise ao
restabelecimento de processos ecológicos deve ser categorizada como ações de restauração. A
restauração, assim, requer um arcabouço conceitual bem definido, tanto em aspectos
relacionados ao estado de degradação quanto à dinâmica das florestas. Na distinção entre os
termos mais utilizados para conceituar as ações, o horizonte espacial, temporal e a participação
da espécie humana para a obtenção dos resultados deve prevalecer. Além disso, os indicadores
para avaliar a sustentabilidade de áreas restauradas devem focar, além de aspectos ecológicos,
aspectos econômicos e sociais, implicando na construção de indicadores para áreas onde há
múltiplos usos da terra. Assim, mesmo que a participação humana não seja necessária na
restauração de áreas para preservação, ela é fundamental na conservação de ambientes,
principalmente quando utilizada a estratégia de Sistemas Agroflorestais.

Contudo, os diferentes entendimentos sobre restauração ecológica variam de acordo com


O contexto e com os objectivos que se quer alcançar. Por exemplo, em unidades de
conservação de uso restrito, onde o objectivo é restaurar ao máximo a composição e a
estrutura da comunidade vegetal originalmente presente (ainda que esta referência seja
Difícil de ser definida), é essencial o estabelecimento de espécies da flora que ocorram no
lugar, independentemente de sua importância socioeconômica (Camargo 2019).

2.2. Serviços Ecossistémicos


Segundo Soares (2001, cit. em Alves, 2018), Sequestro de carbono- Os SAFs podem
capturar e armazenar carbono, ajudando a mitigar as mudanças climáticas. Os Sistemas
Agroflorestais (SAFs) são sistemas de uso da terra que combinam árvores, culturas agrícolas
e/ou animais de forma simultânea ou sequencial, em uma mesma área. Devido à presença de
árvores, os SAFs têm a capacidade de capturar e armazenar carbono de várias maneiras:
15

 Fotossíntese: As árvores e outras plantas nos SAFs realizam a fotossíntese, um


processo pelo qual absorvem dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e o convertem
em biomassa, liberando oxigênio como subproduto.
 Acúmulo de biomassa: As árvores nos SAFs acumulam biomassa ao longo do tempo,
armazenando carbono em seus troncos, galhos, folhas e raízes.
 Material orgânico no solo: A decomposição de folhas, galhos e outras matérias
orgânicas das árvores e plantas nos SAFs contribui para o acúmulo de carbono no
solo, especialmente se o solo não for perturbado por práticas como o arado.
 Ciclagem de nutrientes: A presença de árvores e plantas em SAFs promove a ciclagem
de nutrientes no ecossistema, o que pode aumentar a capacidade do solo de armazenar
carbono.
 Redução do desmatamento: Ao integrar árvores em sistemas agrícolas, os SAFs
podem ajudar a reduzir a pressão sobre as florestas naturais, evitando a emissão de
carbono associada ao desmatamento. O sequestro de carbono pelos SAFs contribui
para a mitigação das mudanças climáticas, pois reduz a quantidade de CO2 na
atmosfera, ajudando a compensar as emissões de gases de efeito estufa de outras
fontes. Além disso, os SAFs podem contribuir para a adaptação às mudanças
climáticas, tornando os sistemas agrícolas mais resilientes a eventos climáticos
extremos, como secas e inundações.

De acordo com Camargo (2019). A conservação da biodiversidade em Sistemas


Agroflorestais (SAFs) ocorre de várias maneiras devido à diversidade de plantas e à estrutura
complexa desses sistemas. A presença de diferentes estratos de vegetação nos SAFs,
incluindo árvores, arbustos, plantas herbáceas e trepadeiras, cria uma variedade de habitats
que podem abrigar diferentes espécies de plantas e animais. Os SAFs podem servir como
corredores ecológicos, conectando áreas naturais e permitindo que as espécies se desloquem
entre habitats, ajudando a manter a diversidade genética e populacional, a diversidade de
plantas nos SAFs fornece alimentos e abrigo para uma variedade de espécies, incluindo
pássaros, insetos benéficos, pequenos mamíferos e microrganismos do solo. A presença de
flores em diferentes épocas do ano nos SAFs pode atrair polinizadores, como abelhas e
borboletas, contribuindo para a polinização de plantas nativas e cultivadas nas proximidades
Além disso, a diversidade de plantas nos SAFs pode atrair predadores naturais de pragas,
16

ajudando a controlar as populações de insetos nocivos de forma natural, reduzindo a


necessidade de pesticidas.

Em algumas regiões, os SAFs podem ser usados como estratégia para conservar espécies
vegetais ou animais ameaçadas, proporcionando-lhes um habitat adequado. Podendo
contribuir para a manutenção da paisagem culturalmente significativa, promovendo práticas
tradicionais de uso da terra e preservando a identidade cultural local.( Alencar, 2018).

Segundo Ribaski, (2002). O controle de pragas e doenças em Sistemas Agroflorestais (SAFs)


é facilitado pela diversidade de plantas e pela estrutura complexa desses sistemas. A presença
de uma variedade de plantas nos SAFs pode confundir as pragas, dificultando sua localização
e reprodução. Além disso, diferentes plantas podem atrair predadores naturais das pragas,
ajudando a controlar suas populações. Em SAFs com plantas de diferentes alturas e estruturas,
como árvores, arbustos e plantas herbáceas, as barreiras físicas criadas podem dificultar o
acesso das pragas às culturas desejadas. Assim a ciclagem de nutrientes nos SAFs pode
melhorar a saúde das plantas, tornando-as mais resistentes a pragas e doenças. Ao contrário
das monoculturas, que são mais suscetíveis a surtos de pragas e doenças, os SAFs com sua
diversidade de plantas podem ser mais resilientes a esses problemas. Portanto devido à
redução da incidência de pragas e doenças, os SAFs muitas vezes requerem menos uso de
pesticidas, o que é benéfico para o meio ambiente e para a saúde humana. Com isso A
presença de diferentes tipos de plantas nos sistemas pode promover a biodiversidade de
microrganismos do solo, alguns dos quais podem ser benéficos para controlar patógenos do
solo.

2.2.1. Regulação hídrica


Os SAFs podem ajudar a regular o ciclo hidrológico, reduzindo o risco de enchentes e
ajudando a manter a disponibilidade de água.

2.2.2. Fornecimento de alimentos


Os SAFs podem fornecer uma variedade de alimentos, contribuindo para a segurança
alimentar.
17

2.2.3. Melhoria da qualidade do solo


Os SAFs podem melhorar a estrutura e a fertilidade do solo, reduzindo a erosão e
aumentando a capacidade de retenção de água.

2.2.4. Cultura e valorização local


Os SAFs podem preservar práticas culturais e conhecimentos tradicionais, promovendo a
valorização da cultura local.

2.3. Desafios Socioeconómicos e Ambientais


Segundo Alves (2018, cit. em Soares, 2001), Os desafios socioeconômicos e ambientais são
problemas ou dificuldades relacionados à interação entre as atividades humanas e o ambiente
natural.

Eles podem incluir uma série de questões, tais como:

 Pobreza: A pobreza pode levar a pressões sobre os recursos naturais, como


desmatamento, super exploração de recursos hídricos e degradação do solo, à medida
que as pessoas buscam meios de subsistência.
 Acesso desigual aos recursos naturais: A falta de acesso equitativo aos recursos
naturais, como terra, água e florestas, pode levar a conflitos e desigualdades sociais.
 Degradação ambiental: A degradação ambiental, incluindo a poluição do ar, da água e
do solo, bem como a perda de biodiversidade, pode resultar de práticas insustentáveis
de uso da terra e dos recursos naturais.
 Mudanças climáticas: As atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis
e o desmatamento, contribuem para as mudanças climáticas, que têm impactos
significativos no meio ambiente e nas comunidades humanas.
 Desastres naturais: Eventos extremos, como furacões, enchentes, secas e terremotos,
podem causar danos ambientais e socioeconômicos significativos, especialmente em
comunidades vulneráveis.
 Desigualdade social e exclusão: A desigualdade social e a exclusão de certos grupos
da sociedade podem resultar em acesso limitado a recursos naturais e oportunidades
econômicas, exacerbando os problemas ambientais e sociais.
 Sustentabilidade: Garantir o desenvolvimento sustentável, que atenda às necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas
18

próprias necessidades, é um desafio importante em face dos crescentes problemas


ambientais e socioeconômicos.

Entretanto esses desafios muitas vezes estão interligados e exigem abordagens integradas e
colaborativas para serem enfrentados de forma eficaz. Políticas e práticas que promovam a
equidade, a justiça social e a sustentabilidade ambiental são essenciais para enfrentar esses
desafios de maneira abrangente e duradoura (MAYER, 2018).

2.4. Paisagem Sustentável


Uma paisagem sustentável é caracterizada por uma abordagem integrada para o uso da terra,
que busca alcançar objetivos econômicos, sociais e ambientais, promovendo a coexistência
harmoniosa entre as atividades humanas e os ecossistemas naturais. Essa abordagem
reconhece a interdependência entre o bem-estar humano, a saúde dos ecossistemas e a
viabilidade econômica, e busca encontrar um equilíbrio que beneficie todos os aspectos da
paisagem.

Para alcançar uma paisagem sustentável, várias práticas e estratégias podem ser adotadas:

2.5. Panejamento integrado


Considerar as interações entre diferentes usos da terra, como agricultura, urbanização e
conservação da natureza, para garantir que as decisões de uso da terra sejam tomadas de
forma integrada e sustentável.

2.6. Conservação da biodiversidade


Proteger e restaurar habitats naturais para garantir a sobrevivência de espécies nativas e
manter a diversidade genética e funcional dos ecossistemas.

2.6.1. Uso eficiente de recursos


Promover práticas agrícolas e florestais sustentáveis, que minimizem o uso de recursos
naturais, como água e nutrientes, e reduzam o desperdício de alimentos e materiais.

2.6.2. Gestão sustentável da terra


Adotar práticas de manejo da terra que mantenham ou melhorem a qualidade do solo, evitem
a erosão e reduzam a poluição do solo e da água.
19

2.6.3. Inclusão social


Garantir a participação activa das comunidades locais no panejamento e na gestão da
paisagem, respeitando seus conhecimentos tradicionais e promovendo a equidade e a justiça
social.

2.6.4. Economia verde


Promover actividades económicas que sejam sociais e ambientalmente sustentáveis, criando
empregos verdes e promovendo a inovação e o desenvolvimento de tecnologias limpas.

2.7. Resiliência às mudanças climáticas


Adoptar medidas que aumentem a resiliência dos ecossistemas e das comunidades às
mudanças climáticas, como o reflorestamento, a conservação de áreas úmidas e a gestão
adaptativa da água.

Uma paisagem sustentável não apenas beneficia o meio ambiente e as comunidades locais,
mas também contribui para a construção de um futuro mais resiliente e equitativo para todos.

2.7.1. Análise de estudos empíricos


Para dar mais ênfase a pesquisa, ela conta com algumas teorias, que sustentam o tema e
podem ser encontrados em diversas literaturas, pois apenas 3 artigos científicos que abordam
sobre o tema e foram realizados em outros países foram mencionadas porem irie abordar
apenas dois artigos deste autor.

O primeiro artigo é da autoria de Gusmão, M et al., (2015), Florística e fitossociologia do


componente arbóreo de um sistema agroflorestal na Zona da Mata rondoniense. Trabalho este
que relatou acerca principais consequências do aumento da população humana é a
transformação das paisagens naturais e suas funções ecológicas. A conversão dessas
paisagens em áreas urbanas tende a ser mais severa do que em áreas agrícolas, pois resulta na
devastação quase completa da vegetação nativa, e deixa apenas fragmentos de pequenas
dimensões que ficam circundados por barreiras físicas que impedem a dispersão da fauna e
flora nativas, passam a sofrer invasões de espécies exóticas e são alterados por mudanças nas
condições microclimáticas, principalmente temperatura e umidade (MCKINNEY, 2006).

Tais factores agem de diferentes formas e sob diferentes magnitudes, e as condições


intrínsecas de cada fragmento florestal (ex.: tamanho, forma, topografia, condições edáficas e
20

microclimáticas) exercem grande influência na estrutura e composição das comunidades


remanescentes (ALVEY, 2006; MCKINNEY; 2008). Os fragmentos florestais urbanos estão
sujeitos a impactos antrópicos frequentes e tendem a apresentar estrutura tipicamente
secundária, com fortes impedimentos para a progressão da sucessão florestal, o que promove
uma gradativa homogeneização da biodiversidade em nível regional (MCKINNEY, 2006)

CAPITULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1. Abordagem metodológica


A pesquisa quantitativa é um método de pesquisa social que tem sua máxima na quantificação
dos dados, com intuito de solucionar um determinado problema por meio de análise estatística
e relações entre as variáveis. Ademais. A investigação quantitativa atua em níveis de realidade
e tem como objectivo trazer à luz dados, indicadores e tendências observáveis.
21

Consequentemente, pode-se afirmar que a pesquisa quantitativa se apropria dos fatos, da


essência, da constância dos acontecimentos, mas as variáveis são uma realidade nessa
investigação. (Lakatos, 2003, cit. em Marconi, 2000).

Entretanto para Zanella (2011). Diz que O quantitativo utiliza métodos oriundos das ciências
físicas, da matemática e da estatística. Caracterizando-se pela adoção de métodos dedutivos e
busca a objetividade, a validade e a confiabilidade‖. Portanto, a pesquisa quantitativa procura
traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las por meio de
recursos técnicos de estatística, lidando com fatos observáveis sistematicamente no objeto de
estudo.

Lakatos (2007) Ainda elucida Para um estudo quantitativo, o formato ajusta-se a padrões
facilmente identificados em artigos periódicos e estudos de pesquisa. A forma, em geral,
segue um modelo com introdução revisão de literatura, métodos, resultados e discussão.
Entretanto por meio da pesquisa investigativa, são trazidas algumas características, apoiando-
se, predominantemente, em dados estatísticos com intuito de: gerar medidas precisas e
confiáveis que permitam uma análise estatística; tentar garantir precisão de resultados; buscar
evitar erros de análise e interpretação. Alem disso o método quantitativo ajuda nos processos
analíticos que envolvem um conjunto de ferramentas estatísticos para medir, entender e
avaliação métrica dos dados. Estas ferramentas ajudam a produzir resultados tangíveis a partir
de dados obtidos a partir de experimentos, observações ou testes. O principal objetivo dos
métodos quantitativos é ajudar as organizações a tomar decisões informadas com base em
evidências, como prever resultados futuros, analisar tendências, entender padrões de
comportamento do consumidor e avaliar a relação entre diferentes variáveis.

3.2. Tipo de pesquisa


De acordo com Evêncio, (2019) A Pesquisa descritiva é direccionada para responder alguma
dúvida ou questionamento como exemplo, “O que é isto?” Tendo como objectivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenómenos ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. Além disso as Pesquisas descritivas são estudos
que buscam descrever características de uma população ou fenómeno de forma sistemática e
detalhada.
22

Ainda na mesma linha de ideias, Lakatos et al., (2007 em Zanella, 2000), A utilização desse
tipo de pesquisa ocorrer quando a finalidade do estudo for descrever:

Fenómenos: Ela permite descrever fenómenos, eventos ou situações de forma objectiva,


fornecendo uma imagem clara e detalhada sobre o que está sendo estudado.

Identificar padrões e tendências: A pesquisa descritiva ajuda a identificar padrões, tendências


e relações entre variáveis, permitindo compreender melhor a dinâmica de um determinado
fenómenos;

Caracterizar a população: Ela ajuda a caracterizar uma população ou grupo específico,


fornecendo informações sobre suas características demográficas, sociais, comportamentais,
entre outras e

Fornecer dados para outras pesquisas: Os resultados obtidos em uma pesquisa descritiva
podem servir como base para estudos mais aprofundados, ajudando a direccionar novas
pesquisas e investigações.

Elas têm como objectivo principal fornecer uma representação precisa da realidade
investigada, sem interferir nela. As pesquisas descritivas costumam envolver a colecta e
análise de dados quantitativos e qualitativos para descrever variáveis e relações entre elas,
possibilitando a identificação de padrões, tendências e características específicas do objecto
de estudo. Esses estudos são fundamentais para a compreensão inicial de um problema ou
fenómenos, servindo como base para investigações mais aprofundadas e o desenvolvimento
de teorias.

3.3. Amostra
O estudo será realizado na floresta da Serra da Gorongosa, com foco na avaliação do
potencial dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) para a restauração da biodiversidade.

A região da Serra da Gorongosa é de extrema importância para a conservação da


biodiversidade, e os SAFs têm sido apontados como uma prática sustentável para promover a
recuperação de áreas degradadas. Para garantir a representatividade da pesquisa, será adotada
uma amostragem por cluster, abrangendo 40% da área de estudo. A intensidade amostral será
de 0,5%, o que significa que cada cluster selecionado representará essa percentagem da área
total da floresta da Serra da Gorongosa. A escolha desse método de amostragem permitirá
23

obter resultados significativos e aplicáveis à realidade da região, contribuindo para o


desenvolvimento de estratégias eficazes de conservação e restauração da biodiversidade.

3.4. Técnicas de colecta de dados


Zanella, (2013). Técnicas de coleta de dados são métodos específicos utilizados para reunir
informações relevantes em uma pesquisa, estudo ou análise. Essas técnicas são escolhidas
com base nos objetivos da pesquisa, na natureza dos dados a serem coletados e nas
características da população ou do fenômeno estudado. Algumas das técnicas de coleta de
dados mais comuns incluem entrevistas, questionários, observação, análise de documentos,
grupos focais, diários ou registros, e testes e medidas. Cada técnica tem suas próprias
vantagens e limitações, e a escolha da técnica adequada depende dos objetivos e do contexto
da pesquisa.

3.4.1. Observação
Segundo Evêncio, (2019). A observação pode ser definida como um método de coleta de
dados no qual o pesquisador observa e registra eventos ou comportamentos de interesse sem
interferir no cenário observado. Essa técnica pode ser utilizada para obter informações
detalhadas sobre interações sociais, comportamentos humanos, dinâmicas de grupo, entre
outros aspectos que não podem ser facilmente capturados por outros métodos, como
questionários ou entrevistas. Isto é a observação como técnica de colecta de dados é uma
ferramenta importante em pesquisa, permitindo ao pesquisador obter informações de forma
directa e contextualizada sobre o objecto de estudo.

3.4.2. Pesquisa bibliográfica


A pesquisa bibliográfica é uma técnica de colecta de dados que envolve a busca, selecção e
análise de informações disponíveis em fontes bibliográficas, como livros, artigos científicos,
teses, dissertações e outros documentos. Essa técnica é utilizada para obter uma visão geral
sobre um determinado tema, identificar lacunas no conhecimento existente, embasar teorias e
argumentos, e fundamentar a pesquisa em evidências já consolidadas. (Lakatos & Evêncio,
2001; Zanella, 2013, cit. em Alves, 2011).

Para Alves (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,


constituído principalmente de livros e artigos científicos.
24

Entretanto Lakatos e Zanella (2007), a pesquisa bibliográfica é o levantamento, a recuperação


e a análise de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações
avulsas e imprensa escrita.

Segundo Lakatos (2016), a pesquisa bibliográfica é o levantamento e a análise da produção já


existente sobre determinado assunto ou tema. Isto é pesquisa bibliográfica como um processo
de investigação que se baseia em fontes já existentes, diferenciando-se de outras técnicas de
coleta de dados que envolvem a geração de novos dados por meio de observação,
experimentação ou entrevistas.

3.4.3. Pesquisa documental


Para Lakatos (2000, cit. em Alves, 2015), refere que:

A pesquisa documental é uma técnica de coleta de dados que envolve a análise de documentos
originais, sejam eles escritos, visuais, sonoros ou audiovisuais, com o objetivo de obter
informações sobre um determinado tema, período ou contexto histórico. Essa técnica é
amplamente utilizada em diversas áreas do conhecimento, como história, ciências sociais,
direito, entre outras. A pesquisa documental é a que se utiliza de materiais que não receberam
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetivos da pesquisa.

Segundo Lakatos e Marconi (2007), a pesquisa documental é realizada a partir de


documentos, escritos ou não, constituídos por materiais que ainda não receberam análise,
estudo ou tratamento. O levantamento e análise de documentos, como relatórios, registros,
estatísticas, normas técnicas, entre outros, que possam servir como fonte de informação. A
pesquisa documental como uma técnica que se baseia na análise de documentos originais, sem
a necessidade de tratamento prévio ou análise anterior por parte do pesquisador. Os
documentos podem incluir registros históricos, relatórios, cartas, diários, fotografias, filmes,
entre outros, e são utilizados como fontes primárias de informação para a pesquisa.

3.4.4. Método cartográfico


A utilização do método cartográfico será fundamental para a pesquisa sobre o potencial dos
Sistemas Agroflorestais (SAFs) na restauração da biodiversidade na floresta da Serra da
Gorongosa. Este método permitirá a produção de dados cartográficos dos distritos da região,
25

incluindo a Serra da Gorongosa e áreas circunvizinhas, proporcionando um conhecimento


detalhado da área de estudo. A partir do método cartográfico, será elaborado um mapa de
localização geográfica da floresta da Serra da Gorongosa, o que facilitará a identificação
precisa das áreas de interesse para a pesquisa. Além disso, o método permitirá a coleta de
dados a partir de imagens de satélite correspondentes ao intervalo previsto, as quais serão
utilizadas para a classificação do uso e cobertura do solo na região. A análise das imagens de
satélite também auxiliará na modelagem da erosão hídrica, possibilitando uma avaliação mais
precisa dos impactos ambientais e da eficácia dos SAFs na redução da erosão e na restauração
da biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa. Assim, o método cartográfico
desempenhará um papel crucial na obtenção de dados e informações essenciais para o
desenvolvimento e implementação dos SAFs como estratégia de conservação e restauração
ambiental na região.

3.4.5. Levantamento de dados no campo


No presente estudo, o trabalho de campo será realizado ao longo de duas a três meses, com o
objectivo de validar as classes de uso e cobertura do solo identificadas previamente, bem
como auxiliar na colecta de informações que contribuirão para a identificação e análise da
situação mais próxima da realidade da área de estudo. Durante o trabalho de campo, serão
realizadas diversas atividades, como a identificação de espécies vegetais presentes na área
Além disso, será realizada a observação directa de processos ecológicos e interacções entre
espécies, a fim de compreender melhor a dinâmica ambiental da região. O trabalho de campo
também incluirá a interacção com a comunidade local, o que permitirá obter informações
importantes sobre práticas agrícolas tradicionais, percepções ambientais e outros aspectos
relevantes para o estudo. Essas informações serão essenciais para a elaboração de
recomendações e estratégias eficazes para a implementação de Sistemas Agroflorestais como
uma ferramenta para a restauração da biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa.

3.5. Modelo de tratamento de dados


Para a análise dos dados no presente estudo sobre o potencial dos Sistemas Agroflorestais
(SAFs) para a restauração da biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa, serão
utilizados os seguintes recursos: Microsoft Excel: O pacote estatístico Microsoft Excel será
utilizado para a produção de tabelas e gráficos que permitirão visualizar e analisar os dados
colectados durante o trabalho de campo e a análise dos dados obtidos por meio de imagens de
26

satélite. O Excel facilitará a organização e a interpretação dos dados, contribuindo para a


elaboração de resultados claros e objectivos. E o Software ArcGIS: O Software ArcGIS será
utilizado para a modelagem dos cenários relacionados com a restauração da biodiversidade na
floresta da Serra da Gorongosa. Essas ferramentas serão fundamentais para o tratamento e
análise dos dados colectados, contribuindo para a produção de resultados robustos e
embasados cientificamente, que poderão orientar a implementação de políticas e práticas de
conservação e restauração da biodiversidade na floresta da Serra da Gorongosa

3.6. Ética de pesquisa


O presente estudo obedecera todos procedimentos éticos recomendados em qualquer pesquisa.
Portanto serão obedecidos diversos aspectos de conduta ética, ou seja serão respeitados todos
os critérios de confidencialidade e codificação dos dados dos participantes da pesquisa.

3.7. Limitações
 Difícil acesso algumas informações de nível central e
 Receio em fornecer informação por desconhecer o uso dos dados e destino final do
estudo.

5. CRONOGRAMA
A previsão do tempo necessário para a realização da pesquisa será baseada nas atividades a
serem cumpridas, seguindo os critérios de tempo estabelecidos por cada Actividade. Esses
critérios incluirão a análise do escopo do projeto, a definição das etapas metodológicas, a
revisão da literatura, a coleta e análise de dados, a redação do trabalho e a revisão final. Cada
uma dessas atividades será planejada com base na complexidade, no tempo estimado para sua
conclusão e na disponibilidade de recursos. É fundamental que a previsão do tempo leve em
consideração a possibilidade de imprevistos e ajustes ao longo do processo de pesquisa.

Tabela 1: Descrição do cronograma das actividades

Meses

Actividades Previstas Fev. Março Abril Maio Junho Julho


Elaboração do projecto de pesquisa
Encontro com o supervisor
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Revisão da bibliografia
Recolha e selecção de dados
Análise e interpretação dos dados
Elaboração da monografia
Entrega da monografia ao supervisor
Revisão e correcção final da
monografia
Entrega da monografia final
Apresentação do trabalho
Fonte: Autora, 2024.

6. ORÇAMENTO
Em geral, monografias, dissertações e teses académicas não incluem a explicitação dos
recursos financeiros necessários. A discussão sobre recursos financeiros ocorre quando o
projecto é submetido a uma instituição financiadora de projectos de pesquisa. Os recursos
financeiros podem ser categorizados em Material Permanente, Material de Consumo e
Pessoal, sendo a divisão determinada pelos critérios de cada pesquisador ou pelas exigências
da instituição receptora do projecto.

Tabela 2: Descrição do orçamento previsto para o projecto

Nº DESIGNAÇÃO DO QUANTIDADE PREÇO VALOR TOTAL


MATERIAL UNITÁRIO
1 Ferramentas Agrícolas 11 1200,00Mt 1200,00Mt
2 Material de Irrigação 13 37,455,00Mt 37,455,00Mt
3 Material para Controle 14 55,379.4,00Mt 55,379.4,00Mt
de Erosão
4 Bloco de notas 1 200,00Mt 70,00Mt
5 Esferográficas ………………. 1000,00Mt 1000,00Mt
Alimentação ……………… ……………. …………
Alojamento ……………… ……………. …………
6 Flash 4GB 1 600,00Mt 600,00Mt
8 Impressão ……………. ………………. 3.300,00Mt
TOTAL 125,904.40,00Mt
Fonte: Autora, 2024
28

7. Bibliografia
CAMARGO, G. M.(2019). Sistemas agroflorestais biodiversos: uma alternativa para
pequenas propriedades rurais. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v.
15, n. 1, p. 34-46.

MAYER, T. S. (2019). Sistemas agroflorestais biodiversos: alternativa viável para


recuperação de passivos ambientais. 80 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Geral-
Bioprospecção). Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS.

ALENCAR, A. (2018). Arranjos de sistemas agroflorestais biodiversos para recuperação de


áreas de reserva legal. Dissertação.

ALVES, J. C.(2001). Sistemas agroflorestais biodiversos: segurança alimentar e bem-estar


às famílias agricultoras. Revista GeoPantanal.

MCKINNEY, M. (2009). Effects of urbanization on species richness: a review of plants and


animals. Urban

Ecosystems. (2008). New York, v. 11, n. 1, p. 161-176.

ALVEY, A. (2001). Promoting and preserving biodiversity in the urban forest. Urban
Forestry & Urban.

ZANELLA, L. (2006). Greening, Amsterdam. Metodologia de pesquisa. 2. ed. rev. atual.


Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC.

LAKATOS, E. (2003). Fundamentos de metodologia. científica. 5. ed. São Paulo: Atlas.

EVÊNCIO, K (2019). Dos Tipos de Conhecimento às Pesquisas Qualitativasem Educação; Id


on Line Rev.

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