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Mangal
Quelimane
2022
Teresa Ribeiro Sul Artur
Mangal
Dra. Manuela
Quelimane
2022
Índice
1.Introdução.................................................................................................................................................4
1.1. Objectivos.............................................................................................................................................4
1.1.2 Geral...................................................................................................................................................4
1.1.3. Específicos.........................................................................................................................................4
1. 3.Conceitos..............................................................................................................................................5
1.3.1.Mangal...............................................................................................................................................5
1.5.1.Principais Ameaças.............................................................................................................................8
1.6.Importância.........................................................................................................................................10
2.Conclusão...............................................................................................................................................12
3.Bibliografia.............................................................................................................................................13
1.Introdução
Em quase todo o mundo, as florestas de mangais têm sido simplesmente explorados não tendo
em consideração a gestão sustentável deste ecossistema. As grandes concentrações
populacionais ao longo da costa e o desenvolvimento de diferentes actividades
socioeconómicos, têm originado uma grande pressão sobre os mangais, e os impactos
provenientes da acção do homem na zona costeira resultante de um problema de destruição
dos mangais, desflorestamento, redução e a alteração da biodiversidade biológica.
1.1. Objectivos
1.1.2 Geral
Compreender a biodiversidade do Mangal.
1.1.3. Específicos
Caracterizar as espécies existentes no Mangal;
Identificar a localização dos mangais;
Mostrar as medidas prevenção e conservação dos mangais.
1.1.4. Metodologias
O presente trabalho, foi efectuado tendo como base: levantamento bibliográfico, e Pesquisa
pela Internet, com intuito de pesquisar fontes de informação sobre o tema em estudo e
aprofundar um problema de pesquisa, considerando o conhecimento dos trabalhos já feitos
por outros.
1. 3.Conceitos
1.3.1.Mangal
De acordo com (Semesi e Howell, 1992). citado por Baia (2004) o mangal é uma comunidade
vegetal que coloniza as lagoas costeiras, os estuários e as depressões dos deltas. São
comunidades adaptadas as condições elevadas salinidade e por isso podem substituir
submersas em águas marinhas. As árvores de mangal são apenas um dos componentes do
complexo ecossistémico do mangal que inclui: corpos associados a água e solos bem como
uma variedade de outras plantas, animais e microorganismo. O ecossistema dos mangais
contribui para protecção das áreas costeiras contra a erosão e intrusão salina. Os mangais são
elementos estabilizadores e protectores da linha da costa e contribuem para a formação dos
solos: com a deposição e captura de sedimentos aluviais na franja dos mangais, criam-se
condições ecológicas que permitem o avanço de solos do continente em direcção ao mar.
Segundo Baia, (1998), citado por Luís (2011), as florestas de mangal encontram-se em áreas
relativamente protegidas, entre o continente e o mar, onde a energia das ondas do mar é
reduzida. Os mangais desenvolvem-se melhor em áreas expostas a um abastecimento
contínuo em água doce, como as regiões de elevada pluviosidade, infiltração de água doce e
nos deltas dos rios O mangal crescem na área entre os níveis da maré média alta e zoneamento
das espécies, esta relacionado com a duração da inundação pela maré, uma vez que a
capacidade de resposta aos níveis de salinidade vária de espécie para espécie.
Para UNESCO (1994), a maioria das árvores do mangal possui folhas finas com adaptação
epidérmicas que reduzem a perca de água.
Semesi e Howell (1992), citado por Baia (2004) refere que as suas árvores podem ser usadas
para extracção da tatina (corante), como plantas medicinais, assim como para produção de
mel. O ecossistema do mangal é, ou pode ser destruído para seu uso para agricultura,
piscicultura e fabrico de sal e por outras formas de uso que não permitem sua regeneração.
Os mangais são florestas que crescem na área entre-marés nas zonas tropical e sub-tropical,
ocupando costas abrigadas e lugares com pouca influência da energia das marés. Estas plantas
possuem uma série de adaptações que lhes permitem viver em ambientes com larga variação
de níveis de maré e de salinidade e em solos instáveis e anaeróbios, sendo por isso uma
vegetação muito característica.
A área global de mangais foi estimada em 13 776 000 ha, sendo a Ásia o continente que
possui a maior área. Moçambique possui a segunda maior área de mangal no continente
Africano, e a maior na região oriental de Africa, com uma cobertura estimada em pouco mais
de 300 000 há, variando entre 290 000 e 368 000 há de acordo com os diferentes estudos. A
costa centro possui a área mais extensiva, seguida da costa norte e por fim a região sul.
Os mangais são contudo, habitat para muito mais espécies, como mamíferos, aves, peixes
(muitos de elevado valor comercial), insectos e répteis (Bingham, 2001).
1.4.2.Diversidade Biológica dos Mangais
Informações sobre o número total de espécies do mangal são variadas. O Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) apresenta um mapa que sugere que o número
de espécies de mangal pode ir até 47, entretanto, a maioria das regiões tem menos de 12
espécies.
Mandal (2008), referem que as estimativas do número de espécies consideradas como mangal
varia entre 48 a 90. Outras fontes de informação referem um número maior, até um total de
110 espécies de árvores identificadas nas florestas de mangal a nível global. Entretanto a
maioria destas espécies não são exclusivas de mangal e podem ser encontradas fora deste
ecossistema.
Avicenniamarina
Ceriopstagal
Sonneratiaalba
Rhizophoramucronata
Bruguieragymnorrhiza
Lumnitzeraracemosa
Heritieralittoralis
Pemphisacidula
Apesar da maioria dos estudos reportarem a diversidade dos mangais com base nas espécies
de árvores, é importante referir que a maior diversidade biológica dos mangais deriva de
outras espécies não arbóreas que se encontram no mangal o seu habitat preferido, incluindo
outras plantas aquáticas, crustáceos, moluscos, insectos, mamíferos e pássaros.
1.5.1.Principais Ameaças
Os mangais são sistemas globalmente ameaçados, sobretudo por formas de uso não
sustentável. O mangal é um ecossistema sensível aos distúrbios, particularmente às alterações
da hidrologia, às características do substrato e à poluição por óleos e outros componentes de
petróleos.
As principais ameaças globais incluem a aquacultura, a conversão para outras formas de uso
de terra (ex.: salinas, cultivo de óleo de palma), expansão urbana, poluição e desmatamento
para obtenção de lenha e madeira.
Nos países em desenvolvimento, a degradação dos mangais está intimamente ligada à
dependência das comunidades costeiras pelos recursos naturais.
Nas zonas remotas e de baixa densidade populacional onde o consumo doméstico de recursos
madeireiros é a forma predominante de uso, os impactos podem ser menos pronunciados
(Macamo et al., 2015), enquanto nas zonas urbanas e suas periferias podem ser identificadas
outras formas de ameaça.
A importância dos mangais como áreas de reprodução de pescado é bastante reconhecida e foi
referida anteriormente. Apesar de não haver referências específicas da relação entre o mangal
e a quantidade de pescado em Moçambique, reconhece-se que o mangal e os estuários do
Delta do Rio Zambeze são locais importantes para a reprodução de recursos pesqueiros.
MITADER (2015) faz referência a uma estimativa de 750-16 750 U$D/ha por ano, o valor de
mercado da pesca suportada por mangais. O Delta do Zambeze é parte do Banco de Sofala, a
principal área de pesca do país, com mais de 80% da frota pesqueira nacional, mais de 25% da
população de pescadores artesanais e com elevada contribuição no PIB através da exportação
do camarão. Segundo Kathiresan (2000), grande parte do serviço ecológico desempenhado
pelo mangal está ligada a protecção da costa em relação a radiação UV-B, efeito de estufa e
fúria dos ciclones, inundações, elevação do nível do mar, acção das ondas e erosão costeira.
Os pântanos do mangal funcionam, portanto como armadilhas de sedimentos. O sistema
radicular das plantas mantém o substrato firme contribuindo por isso para uma estabilidade
duradoura da costa. O ecossistema providencia por outro lado alimentação e constitui viveiro
de peixes e mariscos e muitas vezes encoraja e atrai outros tipos de animais. Segundo MICOA
(2006), Citado por Luís (2011), o mangal fornece muitos serviços e produtos as comunidades
costeiras. No entanto para Langa (2007), no litoral moçambicano são registadas cerca de 10
espécies de mangal. As espécies mais comuns são a Rizophora mucronata, Bruguiera
gymnorrhiza, Avicennia marina, Ceriops tagal, Sonneratia alba e a Xilocarpus granatul.
MICOA (2009), citado por Luís (2011) refere que Moçambique, com cerca de 400 000 ha de
mangal tem a maior floresta de mangal na África Oriental. Ao sul do rio Save mangais
ocorrem extensivamente no estuário Morrumbene, baia de Inhambane, Baía de Maputo e
Inhaca. As maiores florestas de mangal ocorrem no centro do país, principalmente devido as
descargas de água doce considerável de cerca de 18 rios incluindo os deltas do Zambeze,
Pungue, Save e Buzi. Saket e Matusse (1994) referem a não existência dum consenso quanto a
área total do mangal em Moçambique. Segundo União Internacional Para a Conservação da
Natureza (IUCN,2006) estimou em 850 Km² e três anos mais tarde Segundo o relatório do
inventário florestal o mangal ocupava uma extensão de 4550 Km². Desta forma, sendo que
não existe um consenso sobre a área total do mangal, deve haver um estudo mais profundo de
modo a achar-se a área total do mangal em Moçambique.
Vaiphasa (2006), argumenta que o mangal constitui um dos mais importantes ecossistemas
costeiros e que estão ameaçados pela expansão dos assentamentos humanos, a explosão da
aquacultura comercial bem como o impacto das marés e tempestades, etc. por isso há cada vez
mais um aumento da procura de mapas detalhados dos mangais com finalidade de medir sua
extensão e avaliar o seu declínio.
Parte da área do mangal, foi convertida para espaço urbano, para o assentamento humano,
facto muito preocupante, pois, se o ritmo da construção de infra-estruturas nas áreas do
mangal continuam sendo o mesmo, existe um risco do desaparecimento do mesmo nos
próximos anos.
2.Conclusão
De acordo com o estudo predominam três causas que levam a população local a degradar o
mangal: o desemprego a pobreza e a pressão demográfica. O ecossistema mangal tem a ver
com enúmeras preocupações que a população apresenta, a falta de emprego o que
consequentemente leva a pobreza. Mojane (1996), refere que a pobreza implica uma forte
dependência dos recursos naturais a qual esta ligada a sobrevivência das pessoas. A isto alia
se a elevadas taxas de crescimento e concentração populacional, conduzindo a índices de
degradação preocupante dos recursos” O desemprego que afecta a população leva nos a
concluir que o ecossistema mangal esta sofrendo uma forte pressão, uma vez que o mangal é o
foco das pessoas onde usam os paus de mangal como combustível lenhoso, bem como para a
construção de barcos de pesca. Por tanto o mangal e o recurso capital para a vida das pessoas
desempregadas, onde elas recorrem para resolver as necessidades básicas para a sua
sobrevivência. A destruição do mangal além de diminuir os seus potenciais produtos e
serviços tem um impacto nos processos ecológicos a eles inerentes. Por exemplo a sua
destruição provoca ruptura na cadeia alimentar o que pode originar uma maior pressão sobre a
microflora bética, sobre os diferentes tipos de fauna que deles dependem e ter efeitos directos
e indirectos nos ecossistemas imediatos.
3.Bibliografia
Baia, A.H.M. (2004). A exploração dos ecossistemas dos mangais enquanto a apropriação do
espaço na cidade de Angoche. Nampula.
Bandeira S. (2007) Mozambique Plant Red Data List. In: JS. Golding (ed.) Southern African
Plant red Data Lists. Pretoria.
MITADER (2015) Estratégia e plano de acção nacional para a restauração de mangal 2015-
2020.