Universidade de Pernambuco

Campus Mata Norte

Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas

Relatório Final de Atividades do Bolsista

Edital PIBIC-EM-CNPq-UPE-2019/20

Fauna planctônica bioindicadora em ambientes aquáticos das Regiões da Mata e

Agreste de Pernambuco: Estado da arte-parte 2

Aluno: Rafael Farias Vanderlei Pinto Filho

Orientadora: Prof. Dra. Viviane Lúcia dos Santos Almeida de Melo

Programa: ( ) PIBIC ( ) PFA IC ( x ) PIBIC - EM ( ) PIBITI

Categoria: ( x ) Projeto aprovado com bolsa ( ) Projeto recomendado (sem bolsa)
 Sumário

Resumo..............................................................3
Introdução.........................................................4
Objetivos...........................................................5
Metodologia.......................................................6
Resultados e Discussão......................................7
Resultados e Discussão......................................8
Considerações Finais..........................................9
Referências Bibliográficas................................10
Dificuldades Encontradas Pelo Estudante........11

Resumo
 O objetivo do presente plano de trabalho é realizar um inventário sobre os organismos
bioindicadores zooplanctônicos dos ecossistemas continentais das Regiões da Mata e Agreste
do estado de Pernambuco, Brasil. Para realização do inventário dos animais planctônicos de
ecossistemas continentais das Regiões da Mata e Agreste do estado de Pernambuco, Brasil, foi
realizada uma análise bibliográfica a partir da literatura disponível, tanto artigos em periódicos
como outros trabalhos, principalmente monografias de conclusão de curso e trabalhos
divulgados em eventos científicos, todos os dados tirados das análises foram organizados em
uma planilha para mais fácil visualização. Se fez notória a prevalência de rotifera nos
ambientes analisados, indicando um estado trófico elevado, causado por ação antrópica e
também por algumas condições naturais como a presença de algumas macrófitas aquáticas.
Também foi possível observar que nos Crustacea houve uma predominância do estágio de
Náuplio sobre os indíviduos adultos.

PALAVRAS-CHAVE: Cladocera, Copepoda, Qualidade da água, Rotifera,

Zooplâncton.
Introdução:
A rede alimentar em águas doces é formada, basicamente, pelos organismos
produtores (fitoplâncton e macrófitas), microconsumidores (zooplâncton) e macroconsumidores
(os peixes), além das bactérias e dos fungos (OVERBECK, 2000). O plâncton engloba os
animais e vegetais que não possuem movimentos próprios suficientemente fortes para vencer
as correntes que possam atuar na coluna d’água, sendo a porção animal denominada
zooplâncton, enquanto a porção vegetal é o fitoplâncton, podendo ser encontrados ainda
bactérias (bacterioplâncton), protozoários (protozooplâncton) e ovos e larvas de peixes
(ictioplâncton) (ALMEIDA et al., 2010).

O zooplâncton tem um importante papel na reciclagem e transferência de energia

dentro das cadeias alimentares aquáticas, por exibirem ampla diversidade alimentar, podendo
ser planctófagos, bacteriófagos, detritívoros e predadores raptoriais (NEUMANN-LEITÃO,
1981). Segundo Pessoa & Klein (1999), o plâncton é o alimento básico de quase todos os
organismos aquáticos, principalmente nos primeiros dias do seu ciclo de vida, onde se verifica
o maior índice de mortalidade.

Os organismos zooplanctônicos exibem grande sensibilidade ambiental e respondem a

diversos tipos de impactos, tanto pela alteração na quantidade de organismos como na
composição e diversidade da comunidade (Coelho-Botelho, 2003). Muitos pesquisadores têm
utilizado esses organismos como indicadores do estado de trofia em ecossistemas límnicos
tropicais (Branco et al., 2002).

A qualidade ambiental de um corpo d’água é importante para o equilíbrio de sua biota,

além de sofrer efeitos diretos e indiretos desta (Curry-Lindahl, 1972). Os organismos que
formam as comunidades biológicas de ecossistemas aquáticos apresentam adaptações
evolutivas a determinadas condições ambientais, exibindo limites de tolerância a diferentes
alterações das mesmas. Dessa forma, estes refletem a integridade ecológica dos sistemas
(Goulart e Callisto, 2003), servindo eficientemente como indicadores biológicos da saúde dos
corpos hídricos.

A grande diversidade de corpos d’água do estado de Pernambuco e a importância

destes para a população que vive em seu entorno, em seus diversos usos, tanto positivos (tais
como abastecimento doméstico, pesca e lazer) como negativos (despejo de esgotos sanitários
tratados e não tradados) tornam-se aspectos favoráveis ao desenvolvimento de estudos
bioecológicos e projetos de avaliação da qualidade da água nesses ambientes.

Nesse contexto, torna-se de relevante importância o estudo do zooplâncton, a fim de

utilizá-lo como ferramenta de avaliação da qualidade ambiental da água nos corpos d’água a
serem estudados, para utilização em trabalhos de gestão e monitoramento desses recursos
hídricos tão essenciais.
OBJETIVOS

Objetivo Geral

O objetivo do plano atual de trabalho é realizar um inventário sobre os

organismos bioindicadores zooplanctônicos dos ecossistemas continentais das Regiões
da Mata e Agreste do estado de Pernambuco, Brasil.

Objetivos Específicos

 Realizar um inventário da comunidade de Rotifera e Crustacea planctônicos

bioindicadores, selecionando os organismos até o menor nível taxonômico
possível;
 Realizar um registro fotográfico dos principais organismos selecionados.
 Classificar a qualidade da água nos ambientes estudados, a partir dos animais
bioindicadores planctônicos;
 Transmitir os conhecimentos acerca da importância dos bioindicadores aquáticos
para estudantes do ensino fundamental e médio do Colégio de Aplicação
Professor Chaves;
 Divulgar resultados encontrados em evento científico.
 METODOLOGIA
No segundo semestre de 2019 foi realizado um treinamento inicial no
Laboratório de Zoologia da UPE Campus Mata Norte, no qual a orientadora forneceu
instruções sobre o projeto, fez uma apresentação do tema estudado e também foi
realizada observação dos organismos zooplanctônicos no microscópio. Além disso, foi
iniciada uma revisão bibliográfica de textos específicos sobre o tema zooplâncton para
uma melhor apropriação do assunto.

Ainda no segundo semestre de 2019, houve participação em exposição de um

projeto de extensão sobre zooplâncton, coordenado pela professora orientadora, no
evento Semana Universitária da UPE 2019. Nesta ocasião, foi desenvolvida monitoria
em estande de divulgação, em conjunto com estagiários de graduação.

No primeiro semestre de 2020, o desenvolvimento do projeto foi prejudicado

pela Pandemia de Coronavírus, quando as atividades presenciais de orientação junto á
professora foram substituídas por contato remoto a partir de videoconferências, para
melhor esclarecimento de dúvidas e readequação da metodologia à nova situação. Desta
forma, foram realizadas análises bibliográficas, essencialmente de trabalhos de
conclusão de curso, para análise dos dados relativos aos bioindicadores, a partir da
elaboração de uma planilha de análise do Microsoft Excel. Os resultados desta revisão
bibliográfica são apresentados nos resultados deste relatório.

Autor(es) Ano Título

Ítallo Márcio Teixeira
Diversidade dos Crustacea planctônicos em curtos intervalos de
tempo em um reservatório de abastecimento da Região da Mata
2019 Norte, Pernambuco, Brasil Nazaré da Mata
Distribuição espacial dos microcrustáceos em um lago natural raso da
região da mata norte, Pernambuco, Brasil

Weslley Albino da Silva 2019

Diversidade dos Rotífera planctônicos e seu uso para avaliação da
qualidade de um lago natural raso da região da mata norte,
Pernambuco, Brasil
Rafael Luiz do Nascimento 2019

Figura 1. Planilha utilizada para organização de elementos analisados de

trabalhos realizados na Zona da Mata Pernambuco
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Alguns dos ambientes estudados (açudes, reservatório e represas) apresentaram um

grau considerável de eutrofização contribuindo para o crescimento de rotifera
sobretudo, em grande maioria proveniente de ações antrópicas, possivelmente de
poluição orgânica, todavia foi possível observar também que em meios naturais o grupo
rotifera também pode ser favorecido por influência de macrófitas aquáticas. Portanto, é
inegável que o estado trófico do ambiente influencia diretamente a fauna
zooplanctônica, fazendo dela um excelente meio de analisar a qualidade da água.

Espécies dominantes: Copepoda Thermocyclops decipiens (Kiefer, 1929)

(especialmente no estágio Náuplio), Rotifera Brachionus falcatus, Brachionus rubens
(Mohr & Adrian, 2000), Epiphanes macrourus (Barrois & Daday, 1894).

Figura 2. Thermocyclops decipiens (Kiefer, 1929)

Figura 3. Brachionus falcatus (Zacharias, 1898)

Figura 4. Brachionus rubens ( Mohr & Adrian, 2000)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

È possível perceber que na Zona da Mata e Agreste pernambucanos há uma presença

maior de rotifera, indicando um elevado estado trófico nessas águas, em geral por ações
antrópicas. Vale salientar que nos ambientes estudados houve uma predominância de
Crustacea no estágio náuplio se comparado aos adultos, com possibilidade de ser mais
um dos efeitos da poluição nas águas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA V. L. S; NASCIMENTO E.C: SILVA J.M; MOURA A.N. Fauna

Planctônica de um Reservatório Eutrófico do Estado de Pernambuco. MEDEIROS,
I.L.S; JÚNIOR M.M: Composição e Síntese dos Conhecimentos sobre o Zooplâncton
de Reservatórios de Pernambuco. SILVA W.A Distribuição Espacial dos
Microcrustáceos em um Lago Natural Raso da Região da Mata Norte Pernambuco,
Brasil. NASCIMENTO R.L Diversidade dos Rotifera Planctônicos e seu Uso para
Avaliação da Qualidade de um Lago Natural raso da Região da Mata Norte,
Pernambuco, Brasil. PESSÔA I.M.T.S Diversidade dos Crustacea Planctônicos em
curtos intervalos de tempo em um reservatório de abastecimento da Região da Mata
Norte, Pernambuco, Brasil.
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO ESTUDANTE

Principalmente a falta de encontros presenciais, em função da atual situação

pandêmica, pois possibilita um contato mais imediato e consequentemente uma
absorção maior de conteúdo.
ATIVIDADES RELEVANTES DESENVOLVIDAS PELO ESTUDANTE
DURANTE O PERÍODO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO