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DISCENTE: JOÃO HURST MACHADO NETO

DOCENTE: DR. JOIL JOSÉ CELINO

RELAÇÃO ENTRE A FAUNA DE FORAMINÍFEROS E


OS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA FOZ DO
RIO JEQUITINHONHA - BA, ATRAVÉS DE UMA
ÓTICA MULTIVARIADA

SALVADOR - BA, 2023


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………………….….…………..…………4
2. MATERIAIS E MÉTODOS…………………………………….……………..……….5
2.1. Local de Estudo…………………………………………………………………..5
2.2. Metodologia……………………………………………………………………….5
3. RESULTADOS…………………………………………………………….…..……….6
3.1. Canal - Período Chuvoso - Parâmetros Abióticos………….…………………6
3.2. Espécies de foraminíferos - Canal (Período Chuvoso).................................7
3.3. Tratamento estatístico descritivo para parâmetros abióticos e bióticos…….8
3.4. Análise de componentes principais para parâmetros abióticos e bióticos….9
4. CONCLUSÃO………………………………………………………………………….11
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……..………………………………….………11

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

1. Figura 1 - Mapa da área de estudo no Rio Jequitinhonha - BA, juntamente com os


pontos de coleta para canal e manguezal. Fonte: Adaptado de Queiroz e Oliveira
(2013) e Azevedo et al (2019)........................................................….……………….5
2. Figura 2 - Processo de amostragem da fauna dos foraminíferos…………………6
3. Tabela 1 - Parâmetros físico-químicos do canal no período chuvoso…………….7
4. Tabela 2 - Espécies de foraminíferos encontradas no canal em seu período
chuvoso……………………………………………………………………………………..7
5. Tabela 3 - Quantitativo de foraminíferos mortos e vivos no momento da coleta...8
6. Tabela 4 - Tratamento estatístico univariado para os parâmetros abióticos e
bióticos………………………………………………………………………………………8
7. Tabela 5 - Tratamento estatístico de correlação para os parâmetros abióticos e
bióticos……………………………………………………………………………………..10
8. Tabela 6 -Tabela de autovalores para definição das componentes principais…..10
9. Figura 3 - Gráfico de componentes principais para parâmetros abióticos e
bióticos……………………………………………………………………………………...11
RESUMO

As diferentes espécies de foraminíferos recebem influência da variabilidade de


fatores abióticos como temperatura, salinidade, carbono orgânico, natureza do
substrato, pH e energia das marés (Todd & Brönnimann 1957). Tais parâmetros, em
conjunto, determinam e controlam as espécies formando ambientes ecologicamente
diferentes; ou, separadamente, podem agir controlando a reprodução e a
mortalidade (Madeira-Falcetta 1974, Murray 1991). O presente estudo buscou trazer
essa correlação existente no canal da foz do Rio Jequitinhonha - BA, em seu
período chuvoso, a partir de uma ótica univariada e multivariada, obtendo-se
resultados que trazem as variáveis salinidade e fração granulométrica como fatores
que delimitam de maneira significativa a biota de foraminíferos. O quantitativo de
foraminíferos foi predominante nos pontos 1, 2 e 4, que são mais próximos do
ambiente marinho e, consequentemente, possuem valores mais altos para
salinidade, sendo majoritárias as espécies Haplophragmoides wilberti e
Trochammina inflata, que possuem carapaça aglutinante, possuindo maior
resistência a salinidades próximas de 0,5 ups. O fator principal para a existência de
foraminíferos vivos, é a fração granulométrica do tipo argila, característica de
ambientes de baixa energia, pois todas as espécies encontradas são bentônicas, ou
seja, possuem preferência por ambientes com menos intensidade hidrodinâmica.

ABSTRACT

The different species of foraminifera are influenced by the variability of abiotic factors
such as temperature, salinity, organic carbon, nature of the substrate, pH and tidal
energy (Todd & Brönnimann 1957). Such parameters, together, determine and
control the species forming ecologically different environments; or, separately, they
can act by controlling reproduction and mortality (Madeira-Falcetta 1974, Murray
1991). The present study sought to bring this existing correlation in the channel at
the mouth of the Jequitinhonha River - BA, in its rainy season, from a univariate and
multivariate perspective, obtaining results that bring the variables salinity and
granulometric fraction as factors that delimit in a way significant increase in the
foraminifera biota. The amount of foraminifera was predominant in points 1, 2 and 4,
which are closer to the marine environment and, consequently, have higher values
​for salinity, with the majority species Haplophragmoides wilberti and Trochammina
inflata, which have agglutinating carapace, having greater resistance at salinities
close to 0.5 ups. The main factor for the existence of living foraminifera is the
clay-like granulometric fraction, characteristic of low-energy environments, since all
species found are benthic, that is, they have a preference for environments with less
hydrodynamic intensity.
1. INTRODUÇÃO

A Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha possui uma área de aproximadamente


73.600 km², que preenche grande parte do nordeste do Estado de Minas Gerais,
além de um pequeno setor do sudeste do Estado da Bahia, onde o rio Jequitinhonha
deságua, próximo a cidade de Belmonte - BA (Bernal, 2009). Alguns trabalhos
realizados na Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha (Geotécnica 1994, IBGE
1997, Sokolonski et al. 1999, Santos 2004, ANA 2006), fornecem dados importantes
sobre os parâmetros físico-químicos da bacia e o aspecto cultural atrelado a tal
localidade, apresentando a constante exploração dos seus recursos naturais desde
o início da colonização no Brasil. Dentre os principais prejuízos ambientais
descritos, se destacam aqueles referentes às condições de assoreamento e alta
turbidez apresentados pelo rio.

Consoante esse contexto histórico presente na bacia, está a existência da biota de


foraminíferos, que são organismos protistas rizópodes, ou seja, utilizam
pseudópodes para a locomoção e captação de alimento (Petró, Sandro Monticelli,
2018), e têm um papel fundamental para a reconstrução paleoambiental,
bioestratigrafia e análise de variações climáticas por existirem em abundância e
serem extremamente sensíveis às variações climáticas (Batista et al, 2003).

As diferentes espécies de foraminíferos recebem influência da variabilidade de


fatores abióticos como temperatura, salinidade, carbono orgânico, natureza do
substrato, pH e energia das marés (Todd & Brönnimann 1957). Tais parâmetros, em
conjunto, determinam e controlam as espécies formando ambientes ecologicamente
diferentes; ou, separadamente, podem agir controlando a reprodução e a
mortalidade (Madeira-Falcetta 1974, Murray 1991). A transição do continente para o
mar de fauna aglutinante para fauna calcária é outra característica marcante das
associações de foraminíferos. Esta alteração faunística pode ser gradual, entretanto
geralmente ocorre de maneira abrupta (Nichols & Norton 1969).

O presente estudo teve como objetivo correlacionar parâmetros físico-químicos da


região onde o rio Jequitinhonha deságua, próximo a cidade de Belmonte - BA, no
canal em seu período chuvoso, com as preferências de habitat das diferentes
espécies de foraminíferos desse sistema estuarino, e posteriormente demonstrar tal
correlação através de uma ótica estatística dos dados coletados com o auxílio do
tratamento descritivo e correlacional.

4
2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Local de Estudo

O sistema estuarino em questão se localiza no Rio Jequitinhonha, setor sudeste do


Estado da Bahia (Figura 1), região que sofre influência do regime marítimo tropical,
com temperatura média de 23,5 C° e precipitação média anual variando de 1.000 a
1.800 mm, com chuvas no período de dezembro a março (RAUEN; MACHADO,
2010). O contexto histórico e atual do Jequitinhonha é caracterizado por atividades
humanas de desmatamento para fins agropastoris, de mineração e de garimpagem
têm causado prejuízos ambientais como o assoreamento das encostas
(GONÇALVES, 1997). Geologicamente, o local de estudo é formado por sedimentos
cenozóicos inconsolidados ou pouco consolidados, depositados em meio aquoso. É
considerado um ambiente misto (marinho/continental), com intercalações irregulares
de sedimentos arenosos, argilosos. (CARVALHO; RAMOS, 2010).

Figura 1 - Mapa da área de estudo no Rio Jequitinhonha - BA, juntamente com os pontos de coleta para canal e
manguezal. Fonte: Adaptado de Queiroz e Oliveira (2013) e Azevedo et al (2019).

2.2. Metodologia

A coleta do sedimento foi separada em duas campanhas, sendo período chuvoso


(25 a 27/11/2011) e seco (21 a 23/04/2012), e em duas regiões específicas do
sistema (canal e manguezal). No canal foram coletadas amostras em 10 pontos
para cada campanha, enquanto no manguezal foram utilizados 6 pontos de coleta
para cada campanha. As coletas no canal foram feitas com uma van Veen e no

5
manguezal utilizou-se a técnica manual. As amostras dos parâmetros
físico-químicos foram analisadas foram analisadas no Laboratório do Núcleo de
Estudos Ambientais - NEA e os métodos utilizados podem ser encontrados em
Celino et al (2014), Escobar et al (2014) e Cruz (2012), enquanto que as amostras
da biota de foraminíferos foram fixadas no corante Rosa de Bengala e em
laboratório colocadas em estufa a 60 C° para secagem, e posteriormente
submetidas à flotação com tricloroetileno para separação das carapaças do
sedimento, sendo então triadas e colocadas em lâminas para microfósseis. A
análise estatística foi feita para o canal no período chuvoso e está separada entre
descritiva, analisando tratamentos estatísticos como mínimo, máximo, variância,
mediana, percentis, assimetria e curtose, visando apresentar uma ótica univariada
dos dados, e correlacionais, com o intuito de comprovar as relações entre os
foraminíferos e os aspectos físico-químicos presentes, a partir de uma ótica
multivariada, pelo programa Past3, versão 1.0.0.0, auxiliada pela análise de
componentes principais.

Figura 2 - Processo de amostragem da fauna dos foraminíferos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. Canal - Período Chuvoso - Parâmetros Abióticos

Como apresentado na Tabela 1, a temperatura varia muito pouco, de 25,7 °C a 27


°C, e nos dados de salinidade foram obtidos valores inferiores a 0,5 dos pontos 2 ao
4 (período chuvoso - nov/2011), valores propícios para baixa diversidade de
foraminíferos (Sen Gupta, 1999), enquanto que valores de salinidade superior a 0,5

6
e inferior a 30,0 foram registrados apenas no ponto 1 - estação chuvosa, sendo
valores condizentes para a predominância de espécies aglutinantes. Para o restante
dos pontos, foram obtidos valores de 0,0 ups. O ambiente apresentou-se levemente
oxigenado e o pH do sedimento estava ligeiramente ácido a neutro, com um
aumento gradativo em direção à foz, fato esse que está correlacionado com a
localização mais próxima do ambiente marinho, ademais, os valores obtidos estão
dentro da faixa ideal para a existência dos foraminíferos. Nota-se a presença de um
ambiente redutor, em virtude dos valores negativos para Eh, com exceção do ponto
10, caracterizado como um subambiente oxidante. Por fim, a fração granulométrica
predominante no ambiente é a areia fina.

Temp O.D. Areia Areia Areia muito


Ponto (ºc) Sal (mg/L-1) pH Eh (mV) grossa fina fina Silte Argila
JEQ01 25,7 0,7 15,1 7,3 -70 13,139 0,252 35,201 50,958 0,451
JEQ02 25,8 0,3 17,4 7,2 -60 26,818 0,037 23,352 48,93 0,864
JEQ03 26 0,1 14,4 7,1 -27 13,73 76,69 6,34 3,24 0
JEQ04 25,8 0,2 15,6 7,9 -31 51,583 42,199 3,569 2,644 0,005
JEQ05 26,2 0 13,5 7,4 -39 1,927 0,363 40,604 56,674 0,432
JEQ06 26,7 0 16,1 7,3 -65 55,875 37,411 4,835 1,878 0
JEQ07 27 0 18,3 6,5 -32 7,399 80,695 8,182 3,724 0
JEQ08 26,5 0 15,4 7 -7 21,233 64,121 9,316 5,262 0,067
JEQ09 26,9 0 13,9 6,9 -10 37,696 51,744 5,545 5,002 0,012
JEQ010 26,7 0 16,2 8 18 22,1 21,267 24,167 32,215 0,012

Tabela 1 - Parâmetros físico-químicos do canal no período chuvoso.

3.2. Espécies de foraminíferos - Canal (Período Chuvoso)

Como apresentado na Tabela 2, foram encontradas 6 espécies no canal (período


chuvoso) do Rio Jequitinhonha: Ammonia beccarii (52), Ammonia parkinsoniana
(13), Elphidium sogrum (36), Haplophragmoides wilberti (64), Quinqueloculina fusca
(12) e Trochammina inflata (104). Na Tabela 3, nota-se o quantitativo de
foraminíferos mortos e vivos no momento da coleta.

Am.
Pontos Am.bec. Elp. Sog. Hap. Wil. Qui. Fus. Troc. Inf.
Park.
JEQ01.C.c 47 35 64 2 103
JEQ02.C.c 2 4
JEQ03.C.c
JEQ04.C.c 4 1
JEQ05.C.c 2 1 9 1
JEQ06.C.c 1 3
JEQ07.C.c 2

7
JEQ08.C.c
JEQ09.C.c
JEQ10.C.c

Tabela 2 - Espécies de foraminíferos encontradas no canal em seu período chuvoso.

Ponto Foraminíferos mortos Foraminíferos vivos


JEQ01 96,0 4,0
JEQ02 66,7 33,3
JEQ03 0,0 0,0
JEQ04 80,0 20,0
JEQ05 92,3 7,7
JEQ06 100,0 0,0
JEQ07 100,0 0,0
JEQ08 0,0 0,0
JEQ09 0,0 0,0
JEQ010 0,0 0,0

Tabela 3 - Quantitativo de foraminíferos mortos e vivos no momento da coleta.

3.3. Tratamento estatístico descritivo para parâmetros abióticos e bióticos

Analisando os tratamento univariado da Tabela 4, nota-se que para valores máximos


e mínimos, os único parâmetros que não possuem uma amplitude alta são
temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, pH e fração granulométrica do tipo
argila, e como resultado disso, seus valores de variância são baixos, representando
que não possuem variabilidade significativa ao longo dos pontos. Os valores de
mediana, em sua maioria, se apresentam mais próximos dos valores mínimos,
representando dados mais semelhantes para os pontos iniciais de coleta. Os
percentis representam 25% e 75% dos dados totais das amostras, sendo úteis para
a análise de diferentes percentuais da amostra. Os dados de assimetria, em sua
maioria, são caracterizados por uma assimetria positiva ou à direita, com exceção
da assimetria para foraminíferos mortos. Para curtose, temos predominantemente o
equivalente a uma curva platicúrtica, com exceção dos dados para salinidade, onde
há presença de uma curva leptocúrtica.

O.D. Areia
Foram. Foram. Temp (mg/L Eh Areia Areia muito Argil
mortos vivos (ºc) Sal -1) pH (mV) grossa fina fina Silte a
Min 0 0 25,7 0 13,5 6,5 -70 1,927 0,037 3,569 1,878 0
Max 100 33,3 27 0,7 18,3 8 18 55,88 80,7 40,6 56,67 0,864
Variância 2217,964 129,08 0,24 0,05 2,24 0,2 777,8 328,5 974,3 186,9 544 0,089

8
Mediana 73,35 0 26,35 0 15,5 7,25 -31,5 21,67 39,81 8,749 5,132 0,012
25
prcntil 0 0 25,8 0 14,3 6,98 -61,25 11,7 0,335 5,368 3,091 0
75
prcntil 97 10,775 26,75 0,23 16,5 7,53 -9,25 41,17 67,26 26,93 49,44 0,437
Assim. -0,339519 1,8987 0,007 2,12 0,43 0,26 0,287 0,654 0,016 0,882 0,687 1,629
Curtose -2,202031 2,9946 -1,79 4,66 -2,46 2,36 -4,381 -6,335 -152,3 -789,7 -1,685 1,952

Tabela 4 - Tratamento estatístico univariado para os parâmetros abióticos e bióticos.

3.4. Análise de componentes principais para parâmetros abióticos e bióticos

Na Tabela 5 é apresentado o Coeficiente de Correlação Linear de Pearson para os


parâmetros estudados, e adotando-se um valor de significância p > 0,7 para uma
correlação positiva e p < - 0,7 para uma correlação negativa, nota-se que o
quantitativo de foraminíferos mortos apresenta forte correlação positiva com as
variáveis salinidade e areia grossa, e de maneira oposta, uma forte correlação
negativa com o potencial de oxirredução (Eh). Em relação ao quantitativo de
foraminíferos vivos, percebe-se uma forte correlação positiva com a variável argila,
mostrando certa preferência da biota por essa fração granulométrica, comprovada
pela presença de organismos com maior preferência por ambientes de baixa
hidrodinâmica, como os bentônicos. Visando entender o peso das variáveis de
estudo, a Tabela 6 apresenta o número de eixos necessários para representar os
dados com significância estatística, e adotando como 50% da variância dos dados,
a análise dos componentes principais utiliza dois eixos, representando cerca de
61% dos dados. Através da Figura 3, é possível inferir que o quantitativo de
foraminíferos possui forte correlação com a salinidade e a fração granulométrica
argila, sendo delimitantes na região. A salinidade ideal para os foraminíferos é a
partir de 0,5 ups, portanto o maior quantitativo de foraminíferos mortos e vivos nos
pontos iniciais 1, 2 e 4 que são mais próximos do mar, é justificada, tendo em vista
que foram os maiores valores de salinidade encontrados. O gráfico de componentes
principais comprova, desta maneira, que o fator limitante para o quantitativo de
foraminíferos vivos é a fração granulométrica do tipo argila, em virtude de todas as
espécies encontradas serem bentônicas e, consequentemente, preferirem
ambientes com baixa energia hidrodinâmica. Subdividindo esse maior quantitativo
de foraminíferos nos pontos iniciais, nota-se que existe um maior quantitativo das
espécies Haplophragmoides wilberti e Trochammina inflata, como mostrado na
Tabela 2, e isso ocorre por serem espécies de carapaça aglutinante e serem mais
resistentes a ambientes com salinidades próximas de 0,5 ups.

9
Areia
Foram. Foram. Temp O.D. Eh Areia Areia muito
mortos vivos (ºc) Sal (mg/L-1) pH (mV) grossa fina fina Silte Argila
Foram.
mortos 1 0,4019 0,537 0,32 0,36605 0,9 0,008 0,9355 0,3 0,425 0,41 0,341
Foram.
vivos 0,29869 1 0,049 0,306 0,43823 0,5 0,272 0,5936 0,14 0,614 0,25 0,018
Temp -0,2225
(ºc) 9 -0,634 1 0,014 0,60243 0,3 0,148 0,8829 0,14 0,28 0,16 0,072
Sal 0,35089 0,3604 -0,74 1 0,9405 0,7 0,068 0,7794 0,13 0,212 0,14 0,097
O.D.
(mg/L-1) 0,32084 0,2771 0,188 0,027 1 0,6 0,705 0,8525 0,7 0,556 0,74 0,777
-0,0426
pH 1 0,2645 -0,39 0,135 -0,19238 1 0,616 0,3537 0,13 0,463 0,43 0,969
Eh (mV) -0,7801 -0,385 0,493 -0,6 -0,13741 0,2 1 0,7873 0,26 0,523 0,38 0,099
Areia
grossa 0,02952 0,1928 0,054 -0,1 0,06773 0,3 -0,1 1 0,88 0,066 0,15 0,42
Areia -0, 0,000
fina -0,3631 -0,497 0,496 -0,51 0,14137 5 0,395 0,0547 1 0,004 53 0,011
Areia
muito 6,02E
fina 0,28515 0,1826 -0,38 0,433 -0,21234 0,3 -0,23 -0,602 -0,82 1 -06 0,031
Silte 0,29285 0,4 -0,48 0,502 -0,11913 0,3 -0,31 -0,494 -0,89 0,965 1 0,003
Argila 0,33674 0,7216 -0,59 0,553 0,10304 0,0 -0,55 -0,288 -0,76 0,678 0,83 1

Tabela 5 - Tratamento estatístico de correlação para os parâmetros abióticos e bióticos.

PC Autovalores % Variância
1 5,2879 44,066
2 2,0497 17,081
3 1,69046 14,087
4 1,02284 8,5237
5 0,901352 7,5113
6 0,577579 4,8132
7 0,366336 3,0528
8 0,0964201 0,8035
9 0,00741614 0,061801

Tabela 6 -Tabela de autovalores para definição das componentes principais.

10
Figura 3 - Gráfico de componentes principais para parâmetros abióticos e bióticos.

4. CONCLUSÃO

Com os resultados obtidos através do estudo estatístico univariado e multivariado,


foi possível comprovar a relação entre os foraminíferos presentes no setor sudeste
(BA) da Bacia do Rio Jequitinhonha, que são delimitados principalmente por
parâmetros de salinidade e fração granulométrica, onde para maiores valores de
salinidade, encontrados nos pontos 1, 2 e 4, que são mais próximos ao ambiente
marinho, houve um maior quantitativo de foraminíferos, especialmente as espécies
Haplophragmoides wilberti e Trochammina inflata, que possuem carapaça
aglutinante, tendo vista que são mais resistentes a salinidades próximas de 0,5 ups.
Por fim, o fator limitante para a presença de foraminíferos vivos, foi a presença da
fração granulométrica do tipo argila, em virtude de todas as espécies de
foraminíferos serem bentônicas e, consequentemente, preferirem ambientes com
baixa hidrodinâmica.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Pesquisas da Escola do Legislativo. Assembléia Legislativa do Estado de Minas
Gerais. Disponível em:
http://www.almg.gov.br/bancoconhecimento/Monografias/Relatorio%20Jequitinhonha
.pdf.

- Sokolonski H.H., Gonçalves R.N., Marques N.G. 1999. Uso da terra na bacia do rio
Jequitinhonha. In: Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 27. Brasília, DF:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Resumos.

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