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Governo do Estado de Mato Grosso

Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia


Universidade do Estado de Mato Grosso
Faculdade de Ciências Agrárias e Biológicas
Departamento de Ciências Biológicas

Relatório de Coleta em Campo e Laboratório, de Rotíferas e


Bivalves

Disciplina: Morfologia e Sistemática de


Lophotrochozoa.
Docente: Angélica Vilas Boas da Frota
Discentes: Ana Ludimila Leite de
Oliveira, Áquila Maria Silva, Larene
Adriela Winck, Monique Flávia Leite da
Conceição.
Semestre: 4°

Cáceres – MT
2022/2.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 3

2. OBJETIVOS 4

2.1. Geral 4

2.2. Específicos 4

3. MATERIAL E MÉTODOS 5

3.1. Área de estudo 5

3.2. Metodologia 5

4. RESULTADOS 5

5. DISCUSSÃO 6

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 7

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7

8. APÊNDICES 9
1. INTRODUÇÃO/APRESENTAÇÃO

A coleta de rotíferas e bivalves foi realizada no bioma Pantanal, uma


área úmida (150.355 km²), localizada no centro da América do Sul, entre os
paralelos 15°30’ e 22°30’ sul e meridianos 55°00’ e 57°00’ oeste, com sua
maior parte no Brasil (140.000 km²), tocando a Bolívia e o Paraguai.
A importância do Pantanal é reconhecida nacional e internacionalmente.
Declarado pela Constituição Brasileira de 1988 como Patrimônio Nacional; a
partir de 1993 abriga sítio Ramsar, conferido pela Convenção Internacional de
Áreas Úmidas; no ano 2000 foi declarado pela UNESCO como Reserva
Mundial da Biosfera e, em 2004, indicado pela Conferência Internacional sobre
Áreas Úmidas (7º INTECOL – International Wetlands Conference) como área
úmida de relevante importância global.
Nos ambientes de planície pantaneira do Brasil, existe normalmente um
grande número de indivíduos zooplâncton. As planícies de inundação possuem
comunidades fitoplanctônica, zooplanctônica, perifitônica e perizôonica
suficientemente desenvolvidas.
Com a realização da aula campo, entendemos o zooplâncton em um
sentido mais amplo. A maior parte dos pequenos animais que você captura
com uma rede de plâncton, podem ser pequenos crustáceos: copépodes,
cladóceros e ostracodes, testáceos e muitos crustáceos e rotíferos litorais.
Nesses ambientes, o zooplâncton desempenha um papel importante na
organização da comunidade uma vez que representa importante transferência
de matéria e energia entre produtores e consumidores em teias alimentares.
Mudanças em sua estrutura e dinâmicas são fenômenos altamente
relevantes, não apenas para a comunidade em si, mas também para o
metabolismo de todo o ecossistema. Os zooplâncton atuam como indicadores,
indicadores da qualidade da água.
De acordo com ROCHA & SIPAÚBA-TAVARES (1994), o zooplâncton de
água doce é predominantemente constituído por Protista, Rotifera e Crustacea.
A diversidade de espécies varia grandemente entre diferentes corpos de água
e depende de um complexo de fatores físicos, químicos e biológicos. Estudos
têm demonstrado que as populações zooplanctônicas de ecossistemas
tropicais mudam em resposta ao aumento dos níveis de nutrientes na água.
O conhecimento da biodiversidade é essencial para avaliação dos
impactos causados pela atividade humana, manutenção e conservação de
áreas do pantanal. A alimentação de partículas em suspensão dos bivalves e
os processos de raspagem alimentar de alguns gastrópodes podem controlar a
abundância e composição de produtores primários. Além disso, alguns
moluscos de água doce são hospedeiros intermediários de trematódeos que
causam parasitoses em humanos e animais.
Os moluscos podem ser indicadores de qualidade ambiental, todavia,
poucos estudos deste grupo têm sido realizados no Brasil. A importância
ecológica dos moluscos de água doce, e a necessidade de uma maior atenção
a este grupo por parte dos estudiosos em biologia da conservação vem sendo
enfatizada.
A aula campo foi realizada em Cáceres, Mato Grosso, precisamente na
baía dos malheiros, às margens do rio Paraguai; e no laboratório, situado no
Campus Universitário - Unemat, em que as amostras coletadas foram
analisadas, sendo feito a contagem e identificação, de alguns espécimes, dos
grupos que foram acima citados.

2. OBJETIVOS
2.1. Geral
● Coleta de Rotíferas e Bivalves no rio Paraguai - Cáceres e
arredores, e posterior análise em laboratório das espécies
coletadas.
2.2. Específicos.
● Passagem das instruções gerais sobre o procedimento de coleta
e cuidados.
● Busca Ativa para Coleta de Invertebrados aquáticos e terrestres.
● Palestra: Biodiversidade zooplanctônica do rio Paraguai
● Análise em laboratório do material coletado em campo.
● Análise do comportamento dos rotíferas em microscópio.
● Análise morfológica das diferentes espécies de Bivalves
coletados.

3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Área de estudo
Estudo realizado as margens do rio Paraguai em Cáceres - MT,
no período das secas, com início das 7h às 11h
3.2. Coleta e Triagem do Material
A aula iniciou com uma breve explicação das professoras Angélica vilas
boas, juntamente com a professora Ericka sobre como utilizar os materiais e
realizar a coleta. Para a execução de técnicas de amostragem utilizamos os
métodos de busca ativa, coletas por meio de rede de plâncton (68 micras) e
captura manual para os bivalves.
Foi utilizado garrafas plásticas e potes descartáveis para o
armazenamento temporário de amostras biológicas (200ml), luvas
cirúrgicas, puçá, termohigrômetro, sonda multiparâmetro e câmeras
fotográficas para o registro da coleta.
Todo material coletado foi levado para o laboratório de zoologia no
período da tarde, das 13:30h às 17h para a observação em microscópio e
análise. Na triagem do material coletado foi utilizado microscópio óptico,
lupa, placas de petri, pinça e luva cirúrgica.

4. RESULTADOS
As espécies de zooplâncton foram coletadas em 4 pontos diferentes.
Com a utilização do termohigrômetro foi possível ver as diferenças, como
mostra o gráfico.

pH T (°C) DO (mg/l) Condutividade DO(%) Salinidade


(mS/cm2)

P1 6,23 24,8 0,1 25,2 1,4 0,01

P2 6,76 24,9 0,2 25,2 2,2 0,01


P3 6,78 25,1 0,2 25,4 2,3 0,01

P4 6,49 25,9 0,2 25,6 2,4 0,01

Nas análises em laboratório foram encontradas algumas amostras de


Zooplâncton, que são organismos microscópicos e heterotróficos, tendo como
principais componentes os protozoários, vermes, crustáceos e larvas de
insetos. Os Zooplâncton são também organismos aquáticos que não tem
capacidade fotossintética e que vivem dispersos na coluna de água, no qual
apresentam pouca competência para sua locomoção.
Nas amostras, pode se observar a presença desses organismos, onde
os Zooplâncton são de suma importância, principalmente no seu papel de
condutor de fluxo de energia, dos produtores primários para os consumidores
de níveis tróficos superiores, então, é importante e responsável pela
produtividade secundária e fundamental no transporte de regeneração de
nutrientes pelo seu elevado metabolismo.

5. DISCUSSÃO

Muito se discutiu até aqui sobre o Pantanal e também sobre a


importância que alguns organismos exercem nesse meio. Dito isso, vamos
levantar uma breve discussão sobre os organismos que foram coletados às
margens do rio Paraguai.
A coloração das águas no período de águas mais altas, fica mais
escurecida e com cheiro um pouco mais forte, isso ocorre porque tem uma
entrada de muitos nutrientes na água, que permite a proliferação de vários
microorganismos e em níveis mais extremos, pode ocorrer até a
mortalidade de vários organismos aquáticos, e com o aumento da turbidez,
vem também a redução do oxigênio na água, os organismos aquáticos que
precisam desse oxigênio, tendem a morrer, ou muitas vezes, ficarão na
superfície procurando por oxigênio.
Alguns animais passam a ter algumas adaptações na região da boca,
como alguns peixes, por exemplo, o Zooplâncton também passa por um
processo chamado Cliptomorfose, que fazem essas adaptações
dependendo da época do ano, uma adaptação ecológica.
A Cliptomorfose geralmente é uma forma que os organismos modificam
sua estrutura morfológica para se adaptar a determinada condição
ambiental. Uma espécie que é muito comum e que faz esse tipo de situação
é o tardigrados, são considerados os organismos mais resistentes do
mundo.
Na aula realizada a campo, foi feito buscas por Zooplâncton e também
alguns exemplares de moluscos bivalves, realizada as coletas, as amostras
foram levadas para análises em laboratório.
Os Zooplâncton podem ser utilizados como indicador de qualidade de
água, já que esses pequenos organismos respondem rapidamente às
modificações do ambiente, por exemplo, como ocorrem quando existe
emissão de poluentes químicos e despejo de esgoto.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aula campo foi uma forma de ensinar na prática a coleta de


zooplâncton, gerando conhecimento sobre a distribuição da espécie na
nossa região ( Rio Paraguai- Cáceres), e sua importância ecológica, para a
qualidade da água. Assim como a importância dos Bivalves que ficam em
torno do rio.
Após a coleta, a aula em laboratório, contribui de forma mais didática,
mostrando como é a especial em si, através da visualização em
microscópio, afinal, a olho nu não era possível ver os rotíferas. Com o
microscópio pudemos analisar além de sua forma, sua locomoção e seu
processo de alimentação (imagem 1).

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Santos, Kleber Renan de Souza S231b Biodiversidade de algas e


cianobactérias de três lagoas (“salina”, “salitrada” e “baía”) do Pantanal da
Nhecolândia, MS, Brasil / Kleber Renan de Souza Santos -- São Paulo,
2008. 229 p. il.
Mauro de Melo Júnior & José Eduardo Martinelli Filho, “Larvas do Plâncton
Marinho” III Semana Temática de Oceanografia, Minicurso: Formas Larvais
do Plâncton, São Paulo, 26 a 28 de agosto de 2008, Universidade de São
Paulo, Instituto Oceanográfico acessado a 2 de junho de 2009

«Ecologia do zooplâncton». Por Patrícia do Amaral Meirinho – PPG


Ecologia, Depto. de Ecologia, IB, USP, São Paulo, SP, Brasil. Consultado
em 17 de janeiro de 2018.

ROCHA, O. & SIPAÚBA-TAVARES, L. H. 1994. Cultivo em larga escala de


organismos planctônicos para alimentação de larvas e alevinos de peixes. II
- Organismos Zooplanctônicos.

Strayer, D. L. 2000. The ecology of freshwater mollusks. Nature 406:


126-126.

Marques, M. M. & Barbosa, F. 2001. Biological quality of waters from an


impacted tropical watershed (middle Rio Doce basin, southeast Brazil),
using benthic macroinvertebrate communities as an indicator. Hydrobiologia,
457: 69-76.

Bouchet, P. & Gargominy, O. 1998. Action plan formulation for molluscan


conservation: getting the facts together for a global perspective. In:
Moluscan Conservation: A strategy for the 21 century. Journal of
Conchology, (Special Publ.), 2: 45-49.

Santos, S. B. & Monteiro, D. P. 2001. Composição de gastrópodes terrestres


em duas áreas do Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento
Sustentado (CEADS), Vila Dois Rios, Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brasil –
um estudo-piloto. Revista Brasileira de Zoologia, 18 (Supl. 1): 181-190.
APÊNDICES

Imagem 1 ( Rotifera se locomovendo e se alimentando).

Imagem 2 ( coleta ativa de rotíferas e bivalves).

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