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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA
MESTRADO EM BIOLOGIA ANIMAL

ECOLOGIA DO ZOOPLÂNCTON DO RESERVATÓRIO


DE TAPACURÁ, PERNAMBUCO – BRASIL

VIVIANE LÚCIA DOS SANTOS ALMEIDA

RECIFE
2005
VIVIANE LÚCIA DOS SANTOS ALMEIDA

ECOLOGIA DO ZOOPLÂNCTON DO RESERVATÓRIO


DE TAPACURÁ, PERNAMBUCO – BRASIL

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em


Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco
como parte do requisito final para obtenção do título de
Mestre em Biologia Animal, área Zoologia.

Orientadora: Dra. Maria Eduarda de Larrazábal


Co-orientadora: Dra. Ariadne do Nascimento Moura
Almeida, Viviane Lúcia dos Santos
Ecologia do zooplâncton do reservatório de
Tapacurá, Pernambuco-Brasil / Viviane Lúcia dos
Santos Almeida. – Recife : O Autor, 2005.
xvi, 84 folhas : il., fig., tab.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal


de Pernambuco. CCB, Biologia Animal, 2005.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Biologia animal – Limnologia biótica. 2.


Zooplâncton – Distribuição horizontal, vertical e
sazonal – Variação nictimeral – Rotifera e Crustacea.
3. Reservatório Tapacurá (PE) – Zonas limnética e
litorânea – Biodiversidade - Macrófitas. I. Título.

592 CDU (2.ed.) UFPE


592.176 CDD (22.ed.) BC2005-199
iv

“Tudo surgiu da água.


Tudo é mantido pela água”
Goethe

“O mundo é como um organismo vivo


do qual nós fazemos parte;
não os donos, não os inquilinos,
sequer passageiros...”
Lovelock
v

Dedico este trabalho aos meus pais Vera Almeida


e Adeildo Almeida, exemplos de dignidade e
honestidade, pelo total apoio e doação pessoal,
pela educação bem feita, pela paciência e
principalmente pelo profundo amor demonstrado,
o qual só entenderei em plenitude quando também for mãe.
vi

Agradeço à

Deus por me acompanhar sempre, mesmo quando penso que estou sozinha,
por me ter proporcionado uma trajetória de vida abençoada e nela ter colocado
pessoas tão especiais as quais posso aqui agradecer,
minha família: meu pai Adeildo Almeida, minha mãe Vera Almeida, minha
irmã Vilma Almeida e meu irmão Adilson Almeida, pela estrutura familiar que me
proporciona lugar para o crescimento pessoal e profissional, por acompanharem
minha jornada, vibrando com meus sucessos e me consolando nas desventuras,
pelo apoio incondicional e, também, por terem suportado com paciência as noites
mal dormidas pelas luzes da casa acesas durante a elaboração deste manuscrito,
meu namorado Mauro de Melo Júnior, presente em todas as etapas deste
trabalho, desde as coletas de campo até a elaboração do texto, pela cumplicidade,
carinho, sinceridade, dedicação, e pelo amor que completa e ilumina minha vida,
pelo qual carrego profunda admiração pelo profissional e pessoa que é,
professora Maria Eduarda de Larrazábal, pela orientação em todos os
aspectos, apesar de tantas obrigações a cumprir como coordenadora do Curso de
Mestrado, pelo carinho, amizade, paciência e calma que me tranqüilizava nos
momentos cruciais, e principalmente por ter confiado na minha capacidade em
desenvolver este trabalho ,
professora Ariadne Moura pela co-orientação essencial para o
desenvolvimento da pesquisa, tendo acompanhando minhas atividades mesmo que
à distância, repassando conhecimento e demonstrando amizade sincera,
professora Maryse Paranaguá, por ter proporcionado minha entrada no
mundo da limnologia, pela grande experiência, conhecimento e incentivo
repassados e pela amizade que ultrapassa os limites acadêmicos,
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, pela concessão de
alojamento e infra-estrutura durante as coletas, e ao coordenador da Estação
Ecológica do Tapacurá Sr. Paulo Martins, pela dedicação e carinho demonstrados,
doutorando Antônio Travassos e ao mestrando Giulliari de Lima da UFRPE
pelo apoio nas atividades de campo, pelo esclarecimento de dúvidas referentes ao
trabalho e disponibilidade sempre que preciso,
doutor Manuel Flores pelo empréstimo da rede utilizada nas coletas e
esclarecimento de alguns aspectos metodológicos,
companheiros de laboratório Eliane, Valdeni, Manuela, Tiago e Tiniá, pela
cooperação, amizade e carinho,
vii

amiga Enilma Marques pelo apoio, disponibilidade total e pela nova e grande
amizade tão importante nesse momento,
professora Dilma Vieira pelo incentivo, amizade e convivência no laboratório
que abrandou os momentos cansativos,
professora Sigrid Neumann-Leitão pela inigualável ajuda na identificação dos
Rotifera e auxílio na interpretação dos dados,
doutora Tâmara Silva pela amizade e concessão de bibliografia pertinente,
professor Ralf Schwamborn pelas importantes considerações nos relatórios
acadêmicos e disponibilidade no esclarecimento de dúvidas,
minha tia Marli Silva, meus primos Michele Silva, Alex Silva e Adriano Silva
pelo auxílio nos momentos finais de elaboração do manuscrito,
professores Marcos Alves e Adélia Silva da Universidade Federal Rural de
Pernambuco pelo incentivo para ingresso no mestrado e apoio sempre dispensado,
aos amigos biólogos Elizângela Moreira, Rodrigo Souto, Patrícia Rios, Betânia
da Silva, Márcia Cavalcanti, Juliana Gomes e Rodrigo Sávio pelo apoio mútuo na
busca do sucesso na profissão e, principalmente, na vida,
especialista Sandro Moura pela disponibilidade de bibliografia,
professora Verônica Genevois pela ajuda quanto ao equilíbrio emocional e
auto-estima no início do curso de mestrado,
professor Severino Mendes pela facilitação de contatos com a coordenação da
Estação Ecológica do Tapacurá,
sr. Renato Molica, do ITEP, pelas contribuições bibliográficas,
Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos - CPRH, na pessoa do
funcionário Diogo falcão, pela disponibilidade de dados referentes à área de estudo,
demais professores do curso de mestrado pelas contribuições nas aulas,,
secretária do mestrado Ana Elizabete Fraga, pela dedicação na resolução dos
problemas burocráticos,
funcionários do departamento José Roberto Rocha e Cristina Lima, pela
convivência e apoio,
aos funcionários da Estação Ecológica do Tapacurá, principalmente Sr. Isael
dos Santos, barqueiro e tratorista, Sra. Maria e seus familiares, pelo acolhimento,
companheiros da turma de mestrado Tininha, Luciana, Vivyane, Lela,
Milena, Priscila, Elaine, Débora, Sílvia, Leandro e Fábio, com os quais dividi
alegrias e angústias durante realização do curso,
ao CNPq pela concessão da bolsa de mestrado,
muitas outras pessoas que colaboraram para a conclusão de mais esta etapa.
viii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
1.1. OS AMBIENTES CONTINENTAIS E AS PARTICULARIDADES DOS RESERVATÓRIOS ....... 1
1.2. O ZOOPLÂNCTON LÍMNICO .................................................................................. 3
1.3. O ESTUDO DO ZOOPLÂNCTON LÍMNICO NO BRASIL ................................................ 5
2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 8
3. OBJETIVOS ........................................................................................................... 9
3.1 – GERAL .............................................................................................................. 9
3.2 – ESPECÍFICOS ..................................................................................................... 9
4. HIPÓTESES ........................................................................................................... 9
5. O RESERVATÓRIO DE TAPACURÁ .................................................................... 10
5.1. LOCALIZAÇÃO NO SISTEMA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO ESTADO E HIDROLOGIA . 10
5.2. CARACTERIZAÇÃO DA SUB-BACIA DO RIO TAPACURÁ .............................................. 12
5.3. QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA DO TAPACURÁ ...................................................... 13
6. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 14
6.1. PONTOS DE AMOSTRAGEM ................................................................................... 14
6.2. METODOLOGIA EM CAMPO .................................................................................... 15
6.3. METODOLOGIA EM LABORATÓRIO .......................................................................... 16
6.4. TRATAMENTO DOS DADOS .................................................................................... 16
6.5. NORMALIZAÇÃO DO TEXTO ................................................................................... 17
7. RESULTADOS ....................................................................................................... 18
7.1. PARÂMETROS CLIMATOLÓGICOS E HIDROLÓGICOS .................................................. 18
7.2. ZOOPLÂNCTON .................................................................................................... 23
7.2.1. COMPOSIÇÃO E RIQUEZA................................................................................. 23
7.2.2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ESPÉCIES ......................................................... 27
7.2.3. FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA ........................................................................ 40
7.2.4. DIVERSIDADE E EQUITABILIDADE ..................................................................... 43
7.2.5. ABUNDÂNCIA RELATIVA E DENSIDADE .............................................................. 47
7.2.6. ANÁLISE DE SIMILARIDADE .............................................................................. 54
8. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 58
9. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 71
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 72
11. ANEXOS
ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização do Reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil,


com indicação dos pontos de coleta (PC).......................................................... 11
Figura 2. Participação percentual dos diferentes usos do solo na bacia do rio
Tapacurá (*mata, caatinga, capoeira e reflorestamento; **núcleos urbanos,
aglomerados rurais e reservatórios hídricos. Dados brutos retirados de
GESTÃO, 2001).................................................................................................... 12
Figura 3. Variação nos valores anuais médios de oxigênio dissolvido (OD em
mg.L-1) no período de 2000 a 2003, para os diferentes pontos de coleta de
dados hidrológicos, onde CB – 60 representa o ponto à jusante do
reservatório, CB – 62 é o ponto a montante e CB – 65 representa o
reservatório (dados brutos gentilmente cedidos pela CPRH).............................. 13
Figura 4. Médias históricas (no período de 1962 a 1990) e total mensal (ciclo
hidrológico no período 2003/2004, que incluiu os meses de coleta no
reservatório de Tapacurá) da precipitação (mm), obtidas pela Estação Recife
– Curado, do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia................................. 18
Figura 5. Velocidade do vento (m.s-1), para os três dias anteriores às coletas
e para os dias de coleta no reservatório de Tapacurá (15 a 19 de agosto de
2003, onde 18/19 representam os dias de coleta; 18 a 22 de janeiro de 2004,
onde 21/22 representam os dias de coleta) obtidas pela Estação Recife –
Curado, do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia.................................... 19
Figura 6. Variação nictemeral da temperatura (Temp.), oxigênio dissolvido
(OD), pH, turbidez (Turb.), condutividade elétrica (CE) e sólidos totais
dissolvidos (STD) nas duas regiões do lago e nas duas profundidades, no
reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, entre os dias 18/19 de
agosto de 2003 (Lim: região limnética, Lit: região litorânea; Sup: superfície;
LZE: profundidade referente ao limite de zona eufótica).................. 20
Figura 7. Variação nictemeral da temperatura (Temp.), oxigênio dissolvido
(OD), pH, turbidez (Turb.), condutividade elétrica (CE) e sólidos totais
dissolvidos (STD) nas duas regiões do lago e nas duas profundidades, no
reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, entre os dias 21/22 de
janeiro de 2004 (Lim: região limnética, Lit: região litorânea; Sup: superfície;
LZE: profundidade referente ao limite de zona eufótica).................................... 21
x

Figura 8. Diversidade específica do Zooplâncton do reservatório de


Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22
de janeiro de 2004 (Lim: região limnética; Lit: região litorânea; Sup:
superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13:30/14:00h; 2: 19:30/20:00h; 3:
01:30/02:00h; 4: 07:30/08:00h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco) ...... 43
Figura 9. Equitabilidade do Zooplâncton do reservatório de Tapacurá,
Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro
de 2004 (Lim: região limnética; Lit: região litorânea; Sup: superfície; LZE:
limite da zona eufótica; 1: 13:30/14:00h; 2: 19:30/20:00h; 3: 01:30/02:00h; 4:
07:30/08:00h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco) ................................. 44
Figura 10. Diversidade específica dos Rotifera planctônicos do reservatório
de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e
21/22 de janeiro de 2004 (Lim: região limnética; Lit: região litorânea; Sup:
superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13:30/14:00h; 2: 19:30/20:00h; 3:
01:30/02:00h; 4: 07:30/08:00h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco) ...... 45
Figura 11. Equitabilidade dos Rotifera planctônicos do reservatório de
Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22
de janeiro de 2004 (Lim: região limnética; Lit: região litorânea; Sup:
superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13:30/14:00h; 2: 19:30/20:00h; 3:
01:30/02:00h; 4: 07:30/08:00h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco) ...... 45
Figura 12. Diversidade específica dos Crustacea (Cladocera e Copepoda)
planctônicos do reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias
18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004 (Lim: região limnética;
Lit: região litorânea; Sup: superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1:
13:30/14:00h; 2: 19:30/20:00h; 3: 01:30/02:00h; 4: 07:30/08:00h; Ago:
período chuvoso; Jan: período seco)................................................................. 46
Figura 13. Equitabilidade dos Crustacea (Cladocera e Copepoda)
planctônicos do reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias
18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004 (Lim: região limnética;
Lit: região litorânea; Sup: superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1:
13:30/14:00h; 2: 19:30/20:00h; 3: 01:30/02:00h; 4: 07:30/08:00h; Ago:
período chuvoso; Jan: período seco)................................................................. 47
Figura 14. Abundância relativa dos grupos zooplanctônicos do reservatório
xi

de Tapacurá, Pernambuco, Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22


de janeiro de 2004. *Outros = demais organismos............................................. 48
Figura 15. Abundância relativa das principais espécies identificadas para o
zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos 18/19 de
agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004. *Outros = demais espécies.......... 49
Figura 16. Dendrograma derivado da análise de agrupamento para as
amostras coletadas no reservatório de Tapacurá, Pernambuco, Brasil, nos
dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/2 de janeiro de 2004, utilizando o método
UPGMA e o índice de Bray-Curtis, cuja correlação entre a matriz de dados do
dendrograma e a matriz cofenética resultou em r = 0.86................................... 54
Figura 17. Dendrograma derivado da análise de agrupamento para o
zooplâncton encontrado no reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil,
nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004, utilizando o
método UPGMA e o índice de Bray-Curtis, cuja correlação entre a matriz de
dados do dendrograma e a matriz cofenética resultou em r = 0.84................... 56
Figura 18. Análise dos Componentes Principais para o zooplâncton e dados
hidrológicos coletados no reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil,
nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004, utilizando o
índice de correlação momento – produto de Pearson, cuja representação
cumulativa dos dois eixos foi igual a 52,40%..................................................... 57
xii

LISTA DE TABELAS

Tabela I. Caracterização técnica da barragem do Tapacurá (Dados brutos


retirados de GESTÃO, 2001)................................................................................ 10
Tabela II. Detalhamento e freqüência da ocorrência do zooplâncton do
reservatório de Tapacurá, Pernambuco, Brasil, nos dias 18/19 de agosto de
2003 (x indica presença; MF: muito freqüente; F: freqüente; PF: pouco
freqüente; R: raro).............................................................................................. 41
Tabela III. Detalhamento e freqüência da ocorrência do zooplâncton do
reservatório de Tapacurá, Pernambuco, Brasil, nos dias 21/22 de janeiro de
2004 (x indica presença; MF: muito freqüente; F: freqüente; PF: pouco
freqüente; R: raro).............................................................................................. 42
Tabela IV. Densidades obtidas para o zooplâncton do reservatório de
Tapacurá, Pernambuco – Brasil, em ind.m-3, nos dias 18/19 de agosto de
2003 ................................................................................................................... 52
Tabela V. Densidades obtidas para o zooplâncton do reservatório de
Tapacurá, Pernambuco – Brasil, em ind.m-3, nos dias 21/22 de janeiro de
2004 ................................................................................................................... 53
xiii

Ecologia do Zooplâncton do Reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil

Este trabalho objetivou analisar o zooplâncton do reservatório de Tapacurá


quanto à riqueza, diversidade, distribuição horizontal, vertical e sazonal,
correlacionando esses dados aos parâmetros abióticos. Foram realizadas duas
coletas em ritmo nictimeral com intervalo de 6 horas, nos meses de agosto/2003
(período chuvoso) e janeiro/2004 (período seco), uma na região litorânea e a outra
na região limnética do reservatório. As amostras foram obtidas com rede de plâncton
de 64μm de abertura de malha, garrafa tipo Van Dorn, balde graduado e peneira,
nas profundidades referentes à superfície e ao limite de zona eufótica. Os dados
biológicos foram inicialmente tratados quanto à freqüência de ocorrência,
abundância relativa e densidade, sendo posteriormente aplicados índices de
diversidade e equitabilidade, análise de agrupamento e análise dos componentes
principais. Quanto aos fatores abióticos, a precipitação pluviométrica e a
temperatura mostraram ser os fatores-chave. Evidenciou-se tendência à
estratificação vertical dos parâmetros hidrológicos no período seco. O oxigênio
dissolvido obteve baixos níveis em ambos os períodos sazonais. Rotifera, Cladocera
e Copepoda foram os grupos mais freqüentes e abundantes. Entre o Rotifera, cinco
espécies constituem novas ocorrências para ecossistemas continentais do estado de
Pernambuco. A região litorânea revelou maior riqueza de espécies, diversidade e
equitabilidade que a limnética. Quanto à densidade, destacaram-se Rotifera e
náuplios de Crustacea no período chuvoso e Copepoda e náuplios de Crustacea no
período seco. Observou-se expressiva presença de táxons não planctônicos nas
duas regiões do reservatório, porém com maior ocorrência na região litorânea. As
espécies euplanctônicas estiveram adaptadas à distribuição nas regiões litorânea e
limnética. Os Rotifera foram mais representativos numericamente no período
chuvoso. Os Cladocera apresentaram maiores densidades abaixo da superfície.
Copepoda foi o único grupo que apresentou tendência à migração vertical no ritmo
nictimeral. De acordo com a densidade dos principais taxa, pôde-se observar que no
período chuvoso as águas do reservatório de Tapacurá apresentaram características
de mesotróficas a eutróficas, enquanto no período seco estas foram de oligotróficas
a mesotróficas.
xiv

Zooplankton Ecology in the Tapacurá Reservoir, Pernambuco State – Brazil

This work aimed analyzing the zooplankton in the Tapacurá Reservoir as for
its richness, diversity, horizontal, vertical and seasonal distribution, correlating these
data to abiotic parameters. Two nictemeral samplings were carried out in intervals of
6 hours, during the months of August 2003 (rainy season) and January 2004 (dry
season), at sites located in the littoral and pelagic zone of the reservoir. The samples
were obtained by a 64μm mesh plankton net, a Van Dorn water sampler, a graduated
recipient and a 64μm sieve, at two depths. Biological data were analysed regarding
frequency of occurrence, density, diversity, equitability, clustering analysis and
principal component analysis. As for the abiotic data, rainfall and temperature
showed to be the key factors. A tendency to vertical stratification of the parameters
during the dry season was noted. Dissolved oxygen showed low levels during the two
seasons. Rotifer, Cladocera and Copepoda were the most frequent and abundant
groups. Among rotifers, five species are new occurrences for freshwater ecosystems
in Pernambuco state. The littoral zone presented the highest species richness,
diversity and equitability as compared to the pelagic zone. Rotifers and crustacean
nauplii showed the highest densities during the rainy season and copepods and
crustacean naupli during the dry season. An expressive presence of non planktonic
taxa was observed in the two zones of the reservoir, but with a greater occurrence in
the littoral zone. Euplanktonic species were adapted to the distribution in the littoral
and pelagic zones. Rotifers were numerically more representative during the rainy
season. Cladocera presented the highest densities below the surface. Copepoda
was the only group that presented a tendency to nictemeral vertical migration.
According to mainly taxa densities, we could note that during the rainy season the
water of Tapacurá reservoir presented mesotrophic to eutrophic characteristics and
during the dry period the conditions were oligotrophic to mesotrophic.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 1

1. INTRODUÇÃO

1.1. OS AMBIENTES CONTINENTAIS E AS PARTICULARIDADES DOS RESERVATÓRIOS

Águas continentais são corpos de águas paradas ou correntes que existem


separadas do mar sem possibilidade de comunicação, ou no caso de ligação direta,
sem de entrada de água do mar, não observando sua gênese, o caráter de sua
comunidade e eventuais fases marinhas na história evolutivo das espécies. A
salinidade não pode ser usada como critério para delimitação das águas continentais
devido à grande variabilidade desse fator nas águas, em dependência do regime
pluvial e da temperatura; assim, podemos encontrar nesses ambientes águas doces,
as quais apresentam salinidade menor que 1g de sal por Kg de água, onde
predomina o bicarbonato de cálcio, e águas salgadas, que muitas vezes possuem
salinidade maior que das águas marinhas (DE LATTIN, 1967 apud SCHÄEFER, 1985;
MARGALEF, 1983; ESTEVES, 1998).
As águas continentais podem ser classificadas em três tipos: ecossistemas
lênticos ou de águas paradas (lagos e tanques); ecossistemas lóticos ou de água
corrente (mananciais, riachos e rios); e alagados, ou seja, aqueles onde os níveis de
água flutuam grandemente durante o ciclo hidrológico (brejos e pântanos). Apesar
de ocuparem pequena parcela da superfície do planeta, em comparação aos
ambientes marinho e terrestre, sua importância para o homem é muito maior que a
sua área. Representam a fonte mais conveniente e barata para as necessidades
domésticas e industriais e constituem a confluência do ciclo hidrológico, além de
fornecerem, juntamente com os estuários, o mais usado sistema de descarte de
efluentes em nível terciário (ODUM, 1988).
Os reservatórios são ambientes continentais geralmente considerados como
uma transição entre sistemas lóticos e lênticos, pois são lagos artificiais criados pelo
homem para atender a finalidades específicas. Enquanto lagos naturais preenchem
depressões naturais, os reservatórios normalmente enchem vales de rios barrados,
apresentando diferenças quanto à origem, idade, morfologia, formato, posição
dentro das bacias hidrográficas, formas de utilização e comportamento limnológico
(STRASKRABA & TUNDISI, 2000).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 2

São de grande importância as interações entre os subsistemas de um


reservatório: as bacias hidrográficas e vazões afluentes; as vazões liberadas; a
sócio-economia; o gerenciamento e o reservatório em si. Neste último, distinguem-se
os fatores físicos, químicos e biológicos (STRASKRABA & TUNDISI, 2000).
Horizontalmente, os lagos podem ser divididos em duas regiões: litorânea e
limnética. A primeira está em contato direto com o ecossistema terrestre adjacente,
sendo considerada um ecótono, com grande quantidade de nichos ecológicos. A
região limnética, também denominada pelágica, corresponde à área que não sofre
influência direta do ecossistema terrestre adjacente, apresentando como
comunidades características o plâncton e o necton (esquema no anexo 1, de acordo
com ESTEVES, 1998).
É importante estabelecer a diferença conceitual entre os termos límnico e
limnético. Segundo ROCHA (2003), organismos límnicos são aqueles que vivem em
águas continentais, enquanto os limnéticos habitam as regiões de águas abertas ou
pelágicas (“limnéticas”) de qualquer ecossistema continental.
A região litorânea geralmente apresenta vegetação arraigada ao longo da
margem; essas plantas são denominadas macrófitas aquáticas, sendo na sua
maioria fanerógamas. As zonas de macrófitas emergentes em áreas alagadas e as
zonas marginais dos lagos estão entre os habitats mais produtivos da biosfera
(ODUM, 1988; WETZEL & LIKENS, 1991; ROCHA, 2003). Essa grande produtividade
primária em zonas litorais de água doce resulta num incremento de detritos
orgânicos para o lago e promove abundância de habitats e recursos alimentares
para organismos aquáticos, muitos dos quais são especializados para vida nesses
ambientes. Também vem sendo estudado o papel das macrófitas como filtradoras
em ambientes límnicos, exercendo função protetora, particularmente quanto aos
processos de eutrofização (WETZEL & LIKENS, 1991; ABDO & SILVA, 2002; NOGUEIRA
et al., 2003; PEDRALLI & TEIXEIRA, 2003).
Na região limnética dos lagos há múltiplos movimentos e mistura de água,
relacionados tanto à radiação (e conseqüente aquecimento), que junto com os
ventos criam diferenças horizontais e verticais na massa líquida, como às vazões,
que determinam a importância do fluxo longitudinal. A zona eufótica, ou porção
iluminada, varia muito, sendo seu limite inferior referente à profundidade na qual a
intensidade da radiação solar corresponde a 1% daquela da superfície, onde
geralmente se dá a profundidade de compensação, local onde a produção primária
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 3

líquida é igual à respiração das comunidades (ESTEVES 1998; STRASKRABA & TUNDISI,
2000).
Numa estrutura simplificada, a rede alimentar de um reservatório é formada
pelos organismos produtores (fitoplâncton e macrófitas), macroconsumidores (os
peixes, os quais se alimentam de outros organismos ou detritos) e
microconsumidores (zooplâncton), além das bactérias e dos fungos, responsáveis
pela degradação do substrato orgânico (OVERBECK, 2000). Segundo STRASKRABA &
TUNDISI (2000), o conhecimento dos organismos aquáticos e da cadeia alimentar de
um reservatório é de grande importância, pois a presença ou ausência de certas
espécies e a composição das comunidades existentes serve como indicadores do
“status” da qualidade da água.

1.2. O ZOOPLÂNCTON LÍMNICO

O zooplâncton de água doce é predominantemente constituído por Protista,


Rotifera e Crustacea, sendo este último representado principalmente pelos
Copepoda e Cladocera. A diversidade de espécies varia grandemente entre
diferentes corpos de água e depende de um complexo de fatores físicos, químicos e
biológicos (ROCHA & SIPAÚBA-TAVARES, 1994).
Entre os Rotifera e Crustacea limnéticos, MATSUMURA-TUNDISI (1999) afirma
que o número de espécies em ecossistemas tropicais é de aproximadamente 15 (7 a
8 de Rotifera, 5 a 6 de Cladocera e 2 a 3 de Copepoda); no caso de reservatórios,
esse número aumenta consideravelmente principalmente para o grupo Rotifera, por
serem organismos r estrategistas que se reproduzem rapidamente sob condições de
estresse hidrodinâmico, comum nesses ambientes.
De acordo com PINTO-COELHO (1987) o interesse pela ecologia do
zooplâncton límnico em particular tem aumentado, sendo boas as perspectivas de
usá-lo em programas de monitoramento da qualidade das águas e manejo
ecológico, tal como controle do excesso de algas em ambientes eutrofizados.
Segundo GÜNTZEL & ROCHA (1998) a fase inicial de degradação dos ambientes
aquáticos pode ser indicada pela degradação biológica da fauna através de
modificações na diversidade de espécies, antes da detecção de uma alteração
deletéria na qualidade da água. O zooplâncton possui valor potencial nesse
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 4

processo, por responderem rapidamente às mudanças ambientais, refletindo as


alterações súbitas na qualidade das águas.
Os Rotifera são organismos microscópicos e pseudocelomados que
pertencem ao grupo dos Aschelminthes; são caracterizados por possuir uma coroa
ciliada na parte anterior do corpo, chamada corona, e um mástax como estrutura
mastigadora, que é de grande importância taxonômica. São eutélicos, ou seja, o
embrião possui um número determinado de células e o crescimento do animal é feito
por expansão celular. A reprodução é partenogenética, gerando a fêmea
normalmente ovos diplóides que dão origem a outras fêmeas idênticas; os machos
só são produzidos frente às adversidades ambientais. Podem também formar ovos
de resistência (BARNES et. al., 1995; SIPAÚBA-TAVARES & ROCHA, 2001).
Constituem um elo fundamental das cadeias alimentares em águas
continentais, pois alimentam-se de algas microscópicas e bactérias (cobrindo o
nicho ecológico dos pequenos filtradores) e são o alimento preferido dos
microcrustáceos. O ciclo de vida é curto, em torno de 15 dias, e podem apresentar
grande ciclomorfose (NORDI & WATANABE, 1978; MARGALEF, 1983).
Os Cladocera representam um dos grupos mais característicos de água doce,
apresentando corpo circular, antenas locomotoras, uma furca em forma de garra e
uma carapaça bivalve formada por uma dobra de cutícula. A cabeça possui órgãos
sensitivos, um grande olho composto e pequenos ocelos, estes nem sempre
presentes; assemelham-se aos Rotifera quanto ao desenvolvimento rápido e ciclos
reprodutivos. A grande maioria das espécies pode ser encontrada entre a vegetação
na margem de lagos e rios (MARGALEF, 1983; ELMOOR-LOUREIRO, 1997; SIPAÚBA-
TAVARES & ROCHA, 2001).
Quanto aos Copepoda, nos ambientes continentais são encontradas três
ordens: Cyclopoida, Calanoida e Harpacticoida. Nas duas primeiras o corpo está
nitidamente dividido em duas partes, o cefalotórax e o abdômen, tendo as espécies
hábito tipicamente planctônico. Já nos Harpacticoida é difícil a distinção das partes
do corpo, sendo normalmente bentônicos, habitando facilmente as regiões litorâneas
e os fundos dos lagos. A reprodução dos Copepoda é sexuada, com machos
geralmente bem menores que as fêmeas (SIPAÚBA-TAVARES & ROCHA, 2001).
De acordo com SCHÄFER (1985), os Rotifera e Cladocera límnicos possuem
história de vida semelhante em relação à origem. Após evolução no ambiente
marinho, seus antecedentes passaram um período em terra firme antes de
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 5

penetrarem no ambiente de água doce, sendo que atualmente as espécies destes


grupos vivem predominantemente em água doce, mostrando grande diversidade de
formas. Os Copepoda tiveram a evolução dos seus antecedentes no mar e
posteriormente ingressaram nos sistemas de água doce, adaptando-se às condições
oligohalinas; porém, a maioria das espécies vive em ambientes marinhos.
Quanto à diversidade dos invertebrados límnicos no Brasil, ROCHA (2003),
afirma que existem atualmente 467 espécies de Rotifera (sendo este o grupo mais
estudado), 273 de Copepoda e 112 de Cladocera, composta pela grande maioria de
formas planctônicas; porém, segundo a autora estima-se que cerca de 500 espécies
de Rotifera e 500 de Crustacea ainda não foram registradas para o nosso País.
Em relação à distribuição dos organismos zooplanctônicos, HUTCHINSON,
1967; MARGALEF, 1983 e WETZEL & LIKENS, 1991 afirmam que esses não se
distribuem uniformemente na massa de água dos ecossistemas continentais, sendo
sua distribuição espacial fortemente influenciada por variações nos fatores
hidrológicos e biológicos do ecossistema. Sabe-se que as condições podem variar
grandemente em ambientes aquáticos num ciclo de 24 horas (radiação solar,
temperaturas superficiais, concentração dos gases dissolvidos), principalmente em
ecossistemas rasos e áreas litorâneas. Em resposta a essas mudanças, o
zooplâncton dos lagos pode realizar deslocamentos, a exemplo de microcrustáceos
que realizam marcada migração vertical num ciclo nictimeral, ou no fato de que as
espécies que habitam áreas litorâneas são geralmente distintas daquelas das águas
abertas. Esses movimentos são também regidos pela disponibilidade de alimento,
pressão de predação, relação com indivíduos da mesma espécie e, é claro, fatores
endógenos. Assim, os organismos zooplanctônicos lacustres tendem a mover-se
para a superfície à noite e descender às camadas profundas durante o dia.

1.3. O ESTUDO DO ZOOPLÂNCTON LÍMNICO NO BRASIL

No Brasil, antes de 1900, grandes expedições exploratórias à Amazônia já


forneciam importantes dados ecológicos sobre os corpos de águas continentais,
tanto no que diz respeito à dimensão de rios como em relação à fauna, com
comentários principalmente sobre peixes e tartarugas. Inicialmente, a limnologia
brasileira caracterizava-se pelo enfoque auto-ecológico e hidrobiológico, com
estudos principalmente na região Nordeste, considerada o “berço” da limnologia
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 6

brasileira. Porém, nas décadas de 50 e 70, no século passado, as atividades


concentraram-se na região amazônica e no Rio de Janeiro, onde muitos trabalhos
sobre plâncton começaram a ser desenvolvidos (ESTEVES, 1998).
Com relação ao zooplâncton de ambientes lênticos, principalmente de
reservatórios, muitos trabalhos vêm sendo realizados, principalmente quanto à
diversidade e ecologia dessas comunidades. Os lagos mais estudados encontram-
se na região Sudeste do país, destacando-se os reservatórios da Pampulha (Minas
Gerais), de Jurumim e o lago Monte Alegre (São Paulo). Alguns reservatórios das
regiões Sul e Centro-Oeste também já são bastante conhecidos, a exemplo de
Segredo (Paraná) e Paranoá (Brasília).
Nessas regiões, diversos estudos já foram realizados sobre a composição,
diversidade e estrutura do zooplâncton, tais como CABIANCA & SENDACZ, 1985;
MATSUMURA-TUNDISI et al., 1990; LOPES et al., 1997; ARCIFA et al., 1998; GÜNTZEL &
ROCHA, 1998; BRANCO & CAVALCANTI, 1999; LANDA & MOURGUÉS-SCHURTER, 1999;
MATSUMURA-TUNDISI, 1999; PINTO-COELHO et al., 1999; NOGUEIRA, 2001; PANARELLI et
al., 2001. A produção secundária, distribuição e predação do zooplâncton também
têm sido enfocadas, principalmente em trabalhos recentes (MATSUMURA-TUNDISI,
1986; PINTO-COELHO, 1987; OLIVEIRA-NETO, 1993; ARCIFA et al., 1998; BONECKER et
al., 2001; VELHO et al., 2001; CASSANO et al., 2002; MESCHIATTI & ARCIFA, 2002;
PELAEZ-RODRIGUES & MATSUMURA-TUNDISI, 2002; SAMPAIO et al., 2002; PANARELLI et
al., 2003; PERTICARRARI et al., 2004; CASANOVA & HENRY, 2004).
Apesar da região Nordeste ter sido considerada o berço dos estudos
limnológicos, atualmente esses são bastante escassos. Um estudo recente realizado
por BOZELLI & HUSZAR (2003), baseado na compilação de 180 trabalhos sobre
ecologia do zooplâncton límnico publicados até 1998, retrata muito bem o fato, além
de discutir outros aspectos importantes. Na referida pesquisa, é citada a supremacia
dos estudos na região Sudeste do Brasil. De acordo com os autores “apesar da
especial importância dos ambientes aquáticos para a região Nordeste, esta se
apresenta como uma das mais carentes em estudos sobre a ecologia do fito e
zooplâncton límnicos, fato curioso com relação ao zooplâncton porque, já na década
de trinta, foram realizados estudos taxonômicos, os quais, no entanto, não se
traduziram no início de uma escola ou linha de atuação”. Entre outras lacunas
citadas, também está o estudo em regiões litorâneas dos ambientes continentais,
salientando a importância dessas áreas.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 7

O trabalho de AHLSTROM (1938), foi um dos pioneiros para ambientes lênticos


da região Nordeste; nesse estudo, o autor compilou dados taxonômicos e ecológicos
das espécies de Rotifera provenientes de amostras coletadas nos estados da
Paraíba, Pernambuco e Ceará. Na mesma época, foram desenvolvidos alguns
trabalhos sobre zooplâncton límnico de várias regiões brasileiras, incluindo registros
de espécies para o Nordeste (BREHM & THOMSEN, 1936; BREHM, 1937; 1938). Depois
dessas pesquisas, muitos anos se passaram para que outros estudos fossem
desenvolvidos sobre o assunto. Já na década de 1970, NORDI & WATANABE (1978),
estudaram os Rotifera do açude Epitácio Pessoa, na Paraíba; REID & TURNER (1988)
pesquisaram o zooplâncton de dois reservatórios do Estado do Maranhão.
Atualmente, trabalhos publicados em anais de congressos têm trazido
grandes contribuições para o estudo do zooplâncton límnico nordestino. CRISPIM et
al. (2000), CRISPIM & WATANABE (2000) e VIEIRA et al. (2000) estudaram dois Açudes
da região do Cariri paraibano (São José dos Cordeiros e Taperoá), analisando a
estrutura do zooplâncton em relação a sazonalidade, distribuição horizontal e estado
trófico do ambiente, além de terem ampliado a lista de espécies para aquele Estado.
LEITÃO et al., 2003 estudaram três reservatórios de Fortaleza, no Ceará,
correlacionando os dados biológicos com os fatores limnológicos e os nutrientes,
discutindo o uso de algumas espécies na caracterização trófica das águas.
Para Pernambuco, entre os trabalhos pioneiros, a maior parte refere-se a
registros de espécies encontradas em estudos abrangendo diversos ecossistemas
límnicos brasileiros, principalmente relacionados aos microcrustáceos (BREHM &
THOMSEN, 1936; BREHM, 1937 e 1938). Como alguns dos primeiros estudos que
enfocaram o zooplâncton límnico do Estado, são citados os de SCHUBART (1938),
sobre investigações nos corpos de àgua e SCHUBART (1942), sobre a fauna de
Pernambuco e estados limítrofes. Os referidos trabalhos trazem grandes
contribuições de cunho taxonômico e ecológico.
Porém, apenas meio século mais tarde esses estudos começaram a ser
realizados com mais freqüência. Foram encontradas quatro citações para o Açude
de Apipucos (região metropolitana do Recife), uma para o reservatório da Ingazeira
(Sertão do Estado), uma para o reservatório de Carpina (Zona da Mata Norte de
PE), uma para o reservatório de Jucazinho (Agreste do Estado) e uma para o
reservatório de Botafogo (Zona da Mata Norte de PE).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 8

NEUMANN-LEITÃO & Souza (1987) estudaram a comunidade de Rotifera do


Açude de Apipucos, destacando o papel desses organismos como indicadores de
regimes de trofia das águas e NEUMANN-LEITÃO et al. (1989), analisaram a
comunidade zooplanctônica também no Açude de Apipucos, encontrando maior
riqueza para os Rotifera. BOUVY et al. (2001), analisaram o efeito de cianobactérias
sobre a estrutura do zooplâncton do reservatório da Ingazeira; ALMEIDA (2002)
estudou a zooplâncton do reservatório de Carpina, trazendo informações
taxonômicas para as espécies de Rotifera encontradas e breve discussão sobre
polimorfismo para este grupo; MELO-JÚNIOR (2002), estudou o a comunidade
zooplanctônica do reservatório de Jucazinho, cujo trabalho contém dados bio-
ecológicos e distribuição geográfica para os taxa coletados, além de analisar a
variação sazonal.
Quanto à variação nictimeral existem os trabalhos de FERREIRA (2002), que
estudou a migração dos Cladocera no Açude de Apipucos, e MOURA (2004), que
analisou a estrutura do zooplâncton do reservatório de Botafogo durante um ciclo de
24 horas. Um importante trabalho de cunho taxonômico foi realizado por ELMOOR-
LOUREIRO (2004); neste estudo a autora analisa anomalias morfológicas encontrada
em grande percentual de uma população de Cladocera do Açude de Apipucos,
discutindo a possível relação deste fato com a contaminação por agentes tóxicos
despejados no ambiente.
A análise desses dados revela que em Pernambuco as pesquisas sobre o
zooplâncton límnico são em sua maioria estudos isolados, os quais não possuem
caráter de continuidade e integralidade, apesar do grande desenvolvimento da
limnologia no país, consistindo o tema uma importante lacuna científica para o nosso
Estado.

2. JUSTIFICATIVA

Diante da reduzida quantidade de informações relativas à diversidade e


dinâmica das comunidades zooplanctônicas dos ecossistemas interiores do Estado
de Pernambuco, principalmente no que tange aos lagos artificiais, tão importantes
para o abastecimento d’água das grandes cidades, esta pesquisa mostra-se de
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 9

grande relevância para ampliação dos conhecimentos limnológicos do nosso Estado.


Além disso, este consiste no primeiro trabalho referente à distribuição horizontal do
zooplâncton nas regiões litorânea e limnética para reservatórios de Pernambuco.

3. OBJETIVOS

3.1 – GERAL

Analisar a estrutura da comunidade zooplanctônica do Reservatório de


Tapacurá no aspecto da sua composição, diversidade, distribuições horizontal,
vertical e sazonal dos taxa, associada aos aspectos ecológicos.

3.2 – ESPECÍFICOS

x Estudar a variação nictimeral dos organismos zooplanctônicos, tanto na


estação seca quanto na estação chuvosa.
x Comparar as distribuições horizontal, vertical e sazonal desses organismos
nas regiões litorânea e limnética.
x Relatar as associações verificadas entre as espécies encontradas e as
condições ecológicas do ecossistema analisado.

4. HIPÓTESES

De acordo com a dinâmica que rege os corpos d’água e as particularidades


de cada grupo que compõe o zooplâncton de águas continentais, existe diferença na
sua composição em relação à distribuição horizontal, vertical e sazonal.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 10

5. O RESERVATÓRIO DE TAPACURÁ

5.1. LOCALIZAÇÃO NO SISTEMA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO ESTADO E HIDROLOGIA

O reservatório de Tapacurá está localizado no município de São Lourenço da


Mata, Zona da Mata de Pernambuco, sob as coordenadas 08°02’14’’S e
35°09’46’’W, sendo produto do represamento do rio Tapacurá, afluente do rio
Capibaribe, principal bacia hidrográfica do Estado (Figura 3). É usado para
abastecimento de água da população da Região Metropolitana do Recife e na
proteção contra enchentes, constituindo-se atualmente o maior sistema produtor de
água para a região, responsável por 43% da água doce nela distribuída, servindo
aos municípios de Recife, São Lourenço da Mata, Camaragibe e Jaboatão (SANTOS
& CARNAVAL, 2002; COMPESA, 2004).
Na verdade, é um subsistema formado por três barragens, duas de terra e
uma de concreto. As características técnicas da barragem principal (de concreto)
estão na Tabela I. O sistema iniciou sua operação em 1975, com a implantação da
1ª etapa da construção, tendo a 2ª etapa sido concluída em 1982. A bacia do
Tapacurá abrange seis municípios, localizando-se 38,6% em Vitória de Santo Antão,
31,2% em Pombos, 19,8% em São Lourenço da Mata, 4,3% em Gravatá, 3,3% em
Moreno e 2,8% em Chã Grande, totalizando 366.040 habitantes (GESTÃO, 2001;
CPRH, 2003). O comportamento do volume armazenado da barragem do Tapacurá
ao longo dos anos revelou que em fevereiro de 1994 esta chegou a secar
totalmente, recuperando-se com as chuvas até sangrar no ano seguinte. Entre 1997
e 1998, o volume armazenado chegou ao limite crítico, acarretando num severo
racionamento na oferta de água à população (COMPESA, 2000; GESTÃO, 2001).

Tabela I. Caracterização técnica da barragem do Tapacurá (Dados brutos retirados de GESTÃO, 2001)
CARACTERÍSTICAS TIPO/VALOR
Tipo de barragem concreto - massa
Área da bacia contribuinte 360 Km2
Área da bacia hidráulica 1.300 ha
Volume de acumulação 93.600.000 m3
Vazão explorável 2,7 m3/s
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 11

PC

ƒ
ƒ

Figura 1. Localização do Reservatório de Tapacurá, Pernambuco, Brasil, com indicação dos pontos
de coleta (PC).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 12

5.2. CARACTERIZAÇÃO DA SUB-BACIA DO RIO TAPACURÁ

O clima da região é As’ na escala de Köppen, pseudotropical quente e úmido,


marcadamente influenciado pelo regime de chuvas e definido por uma estação
chuvosa (março-agosto) e uma estação seca (setembro-fevereiro) consideradas na
região inverno e verão, respectivamente (CABRAL, 1999 apud FERREIRA, 2002).
O uso e ocupação do solo na bacia do rio Tapacurá reflete o caráter
transicional de seu meio geográfico, parcialmente inserido na Zona da Mata e no
Agreste – a primeira úmida com predominância de monocultura; o segundo,
subúmido e com predominância do setor policultor-pecuário (Figura 2). Quanto à
cobertura vegetal, no município de São Lourenço da Mata predominam
remanescentes de Mata Atlântica (distribuídas principalmente na Estação Ecológica
do Tapacurá), enquanto nos outros municípios predominam caatinga e área de
recomposição florestal (GESTÃO, 2001).

Poli e horticultura
38% Pecuária
30%

Outros**
6% Cobertura Cana-de-açúcar
Granjas e
florestal* 12%
chácaras
6%
8%

Figura 2. Participação percentual dos diferentes usos do solo na bacia do rio Tapacurá (*mata,
caatinga, capoeira e reflorestamento; **núcleos urbanos, aglomerados rurais e reservatórios hídricos.
Dados brutos retirados de GESTÃO, 2001).

Quanto às fontes poluidoras das águas da bacia do rio Tapacurá, a CPRH


(2003) identificou que 98,8% das cargas poluentes provêm de despejos líquidos
urbanos (esgotos sanitários), com uma estimativa de 11.859,7 Kg/dia de carga
orgânica remanescente lançada nos corpos hídricos, e 0,2% deriva de 18 indústrias
instaladas na região, que apresentam uma produção diversificada, incluindo postos
de gasolina, indústrias químicas, de produtos alimentares, de bebidas e de borracha.
Apesar do estudo não ter considerado o carreamento de substâncias tóxicas
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 13

utilizadas no controle de pragas agrícolas, proveniente da intensa atividade agrícola,


este potencial poluidor não deve ser esquecido.

5.3. QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA DO TAPACURÁ

A descarga de poluentes derivados das fontes identificadas no item (5.2)


anterior promove o aumento da concentração de detritos orgânicos e a
disponibilidade de nutrientes para os organismos aquáticos que habitam os corpos
d’água da referida bacia, acarretando em um importante potencial de eutrofização.
O monitoramento periódico dos dados hidrológicos das águas na bacia do rio
Tapacurá é realizado pela CPRH, sendo os dados reunidos na forma de um relatório
anual sobre as condições hídricas no ambiente. Os teores de oxigênio dissolvido
obtidos no levantamento realizado entre os anos de 2000 e 2003 exemplificam a
variação das condições na qualidade da água, tanto em relação temporal quanto
espacial (pontos de coleta ao longo da bacia do Tapacurá) (Figura 3). Através
desses dados pode-se notar condições críticas à montante da barragem, que
tendem a melhorar no sentido montante – corpo do reservatório, voltando a
decrescer nas águas a jusante. Os baixos níveis observados no fim do período para
as estações à montante são provavelmente conseqüência da escassez de chuvas.

8
Valores de OD (mg.L-1)

7
6
5 CB - 60
4 CB - 62
3
CB - 65
2
1
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano de Monitoramento

Figura 3. Variação nos valores anuais médios de oxigênio dissolvido (OD em mg.L-1) no
período de 2000 a 2003, para os diferentes pontos de coleta de dados hidrológicos, onde
CB – 60 representa o ponto à jusante do reservatório, CB – 62 é o ponto a montante e CB –
65 representa o reservatório (dados brutos gentilmente cedidos pela CPRH, 2005).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 14

FERREIRA (2002), após um estudo com cianobactérias no reservatório de


Tapacurá entre 1998/2000, caracterizou aquele ambiente como hipereutrófico,
apresentando em alguns períodos características de mesotrofia. De acordo com
Informe Técnico da COMPESA (1993) a proliferação excessiva de algas nesse
reservatório vem ocorrendo pelo menos desde 1980, tendo a eutrofização resultado
em elevação do custo operacional de tratamento da água para consumo, além de
colocar em risco o abastecimento público (GESTÃO, 2001).

6. MATERIAL E MÉTODOS

Foram realizadas duas coletas de aproximadamente 24 horas em ritmo


nictimeral, com intervalo de 6 horas entre as amostragens, nos dias 18 e 19 de
agosto de 2003 (período chuvoso), 21 e 22 de janeiro de 2004 (período seco).
Obteve-se um total de 48 amostras no período estudado.

6.1. PONTOS DE AMOSTRAGEM

Foram escolhidos dois pontos de coleta dentro do reservatório (Figura 1),


distantes aproximadamente 400 metros um do outro sendo:
Ponto 1 - Localização geográfica: 8°2’42” S e 35°11’36” W
Ponto fixo na região limnética do reservatório, com profundidade variando
entre 5,5m - 15m (agosto/2003) e 3,8m - 12m (janeiro/2004). Os horários de coleta
neste ponto foram 13h30, 19h30, 01h30 e 07h30.

Ponto 2 - Localização geográfica: 8°2’30” S e 35°11’42” W


Ponto fixo próximo à região litorânea do reservatório, com profundidade
variando entre 10m - 12m (agosto/2003) e 8m - 9m (janeiro/2004), distando cerca
de 6 metros da borda do reservatório. Os horários de coleta nesta estação foram
14h00, 20h00, 02h00, 08h00. Local caracterizado pelo acúmulo de macrófitas
aquáticas flutuantes, principalmente as espécies Eichornia crassipes
(Pontederiaceae), Pistia stratiotes (Araceae) e Salvinia auriculata (Salviniaceae)
(enquadramento taxonômico dos vegetais de acordo com JOLY, 1991).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 15

6.2. METODOLOGIA EM CAMPO

Arrastos: foram realizados na superfície da coluna d’água com duração de 3


minutos, utilizando rede de plâncton de 64 μm de abertura de malha. As amostras,
num total de 16, foram acondicionadas em recipientes plásticos com capacidade
para 250 mL e fixadas com formol a 4% neutralizado com bórax. Os dados obtidos
com essa amostragem foram utilizados apenas para fins qualitativos.
Filtração em peneira: as amostras foram obtidas em dois estratos na coluna
d’água, sendo o primeiro na superfície e o segundo no Limite da zona eufótica – LZE
(determinação do LZE de acordo com Esteves (1998), multiplicando-se o fator 3 pelo
valor da transparência de Secchi, sendo o resultado em metros equivalente a 1% da
radiação da superfície), considerando-se para os horários noturnos os valores
obtidos durante o dia.
Nos dois estratos da coluna d’água foram filtrados 10 litros de água, através
de uma peneira de PVC com 64 μm de abertura de malha. Para obtenção da água
na superfície utilizou-se um balde graduado, e no LZE foi utilizada garrafa do tipo
Van Dorn com capacidade para 2 litros. As amostras foram acondicionadas em
recipientes plásticos com capacidade de 60 mL e fixadas com formol a 4%
neutralizado com Bórax. Os dados obtidos com essa amostragem foram utilizados
para fins qualitativos e quantitativos.
Juntamente com os dados biológicos também foram coletados dados
referentes aos seguintes parâmetros hidrológicos: transparência (metros), através de
disco de Secchi; oxigênio dissolvido (mg.L-1) e saturação do oxigênio (%), através de
oxímetro digital modelo Handylab OX1; temperatura (°C), condutividade elétrica
(μS.cm-1) e sólidos totais dissolvidos (mg.L-1) através de condutivímetro digital
modelo Handylab LF1; turbidez (NTU) através de turbidímetro digital modelo
HI93703 e pH através de potenciômetro de bancada modelo DMPH-2.
Os parâmetros climatológicos referentes à média histórica da precipitação
(mm) no período de 1962 a 1990; precipitação total mensal no ciclo hidrológico
referente ao período 2003/2004, que inclui os meses de coleta; precipitação diária
para os dias de coleta e velocidade do vento (m.s-1) foram obtidas junto ao INMET –
Instituto Nacional de Meteorologia, coletadas pela estação 82900 Recife (Curado),
cuja representação meteorológica abrange a área de estudo.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 16

6.3. METODOLOGIA EM LABORATÓRIO

Para as amostras obtidas com arrastos foram analisados 10% do total de


cada amostra. Daquelas provenientes de filtração foram contados 20% do total de
cada amostra, em 4 a 6 subamostragens, de acordo com a densidade de
organismos. As análises foram realizadas sob estereomicroscópio Leica em placa
milimetrada de 6cm2, sendo os organismos de tamanho diminuto levados para
confirmação em microscópio óptico Leica Zoom 2000 e microscópio invertido Zeiss.
A identificação dos organismos seguiu as técnicas usuais para cada grupo,
através de bibliografia específica, tais como: MIZUNO (1968); KOSTE (1978); PENNAK
(1978); NEUMANN-LEITÃO (1986); NEUMANN-LEITÃO & SOUZA (1987); REID (1985);
MONTÚ & GOEDEN (1986); NEUMANN-LEITÃO et al. (1989); ELMOOR-LOUREIRO (1997).
A sinopse taxonômica dos organismos encontrados foi realizada de acordo
com BRUSCA & BRUSCA (2002), assim como a seqüência evolutiva das espécies de
Protozoa e Copepoda. Para os Rotifera e Cladocera, a seqüência evolutiva das
espécies baseou-se em KOSTE (1978) e ELMOOR-LOUREIRO (1997), respectivamente.

6.4. TRATAMENTO DOS DADOS

Freqüência de ocorrência (FO) e abundância relativa (D) dos táxons


Foram calculadas segundo as fórmulas e criérios da CETESB (1978):
Fo = Ta.100/TA, onde Ta é o número de amostras em que o táxon ocorreu e
TA é o número total de amostras. Os resultados são apresentados em porcentagem,
utilizando o seguinte critério: > 70% = Muito freqüente; 70%Ō 40% = Freqüente;
40%Ō 10% = Pouco freqüente e <10% = esporádico.
D = N.100/Na, onde N é o número de organismos de cada taxon na amostra e
Na é o número total de organismos na amostra. Com os dados em forma de
porcentagem, foram atribuídos os seguintes critérios: > 50% = Dominante; 50%Ō
30% = Abundante; 30%Ō 10% = Pouco Abundante e <10% = Raro.

Densidade dos organismos (org.m3)


A densidade foi calculada de acordo com a seguinte fórmula:
DE(m3) = De.1000/V, onde De é o total de organismos obtidos para cada amostra e V
o volume de água filtrado.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 17

Diversidade e equitabilidade
Foram calculados os índices de Diversidade (H’) de Shannon (1948) e
Equitabilidade (E) de Pielou (1967) para as espécies encontradas, através do
software Diversit versão 1.2. Foram utilizados os dados de densidade dos
organismos (exceto para as espécies de Protozoa, face à metodologia utilizada não
contribuir para coleta representativa desses taxa).
Para a diversidade, o resultado é expresso em bit.ind-1, sendo os valores
obtidos assim classificados: >3,0 = alta; 3,0 - 2,0 = média; 2,0 – 1,0 = baixa; <1 =
muito baixa. Para a equitabilidade, os valores variam entre 0 e 1, sendo que valores
> 0,5 indicam boa distribuição dos indivíduos entre as espécies.

Similaridade
A análise de Agrupamento foi utilizada para avaliar a similaridade entre os
táxons e entre as amostras, utilizando o método UPGMA (unweighted pair-group,
arithmetic average) e o índice de BRAY-CURTIS. A Análise dos Componentes
Principais (ACP) foi aplicada para os táxons com freqüência de ocorrência superior a
85%, juntamente com os valores dos dados hidrológicos coletados, utilizando o
índice de correlação momento-produto de PEARSON.
Ambas as análises foram realizadas utilizando-se os dados de densidade dos
organismos, através do software NTSYS pc 2.1.

Comparação de grupos de amostras


O teste não paramétrico de Mann-Whitney (“teste U”) para duas amostras
independentes foi utilizado para avaliar a significância nas diferenças dos dados
hidrológicos e da densidade do zooplâncton (total, grupos Rotifera, Cladocera,
Copepoda e táxons mais abundantes) entre os meses de coleta, regiões do lago e
profundidade nos horários diurno e noturno. Foram consideradas significativas as
diferenças em que p<0,05.

6.5. NORMALIZAÇÃO DO TEXTO

As citações no texto e as referências bibliográficas seguiram as regras do


periódico Iheringia Série Zoologia. Para as teses e similares, utilizou-se as normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 18

7. RESULTADOS

7.1. PARÂMETROS CLIMATOLÓGICOS E HIDROLÓGICOS

Quanto à precipitação (Figura 4), no período chuvoso o mês de agosto de


2003 apresentou valor do total mensal (194,8mm) um pouco abaixo do esperado,
em relação à média histórica (205,8mm). Porém, no período seco o mês de janeiro
de 2004 apresentou total mensal com precipitação de 249,9mm, valor bem acima da
média histórica (102,8), sendo este mês considerado atípico com relação à
precipitação. Os dados de média histórica utilizados foram de 1962 a 1990.
Os dados de desvio de precipitação para os referidos meses, baseados em
valores obtidos desde 1961 até 2000, confirmam os resultados da Figura 4. De
acordo com o Instituto Nacional de meteorologia, o mês de agosto/2003 foi
considerado normal quanto à precipitação, enquanto o mês de janeiro/2004 foi
classificado como muito acima do padrão (INMET, 2005).
Para os dias de coleta, no mês de agosto não houve chuvas, enquanto em
janeiro a precipitação foi de 5,2 e 5,0 mm para os dias 21 e 22, respectivamente.

500
450
400
Precipitação (mm)

350
300
250
200
150
100
50
0
mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev
Meses

Méd. hist. Tot. mens.

Figura 4. Médias históricas (no período de 1962 a 1990) e total mensal (ciclo hidrológico no período
2003/2004, que incluiu os meses de coleta no reservatório de Tapacurá) da precipitação (mm),
obtidas pela Estação Recife – Curado, do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 19

Em relação à velocidade do vento, no mês de agosto foram observados os


maiores valores, chegando a 3,6 m.s-1 no primeiro dia de coleta (Figura 5).

4,0
3,5
Vel. vento (m.s-1)

3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
15/18 16/19 17/20 18/21 19/22

Dias

Agosto Janeiro

Figura 5. Velocidade do vento (m.s-1), para os três dias anteriores às coletas e para os dias de coleta
no reservatório de Tapacurá (15 a 19 de agosto de 2003, onde 18/19 representam os dias de coleta;
18 a 22 de janeiro de 2004, onde 21/22 representam os dias de coleta) obtidas pela Estação Recife –
Curado, do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia.

As variações obtidas para os parâmetros hidrológicos durante as coletas, para


ambos os períodos sazonais, se encontram representados nas figuras 6 e 7.
A temperatura variou de 26,7 a 30,3°C nos dois meses estudados, com média
de 27,2°C no período chuvoso e 28,6°C no seco, sendo esta diferença considerada
significativa (p = 0,00). Quanto à zonação do reservatório, a região litorânea obteve
valores mais elevados que a limnética, diferença esta não significativa, assim como
para os horários de coleta.
Os teores de oxigênio dissolvido foram considerados baixos nos dois períodos
sazonais, com mínimo de 1,1 mg.L-1 e máximo de 5,5mg.L-1, ambos observados no
período seco, revelando maiores variações para este período (que obteve média de
3,0 mg.L-1); neste período, a região litorânea apresentou melhores níveis de oxigênio
do que a limnética, tendo esta última apresentado o valor mínimo; além disso, pode-
se também notar indícios de estratificação vertical, porém com diferenças menos
acentuadas. No período chuvoso (média de 3,5 mg.L-1) não houve grandes
diferenças deste parâmetro em relação às distribuições horizontal e vertical.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 20

28,5
4,6

28
4,2
Temp. (°C)

OD (mg.L-1)
3,8
27,5

3,4

27
3

26,5 2,6
13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h 13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h
Horário Horário

8,4 22
21
8,2 20
19
18
8
Turb. (UNT)

17
pH

16
7,8 15
14
13
7,6 12
11
7,4 10
13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h 13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h
Horário
Horário

235 235
230 230
225 225
220
STD (mg.L-1)

220
CE (uS.cm-1)

215 215
210 210
205 205
200 200
195 195
13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h 13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h
Horário
Horário

x LimSup  LimLZE


----x---- LitSup -------- LitLZE

Figura 6. Variação nictimeral da temperatura (Temp.), oxigênio dissolvido (OD), pH, turbidez (Turb.),
condutividade elétrica (CE) e sólidos totais dissolvidos (STD) nas duas regiões do lago e nas duas
profundidades, no reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, entre os dias 18/19 de agosto de
2003 (Lim: região limnética, Lit: região litorânea; Sup: superfície; LZE: profundidade referente ao
limite de zona eufótica).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 21

30,5 6
5,5
30 5
4,5
29,5
Temp. (°C)

OD (mg.L-1)
3,5
29
3
28,5 2,5
2
28 1,5
1
27,5 0,5
13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h 13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h

Horário Horário

9 29

8,8 27
8,6 25
8,4 23
8,2 21
Turb. (UNT)

8 19
pH

7,8
17
7,6
15
7,4
13
7,2
7 11

6,8 9
13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h 13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h

Horário Horário

248 247

245 244
STD (mg.L-1)
CE (μS.cm-1)

242 241

239 238

235
236

232
233
13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h
13:30/14:00h 19:30/20:00h 01:30/02:00h 07:30/08:00h
Horário
Horário

x LimSup  LimLZE


----x---- LitSup -------- LitLZE

Figura 7. Variação nictimeral da temperatura (Temp.), oxigênio dissolvido (OD), pH, turbidez (Turb.),
condutividade elétrica (CE) e sólidos totais dissolvidos (STD) nas duas regiões do lago e nas duas
profundidades, no reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, entre os dias 21/22 de janeiro de
2004 (Lim: região limnética, Lit: região litorânea; Sup: superfície; LZE: profundidade referente ao
limite de zona eufótica).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 22

Quanto ao pH, os valores variaram entre 7,1 e 8,8, sendo a diferença entre os
períodos sazonais considerada significativa (p = 0,03), obtendo o período chuvoso
valores mais elevados que o seco, com médias de 7,9 e 7,5, respectivamente. As
diferenças entre as regiões do lago e horário de coleta não foram significativas,
porém uma tendência a aumento do pH na profundidade referente ao LZE,
principalmente à noite, foi observada.
Os valores de turbidez estiveram entre 9,7 e 28,4UNT para os dois períodos
analisados, com médias de 16,6UNT no período chuvoso e 19,0UNT no seco, não
sendo esta diferença significativa, tanto quanto para a profundidade no ciclo
nictimeral. Quanto à distribuição horizontal foi observada diferença significativa (p =
0,01), tendo a região limnética obtido maiores valores que a litorânea, principalmente
no período seco.
A condutividade elétrica e os sólidos totais dissolvidos obtiveram padrões
semelhantes, sendo estes parâmetros descritos em conjunto. Os valores variaram
entre 196μS.cm-1/mg.L-1 e 249μS.cm-1/248mg.L-1, tendo o período seco (média de
244μS.cm-1/mg.L-1) apresentado valores mais elevados que o chuvoso (média de
228μS.cm-1/mg.L-1); esta diferença foi considerada significativa, com p = 0,00. As
diferenças quanto às regiões do reservatório e horários não foram significativas,
mesmo assim pôde-se perceber que a superfície da água durante o dia apresentou
valores mais elevados para este parâmetro, e também que as regiões limnética no
período chuvoso e litorânea no período seco apresentaram homogeneidade quanto
à profundidade.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 23

7.2. ZOOPLÂNCTON

7.2.1. COMPOSIÇÃO E RIQUEZA

O zooplâncton do reservatório de Tapacurá esteve representado por 51 taxa,


distribuídos em 5 filos, 20 famílias, 26 gêneros e 40 espécies. Entre as espécies, 28
foram de Rotifera (além de 2 subespécies), 5 de Protista, 5 de Cladocera e 2 de
Copepoda. A sinopse taxonômica das espécies encontram-se a seguir:

Reino Protista
Filo Ciliophora
Classe Holotrichida
Família Didinidae
Didinium sp.
Classe Oligohymenophora
Subclasse Peritricha
Família Vorticellidae
Vorticella sp.
Filo Rhizopoda
Classe Lobosea
Família Arcellidae
Difflugia sp.
Arcella vulgaris Ehrenberg, 1830
Centropyxis aculeata (Ehrenberg, 1838)
Reino Metazoa (= Animalia)
Filo Rotifera
Classe Digonota
Ordem Bdelloidea
Família Philodinidae
Rotaria sp.1
Rotaria sp.2
Rotaria sp.3
Classe Monogononta
Ordem Ploimida
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 24

Família Epiphanidae
Epiphanes macrouros (Barrois & Daday, 1894)
Família Brachionidae
Platyias quadricornis (Ehrenberg, 1832)
Brachionus quadridentatus (Hermann, 1783)
Brachionus calyciflorus calyciflorus Pallas, 1766
Brachionus calyciflorus anuraeiformis (Brehm, 1909)
Brachionus dolabratus Harring, 1915
Brachionus falcatus Zacharias, 1898
Brachionus havanaensis Rousselet, 1911
Keratella tropica (Apstein, 1907)
Keratella americana Carlin, 1943
Anuraeopsis fissa (Gosse, 1851)
Família Colurellidae
Lepadella patella (O. F. Müller, 1786)
Família Lecanidae
Lecane imbricata Carlin, 1939
Lecane clara (Bryce, 1892)
Lecane ludwigi (Eckstein, 1883)
Lecane curvicornis (Murray, 1913)
Lecane papuana (Murray, 1913)
Lecane (Monostyla) lunaris (Ehrenberg, 1832)
Lecane (Monostylla) bulla (Gosse, 1886)
Lecane sp.
Família Notomatidae
Cephalodella sp.1
Cephalodella sp.2
Família Trichocercidae
Trichocerca sp.
Família Synchaetidae
Ploesoma truncatum (Levander, 1894)
Família Asplanchinidae
Asplanchnopus hyalinus Harring, 1913
Família Hexarthridae
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 25

Conochilus unicornis Rousselet, 1892


Hexarthra fennica (Levander, 1892)
Filo Nemata (= Nematoda)
Filo Arthropoda
Subfilo Crustacea
Classe Branchiopoda
Ordem Diplostraca
Subordem Cladocera
Família Sididae
Diaphanosoma spinulosum Herbst, 1967
Família Moinidae
Moina micrura Kurz, 1874
Família Daphniidae
Ceriodaphnia cornuta Sars, 1886
Família Chydoridae
Alona cambouei Guerne & Richard, 1893
Euryalona brasiliensis Brehm & Thomsen, 1936
Classe Malacostraca
Subclasse Eumalacostraca
Superordem Eucarida
Ordem Decapoda
Infraordem Caridea
Família Palaemonidae (larvas em estágio zoé)
Classe Maxillopoda
Subclasse Copepoda
Infraclasse Neocopepoda
Ordem Calanoida
Família Diaptomidae
Notodiaptomus cearensis Wright, 1936
Ordem Cyclopoida
Família Cyclopidae
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 26

Thermocyclops decipiens Kiefer, 1927


Ordem Harpacticoida
Subclasse Ostracoda
Copepodito
Náuplio de Crustacea
Subfilo Hexapoda
Classe Insecta (Larva)
Subfilo Cheliceriformis
Classe Chelicerata
Subclasse Arachnida
Ordem Acari
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 27

7.2.2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ESPÉCIES

Os taxa identificados em nível específico encontram-se abaixo descritos


quanto à sua ecologia, ocorrência para ecossistemas lênticos do Brasil e distribuição
durante o presente estudo no reservatório de Tapacurá.

PROTISTA

Didinium sp.
Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente, ocorrendo apenas em
janeiro, na região litorânea.

Vorticella sp.
Distribuição no reservatório de Tapacurá: espécie pouco freqüente, ocorrendo
apenas em agosto, nas duas regiões do reservatório.

Difflugia sp.
Distribuição no reservatório de Tapacurá: espécie pouco freqüente. Em agosto foi
exclusiva da região litorânea e em janeiro foi encontrada apenas a região limnética.

Arcella vulgaris Ehrenberg, 1830


Generalidades da espécie: cosmopolita, planctônica e litorânea; abundante em
águas ricas em matéria orgânica (DABÉS, 1995). Ocorrência em ecossistemas
lênticos brasileiros1: reservatórios Itaparica (PE), Jurumim (SP) e Pomar (MG);
lagoas marginais do rio São Francisco (MG). Distribuição no reservatório de
Tapacurá: freqüente em agosto, ocorrendo nas duas regiões do lago, apenas nas
amostras de rede; em janeiro foi muito freqüente, sendo registrada para a maior
parte das amostras, com maior número de indivíduos na região litorânea. Ocorreu na
superfície e LZE, não apresentando padrão de distribuição vertical no ciclo
nictimeral.

1
As referências dos autores para os ecossistemas citados encontram-se no anexo 2
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 28

Centropyxis aculeata (Ehrenberg, 1838)


Generalidades da espécie: cosmopolita, planctônica e litorânea (DABÉS, 1995).
Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: reservatórios Jurumim (SP) e
Pomar (MG); lagoas marginais do rio São Francisco (MG). Distribuição no
reservatório de Tapacurá: espécie pouco freqüente, ocorrendo apenas no mês de
agosto na região litorânea, preferencialmente na superfície.

ROTIFERA

Rotaria sp.1
Distribuição no reservatório de Tapacurá: esporádica em agosto e freqüente em
janeiro, ocorrendo quase que exclusivamente na região litorânea, preferencialmente
na superfície de dia e LZE à noite.

Rotaria sp.2
Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente, ocorrendo na
superfície e LZE. Em agosto foi exclusiva da região litorânea e em janeiro foi
encontrada nas duas regiões do lago.

Rotaria sp.3
Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente, não ocorrendo nas
amostras de rede; foi encontrada nas duas regiões do lago em agosto, estando
restrita à região litorânea em janeiro.

Epiphanes macrouros (Barrois & Daday, 1894)


Generalidades da espécie: cosmopolita e euritópica, distribuída no plâncton de
lagunas, lagos de água doce e também águas salobras, tendo já sido registrada em
salinidades de até 37 partes por mil e temperaturas entre 5°C-30°C. Comum
também em ambientes rasos e eutróficos, podendo suportar anoxia (NEUMANN-
LEITÃO & SOUZA, 1987; REID & TURNER, 1988; ARCIFA et al., 1998). Ocorrência em
ecossistemas lênticos brasileiros: açude de Apipucos (PE); reservatório de
Carpina (PE); lagos Açu (MA), Monte Alegre (SP) e Paranoá (GO); lagoa Reta-1
(MS). Distribuição no reservatório de Tapacurá: ocorreu em 100% das amostras.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 29

Distribuição vertical mais homogênea na região limnética e tendência à estratificação


populacional na região litorânea de acordo com o ritmo nictimeral.

Platyias quadricornis (Ehrenberg, 1832)


Generalidades da espécie: distribuída nas regiões tropical e subtropical. Espécie
eurialina que vive geralmente no substrato em águas salinas e ácidas; ocorre
ocasionalmente no plâncton de águas doce e salobra. Comum na região litorânea
dos lagos, junto às macrófitas. Indicadora de poluição orgânica e ecossistemas
eutrofizados (PARANAGUÁ & NEUMANN-LEITÃO, 1982; NEUMANN-LEITÃO & SOUZA, 1987;
MATSUMURA-TUNDISI et al., 1990; VITÓRIO et al., 2003). Ocorrência em
ecossistemas lênticos brasileiros: açudes de Apipucos (PE) e Taperoá (PB);
reservatórios de Iataparica (PE), Jurumim e Piraju (SP). Distribuição no
reservatório de Tapacurá: pouco freqüente, registrada apenas na superfície da
coluna d’água do mês de agosto, nas duas regiões do lago, na rede e peneira.

Brachionus quadridentatus (Hermann, 1783)


Generalidades da espécie: espécie cosmopolita, litorânea e bêntica, sendo
encontrada especialmente em águas ricas em vegetação; raras vezes encontrada no
plâncton em águas calmas. Pode ocorrer também em águas salobras (PARANAGUÁ &
NEUMANN-LEITÃO, 1982; NEUMANN-LEITÃO & SOUZA, 1987; MATSUMURA-TUNDISI et al.,
1990; Dabés, 1995). Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: açudes de
Apipucos (PE) e Taperoá (PB); reservatórios Barra Bonita (SP) e Pomar (MG);
lagoas marginais do rio São Francisco (MG). Distribuição no reservatório de
Tapacurá: de ocorrência esporádica, registrada apenas no mês de agosto, na
superfície da região litorânea às 08h.

Brachionus calyciflorus calyciflorus Pallas, 1766


Generalidades da espécie: espécie cosmopolita, ocorrendo principalmente em
águas alcalinas, comumente encontrada em ambientes continentais brasileiros e,
ocasionalmente, em águas salobras. Habita ambientes oligo a hipertróficos, sendo
tolerante às características adversas da água. É indicadora de poluição orgânica e
ambientes eutrofizados, estando correlacionada positivamente ao elemento fósforo.
Na teia trófica possui efeito negativo sobre grandes ciliados e grandes flagelados
autotróficos (INFANTE, 1980; NEUMANN-LEITÃO & SOUZA, 1987; KUCZYNSKI, 1991;
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 30

STARLING, 2000; DUGGAN et al., 2001; MOHR & ADRIAN, 2002, LEITÃO et al., 2003;
VITÓRIO et al., 2003). Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: açude de
Apipucos (PE); reservatórios de Carpina, Itaparica, Jucazinho, (PE), Descoberto,
Santa Maria (GO), Jurumim, Barra Bonita (SP) e Pacajus (CE); lagos Açu (MA) e
Paranoá (GO); lagoas Pampulha (MG), Bonita, Formosa (GO) e São Paulo (SP).
Distribuição no reservatório de Tapacurá: ocorreu em 100% das amostras,
estando bem distribuída horizontal e verticalmente. Em agosto foi encontrada
principalmente no LZE da região limnética e na superfície na região litorânea. Em
janeiro a situação se inverteu quanto à região limnética, e na região litorânea não se
observou preferência.

Brachionus calyciflorus anuraeiformis (Brehm, 1909)


Generalidades da espécie: cosmopolita em águas doces e salobras (NEUMANN-
LEITÃO & SOUZA, 1987). Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: açude
de Apipucos (PE); reservatório de Itaparica (PE); lagoas São Paulo e Tremedal (SP).
Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente, ocorrendo apenas no
mês de agosto, na superfície das regiões litorânea e limnética, em amostras de rede.

Brachionus dolabratus (Harring, 1915)


Generalidades da espécie: planctônica de distribuição tropical, encontrada
principalmente em ecossistemas lênticos; ocorre também em ambientes rasos e
eutróficos (DABÉS, 1995; MUSSARA et al., 1995, ARCIFA et al., 1998). Ocorrência em
ecossistemas lênticos brasileiros: açudes São José dos Cordeiros e Taperoá
(PB); reservatório de Itaparica (PE), Jurumim (SP); lago Monte Alegre (SP); lagoas
Cemitério, Ponte, Reta-1 (MS), marginais do rio São Francisco e Pampulha (MG).
Distribuição no reservatório de Tapacurá: muito freqüente em agosto estando
bem distribuída horizontal e verticalmente; foi freqüente em janeiro, com maior
quantidade de organismos na superfície.

Brachionus falcatus Zacharias, 1898


Generalidades da espécie: espécie planctônica de regiões tropicais e subtropicais,
relacionada a condições de água doce, podendo também ocorrer em águas
salobras. Em lagos ocorre nas regiões litorânea e limnética. Indicadora de poluição
orgânica e comum em ambientes rasos e eutrofizados (PARANAGUÁ & NEUMANN-
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 31

LEITÃO, 1982; NEUMANN-LEITÃO & SOUZA, 1987; REID & TURNER, 1988; DABÉS, 1995;
VITÓRIO et al., 2003). Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: açude de
Apipucos (PE), São José dos Cordeiros e Taperoá (PB); reservatórios de Botafogo,
Carpina, Itaparica, Jucazinho (PE), Barra Bonita, Jurumim, Piraju, Salto Grande e
Xavantes (SP); lagos Açu (MA) e Monte Alegre (SP); lagoas Bonita, Paraguaia (MS),
São Paulo, Tremedal (SP), Águas Claras, Aguapé, Ariranha, Belgo Mineira, lagoas
marginais do rio São Francisco, Pampulha (MG) e Caconde (RS); viveiros de cultivo
de camarão do município do Cabo (PE). Distribuição no reservatório de
Tapacurá: ocorreu nas regiões limnética e litorânea, sendo muito freqüente em
agosto, quando sua distribuição vertical não apresentou grandes diferenças. Em
janeiro foi freqüente, preferindo a superfície nos horários amostrados.

Brachionus havanaensis Rousselet, 1911


Generalidades da espécie: habitante dos trópicos, tendo sido encontrada em águas
alcalinas e eutróficas, com temperaturas de até 34°C (REID & TURNER, 1988).
Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: açudes São José dos
Cordeiros e Taperoá (PB); reservatórios de Carpina, Itaparica e Jucazinho (PE);
Lago Açu (MA). Distribuição no reservatório de Tapacurá: muito freqüente. Em
agosto apresentou maior quantidade de organismos na superfície de dia e no LZE à
noite, porém sem apresentar grandes diferenças verticais. Em janeiro, na região
limnética apresentou maior quantidade de organismos na superfície em todos os
horários, enquanto na região litorânea sua distribuição vertical foi homogênea de dia
e com maior densidade de organismos na superfície à noite.

Keratella tropica (Apstein, 1907)


Generalidades da espécie: espécie tropical e planctônica, prefere águas paradas,
mais ácidas e quentes, tolerando altos níveis de alcalinidade total; ocorre em águas
de oligo a eutróficas, porém sua abundâcia indica poluição orgânica e eutrofização
do ecossistema (DABÉS, 1995; STARLING, 2000; DUGGAN et al., 2001; LEITÃO et al.,
2003 e VITÓRIO et al. 2003). Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros:
açudes São José dos Cordeiros e Taperoá (PB); reservatórios Ingazeira, Itaparica
(PE), Barra Bonita, Jurumim, Salto Grande, Xavante (SP), Pacajus (CE) e Pomar
(MG); lagoas Pampulha, lagoas marginais do rio São Francisco (MG) e São Paulo
(SP). Distribuição no reservatório de Tapacurá: ocorreu em 100% das amostras.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 32

Em agosto obteve maiores densidades na superfície, com tendência à maior


estratificação vertical nos horários de 13h30min/14:00h; em janeiro apresentou
padrão de distribuição vertical variado.

Keratella americana Carlin, 1943


Generalidades da espécie: espécie planctônica habitante das Américas temperada
e tropical, ocorrendo em águas de oligo a eutróficas, preferindo águas paradas, mais
ácidas e quentes. Ocorre nas regiões litorânea e limnética dos lagos. Resistente a
altos níveis de nitrato, podendo atuar como bioindicadora do estado trófico,
sazonalidade e ação antrópica (REID & TURNER, 1988; DABÉS, 1995; SAMPAIO et al.,
2002; LEITÃO et al., 2003; SOUZA & MERA, 2003). Ocorrência em ecossistemas
lênticos brasileiros: açudes São José dos Cordeiros e Taperoá (PB); reservatórios
de Botafogo, Itaparica (PE), Pacajus (CE), Barra Bonita, Jurumim, Lobo (Broa),
Piraju, Salto Grande, Xavante (SP), Descoberto e Santa Maria (GO); lagos Açu,
Viana (MA), Monte Alegre (SP) e Paranoá (GO); lagoas Águas Claras, Aguapé,
Amarela, Ariranha, Carioca (MG), Bonita, Formosa (GO), lagoas marginais do rio
São Francisco, Pampulha (MG), Paraguaia (MS) e São Paulo (SP). Distribuição no
reservatório de Tapacurá: espécie muito freqüente. Em agosto esteve bem
distribuída horizontalmente, quando na região limnética obteve maiores densidades
no LZE durante o dia e na superfície à noite, mostrando padrão variado na região
litorânea. Em janeiro com maior número de indivíduos na região limnética.

Anuraeopsis fissa (Gosse, 1851)


Generalidades da espécie: cosmopolita e planctônica de águas quentes,
relacionada a ambientes com baixo teor de oxigênio e a condições eutróficas
(PEJLER, 1983; BERZINS & PEJLER, 1989; DABÉS, 1995; STARLING, 2000). Ocorrência
em ecossistemas lênticos brasileiros: reservatórios de Itaparica (PE), Pomar
(MG) e Rio Pari (SP); lago Paranoá (GO); lagoas marginais do rio São Francisco
(MG). Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente, ocorrendo
apenas em janeiro, nas duas regiões do lago.

Lepadella patella (O. F. Müller, 1786)


Generalidades da espécie: cosmopolita e litorânea, habitando principalmente o
bentos de lagos, viveiros de água doce e salobra, ocorrendo no plâncton como
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 33

migrante ocasional; considerada indicadora de águas eutróficas (NEUMANN-LEITÃO,


1986; DABÉS, 1995; MORETTO, 2001; USTAOGLO et al., 2004). Ocorrência em
ecossistemas lênticos brasileiros: reservatórios Barra Bonita e Jurumim (SP);
lagoas Águas Claras, Amarela e marginais do rio São Francisco (MG). Distribuição
no reservatório de Tapacurá: esporádica em agosto e pouco freqüente em janeiro,
ocorrendo apenas na região litorânea, principalmente na superfície.

Lecane imbricata Carlin, 1939


Generalidades da espécie: foi registrada em apenas um dos dezessete meses de
estudo no lago Sazligöl (um corpo de água pequeno, raso e eutrófico da Turquia),
(USTAOGLU et al., 2004). Trata-se do primeiro registro desta espécie para
ecossistemas continentais do estado de Pernambuco. Distribuição no reservatório
de Tapacurá: pouco freqüente, ocorrendo apenas em janeiro, na região litorânea,
com distribuição vertical homogênea.

Lecane clara (Bryce, 1892)


Generalidades da espécie: Trata-se do primeiro registro desta espécie para
ecossistemas continentais do estado de Pernambuco. Ocorrência em
ecossistemas lênticos brasileiros: reservatório do Lobo (Broa – SP). Distribuição
no reservatório de Tapacurá: freqüente. Ocorreu em janeiro; com maiores
densidades na região litorânea e LZE.

Lecane ludwigi (Eckstein, 1883)


Generalidades da espécie: espécie cosmopolita e litorânea de águas quentes.
ocorre geralmente no perifiton, aparecendo no plâncton como migrante temporário
(NEUMANN-LEITÃO, 1986; DABÉS, 1995). Ocorrência em ecossistemas lênticos
brasileiros: reservatórios de Itaparica (PE), Jurumim e Salto Grande (SP); lagoas
marginais do Rio São Francisco (MG). Distribuição no reservatório de Tapacurá:
freqüente em agosto nas duas regiões do lago; pouco freqüente em janeiro, quando
foi encontrada apenas na superfície da região litorânea.

Lecane curvicornis (Murray, 1913)


Generalidades da espécie: cosmopolita, planctônica e tropical, comum em águas
com baixos níveis de pH (REID & TURNER, 1988; DABÉS, 1995). Ocorrência em
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 34

ecossistemas lênticos brasileiros: reservatório Jurumim (SP); lago Açu (MA);


lagoas marginais do rio São Francisco (MG). Distribuição no reservatório de
Tapacurá: pouco freqüente, ocorrendo apenas na região litorânea do mês de
janeiro, na superfície e LZE.

Lecane papuana (Murray, 1913)


Generalidades da espécie: litorânea, distribuída nas regiões tropical e subtropical,
relacionada a condições oligohalinas; comum entre as macrófitas de águas rasas e
temperaturas entre 17-30°C, pH de 5,3–8,2, oxigênio dissolvido de 6,1–9,7 mg.L-1 e
turbidez de 40–88 NTU (DABÉS, 1995). Ocorrência em ecossistemas lênticos
brasileiros: reservatórios de Itaparica (PE) e Jurumim (SP); lagoas marginais do rio
São Francisco (MG). Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente,
ocorrendo apenas na região litorânea do mês de janeiro, na superfície e LZE.

Lecane (Monostyla) lunaris (Ehrenberg, 1832)


Generalidades da espécie: bêntica, cosmopolita em águas doces e salobras, que
ocorre como migrante temporária no plâncton (ticoplâncton); nos lagos habita as
regiões litorânea e limnética, preferindo porém a primeira, principalmente em águas
ricas em vegetação. Associada a condições oligohalinas, pH entre 5–10 e
temperatura 5 a 28°C (NEUMANN-LEITÃO & SOUZA, 1987; MATSUMURA-TUNDISI et al.,
1990; DABÉS, 1995; MORETTO, 2001). Ocorrência em ecossistemas lênticos
brasileiros: açudes de Apipucos (PE), São José dos Cordeiros e Taperoá (PB);
reservatórios Barra Bonita, Jurumim, Piraju, Salto Grande (SP) e Pomar (MG);
lagoas Águas Claras, Aguapé, Amarela, Ariranha, Carioca e marginais do rio São
Francisco (MG). Distribuição no reservatório de Tapacurá: esporádica em agosto,
ocorrendo na superfície da região litorânea. Pouco freqüente em janeiro, sendo
encontrada nas duas regiões do reservatório.

Lecane (Monostylla) bulla (Gosse, 1886)


Generalidades da espécie: litorânea e cosmopolita, ocorrendo em águas doces,
salobras e salgadas, euritópica em lagos de várzea e margens de lagos;
ocasionalmente habita reservatórios, rios e região limnética dos lagos. Associada a
condições oligohalinas e águas de baixa transparência; encontrada de ambientes
oligo a eutróficos, sendo, porém, sua abundância indicadora de poluição orgânica,
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 35

suportando variações de temperatura de 8-32°C, pH de 3,5-9,4 e oxigênio de 3-13,8


mg.L-1 (NEUMANN-LEITÃO & NOGUEIRA, 1986; REID & TURNER, 1988; DABÉS, 1995;
MUSSARA et al., 1995; MORETTO, 2001; VITÓRIO, 2003; USTAOGLO et al., 2004).
Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: açudes São José dos
Cordeiros e Taperoá (PB); reservatórios de Itaparica (PE), Jurumim, Piraju e Rio
Novo (SP); lago Açu (MA); lagoas Bonita (GO), Águas Claras, Aguapé, Amarela,
Ariranha, Carioca, lagoas marginais do rio São Francisco (MG), Panorama e Reta-1
(MS); viveiros de cultivo de camarão do município de Igarassu (PE). Distribuição no
reservatório de Tapacurá: muito freqüente em agosto e freqüente em janeiro,
principalmente na superfície da região litorânea.

Lecane sp.
Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente, ocorrendo apenas no
mês de agosto na região litorânea.

Cephalodella sp.1
Distribuição no reservatório de Tapacurá: esporádica, encontrada apenas em
agosto, no LZE da região litorânea às 14:00h.

Cephalodella sp.2
Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente em agosto e rara em
janeiro, habitando a região litorânea.

Trichocerca sp.
Distribuição no reservatório de Tapacurá: esporádica, ocorreu apenas em janeiro
na superfície da região litorânea às 20h.

Ploesoma truncatum (Levander, 1894)


Generalidades da espécie: semipelágica, estenoterma quente, habita águas doces
e salobras; nos lagos ocorre nas regiões limnética e litorânea (NEUMANN-LEITÃO,
1986; MORETTO, 2001). Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros:
reservatórios de Itaparica (PE), Capivara, Jurumim, Salto Grande e Xavantes (SP);
lagoas Amarela e Carioca (MG). Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 36

freqüente em agosto, quando foi encontrada na região litorânea; esporádica em


janeiro, ocorrendo na região limnética.

Asplanchnopus hyalinus Harring, 1913


Generalidades da espécie: Ocorre em águas doce e salobra, embora não em
grande número (NEUMANN-LEITÃO, 1986). Trata-se do primeiro registro desta espécie
para águas continentais do estado de Pernambuco. Distribuição no reservatório
de Tapacurá: pouco freqüente em agosto e muito freqüente em janeiro, habitando
as regiões litorânea e limnética, com maiores densidades na superfície

Conochilus unicornis Rousselet, 1892


Generalidades da espécie: possui hábito colonial, podendo ser encontrada em
ambientes lóticos e lênticos de meso a eutróficos; em lagos da Nova Zelândia esteve
associada a baixos estados tróficos (HUTCHINSON, 1967; MUSSARA et al., 1995;
STARLING, 2000; DUGGAN et al., 2001; SAMPAIO et al., 2002). Trata-se do primeiro
registro desta espécie para ecossistemas continentais do estado de Pernambuco.
Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: reservatórios Barra Bonita,
Capivara, Jurumim, Piraju, Rio Novo, Rio Pari, Salto Grande, Xavantes (SP) e
Descoberto (GO); lago Paranoá (GO) e Cemitério (MS); lagoas Bonita, Panorama,
Paraguaia, P7 (MS), São Paulo e Tremedal (SP). Distribuição no reservatório de
Tapacurá: ocorreu nas duas regiões do reservatório. Foi pouco freqüente em agosto
e freqüente em janeiro, quando obteve maior densidade na região litorânea,
principalmente na superfície durante o dia e no LZE à noite, nos horários
amostrados.

Hexarthra fennica (Levander, 1892)


Generalidades da espécie: abundante em águas oligotróficas, sendo característica
de águas salinizadas (SIBEL-YIGIT, 2002). Trata-se do primeiro registro desta espécie
para ecossistemas continentais do estado de Pernambuco. Distribuição no
reservatório de Tapacurá: muito freqüente em agosto e freqüente em janeiro,
apresentando geralmente maior número de organismos na região litorânea.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 37

CLADOCERA

Diaphanosoma spinulosum Herbst, 1967


Generalidades da espécie: mais comum em ecossistemas lênticos (SERAFIM JR. et
al., 2003). Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: açudes de Apipucos
(PE), São José dos Cordeiros e Taperoá (PB); reservatórios de Botafogo, Carpina,
Jucazinho (PE), Gavião, Pacajus, Pacoti (CE) e Capivara (SP); lagoa dos Patos
(MS). Distribuição no reservatório de Tapacurá: muito freqüente nas regiões
litorânea e limnética, na superfície e LZE. Apresentou, de uma forma geral, maior
número de indivíduos no LZE, principalmente durante o dia.

Moina micrura Kurz, 1874


Generalidades da espécie: habita águas de oligo a hipertróficas (MUSSARA et al.,
1995; STARLING, 2000). Parece preferir ecossistemas lênticos. Ocorrência em
ecossistemas lênticos brasileiros: açudes de Apipucos (PE) e São José dos
Cordeiros (PB); reservatórios de Botafogo, Carpina, Ingazeira, Itaparica, Jucazinho
(PE), Descoberto e Santa Maria (GO); lago Monte Alegre (SP); lagoas Cemitério
(MS) e Pampulha (MG); tanques de cultivo de peixes (SP). Distribuição no
reservatório de Tapacurá: ocorreu apenas no mês de agosto, sendo freqüente nas
regiões litorânea e limnética, principalmente na superfície.

Ceriodaphinia cornuta Sars, 1886


Generalidades da espécie: distribuída nas Américas temperada e tropical,
comumente encontrada no plâncton de águas continentais brasileiras; tende a ser
mais representativa em ambientes pouco eutróficos, com boa qualidade da água
(REID & TURNER, 1988; STARLING, 2000). Ocorrência em ecossistemas lênticos
brasileiros: açudes São José dos Cordeiros e Taperoá (PB); reservatórios de
Botafogo, Carpina, Ingazeira, Itaparica, Jucazinho (PE), Gavião, Pacajus, Pacoti
(CE), do Borba, Capivara, Jurumim, Piraju, Rio Novo, Rio Pari, Salto Grande,
Xavantes (SP) e Santa Maria (GO); lagos Açu, Viana (MA), Dom Helvécio (MG) e
Monte Alegre (SP); lagoas Bonita, dos Patos, Paraguaia (MS), Bonita (GO) e São
Paulo (SP). Distribuição no reservatório de Tapacurá: espécie pouco freqüente,
ocorreu apenas no mês de agosto nas duas regiões do lago.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 38

Alona cambouei Guerne & Richard, 1893


Generalidades da espécie: encontrada em ambientes lóticos e lênticos,
principalmente na margem dos lagos (SERAFIM Jr. et al., 2003). De acordo com
ELMOOR-LOUREIRO (1997), só foi registrada em Pernambuco nos trabalhos de BREHM
& THOMSEN (1936), BREHM (1937) e SCHUBART (1938 e 1942). Após esses estudos,
não havia sido novamente registrada para o Estado. Ocorrência em ecossistemas
lênticos brasileiros: lagoa dos Patos (MS). Distribuição no reservatório de
Tapacurá: pouco freqüente em agosto e esporádica em janeiro, habitando as duas
regiões do lago, especialmente a litorânea, com maiores densidades na superfície.

Euryalona brasiliensis Brehm & Thomsen, 1936


Generalidades da espécie: de acordo com ELMOOR-Loureiro (1997), da mesma
forma que Alona cambouei, só foi registrada em Pernambuco nos trabalhos
desenvolvidos por BREHM & THOMSEN (1936), BREHM (1937) e SCHUBART (1938 e
1942). Após esses estudos, não havia sido novamente registrada para o Estado.
Ocorrência em ecossistemas lênticos brasileiros: reservatórios Piraju e Xavantes
(SP). Distribuição no reservatório de Tapacurá: pouco freqüente, ocorrendo
apenas em janeiro na região litorânea, na superfície e LZE.

COPEPODA

Notodiaptomus cearensis wright, 1936


Generalidades da espécie: característica do Nordeste brasileiro, comumente
encontrada em lagos artificiais, açudes e viveiros de camarão (MATSUMURA-TUNDISI,
1986; NEUMANN-LEITÃO & NOGUEIRA, 1986; NOGUEIRA, 1986). Ocorrência em
ecossistemas lênticos brasileiros: açudes de Apipucos (PE), São José dos
Cordeiros e Taperoá (PB); reservatórios de Botafogo, Carpina, Ingazeira, Itaparica,
Jucazinho (PE), Gavião, Pacajus, Pacoti (CE); viveiros de cultivo de camarão dos
municípios do Cabo e Igarassu (PE). Distribuição no reservatório de Tapacurá:
ocorreu em 100% das amostras, com boa distribuição horizontal, preferindo o LZE
na região limnética. Na região litorânea, em agosto preferiu a superfície às 14h e
20h, descendo para o LZE às 02h e 08h, enquanto em janeiro preferiu o LZE, com
maior estratificação durante o dia.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 39

Thermocyclops decipiens Kiefer, 1927


Generalidades da espécie: pantropical bastante comum para o Brasil, euritópica
em brejos, açudes, lagos, águas efêmeras e rasas, preferindo águas de meso a
eutróficas; comum também em viveiros de camarão. Geralmente encontrada em
lagos e açudes de regiões tropicais, é oportunista, tendendo a substituir espécies
menos tolerantes às condições adversas do ambiente. Habita também a margem de
lagos (NOGUEIRA, 1986; STARLING, 2000; BONECKER et al., 2001; SENDACZ, 2001;
MESCHIATTI & ARCIFA, 2002; LEITÃO et al., 2003). Ocorrência em ecossistemas
lênticos brasileiros: açude de Apipucos (PE); reservatórios de Botafogo, Carpina,
Ingazeira, Itaparica, Jucazinho (PE), Gavião, Pacajus, Pacoti (CE), Capivara,
Jurumim, Piraju, Rio Novo, Rio Pari, Salto Grande, Xavantes (SP), Pomar (MG) e
Corumbá GO; lagos Monte Alegre, São Paulo, Tremedal (SP), P-7 (MS) e Paranoá
(GO); lagoas Camargo, Coqueiral (SP) e da Pampulha (MG); ambientes lênticos da
planície de inundação do Alto rio Paraná (PR e MS); viveiros de camarão dos
municípios do Cabo e Igarassu (PE). Distribuição no reservatório de Tapacurá:
ocorreu em 100% das amostras, com boa distribuição horizontal. Maior quantidade
de organismos no LZE durante o dia, enquanto à noite sua distribuição foi
homogênea entre as profundidades.

REGISTRO ESPECIAL
A espécie abaixo foi registrada no presente estudo, apesar de sua ocorrência
exclusivamente marinha. Possivelmente trata-se de uma contaminação, em virtude
de ter sido a rede anteriormente utilizada para coleta em estuário, ressaltando-se,
porém, que a mesma foi devidamente lavada e tratada para fins de coleta em
ambiente límnico.

Favella ehrenbergii (Claparède & Laachmann, 1858)


Generalidades da espécie: citada com freqüência para as regiões tropical e
subtropical, em estuários e viveiros de peixes (NOGUEIRA-PARANHOS & PARANAGUÁ,
1990). A ocorrência desta espécie para o reservatório de Tapacurá deve ser melhor
avaliada, visto que não foram encontradas citações referentes à sua ocorrência em
ecossistemas continentais, apenas para os marinhos e estuarinos. Distribuição no
reservatório de Tapacurá: rara, ocorrendo apenas no mês de agosto na superfície
da região litorânea às 08h, em amostra de rede.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 40

7.2.3. FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIA

A presença dos táxons nos meses estudados, referentes ao período chuvoso


(agosto de 2003) e seco (janeiro de 2004) quanto aos horários, regiões do
reservatório e profundidades, assim como as respectivas freqüências de ocorrência,
encontram-se nas Tabelas II e III.
Para o período chuvoso foi encontrado um total de trinta e quatro espécies e
duas subespécies, sendo cinco espécies de Protista, vinte e três espécies e duas
subespécies de Rotifera, quatro espécies de Cladocera e duas de Copepoda. O
período seco apresentou riqueza um pouco menor que o chuvoso, revelando um
total de trinta e duas espécies e uma subespécie, das quais três espécies
pertenceram aos Protista, vinte e quatro espécies e uma subespécie aos Rotifera,
três espécies foram de Cladocera e duas de Copepoda.
Apesar dos Rotifera terem apresentado, de uma forma geral, riqueza de
espécies semelhante nos dois períodos sazonais, a composição do grupo não foi a
mesma nos diferentes meses, tendo ocorrido substituição de espécies. Entre as
famílias deste grupo, estiveram mais bem representadas Brachionidae com oito
espécies e duas subespécies e Lecanidae com oito espécies. A maioria das
espécies e subespécies de Brachionidae ocorreu em ambos os períodos sazonais,
tendo, porém, o chuvoso apresentados maior riqueza de espécies para esta família.
Em contrapartida, a maior riqueza para Lecanidae foi observada no período seco.
Entre os táxons muito freqüentes, destacaram-se com 100% no período
chuvoso os náuplios de Crustacea, os Rotifera Epiphanes macrouros, Brachionus
calyciflorus calyciflorus, Keratella tropica e os Copepoda Notodiaptomus cearensis e
Thermocyclops decipiens. Em janeiro, foram adicionadas a essa lista a espécie de
Rotifera Brachionus havanaensis e o Cladocera D. spinulosum. Entre as demais
espécies de Rotifera, a maioria foi considerada pouco freqüente ou esporádica
durante o período de estudo. Em relação aos Cladocera, Moina micrura foi
considerada freqüente no período chuvoso, sendo as demais pouco freqüentes em
ambos os períodos sazonais.
O zooplâncton nas duas regiões do reservatório esteve distribuido da seguinte
forma: a região litorânea apresentou maior riqueza de espécies que a limnética;
todas as espécies coletadas, num total de quarenta e três, estiveram representadas
na região litorânea, sendo que destas, 30 habitaram também a região limnética.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 41

Tabela II. Distribuição e freqüência de ocorrência do zooplâncton do reservatório de Tapacurá,


Pernambuco, Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003, período chuvoso (x indica presença; MF:
muito freqüente; F: freqüente; PF: pouco freqüente; E: esporádico).

Horário 13:30h/14:00h 19:30h/20:00h 01:30h/02:00h 07:30h/08:00h


FO
Região do reservatório Limnética Litorânea Limnética Litorânea Limnética Litorânea limnética Litorânea
(%)
Profundidade SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE
Epiphanes macrouros x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Brachionus cal. Calyciflorus x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Keratella tropica x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Thermocyclops decipiens x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Notodiaptomus cearensis x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Nauplio de crustacea x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Brachionus havanaensis x x x x x x x x x x x x x x x MF
Brachionus falcatus x x x x x x x x x x x x x x x MF
Brachionus dolabratus x x x x x x x x x x x x x x x MF
Keratella americana x x x x x x x x x x x x x x x MF
Hexarthra fennica x x x x x x x x x x x x x x x MF
Diaphanosoma spinulosum x x x x x x x x x x x x x x x MF
Lecane (M.) bulla x x x x x x x x x x x MF
Arcella vulgaris x x x x x x x x x x x F
Ostracoda x x x x x x x x x x F
Lecane ludwigi x x x x x x x x F
Copepodito x x x x x x x x x F
Moina micrura x x x x x x x F
Cephalodella sp.2 x x x x x x PF
Conochilus unicornis x x x x x x PF
Acarina x x x x x x PF
Vorticella sp x x x x x PF
Alona cambouei x x x x x PF
Insecta (larva) x x x x PF
Difflugia sp. x x x x PF
Centropyxis aculeata x x x x PF
Lecane sp. x x x x PF
Decapoda (larva) x x x x PF
Rotaria sp.3 x x x PF
Ceriodaphnia cornuta x x x PF
Rotaria sp.2 x x PF
Platyias quadricornis x x PF
Brachionus cal. anuraeiformes x x PF
Ploesoma truncatum x x PF
Asplanchnopus hyalinus x x PF
Nematoda PF
Harpacticoida x x PF
Rotaria sp.1 x E
Brachionus quadridentatus x E
Lepadella patella x E
Lecane (M.) lunaris x E
Cephalodella sp.1 x E
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 42

Tabela III. Distribuição e freqüência de ocorrência do zooplâncton do reservatório de Tapacurá,


Pernambuco, Brasil, nos dias 21/22 de janeiro de 2004, período seco (x indica presença; MF: muito
freqüente; F: freqüente; PF: pouco freqüente; E: esporádico).
Horário 13:30h/14:00h 19:30h/20:00h 01:30h/02:00h 07:30h/08:00h
FO
Região do reservatório Limnética Litorânea Limnética Litorânea Limnética Litorânea Limnética Litorânea
(%)
Profundidade SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE SUP LZE
Epiphanes macrouros x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Brachionus havanaensis x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Brachionus cal. calyciflorus x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Keratella tropica x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Diaphanosoma spinulosum x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Thermocyclops decipiens x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Notodiaptomus ceraensis x x x x x x x x x x x x x x x x MF
Nauplio de crustacea x x x x x x x x x x x x x x x MF
Ostracoda x x x x x x x x x x x x x x MF
Arcella vulgaris x x x x x x x x x x x x x MF
Asplanchnopus hyalinus x x x x x x x x x x x x x MF
Brachionus falcatus x x x x x x x x x x x F
Keratella americana x x x x x x x x x x F
Lecane (M.) bulla x x x x x x x x x F
Conochilus unicornis x x x x x x x x x F
Rotaria sp.1 x x x x x x x x F
Acarina x x x x x x x x F
Brachionus dolabratus x x x x x x x F
Lecane clara x x x x x x x F
Hexarthra fennica x x x x x x x F
Didinium sp. x x x x x PF
Lecane curvicornis x x x x x PF
Anuraeopsis fissa x x x x x PF
Euryalona brasiliensis x x x x x PF
Decapoda (larva) x x x x x PF
Rotaria sp.3 x x x x PF
Lepadella patella x x x x PF
Insecta (larva) x x x x PF
Difflugia sp. x x x PF
Lecane papuana x x x PF
Rotaria sp.2 x x PF
Lecane ludwigi x x PF
Lecane (M.) lunaris x x PF
Lecane imbricata x x PF
Nematoda x E
Cephalodella sp.2 x E
Ploesoma truncatum x E
Trichocerca sp. x E
Alona cambouie x E
Harpacticoida x E
Copepodito x E
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 43

Portanto, doze espécies (duas de Protista, nove de Rotifera e uma de


Cladocera) foram exclusivas da região litorânea, a saber: Didinium sp., Centropyxis
aculeata, Brachionus quadridentatus, Lepadella patella, Lecane imbricata, Lecane
curvicornis, Lecane papuana, Lecane sp., Cephalodella sp.1, Cephalodella sp.2,
Trichocerca sp. e Euryalona brasiliensis.
Quanto às espécies esporádicas, foi observado que estas ocorreram
exclusivamente na região litorânea, com exceção de Ploesoma truncatum, que
ocorreu nas duas regiões do reservatório.
Entre os Rotifera, cinco espécies constituem novas ocorrências para
ecossistemas continentais do estado de Pernambuco, as quais são Lecane
imbricata, Lecane clara, Asplanchynopus hyalinus , Conochilus unicornis e Hexarthra
fennica.

7.2.4. DIVERSIDADE E EQUITABILIDADE

A diversidade para o zooplâncton total apresentou valores entre 2,0 e 3,0


bit.ind-1 na maioria das amostras, com média de 2,36 bit.ind-1nos dois períodos
amostrados, tendo sido classificada como diversidade média (Figura 8).

4,0
Diversidade (bit.ind-1)

3,0

2,0

1,0

0,0
LimSup1Ago
LimLze1Ago
LitSup1Ago
LitLze1Ago
LimSup2Ago
LimLze2Ago
LitSup2Ago
LitLze2Ago
LimSup3Ago
LimLze3Ago
LitSup3Ago
LitLze3Ago
LimSup4Ago
LimLze4Ago
LitSup4Ago
LitLze4Ago
LimSup1Jan
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LimSup3Jan
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LitSup3Jan
LitLze3Jan
LimSup4Jan
LimLze4Jan
LitSup4Jan
LitLze4Jan

Amostras

Figura 8. Diversidade específica do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil,


nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004 (Lim: região limnética; Lit: região
litorânea; Sup: superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13h30min/14h; 2: 19h30min/20h; 3:
01h30min/02h; 4: 07h30min/08h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 44

De uma forma geral, o período seco apresentou valores superiores aos


encontrados no período chuvoso, chegando ao máximo de 2,79 bit.ind-1 na
superfície da região litorânea, às 20h. Entre as regiões do reservatório, no período
chuvoso a região limnética revelou diversidades maiores que a litorânea na maior
parte das amostras, tendo o inverso acontecido no período seco. Quanto aos
horários de coleta, apesar de não se detectarem grandes diferenças, houve
tendência de queda de diversidade durante o dia.
A equitabilidade para o zooplâncton total acompanhou a diversidade na maior
parte das amostras (Figura 9), sendo os valores encontrados geralmente superiores
a 0,5, e média de 0,64 para os dois períodos.

1,0

0,8
Equitabilidade

0,5

0,3

0,0
LitLze1Jan

LitLze2Jan

LitLze3Jan

LitLze4Jan
LimSup1Ago
LimLze1Ago
LitSup1Ago
LitLze1Ago
LimSup2Ago
LimLze2Ago
LitSup2Ago
LitLze2Ago
LimSup3Ago
LimLze3Ago
LitSup3Ago
LitLze3Ago
LimSup4Ago
LimLze4Ago
LitSup4Ago
LitLze4Ago
LimSup1Jan
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LitSup1Jan

LimSup2Jan
LimLze2Jan
LitSup2Jan

LimSup3Jan
LimLze3Jan
LitSup3Jan

LimSup4Jan
LimLze4Jan
LitSup4Jan Amostras

Figura 9. Equitabilidade do Zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias


18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004 (Lim: região limnética; Lit: região litorânea; Sup:
superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13h30min/14h; 2: 19h30min/20h; 3: 01h30min/02h; 4:
07h30min/08h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco).

Os valores de diversidade para os Rotifera variaram entre baixos e médios,


sendo, porém, considerada baixa analisando-se ambos os períodos sazonais. No
período chuvoso o valor médio foi de 1,83 bit.ind-1, e no seco de 2,10 bit.ind-1 (Figura
10). Os maiores valores foram detectados na região litorânea, nos dois períodos
estudados, não apresentando nítida diferença entre os valores nos horários diurno e
noturno. Os valores de equitabilidade também seguiram o padrão da diversidade na
maior parte do tempo, sendo superiores a 0,5 na maioria das amostras, com média
de 0,55 em agosto e 0,67 em janeiro (Figura 11).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 45

4,0
Di versida de (bit.ind-1)

3,0

2,0

1,0

0,0
LimSup1Ago
LimLze1Ago
LitSup1Ago
LitLze1Ago
LimSup2Ago
LimLze2Ago
LitSup2Ago
LitLze2Ago
LimSup3Ago
LimLze3Ago
LitSup3Ago
LitLze3Ago
LimSup4Ago
LimLze4Ago
LitSup4Ago
LitLze4Ago
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LimLze2Jan
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LimLze3Jan
LitSup3Jan
LitLze3Jan
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LimLze4Jan
LitSup4Jan
LitLze4Jan
Amostras

Figura 10. Diversidade específica dos Rotifera planctônicos do reservatório de Tapacurá,


Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004 (Lim: região
limnética; Lit: região litorânea; Sup: superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13h30min/14h; 2:
19h30min/20h; 3: 01h30min/02h; 4: 07h30min/08h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco).

1,0

0,8
Equitabilidade

0,5

0,3

0,0
LimSup1Ago
LimLze1Ago
LitSup1Ago
LitLze1Ago
LimSup2Ago
LimLze2Ago
LitSup2Ago
LitLze2Ago
LimSup3Ago
LimLze3Ago
LitSup3Ago
LitLze3Ago
LimSup4Ago
LimLze4Ago
LitSup4Ago
LitLze4Ago
LimSup1Jan
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LitSup1Jan
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LitSup2Jan
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LimSup3Jan
LimLze3Jan
LitSup3Jan
LitLze3Jan
LimSup4Jan
LimLze4Jan
LitSup4Jan
LitLze4Jan

Amostras

Figura 11. Equitabilidade dos Rotifera planctônicos do reservatório de Tapacurá, Pernambuco –


Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004 (Lim: região limnética; Lit: região
litorânea; Sup: superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13h30min/14h; 2: 19h30min/20h; 3:
01h30min/02h; 4: 07h30min/08h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 46

Os Crustacea (Cladocera e Copepoda) apresentaram as menores


diversidades dentro do zooplâncton, em relação aos Rotifera, revelando
diversidades de muito baixas a baixas, com média de 0,86 bit.ind-1 no período
chuvoso (no qual obteve o mínimo de 0,12 bit.ind-1 no LZE da região litorânea às
14:00h) e 1,26 bit.ind-1 no período seco (Figura 12).

4,0
Diversidade (bit.ind-1)

3,0

2,0

1,0

0,0
LimSup1Ago
LimLze1Ago
LitSup1Ago
LitLze1Ago
LimSup2Ago
LimLze2Ago
LitSup2Ago
LitLze2Ago
LimSup3Ago
LimLze3Ago
LitSup3Ago
LitLze3Ago
LimSup4Ago
LimLze4Ago
LitSup4Ago
LitLze4Ago
LimSup1Jan
LimLze1Jan
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LitLze1Jan
LimSup2Jan
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LitLze2Jan
LimSup3Jan
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LitSup3Jan
LitLze3Jan
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LimLze4Jan
LitSup4Jan
LitLze4Jan
Amostras

Figura 12. Diversidade específica dos Crustacea (Cladocera e Copepoda) planctônicos do


reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro
de 2004 (Lim: região limnética; Lit: região litorânea; Sup: superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1:
13h30min/14h; 2: 19h30min/20h; 3: 01h30min/02h; 4: 07h30min/08h; Ago: período chuvoso; Jan:
período seco).

Ao contrário da diversidade, os Crustacea obtiveram os maiores valores de


equitabilidade (Figura 13), tanto em relação ao zooplâncton total como em relação
aos Rotifera, chegando a valores muito próximos de 1, com média de 0,67 e máximo
de 0,97, tendo o mês de janeiro apresentado valores superiores aos obtidos no mês
de agosto, na grande maioria das amostras.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 47

1,0

0,8
Equitabilidade

0,5

0,3

0,0
LimSup1Ago
LimLze1Ago
LitSup1Ago
LitLze1Ago
LimSup2Ago
LimLze2Ago
LitSup2Ago
LitLze2Ago
LimSup3Ago
LimLze3Ago
LitSup3Ago
LitLze3Ago
LimSup4Ago
LimLze4Ago
LitSup4Ago
LitLze4Ago
LimSup1Jan
LimLze1Jan
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LitLze1Jan
LimSup2Jan
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LitLze3Jan
LimSup4Jan
LimLze4Jan
LitSup4Jan
LitLze4Jan
Amostras

Figura 13. Equitabilidade dos Crustacea (Cladocera e Copepoda) planctônicos do reservatório de


Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro de 2004 (Lim:
região limnética; Lit: região litorânea; Sup: superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13h30min/14h;
2: 19h30min/20h; 3: 01h30min/02h; 4: 07h30min/08h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco).

7.2.5. ABUNDÂNCIA RELATIVA E DENSIDADE

As abundâncias obtidas para os grupos zooplanctônicos se encontram na


Figura 14. No período chuvoso, nas duas regiões do reservatório os Rotifera
dominaram a comunidade zooplanctônica tendo sido considerados abundantes.
Estes foram seguidos pelos náuplios de Crustacea (abundantes), Copepoda (pouco
abundantes), Cladocera (raros) e outros grupos (também raros). Na região limnética,
manteve-se o padrão de abundância, tendo os Rotifera e Cladocera apresentado
discreto aumento na participação dentro da comunidade, enquanto os demais
grupos mantiveram ou reduziram um pouco suas proporções. No entanto, na região
litorânea, os náuplios de Crustacea superaram os Rotifera, tendo os outros grupos
permanecido nas mesmas categorias de abundância.
No período seco, a ordem decrescente de abundância para os grupos foi
náuplios de Crustacea (abundantes), Copepoda (abundantes), Rotifera (pouco
abundantes), Cladocera (raros) e outros (raros). A região litorânea acompanhou este
padrão de abundância, tendo os Rotifera obtido maior participação nesta região que
na limnética; porém, na região limnética os Copepoda dominaram a comunidade,
estando os náuplios em segundo lugar. Os Cladocera tiveram praticamente a
mesma participação em relação às duas regiões do reservatório.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 48

AGOSTO JANEIRO

Total Total

Outros*
Outros* Cladocera Nauplio de
Rotifera 3,4% Cladocera
0,2% Crustacea
36,1% 3,1% 5,3%
41,6%
Rotifera
Copepoda 14,9%
26,0%

Nauplio de Copepoda
Crustacea 34,8%
34,6%

Região Limnética Região Limnética

Outros* Outros*
Rotifera 0,2% Cladocera 2,7% Cladocera
Copepoda
39,7% 3,9% 5,4%
42,5%
Copepoda Rotifera
22,7% 10,8%

Nauplio de Nauplio de
Crustacea Crustacea
33,6% 38,6%

Região Litorânea Região Litorânea

Nauplio de Outros*
Outros*
Crustacea Cladocera Nauplio de 3,8% Cladocera
0,2%
35,5% 2,4% Crustacea 5,2%
43,5%

Copepoda Rotifera
28,7% 17,4%

Rotifera Copepoda
33,2% 30,0%

Figura 14. Abundância relativa dos grupos zooplanctônicos do reservatório de Tapacurá,


Pernambuco, Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 (período chuvoso) e 21/22 de janeiro de
2004 (período seco). *Outros = demais organismos
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 49

AGOSTO JANEIRO

Total Total
D.
D. T. decipiens
spinulosum
spinulosum 30,0%
8,6% B. cal.
T. decipiens 4,6% N. ceraensis
35,1% 4,7% calyciflorus
10,6%
Outros*
9,2%
K. tropica
B. cal. 11,4%
calyciflorus N. ceraensis Outros*
K. tropica 14,5% 12,9%
26,6%
31,9%

Região Limnética Região Limnética


D.
N. ceraensis spinulosum
K. tropica N. ceraensis D.
32,9% 7,7%
33,7% 4,9% spinulosum Outros*
5,8% 7,8%
Outros*
K. tropica
9,3%
10,0%

B. cal.
B. cal.
T. decipiens calyciflorus T. decipiens
calyciflorus
29,2% 17,0% 27,8%
13,9%

Região Litorânea Região Litorânea

B. cal.
T. decipiens D. spinulosum T. decipiens calyciflorus
40,1% 3,6% 31,6% 8,0% D.
N. ceraensis
spinulosum
4,5%
9,2%
Outros*
9,0%
K. tropica
B. cal.
N. ceraensis 12,4%
K. tropica calyciflorus Outros*
21,8%
30,4% 12,4% 17,0%

Figura 15. Abundância relativa das principais espécies identificadas para o zooplâncton do
reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos 18/19 de agosto de 2003 (período chuvoso) e
21/22 de janeiro de 2004 (período seco). *Outros = demais espécies.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 50

Quanto à abundância para as espécies no período chuvoso, analisando-se


conjuntamente as duas regiões do reservatório, Thermocyclops decipiens foi
considerada abundante, acompanhada de Keratella tropica. Brachionus calyciflorus
calyciflorus foi pouco abundante, enquanto Notodiaptomus cearensis e
Diaphanosoma spinulosum foram consideradas raras (Figura 15).
Ao contrário do que aconteceu na abundância para os grupos no período
chuvoso, a região litorânea apresentou este mesmo padrão de abundância,
enquanto que na região limnética o padrão foi diferenciado, tendo K. tropica obtido a
maior abundância, seguida por T. decipiens, enquanto B. calyc. calyciflorus foi
considerada pouco abundante. As espécies D. spinulosum e N. cearensis foram
consideradas raras.
No período seco, a ordem decrescente de abundância para essas espécies,
foi Termocyclops decipiens, Notodiaptomus cearensis, Keratella tropica, Brachionus
calyc. calycyflorus e Diaphanosoma spinulosum. Assim como para os grupos, a
região litorânea foi a que apresentou a mesma ordem de abundância, sendo que na
região limnética as participações de T. decipiens e N. cearensis se inverteram, tendo
esta última obtido maiores abundâncias nessa região.
As densidades para ambos os períodos de estudo se encontram nas Tabelas
IV e V. Para o zooplâncton total, as maiores densidades foram obtidas no período
chuvoso (com máximo de 810.000,00 ind.m-3). Estas diferenças foram consideradas
significativas, com p = 0,00. O número total de indivíduos dentro da comunidade
para cada região do reservatório também apresentou diferenças significativas, tendo
a região litorânea obtido as maiores densidades (p = 0,01).
Quanto aos náuplios de Crustacea, período seco foi detectada a densidade
máxima (363.000,00 ind.m-3), porém a diferença entre os períodos sazonais não foi
significativa. Para as regiões do reservatório foi observada diferença significativa (p
= 0,03), sendo as maiores densidades observadas na região litorânea.
A espécie Thermocyclops decipiens, apesar de ter apresentado densidade
máxima no período seco (216.000,00 ind.m-3), revelou maior número de indivíduos
no período chuvoso, sendo esta diferença considerada significativa, com p = 0,00.
Quanto ás regiões do reservatório, esta espécie preferiu a litorânea (p = 0,04). Nos
horários diurnos, se observou que T. decipiens preferiu o LZE (diferença significativa
em relação à superfície, com p = 0,00), embora não tenha revelado preferências
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 51

quanto à profundidade durante à noite, apresentando densidade relativamente


homogênea.
Keratella tropica apresentou maiores densidades no período chuvoso, sendo
a diferença entre os meses considerada significativa com p = 0,00, obtdendo neste
período a maior densidade entre as amostras (154.500,00 ind.m-3). Quanto às
distribuições horizontal e vertical no ciclo nictimeral, as diferenças não foram
consideradas significativas.
As diferenças de densidade apresentadas por Notodiaptomus cearensis entre
os meses de coleta também foram consideradas significativas (p = 0,00), tendo
ocorrido em maior número no mês de janeiro, com máximo de 141.500,00 ind.m-3.
Não foram observadas diferenças significativas quanto às regiões do reservatório e
profundidades para os horários de coleta, porém pôde-se observar que esta espécie
ocorreu preferencialmente no LZE.
Brachionus calyciflorus calyciflorus apresentou diferenças representativas
apenas quanto ao período de coleta, tendo o período chuvoso revelado maior
número de indivíduos que o seco, com p = 0,00. A densidade máxima de 68.000,00
ind.m-3 também foi obtida no período seco.
Para Diaphanosoma spinulosum não foram detectadas diferenças marcantes
quanto aos períodos sazonais e regiões do reservatório, tendo porém obtido a
densidade máxima no período seco (65.000,00 ind.m-3). Durante o ciclo nictimeral, o
LZE apresentou maior número de indivíduos do que a superfície, sendo essa
diferença significativa tanto durante o dia (p = 0,01) quanto à noite (p = 0,00).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 52

Tabela IV. Densidades obtidas para o zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco –


Brasil, em ind.m-3, nos dias 18/19 de agosto de 2003 (período chuvoso).

Densidade em m-3
Táxon
Mínima Máxima Média Desvio padrão
Náuplio de crustacea 109.500,00 294.500,00 178.031,25 55.676,59
Thermocyclops decipiens 56.000,00 215.000,00 117.750,00 46.676,55
Keratella tropica 18.000,00 154.500,00 106.968,75 30.841,78
Brachionus calyc. calyciflorus 8.000,00 68.000,00 48.612,50 14.995,19
Diaphanosoma spinulosum 0,00 41.000,00 15.462,50 12.318,65
Notodiaptomus cearensis 1.000,00 33.500,00 15.743,75 9.807,00
Keratella americana 0,00 16.000,00 7.756,25 4.715,64
Epiphanes macrouros 1.500,00 11.500,00 6.150,00 2.884,44
Hexarthra fenica 0,00 10.000,00 5.337,50 3.242,81
Brachionus dolabratus 0,00 7.500,00 3.012,50 1.738,53
Brachionus havanaensis 0,00 7.000,00 2.225,00 1.652,27
Lecane (Monostyla) bulla 0,00 6.500,00 1.343,75 1.903,67
Brachionus falcatus 0,00 4.500,00 2.387,50 1.263,26
Lecane ludwigi 0,00 4.000,00 531,25 991,11
Cephalodella sp.2 0,00 4.000,00 531,25 1.024,19
Alona cambouei 0,00 2.500,00 156,25 625,00
Copepodito 0,00 2.000,00 237,50 531,51
Ostracoda 0,00 1.500,00 343,75 473,24
Rotaria sp.3 0,00 1.500,00 156,25 396,60
Insecta (larva) 0,00 1.500,00 125,00 387,30
Difflugia sp. 0,00 1.000,00 281,25 406,97
Conochilus unicornis 0,00 1.000,00 218,75 406,97
Lecane sp. 0,00 1.000,00 125,00 288,68
Rotaria sp.1 0,00 1.000,00 62,50 250,00
Asplanchnopus hyalinus 0,00 1.000,00 62,50 250,00
Lepadella patella 0,00 1.000,00 62,50 250,00
Cephalodella sp.1 0,00 1.000,00 62,50 250,00
Acarina 0,00 500,00 156,25 239,36
Moina micrura 0,00 500,00 93,75 201,56
Rotaria sp.2 0,00 500,00 62,50 170,78
Ploesoma truncatum 0,00 500,00 62,50 170,78
Brachionus quadridentatus 0,00 500,00 31,25 125,00
Ceriodaphinia cornuta 0,00 500,00 31,25 125,00
Decapoda (larva) 0,00 500,00 31,25 125,00
Platyias quadricornis 0,00 500,00 31,25 125,00

Zooplâncton Total 280.500,00 810.000,00 514.237,50 123.387,12


Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 53

Tabela V. Densidades obtidas para o zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil,


em ind.m-3, nos dias 21/22 de janeiro de 2004.

Densidade em m-3
Táxon
Mínima Máxima Média Desvio padrão
Náuplio de Crustacea 18.700,00 363.000,00 149.012,50 98.298,47
Thermocyclops decipiens 2.000,00 216.000,00 65.931,25 46.998,32
Notodiaptomus ceraensis 1.000,00 141.500,00 58.531,25 42.227,35
Keratella tropica 3.000,00 82.000,00 25.000,00 21.505,04
Diaphanosoma spinulosum 0,00 65.000,00 18.875,00 16.497,98
Brachionus calyc. calyciflorus 6.500,00 46.500,00 23.218,75 12.958,87
Arcella vulgaris 0,00 34.500,00 10.625,00 10.113,52
Conochilus unicornis 0,00 23.500,00 3.125,00 6.037,38
Asplanchnopus hyalinus 0,00 22.500,00 3.375,00 5.748,91
Epiphanes macrouros 0,00 13.500,00 4.000,00 3.439,96
Brachionus havanaensis 500,00 8.000,00 2.906,25 2.083,42
Lecane (Monostyla) bulla 0,00 6.000,00 906,25 1.695,28
Ostracoda 0,00 2.500,00 906,25 934,86
Rotaria sp.3 0,00 2.500,00 375,00 846,56
Anuraeopsis fissa 0,00 2.500,00 281,25 706,37
Keratella americana 0,00 2.000,00 500,00 683,13
Lecane clara 0,00 2.000,00 312,50 573,73
Brachionus falcatus 0,00 1.500,00 500,00 577,35
Rotaria sp.1 0,00 1.500,00 406,25 611,52
Hexarthra fennica 0,00 1.500,00 218,75 406,97
Lepadella patella 0,00 1.500,00 187,50 442,53
Didinium sp. 0,00 1.500,00 156,25 396,60
Lecane curvicornis 0,00 1.000,00 125,00 288,68
Difflugia sp. 0,00 1.000,00 62,50 250,00
Lecane ludwigi 0,00 1.000,00 62,50 250,00
Acarina 0,00 500,00 156,25 239,36
Rotaria sp.2 0,00 500,00 62,50 170,78
Lecane (Monostyla) lunaris 0,00 500,00 62,50 170,78
Lecane imbricata 0,00 500,00 62,50 170,78
Euryalona brasiliensis 0,00 500,00 62,50 170,78
Decapoda (larva) 0,00 500,00 62,50 170,78
Brachionus dolabratus 0,00 500,00 31,25 125,00
Lecane papuana 0,00 500,00 31,25 125,00
Nematoda 0,00 500,00 31,25 125,00
Insecta (larva) 0,00 500,00 31,25 125,00

Zooplâncton total 154.500,00 793.500,00 370.193,75 183.830,33


Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 54

7.2.6. ANÁLISE DE SIMILARIDADE

A análise de agrupamento (Cluster analysis) para as amostras, baseada nos


dados de densidade para os táxons, resultou na formação de quatro grupos
principais (Figura 16). O Grupo 1 incluiu a maior parte das amostras referentes ao
período chuvoso (agosto/2003), com ausência de apenas uma amostra. Dentro
deste grupo, evidenciou-se a formação de subgrupos distintos quanto à região do
reservatório, o que indica tendência a uma estratificação horizontal.
O Grupo 2 reuniu a maior parte das amostras representantes dos horários
noturnos para o período seco, sem distinção quanto zonação do reservatório. No
Grupo 3, estiveram relacionadas amostras referentes à superfície nos horários
diurnos e no Grupo 4 ocorreu entre as três amostras, duas foram referentes ao LZE.
Os resultados para os Grupos 2, 3 e 4 indicam tendência à estratificação vertical
quanto ao ciclo nictimeral para as densidades dos táxons no período seco.

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Figura 16. Dendrograma derivado da análise de agrupamento para as amostras coletadas no


reservatório de Tapacurá, Pernambuco, Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/2 de janeiro de
2004, utilizando o método UPGMA e o índice de Bray-Curtis, cuja correlação entre a matriz de dados
do dendrograma e a matriz cofenética resultou em r = 0.86 (Lim: região limnética; Lit: região litorânea;
Sup: superfície; LZE: limite da zona eufótica; 1: 13:30/14:00h; 2: 19:30/20:00h; 3: 01:30/02:00h; 4:
07:30/08:00h; Ago: período chuvoso; Jan: período seco).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 55

O dendrograma de similaridade entre os táxons (Figura 17), revelou a


presença de 4 grupos, diferenciados principalmente quanto ao período sazonal e
regiões do reservatório. O Grupo 1 foi formado por táxons que ocorreram
principalmente no período chuvoso, com preferência pela região litorânea. Essas
espécies são na grande maioria do grupo Rotifera, estando classificadas como
pouco abundantes ou raras. No grupo 2, as espécies também estiveram mais
relacionadas à região litorânea, porém com maior representatividade no período
seco. Também neste grupo a maioria das espécies pertencem aos Rotifera,
principalmente representantes do gênero Lecane, consideradas pouco abundantes
ou raras assim como as do Grupo 1.
O Grupo 3 esteve formado por espécies que se apresentaram bem
distribuídas entre as duas regiões do lago, não demonstrando preferência acentuada
por alguma delas, ocorrendo principalmente período chuvoso. Neste grupo estão
incluídas as espécies dominantes dentro da comunidade; entre estas espécies, o
Rotifera Keratella tropica e o Copepoda Thermocyclops decipiens obtiveram a maior
similaridade entre si (em torno de 0,26), vindo em seguida o par formado pelo
Cladocera Diaphanosoma spinulosum e o Copepoda Notodiaptomus cearensis (em
torno de 0,44).
O grupo 4 foi o único que apresentou táxons mais relacionados com a região
limnética, tendo ocorrido nos dois períodos de estudo ou em cada um deles. Neste
grupo está incluído o Cladocera Moina micrura.
Na análise dos componentes principais (Figura 18), quanto aos parâmetros
hidrológicos foi detectado que os valores de pH, turbidez e oxigênio dissolvido não
demonstraram grande importância para explicar as variações nas densidades das
principais espécies, sendo mais representativas as variações de temperatura,
sólidos totais dissolvidos e condutividade elétrica.
As espécies de Rotifera Keratella tropica, Brachionus calyciflorus calyciflorus
e o Copepoda Thermocyclops decipiens, correlacionadas positivamente entre si e
negativamente com Notodiaptomus cearensis, apresentaram relação inversa aos
parâmetros temperatura, sólidos totais dissolvidos e condutividade elétrica, e direta,
porém em menor grau, ao pH, oxigênio dissolvido e turbidez.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 56

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Figura 17. Dendrograma derivado da análise de agrupamento para o zooplâncton encontrado no


reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de janeiro
de 2004, utilizando o método UPGMA e o índice de Bray-Curtis, cuja correlação entre a matriz de
dados do dendrograma e a matriz cofenética resultou em r = 0.84 (no código dos táxons, Alocamb:
Alona cambouei; Anurfis: Anuraeopsis fissa; Arcevul: Arcella vulgaris; Asplhya: Asplanchnopus
hyalinus; Braccalcal: Brachionus calyc. calyciflorus; Bracdol: Brachionus dolabratus; Bracfalc:
Brachionus falcatus; Bracquad: Brachionus quadridentatus; Brachav: Brachionus havanaensis;
Cephsp1: Cephalodella sp.1; Cephsp2: Cephalodella sp.2; Cericorn: Ceriodaphinia cornuta;
Conounic: Conochilus unicornis; Copep: Copepodito; DecLar: Decapoda (larva); Diaphspi:
Diaphanosoma spinulosum; Difflsp.: Difflugia sp.; Dimisp.: Dimidium sp.; Epimac: Epiphanes
macrouros; Eurbrasi: Euryalona brasiliensis; Hexfen: Hexarthra fennica; InseLar: Insecta (larva);
Keramer: Keratella americana; Kertrop: Keratella tropica; Leccla: Lecane clara; Leccurv: Lecane
curvicornis; Lecimbr: Lecane imbricata; Leclud: Lecane ludwigi; LecMbul: Lecane (Monostyla) bulla;
LecMlun: Lecane (Monostyla) lunaris; Lecpap: Lecane papuana; Lecsp: Lecane sp.; Leppat:
Lepadella patella; Moimicr: Moina micrura; NaupCrust: náuplios de Crustacea; Nema: Nematoda;
Notcear: Notodiaptomus cearensis; Ostrac: Ostracoda; Platquad: Platyias quadricornis; Ploetrun:
Ploesoma truncatum; Rotasp1: Rotaria sp.1; Rotasp2: Rotaria sp.2; Rotasp3: Rotaria sp.3; Therdec:
Thermocyclops decipiens).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 57

A espécie Notodiaptomus cearensis apresentou relação direta com a


temperatura, sólidos totais dissolvidos e condutividade elétrica, estando
inversamente relacionada, em maior grau, as parâmetros pH, oxigênio e turbidez.

Figura 18. Análise dos Componentes Principais para o zooplâncton e dados hidrológicos coletados
no reservatório de Tapacurá, Pernambuco – Brasil, nos dias 18/19 de agosto de 2003 e 21/22 de
janeiro de 2004, utilizando o índice de correlação momento – produto de Pearson, cuja representação
cumulativa dos dois eixos foi igual a 52,40%. Códigos - Braccalcal: Brachionus calyc. calyciflorus;
Brachav: Brachionus havanaensis; CE: condutividade elétrica; Diaphspi: Diaphanosoma spinulosum;
Epimac: Epiphanes macrouros; Kertrop: Keratella tropica; NaupCrust: náuplios de Crustácea;
Notcear: Notodiaptomus cearensis; STD: sólido totais dissolvidos; Temp: temperatura; Therdec:
Thermocyclops decipiens; Turb: turbidez (os parâmetros sobrepostos na figura são CE e STD).
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 58

8. DISCUSSÃO

Em estudos ecológicos relacionados à comunidade zooplanctônica de lagos


naturais e artificiais deve-se levar em consideração as interações entre estas e os
fatores ambientais (climatológicos e hidrológicos), pois segundo MATSUMURA-TUNDISI
(1986) é necessário entender claramente os mecanismos limnológicos básicos das
principais bacias hidrográficas, para saber com detalhes quais os fatores
predominantes que determinam a distribuição do zooplâncton nos ecossistemas
continentais.
No reservatório de Tapacurá, os fatores temperatura, condutividade elétrica -
CE e sólidos totais dissolvidos - STD estiveram diretamente relacionados e foram os
que melhor explicaram os dados biológicos. De uma forma geral o período seco
apresentou certa heterogeneidade horizontal e vertical em comparação ao chuvoso,
principalmente em relação ao oxigênio dissolvido e à turbidez, coincidindo com
maiores valores de temperatura, CE, STD e precipitação pluviométrica, além de
menor velocidade do vento.
Apesar de não terem sido registradas, de uma forma geral, diferenças
expressivas nos fatores hidrológicos durante este estudo, a interação entre
precipitação pluviométrica e temperatura da água parece ter exercido importante
influência na alteração dos referidos fatores no ambiente estudado.
De acordo com PINTO-COELHO (1987) as chuvas podem causar modificações
nas condições físico-químicas da água e também na comunidade fitoplanctônica, os
quais por sua vez interferem nas interações competitivas ou de predação entre os
diversos componentes do zooplâncton. De acordo com BRUSCA & BRUSCA (2002) os
corpos de água doce são menores que os oceanos, sendo por isso mais
influenciados prontamente e drasticamente pelos fatores ambientais extrínsecos,
constituindo-se ambientes relativamente instáveis. Mudanças na temperatura e
outras condições em reservatórios, riachos e lagos podem ocorrer rapidamente e ser
de uma magnitude nunca experimentada na maior parte dos ambientes marinhos,
sendo as mudanças sazonais freqüentemente mais extremas.
ARCIFA et al. (1998), num estudo sazonal das características hidrológicas no
lago Monte Alegre (SP), encontraram que os maiores valores, assim como a
estratificação da temperatura, estiveram relacionados aos quadros de anoxia ou
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 59

baixos valores de saturação do oxigênio, além de altos valores de CE, fato também
observado para o reservatório de Tapacurá. A relação entre a temperatura e os
níveis de OD é discutida por SEWEL (1978), o qual relata que a variação da
temperatura da água ocasiona alteração também nos níveis dos gases dissolvidos,
já que a água fria retém mais gás dissolvido do que a quente.
Os valores de OD apresentados no reservatório de Tapacurá nos dois
períodos estudados podem ser considerados baixos (média em torno de 3,0mg.L-1),
pois segundo GARCÉS B. (1986) as comunidades aeróbias requerem águas com
concentrações maiores que 4,0mg.L-1. Quanto à condutividade elétrica, HENRY
(2004) encontrou para os reservatórios das Garças e Barra Bonita (SP), valores
semelhantes aos observados no presente estudo, relacionando-os ao alto estágio de
trofia daqueles ambientes, que têm grande despejo de matéria orgânica.
Os resultados obtidos levam a crer que no período chuvoso a maior
velocidade dos ventos tenha acarretado misturas na coluna d’água (pelo menos para
as profundidades estudadas), tornando o ambiente relativamente homogêneo
quanto aos fatores hidrológicos. Já no período seco, ventos mais fracos associados
a maiores temperaturas teriam permitido a ocorrência de certa estratificação vertical
dos fatores físico-químicos da água, além de estratificação horizontal, ou seja, em
relação às regiões do reservatório.
Os padrões de estratificação e desestratificação térmica da coluna d’água
acarretam alterações na distribuição vertical dos parâmetros hidrológicos e
influenciam a estrutura das comunidades zooplanctônicas, sendo largamente
estudados em lagos e reservatórios das regiões Central e Sudeste do País,
discutidas por TUNDISI & MATSUMURA-TUNDISI (1981), OLIVEIRA-NETO (1993), GÜNTZEL
& ROCHA (1998), PANARELLI et al. (2001), PERTICARRARI et al. (2004).
A revisão bibliográfica revelou que o estudo da ocorrência dos fenômenos de
estratificação e desestratificação térmica em lagos e reservatórios do Nordeste
brasileiro é ainda inscipiente, porém, devido às mudanças de temperatura ocorridas
sazonalmente entre os períodos seco e chuvoso, é possível que esses fenômenos
também exerçam importante influência sobre o zooplâncton para nossa região.
Os Rotifera obtiveram o maior número de espécies dentro do zooplâncton do
reservatório de Tapacurá, seguidos pelos Cladocera e Copepoda (com exceção dos
Protista). Este padrão de riqueza, já observado em ecossistemas continentais de
Pernambuco, a exemplo do açude de Apipucos (NEUMANN-LEITÃO et al., 1989),
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 60

reservatórios de Carpina (ALMEIDA, 2002), Jucazinho (MELO-JÚNIOR, 2002) e


Botafogo (MOURA, 2004), é comum em ecossistemas continentais brasileiros
(CABIANCA & SENDACZ, 1985; VIEIRA et al., 2000, SAMPAIO et al., 2002; PANARELLI et
al, 2003). Entre os invertebrados planctônicos, os Rotifera parecem ser o grupo que
obteve maior sucesso evolutivo nos ambientes de água doce. Segundo HUTCHINSON
(1967) estes animais habitam principalmente as águas interiores, sendo
característicos desses ambientes e mostrando-se claramente adaptados às
mudanças gerais que neles ocorrem.
Na região litorânea observou-se a presença de todas as espécies registradas
para o reservatório de Tapacurá, das quais treze foram exclusivas para esta região.
A maior riqueza observada para a região litorânea foi provavelmente devido a
sua localização na zona de ecótono e pela presença de vegetação flutuante
abundante. De acordo com NOGUEIRA et al. (2003) ao se considerar a comunidade
zooplanctônica, o número de espécies na zona aberta (limnética) de um lago é
geralmente menor que o verificado nas comunidades litorais, devido, principalmente,
à heterogeneidade de habitats proporcionada por uma zona litorânea bem
desenvolvida, com a presença de diferentes espécies de macrófitas. DAJOZ (1983)
relata que nas regiões marginais dos lagos ocorre o chamado “efeito de borda” por
ser uma zona de transição, apresentando uma fauna mais rica que nas biocenoses
adjacentes, cujas espécies se misturam mais ou menos. Este autor cita ainda que no
sedimento da zona litoral dos lagos vive uma fauna psâmica intersticial de
protozoários, rotíferos, tardígrados, nematóides e copépodos.
Deste modo, o enriquecimento de espécies na região litorânea do reservatório
de Tapacurá se deu pela presença tanto de espécies planctônicas, que estão
adaptadas a habitar horizontalmente toda a coluna d’água, como de organismos do
bentos, nêuston, e perifíton, que ocasionalmente ou acidentalmente ocorrem na
comunidade planctônica.
Para a região limnética a maior parte dos táxons são de organismos
planctônicos, a exemplo da maioria dos Rotifera da família Brachionidae, dos
Cladocera das famílias Sididae, Moinidae e Daphniidae e dos Copepoda. Entretanto,
várias táxons tais como os Rotifera da família Lecanidae e o Cladocera Alona
cambouei, da família Chydoridae, que possuem hábito bentônico e são geralmente
relacionados à região litorânea dos lagos, também habitaram a região limnética.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 61

Entre as possíveis causas para a ocorrência de organismos bentônicos no


plâncton (ticoplâncton) da região limnética do reservatório de Tapacurá, três
parecem ser mais evidentes: 1) os fortes ventos observados no mês de agosto
causaram misturas na coluna d’água, principalmente nos locais de menor
profundidade, trazendo organismos habitantes do fundo para as águas superficiais e
subsuperficiais. 2) a precipitação intensa observada no período seco, considerada
atípica para a região, pode ter funcionado como meio de transporte dos organismos
na direção margem-centro do reservatório. 3) a proximidade entre os dois pontos de
coleta fez com que fossem coletados indivíduos de uma mesma comunidade, os
quais não apresentam diferença significativa quanto à distribuição horizontal.
A influência da grande quantidade de macrófitas aquáticas na margem do
reservatório também pode explicar a espressiva ocorrência de espécies não
planctônicas na região limnética para o ambiente estudado. DÁBES (1995) estudando
o zooplâncton na região limnética de cinco lagoas marginais do rio São Francisco
(MG), encontrou quanto à preferência de habitat predominância de organismos
litorâneos (54% da riqueza), assim como uma grande porcentagem de espécies
semiplanctônicas, incluindo as perifíticas (22% da riqueza), relatando que esses
organismos ocupam os vários substratos formados pelas massas de plantas
emersas/submersas, como as folhas, talos, raízes etc., e que, de acordo com DIONI
(1975 apud DÁBES, 1995), esses organismos podem ser denominados de
pleustônicos, pois apesar dos constantes deslocamentos das plantas aquáticas na
lâmina d’água das lagoas, ocorre uma individualidade do microambiente por elas
formado, o qual permanece estável.
STARLING (2000) também encontrou predominância de espécies litorâneas
(mais de 70% da riqueza, principalmente Rotifera da família Lecanidae e Cladocera
da família Chydoridae) na região limnética da lagoa Bonita, um ecossistema
oligotrófico do Distrito Federal, que se apresentou durante o estudo quase
completamente coberto por macrófitas. PANARELLI et al. (2003) observaram a
abundância de espécies não planctônicas na região limnética, principalmente nos
trechos mais lóticos do sistema de lagoas da planície de inundação do rio Paraná,
nos quais a região litorânea possui maior influência.
Quanto à esta observação de PANARELLI et al. (2003), talvez a provável
redução no tempo de retenção da água do reservatório de Tapacurá, assim como o
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 62

aumento na velocidade de vazão, tenham influenciado a estrutura do zooplâncton no


período seco, o qual obteve maior precipitação que o chuvoso.
Quanto à diversidade para o zooplâncton total, de uma forma geral foi
considerada média para os dois períodos estudados, com valor máximo no período
seco, na região litorânea, ao contrário do período chuvoso, que obteve maiores
diversidades na região limnética. Os dados de equitabilidade sugerem uma
comunidade instável, porém com boa distribuição dos indivíduos entre as espécies.
A baixa diversidade em ambientes límnicos dá-se pelo reduzido número de
espécies e maior densidade de indivíduos, quando comparados aos ecossistemas
marinhos. A reduzida salinidade da água doce e a ausência de uma constante
concentração de íons expõe os seus habitantes a severos estresses iônico e
osmótico. Estas condições, juntamente com outros fatores, tais como reduzida
flutuação, pH menos instável e rápido acréscimo e depleção de nutrientes,
produzem ambientes que comportam de longe menor diversidade biológica que os
oceanos (BRUSCA & BRUSCA, 2002). De acordo com EDMONDSON (1959), em
contraste com os ambientes marinhos, o zooplâncton de águas continentais é
composto de poucos grupos de invertebrados, dos quais os principais são, pela
ordem de tamanho, protozoários (amebas, flagelados, ciliados), vermes
asquelmintos (rotíferos), microcrustáceos (copépodos e cladóceros) e alguns tipos
de insetos, principalmente larvas de dípteros.
Segundo PINTO-COELHO et al. (2002), habitats muito variados e heterogêneos
favoreceriam o aumento da diversidade por oferecerem mais combinações de micro-
habitats e nichos ecológicos, o que pode explicar a maior diversidade observada
para o período seco, que apresentou certa heterogeneidade hidrológica em relação
ao chuvoso, e para a região litorânea pelas características peculiares já discutidas.
A maior diversidade na região limnética no período chuvoso foi devido a uma
maior presença de espécies não planctônicas nas amostras quantitativas para esta
região, em relação ao período seco, elevando a riqueza. A presença dessas
espécies ocasionais, porém, não implicou em considerável aumento na
equitabilidade, por se tratarem estas de espécies geralmente raras que ocorrem em
baixas densidades quando comparadas às espécies dominantes.
Para os Rotifera a diversidade foi baixa, com maiores valores na região
litorânea para ambos os períodos estudados e discreto aumento no período seco; a
equitabilidade obteve valores semelhantes ao zooplâncton total. Os Crustacea
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 63

(Cladocera e Copepoda) apresentaram as menores diversidades, cujo padrão


sazonal foi o mesmo revelado para o zooplâncton total; porém, a equitabilidade
apresentou os maiores valores dentro da comunidade zooplanctônica, revelando
grande equilíbrio destes grupos, pois apesar da pouca quantidade de espécies os
indivíduos estiveram numericamente bem representados nas mesmas.
CRISPIM & WATANABE (2000) também estudaram as diversidades do
zooplâncton quanto à zonação horizontal em dois açudes do semi-árido paraibano,
encontrando menores valores na região limnética para os Rotifera e Copepoda, em
contraste aos Cladocera, que obtiveram maiores diversidades nesta região. As
diversidades encontradas pelas autoras também foram baixas para os Rotifera e
muito baixas para os Cladocera e Copepoda, provavelmente devido às severas
condições de vida nos ambientes estudados, onde a maior parte do ciclo hidrológico
é de estiagem.
Os Rotifera dominaram o zooplâncton no período chuvoso; quanto à zonação,
o mesmo ocorreu na região limnética, enquanto na litorânea os náuplios
sobressaíram. LANDA & MOURGUÉS-SCHURTER (1999) justificaram a dominância de
Rotifera na Represa Pomar – MG, por ser esse um ecossistema pequeno e raso,
mais vulnerável às perturbações ambientais, com as quais os Rotifera estão mais
adaptados que os outros grupos.
Muitos autores relacionam a dominância de Rotifera para ecossistemas
continentais com alto teor de poluição orgânica, a exemplo dos trabalhos de ARORA
(1966), DOOHAN (1975), BERZINS & PEJLER (1989), DOLAN & GALLEGOS (1992),
PONTIN & LANGLEY (1993), GÜNTZEL & ROCHA (1998), DUGGAN et al. (2001) e
NOGUEIRA (2001), os quais discutem aspectos referentes à presença ou ausência de
espécies indicadoras e suas densidades, correlação entre espécies e densidade
total do referido grupo. ALMEIDA (2002) também encontrou dominância dos Rotifera
para o reservatório de Carpina - PE, onde o grupo apresentou abundância relativa
superior a 80% durante os seis meses de estudo, sendo o ambiente considerado
eutrófico. Em contrapartida, de acordo com MATSUMURA-TUNDISI et al. (1990) as
represas, por serem lagos artificiais de origem lótica, têm mostrado uma dominância
de Rotifera independe do estado de trofia.
No período seco os náuplios dominaram a comunidade, tendo o mesmo
ocorrido na região litorânea, enquanto na região limnética os Copepoda dominaram
a comunidade.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 64

A maior abundância de náuplios também foi observada num estudo sobre a


eutrofização da Represa de Barra Bonita (SP) por MATSUMURA-TUNDISI et al. (1990),
os quais utilizaram rede com malha de 68Pm. Nesse estudo, o ponto de coleta mais
próximo do rio Piracicaba apresentou predominância dos náuplios sobre os demais
organismos do zooplâncton, tendo sido considerado este ponto o menos eutrófico
em relação aos outros 3 estudados.
FABIÁN (1993), utilizando rede com malha de 80Pm, encontrou predominância
dos estágios larvares (náuplios e copepoditos) para os microscrustáceos
planctônicos do reservatório do Cisne, no Uruguai, e maiores taxas de reprodução
nos meses de temperaturas mais elevadas, corrobando com a predominância dos
náuplios para o período seco no reservatório de Tapacurá, já que nesse período se
observam as maiores temperaturas. Porém, considerando-se que as diferenças de
temperatura entre os períodos sazonais no nordeste do Brasil não são tão
importantes como na localidade estudada pelo citado autor, os resultados obtidos
para o reservatório de Tapacurá deve ter sido influenciado por outros fatores além
da temperatura.
Na lagoa Caconde Osório (RS), GÜNTZEL & ROCHA (1998) utilizaram em seu
estudo rede com malha de 64Pm e também encontraram expressiva participação
dos náuplios, que totalizaram 60% do zooplâncton total e 90% dos Copepoda.
BONECKER et al. (2001) relataram que o incremento na abundância de Copepoda no
segundo ano de estudos sobre este grupo no reservatório de Corumbá (GO) ocorreu
principalmente devido à presença de indivíduos imaturos (náuplios e copepoditos).
Os autores dispuseram de rede com 70Pm de abertura de malha nas coletas.
Os náuplios demonstraram afinidade pela região litorânea em ambos os
períodos sazonais. A presença das macrófitas aquáticas talvez seja uma das razões
para o fato, pois essa vegetação pode servir como refúgio contra os predadores,
revelando-se o local ideal para desova dos crustáceos planctônicos, assim como
para seu desenvolvimento nos primeiros estágios de vida. A disponibilidade de
alimento pode também ser um fator importante devido à presença da fauna
associada à vegetação, que facilita a filtração dos náuplios, pois de acordo com
PANARELLI et al. (2003) as macrófitas aquáticas podem servir tanto de habitat como
de alimento para organismos de todos os níveis tróficos.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 65

As abundâncias de Rotifera e Copepoda mostraram-se inversamente


proporcionais, influenciando os resultados obtidos para a estrutura do zooplâncton
como um todo. Quando no período seco entre os Rotifera ocorreram principalmente
espécies ticoplanctônicas, as quais apresentaram baixas densidades populacionais,
os Copepoda aproveitaram a redução na participação dos Rotifera euplanctônicos
(mais representativos numericamente em relação aos ticoplanctônicos) e dominaram
a comunidade na região limnética.
Uma das explicações para a relação apresentada por esses grupos pode ser
a predação, já que algumas espécies de copépodos, larvas de insetos e larvas de
peixes (ictioplâncton) utilizam rotíferos como recurso alimentar.
A quantidade de chuvas também parece ter sido determinante para a relação
sazonal apresentada para entre os grupos Rotifera e Copepoda no reservatório de
Tapacurá. Os dados obtidos por VIEIRA et al. (2000) podem exemplificar o fato; as
referidas autoras estudaram o zooplâncton do açude São José dos Cordeiros, (semi-
árido Paraibano), onde no período estival o ambiente secou quase totalmente,
seguido de um intenso período chuvoso. Nesse ambiente foi observado, de uma
maneira geral, maior abundância e diversidade de Copepoda no início das chuvas,
tendo a maior parte das espécies de Rotifera se mostrado mais resistentes à seca.
Ainda quanto à precipitação, este parece ter sido um dos fatores-chave nas
mudanças sazonais não apenas para os Rotifera e Copepoda, mas para o
zooplâncton como um todo, no ambiente estudado. Confirmando a importância deste
fator, PINTO-COELHO (2002) cita que ao contrário da zona temperada, no qual a
sazonalidade está ligada ao regime térmico e luz, nos trópicos o principal regulador
da sucessão seria a ocorrência de chuvas. A mesma posição é defendida por FÁBIAN
(1993).
Os Cladocera revelaram a menor abundância entre os principais grupos
zooplanctônicos para o ambiente estudado. A reduzida participação deste grupo já
foi registrada para ecossistemas continentais do estado de Pernambuco por
NEUMANN-LEITÃO et al. (1989) no açude de Apipucos e ALMEIDA (2002) para o
reservatório de Carpina. Ambos os ambientes foram considerados eutróficos pelos
referidos autores. CABIANCA & SENDACZ (1985) também encontraram baixas
densidades de Cladocera no reservatório do Borba (SP), assim como FABIÁN (1993)
para o reservatório do Cisne, Uruguai.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 66

A presença maciça dos náuplios de Crustacea no reservatório de Tapacurá


pode ser uma das explicações para a redução do número de Cladocera, pois de
acordo com CABIANCA & SENDACZ (1985) os náuplios possuem o mesmo hábito
alimentar dos cladóceros. Além disso, esses autores também relacionaram a
escassez de Cladocera à falta de algas adequadas à sua filtração, fato também
comentado em NEUMANN-LEITÃO et al. (1989) para o açude de Apipucos. Outra
possível explicação reside no fato de que os Cladocera encontraram-se em grande
proporção também no estágio de náuplio durante o presente estudo.
Quanto à relação entre os Cladocera e as condições tróficas dos corpos de
água do Estado, ALMEIDA (2002) encontrou abundância relativa menor que 1% para
os Cladocera, considerando todo o período de estudo do zooplâncton no
reservatório de Carpina, enquanto MELO-JÚNIOR (2002) registrou grande participação
do grupo para a comunidade zooplanctônica do reservatório de Jucazinho. O
primeiro ambiente foi considerado eutrófico, e o segundo foi classificado como
oligotrófico, com picos de mesotrofia durante o ciclo anual.
Quanto à densidade do zooplâncton total, o período chuvoso apresentou
maior número de organismos, tendo a região litorânea sobressaído.
ARCIFA et al. (1998) num estudo sobre o zooplâncton do lago Monte Alegre
(SP), registraram boa parte das espécies encontradas para o reservatório de
Tapacurá. Esses autores relacionaram a redução do número de organismos na
transição entre os períodos seco e chuvoso a fatores como predação por peixe e
larvas de Diptera, fatores abióticos, sólidos em suspensão e biomassa de algas não
comestíveis, sendo este último o mais provável para aquele ambiente. Estes fatores
podem ter sido importantes na redução da densidade do zooplâncton no período
seco para o presente estudo. Além disso, a abundância de chuvas nesse período
sazonal pode também ter influenciado a redução no número de organismos, pois
segundo OLIVEIRA-NETO (1993), a precipitação reduziu drasticamente as densidades
populacionais dos organismos zooplanctônicos no Reservatório do Lobo (SP).
Quanto à região litorânea, esta pode ter servido como refúgio dos organismos contra
os fortes ventos observados no período chuvoso, principalmente daqueles
organismos pouco tolerantes à turbulência, elevando as densidades das populações
nessa região, onde a presença das macrófitas deve amenizar o efeito do vento.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 67

Entre as espécies destacaram-se em abundância os Rotifera Brachionus


calyciflorus calyciflorus e Keratella tropica, o Cladocera Diaphanosoma spinulosum e
os Copepoda Notodiaptomus cearensis e Thermocyclops decipiens.
As referidas espécies de Rotifera tiveram maior participação no período
chuvoso, tanto em abundância quanto em densidade, estando de uma forma geral
mais relacionadas à região limnética. Essas espécies são de ocorrência bastante
comum em ecossistemas continentais tropicais.
Keratella tropica também esteve entre as espécies mais importantes para o
açude São José dos Cordeiros (PB), ambiente que apresentou período seco
marcado por severa estiagem, correspondendo à maior parte do ciclo hidrológico, e
fortes chuvas no período chuvoso, mostrando-se resistente às drásticas alterações
nos níveis de água, ocorrendo durante todo o ano (VIEIRA et al., 2000). Brachionus
calyciflorus calyciflorus foi encontrada por NEUMANN-LEITÃO et al. (1989) entre as
espécies dominantes para o reservatório de Apipucos (PE), no qual Rotifera também
predominou sobre os demais grupos zooplanctônicos, tendo sido o local classificado
como eutrófico, com forte carga de poluição orgânica.
Diaphanosoma spinulosum apresentou as menores abundâncias entre as
espécies destacadas, com melhor participação no período seco. Quanto à
profundidade de coleta, foi detectada uma nítida estratificação vertical tanto de dia
quanto à noite, tendo preferido o LZE em todos os horários. Essa estratificação
vertical para D. spinulosum pode indicar tendência a evitar as maiores turbulências
observadas na superfície da coluna d’água, principalmente em relação aos ventos.
Outra explicação potencial para sua preferência pelo LZE talvez seja o fato de que
nesta profundidade a reduzida iluminação dificulta a visualização por parte dos
predadores, especialmente no período reprodutivo, quando sua carapaça encontra-
se mais volumosa para abrigar os filhotes.
OLIVEIRA-NETO (1993) também encontrou preferência dos Cladocera no
reservatório do Lobo (SP) por profundidades abaixo da superfície, principalmente a
2,5m e 5m. O fato de D. spinulosum evitar a superfície pode explicar a baixa
abundância observada por ALMEIDA (2002) e MELO-JÚNIOR (2002) para esta espécie,
já que os estudos desses autores estiveram baseados em arrastos superficiais.
O Copepoda Notodiaptomus cearensis, que obteve baixa abundância no
zooplâncton no período chuvoso, chegou a dominar a comunidade na região
limnética no período seco, quando também apresentou alta densidade populacional.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 68

Segundo MATSUMURA-TUNDISI (1986), Notodiaptomus é um gênero endêmico de


ampla distribuição na América do Sul, e assim como os outros Calanoida, são
especializados na exploração de micro-habitats. SENDACZ & MONTEIRO-JÚNIOR (2003)
também relacionaram os Calanoida das lagoas da planície de inundação do alto rio
Paraná com a região limnética, porém maior representação no período chuvoso.
Apesar dos dados obtidos para N. cearensis no reservatório de Tapacurá
discordarem dos apresentados por SENDACZ & MONTEIRO-JÚNIOR (2003) quanto ao
período sazonal, a intensa precipitação no período seco no presente estudo indica
que a densidade desta espécies está intimamente relacionada ao regime
pluviométrico.
OLIVEIRA-NETO (1993), num estudo nictimeral do zooplâncton, encontrou os
Calanoida mais relacionados à superfície da coluna d’água em ambos os períodos
sazonais, fato que contradiz os resultados obtidos para o reservatório de tapacurá, já
que N. cearensis, de uma forma geral, esteve numericamente melhor representada
na profundidade referente ao LZE.
Thermocyclops decipiens revelou maior abundância e densidade populacional
no período chuvoso, principalmente na região litorânea. Esta espécie foi a única que
apresentou tendência à variação nictimeral, com estratificação vertical durante o dia,
habitando preferencialmente o LZE, e homogeneidade à noite, evidenciando o
deslocamento de grande parte da população que estava abaixo da superfície em
direção às águas superficiais nos horários noturnos. De acordo com MEESTER &
VYVERMANN (1997) a ascensão noturna dos copépodos no lago Nagada (Nova
Guiné) está relacionada às relativas mudanças na intensidade luminosa, existindo
ainda, diferenças quanto à idade e o sexo dos indivíduos na resposta a este
estímulo.
Os ritmos circadianos, aqueles cujo período é igual a 24 horas ou próximo
dessa duração, são mantidos pelo relógio biológico e particularmente influenciados
pela temperatura e iluminação. É exibido por numerosos organismos do plâncton,
que vivem na superfície durante a noite e migram para a profundidade durante o dia
(DAJOZ, 1983). De acordo com TUNDISI & MATSUMURA-TUNDISI (1981), apesar da
radiação solar ser raramente um fator limitante em regiões tropicais, esta pode
funcionar como um fator controlador importante.
A associação das amostras resumiu a estrutura da comunidade
zooplanctônica como um todo, onde as maiores similaridades foram obtidas dentro
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 69

do mesmo ciclo nictimeral, com maiores diferenças quanto ao período sazonal.


Essas mudanças foram influenciadas principalmente pela precipitação pluviométrica
e temperatura da água.
No período chuvoso, evidenciou-se tendência à estratificação horizontal. Os
Rotifera foram responsáveis pela estrutura do zooplâncton neste período, tendo
revelado maiores diferenciações quanto à região do reservatório do que em relação
à profundidade, apresentando aparente homogeneidade vertical quanto aos horários
de coleta. De acordo com OLIVEIRA NETO (1993), os Rotifera possuem fraca
capacidade de migração quando comparados aos microcrustáceos, os quais nadam
ativamente e percorrem vários metros na coluna d’água no período de 24 horas; no
reservatório do Lobo (SP), este grupo também se apresentou homogeneamente
distribuído quanto às profundidades no período chuvoso, coincidindo com o período
de desestratificação térmica da coluna de água, enquanto a estratificação térmica no
período seco determinou maiores densidades do grupo próximo ao fundo.
Entretanto, no período seco foi observada tendência ao ritmo nictimeral para o
zooplâncton do reservatório de Tapacurá, com estratificação vertical de dia e
homogeneidade quanto à profundidade à noite. A dominância dos Copepoda, aliada
à redução na densidade de Rotifera em relação ao período chuvoso, levou a
comunidade zooplanctônica a exibir maiores diferenciações quanto à profundidade
de coleta de acordo com a radiação solar. Essa estratificação vertical dos
organismos também esteve aliada a uma certa estratificação vertical de alguns
parâmetros hidrológicos.
A análise dos componentes principais revelou correlação direta entre o
Copepoda Calanoida Notodiaptomus cearensis e os parâmetros hidrológicos mais
representativos (temperatura, sólidos totais dissolvidos - STD e condutividade
elétrica - CE) e inversa entre esta e as espécies de Copepoda Cyclopoida
Thermocyclops decipiens e de Rotifera Brachionus calyciflorus calyciflorus e
Keratella tropica. A relação entre essas espécies, que obtiveram as maiores
abundâncias durante este estudo, pode ser utilizada na caracterização do estado
trófico das águas no ambiente estudado.
PINTO-COELHO (1987) observou, no estudo da comunidade zooplanctônica do
lago Paranoá (um ecossistema eutrófico do Distrito Federal), o desaparecimento dos
calanóides registrados para estudos mais antigos realizados naquele ambiente,
tendo sido substituídos pelos ciclopóides. Citou ainda que a presença, entre outras
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 70

espécies, de T. decipiens e B. calyciflorus, além do gênero Keratella, constitui-se em


mais uma evidência do intenso processo de eutrofização no lago. Além disso, no rio
Tietê, corpo de água eutrófico do estado de São Paulo, foi encontrada correlação
positiva entre B. calyciflorus e K. tropica (MATSUMURA-TUNDISI et al., 1990), fato
também observado para o presente estudo. Para PANARELLI et al. (2003), a
importância da relação entre os Copepoda das ordens Calanoida e Cyclopoida não
se dá apenas quanto aos indícios sobre as condições tróficas do ecossistema, mas
está também relacionada com a estabilidade do sistema. Os autores, porém, não
aprofundam a discussão sobre os fatos citados.
Diante do exposto acima, pode-se crer que o período seco, no qual houve
predomínio de T. decipiens e das referidas espécies de Rotifera, aliado à baixa
densidade populacional de N. cearensis, revelou águas com características de
mesotróficas a eutróficas. Já no período seco, a explosão populacional N. cearensis
evidencia característica de águas oligotróficas a mesotróficas.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 71

9. CONCLUSÕES

No reservatório de Tapacurá:

x a temperatura e a precipitação foram os parâmetros abióticos que exerceram


maior influência na composição e estrutura do zooplâncton. A precipitação esteve
mais relacionada às mudanças sazonais, enquanto a temperatura esteve
associada principalmente às oscilações diárias na ocorrência, densidade e
abundância dos organismos;
x os organismos zooplanctônicos estiveram relacionados a baixos teores de
oxigênio dissolvido;
x a fauna euplanctônica habita as regiões litorânea e limnética do reservatório;
x as maiores diversidades para a região litorânea estiveram relacionadas à
presença de organismos ticoplanctônicos;
x a região litorânea deve servir como local de berçário para os microcrustáceos
planctônicos;
x Rotifera e Copepoda foram os grupos-chave, cujas densidades determinaram a
estrutura da comunidade;
x no período chuvoso, evidenciou-se tendência à estratificação horizontal,
enquanto no período seco, observou-se estratificação vertical dos fatores bióticos
e abióticos;
x Rotifera não apresentou tendência ao ritmo nictimeral, tendo sido dominado
pelas espécies Brachionus calyciflorus calyciflorus e Keratella tropica;
x Copepoda foi o único grupo que apresentou tendência à variação nictimeral da
densidade, evidenciada pelo Cyclopoida Thermocyclops decipiens;
x os Cladocera apresentaram nítida estratificação vertical, principalmente quanto à
espécie Diaphanosoma spinulosum;
x a presença de espécies indicadoras de trofia evidenciou que o ambiente
estudado apresentou um estágio de oligo a mesotrófico no período seco e meso
a eutrófico no período chuvoso.
Almeida, V. L. dos S. Ecologia do zooplâncton do reservatório de Tapacurá, Pernambuco - Brasil 72

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS
Anexo 1. Esquema da zonação lacustre (fonte: ESTEVES, 1988)
Anexo 2. Lista dos ecossistemas lênticos brasileiros citados na caracterização geral
das espécies, com as respectivas referências bibliográficas.

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Reservatório de Barra Bonita (SP) Matsumura-Tundisi et al., 1990

Reservatório de Botafogo (PE) Moura, 2004

Reservatório de Carpina (PE) Almeida, 2002


Neumann-Leitão & Nogueira-Paranhos,
Reservatório de Itaparica (PE/BA)
1987/89
Reservatório de Jucazinho (PE) Melo-Júnior, 2002
Nogueira, 2001; Sampaio et al., 2002;
Reservatório de Jurumim (SP)
Panarelli et al., 2003; Sartori et al., 2003
Reservatório de Piraju (SP) Sampaio et al., 2002

Reservatório de Salto Grande (SP) Sampaio et al., 2002

Reservatório Descoberto (GO) Starling, 2000

Reservatório do Borba (SP) Cabianca & Sendacz, 1985


Pelaéz-Rodrigues & Matsumura-Tundisi,
Reservatório do Lobo (SP)
2002
Reservatório do Pomar (MG) Landa & Mourgués-Schurter, 1999

Reservatório Gavião (CE) Leitão et al., 2003

Reservatório Pacajus (CE) Leitão et al., 2003

Reservatório Pacoti (CE) Leitão et al., 2003

Reservatório Rio Novo (SP) Sampaio et al., 2002

Reservatório Rio Pari (SP) Sampaio et al., 2002

Reservatório Santa Maria (GO) Starling, 2000

Reservatório Xavante (SP) Sampaio et al., 2002

Tanques de cultivo de peixes (SP) Rojas, 2001

Tanques de estabilização de esgoto (MG) Starling, 2000

Viveiros de camarão do município do Cabo (PE) Neumann-Leitão, 1981; Nogueira, 1986

Viveiros de cultivo de camarão do município de Igarassu (PE) Neumann-Leitão & Nogueira, 1986
Anexo 3. Normas para publicação no periódico Iheringia Série Zoologia

Escopo e política

O períodico Iheringia. Série Zoologia, editado pelo Museu de Ciências


Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, destina-se a publicar
trabalhos originais em Zoologia. É distribuído a Instituições congêneres em regime
de permuta.

Forma e preparação de manuscritos

1. Encaminhar o trabalho, com exclusividade, ao editor, via ofício, assinado pelos


autores, incluindo o original mais duas cópias, incluso as figuras.

2. Os manuscritos serão analisados por, no mínimo, dois consultores. A aprovação


do trabalho, pela comissão editorial, será baseada no conteúdo científico,
respaldado pelos pareceres dos consultores e no atendimento às normas.
Alterações substanciais serão solicitadas aos autores, mediante a devolução dos
originais acompanhados das sugestões.

3. O teor científico do trabalho é de responsabilidade dos autores, assim como a


correção gramatical.

4. O manuscrito, redigido em português, inglês, espanhol ou francês, deve ser


impresso em papel A4 ou ofício, em fonte "Times New Roman" tamanho 12, com
páginas numeradas e espaçamento duplo entre linhas.

5. Os trabalhos, sempre que possível, seguem os tópicos: título; nomes dos autores
(nome e sobrenome por extenso e demais preferencialmente abreviados); endereço
completo dos autores; abstract (em inglês); keywords (no máximo cinco); introdução;
material e métodos; resultados e discussão; agradecimentos e referências
bibliográficas.

6. Não usar notas de rodapé.

7. Para os nomes genéricos e específicos usar itálico e, ao serem citados pela


primeira vez no texto, incluir o nome do autor e o ano da publicação. Expressões
latinas devem estar grafadas em itálico.
8. Citar as instituições depositárias dos espécimes que fundamentam a pesquisa,
preferencialmente com tradição e infra-estrutura para manter coleções científicas e
com políticas de curadoria bem definidas.

9. Dispor as referências bibliográficas em ordem alfabética e cronológica, com os


autores em VERSALETE (caixa alta reduzida) e o nome dos periódicos por extenso.
Alinhar à margem esquerda com deslocamento de 0,6 cm. Exemplos:

BERTCHINGER, R. B. E. & THOMÉ, J. W. 1987. Contribuição à caracterização de


Phyllocaulis soleiformis (Orbigny, 1835) (Gastropoda, Veronicellidae). Revista
Brasileira de Zoologia, São Paulo, 4(3):215-223.
BRYANT, J. P. 1915. Woody plant-mammals interactions. In: ROSENTHAL, G. A. &
BEREMBAUM, M. R. eds. Herbivores: their interactions with secondary plants
metabolites. San Diego, Academic. v. 2. p.344-365.
HOLME, N. A. & MCINTYRE, A. D. 1971. Methods for the study of marine
benthos. Oxford, Blackwell Scientific. 334p.
PIZZO, M. A. 1996. Frugivoria e dispersão de sementes por aves. In: VIELLIARD, J.
M. E. & SILVA, W. R. eds. CONGRESSO BRASILEIRO DE ORNITOLOGIA, 5º,
Campinas, Anais... Campinas, UNICAMP. p. 163-170

10. As ilustrações (desenhos, fotografias, gráficos e mapas) são tratadas como


figuras, numeradas com algarismos arábicos seqüenciais e dispostas adotando o
critério de rigorosa economia de espaço e considerando a área útil da página (16,5 x
24 cm) e da coluna (8 x 24 cm). A Comissão Editorial reserva-se o direito de efetuar
alterações na montagem das pranchas ou solicitar nova montagem aos autores. As
legendas devem ser auto-explicativas e impressas em folha à parte. Ilustrações a
cores implicam em custos a cargo dos autores.

11. As tabelas devem permitir um ajuste para uma (8 cm) ou duas colunas (16,5 cm)
de largura, ser numeradas com algarismos romanos e apresentar título conciso e
auto-explicativo.

12. A listagem do material examinado deve dispor as localidades de Norte a Sul e de


Oeste a Leste e as siglas das instituições compostas de até 4 letras, segundo o
modelo abaixo:
VENEZUELA, Sucre: San Antonio del Golfe, 5 , 8.VI.1942, S. Karpinski col.
(MNHN, 2547). PANAMÁ, Chiriquí: Bugaba (Volcán de Chiriquí) 3 , 3 ,
24.VI.1901, Champion col. (BMNH, 1091). BRASIL, Goiás: Jataí, (Fazenda Aceiro),
3 , 15.XI.1915, C. Bueno col. (MZSP); Paraná: Curitiba, 1 , 10.XII.1925, F.
Silveira col. (MNRJ); Rio Grande do Sul: Viamão, 5 , 17.XI.1943, S. Carvalho col.
(MCNZ, 2147).

13. Enviar cópia em meio digital (disquete, zip disk ou CDROM devidamente
identificado) junto com a versão final do manuscrito em arquivo para Microsoft Word
(*.doc) ou em formato "Rich Text" (*.rtf). Para as imagens digitalizadas, utilizar
resolução mínima de 300 dpi e arquivos Bitmap TIFF (*.tif) ou Bitmap do Windows
(*.bmp). Enviar as imagens nos arquivos originais (não em arquivos de edição de
texto), rotulados de forma auto-explicativa (e. g. figura01.bmp). Gráficos e tabelas
devem ser inseridos em arquivos separados (Microsoft Word ou Excel).

14. As provas não serão enviadas aos autores, exceto em casos especiais.

15. Para cada artigo serão fornecidas, gratuitamente, 50 separatas, sem capa, que
serão enviadas preferencialmente para o primeiro autor.

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Tel.:+55 51 3320-2039
Fax.: +55 51 3336-3306

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