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MATEMÁTICA – REAMEC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM
CIÊNCIAS E MATEMÁTICA - PPGECEM
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT
Cuiabá – MT
Dezembro de 2014
REDE AMAZÔNICA DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E
MATEMÁTICA – REAMEC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM
CIÊNCIAS E MATEMÁTICA – PPGECEM
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT
Cuiabá – MT
Dezembro de 2014
EMERSON DA SILVA RIBEIRO
Este exemplar corresponde à versão final da Tese de Doutorado de Emerson da Silva Ribeiro
submetida ao Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática
(PPGECEM), da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC), polo
da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na Linha de Pesquisa Formação de
Professores para a Educação em Ciências e Matemática, defendida e aprovada, em 08 de
dezembro de 2014, em Cuiabá, pela Banca Examinadora composta pelos professores
doutores: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca (UFMG) e Marisol Vieira Melo (UFFS)
– Examinadoras Externas; Dario Fiorentini (UNICAMP) e Gladys Denise Wielewski (UFMT)
– Examinadores Internos; e Marta Maria Pontin Darsie (UFMT) – Orientadora.
DEDICATÓRIA
Muitos foram aqueles que contribuíram, ao seu modo, com a realização deste
trabalho, e por isso, meus sinceros agradecimentos a cada um deles, reconhecendo que as
palavras podem ser poucas e insuficientes para traduzir o real valor de minha gratidão.
Em especial...
A Deus, pelo dom da vida, por ser fonte de inspiração e força vital para
superarmos as dificuldades e aprendermos com elas.
Aos meus pais, Cícero José Ribeiro e Maria de Fátima da Silva, pelos
ensinamentos que me legaram, pelas conquistas que me proporcionaram e por ser quem
são. Sem vocês, nada seria possível. Minha sublime gratidão. Amo muito vocês!
À minha esposa, Renata Gonçalves Aguiar, por fazer e ser parte de mim, pelo
amor e dedicação, e pela felicidade de me proporcionar ser pai, me presenteando com a
graça Divina de dois filhos: nossa querida Natália, e o nosso anjinho Gabriel, que cresce
em seu ventre. Te amo e te agradeço muito!
À minha filha, Natália Aguiar Ribeiro, pela doçura das palavras ao dizer que
me ama, pelo abraço meigo e revigorante, e pela compreensão nas tantas vezes em que eu
estive ausente, adiando o seu mamar, pedindo para me deixar trabalhar, e por não ter tido
mais tempo para brincar. Minha gratidão e desculpa. Eu te amo até a lua: ida e volta!
Ao meu filho, Gabriel Aguiar Ribeiro, pela sua presença entre nós e por encher
de alegria nossas vidas com a notícia de sua vinda daqui a alguns meses. O papai dedicará
o tempo que mereces e que não te foi dedicado. Sem “conhecê-lo”, já o amo.
À minha eterna orientadora, Professora Dra. Marta Maria Pontin Darsie, pela
generosidade de sua orientação e ensinamentos no desenvolvimento deste trabalho, pela
valiosa contribuição para a minha formação acadêmico-profissional, por mais essa
oportunidade e por confiar em mim. Por coordenar e se empenhar na concretização da
nossa REAMEC, oportunizando a tantos de nós, “reamequianos”, nos qualificar e
fortalecer a Educação em Ciências e Matemática nesse mundo chamado Amazônia. Me
orgulho de ser seu primeiro orientado de doutorado, e espero ter correspondido à altura.
Serei eternamente grato à senhora. Muito, muito, muito obrigado!
À Professora Dra. Gladys Denise Wielewski, pela simplicidade e bondade com
que sempre me atendeu desde o mestrado, pelas contribuições para o desenvolvimento
deste trabalho, mesmo antes de fazer parte da banca, pelas suas aulas e por ajudar a
REMEC a efetivamente se consolidar.
Ao Professor Dr. Dario Fiorentini, e às Professoras Dra. Maria da Conceição
Ferreira Reis Fonseca e Dra. Marisol Vieira Melo, pela leitura respeitosa e criteriosa, e
pelas sugestões que contribuíram para a realização deste trabalho, e também pelas suas
pesquisas e seus escritos, os quais foram imprescindíveis para a conclusão deste estudo.
À Professora Dra. Anna Regina Lanner de Moura, pelos apontamentos que
contribuíram com o desenvolvimento deste trabalho, quando participou da avaliação do
mesmo em uma disciplina do Doutorado e quando compôs a banca na qualificação.
Aos autores-pesquisadores das dissertações e teses que compuseram o material
de análise deste estudo, cujas pesquisas foram indispensáveis para a realização do mesmo.
Aos meus irmãos, Everton e Viviane da Silva Ribeiro, pela alegria de sermos
uma família, e por torcerem e me apoiarem onde quer que estejamos.
À minha sogra, Maria Bernadete Veras Aguiar, pelo carinho e incentivo, e pela
leitura cuidadosa na revisão ortográfica e gramatical do texto deste estudo.
À família Franco Borges, representada pelos eternos amigos e futuros
compadres, João Batista e Delciene, além das suas filhas Amanda e Camila, e ao Sirlei.
Obrigado pela constante dedicação e por abrirem as portas de sua casa com a alegria de
sempre receber a mim e a minha família. Passamos um momento difícil, mas muitos foram
os outros momentos capazes de superar esse e consolidar ainda mais nossa amizade.
Aos meus parceiros de jornada nessa caminhada do doutorado, Marlos Gomes
de Albuquerque e Kécio Gonçalves Leite, que juntos no desbravamento da Amazônia, e
nas muitas horas e dias de estudos e de viagens, tornaram-se meus amigos.
Aos meus sobrinhos, Pedro Henrique Pimentel Ribeiro, Arthur Schultz da
Silveira Aguiar e Kaique Ribeiro Marques, e às minhas afilhadas, Camila e Fernanda
Fernandes Cruz, pelos momentos de alegrias e de retorno à infância, demonstrando o
quanto é belo e prazeroso apreciarmos o sorriso doce e sincero de uma criança.
À Olga Crupe Dias, pelos cuidados e dedicação à minha família, por sempre se
lembrar de me trazer um lanchinho no final da tarde após horas de estudos, e por suprir, em
certos momentos, a minha ausência junto à minha filha.
A tantas outras pessoas que compartilharam da sua presença e me incentivaram
ao longo da realização deste trabalho, entre eles, meu tio José Lourenço da Silva Filho;
meus cunhados Leonardo José Gonçalves Aguiar, Crislayne Pimentel Chaves e Emanuelle
de Lima Aguiar; aos meus compadres Kátia Fernandes Mota Cruz e Antônio da Cruz; e ao
meu sogro José Gonçalves Lima.
Aos meus colegas do Departamento de Matemática e Estatística da
Universidade Federal de Rondônia, Campus de Ji-Paraná, pelo incentivo e por apoiarem
meu afastamento das atividades acadêmicas. Em especial, meus professores na época da
graduação e hoje colegas de departamento: Ariveltom Cosme da Silva, Reginaldo Tudeia
dos Santos, Lenilson Sergio Candido e Fernando Luiz Cardoso. Sem me esquecer da
Professora Aparecida Augusta da Silva, quem primeiro me incentivou a enveredar pela
Educação Matemática e a seguir o caminho da pós-graduação stricto sensu; e também à
minha colega de departamento, parceira de estudos e amiga, Eliana Alves Pereira Leite.
A todos os professores e professoras da REAMEC, por terem contribuído com
nosso processo de formação e fazer existir essa Rede; e aos colegas “reamequianos”, em
especial, os do polo UFMT, pelo convívio e pelas trocas de experiências.
À colega Ana Fanny, pela disponibilidade em fazer chegar este trabalho às
mãos dos professores Dario e Anna Regina; e à colega Margarita Maria Dueñas Orozco,
pela tradução do resumo em português para o espanhol.
Enfim, a todos os outros amigos, conhecidos ou desconhecidos, virtuais ou
presenciais, pela interação positiva e cota de participação intelectual e/ou afetiva na
realização deste trabalho.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo mapear, analisar e descrever tendências temáticas e
metodológicas da pesquisa brasileira no contexto da Educação Matemática de Jovens e
Adultos, bem como suas contribuições e implicações para as práticas educativas e para a
pesquisa nesse contexto. Em termos de aportes teóricos, ressaltamos sua sustentação em
autores que se dedicam aos estudos sobre Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação
Matemática, e mesmo sobre Educação Matemática de Jovens Adultos. Metodologicamente, o
admitimos como sendo uma pesquisa do tipo estado da arte e como uma investigação de
abordagem qualitativa, tendo como material de análise dez teses e 111 dissertações
relacionando e articulando Educação Matemática e EJA como objeto de estudo, defendidas no
Brasil, no período de 2001 a 2010, encontradas a partir dos seus resumos disponibilizados
pelo Banco de Teses da CAPES e disponíveis no Portal Domínio Público, Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações e bibliotecas de programas brasileiros de pós-graduação.
Para a análise desse material assumimos o caráter essencialmente interpretativo e a análise de
conteúdo, adotando categorias de análise não definidas a priori, organizadas em sete temas e
seus respectivos subtemas, emergentes do foco/objeto de estudo principal de 117 (dez teses e
107 dissertações) das 121 pesquisas levantadas neste trabalho, uma vez que não foram
encontradas quatro das 111 dissertações: Concepções/Significados/Percepções (14); Currículo
de Matemática na EJA (9); Didática/Metodologia de Ensino (28); Etnomatemática (7);
Formação/Atuação de Professores (13); Práticas Matemáticas de Estudantes da EJA (26); e
Psicologia da Educação Matemática (20). Entre as considerações deste trabalho, concluímos
que as pesquisas no campo da Educação Matemática de Jovens e Adultos demonstram ter
crescido ao longo da primeira década do século XXI, embora como resultado de iniciativas
aparentemente isoladas e desarticuladas. Essas pesquisas trazem à tona, entre suas
contribuições e implicações, a reafirmação e o resgate de aspectos pertinentes ao processo de
ensino-aprendizagem de Matemática na EJA, salientados e apontados por teóricos e
estudiosos das áreas de Educação Matemática e EJA, incluindo as Diretrizes Curriculares
Nacionais para essa modalidade, além de acrescentarem diversos outros elementos
importantes à consolidação e ressignificação de práticas pedagógicas, e à formação de
professores, em condições de atender as especificidades e demandas da EJA. Essas pesquisas
reforçam ainda a importância desse campo, e ressaltam a necessidade de novos estudos e a
continuidade e aprofundamento das investigações realizadas, visando à produção de
conhecimentos que possibilitem aos educadores e professores que ensinam Matemática na
EJA realizarem seu trabalho pedagógico no atendimento às características socioculturais dos
educandos jovens e adultos.
RIBEIRO, Emerson da Silva. State of the art research in Mathematics Education of Youth and
Adults: a study of the theses and dissertations defended in Brazil in the first decade of the
XXI century. 2014. 330p. Thesis (Doctorate in Education in Science and Mathematics) –
Amazon Network of the Education in Science and Mathematics, Federal University of Mato
Grosso, Cuiabá.
This study aims to map, analyze and describe thematic and methodological tendencies of the
brazilian research in the context of the Mathematics Education of Youth and Adults, as well
as their contributions and implications for educational practices and research in this context.
In terms of theoretical support, we emphasize his sustain in authors who are dedicated to
studies on Education of Youth and Adults (EJA) and Mathematics Education, and even on
Mathematics Education of Youth and Adults. Methodologically, admit it as a research of the
type state of the art and as an investigation of qualitative approach, having as material of
analysis ten theses and 111 dissertations relating and articulating Mathematics Education and
EJA as object of study, defended in Brazil, in the period of 2001-2010, found from the his
abstracts provided by the Bank of Thesis of the CAPES and available in Portal Public
Domain, Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations and libraries of brazilian
programs of postgraduate. For the analysis of this material assume the essentially
interpretative character and content analysis, adopting categories of analysis not defined a
priori, organized into seven themes and their respective sub-themes, emerging of the main
focus/object of study of 117 (ten theses and 107 dissertations) of 121 research raised in this
work, since there no were found four of the 111 dissertations:
Conceptions/Meanings/Perceptions (14); Curriculum of Mathematics in EJA (9); Didacticism/
Methodology of Teaching (28); Ethnomatematics (7); Formation/Acting of Teachers (13);
Mathematical Practices of Students of the EJA (26); and Psychology of Mathematics
Education (20). Among the considerations of this work, come to the conclusion that
researches in the field of Mathematics Education of Youth and Adults demonstrate to have
grown throughout the first decade of the XXI century, although as a result of initiatives
seemingly isolated and unarticulated. These researches bring to the fore, between their
contributions and implications, reaffirmation and rescue of relevant aspects of the teaching-
learning of Mathematics in EJA, highlighted and pointed by theorists and scholars from the
fields of Mathematics Education and EJA, including the National Curriculum Guidelines for
this modality, besides may add several other important elements for the consolidation and
resignificance of pedagogical practices, and for the teacher training, able to fit the specificities
and demands of the EJA. These researches also reinforce the importance of this field, and
highlight the need of new studies and the continuation and deepening of investigations
performed, aimed at producing knowledge that enable educators and teachers who teach
mathematics at EJA realize their pedagogical work in attendance the socio-cultural
characteristics of the learners young and adults.
Keywords: Mathematics Education; Education for Youth and Adults (EJA); State of the Art.
RESUMEN
Este estudio tiene como objetivo mapear, analizar y describir las tendencias temáticas y
metodológicas de la investigación brasileña en el contexto de la Educación Matemática de
Jóvenes y Adultos, así como sus contribuciones e implicaciones para las prácticas educativas
y de investigación en este contexto. En términos de aportes teóricos, este trabajo tiene base en
autores que se dedican a los estudios sobre Educación de Jóvenes y Adultos (EJA) y
Educación Matemática, e incluso en Educación Matemática de Jóvenes Adultos.
Metodológicamente, la presente investigación es del tipo estado del arte, con una abordaje
cualitativa, que tiene como material de análisis diez tesis y 111 disertaciones vinculando y
articulando Educación Matemática y EJA como objeto de estudio, sustentadas en Brasil, en el
período 2001-2010, encontradas a través de sus resúmenes proporcionados por el Banco de
tesis de la CAPES y disponible en Portal Dominio Público, Biblioteca Digital Brasileña de
Tesis y Disertaciones y bibliotecas de programas brasileños de postgrado. Para el análisis de
este material se asumió un carácter esencialmente interpretativo y análisis de contenido,
adopción de categorías de análisis no definida a priori, organizadas en siete temas y sus
respectivos subtemas, emergiendo de la principal enfoque/objeto de estudio de 117 (diez tesis
y 107 disertaciones) de 121 investigación planteada en este trabajo, ya que no se encontraron
cuatro de las 111 disertaciones: Concepciones/Significados/Percepciones (14); Currículo de
Matemáticas en EJA (9); Didáctica/Metodología de la Enseñanza (28); Etnomatemática (7);
Formación/ Actuación del Personal Docente (13); Prácticas Matemáticas de Estudiantes de la
EJA (26); y Psicología de la Educación Matemática (20). Entre las consideraciones de este
trabajo, llegamos a la conclusión de que las investigaciones en el campo de la Educación
Matemática de Jóvenes y Adultos demuestran que han crecido a lo largo de la primera década
del siglo XXI, pero como resultado de iniciativas aparentemente aisladas y desarticuladas.
Estas investigaciones reflejan, entre sus contribuciones e implicaciones, la reafirmación y el
rescate de los aspectos relevantes del proceso de enseñanza-aprendizaje de las Matemáticas en
la EJA, resaltados y señalados por los teóricos y estudiosos de los campos de la Educación
Matemática y EJA, incluidas las Directrices Curriculares Nacionales para esta modalidad,
además pueden añadir varios otros elementos importantes para la consolidación y el
replanteamiento de las prácticas pedagógicas, y para la formación de profesores, capaz de
adaptarse a las características y demandas de la EJA. Estas investigaciones también refuerzan
la importancia de este campo, y resaltan la necesidad de nuevos estudios y la continuidad y
profundización de las investigaciones realizadas, con el objetivo de producir conocimientos
que permitan a los educadores y maestros que enseñan matemáticas en EJA realizar su trabajo
pedagógico para atender las características socioculturales de los alumnos jóvenes y adultos.
Figura 6: Tabela Parcial do Microsoft Acess de Autoria das Teses e Dissertações .. 256
A formação de professores específica para atuar na EJA também está expressa nas
DCNs para a Formação de Professores da Educação Básica (2001), na ênfase de que os cursos
de formação docente não deixem de lado a questão da EJA, que ainda é uma necessidade
social expressiva, e muito menos, não deixem de pensar a especificidade de seus educandos e
de superar a prática de trabalhar com eles da mesma forma com que se trabalha com as
crianças e adolescentes da Educação Básica.
Dessa forma, provocando a discussão sobre um campo capaz de congregar a
Educação Matemática e a EJA, e no qual se reconhece certos avanços na produção de
conhecimentos nessas áreas, compreendemos a necessidade de suscitar parte do que se tem
pesquisado relacionando tais áreas como objeto de investigação enquanto requisito que pode
contribuir para o entendimento dos aspectos referentes ao processo de ensino-aprendizagem
de Matemática na EJA, e dos elementos relativos à pesquisa, à formação de professores, às
propostas curriculares e metodológicas, às práticas e saberes docentes, e a outros contextos
que gravitam em torno desse campo iminente, reconhecido, ainda “timidamente”, sob a
denominação de Educação Matemática de Jovens e Adultos.
Diante de tal posicionamento e relevância desse campo segundo as preocupações
cada vez mais intensas de professores e pesquisadores em adequar e efetivar o trabalho
pedagógico em Matemática conforme as peculiaridades da EJA consoante às especificidades
socioculturais dos seus educandos, torna-se proeminente a realização de pesquisas articulando
a Educação Matemática e a EJA, estabelecendo assim, um diálogo entre essas áreas.
Da mesma forma, reconhecendo a universidade e os programas de pós-graduação
stricto sensu como lócus fundamental da pesquisa no Brasil, e a longa tradição da Educação
Matemática e da EJA como áreas importantes no cenário educacional e também como alvos
de estudos e investigações, ressalta-se ainda a relevância de se tentar reunir aquilo que tem
sido investigado no âmbito das pesquisas acadêmicas envolvendo essas áreas como algo
significativo para a identificação dos caminhos que têm sido tomados e os conhecimentos que
têm sido construídos a respeito da relação constituída entre ambas.
Não bastasse a importância de constituir pesquisas sobre a Educação Matemática
de Jovens e Adultos diante das demandas investigativas recorrentes às duas áreas que esse
campo agrega e relaciona, e sobre a relevância dessas áreas para o contexto socioeducacional,
também se defende a sistematização e o entendimento do que já foi produzido pelas pesquisas
acadêmicas sobre esse campo como imprescindível para a própria consolidação do mesmo.
Isso permitiria explicitar, a exemplo do que tem sido feito em relação às pesquisas
do tipo estado da arte ou estado do conhecimento, suas bases de sustentação e tendências e
21
temáticas investigadas, bem como sua evolução histórica na produção acadêmica, instituições
com tradição nesse campo de estudo, distribuição geográfica da sua produção, níveis de
ensino e etapas escolares privilegiadas no conjunto dos estudos realizados, temas e
problemáticas priorizadas, linhas de investigação, métodos e técnicas de pesquisa, estilos de
texto e perspectivas teóricas e metodológicas adotadas.
Nesse sentido, propondo-se à configuração da pesquisa no campo da Educação
Matemática de Jovens e Adultos, situa-se o presente estudo como sendo um estado da arte,
tendo em vista o potencial desse tipo de pesquisa na importante tarefa de caracterizar em que
medida um determinado campo se encontra ou não configurado segundo a sistematização do
conhecimento acadêmico produzido, servindo também a futuros estudos na indicação daquilo
que já foi pesquisado e o que ainda carece ser investigado.
Segundo essa perspectiva, no que diz respeito à prática cada vez mais comum de
estudos do tipo estado da arte na área da Educação, e de forma não diferente, no âmbito das
pesquisas em Educação Matemática, que têm suscitado entre outros questionamentos: Quais
são os principais centros de produção acadêmica na área? Qual a distribuição geográfica
dessas produções? Como se dá a distribuição dessa produção ao longo de um determinado
período? Quais os tipos de pesquisa utilizados nesses estudos? Quais as técnicas de coleta e
produção de dados mais utilizadas nessas pesquisas? Quais as bases teóricas e metodológicas
dessas pesquisas? Quais os principais temas e temáticas de estudos na área? Quais os
principais resultados alcançados por essas pesquisas?
Podemos ainda, acrescentar outras indagações relativas às pesquisas relacionando
a Educação Matemática e a EJA, principalmente pela complexidade e particularidades
envolvendo essas áreas, visando compreender quais as discussões articulando tais áreas, bem
como suas perspectivas, convergências e distanciamentos no cenário da pesquisa acadêmica.
Dessa forma, entre as várias problemáticas que podem ser abordadas, destacamos
algumas: Qual o interesse da academia pela temática da Educação Matemática na EJA? Qual
o lugar das pesquisas relacionando Educação Matemática e EJA na produção acadêmica? Que
concepções e propostas/sugestões são indicadas pelas pesquisas que abordam Educação
Matemática e EJA para o contexto específico dessa modalidade educacional? Qual o
conhecimento acumulado sobre o campo da Educação Matemática de Jovens e Adultos, por
meio da produção acadêmica nas áreas da Educação, Educação Matemática e EJA?
Diante desses e tantos outros questionamentos sobre a Educação Matemática e a
EJA, podemos formular as hipóteses de que a Educação Matemática de Jovens e Adultos é
ainda uma temática pouco estabelecida entre as demais temáticas clássicas da Educação
22
(CAPES), disponíveis nos portais Domínio Público e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDTD), e nas bibliotecas de programas de pós-graduação stricto sensu.
As pesquisas no campo da Educação Matemática de Jovens e Adultos seriam, em
nosso entendimento, aquelas que relacionam e articulam as áreas de Educação Matemática e
EJA como objeto de estudo, constituindo-se de pesquisas com foco principal em
problemáticas e questionamentos relativos ao processo de ensino-aprendizagem da
Matemática no contexto específico da modalidade EJA, incluindo reflexões e proposições
sobre a formação de professores, o currículo, as práticas pedagógicas, os materiais/recursos
didático-metodológicos, e o contexto sociocultural, reconhecidos como decorrência desse
processo e ao mesmo tempo influência para o mesmo.
No atendimento aos propósitos desta pesquisa, encontramos, entre outros autores,
em Di Pierro (2005), Gadotti (2001), Haddad (1994, 2001), Paiva (1987), Ribeiro (1997),
Soares (2001, 2002) e nos documentos oficiais do Ministério da Educação (MEC), os
elementos norteadores para o entendimento da história da EJA no Brasil e de suas concepções
ao longo de sua trajetória histórica.
Na área da Educação Matemática tivemos, principalmente, o aporte teórico de
Fiorentini (1993, 1994), Fiorentini e Lorenzato (2006), Godino (2010), Kilpatrick (1996) e
Ponte (1993, 2000, 2008); e sobre Educação Matemática de Jovens e Adultos, nos apoiamos,
entre outros autores, em Fonseca (2005), Jóia (1997) e Storer (1999).
Em relação às pesquisas do tipo estado da arte, nos fundamentamos,
principalmente, em Ferreira (2002), Melo (2006), Soares e Maciel (2000), e Romanowski e
Ens (2006). E finalmente, quantos aos aspectos metodológicos da pesquisa, nos apoiamos em
Bardin (2004), Bogdan e Biklen (1994), e Fiorentini e Lorenzato (2006).
Contudo, considerando o desenvolvimento desta pesquisa, bem como os caminhos
que percorremos no sentido de melhor compreender a sua natureza e atender os seus
objetivos, destaca-se a estrutura de nossa tese da seguinte forma:
No primeiro capítulo – EJA e Educação Matemática: Em Busca de Um
Significado Para a Educação Matemática de Jovens e Adultos. Apresentamos uma
introdução sobre a história da educação básica de pessoas jovens e adultas no Brasil desde o
período colonial até os anos 2000, enfocando ainda as concepções de EJA assumidas ao longo
dessa história. Em seguida, tratamos da Educação Matemática como área do conhecimento e
de estudo sobre o ensino e a aprendizagem da Matemática, abordando suas origens, objeto e
objetivos, métodos e linhas de investigação, nos debruçando, posteriormente, sobre a
Educação Matemática de Jovens e Adultos na sua relação temática com a área da Educação
24
Nesse contexto, é reconhecido que a educação de pessoas jovens e adultas tem sua
história refletida como mais tensa do que a própria história da educação básica elementar.
Durante o período imperial, quase não houve ações educativas voltadas às pessoas
jovens e adultas no Brasil, uma vez que a concepção de cidadania ainda era considerada
apenas como direito das elites econômicas da época. Um dos marcos educacionais desse
período foi a Constituição de 1824 que, sob forte influência europeia, formalizou a garantia de
uma instrução primária e gratuita para todos os cidadãos brasileiros.
Impulsionada pelas grandes reformas educacionais – decorrentes da pressão dos
surtos de urbanização, nos primórdios da indústria nacional, que impôs a necessidade de
formação de mão de obra, aliada à importância da manutenção da ordem social nas cidades
(BRASIL, 2002) – a educação de pessoas jovens e adultas passou a ser vista com maior
interesse a partir da década de 1920, quando foram criadas escolas noturnas para adultos,
visando diminuir os índices de analfabetismo, considerado “mal nacional” e “uma chaga
social”, uma doença comparada à malária, falando-se em “zonas negras de analfabetismo”.
Com o advento da Constituição de 1934, que instituiu nacionalmente a
obrigatoriedade e a gratuidade do ensino primário para todos, a educação de pessoas jovens e
adultas passa a se firmar como questão de política nacional, começando “a delimitar seu lugar
na história da educação no Brasil a partir dessa década de 1930, quando finalmente começa a
se consolidar um sistema público de educação elementar no país” (RIBEIRO, 1997, p. 19).
27
1
RUDOLFER, N. S. Psico-pedagogia do adolescente e do adulto analfabeto. In: Fundamentos e metodologia do
ensino supletivo.
28
Ainda nos anos 50, destacaram-se como políticas educacionais para a educação de
pessoas jovens e adultas: a Campanha Nacional de Educação Rural (1952) e a Campanha
Nacional de Erradicação do Analfabetismo (1958), com curta duração e poucas realizações.
A década de 1950, difundindo a educação de adultos como educação de base e
como desenvolvimento comunitário, chega ao final com duas tendências mais significativas:
A educação de adultos entendida como educação libertadora, como
“conscientização” (Paulo Freire) e a educação de adultos entendida como educação
funcional (profissional), isto é, o treinamento de mão-de-obra mais produtiva, útil
ao projeto de desenvolvimento nacional dependente (GADOTTI, 2001, p. 35) [grifo
do autor].
jovens e adultas, o Plano Nacional de Alfabetização surgiu em decorrência das discussões que
tomaram o sistema educacional brasileiro após a extinção da CEAA. Tendo em vista os
direcionamentos voltados para uma nova visão sobre o problema do analfabetismo e para a
consolidação de um novo paradigma pedagógico para a educação de adultos, várias iniciativas
fomentadas por diferentes grupos populares e instituições2 no início dos anos 1960, que
destacavam a importância da participação do povo na vida pública e o papel da educação para
sua conscientização, pressionaram o governo a apoiar e estabelecer uma coordenação nacional
dessas iniciativas, surgindo assim, em janeiro de 1964, o Plano Nacional de Alfabetização.
Esse Plano se instituiu com o propósito de disseminar por todo Brasil os
programas de alfabetização de adultos encaminhados por Paulo Freire, uma referência no
âmbito educacional, que se tornou fundamental para o desenvolvimento da educação de
pessoas jovens e adultas, inspirando os principais programas de alfabetização e educação
popular que se realizaram no país no início da década de 1960, cujo paradigma pedagógico:
[...] baseava-se num novo entendimento da relação entre a problemática educacional
e a problemática social. Antes apontado como causa da pobreza e da marginalização,
o analfabetismo passou a ser interpretado como efeito da situação de pobreza gerada
por uma estrutura social não igualitária. Era preciso, portanto, que o processo
educativo interferisse na estrutura social que produzia o analfabetismo. A
alfabetização e a educação de base de adultos deveriam partir sempre de um exame
crítico da realidade existencial dos educandos, da identificação das origens de seus
problemas e das possibilidades de superá-los (RIBEIRO, 1997, p. 23).
O método Paulo Freire3, cujo princípio básico era: “A leitura do mundo precede a
leitura da palavra”, prescindindo da utilização de cartilhas, previa, segundo Ribeiro (1997),
uma etapa preparatória, quando o alfabetizador deveria fazer uma pesquisa sobre a realidade
do grupo junto ao qual iria atuar, levantando o universo vocabular utilizado pelo mesmo para
expressar essa realidade. Desse universo vocabular, o alfabetizador selecionaria as palavras
que melhor expressassem as situações existenciais mais importantes, devendo agrupá-las
conforme os diversos padrões silábicos da língua e organizá-las segundo o grau de
complexidade desses padrões. De posse dessas palavras, tidas como geradoras, o educador
deveria iniciar uma discussão evidenciando o papel ativo dos homens como produtores de
cultura e as diferentes formas de cultura (letrada e não letrada), objetivando, antes mesmo de
2
Destaque para o Movimento de Educação de Base (MEB), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB); Movimento de Cultura Popular do Recife; Centros Populares de Cultura, da União Nacional de
Estudantes (UNE); Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler, da Secretaria Municipal de Educação
de Natal.
3
Uma descrição de como o método Paulo Freire era operacionalizado, acompanhada de uma síntese de seus
fundamentos filosóficos, pode ser encontrada nos livros: Educação como prática da liberdade, do próprio Paulo
Freire (24. ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000); e O que é o método Paulo Freire, de Carlos Rodrigues
Brandão (2. ed., São Paulo: Brasiliense, 1981. Coleção Primeiros Passos).
30
Mesmo com a dura repressão imposta pelo governo aos movimentos de educação
popular, que eram tidos como uma grave ameaça à ordem, persistiram algumas iniciativas,
desenvolvidas frequentemente em igrejas, associações de moradores, organizações de base
local e outros espaços comunitários.
Em 1971, o ensino supletivo foi instituído pelo MEC, ganhando capítulo próprio
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 5.962/71, estabelecendo que
ele se destinava a suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos que não a tinham
seguido ou concluído na idade própria. Esse ensino poderia ser ministrado a distância, por
correspondência ou por outros meios adequados. Os cursos e os exames seriam organizados
dentro dos sistemas estaduais de acordo com seus respectivos Conselhos de Educação. Já
nesse período se afirmava a necessidade de adequar o ensino ao “tipo especial de aluno a que
se destina”, resultando daí uma grande flexibilidade curricular (BRASIL, 2002).
31
4
A partir da LDB 9394/96, com a instituição da educação de jovens e adultos como modalidade da Educação
Básica, alguns autores irão se referir a essa modalidade com a denominação de Educação de Jovens e Adultos
(EJA), ou seja, com as iniciais maiúsculas. Fato este adotado em boa parte desta pesquisa.
5
UNESCO. Declaração de Hamburgo e agenda para o futuro: V Conferência Internacional sobre Educação de
Adultos, Hamburgo, Alemanha, 1997. Lisboa: UNESCO, Ministério da Educação, Ministério do Trabalho e
Solidariedade, 1998.
34
6
KILPATRICK, J. A history of research in mathematics education. In: GROUWS, D. A. (ed.). Handbook of
research on mathematics teaching and learning. New York: Macmillan, 1992. p. 3-35.
39
7
Para maiores conhecimentos a respeito da história da SBEM, recomendamos a tese de Denizalde Josiel
Rodrigues Pereira, defendida na UNICAMP, em 2005, intitulada “História do movimento democrático que criou
a Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM”.
40
8
Higginson, W. On the foundations of mathematics education. For the Learning of Mathematics, v. 1, n. 2, pp.
3-7, 1980.
41
9
Texto traduzido por nós do espanhol: “Sin embargo, en el mundo anglosajón se emplea la expresión
‘Mathematics Education’ para referirse al área de conocimiento que en Francia, Alemania, España, etc. se
denomina Didáctica de la Matemática”.
10
BALACHEFF, N., et al. What is research in mathematics education, and what are its results?. L’Enseignement
Mathématique, v. 39, p. 179-186, 1993.
42
entretanto, que Educação Matemática não significa a mesma coisa que, por exemplo,
didactique des mathématiques”. Assumindo essa diferença e explicitando as razões, Godino
(2010, p. 2) elucida que: “O termo educação é mais amplo que didática, pelo que se pode
distinguir entre Educação Matemática e Didática da Matemática”11.
Controvérsias à parte em relação ao termo, a definição de Educação Matemática
também não é consensual, adotando-se diferentes significados conforme o contexto em que é
utilizada. Sendo que, entre as principais definições além de ser uma área interdisciplinar, a
Educação Matemática é caracterizada por Ponte (2008, p. 55) segundo três campos:
Por um lado, a educação matemática constitui um campo de práticas sociais, cujo
núcleo são as práticas de ensino e de aprendizagem de professores e alunos, mas que
inclui igualmente outras vertentes como as práticas de apoio à aprendizagem
extraescolar e a produção de materiais didáticos. Por outro lado, a educação
matemática constitui um campo de investigação acadêmica, onde se produz novo
conhecimento sobre o que se passa no campo anterior. E, por outro lado ainda, é um
campo de formação, onde se transmite esse conhecimento a novas gerações de
professores e de investigadores e também aos professores em serviço.
11
Texto traduzido por nós do espanhol: “El término educación es más amplio que didáctica, por lo que se puede
distinguir entre Educación Matemática y Didáctica de la Matemática”.
12
RICO, L.; SIERRA, M.; CASTRO, E. Didáctica de la matemática. In: RICO, L.; MADRID, D. (eds.). Las
Disciplinas Didácticas entre las Ciencias de la Educación y las Áreas Curriculares. Madrid: Síntesis, 2000.
13
Texto traduzido por nós do espanhol: “Todo el sistema de conocimientos, instituciones, planes de formación y
finalidades formativas que conforman una actividad social compleja y diversificada relativa a la enseñanza y
aprendizaje de las matemáticas”.
43
14
Texto traduzido por nós do espanhol: “En este caso se entiende la educación matemática como la totalidade de
acciones y condiciones que hacen posible la enseñanza de las matemáticas. Abarca pues el conjunto de
conocimientos, procesos y condiciones que posibilitan las interacciones entre profesores y alumnos en el medio
escolar sobre un tópico matemático, es decir, que hacen viable la enseñanza y aprendizaje de las matemáticas. La
educación matemática se refiere aquí a la actividad intencional mediante la que se lleva a cabo la construcción,
comprensión, transmisión y valoración del conocimiento matemático”.
44
15
Texto traduzido por nós do espanhol: “totalidad de marcos teóricos y metodológicos, estructuras conceptuales,
análisis históricos y epistemológicos que permiten interpretar, predecir y actuar sobre un campo de fenómenos,
en este caso los fenómenos de enseñanza y aprendizaje de las matemáticas”.
45
diferentes, por exemplo, [...] uma ciência social, uma ciência fronteira, uma ciência aplicada,
uma ciência fundamental”.
As múltiplas definições assumidas para a Educação Matemática repercutem não
apenas em seu caráter identitário e em sua autonomia, mas incidem também em reflexões e
discussões outras, como as concernentes ao seu objeto de estudo, principalmente quando se
busca ressignificá-lo para além das áreas de conhecimento que lhes deram origem.
Segundo Garnica (2004, p. 81), isso é consequência do fato de que:
A educação matemática é uma prática social que não está ainda nem
topologicamente diferenciada das demais no interior do espaço acadêmico, nem
juridicamente estabelecida como campo profissional autônomo, nem, portanto,
institucionalmente reconhecida como campo disciplinar.
Nesse contexto, por mais que não se tenha bem delineado o objeto de estudo da
Educação Matemática, repercutindo críticas no âmbito da pesquisa nesse campo junto à
comunidade científica, sendo reconhecido, segundo Guimarães (2000, p. 276), “que não é
ainda completamente claro e consensual o que constitui e delimita, esse campo ou objeto da
investigação, bem como os aspectos relacionados com as suas relações com outros campos ou
disciplinas científicas e o seu estatuto científico”. Por outro lado, “relativamente à questão ‘o
que é investigação em educação matemática?’, no seu próprio enunciar, estabelece-se o
campo ou objeto da investigação: a educação matemática” (GUIMARÃES, 2000, p. 276).
Na tentativa de encontrar definições mais precisas referentes ao objeto de estudo
da Educação Matemática, o aspecto comum subjacente à sua própria definição faz emergir a
identificação de seu objeto relacionado ao processo de ensino-aprendizagem da Matemática.
Nesse movimento, Fiorentini e Lorenzato (2006, p. 9) esclarecem que:
Embora o objeto de estudo da Educação Matemática ainda se encontre em processo
de construção, poderíamos, de modo geral, dizer que ele envolve as múltiplas
relações e determinações entre ensino, aprendizagem e conhecimento matemático
em um contexto sociocultural específico.
Para tanto, frente esses dois objetivos básicos e seguindo na busca constante de
sua consolidação e autonomia, como área jovem e em construção, a Educação Matemática
ainda teria questões a definir quanto aos seus métodos e campos investigativos.
Em relação aos seus métodos, não possuindo uma metodologia única de
investigação, Ponte (2000, p. 328) sugere que a Educação Matemática, ao estudar fenômenos
humanos e sociais, como a aprendizagem e o ensino, tire partido do arsenal metodológico das
ciências sociais e humanas, onde se enquadra.
Essa também parece ser a posição de Steiner (1993, p. 25) ao se referir à
Educação Matemática com base em suas origens na interdisciplinaridade:
A natureza do assunto e os seus problemas exigem abordagens interdisciplinares, e
seria errado não fazer uma utilização significativa do conhecimento que outras
disciplinas já produziram, sobre aspectos específicos desses problemas, ou da sua
contribuição numa cooperação interdisciplinar.
Diante desses aspectos é que talvez tenhamos uma justificativa para a tônica na
qual, de acordo com Fiorentini e Lorenzato (2006, p. 4), os educadores matemáticos, ao
contrário dos matemáticos com seus processos hipotético-dedutivos, têm realizado “seus
estudos utilizando métodos interpretativos e analíticos das ciências sociais e humanas, tendo
como perspectiva o desenvolvimento de conhecimentos e práticas pedagógicas que
contribuam para uma formação mais integral, humana e crítica do aluno e do professor”.
No que diz respeito aos campos investigativos, a complexidade da Educação
Matemática reflete diretamente nas pesquisas da área ampliando suas possibilidades de
investigação, ao mesmo tempo em que a variedade de temas torna dificultosa sua organização
47
16
Texto traduzido por nós do espanhol: “Hay necesidad de trabajar para constituir un campo propio de
preocupaciones en la educación matemática de jóvenes y adultos, un campo no cerrado, abierto a influencias,
resultados, investigaciones e ideas, pero que tenga un foco de atención: el joven y el adulto en situación de
aprendizaje de los contenidos matemáticos, con sus características, problemas y peculiaridades”.
17
Segundo Fiorentini e Lorenzato (2006, p. 220), esses três focos seriam: o estudo, desenvolvimento e testagem,
via método experimental, de técnicas/métodos de ensino ou de propostas metodológicas; os estudos
exploratórios/descritivos, geralmente do tipo survey, do currículo escolar e/ou do processo ensino-aprendizagem
da Matemática; os estudos de natureza psicológica e/ou cognitiva.
50
currículo escolar;
estudos do cotidiano escolar;
estudos históricos-analíticos do ensino da Matemática;
concepções/significados/ideologia no ensino-aprendizagem (FIORENTINI;
LORENZATO, 2006, p. 33-34) [grifo nosso].
18
Texto traduzido por nós do espanhol: “Para el caso de las matemáticas, en la década de los ochenta tal idea dio
origen a importantes trabajos de investigación en la región latinoamericana. De hecho, parecía que habría un
‘boom’ investigativo cuyo motor era desentrañar los saberes matemáticos que los adultos no escolarizados
habían desarrollado en su experiencia de vida, así como conocer las condiciones de su producción y la lógica de
su funcionamiento. [...] Pero en dirección opuesta de lo que este conjunto de trabajos hacían suponer, en los años
noventa las investigaciones fueron más escasas”.
19
Texto traduzido por nós do espanhol: “Desafortunadamente, ni la investigación generada en el periodo ni estas
reuniones han tenido repercusión importante. Lo que parecía el inicio de una línea de investigación fértil y
vigorosa, ha permanecido sólo como promesa”.
52
20
Texto traduzido por nós do espanhol: “¿Es necesario investigar sobre la educación matemática de los jóvenes
y adultos? Esta es una pregunta que hoy está en el aire”.
21
Texto traduzido por nós do espanhol: “la investigación sobre la educación matemática de los jóvenes y adultos
tiene importancia y validez no sólo por su interés explicativo, sino también por su potencial utilidad social”.
53
22
Texto traduzido por nós do espanhol: “la educación matemática de jóvenes y adultos está a la espera de
adquirir cuerpo propio, constituyendo un campo de preocupaciones y de problemas específicos”.
CAPÍTULO II - AS PESQUISAS DENOMINADAS DE ESTADO DA ARTE
23
MESSINA, G. Estudio sobre el estado da arte de la investigación acerca de la formación docente en los
noventa. Organización de Estados Ibero Americanos para La Educación, La Ciência y La Cultura. In: REÚNION
DE CONSULTA TÉCNICA SOBRE INVESTIGACIÓN EN FORMÁCION DEL PROFESSORADO. México,
1998.
55
De modo geral, ao tratarmos das pesquisas sobre estado da arte e com base em
trabalhos nessa área, pode-se elucidar ainda que essas pesquisas, ao se proporem à
sistematização de um determinado campo do conhecimento em um período de tempo
definido, visam, entre outros aspectos: “reconhecer e identificar os principais resultados das
investigações realizadas na área investigada, as principais tendências temáticas” (VIOL, 2010,
56
24
ERNEST, P. Mathematics teaching: the state of the art. Reimpressão, 1991. Falmer Press, 1989.
59
Outra vantagem proposta sobre as pesquisas do tipo estado da arte é que essas,
segundo Angelucci et al. (2004), podem avaliar as continuidades e descontinuidades teóricas e
metodológicas e o quanto essa história se faz por repetição ou ruptura, podem avaliar o quanto
determinado conhecimento redunda ou avança na produção do saber sobre o objeto de estudo,
evitando que se cristalize e perca a essência de movimento.
Na prerrogativa de que os conhecimentos de uma determinada área são
produzidos e legitimados coletivamente, as pesquisas do tipo estado da arte podem ainda
contribuir para que se observe que:
A produção do conhecimento não é um empreendimento isolado. É uma construção
coletiva da comunidade científica, um processo continuado de busca, no qual cada
nova investigação se insere, complementando ou contestando contribuições
anteriormente dadas ao estudo do tema (ALVES-MAZZOTTI, 2002, p. 27).
25
BRANDÃO, Z.; BAETA, A. M. B.; ROCHA, A. D. C. Evasão e repetência no Brasil: a escola em questão. 2.
ed. Rio de Janeiro: Dois Pontos, 1986.
61
26
Esse levantamento foi realizado a partir dos resumos disponibilizados pelo Banco de Teses e Dissertações da
CAPES encontrados através da busca por assunto com todas as palavras usando-se os seguintes descritores:
estado da arte, estado do conhecimento, produção acadêmica, produção discente, produção científica, balanço de
teses e dissertações. A relação dessas pesquisas, compreendendo 28 teses e 71 dissertações nas áreas de
Educação e Ensino, encontra-se disponível no Anexo II desta tese.
62
27
Esses estudos da série Estado do Conhecimento estão disponíveis no portal do INEP. Disponível em:
<http://www.publicacoes.inep.gov.br/resultados.asp?cat=12&subcat=30>.
63
formado por três partes, abrangendo 24 artigos que aprofundam temas sobre inovações, novas
perspectivas de pesquisa e o contexto social.
No Brasil, um dos primeiros trabalhos de estado da arte em Educação Matemática
é o artigo de D’Ambrosio, intitulado “Educação Matemática: uma visão do estado da arte”,
publicado na revista Pro-Posições, em 1993. No resumo, esse artigo é assim descrito:
Neste trabalho procuramos identificar a Educação Matemática como área autônoma
de pesquisa em Educação, através de considerações sobre a própria natureza da
Matemática. Abordamos aspectos históricos, cognitivos e políticos da Matemática e
sua inserção nos currículos escolares. A seguir examinamos algumas tendências
mais recentes da pesquisa em Educação Matemática, esboçando suas principais
áreas de interesse. Após mencionar, em linhas gerais, as metas e objetivos gerais do
ensino de Matemática fazemos considerações sobre o futuro da Educação (em
particular da Educação Matemática), sobre desenho curricular e sobre um novo
papel reservado ao docente (D’AMBROSIO, 1993, p. 17).
Adultos, assumimos a pesquisa de Freitas (2013) como uma das referências de nosso trabalho,
reforçando ainda mais nossa intenção de contribuir com a sistematização da pesquisa
acadêmico-científica dos estudos relacionando Educação Matemática e EJA.
Figura 1: Sistema de Busca de Resumos do Banco de Teses da CAPES (último acesso em jan. 2013)
29
Disponível em: <http://www.cereja.org.br/site/teses_eja.asp>. Acesso em: maio 2013.
30
Disponível em: <http://www.fe.unicamp.br/revistas/ged/index.php/zetetike/%3B>. Acesso em: set./out. 2013.
75
31
Silva (2002), Lopes (2003), Refosco (2004), Garaffa (2005), Porfírio (2009), Sousa (2009) e Bezerra (2010).
32
Severino (2011, p. 208-209 e p. 232) salienta que o resumo consiste na apresentação concisa do conteúdo de
um trabalho científico e tem a finalidade de passar ao leitor uma ideia completa do teor do documento,
81
fornecendo seus dados bibliográficos e unitermos temáticos, e todas as informações necessárias para que o leitor
possa fazer uma primeira avaliação do texto: natureza do trabalho, objeto tratado, objetivos visados, referências
teóricas de apoio, procedimentos metodológicos adotados e conclusões/resultados a que se chegou. Além disso,
o texto do Resumo deve ser composto de um único parágrafo, com uma extensão de cerca de 300 palavras para
as dissertações e 500 palavras para as teses, limitando-se a expor objetivamente o conteúdo do texto, sem conter
opiniões ou observações avaliativas, nem conter desdobramentos explicativos.
33
MEGID NETO, J. Tendências da pesquisa acadêmica sobre o ensino de ciências no nível fundamental. 1999.
Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
82
34
RIZZINI, I.; CASTRO, M. R.; SARTOR, C. D. Pesquisando...: guia de metodologias de pesquisa para
programas sociais. Rio de Janeiro: USU Ed. Universitária/CESPI/USU, 1999.
85
35
Texto traduzido por nós do espanhol: “En fin, que la investigación sobre la educación matemática de los
jóvenes y adultos tiene importancia y validez no sólo por su interés explicativo, sino también por su potencial
utilidad social”.
36
O levantamento foi feito entre os meses de novembro e dezembro de 2013 e tomou como base o Currículo
Lattes, integrante da Plataforma Lattes (http://lattes.cnpq.br/) do Portal do CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – http://www.cnpq.br/), por ser considerado, segundo esse Conselho,
um padrão nacional no registro da vida pregressa e atual dos estudantes e pesquisadores do país, e hoje ser
adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa do Brasil.
88
EJA, como é o exemplo de Silva (2007, p. 3), citando no memorial de sua dissertação que:
Antes do exercício do magistério, para o qual me preparava na graduação
[Licenciatura em Geografia], iniciei um trabalho na Educação de Jovens e Adultos
(EJA), já concursada para atuação na Rede Municipal de Ensino do Recife. A
experiência de trabalho nesta modalidade da educação básica me tornou profissional
motivada a pesquisar para atender a esse público com o qual tanto aprendi e para o
qual me via responsável a buscar contribuir, em atenção aos seus desejos e
necessidades educacionais. Já se passaram quinze anos!
Na pós-graduação trabalhei numa pesquisa-ação com uma turma de alunos do
primeiro módulo da EJA. Esta experiência motivou a emergência de outros trabalhos
com adultos, inclusive este que apresento. Busquei focar desta vez o conhecimento
matemático, pois sentia carência de investigação nesta área do conhecimento com
adultos e o conteúdo específico que optei em abordar foram eles, os alunos adultos
em início de escolarização, que mostraram a necessidade.
informação que evidenciasse alguma relação dos seus autores com essas duas áreas
conjuntamente), e principalmente, por essa relação se constituir em sua maioria devido ao
exercício da docência em Matemática nessa modalidade, pode-se concluir, também com base
nas histórias narradas pelos seus autores, que entre as principais razões para realizar suas
pesquisas encontrou-se a vontade de responder algumas perguntas como “aquelas que surgem
diretamente da prática de ensino, ou melhor, da reflexão do professor-pesquisador sobre sua
própria prática e sobre a prática de outros” (FIORENTINI; LORENZATO, 2006, p. 11).
Nesse sentido, ainda em consideração à relação estabelecida pelos autores das
pesquisas analisadas nesta investigação com as áreas da Educação Matemática e da EJA,
podemos constatar o movimento caracterizado por Kilpatrick (1996) de professores cada vez
mais em maior número se constituindo como membros de equipes de pesquisa mais do que
simplesmente sujeitos da pesquisa. O que significa, a exemplo do que sugere Freitas (2013),
uma participação efetiva dos profissionais ligados à Educação Matemática na EJA como
sendo eles próprios os pesquisadores e indicadores de possíveis respostas aos problemas e
questionamentos que vivenciam no cotidiano educacional, deixando de ser apenas foco de
observação por parte das pesquisas geralmente realizadas nesse contexto.
Com base nos Currículos Lattes dos autores das teses e dissertações examinadas
nesta pesquisa, analisamos se haviam publicado ou não esses estudos ou fragmentos dos
mesmos em anais de congresso, livro, capítulo de livro e/ou periódico, contribuindo para a
divulgação e o desenvolvimento da pesquisa em Educação Matemática de Jovens e Adultos.
Dessa forma, constatamos 32 autores que não publicaram pesquisas decorrentes
de suas teses e/ou dissertações e outros dez autores onde não foi possível identificar se haviam
ou não publicado seus trabalhos, uma vez que seus Currículos Lattes não foram encontrados,
estavam defasados em termos de data ou não apresentavam qualquer informação.
Apesar desse número elevado em relação ao total de 120 autores das pesquisas
levantadas nesta investigação (sendo que tivemos uma dissertação e uma tese de mesma
autoria por parte de Schneider (2005 e 2010)), representando 35%, por outro lado,
encontramos um número significativo de produções bibliográficas respeitantes às teses e
dissertações analisadas, sendo que a maioria de seus autores as publicaram em mais de uma
categoria de publicação (anais de congresso, livro, capítulo de livro e periódico).
Os anais de congresso predominaram em relação às demais categorias com a
publicação de trabalhos completos feitos por 72 autores, em sua maior parte publicados em
congressos de caráter nacional como o ENEM e o Encontro Brasileiro de Estudantes de Pós-
Graduação em Educação Matemática (EBRAPEM), e as reuniões anuais regionais e/ou
91
77,78% das teses e 81,42% das dissertações eram de autoria de mulheres; e constatada ainda
por Freitas (2013, p. 288), que averiguou a autoria feminina em aproximadamente 79% das
publicações em Educação Matemática e EJA em periódicos no período de 2000 a 2010,
denominando esse fato de “feminilização” da pesquisa.
Uma provável explicação para essa característica das mulheres como as principais
responsáveis pela autoria de pesquisas envolvendo a Educação Matemática e a EJA, pode
estar associado à perspectiva observada por Rosemberg (2001) de que o sistema de ensino é
um nicho para as mulheres no mercado de trabalho, representando mais de 80% da força de
trabalho em educação. Sendo ainda a educação, segundo pesquisa da Education At A Glance,
publicada na revista Nova Escola no artigo “Meninos x Meninas: questões de gênero ainda
influem no Ensino Superior” (out. 2013), considerada o campo de maior possibilidade das
mulheres ingressarem no Ensino Superior com 70% de chances de isso acontecer.
Ainda em confirmação aos números sobre a forte presença feminina na educação,
a pesquisa da UNESCO (2004) sobre professores da Educação Básica no Brasil salienta que a
proporção de homens em relação às mulheres é de aproximadamente 18% para 82%.
Por outro lado, considerando os professores em exercício e os ingressantes na
licenciatura no caso específico da disciplina de Matemática, Moreira et al. (2012, p. 18)
ressaltam que essa proporção fica bastante fora da curva relativa aos dados para todas as
disciplinas escolares e que a tendência geral é aumentar o número de professores homens à
medida que se avança nos níveis de escolaridade, bem como não parece valer para os
ingressantes na licenciatura em Matemática a ideia da docência escolar ser uma profissão
basicamente “feminina” (o que ainda se mantém válido para as séries iniciais).
37
Dados do portal GeoCAPES (<http://geocapes.capes.gov.br/geocapesds/#>). Acesso em: 12 dez. 2013.
97
conforme dados da Tabela 2, decorrentes da busca por Assunto realizada no Banco da CAPES
usando as expressões “Educação de Jovens e Adultos” e “Educação Matemática” para
levantar as teses e dissertações nessas áreas, onde as pesquisas saltaram de 82, em 2001, para
345, em 2010, em relação à Educação Matemática, totalizando 2026 estudos; e de 47, em
2001, para 226, em 2010, em relação à EJA, com o total de 1372 investigações.
11
(9,09%)
21
(17,36%)
6
(4,96%)
Norte
Nordeste 61
Centro-Oeste (50,41%)
Sudeste
Sul
22
(18,18%)
apresenta na região Norte, com apenas 4%, enquanto que em nosso levantamento, a menor
incidência de pesquisas fica a cargo da região Centro-Oeste.
A alta concentração de pesquisas no Sudeste pode ser explicada, por exemplo,
devido essa região congregar quase metade (48,63%) dos 2840 programas de pós-graduação
stricto sensu no Brasil em 2010, conforme dados da CAPES da distribuição de programas de
pós-graduação no Brasil por Unidades da Federação e Região38. Ainda segundo esses dados, a
baixa incidência de pesquisas nas regiões Norte e Centro-Oeste pode ser consequência da
representação conjunta de 11,97% dos programas brasileiros de pós-graduação, ou seja,
menos do que representam individualmente as regiões Sul (20,56%) e Nordeste (18,84%).
Diante desse quadro de discrepância entre as regiões brasileiras quanto à produção
acadêmico-científica e à criação de oportunidades para a qualificação de professores através
de programas de pós-graduação stricto sensu, torna-se significativa a proposição de iniciativas
como a da REAMEC, tida como uma associação em rede de Instituições de Ensino Superior
(IES) da Amazônia Legal Brasileira, com a oferta de doutorado voltado especialmente para a
formação de pesquisadores e a qualificação de docentes em Educação em Ciências e
Matemática, contribuindo com o desenvolvimento da pesquisa e dos cursos de formação de
professores nessa área dentro desse grandioso território nacional.
Além disso, caberia ainda ressaltar a relevância dessa Rede na fixação de doutores
nos estados brasileiros abrangidos pela Amazônia, região essa muitas vezes esquecida e sem
perspectiva de incentivo e fomento à pesquisa, mas com potencial para a produção científica,
destacando-se, a exemplo disso, a UFPA, um dos polos dessa Rede, sendo a segunda
universidade com o maior número de teses e dissertações em Educação Matemática de Jovens
e Adultos, defendidas no período de 2001 a 2010, conforme trataremos na próxima seção 4.4.
Entre as IES da Amazônia Brasileira com produção nesse campo, confirmando o
potencial dessa região para com a pesquisa acadêmico-científica, embora incluindo estudos
fora do período de 2001 a 2010, poderíamos ainda destacar a UFMT, outro polo da
REAMEC, com oito dissertações defendidas em seu programa de mestrado em Educação,
todas vinculadas ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática (GRUEPEM)39.
38
Dados do portal GeoCAPES (<http://geocapes.capes.gov.br/geocapesds/#>). Acesso em: 17 dez. 2013.
39
O GRUEPEM tem encaminhado suas pesquisas sobre Educação Matemática de Jovens e Adultos desde 2007,
contando, a exemplo desta tese que também integra o Grupo, com oito dissertações: “Concepções de professores
em avaliação, educação matemática e educação de jovens e adultos: buscando interfaces”, de Ribeiro (2007); “O
tratamento dado aos conhecimentos prévios dos estudantes da Educação de Jovens e Adultos na resolução de
problemas de Matemática: concepções e práticas dos professores”, de Nogueira (2010); “Estratégias
metacognitivas na resolução de problemas matemáticos: um estudo de caso com estudantes da Educação de
Jovens e Adultos”, de Leite (2011); “Concepções de Matemática expressas nas propostas curriculares para a
Educação de Jovens e Adultos: possíveis avanços e retrocessos”, de Lopes (2011); “Concepções de EJA, de
101
regional e 12,40% da produção nacional), Rio Grande do Sul (63,64% da produção regional e
11,57% da produção nacional), Pernambuco (57,14% da produção regional e 9,92% da
produção nacional) e Pará (100,00% da produção regional e 9,09% da produção nacional).
Nesse caso, entre esses estados com maior concentração de teses e dissertações no
cenário brasileiro, observamos a participação de três deles também presentes entre as cinco
unidades federativas com maior produção na área de Educação Matemática entre 1971 e 1990
segundo o estudo de Fiorentini (1994), em que aparece o estado de São Paulo, com 50% da
produção nacional, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (15,2%), Rio Grande do Sul
(10,8%), Pernambuco (7,8%) e Paraná (5,4%).
Tratando ainda dos cinco estados brasileiros que encontramos como os principais
produtores de teses e dissertações em Educação Matemática de Jovens e Adultos no período
de 2001 a 2010, ressalta-se a presença significativa de pelo menos um estado de cada uma das
regiões do Brasil, com exceção de representante do Centro-Oeste, cujos estados apresentam o
mesmo percentual na proporção de pesquisas para essa região; e por outro lado, dois
representantes do Sudeste: São Paulo e Minas Gerais, ao contrário do estudo de Haddad
(2002) que aponta para a concentração de pesquisas em EJA em São Paulo e Rio de Janeiro.
Outros dois aspectos interessantes são o fato de o Pará representar sozinho o total
das pesquisas na região Norte; e o destaque para Pernambuco na região Nordeste, uma vez
que nessa região, segundo Haddad (2002) e Carvalho (2009), a concentração de pesquisas em
EJA costuma ser maior na Paraíba, que em nosso levantamento também fica atrás do Rio
Grande do Norte e se iguala com a Bahia em relação ao número de pesquisas.
Em relação ao Sul do país, que segue como a segunda região com maior produção
de teses e dissertações no campo da Educação Matemática de Jovens e Adultos no período de
2001 a 2010, constata-se, ao lado do Sudeste, como sendo as únicas regiões do Brasil com a
ocorrência dessas pesquisas distribuídas entre tese, dissertações acadêmicas e dissertações
profissionais, além da região Sul contar com um número superior de IES (quinze) em relação
à quantidade de IES das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste juntas (onze).
com destaque pelo número de pesquisas produzidas, para a PUC/SP, UFPA, UFMG, UFPE,
UNICAMP, USP, USF, UFRN e UNICSUL, todas com cinco ou mais pesquisas cada e juntas
representando mais da metade (55,37%) da produção nacional (Tabela 4).
Tabela 4 – Distribuição da produção de teses e dissertações em Educação Matemática de
Jovens e Adultos no Brasil por IES (2001-2010)
Dissertação Dissertação Distribuição da Produção Anual2
Tese %
IES Acadêmica Profissional Total
(T) Produção1 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
(DA) (DP)
1 DA
PUC/SP 1 2 8 11 9,09 1 DA - - - -
2 DP
3 DP 2 DP 1T 1 DP
UFPA 0 11 0 11 9,09 - - 1 DA 1 DA - 3 DA 1 DA 3 DA - 2 DA
1T
UFMG 2 8 0 10 8,26 1 DA 1 DA - - - - 3 DA 1T 2 DA
1 DA
UFPE 0 8 0 8 6,61 - - - - - 1 DA 2 DA - - 5 DA
1T
UNICAMP 2 4 0 6 4,96 1T
1 DA
- 1 DA - 1 DA - - 1 DA -
USP 2 3 0 5 4,13 - - 2T - 1 DA 1 DA - - - 1 DA
USF 0 5 0 5 4,13 - - - - 1 DA - 3 DA 1 DA - -
1 DA
UFRN 0 2 3 5 4,13 - - -
2 DP
- - 1 DP 1 DA - -
UNICSUL 0 0 5 5 4,13 - - - - - 1 DP 3 DP - 1 DP -
1 DA
UFRGS 0 1 3 4 3,31 - - - - - - -
1 DP
1 DP 1 DP
UFRPE 0 4 0 4 3,31 - - - - - 1 DA - 1 DA - 2 DA
UFES 1 2 0 3 2,48 - - 1 DA - - - - - 1 DA 1T
UNESP/RC 1 2 0 3 2,48 - - - 1 DA 1T - - 1 DA - -
UFG 0 2 0 2 1,65 - - - - - - - - 2 DA -
UNISINOS 0 2 0 2 1,65 1 DA - - - - 1 DA - - - -
UFSCar 0 2 0 2 1,65 - - 1 DA 1 DA - - - - - -
UNIVALI 0 2 0 2 1,65 - - - 1 DA - - - - 1 DA -
UFF 0 2 0 2 1,65 - - - - 1 DA - - - - 1 DA
UPF 0 2 0 2 1,65 - - - - 1 DA - - - - 1 DA
UFJF 0 2 0 2 1,65 - - - - - - 1 DA - 1 DA -
UFMT 0 2 0 2 1,65 - - - - - - 1 DA - - 1 DA
UNIFRA 0 0 2 2 1,65 - - - - - - 2 DP - - -
UFPR 1 0 0 1 0,83 - - - - - 1T - - - -
UnC 0 1 0 1 0,83 - 1 DA - - - - - - - -
UnB 0 1 0 1 0,83 - - 1 DA - - - - - - -
FACIPAL 0 1 0 1 0,83 - - - 1 DA - - - - - -
UFRJ 0 1 0 1 0,83 - - - - - 1 DA - - - -
ULBRA 0 1 0 1 0,83 - - - - - 1 DA - - - -
UCB 0 1 0 1 0,83 - - - - - - 1 DA - - -
UEM 0 1 0 1 0,83 - - - - - - 1 DA - - -
UNEB 0 1 0 1 0,83 - - - - - - 1 DA - - -
UNISO 0 1 0 1 0,83 - - - - - - 1 DA - - -
UFSC 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - 1 DA - -
UFSM 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - 1 DA - -
UNESC 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - 1 DA - -
UNIJUÍ 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - 1 DA - -
PUC/RS 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - - 1 DA -
UNIUBE 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - - 1 DA -
UFBA 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - - - 1 DA
UFRRJ 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - - - 1 DA
UNOESTE 0 1 0 1 0,83 - - - - - - - - - 1 DA
PUC/MG 0 0 1 1 0,83 - - - - - - - - - 1 DP
UFOP 0 0 1 1 0,83 - - - - - - - - - 1 DP
de pesquisas sobre EJA. Outras três IES destacadas por esses autores são a UFRGS, UFPB e
UFSCar, que em nosso levantamento também aparecem como produtoras de pesquisas, porém
sem a mesma produtividade quantitativa de estudos do que os relacionados somente à EJA.
No trabalho de Traldi Júnior et al. (2011) sobre as pesquisas em Educação
Matemática relacionadas à EJA, duas universidades despontam juntamente com a PUC/SP e
UNICAMP no que refere à produção de teses e dissertações no período de 1999 a 2010:
UFMG e UNESP. A universidade mineira também se destaca em nosso levantamento como
responsável por 8,26% da produção nacional, empatando no número de teses com a
UNICAMP e a USP, maiores produtoras de teses, com duas pesquisas cada uma; e ocupando
a segunda posição no ranking de produção de dissertações, com oito pesquisas, ao lado da
UFPE e atrás da UFPA. Já a UNESP, e no nosso caso, referindo-se apenas ao Campus de Rio
Claro, único com estudos do gênero temático desta investigação, apesar da sua tradição como
centro de pesquisas em Educação Matemática, sendo o primeiro programa brasileiro regular
de mestrado nessa área desde 1984 (FIORENTINI; LORENZATO, 2006), segundo o
levantamento que realizamos, não apresenta esse mesmo desempenho em comparação à
produção de pesquisas com enfoque no campo da Educação Matemática de Jovens e Adultos.
A produção da PUC/SP, com longa tradição na pós-graduação em Educação
Matemática no Brasil, fica a cargo principalmente do seu programa de mestrado profissional
em Ensino da Matemática, criado em 2002, responsável por oito dissertações. As outras três
pesquisas, uma tese e duas dissertações acadêmicas, são oriundas dos Programas de Pós-
Graduação em Educação e Educação Matemática.
A UFPA, com seu curso de Mestrado Acadêmico em Educação em Ciências e
Matemáticas iniciado em 2002, sendo o primeiro da região Norte, é o protagonista por colocar
essa IES entre as principais produtoras de pesquisas em Educação Matemática de Jovens e
Adultos no Brasil, com onze dissertações, a maior produção entre as 44 universidades.
A UFMG, que segundo Haddad (2002, p. 13) é uma daquelas instituições
universitárias que “combinam a característica de centros com tradição em pesquisa
educacional, ao mesmo tempo em que sustentam linhas de pesquisa e projetos de extensão
universitária com temáticas relacionadas à EJA”, tem sua produção associada à linha de
pesquisa em Educação Matemática do Programa de Pós-Graduação em Educação, em
específico a temática “Perspectivas socioculturais do ensino e da aprendizagem matemática”,
enfocando estudos sobre Letramento e Numeramento e sobre o próprio campo da Educação
Matemática de Jovens e Adultos, isso considerando a produção vinculada ao seu Núcleo de
EJA, também responsável pelo Programa de Educação Básica de Jovens e Adultos na UFMG.
105
40
Dados do portal GeoCAPES (<http://geocapes.capes.gov.br/geocapesds/#>). Acesso em: 19 dez. 2013.
107
nota-se que são responsáveis por mais da metade da pesquisa nacional (50,41%), se
destacando na produção das teses (90%) e dissertações acadêmicas (59,09%), sem nenhuma
dissertação profissional produzida pela não ocorrência de mestrado profissional em Educação.
Os programas específicos de pós-graduação em Educação Matemática
representam apenas 5,66% do total de programas que encontramos. Por outro lado, essa área
se constitui como a única a ter programas de doutorado, mestrado acadêmico e mestrado
profissional, com 4,13% da pesquisa nacional em Educação Matemática de Jovens e Adultos.
Os programas de pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática(s),
Ensino de Matemática, Ensino de Ciências e Matemática, e Ensino das Ciências, juntos
constituem 18,87% dos programas brasileiros com pesquisas em Educação Matemática de
Jovens e Adultos, sendo responsáveis por 29,75% dessas pesquisas, com destaque para a
produção de dissertações profissionais, com 73,91% da pesquisa no Brasil defendida nos
programas de Ensino de Matemática e Ensino de Ciências e Matemática.
Os demais programas equivalem a aproximadamente 26,41% da totalidade dos
programas brasileiros com pesquisas em Educação Matemática de Jovens e Adultos no
período de 2001 a 2010, significando apenas 15,70% da produção nacional dessas pesquisas,
sendo essa produção centrada somente em dissertações.
Interessante observar a presença de programas de pós-graduação em áreas
peculiares como Educação Agrícola, Linguística e Psicologia, enfocando pesquisas sobre
Educação Matemática de Jovens e Adultos. No caso da área de Psicologia, sendo um
programa de pós-graduação da UFPE, não é novidade, pois segundo Fiorentini e Lorenzato
(2006), entre 1978 e 1982, a UFPE destacou-se com seus estudos vinculados ao mestrado em
Psicologia. Sobre a área de Linguística, a justificativa relaciona-se à discussão proposta por
essa área sobre letramento e linguagem matemática na EJA. Já em relação à área de Educação
Agrícola, a dissertação defendida junto a esse programa enfocou o ensino de Matemática em
um curso técnico em Administração integrado ao Ensino Médio na modalidade EJA.
Com base nos programas de pós-graduação com pesquisas defendidas em
Educação Matemática de Jovens e Adultos, grande parte deles ligados às áreas de Educação
ou Educação Matemática, pode-se elucidar que as teses e dissertações analisadas nesta
investigação estão praticamente vinculadas a essas duas áreas, com pouca ocorrência de
estudos em relação à área da EJA, predominando os programas de pós-graduação em
Educação como principal lócus de defesa dessas teses e dissertações entre 2001 e 2010.
A respeito dos locais dentro das universidades responsáveis pelos programas de
pós-graduação com pesquisas em Educação Matemática de Jovens e Adultos, observamos a
109
Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca defendida em 2001, e mais uma dissertação
defendida na UnC em 2002 como sua única orientação fora da Faculdade de Educação da
UNICAMP. Também cabe destacar sua atuação na Educação Matemática de Jovens e Adultos
através dos seus estudos tratando de letramento matemático e de educação estatística na EJA.
Quanto ao trabalho de orientação de Rute Elizabete de Souza Rosa Borba,
encontramos três dissertações orientadas no Programa de Pós-Graduação em Educação e outra
no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica, ambos da UFPE,
merecendo destaque sua atuação como coordenadora desse último programa, com foco
temático na Educação de Adultos através da linha de pesquisa “Processos de ensino-
aprendizagem em Educação Matemática e Científica”, e como líder do Grupo de Estudos em
Raciocínio Combinatório, em que são desenvolvidos estudos junto a crianças, adolescentes,
jovens e adultos de diferentes níveis e modalidades de ensino.
Destacamos ainda as três orientações de dissertações de Alexandrina Monteiro,
todas com enfoque em Etnomatemática na EJA, e sua atuação na linha de pesquisa
“Matemática, Cultura e Práticas Pedagógicas”, tratando, entre outros temas, do conhecimento
matemático no contexto da Educação de Adultos, e também do desenvolvimento do seu
Projeto de Pesquisa intitulado “Múltiplas representações da Educação de Jovens e Adultos:
professores(as) da rede municipal de Itatiba-SP”.
Por último, temos as dissertações orientadas por Adilson Oliveira do Espírito
Santo, todas três relacionando Modelagem Matemática e EJA, evidenciando sua atuação no
campo da Modelagem Matemática, onde inclusive lidera o Grupo de Estudos e Pesquisas em
Modelagem Matemática.
No que diz respeito à questão de gênero do sexo masculino ou feminino entre os
orientadores das teses e dissertações em Educação Matemática de Jovens e Adultos no
período de 2001 a 2010, observamos a predominância das mulheres na orientação dessas
pesquisas, representando 69,88% (58 professoras doutoras) do total de 83 orientadores,
enquanto que os homens são apenas 30,12% desse total (25 professores doutores).
Esses valores contrapõem os dados apresentados pelo INEP41 do ano de 2010
sobre o número de funções docentes em exercício nas IES por sexo, em que o número de
homens (55,12%) é superior ao de mulheres (44,88%) quanto ao total de 345.335 docentes.
As mulheres também prevalecem em relação aos homens quanto ao número de
pesquisas orientadas, apresentando comportamento semelhante ao encontrado em nossa
41
Dados disponíveis no portal do INEP em <http://portal.inep.gov.br/superior-censosuperior-sinopse>. Acesso
em: 27 dez. 2013.
112
análise para a autoria dessas pesquisas, sendo responsáveis por 100% (10) das teses e
aproximadamente 70,3% (78) das dissertações orientadas, enquanto que as orientações
desempenhadas pelos homens representam 29,7% (33) das dissertações.
5.1 – Concepções/Significados/Percepções
43
KILPATRICK, J. Investigación en educación matemática: su historia y alguns temas de actualidad. In:
KILPATRICK, J.; RICO, L.; GÓMEZ, P. (eds.). Educación Matemática. México: Grupo Editorial Iberoamérica
& una empresa docente, 1994. p. 1-18.
118
diversidade de aspectos suscitados, entre os quais, sobre a Matemática na sua relação com: as
dificuldades de aprendizagem de determinado conteúdo matemático (LOPES, 2003); a
variedade linguística dos alunos (MEDEIROS, 2010); e a evasão escolar (ROSA, 2010).
Nesse conjunto de pesquisas, apesar do texto da dissertação de Lopes (2003) não
ter sido localizado, a partir do seu resumo notamos que essa pesquisa buscou investigar as
possíveis relações entre as concepções do aluno sobre a disciplina de Matemática e suas
dificuldades na aprendizagem da operação de multiplicação.
O trabalho de Medeiros (2010) analisou se os alunos da EJA consideravam que as
suas variedades linguísticas teriam efeito sobre a aprendizagem dos conhecimentos
matemáticos escolares, tendo como pressuposto a variedade linguística de alunos de classes
populares em comparação à linguagem utilizada por professores em sala de aula.
O estudo de Rosa (2010) teve como objetivo principal investigar a relação entre o
ensino da disciplina de Matemática e a evasão escolar de alunos da EJA quando os mesmos
frequentaram a escola de ensino “regular”.
Os demais estudos sobre os significados e percepções de alunos focaram
principalmente a Matemática como disciplina escolar, voltando-se aos sentidos (CASTRO,
2006), às narrativas (EUGÊNIO, 2009) e às representações sociais (ROLOFF, 2009) de
alunos da EJA atribuídas a ela. Abordando ainda a Matemática como disciplina, constatamos
um estudo sobre os motivos dos alunos para estudá-la e aprendê-la (ZANELATO, 2008).
A pesquisa de Castro (2006) buscou compreender os sentidos dados para a
Matemática escolar por alunos trabalhadores, propondo-se ainda, a analisar as narrativas sobre
a Matemática escolar produzidas por esses alunos.
Semelhantemente, Eugênio (2009) pesquisou como e o que falam os alunos da
EJA sobre a Matemática no espaço da sala de aula.
Já o estudo de Roloff (2009) objetivou caracterizar as representações sociais dos
alunos do PROEJA do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina
(CEFET/SC) de Florianópolis sobre a Matemática.
Em relação à investigação de Zanelato (2008), essa se propôs analisar as
concepções dos alunos quanto aos seus motivos para estudarem e aprenderem Matemática.
Por último, tratando ainda do subtema “significados/percepções de alunos a
respeito da Matemática e seu processo de ensino-aprendizagem”, encontramos um único
estudo versando sobre métodos de ensino da Matemática na EJA (RODRIGUES, R., 2008).
Essa pesquisa de Rodrigues, R. (2008) teve como objetivo principal analisar a
importância da resolução de problemas matemáticos contextualizados e não-contextualizados
121
segmento) do Ensino Fundamental (EWBANK, 2002), nos anos finais (ou segundo segmento)
do Ensino Fundamental (CARDOSO, 2001; SILVA, A. (2006); SILVA, E. J., 2007); e nos
anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio (RIBEIRO, 2007; SANTANA, 2010).
Uma particularidade em relação a essas pesquisas, excetuando-se o estudo de
Ribeiro (2007), remete-se à realização das mesmas junto a professores de escolas públicas de
atendimento à modalidade EJA localizadas no Estado de São Paulo.
Em relação às investigações vinculadas ao subtema “significados/percepções de
alunos a respeito da Matemática e seu processo de ensino-aprendizagem”, constatamos a
realização de pesquisas junto a alunos dos anos iniciais (LOPES, 2003) e finais (CASTRO,
2006; RODRIGUES, R., 2008; MEDEIROS, 2010; ROSA, 2010) do Ensino Fundamental;
bem como junto a alunos da alfabetização ao Ensino Médio (ZANELATO, 2008), apenas do
Ensino Médio (EUGÊNIO, 2009) e também de estudantes da educação profissional técnica
integrada ao Ensino Médio (PROEJA) (ROLOFF, 2009).
Essas pesquisas investigaram principalmente alunos de escolas públicas com
atendimento à EJA, considerando-se de uma a três unidades escolares, incluindo estudantes
dessa modalidade atendidos pelo Serviço Social da Indústria (SESI) (ZANELATO, 2008), por
projeto social comunitário (EUGÊNIO, 2009), e por instituto federal (ROLOFF, 2009).
Também denotam não aceitar as suas variedades linguísticas como algo que possa ser digno
de utilização no ambiente escolar, julgando-as como “inferiores”, e destacando que quem fala
“bonito” são pessoas inteligentes e que essa forma de falar é melhor para que todos possam
ser entendidos no processo de ensino-aprendizagem da Matemática (MEDEIROS, 2010).
Embora considerando os problemas contextualizados mais fáceis de responder, os
alunos demonstram em suas concepções a preferência tanto pelos problemas contextualizados
quanto pelos não contextualizados, pois entendem ser preciso usar ambos no seu dia a dia,
assim como na sua aprendizagem dos conhecimentos matemáticos (RODRIGUES, R., 2008).
Sobre a relação Matemática e Trabalho
No que diz respeito à Matemática como possibilidade de competição no trabalho e
na escola, as concepções dos alunos demonstram que esses acreditam que, ao terem o
reconhecimento dos seus colegas em sala de aula em função dos seus resultados escolares,
também terão tal reconhecimento no seu local de trabalho (CASTRO, 2006).
como aporte teórico-metodológico, com destaque para Gil (KOORO, 2006; COAN, 2008;
RODRIGUES, P., 2008). Sendo que nenhum outro autor foi citado por mais de uma pesquisa.
Quanto aos níveis e/ou etapas de ensino do currículo de Matemática na EJA
abordados nas pesquisas aqui analisadas, observamos dois estudos no Ensino Fundamental
(KOORO, 2006; RODRIGUES, P., 2008), um no Ensino Médio (ARAÚJO, 2001). Além de
dois estudos no PROEJA (COAN, 2008; FREITAS, 2010), um no PROJOVEM
(FRIEDRICH, 2009), e outros dois em programas de educação à distância: Telecurso 2000
(CAMARGO, 2007) e Projeto Minerva (CASTRO, 2007).
A considerar a realização do PROEJA no Ensino Médio e do PROJOVEM no
Ensino Fundamental, e o atendimento aos ensinos Fundamental e Médio pelo Telecurso 2000
e pelo Projeto Minerva, além das pesquisas supracitadas com seus estudos especificamente no
Ensino Fundamental ou no Ensino Médio, podemos observar que não houve a predominância
de estudos relativos ao currículo de Matemática na EJA em um nível de ensino específico, ao
contrário das pesquisas em Educação Matemática desenvolvidas até o final dos anos de 1990,
em que os estudos curriculares de Matemática foram mais frequentes no Ensino Fundamental,
havendo poucos estudos no Ensino Médio (FIORENTINI; LORENZATO, 2006).
oficiais, sendo que um dos poucos documentos explicitando as relações entre esses campos
foi a Proposta Curricular para a EJA.
Em relação às considerações evidenciadas pelas pesquisas relativas ao subtema
“currículo presente em práticas escolares”, podemos sintetizar que:
Na investigação de Araújo (2001), constatou-se que as informações contidas nos
livros e apostilas produzidas pelas escolas de Ensino Médio, na modalidade EJA, bem como
as estratégias para atribuir significado ao conhecimento matemático, as habilidades que
podem ser desenvolvidas por meio das atividades propostas e os valores que perpassam todas
essas escolhas, mostraram que o currículo de Matemática contribuiu para reforçar a exclusão,
mas também apresentou algumas inovações a partir da incorporação de pressupostos
apontados pela pesquisa em Educação Matemática. Além disso, verificou-se que o “básico” se
traduziu como “mínimo” nos livros e apostilas produzidas por essas escolas, não somente por
meio dos conteúdos selecionados, mas principalmente, pela forma como esses foram
abordados, sendo no modo e não na quantidade de conteúdos que o recorte feito do currículo
“oficial” contribuiu para a exclusão dos alunos.
A pesquisa de Rodrigues, P. (2008) chegou à consideração que: se, por um lado,
as propostas curriculares e os planos de estudo de Matemática das escolas investigadas
evidenciaram coerência com as sinalizações legais e teóricas para com o trabalho pedagógico
na EJA, reproduzindo as recomendações da LDBEN 9394/96 e do Parecer CNE/CEB
11/2000, bem como as ideias do pensamento de Paulo Freire, além de possuírem os conteúdos
curriculares previstos pelas orientações curriculares nacionais para o Ensino Fundamental, por
outro lado, os planos de aula e as práticas pedagógicas dos professores dessas escolas
demonstraram incoerência com suas propostas curriculares e planos de estudo de Matemática,
sendo que os professores repetiram, essencialmente, os modelos tradicionais de ensino,
baseando-se em um modelo dirigido às crianças e adolescentes, e tratando o currículo de
Matemática simplesmente como uma listagem de conteúdos conceituais a serem aprendidos
pelos alunos. Por fim, Rodrigues, P. (2008) concluiu também que não existia uma prática
colaborativa no sentido da troca de experiências entre os professores de Matemática em
relação ao currículo escolar, e mesmo com todos os avanços da teoria curricular, muitas
discussões não haviam ainda chegado efetivamente nessas escolas.
A tese de Freitas (2010) destacou entre suas considerações que as produções
colaborativas foram a melhor direção no sentido de compreender as especificidades do
PROEJA, bem como para o professor se compreender como sujeito em um processo de
aprendizagem dialógica. Também acrescentou que o material didático produzido e o currículo
139
outra que analisou um trabalho em sala de aula a partir da proposição de tarefas exploratório-
investigativas (GOMES, A., 2007).
Em relação às pesquisas que abordaram a perspectiva do ensino de Matemática a
partir dos conhecimentos dos alunos, observamos que enquanto Bail (2002) suscitou a
questão do mundo do trabalho e da atividade profissional como norteadores da prática
pedagógica em Matemática, Maciel (2002) enfocou a valorização dos aspectos cultural,
econômico e político nas proposições metodológicas voltadas aos jovens e adultos. No caso,
Bail (2002) pesquisou o desenvolvimento de um trabalho em sala de aula a partir da dinâmica
de grupo e da resolução de atividades envolvendo o contexto de atuação profissional dos
alunos. E Maciel (2002) investigou os efeitos da aplicação de uma metodologia de ensino em
sala de aula baseada na resolução de atividades relacionadas ao cotidiano dos estudantes.
No que diz respeito às pesquisas que trataram da metodologia de projetos,
notamos que Incheglu (2007) realizou sua pesquisa tendo como foco a análise do
desenvolvimento de um projeto de reforma da moradia, executado coletivamente por alunos
em sala de aula, e também fora do ambiente escolar, por um grupo específico de alunas
composto por quatro senhoras. Por sua vez, Silveira (2007) investigou as dificuldades
matemáticas de alunos e sua superação após a realização de atividades contextualizadas, tendo
por princípio um projeto desenvolvido por esses alunos centrado no tema “Cooperativa”.
Quanto às pesquisas que se voltaram às propostas de ensino com base na
realização de investigações executadas por alunos, constatamos que a pesquisa de Jara (2008)
analisou o desenvolvimento de uma proposta de trabalho realizada em turmas da EJA, que
teve como princípio educativo a proposição e execução de pesquisas pelos alunos tratando de
várias temáticas de sua escolha. Semelhantemente, Andrade (2010) analisou a aprendizagem
matemática dos alunos mediada pela realização de aulas contextualizadas centradas em
pesquisas executadas por esses alunos envolvendo suas experiências do mundo do trabalho.
No tocante às pesquisas que versaram sobre a apropriação de metodologias
direcionadas ao ensino de Estatística, observamos que Conti (2009), após ter desenvolvido um
projeto denominado “Construindo Estatística” em uma escola de EJA, buscou analisar e
compreender o processo de ensino-aprendizagem de Estatística nas aulas de Matemática e o
papel da produção desse conhecimento na inclusão dos alunos em atividades letradas.
Voltando-se à utilização da metodologia de ensino conhecida como WebQuest, Ribacionka
(2010) investigou em que medida essa metodologia permitiu a introdução ao letramento
estatístico por parte dos alunos da EJA.
Em consideração às pesquisas que abordaram métodos de ensino específicos no
146
de Levy (2003) que se tratou de um estudo bibliográfico, notamos a característica comum das
pesquisas relativas ao tema “Didática/Metodologia de Ensino” com foco no aluno. Entre essas
pesquisas, diagnosticamos cinco, que além de focarem o aluno também centraram a atenção
sobre seu professor de Matemática (PAVANELO, 2004; OLIVEIRA, 2007; SILVA, J. V.,
2006; MIRANDA, 2010; MONTEIRO, 2010).
Outra característica peculiar dessas pesquisas centradas nos alunos da EJA
remeteu-se ao estudo dos mesmos, em sua maior parte, matriculados no período noturno. Do
total de 28 pesquisas, e excluindo os trabalhos de Adelino (2009), Martins (2010) e Levy
(2003) pelos motivos acima expostos, não conseguimos evidenciar se suas pesquisas
envolveram ou não cursos da EJA ofertados no período noturno em cinco estudos (GOMES,
A., 2007; SILVEIRA, 2007, ANDRADE, 2010; ROZAL, 2007; MONTEIRO, 2010).
A maioria das pesquisas pertinentes ao tema “Didática/Metodologia de Ensino”
voltou-se ao contexto dos anos finais do Ensino Fundamental, com apenas sete estudos
envolvendo o Ensino Médio (SILVEIRA, 2007; RIBACIONKA, 2010; SILVA, J., 2008;
WANDERER, 2001; TERRA, 2009; MIRANDA, 2010; MIGLIORINI, 2007), e dois tratando
dos anos iniciais do Ensino Fundamental (SMITH, 2008; MARTINS, 2010).
Os lócus em que se desenvolveram essas pesquisas se constituíram essencialmente
por escolas públicas das redes: estadual (BAIL, 2002; MACIEL, 2002; SILVEIRA, 2007;
CONTI, 2009; RIBACIONKA, 2010; BISPO, 2010; PAVANELO, 2004; OLIVEIRA, 2007;
SILVA, J., 2008; WANDERER, 2001) e municipal (GOMES, A., 2007; INCHEGLU, 2007;
JARA, 2008; OLIVEIRA, 2004; ROZAL, 2007; ALBUQUERQUE, 2004; SILVA, J. V.,
2006; PEREIRA, 2008; PACHECO, 2009; MONTEIRO, 2010).
Também foram realizadas pesquisas em institutos federais com atendimento ao
PROEJA (ANDRADE, 2010; MIRANDA, 2010); em colégios de aplicação da rede federal de
ensino (SMITH, 2008; TERRA, 2009); e em curso de ensino a distância, através da
metodologia Telecurso 2000, promovido pelo SESI (MIGLIORINI, 2007).
dos projetos de pesquisa elaborados por eles, e também a partir da elaboração de um currículo
em rede, onde os conceitos trabalhados na disciplina de Matemática se relacionaram entre si,
tendo como princípio o tema de pesquisa executada por esses educandos.
O estudo de Andrade (2010) destacou entre suas considerações, que a introdução
de técnicas envolventes com aulas mais dialogadas e participativas, e a utilização das
experiências profissionais e dos conhecimentos de vida dos alunos nos projetos de pesquisa
desenvolvidos por eles próprios tornaram a formação escolar mais significativa tanto para os
mesmos, quanto para a professora-pesquisadora e para toda a estrutura escolar do Instituto
Federal Goiano do Campus de Ceres/GO. E que, além de proporcionar melhor aprendizado,
contribuindo para que os alunos se sentissem mais comprometidos com a própria
aprendizagem e mais confiantes em relação às suas possibilidades de aprender e se
desenvolver pessoalmente, possibilitou conhecer os alunos, saber quais eram suas
experiências profissionais, de vida escolar e social e suas expectativas quanto ao futuro.
No caso da pesquisa de Levy (2003), propôs-se que as aulas de Matemática na
EJA sejam ministradas não por um único professor, mas por duplas heterogêneas de
professores, que integram docentes, um com formação matemática e outro com formação em
disciplina diferente, os quais, trabalhando em parceria, entre si e com os estudantes, no
mesmo espaço-tempo pedagógico, permutando ideias, procurem criar vínculos intra e
interdisciplinares, buscando, em instância maior, construir ligações entre os conteúdos
pertencentes aos campos de conhecimento em questão, efetivando-se um caminhar das partes
e de suas mútuas e múltiplas conexões em direção ao todo.
Com o estudo de Gomes, A. (2007), chegou-se à conclusão que as tarefas
exploratório-investigativas em salas de aula da EJA permitem que os jovens e adultos tenham
voz, expressem suas ideias e pensamentos matematicamente, propiciando o desenvolvimento
da autonomia intelectual e crítica, e consequentemente, sua inclusão social e educacional.
A pesquisa de Ribacionka (2010) colocou em discussão que a metodologia de
ensino WebQuest se constitui como uma possibilidade de construção do saber em um
processo colaborativo na realização de projetos, contribuindo para a introdução ao letramento
estatístico por parte dos alunos da EJA, bem como para que esses tenham uma aprendizagem
significativa, com condições de compreender e modificar o meio em que vivem.
Na investigação de Incheglu (2007), verificou-se que a iniciativa de propor,
calcular e acompanhar reformas em suas moradias, no quadro de uma metodologia
fundamentada no diálogo, possibilitou aos alunos da EJA a sua valorização enquanto sujeitos
autônomos, capazes de promover melhorias em suas condições de vida e de participar na
154
construção da cidadania em dimensões mais abrangentes. Nesse caso, foi observado que esses
alunos desenvolveram mecanismos próprios para a resolução de problemas em situações do
cotidiano, representando não só uma adaptação ao meio, mas também uma manifestação
cultural, tendo em vista o fato de tais mecanismos derivarem de suas experiências anteriores.
E no estudo de Conti (2009), constatou-se que os alunos passaram a identificar os
conhecimentos matemáticos como meio de compreender o mundo a sua volta, sua presença e
importância no cotidiano e a valorização da escolarização. Que também foram capazes de
relacionar a Estatística às outras áreas curriculares e à vida, conseguindo selecionar, organizar
e produzir informações relevantes e analisá-las; resolver situações-problema; e se
comunicarem usando informações quantificadas. Além disso, demostraram segurança quanto
à sua própria capacidade de construir conhecimento e quanto à exposição social requerida na
escola. Por último, observou-se que as atividades desenvolvidas evidenciaram ser possível
“letrar” e “estatisticar”, e que isso pode acontecer em uma escola pública de periferia.
No que compete às pesquisas relacionadas aos subtemas “modelagem
matemática” e “resolução de problemas matemáticos”, temos que as mesmas reafirmaram a
importância e muitas das potencialidades pedagógicas dessas duas alternativas didático-
metodológicas para o ensino de Matemática.
Na análise das considerações a respeito das pesquisas tratando da modelagem
matemática, observamos que:
a modelagem matemática contribuiu para a construção do conhecimento
geométrico dos alunos, e os levou a conhecer mais sobre a sua realidade, proporcionando aos
mesmos o desenvolvimento de habilidades como a criatividade, a representação e a
percepção, além de desenvolver novos conteúdos geométricos e reelaborar os conhecimentos
adquiridos anteriormente por esses alunos (OLIVEIRA, 2004);
com a modelagem matemática constatou-se que os alunos se envolveram,
assumiram responsabilidades fora e dentro da sala de aula e desenvolveram suas atividades
interessados em estudar Matemática, disciplina da qual se queixavam ter dificuldades para
aprender. Também se observou que, além de possibilitar a aprendizagem dos conteúdos
matemáticos, acrescentou conhecimentos de outras áreas, contribuindo para novas
aprendizagens na associação com os temas transversais, e proporcionou à professora-
pesquisadora e a seus alunos a oportunidade de fazer descobertas e ampliar seus
conhecimentos, principalmente por se propor à pesquisa de temas desconhecidos que não
costumam ser discutidos na escola (ROZAL, 2007);
o ambiente de modelagem matemática indicou um possível rompimento com a
155
Miranda (2010) chegou à conclusão de que o Caderno Temático “Saúde e Números”, fruto de
sua investigação, possibilitou um diálogo entre várias áreas do conhecimento, e a organização
desse material em seções, com atividades interdisciplinares, envolveu os alunos em atividades
práticas e aproximou-os do uso da tecnologia, além de ter chamado a atenção desses e dos
professores pela sua diversidade de gêneros de linguagem. Além disso, esse caderno
proporcionou aos alunos o desenvolvimento dos conhecimentos matemáticos de forma
interdisciplinar, permitindo uma formação integral do cidadão, e contribuiu com o trabalho do
professor de Matemática, permitindo-lhe o conhecimento detalhado de cada unidade e a
reformulação da proposta ou criação de novas atividades.
Concluindo a análise das principais considerações das pesquisas atinentes ao tema
“Didática/Metodologia de Ensino”, evidenciamos aqui, os estudos relativos ao subtema
“avaliação do ensino-aprendizagem”, representados por Migliorini (2007) e Monteiro (2010).
A pesquisa de Migliorini (2007), considerando não haver uma só explicação para
o fenômeno do fracasso escolar de jovens e adultos na disciplina de Matemática, constatou
que os sujeitos pesquisados associaram seu fracasso escolar à dificuldade de aprender
Matemática, alegando que um maior espaço de tempo para estudá-la poderia tê-los ajudado a
um entendimento mais completo, levando-os à aprovação, e que o calendário dos exames
poderia ter sido modificado e o conteúdo da matéria diminuído.
O estudo de Monteiro (2010) concluiu que na análise dos reflexos das práticas
avaliativas em Matemática da escola pesquisada, verificou-se o quanto essas contribuíram
para a identificação, por parte dos educandos, de suas dificuldades, e como possibilitaram a
construção de estratégias visando à melhoria do desempenho dos mesmos nessa disciplina,
exemplificando o verdadeiro papel da avaliação, cooperando para a consolidação de uma
prática avaliativa próxima às perspectivas defendidas para a avaliação na EJA.
dos educandos no processo escolar (MACIEL, 2002); o resgate das experiências e vivências
anteriores dos alunos como componente das atividades didáticas (INCHEGLU, 2007); a
necessidade dos conhecimentos matemáticos serem trabalhados de forma contextualizada e
interdisciplinar (SILVEIRA, 2007); e a organização de conteúdos em rede (JARA, 2008) e o
ensino via pesquisa como orientadores do trabalho docente (JARA, 2008; ANDRADE, 2010).
Da mesma forma, quanto à modelagem matemática, as pesquisas salientaram que
ela: valoriza o saber fazer do aluno e suas experiências de vida (OLIVEIRA, 2004; BISPO,
2010); auxilia os estudantes a construírem relações da Matemática com outras áreas do
conhecimento (OLIVEIRA, 2004; ROZAL, 2007; BISPO, 2010) e a estabelecer vinculações
entre os diferentes conteúdos matemáticos (SMITH, 2008); estimula as percepções dos
educandos quanto à relação entre conhecimentos matemáticos escolares e cotidianos (SMITH,
2008); atribui novo sentido à Matemática diante a compreensão de que não se trata
meramente de uma disciplina escolar, mas que se relaciona às práticas e vivências dos alunos
e influencia suas vidas (SMITH, 2008); amplia a visão de mundo dos estudantes (OLIVEIRA,
2004); possibilita aos educandos se tornarem mais críticos, reflexivos e criativos (ROZAL,
2007; SMITH, 2008); e reconstrói a dinâmica da sala de aula contrapondo-se ao modelo
tradicional de ensino (OLIVEIRA, 2004; ROZAL, 2007; SMITH, 2008; BISPO, 2010).
Em relação à resolução de problemas matemáticos, os estudos destacaram que
essa é: intrínseca ao processo de ensino-aprendizagem da Matemática (OLIVEIRA, 2007);
um meio dos alunos adquirirem novos saberes em outras áreas do conhecimento e em
contextos reais (OLIVEIRA, 2007) e de se tornarem mais críticos, reflexivos e autônomos
(PAVANELO, 2004); uma perspectiva capaz de mobilizar os saberes matemáticos
escolarizados e não-escolarizados dos alunos e favorecer o convívio entre esses saberes, de
romper com o paradigma tradicional de ensino da Matemática e trazer à tona uma nova
concepção de Matemática e do seu ensino (SILVA, J., 2008).
Sobre as pesquisas referentes ao subtema “materiais/recursos didáticos”, essas
propuseram: a contextualização do ensino de Matemática com base na problematização e
compreensão das questões sociais (WANDERER, 2001; TERRA, 2009); a criação de
ambientes de aprendizagem matemática numa perspectiva interdisciplinar (ou
transdisciplinar) e multidisciplinar (ALBUQUERQUE, 2004; PEREIRA, 2008; PACHECO,
2009); a incorporação dos recursos tecnológicos como potencial pedagógico no processo de
ensino-aprendizagem da Matemática (SILVA, J. V., 2006; PACHECO, 2009); a elaboração
de livros didáticos direcionados à EJA, em atendimento às especificidades dessa modalidade e
atentos às normas de avaliação de livros e aos resultados de pesquisas educacionais
160
5.4 – Etnomatemática
desenvolvimento das práticas educativas na EJA, e como uma alternativa educacional, cujo
princípio básico é resgatar a intencionalidade do sujeito cultural em seu fazer matemático
(KNIJNIK, 1996), e se contrapor ao projeto de educação que dissocia o conhecedor do
conhecimento e do conhecido, visando à formação do homem com competências múltiplas,
com a capacidade e sensibilidade para aprender (MONTEIRO, 1998).
Em linhas gerais, Wanderer (2001) ressalta que a Etnomatemática se projeta no
contexto da EJA por modificar a concepção de educação matemática, substituindo o ensino
centrado em um conjunto de técnicas e fórmulas descontextualizadas, com um currículo
uniforme e disciplinar, pela prospectiva de que há outras maneiras de lidar com o
conhecimento matemático, e que esse conhecimento deve se conectar mais com a vida dos
alunos, com suas formas de lidar com seu mundo social, auxiliando-os na compreensão e
problematização de situações concretas de sua vida.
Não à toa, a Etnomatemática é frequentemente recomendada, entre as pesquisas
constituídas no material de análise desta tese, como um importante caminho para a melhoria
do ensino e do currículo de Matemática na EJA, na incorporação dos conhecimentos
matemáticos que os educandos trazem consigo, e na redução do distanciamento entre a cultura
da Matemática escolar e a cultura da Matemática cotidiana.
Enquanto campo de estudo, ainda que a maioria das pesquisas em Etnomatemática
esteja centrada em etnografias de grupos específicos, sem uma preocupação em estabelecer
relações com a Educação e com a prática de sala de aula do professor de Matemática, quando
direcionadas às práticas educacionais na EJA, tais pesquisas têm contribuído na compreensão
da influência do contexto sociocultural no entendimento das ideias matemáticas e dos modos
de pensar matematicamente de grupos socioculturais (FANTINATO; SANTOS, 2007).
A Etnomatemática, segundo Fiorentini e Lorenzato (2006), é caracterizada como
área de investigação em que o Brasil mais se destaca, principalmente pelo reconhecimento
internacional do seu criador, o educador matemático Ubiratan D’Ambrosio, se constituindo
em objeto de pesquisa a partir dos anos de 1980.
No que diz respeito ao campo da pesquisa em Educação Matemática de Jovens e
Adultos, tem-se, com base em Cukierkorn (2002), que as primeiras pesquisas inseridas na
vertente etnomatemática foram as teses de Knijnik e Monteiro, defendidas respectivamente
em 1995 e 1998, com o desenvolvimento de seus estudos articulando conhecimentos
acadêmicos, saberes e cultura populares.
Embasados nessa breve discussão em torno da Etnomatemática e sua importância
para a educação matemática na EJA, analisamos nesta seção as pesquisas constituídas em
167
nosso material de análise que abordaram o tema “Etnomatemática”, conforme o Quadro 11.
Quadro 11 – Pesquisas em Educação Matemática de Jovens e Adultos segundo o tema
“Etnomatemática”
Quant. Pesquisa Tipo1 Instituição Foco/Objeto de Estudo
Subtema: Conhecimentos matemáticos escolares e não escolares presentes em contextos culturais
Construção/representação/utilização de conceitos matemáticos por
1 Fantinato (2003) T USP
alunos da EJA de uma favela em contextos escolares e extraescolares
Subtema: Ensino de Matemática a partir do contexto sociocultural e profissional dos alunos
Ensino de Matemática a partir de práticas sociais desenvolvidas por
Panciera (2007) DP UNIFRA
alunos da EJA em seus ambientes de trabalho
2
Atividades de ensino em sala de aula com base nos conhecimentos
Silva, M. (2007) DP PUC/SP
matemáticos de pedreiros
Subtema: Contribuições de estudos etnomatemáticos para o ensino/currículo de Matemática na EJA
Saberes matemáticos presentes nas práticas sociais de agentes
Lima (2005) DA USF comunitárias de saúde na representação/organização do espaço em que
se locomovem em visitas às famílias por elas atendidas
Mallmann (2006) DA ULBRA Saberes matemáticos nas práticas cotidianas de produtores rurais
4
Práticas sociais da culinária de alunos da EJA e suas contribuições para
Cherini (2007) DA USF
o currículo de Matemática nessa modalidade
Saberes matemáticos presentes nas práticas sociais cotidianas de
Topázio (2007) DA UNEB
trabalhadoras domésticas
1
Correspondente ao tipo de pesquisa: Tese (T), Dissertação Acadêmica (DA) e Dissertação Profissional (DP)
Saliento que este trabalho é apenas uma forma de buscar ideias para a construção de
novas propostas pedagógicas e contribuições para a aprendizagem Matemática na
modalidade da Educação de Jovens e Adultos e, talvez, também, da educação no
meio rural (MALLMANN, 2006, p. 102).
alunos da EJA, mas ainda não serem considerados como deveriam, e sua presença nos
currículos escolares ser ainda bastante pequena, veiculando-se, por exemplo, em parte dos
livros didáticos para essa modalidade, basicamente os chamados saberes “científicos”.
Por fim, às investigações futuras em Educação Matemática de Jovens e Adultos
envolvendo Etnomatemática, recomendaríamos:
a) o aporte às teorias de D’Ambrosio, conforme a unidade teórica evidenciada
pelas pesquisas em Etnomatemática analisadas, e também a complementação a
outros teóricos nessa área, entre eles, Knijnik, suporte teórico de algumas
dessas pesquisas, e Alexandrina Monteiro, responsável pela orientação de dois
desses estudos (LIMA, 2005; CHERINI, 2007) e também com o
desenvolvimento de pesquisas em Etnomatemática, incluindo sua tese;
b) a perspectiva metodológica adotada por essas pesquisas quanto aos
instrumentos e técnicas de produção e coleta de dados empregados, e a
melhoria da descrição sistematizada do processo de organização e análise das
informações produzidas ou coletadas, bem como a busca de outros aportes
teóricos sobre a metodologia de investigação, uma vez que tais pesquisas não
foram tão abrangentes e detalhistas quanto a esses dois últimos aspectos.
e através de reivindicações dos Fóruns de EJA, a partir 1996, ocorrendo de forma sistemática
com os encontros anuais do ENEJA desde 1999, culminando, inclusive, na criação, em 2006,
do Seminário Nacional de Formação de Educadores de EJA, que tem acontecido desde então.
Com o advento das DCNs para a EJA, em 2000, essa questão em torno da
formação docente assumiu contornos mais significativos, sendo versado um item em
particular nessas diretrizes, tratando não apenas da formação inicial, mas também sobre a
formação continuada de professores no atendimento ao público peculiar dessa modalidade.
Nesse movimento, as DCNs para a Formação de Professores da Educação Básica,
em 2001, também instituíram a necessidade dos cursos de formação docente fomentarem a
questão da EJA, considerando a especificidade dos seus educandos com o propósito de
superar a prática de se trabalhar com eles da mesma forma com que se trabalha com as
crianças e os adolescentes da Educação Básica.
No âmbito da formação de professores de Matemática para atuar na EJA, Fonseca
(2005a, p. 54-55) esclarece que:
Coloca-se, portanto, mais um desafio para o desenvolvimento de experiências
significativas na área da EJA: formar professores, Educadores Matemáticos de
Jovens e Adultos, com uma certa intimidade com a própria Matemática, com uma
generosa e sensível disponibilidade para compartilhar com seus alunos as demandas,
as preocupações, os anseios e os sonhos da vida adulta, e com uma consciência
atenta e crítica da dimensão política do seu fazer pedagógico, que os habilite a
participar da Educação Matemática de seus alunos e de suas alunas, pessoas jovens e
adultas, com a honestidade, o compromisso e o entusiasmo que essa tarefa exige.
significativas de estado da arte sobre a formação de professores que ensinam Matemática, que
culminou na análise de 112 estudos acadêmicos pertinentes ao período de 1978 a 2002, sendo
realizada por Fiorentini e colaboradores, e publicada, em 2002, na Educação em Revista.
Frente à discussão suscitada em relação à formação de professores que ensinam
Matemática, nos debruçamos a seguir, não somente na análise das pesquisas em Educação
Matemática de Jovens e Adultos tratando da formação docente, mas também sobre aquelas
que focalizaram a atuação/prática docente de professores que ensinam Matemática na EJA,
por considerarmos refletirem a questão da formação de professores para essa modalidade,
distribuídas conforme o Quadro 12.
Quadro 12 – Pesquisas em Educação Matemática de Jovens e Adultos segundo o tema
“Formação/Atuação de Professores”
Quant. Pesquisa Tipo1 Instituição Foco/Objeto de Estudo
Subtema: Atuação/prática docente
Migliorança (2004) DA UFSCar Atuação docente de professores de Matemática na EJA
Práticas e saberes de professores de Matemática da EJA pela
Schneider (2005) DA UFF
perspectiva dos seus dilemas práticos
Saberes produzidos por professores de Matemática em sua prática
Corôa (2006) DA UFPA
docente na EJA
Professores que ensinam Matemática no seu modo de lidar com seus
Rodrigues, T. (2008) DA UNESP/RC
7 alunos em uma escola inclusiva de EJA
Dinâmicas de inclusão/exclusão nas práticas de sala de aula de
Santos (2008) DA UFRGS
professores que ensinam Matemática na EJA
Emoções e sentimentos envolvidos na atuação docente de professores
Azevedo (2009) T PUC/SP
de Matemática na EJA
Tratamento dado pelo professor aos conhecimentos prévios dos alunos
Nogueira (2010) DA UFMT
no ensino-aprendizagem de Matemática ante a resolução de problemas
Subtema: Formação inicial e/ou continuada
Curso de formação inicial e processo formativo contínuo da Escola Zé
Silva (2002) DA UFPB
Peão, projeto de parceria entre a UFPB e o SINTRICOM/JP
Papel da disciplina de Prática de Ensino na construção dos saberes
Alves (2004) DA UFPA
necessários para a ação do futuro docente em Matemática na EJA
4
Formação inicial e continuada de professores de Matemática “para” e
Lopes (2009) DA UNIUBE
“na” EJA em Montes Claros/MG
Formação de professores de Matemática da EJA a partir da postura
Gils (2010) DA UFF
etnomatemática na formação docente
Subtema: Relações e implicações entre a formação do professor e a sua prática pedagógica
Influência da formação docente na organização do trabalho pedagógico
Peggion (2006) DA USP
com educação matemática na EJA
2
Contribuições da formação inicial e continuada para a atuação
Cosme (2009) DA UFES
profissional de professores de Matemática na EJA
1
Correspondente ao tipo de pesquisa: Tese (T), Dissertação Acadêmica (DA) e Dissertação Profissional (DP)
44
Projeto educacional de parceria entre a UFPB e o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção
Civil e do Mobiliário de João Pessoa/PB (SINTRICOM/JP), com a oferta de programas de alfabetização e
educação continuada para os operários da construção civil, sendo os professores alfabetizadores alunos oriundos
de vários cursos de licenciatura da UFPB, selecionados e formados pela equipe de coordenação desse Projeto,
através da realização de um curso inicial de formação e de um processo de formação contínua, incluindo também
o acompanhamento dos mesmos ao longo do ano.
180
Alves (2004) e Peggion (2006), que também tiveram como sujeitos pesquisados,
respectivamente, estudantes da disciplina Prática de Ensino do curso de Licenciatura em
Matemática da UFPA, e alunos de cursos de licenciatura e Pedagogia da USP na qualidade de
professores-estagiários do Programa de EJA do Núcleo de EJA e Formação Permanente de
Professores da Faculdade de Educação da USP; todas as demais pesquisas concernentes ao
tema “Formação/Atuação de Professores”, incluindo Alves (2004) e Peggion (2006), tiveram
como sujeitos investigados professores que ensinavam Matemática na EJA.
Os estudos de Migliorança (2004) e Cosme (2009) também coletaram dados para
sua investigação junto a outros indivíduos (alunos, coordenadores de secretarias de educação
e diretores de escola), porém esses não se constituíram em sujeitos da pesquisa, servindo os
dados coletados apenas como informações secundárias para a investigação.
Essas pesquisas investigaram de três a treze docentes, predominantemente
pertencentes à rede pública municipal e estadual de ensino, incluindo outras duas pesquisas
que também investigaram professores da rede particular: Schneider (2005), em uma escola
particular confessional; e Azevedo (2009), em uma universidade com programa de
atendimento aos adultos com defasagem de escolaridade.
Esses professores investigados lecionavam a disciplina de Matemática na EJA, em
sua maioria, no Ensino Fundamental, principalmente nos anos finais, não sendo constatado o
nível de ensino em que atuavam os professores pesquisados nos estudos de Corôa (2006),
Santos (2008), Alves (2004), Gils (2010) e Cosme (2009).
T., 2008; SANTOS, 2008; NOGUEIRA, 2010), apresentamos um resumo das considerações
desses estudos conforme a organização dos mesmos em relação à convergência entre eles.
Sobre a atuação de professores na EJA:
A pesquisa de Migliorança (2004) concluiu que a falta de formação específica
para lecionar Matemática na EJA e as dificuldades encontradas no ambiente de trabalho
influenciaram a atuação docente dos professores pesquisados. Entretanto, ainda que a
instituição em que trabalhavam não tivesse lhes dado apoio, quando tiveram disponibilidade
para analisar a própria prática, investiram na superação das dificuldades e procuraram novos
caminhos, reforçando, para esses professores, a ideia da docência como um percurso solitário.
Em Azevedo (2009), os professores participantes de sua pesquisa revelaram
quanto se perceberam inexperientes ao iniciar o trabalho na EJA, e que passaram a gostar
dessa modalidade à medida que adquiriram confiança, revelando como sentimentos de medo,
insegurança e ansiedade podem se transformar em satisfação, alegria e esperança. Esses
professores revelaram ainda o papel da afetividade na atuação docente em Matemática na EJA
e o quanto perceberam a importância de ser docente nessa modalidade.
Sobre os saberes docentes construídos por professores na prática docente na EJA:
O estudo de Schneider (2005) chegou à conclusão que nas ações dos professores
que investigou foi atribuída grande importância aos objetivos relacionados à aprendizagem
matemática dos alunos, privilegiando em suas reflexões as problemáticas relativas a esse
aspecto; e que os dilemas práticos se referiram tanto a questões de didática geral, quanto a
questões sobre o manejo dos conteúdos matemáticos específicos pelos professores, revelando
que ambos os aspectos foram considerados relevantes em suas reflexões e configuraram
espaços privilegiados nas problemáticas remetidas às suas práticas docentes.
A pesquisa de Corôa (2006) compreendeu que os professores pesquisados
desenvolveram um saber sobre seus alunos da EJA ao buscarem meios de adequar seu
trabalho às necessidades dos mesmos, e também desenvolveram um saber sobre os conteúdos
matemáticos a se ensinar na EJA, não se restringindo ao básico, mas a uma abordagem de
maneira diferenciada que pudesse garantir aos seus alunos uma leitura de mundo,
demonstrando também o desenvolvimento do saber pedagógico sobre esses conteúdos a partir
de reflexões sobre sua prática docente com vistas a melhorar o aprendizado dos alunos.
Sobre o trabalho docente frente a certas questões do processo educacional na EJA:
O estudo de Rodrigues, T. (2008) apontou que foram observadas várias práticas
docentes inclusivas no trabalho com alunos da EJA com deficiência, mas que também se
verificou práticas de integração baseadas em preparar esse aluno para que ele pudesse se
185
espaços de formação docente mais voltados para essa modalidade, seja inicial ou continuada.
Essa ausência de formação específica não somente é reconhecida pelas pesquisas
aqui analisadas, como algumas delas ainda ressaltam que os professores investigados estariam
insatisfeitos e reclamando dos conhecimentos recebidos em sua formação docente para
ensinar na EJA, a ponto de reivindicarem uma formação capaz de melhor prepará-los para o
trabalho pedagógico nessa modalidade (CORÔA, 2006; ALVES, 2004; LOPES, 2009).
Aspecto similar foi observado no estado da arte de Freitas (2013, p. 289),
destacando a “ampla defesa de uma formação específica para o professor que atua em EJA”; e
também no estado da arte organizado por Haddad (2002, p. 27), afirmando haver “uma quase
unanimidade na constatação da necessidade de uma preparação específica dos professores que
atuam em EJA, balizada em exemplos de experiências pesquisadas ou na comprovação das
precariedades dos trabalhos dos professores onde esta formação não ocorre”.
Entre outras constatações levantadas nessas pesquisas, podemos destacar ainda:
a) o trabalho docente na EJA não se constitui em uma opção, mas num
ajustamento da situação profissional (LOPES, 2009), embora, em alguns casos,
o professor prefira trabalhar na EJA a trabalhar no ensino regular, afirmando
que, mesmo com as dificuldades dos seus alunos, o trabalho se desenvolve
melhor nessa modalidade (AZEVEDO, 2009; LOPES, 2009);
b) as inúmeras dificuldades no ambiente de trabalho influenciam decisivamente a
atuação dos professores na EJA (MIGLIORANÇA, 2004);
c) o fato de os professores, mesmo reconhecendo a necessidade de um trabalho
pedagógico diferenciado na EJA, não conseguirem desenvolver suas atividades
docentes de acordo com essa perspectiva (SANTOS, 2008; NOGUEIRA, 2010;
LOPES, 2009; GILS, 2010; PEGGION, 2006);
d) a falta de suporte aos documentos, pesquisas e materiais produzidos sobre o
ensino de Matemática na EJA por parte dos professores (LOPES, 2009);
e) a visão compensatória de EJA, de oportunidade para suprir o tempo perdido,
uma espécie de ensino regular noturno devido a constância de adolescentes que
poderiam estar no ensino regular, provocando a insatisfação de professores e
alunos, e até a desistência do aluno mais velho e interessado (LOPES, 2009);
f) as dificuldades dos professores em desenvolver suas atividades docentes tanto
no atendimento às especificidades da EJA quanto às peculiaridades da
Educação Inclusiva, diante da presença, cada vez mais constante, de jovens e
adultos com deficiência, que, em muitos casos, tomam os bancos escolares pela
189
de trabalho para a EJA, trazendo uma nova lógica para as práticas docentes nessa modalidade,
pois permite um afastamento da postura tradicional, onde são as intenções curriculares que
orientam a prática e a formação docente, e são essas, por sua vez, que condicionam os saberes
dos alunos (SANTOS, 2008; GILS, 2010).
Ao mesmo tempo, se recomenda aos professores que ensinam Matemática na EJA
a continuidade de estudos, a reflexão constante sobre a própria prática docente e o
aperfeiçoamento do seu trabalho pedagógico por meio da reflexão junto a outros professores
(PEGGION, 2006), além do desenvolvimento de atividades de ensino não apenas
contextualizadas, mas também, ricas culturalmente e mais dialógicas (GILS, 2010).
Por fim, sugere-se que para trabalhar na EJA toda a comunidade escolar receba
uma boa formação e esteja comprometida com essa modalidade, e que o trabalho seja feito a
partir de reflexões coletivas entre professores, alunos e demais integrantes da comunidade
escolar (CORÔA, 2006), estimulando a solidariedade entre os mesmos e investindo na
constituição de um ambiente em que todos estejam comprometidos com o destino dos seus
alunos (MIGLIORANÇA, 2004).
Em relação à pesquisa em Educação Matemática de Jovens e Adultos
As pesquisas concernentes ao tema “Formação/Atuação de Professores” ressaltam
a extrema relevância da constituição de investigações sobre a prática e a formação de
professores na área de Matemática que atuam na EJA, pois focalizam a figura do professor
compreendendo-o como responsável pelo processo de ensino-aprendizagem de jovens e
adultos que buscam se inserir ou se reinserir no contexto escolar.
Além disso, se por um lado, exercem o papel de denúncia, revelando os problemas
e fragilidades da formação de professores para a EJA, por outro, reforçam e reafirmam
posicionamentos reconhecidos por estudos no campo da formação docente, e principalmente,
revelam novos elementos para esse campo, especialmente sobre a formação específica de
professores na área de Matemática para atuar na EJA, contribuindo por colocar esse assunto
na pauta de preocupações e reivindicações educacionais.
Isso inclui criar espaços na formação inicial e continuada para discussão e
reflexão sobre os resultados dessas pesquisas, e constituir núcleos e grupos de estudo e de
investigação sobre a formação docente nas instituições formadoras de professores, que pode,
inclusive, nas palavras de Machado (2008, p. 171), “auxiliar na formação dos próprios
professores universitários, que, em sua maioria, também não possuem elementos suficientes
para formar os professores que atuarão na educação básica com jovens e adultos”.
Não apenas concordamos com essa situação, mas também nos incluímos, atuando
192
como formadores de professores na área de Matemática para lecionar, entre outras realidades
educacionais, na EJA, sem que tivéssemos qualquer formação em relação a essa modalidade,
a não ser o interesse particular de compreendê-la com suas peculiaridades através de estudos e
do desenvolvimento de pesquisas, como nossa dissertação e esta tese, tendo como propósito
contribuir com a nossa própria formação e com a formação dos nossos alunos licenciandos.
Nessa perspectiva, ainda que reconhecendo a tímida quantidade de investigações
tratando da formação de professores entre as pesquisas em Educação Matemática de Jovens e
Adultos, relativas ao período de 2001 a 2010, com apenas seis estudos, envolvendo
especificamente os subtemas “formação inicial e/ou continuada” e “relações e implicações
entre a formação do professor e a sua prática pedagógica”, suscitamos, com base nesses
estudos, algumas possíveis indagações e questionamentos para futuras investigações no
fomento à consolidação e à melhoria da formação docente para a EJA:
Como tem sido discutida a EJA no âmbito das licenciaturas de Matemática e nos
cursos de Pedagogia? Que concepções de EJA e de Educação Matemática para a EJA tem o
formador de professores? A relação entre teoria e prática na formação de professores na área
de Matemática tem avançado só na teoria ou também na prática? Como oportunizar espaços
educativos para a formação do professor na área de Matemática, em que pesquisadores da
área e professores possam trabalhar de forma colaborativa? Quais as soluções para o problema
da falta de formação em serviço ou formação continuada no ambiente escolar? Qual o papel
da Educação Matemática nos espaços de formação docente para a EJA? Qual o perfil de
professor na área de Matemática para atuar na EJA? Que saberes e conhecimentos
profissionais do professor têm sido fomentados na formação inicial e continuada para atuar na
EJA? Que conhecimentos e práticas devem ser desenvolvidos nos cursos de licenciatura e de
formação continuada sobre a juventude e a vida adulta, sobre os seus modos de aprender,
sobre a sua cultura e os seus modos de viver?
Na busca de respostas sistematizadas, através da pesquisa, para esses e tantos
outros questionamentos, sugerimos às futuras investigações a realização de mapeamento e
análise de teses e dissertações (AZEVEDO, 2009; PEGGION, 2006) para uma avaliação
crítica sobre o que já foi produzido sobre o tema da formação de professores na área de
Matemática para atuar na EJA, e para a identificação dos avanços teóricos desse tema.
Também indicamos às futuras pesquisas, a tentativa desafiadora de constituírem
um referencial teórico consistente na definição de considerações mais específicas em relação
à formação do professor na área de Matemática para a EJA, principalmente por se observar,
de forma geral, a diversidade de referenciais teóricos abordados nas pesquisas pertinentes ao
193
parte delas não destacou seus autores, e as que apresentaram, se apoiaram, principalmente em:
Ludke e André; Bardin; Bogdan e Biklen; Marli André; e Alves-Mazzotti e Gewandsznajder.
Nessas pesquisas foram citados ainda autores que deram suporte à metodologia
até então não referenciados por esses estudos: Angel Pérez Gómez (JESUS, 2005); Martins e
Bicudo (BARRETO, 2005); Rosália Aragão, e Connelly e Clandinin (RODRIGUES, 2006);
Imbke Behnken (SILVA, F., 2007); Laville e Dione (LIMA, 2007); Green, Nixon e Zaharlick
(FERREIRA, 2009); Costa Val, e Heraldo Vianna (SIMÕES, 2010).
No que diz respeito aos sujeitos investigados, constatamos que todas as pesquisas
relativas ao tema “Práticas Matemáticas de Estudantes da EJA” centraram-se no aluno, sendo
que algumas delas focaram ainda as professoras desses alunos (MELO, 2004; RODRIGUES,
2006; FONSECA, 2008; VALVERDE, 2006; FARIA, 2007; SIMÕES, 2010). Além disso,
Rodrigues (2006) também teve como interlocutores os funcionários da escola que pesquisou.
Em relação aos níveis de ensino investigados por essas pesquisas, observamos que
a maioria delas voltou-se aos anos finais do Ensino Fundamental. E quanto aos demais níveis,
encontramos seis estudos na alfabetização ou anos iniciais do Ensino Fundamental (RUBIN,
2003; BARRETO, 2005; FONSECA, 2008; CARDOSO, 2002; CABRAL, 2007; SOUZA,
2008), e cinco no Ensino Médio (MOTTA FILHO, 2006; MAZZANTI, 2008; PEREIRA,
2010; SILVA, F., 2007; FERREIRA, 2009).
No artigo de Fiorentini e Sader (1999) os resultados foram inversos ao que
encontramos nessa análise, sendo que as pesquisas que examinaram se desenvolveram
especialmente nas séries iniciais do Ensino Fundamental, com onze estudos do total de
dezenove, e quatro pesquisas somente nos anos finais do Ensino Fundamental.
As pesquisas alusivas ao tema “Práticas Matemáticas de Estudantes da EJA”
foram realizadas basicamente em escolas da rede pública de ensino, sendo desenvolvidas
ainda em instituto federal com atendimento ao PROEJA (PEREIRA, 2010), dentro de
empresa parceira do programa de educação do SESI (MELO, 2004), em organização
comunitária (BARRETO, 2005), e em projetos especiais de atendimento à EJA fomentados
por universidades pública (FONSECA, 2001; LIMA, 2007) e privada (SOUZA, 2008).
Sobre os locais em que se desenvolveram essas pesquisas, destacamos os estudos
realizados na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) com programa de
educação profissional na EJA (RUBIN, 2003), em escola de atendimento exclusivo à EJA
(SILVA, E. A., 2007; VALVERDE, 2006), e no Projeto de Ensino Fundamental de Jovens e
Adultos do Centro Pedagógico da UFMG (FONSECA, 2001; LIMA, 2007).
Essa diversidade de contextos retoma, de certa forma, o momento histórico em
203
que a EJA era concebida como educação de base ou comunitária, promovida através da
iniciativa de igrejas, associações de moradores, organizações de base, e entidades privadas.
Entre outras constatações em relação a essas pesquisas, podemos mencionar
também, a realização de parte desses estudos envolvendo o período noturno (JESUS, 2005;
BASTOS, 2007; SILVA, T., 2007; SILVA, F., 2007; CARDOSO, 2002; SANTOS, 2010;
CABRAL, 2007; FARIA, 2007; LIMA, 2007; SCHNEIDER, 2010; SIMÕES, 2010)45; e o
desenvolvimento de algumas delas, principalmente as relativas aos dois primeiros subtemas,
com base em experiências/intervenções de ensino executadas pelo próprio pesquisador, tendo,
em certos casos, realizado sua pesquisa na própria turma em que atuava como professor.
Quanto à realização das pesquisas envolvendo escolas com oferta da modalidade
EJA no período noturno, a história da educação brasileira demonstra como a educação de
pessoas jovens e adultas sempre esteve associada ao ensino noturno, destacando-se a criação
de escolas noturnas, em 1920, exatamente com a finalidade de alfabetizar jovens e adultos, e
assim, amenizar os índices de analfabetismo da população brasileira na época.
Sobre essa última constatação, ressalta-se que isso também foi observado no
estado da arte de Freitas (2013), destacando que os artigos que analisou sobre práticas
pedagógicas de Matemática na EJA se constituíram, em sua maioria, de relatos feitos pelos
pesquisadores/autores dos artigos retratando e discutindo suas próprias experiências como
responsáveis por essas práticas, realizadas em turmas de EJA ou em projetos educacionais.
Outra observação mais pontual refere-se ao fato de os estudos relativos ao
subtema “construção/formação de conceitos e estratégias a partir de práticas pedagógicas em
aulas e/ou em intervenções educacionais” terem acontecido quase que predominantemente no
Estado de São Paulo, sendo a exceção o estudo de Pereira (2010).
45
É possível que outras pesquisas relativas ao tema “Práticas Matemáticas de Estudantes da EJA” também
tenham envolvido o período noturno da EJA, porém as pesquisas aqui descritas foram as que evidenciaram isso.
204
subtema em que foram reunidas, optamos por sintetizar suas principais considerações em
consonância com sua organização por subtema.
Tratando inicialmente dos estudos relacionados ao subtema “construção/formação
de conceitos e estratégias a partir de práticas pedagógicas em aulas e/ou em intervenções
educacionais”, observamos a singularidade entre suas considerações, sem relações entre si, de
um estudo para o outro, as quais apresentamos de modo resumido.
A pesquisa de Jesus (2005) concluiu que as atividades orientadoras de ensino, por
estarem em consonância com o objeto de aprendizagem dos alunos pesquisados e por
coincidirem com os seus motivos de aprendizagem, permitiram que as tarefas em sala de aula
não se tornassem para eles, práticas escolares para satisfazer uma necessidade do professor ou
uma exigência da escola, mas possibilitaram a ascensão do conhecimento que possuíam em
relação à operação de divisão e à resolução de problemas, do nível do pensamento empírico
para o teórico, contribuindo para a superação da dicotomia entre saber popular e saber escolar.
Em seu estudo, Motta Filho (2006) considerou que, embora as situações-problema
propostas fossem, presumivelmente, bastante simples para alunos que estavam iniciando o
Ensino Médio, a falta de domínio de alguns conceitos e procedimentos básicos se revelou,
evidenciando, mesmo entre esses alunos, dificuldades no domínio das quatro operações.
Destacou ainda que ficou clara a possibilidade de esses alunos resolverem problemas
mentalmente e buscarem alguma forma de registrar “convencionalmente” seus resultados.
Bastos (2007) constatou que, tanto em relação aos aspectos conceituais como em
relação aos aspectos procedimentais, as dificuldades reveladas pelos alunos pesquisados
foram muito grandes, e que, de modo geral, eles não tinham conhecimentos suficientes dos
tópicos de Matemática Financeira que lhes permitissem enfrentar situações do cotidiano,
mesmo as que envolviam conceitos ou procedimentos elementares. Porém, com a intervenção
de ensino realizada, os conteúdos apontados como problemáticos passaram a atender de
maneira adequada aos anseios desses alunos jovens e adultos.
Na pesquisa de Mazzanti (2008) observou-se que o interesse em aprender
determinados tópicos referentes aos cálculos trabalhistas foi bastante homogêneo em relação
aos alunos da EJA estudados, tendo, os mesmos, alcançado um bom desempenho na resolução
das situações-problema propostas, embora tivessem apresentado algumas dificuldades de:
interpretação dos enunciados das situações-problema sobre descontos obrigatórios; manuseio
da calculadora com números decimais; e uso dos conceitos de regra de três e porcentagem.
No estudo de Mattara (2010) chegou-se à conclusão que os alunos pesquisados
aprenderam com a interação dialógica e reflexiva que ocorreu entre os companheiros de sala e
205
com o professor, e que a aprendizagem escolar de Matemática com significado foi possível a
partir da contextualização dos conhecimentos cotidianos e da valorização dos conhecimentos
informais que os alunos trouxeram consigo para a sala de aula.
Entre as considerações suscitadas por Pereira (2010), percebeu-se que as
dificuldades encontradas na compreensão dos conteúdos de Geometria Plana pelos alunos
pesquisados refletiram-se na interpretação de textos matemáticos ao resolverem problemas e
exercícios, e no entendimento do texto em linguagem natural quando tentavam traduzi-lo para
a linguagem matemática. Observou-se ainda, que houve, por parte desses alunos, uma
insatisfação por não conseguirem resolver as questões propostas pelo professor, se culpando
por essas suas “dificuldades”, e quando conseguiram solucioná-las, a resposta era dada por
meio da linguagem pictórica, representada pela figura geométrica.
No tocante às pesquisas relacionadas ao subtema “relações entre os procedimentos
didático-metodológicos e o desempenho/aprendizagem de alunos em intervenções de ensino”,
constatamos o destaque em suas considerações aos resultados alcançados a partir das
atividades e intervenções de ensino investigadas.
Rubin (2003) evidenciou que os participantes do seu estudo obtiveram evolução
significativa nos conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática relativos às séries iniciais do
Ensino Fundamental, comprovando que os jovens e adultos com deficiência mental
pesquisados apresentaram potencial para a aquisição de conceitos relacionados à leitura, à
escrita e à Matemática, ou seja, à alfabetização.
Silva, E. A. (2007) destacou que a intervenção de ensino analisada mostrou-se um
bom caminho para o conhecimento da Álgebra, pois os alunos tiveram avanços significativos
no trato dos conceitos algébricos (incógnita, variável e equação do 1º grau) aplicados nas
situações-problema. Quanto ao desempenho desses alunos, ressaltou que após a intervenção
de ensino e, consequentemente, no pós-teste, apresentaram um desempenho satisfatório e
superior em relação ao pré-teste, sendo que o crescimento individual se apresentou de forma
significativa para praticamente todos eles.
Silva, T. (2007) salientou que a sequência didática analisada colaborou para que
os alunos superassem alguns entraves na aprendizagem dos números racionais, passando a
participar ativamente da formação do conceito do número racional, superando algumas
hipóteses que os levaram a identificar os racionais e os naturais, compreendendo a relação
entre números positivos e medida, conseguindo relacionar números racionais na representação
fracionária e na decimal, e chegando à solução de algumas questões sobre operações de
adição e subtração, sem a utilização do mínimo múltiplo comum. Também observou que a
206
sequência didática permitiu que os alunos percebessem que os números racionais são
importantes na compreensão de diversas situações, embora não tivessem conseguido
relacionar seus conhecimentos prévios com os conceitos de número racionais.
Em relação aos estudos concernentes ao subtema “cotidiano escolar e do processo
de ensino-aprendizagem de Matemática em sala de aula”, verificamos considerações
interessantes envolvendo as especificidades da EJA e também sobre alguns aspectos
pertinentes ao processo de ensino-aprendizagem de Matemática nessa modalidade.
A pesquisa de Melo (2004) observou que a professora pesquisada desenvolveu
três grandes estratégias de ensino no atendimento aos seus alunos, associadas às interações
didáticas e às escolhas dos materiais educativos: a exposição dialogada, a problematização
cooperativa e a atividade individual; fazendo emergir outras estratégias decorrentes dessas: a
pesquisa, o respeito aos limites de cada aluno, a valorização dos saberes advindos das
experiências, o incentivo à criatividade e ao pensar em voz alta, o diálogo, a mediação entre
professor/alunos e alunos/alunos, e a reflexão do aluno sobre o seu próprio pensar.
Barreto (2005) destacou como consideração, que o tempo vivido pelas alunas
pesquisadas, lançadas ao destino da compreensão e da interpretação das compreensões de
ideias no campo da Matemática, explicitou modos de disposição presentes em suas
possibilidades de antecipação do futuro, compreendendo-se e projetando-se. Além disso,
acrescentou que por mais que essas alunas quisessem se alfabetizar, no sentido de abrir portas
para saber tudo, não percebiam o conhecimento da linguagem matemática e outras formas de
linguagem como constitutivas do processo de alfabetização.
Rodrigues (2006) fez diversas constatações, boa parte delas denunciando alguns
dos problemas ocorridos no contexto da EJA. Dessa forma, destacou que na escola pesquisada
não foi observado espaço nem disponibilidade pedagógica para que os professores
dialogassem e desenvolvessem estudos sobre a EJA, sendo notável a concepção dessa
modalidade como um programa de educação em plano secundário. Constatou que o
desconhecimento dos alunos imobilizou os professores de Matemática quanto aos conteúdos
explorados, uma vez que não possibilitou abordagens de ensino que implicassem correlações
com as ocupações de trabalho dos mesmos ou com sua vida cotidiana e cidadã, sendo os
temas das aulas tratados de modo descontextualizado, mecânico e repetitivo, predominando a
simplificação de conceitos e processos para ‘não complicar’ o aprendizado dos alunos. Além
disso, verificou que os professores demonstraram desacreditar na EJA, e os que depositavam
créditos de confiança nessa modalidade, não se encontravam devidamente apoiados e
preparados, manifestando desconforto em lidar com as discrepâncias de idade, constituindo a
207
leitura e de escrita em sala de aula não se restringiu à sua dimensão técnica, e que os modos
de os alunos significarem as/e participarem das práticas escolares foram condicionados pelas
maneiras como se apropriaram das formas de usar a linguagem, que foram características
dessas práticas, as quais envolveram conhecimentos, valores e estratégias específicas.
Sobre a percepção de singularidades entre os sujeitos da EJA, identificadas em
práticas de numeramento:
Souza (2008) concluiu que na mobilização e constituição das práticas de
numeramento, as condutas de mulheres e homens nessas práticas mostram que o espaço
escolar é um espaço de produção de identidades hegemônicas de gênero e de práticas
matemáticas femininas e práticas matemáticas masculinas, também tornadas hegemônicas em
nossa sociedade, tendo em vista a produção discursiva da razão como posse do homem e da
“desrazão” como inerente à condição feminina.
Schneider (2010) chegou à conclusão de que nas práticas de numeramento se
configuram relações geracionais, mobilizando posições discursivas que produzem lugares de
jovem e lugares de adulto na escola de EJA, ao mesmo tempo em que se produzem nesses
lugares, lugares de inclusão ou de exclusão devido às posições de relativo sucesso e fracasso
dos jovens e adultos na escola de EJA, resultado da influência das fases de vida desses
sujeitos nos modos de se relacionarem com a Matemática no cotidiano e na escola.
2007; LIMA, 2007; SIMÕES, 2010); e considerar os educandos com suas características
individuais (RUBIN, 2003), com suas concepções e demandas, crenças e desconfianças,
objetivos e razões, expectativas e desejos (FERREIRA, 2009).
Em consonância com essas necessidades, essas pesquisas elucidam diversas
recomendações voltadas às práticas educativas de Matemática na EJA, algumas amplamente
conhecidas e outras menos discutidas, mas que juntas, constituem-se em significativas
práticas ou atividades para o melhor desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de
Matemática nessa modalidade e, consequentemente, para a ampliação das possibilidades de
conquistas dos jovens e adultos que acorrem aos bancos escolares cheios de sonhos e desejos.
De modo mais específico quanto ao ensino de Matemática, as pesquisas sugerem
a proposição de exercícios ou de situações-problemas que se constituam atividades e questões
problemáticas para os alunos (JESUS, 2005), envolvendo situações típicas do cotidiano
vivenciado por eles (MATTARA, 2010; SILVA, E. A., 2007); e que se valorizem suas
estratégias pessoais e seus procedimentos de resolução desses exercícios e situações-problema
(MOTTA FILHO, 2006), buscando interpretar e analisar suas estratégias de resolução, na
comparação com outras estratégias, na discussão de diferentes pontos de vista e de diferentes
maneiras de solucionar esses exercícios e situações-problema (MATTARA, 2010).
Diante disso, acredita-se ser importante o professor estimular seus alunos a
pensarem, em voz alta, sobre o seu próprio pensar (MELO, 2004), ou oportunizar que façam e
falem de Matemática, explicando suas ideias e mesmo representando-as (MATTARA, 2010).
Isso é decorrente da necessidade de se reconhecer e valorizar os modos de
conhecer e de “matematicar” dos alunos jovens e adultos, propondo-se a compreender o
sentido que atribuem aos conceitos e procedimentos da Matemática escolar (FERREIRA,
2009), principalmente pela complexidade dos modos como processam as relações entre os
conhecimentos matemáticos cotidianos e os escolares (CABRAL, 2007).
O desafio proposto é, portanto, não apenas de identificar os valores, os
conhecimentos e os modos que conformam as posições assumidas por esses alunos na
construção de seus conhecimentos, mas também de colocá-los em debate (SIMÕES, 2010).
No ensino dos conteúdos matemáticos na EJA, as pesquisas recomendam que os
mesmos sejam abordados: de forma contextualizada, a partir da vivência e dos interesses dos
alunos, permitindo que atribuam significados e percebam sua importância (BASTOS, 2007;
MAZZANTI, 2008; MATTARA, 2010); por meio de atividades interativas, capazes de se
tornarem instrumentos ideais que facilitam a aprendizagem dos alunos (MATTARA, 2010);
por meio de atividades orientadoras de ensino, reconhecidas como uma possibilidade de
212
na escola uma via para sua (re)inclusão social, venham a ser (re)excluídos da escola e, por
conseguinte, dos contextos socioculturais (RODRIGUES, 2006).
Em relação à pesquisa em Educação Matemática de Jovens e Adultos
As pesquisas atinentes ao tema “Práticas Matemáticas de Estudantes da EJA” se
constituem como possibilidades para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem de
Matemática na EJA, assim como para a realização de novos estudos, capazes de contribuir
não apenas com o campo da pesquisa em si, mas também com a instituição de novos
conhecimentos direcionados aos professores de Matemática no seu trabalho docente na EJA.
Nesse contexto, por si só, bastaria ressaltar a abrangência dessas pesquisas quanto
aos seus variados focos de investigação, e o fomento à continuidade das mesmas através da
realização de novos estudos de aprofundamento aos aspectos abordados por elas, o que
ocasionaria a consolidação de alguns desses aspectos e também levaria à produção de novos
elementos convenientes, tanto às práticas educativas quanto à pesquisa.
Considerando algumas questões particulares fomentadas pelas pesquisas
analisadas, encontramos o destaque para temas emergentes de investigação, como no caso das
práticas de numeramento, primordialmente pela influência dos estudos realizados quanto ao
subtema “práticas de numeramento mobilizadas e constituídas em sala de aula e/ou em
atividades educacionais”. E também a ocorrência de temas carentes de estudo, como sugere a
recomendação de Rubin (2003) para que nas pesquisas em Educação Matemática de Jovens e
Adultos sejam incluídas investigações sobre os jovens e adultos com deficiência, de forma
que subsidiem estratégias facilitadoras para a aprendizagem matemática dessas pessoas.
Entre outros assuntos singulares relativos à EJA, essas pesquisas suscitam a
realização de estudos tratando, por exemplo, das relações de gênero (SOUZA, 2008), e das
relações geracionais entre jovens e adultos (SCHNEIDER, 2010).
Em relação à pertinência desses estudos, a razão para serem realizados e
aprofundados respalda-se na presença constante de mulheres nos bancos escolares, que
retomam a escolarização na EJA após serem subjugadas, durante algum tempo, sem direito à
educação pelas suas “responsabilidades” com os afazeres domésticos e os cuidados com a
família, e de que a escola não seria para elas (SOUZA, 2008); e também sobre a participação
constante de jovens, e mesmo de adolescentes na EJA, influenciando as práticas escolares e a
configuração dessa modalidade previamente concebida para adultos (SCHNEIDER; 2010).
Sobre a presença de adolescentes em classes da EJA, vale lembrar que, nos anos
de 1940, foram criadas no Brasil algumas campanhas educacionais, como a CEAA, que
tinham como propósito não apenas a alfabetização de adultos, mas também de adolescentes. A
215
diferença dessa época para os dias atuais remete ao fato de que, atualmente, observam-se
adolescentes frequentando salas de aula da EJA com idade compatível para cursar o ensino
regular, e em alguns casos, inclusive, com idade fora da regulamentada para estudar na EJA.
A exemplo da proposição desses estudos, sugere-se ainda a realização de
pesquisas tratando sobre os adultos da terceira idade, principalmente por se compreender cada
vez mais sua presença nas salas de aula, algo que tem acontecido em função de sua
participação mais ativa no contexto socioeconômico, e pelos seus interesses distintos em
relação aos demais grupos que compõem a clientela da EJA (BARRETO, 2003).
Na mesma perspectiva adotada para a proposição desses estudos, temos também a
relevância de se realizar pesquisas voltadas à discussão e à compreensão sobre até que ponto a
escola tem atendido aos anseios e projetos dos educandos da EJA (BARRETO, 2005).
Na discussão sobre as práticas educativas em Matemática na EJA, cabe salientar
novamente a importância das pesquisas em Educação Matemática de Jovens e Adultos,
especialmente sobre os temas de estudo enfocados por cada um dos subtemas relativos ao
tema “Práticas Matemáticas de Estudantes da EJA”, tratando desde a construção de conceitos
e estratégias matemáticas por alunos jovens e adultos, até a convivência desses no cotidiano
educacional, dentro ou fora da escola, incluindo as relações estabelecidas e os conhecimentos
que permeiam o processo de ensino-aprendizagem de Matemática na EJA.
Com base nos procedimentos metodológicos das pesquisas relativas ao tema
“Práticas Matemáticas de Estudantes da EJA”, principalmente pela diversidade de técnicas e
instrumentos de produção e coleta de dados que utilizaram, e por parte dessas pesquisas terem
descrito seus processos de organização e análise dos dados, destacaríamos como proposição
às futuras pesquisas sobre esse tema a assunção dessa mesma prática metodológica.
Por outro lado, a considerar a ausência de bases teóricas de suporte à metodologia
de investigação na maioria dessas pesquisas, e principalmente o fato de algumas delas terem
se assemelhado a relatos de experiências das práticas educativas investigadas, caso mais
comum entre as pesquisas relacionadas aos dois primeiros subtemas, recomendaríamos às
pesquisas futuras seguir os preceitos da metodologia científica, ancorando-se em autores da
área, e se apropriarem dos procedimentos de sistematização e análise das informações,
procedendo no relato de suas pesquisas a descrever tais procedimentos.
216
de ensino”, o estudo de Silva, J. S. (2006) teve como suporte teórico Ausubel e suas teorias
sobre a aprendizagem significativa.
Na análise da metodologia de investigação das pesquisas concernentes ao tema
“Psicologia da Educação Matemática”, concluímos que, ao contrário dos demais estudos
constituídos em nosso material de análise, que adotaram essencialmente a abordagem da
investigação qualitativa, mais da metade dessas pesquisas foi realizada com base nos
pressupostos da investigação quanti-qualitativa, e mesmo quantitativa, de análise estatística
(NOBRE, 2007; ALBUQUERQUE, 2010). Isso, graças aos estudos reunidos no subtema
“desempenho e habilidades na resolução de problemas e em atividades matemáticas”.
A abordagem qualitativa foi empregada nas pesquisas de Silva, J. S. (2006),
Toledo (2003), Franco (2004), Henao (2006) e Araújo (2007), com os estudos de Azevedo
(2002), Pimenta (2003), Santos (2004) e Vizolli (2006) também de enfoque qualitativo,
embora não tivessem expressado claramente sua opção metodológica.
Na apreciação dos instrumentos ou técnicas de produção e coleta de dados das
pesquisas referentes ao tema “Psicologia da Educação Matemática”, verificamos o destaque
para o emprego da observação com registro em diário de campo durante a aplicação e
desenvolvimento das atividades de resolução de problemas (AZEVEDO, 2002; TOLEDO,
2003; FRANCO, 2004; SANTOS, 2004; HENAO, 2006; GOMES, M., 2007; ALMEIDA,
2008; SILVA, V., 2006; BARROS, 2008; DANTAS, 2010; LIMA, I., 2010), e também a
análise dessas atividades resolvidas pelos sujeitos que participaram dos estudos (PIMENTA,
2003; TOLEDO, 2003; FRANCO, 2004; HENAO, 2006; VIZOLLI, 2006; ARAÚJO, 2007;
ALMEIDA, 2008; NOBRE, 2007; BARROS, 2008; QUEIROZ, 2010).
Além desses instrumentos ou técnicas, observamos a utilização de entrevistas
semiestruturadas (PIMENTA, 2003; TOLEDO, 2003; FRANCO, 2004; SANTOS, 2004;
HENAO, 2006; VIZOLLI, 2006; SILVA, V., 2006), questionários (HENAO, 2006;
BARROS, 2008), e entrevistas pautadas no método clínico de Piaget (ARAÚJO, 2007;
GOMES, M., 2007; NOBRE, 2007; LIMA, I., 2010).
Outro instrumento empregado por essas pesquisas, principalmente entre as que
fazem parte do subtema “desempenho e habilidades na resolução de problemas e em
atividades matemáticas”, foi a aplicação de testes para os sujeitos das pesquisas responderem
(PIMENTA, 2003; LIMA, R., 2010; VIANNA, 2006; NOBRE, 2007; ALBUQUERQUE,
2010; DANTAS, 2010; LIMA, I.; 2010).
O estudo de Silva, J. S. (2006), correspondente ao subtema “proposta
psicopedagógica de ensino”, não empregou qualquer tipo de instrumento de produção e coleta
222
de dados, obtendo seus dados através de conversas informais com trabalhadores da construção
civil, com o intuito de levantar seus saberes profissionais para a elaboração de sua proposta de
ensino da Matemática para a EJA. Por conseguinte, não envolveu a análise de dados, e nem se
apoiou em autores para sustentar seus procedimentos metodológicos.
Quanto aos procedimentos de análise de dados dos estudos relacionados ao
subtema “construção/desenvolvimento de conceitos e estratégias ante a resolução de
problemas e atividades matemáticas”, constatamos que basicamente procederam à análise das
resoluções de problemas pelos sujeitos pesquisados, combinando com a análise de suas
respostas para outros instrumentos de coleta de dados ou da análise da observação dos
episódios de resolução, tendo em vista o quadro teórico construído. Nesse caso, tivemos
ainda, entre esses estudos, alguns que estabeleceram categorias emergentes de análise
(AZEVEDO, 2002; FRANCO, 2004; SANTOS, 2004; ARAÚJO, 2007).
Entre os demais estudos desse subtema, no caso, as pesquisas de Gomes, M.
(2007), Almeida (2008) e Lima, R. (2010), tivemos que elas realizaram a análise quantitativa
do número de acertos e erros para as questões resolvidas pelos sujeitos, combinada com a
análise qualitativa de suas respostas obtidas nos demais instrumentos de coleta de dados.
Quanto às pesquisas relativas ao subtema “desempenho e habilidades na resolução
de problemas e em atividades matemáticas”, observamos que recorreram, principalmente, à
análise quantitativa do desempenho dos sujeitos na resolução de problemas, geralmente com o
emprego de técnicas estatísticas (análise multivariável, correlação, teste de homogeneidade, e
regressão), e à análise qualitativa dos protocolos dessas resoluções.
Apenas quatro dos estudos analisados neste tema destacaram seus aportes teóricos
de sustentação à sua metodologia de pesquisa, sendo citados: Fávero e Trajano (PIMENTA,
2003); Luria (FRANCO, 2004); Chizzotti (ALMEIDA, 2008); e Bampi (LIMA, I., 2010).
Em relação aos sujeitos participantes das pesquisas atinentes ao tema “Psicologia
da Educação Matemática”, observamos que, com exceção do trabalho de Silva, J. S. (2006),
que pesquisou trabalhadores da construção civil, todas essas pesquisas focaram alunos,
variando de cinco a 150 estudantes, sendo que os estudos de Pimenta (2003), Vizolli (2006) e
Almeida (2008) incluíram ainda informações coletadas junto a professores, com o estudo de
Vizolli (2006) como o único que também os considerou como sujeitos investigados.
Entre as particularidades quanto aos sujeitos da pesquisa desses estudos,
destacamos a inclusão de alunos crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de
estudantes da EJA, como sujeitos investigados nas pesquisas comparativas de Silva, V.
(2006), Nobre (2007) e Albuquerque (2010), sendo todos esses alunos oriundos de escolas
223
compreensão textual em si, mas do processo de escolarização ao qual foram submetidos, com
a aquisição de regras de procedimentos de resolução em detrimento da aquisição conceitual.
Almeida (2008) chegou à constatação que o uso diferenciado do quadro é uma
alternativa pedagógica importante, contribuindo com a comunicação entre professores e
alunos nas aulas de Matemática, e uma oportunidade de se conhecer como os alunos lidam
com os registros de representações semióticas melhor do que só pela análise de seu produto,
favorecendo ainda o exercício da argumentação e da crítica, relevantes para o raciocínio
matemático e para o próprio registro da solução.
Santos (2004) observou que os sujeitos investigados foram desafiados a mobilizar
recursos, tanto do cálculo relacional (mental) como do escrito (numérico), para encontrar
soluções e possíveis tomadas de decisões, e que, além disso, se utilizaram de várias relações
lógicas e estruturas interiorizadas no sistema de representações e de tratamento. Constatou
ainda, que as notações, verbalizações, gestos e expressões, e trocas de ideias, serviram de
apoio para o desenvolvimento do raciocínio; que as estratégias adotadas diferenciavam-se na
medida em que os problemas eram interpretados; e que o registro escolar foi relembrado ou
evidenciado em quase todos os problemas resolvidos.
Gomes, M. (2006) verificou que os participantes de sua pesquisa demonstraram
boa compreensão de situações nas quais o número decimal se fez presente e significativo, e
evidenciaram um excelente entendimento dos conceitos de área e de perímetro ao elaborarem
corretamente estratégias de resoluções e buscarem referência nas suas práxis. Notou ainda que
esses sujeitos desenvolveram alguns procedimentos próprios para lidar com situações
específicas, aliando ao uso de algoritmos convencionais o uso de estimativas para acompanhar
se seus resultados estavam dentro da ordem de grandeza esperada; e aplicaram os
conhecimentos sobre números decimais em situações pouco ou não familiares, evidenciando a
possibilidade de transferência e de ampliação dos conhecimentos construídos.
Nos estudos realizados nos anos finais do Ensino Fundamental, dois deles se
fixaram às observações junto aos sujeitos da pesquisa (AZEVEDO, 2002; VIZOLLI, 2006),
enquanto outro se propôs a extrapolar os resultados de sua investigação (TOLEDO, 2003):
Azevedo (2002) considerou que o trânsito pelos diferentes registros de
representação, quanto ao conceito de equação, permitiu que aos sentidos produzidos pelos
alunos pesquisados sobre o sinal de igual, fosse acrescentado o significado de sinal de igual
como relacional, indicativo de igualdade, embora, nessa abordagem, o sentido de incógnita
como valor numérico a ser determinado tivesse permanecido.
Vizolli (2006) concluiu que os sujeitos de seu estudo estabeleceram relações entre
226
os dados e as informações contidas nos enunciados dos problemas com situações do contexto
social, apoiando-se em situações não restritas ao conteúdo matemático envolvido no
problema. Concluiu ainda, que, embora esses sujeitos tivessem utilizado vários conceitos que
formam o substrato da proporção-porcentagem, lançando mão de registros de representação
semiótica mistos e numérico aritméticos, nem sempre conseguiram estabelecer relação do que
fizeram com outros conceitos matemáticos, nem conseguiram fazer uso de todos os registros
de representação semiótica necessários à compreensão da proporção-porcentagem.
Toledo (2003) chegou à constatação que existe uma estreita relação entre o uso de
estratégias metacognitivas de pensamento e o registro matemático em sujeitos jovens e
adultos pouco escolarizados, ainda que não seja possível apontar a direção causal dessa
relação; complementando que tanto as estratégias metacognitivas de registro como as formas
de registro matemático se desenvolvem de acordo com as especificidades de cada sujeito, que
fogem ao controle da escola na qual os sujeitos estão inseridos.
Nos estudos realizados em turmas da EJA envolvendo tanto o Ensino
Fundamental quanto o Ensino Médio, observamos que:
Araújo (2007) chegou à conclusão, pautado nos resultados de seu estudo, que a
complexidade envolvida no ato de resolução de problemas extrapola a questão da fluência na
leitura ou do uso ou não de certas estratégias ou conhecimentos conceituais isolados, e que a
compreensão dos enunciados dos problemas e as consequentes abordagens adequadas são
dependentes de vários fatores. Chegou à conclusão ainda, que, do ponto de vista matemático,
o tempo de escolaridade dos alunos parece não influenciar na mobilização de procedimentos
para a resolução e explicação dos problemas, sendo mais influente para essa mobilização, o
fato de os alunos utilizarem certos conhecimentos matemáticos na prática.
Por sua vez, Lima, R. (2010) observou que o nível de ensino e os anos de
escolarização mostraram-se variáveis interferentes no desempenho dos alunos pesquisados
quanto à resolução de problemas combinatórios. Verificou que, dentre esses problemas, os de
combinação e arranjo foram os que os alunos demonstraram pior desempenho, enquanto que
nos problemas de multiplicação direta, quotição e partição, o desempenho foi melhor.
Constatou ainda percentuais baixos dos alunos que usaram estratégias distintas das formais
para resolver os problemas propostos, sendo entre os alunos das séries iniciais que mais se
notou formas distintas de resolver esses problemas, concluindo que os alunos pesquisados
resistiram em usar representações não-formais para a resolução dos problemas combinatórios,
e os que assim fizeram, se utilizaram mais da listagem de possibilidades.
Enfocando as pesquisas pertinentes ao subtema “desempenho e habilidades na
227
metodologia de ensino, procure uma abordagem de conteúdos, de forma a buscar uma sintonia
indispensável entre aquilo que supostamente o aluno já conhece e o que ele precisa conhecer.
E, além disso, que tenha clareza sobre quem são seus alunos e por que precisam aprender,
para decidir o que ensinar e como fazê-lo de maneira significativa (SILVA, J. S., 2006).
Entre as contribuições mais específicas decorrentes das pesquisas relativas ao
tema “Psicologia da Educação Matemática”, salienta-se as que tratam da resolução de
problemas e dos registros de representação semiótica.
O argumento base para a discussão em torno da compreensão e das estratégias dos
educandos jovens e adultos ante a resolução de problemas parece se remeter ao fato de que o
processo de ensino-aprendizagem de Matemática na EJA deve se voltar não somente para o
domínio dos conteúdos matemáticos propriamente ditos, mas também para a formação de
cidadãos numerados, capazes de utilizar estratégias para mobilizar os recursos necessários à
solução dos problemas com os quais se defrontam (TOLEDO, 2003).
Dessa forma, as pesquisas recomendam que o professor de Matemática se atente
para as estratégias usadas pelos alunos na resolução de problemas, com a finalidade de
aproveitá-las no sentido de perceber o que mobiliza os mesmos na compreensão desses
problemas (LIMA, R., 2010); e que estimule nos estudantes o desejo de comunicar suas
estratégias e argumentos envolvidos na resolução de problemas, a fim de que desenvolvam
habilidades para expressar seu pensamento, defender suas ideias e respeitar o ponto de vista
do outro, mesmo quando divergente do seu (DANTAS, 2010).
Para isso, sugere-se ao professor que organize situações de aprendizagem
matemática, nas quais os alunos sejam convidados, constantemente, a falar sobre seus
processos de pensamento, rever os processos utilizados, confrontar suas ideias com a de
outros alunos, visualizar novos métodos de resolução, planejar e avaliar suas ações, e
mobilizar seus conhecimentos prévios acerca da situação, para enfrentá-la com consciência
dos recursos de que dispõe (TOLEDO, 2003).
Na elaboração dos problemas pelos professores para seus alunos resolverem,
recomenda-se que essa seja feita de forma a facilitar sua interpretação e que os problemas se
relacionem, preferencialmente, com os conhecimentos cotidianos dos alunos, tornando-se
uma possibilidade de compreensão mais acessível à produção do conhecimento matemático,
colaborando ainda para mudar a visão da Matemática como inacessível e sem sentido
(ALMEIDA, 2008; BARROS, 2008).
No tocante à resolução de problemas, propõe-se aos professores que instiguem
seus alunos a perceberem as relações que se estabelecem entre os dados e as informações do
231
enunciado de um problema, para que possam lançar mão de representações que lhes permitam
fazer as devidas conversões entre o registro de partida e o de chegada (VIZOLLI, 2006).
Também é importante que os professores encorajem seus alunos no uso de
representações distintas e não apenas as formais para a solução de problemas, pois elas
indicam o nível de compreensão desses alunos e qual ação deve ser tomada (LIMA, R., 2010);
e que proponham situações que permitam ao aluno conversões de registros nos dois sentidos,
do registro da língua natural para o registro numérico e a conversão do registro da língua
natural para o registro algébrico (BARROS, 2008).
Sobre os registros de representação semiótica, indica-se aos professores que
desenvolvam atividades matemáticas em sala de aula que levem em consideração a mudança
desses registros, propiciando a compreensão conceitual (VIZOLLI, 2006), e que busquem os
fundamentos e os conceitos da representação semiótica que tornam possível compreender e
analisar o que é produzido pelos alunos em sala de aula (AZEVEDO, 2002).
Além das recomendações envolvendo a resolução de problemas e os registros de
representação semiótica, as pesquisas relativas ao tema “Psicologia da Educação Matemática”
também destacam considerações pertinentes sobre números decimais, sobre o trabalho com
gráficos, e sobre a proposição de textos matemáticos na EJA.
A respeito dos números decimais, as pesquisas alertam que seu ensino precisa ser
revisto de modo a proporcionar aprendizagens significativas, sendo necessário, inclusive,
redirecionar o processo de ensino-aprendizagem de seu conceito para as distintas etapas da
Educação Básica na EJA (SILVA, V., 2006).
As pesquisas ressaltam ainda que a escola deve considerar a existência de
dificuldades a serem superadas pelos alunos jovens e adultos sobre números decimais e,
portanto, intervir no sentido de possibilitar aos mesmos a aquisição desse conceito e ampliar
suas opções de estratégias de cálculo numérico (GOMES, M., 2007).
Nesse caso, sugere-se aos professores que levantem o entendimento dos alunos
sobre número decimal antes do ensino formal desse conhecimento, no sentido de buscar
compreender como esse campo numérico se manifesta fora dos espaços escolares e que
saberes sobre o mesmo os alunos trazem consigo para a sala de aula (SILVA, V., 2006).
Em relação ao trabalho com gráficos, as pesquisas sugerem que esse seja
repensado no currículo e em sala de aula da EJA, destacando a necessidade de um trabalho
sistematizado na sala de aula, de forma articulada com os diferentes componentes
curriculares, voltado para questões fundamentais de articulação entre a interpretação e a
construção de gráficos, refletindo, sobretudo, a adequação dos dados ao tipo de gráfico a ser
232
pesquisas de Araújo (2007) e Lima, R. (2010), em que a primeira concluiu que o tempo de
escolaridade dos alunos que investigou pareceu não influenciar na mobilização de
procedimentos para a resolução e explicação dos problemas, enquanto que a segunda
observou que o nível de ensino e os anos de escolarização mostraram-se variáveis
interferentes no desempenho dos alunos pesquisados quanto à resolução de problemas
combinatórios. Ou ainda, como nos estudos de Albuquerque (2010) e Lima, I (2010), que
apresentaram resultados “distintos” quanto ao desempenho de crianças ser melhor do que o de
adultos em atividades sobre interpretação e construção de gráficos.
Em consideração aos aportes teóricos e à metodologia de investigação das
pesquisas concernentes ao tema “Psicologia da Educação Matemática”, sugeriríamos aos
novos estudos sobre esse tema apoiarem-se nessas pesquisas, buscando ainda ancorarem-se
em autores de suporte aos procedimentos metodológicos da pesquisa acadêmica e elucidarem
suas conclusões baseadas não apenas na análise quantitativa dos resultados, mas também no
fomento às possíveis razões para esses resultados.
EJA, resguardada a tarefa de melhorar as condições de vida dos educandos jovens e adultos, e
mesmo dos alunos adolescentes que têm frequentado essa modalidade de ensino.
Nessa perspectiva, chegamos à conclusão de que essas pesquisas, através dos
diversos assuntos investigados, abarcam as várias dimensões do campo educacional alusivo
ao processo de ensino-aprendizagem de Matemática na EJA, revelando ainda, com isso, certa
diversidade temática e teórico-metodológica.
As dimensões abrangidas por essas pesquisas se fazem presentes nos estudos que
se propuseram realizar sobre as concepções, significados e percepções de professores e
alunos, sobre o currículo escolar e as didáticas e metodologias de ensino de Matemática, sobre
a Etnomatemática, sobre a formação e a atuação de professores, sobre as práticas matemáticas
de estudantes da EJA e sobre a psicologia educacional, trazendo à tona a compreensão da
Educação Matemática de Jovens e Adultos na interface com outros campos da Educação, e
mais especificamente, que se relacionam com as áreas da Educação Matemática e da EJA.
Essa abrangência deriva na caracterização de um conjunto de teorias, no campo da
Educação Matemática de Jovens e Adultos, se situando praticamente em todas as áreas, a
exemplo do caráter interdisciplinar da Educação Matemática, envolvendo não só Matemática
e Educação, mas também, a filosofia, a psicologia, a sociologia, a linguagem e a pedagogia.
Desse ponto de vista, torna-se compreensível a constatação de uma diversidade de
autores referenciados pelas pesquisas no campo da Educação Matemática de Jovens e
Adultos, recorrendo-se a estudiosos, de várias áreas do conhecimento, enfocados por essas
pesquisas, colocando em discussão, que esse campo ainda não possui um corpo teórico
próprio, embora se constitua como um campo de preocupações e problemas específicos.
Essa multiplicidade de autores não se restringe às pesquisas que analisamos, o que
comprova a complexidade de campos que se correlacionam com o campo da Educação
Matemática de Jovens e Adultos, sendo esse aspecto também constatado no estado da arte
organizado por Haddad (2002), se tratando de estudos em EJA, desenvolvidos entre 1986 e
1998; bem como no estado da arte realizado por Freitas (2013), concernente às publicações
em periódicos, entre 2001 a 2010, de artigos envolvendo Educação Matemática e EJA.
No universo de autores que serviram de sustentação teórica a essas pesquisas,
destaca-se o aporte aos trabalhos publicados pela a autora Maria da Conceição F. R. Fonseca,
ou apenas Fonseca, conforme nos referimos neste estudo, em especial, o seu livro “Educação
Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições”, lançado em 2002.
Corroborando essa constatação, Traldi Júnior et al. (2011, p. 11), referindo-se às
pesquisas em Educação Matemática relacionadas à EJA, produzidas em algumas instituições,
238
periódicos e eventos consultados, ressaltam que entre os autores identificados, Fonseca foi
referenciada por um grande número das produções, especialmente quanto às características e
objetivos da EJA e sobre o ensino de Matemática nessa modalidade.
Entre os suportes teóricos das pesquisas em Educação Matemática de Jovens e
Adultos, também salientamos as teorias de Paulo Freire, principalmente sobre a alfabetização
de adultos e a perspectiva da educação libertadora e de conscientização dos educandos; e as
teorias de Ubiratan D’Ambrosio, primordialmente sobre Etnomatemática, que parece ser uma
tendência teórica dessas pesquisas, bem como uma proposição às práticas educativas em
Matemática na EJA, sendo defendida pela sua capacidade de atender as demandas e
necessidades dessa modalidade em relação aos grupos socioculturais que a constituem.
Sobre esses dois grandes nomes da educação brasileira, Freitas (2013, p. 74)
elucida que mesmo diante de um extenso e, por demais abrangente quadro teórico de
diferentes linhas e posicionamentos dos artigos analisados em seu estado da arte, Paulo Freire
e Ubiratan D’Ambrosio se sobressaíram com significativa frequência: o primeiro, em sua
defesa por uma educação libertadora; e o segundo, com seu programa de Etnomatemática.
Aspecto comum visualizado na construção teórica de muitas das pesquisas
analisadas, trata-se da elucidação de um breve levantamento da história da EJA no Brasil.
Esse levantamento parece ser uma prática usual por parte dos estudos envolvendo
Educação Matemática e EJA, sendo constatado algo similar nos estados da arte, nessas áreas,
desenvolvidos por Carvalho (2007) e Freitas (2013, p. 287), salientando esse último, que a
justificativa para essa prática ocorre em função dos autores das pesquisas quererem,
declaradamente, “proporcionar ao leitor uma introdução, ou aprofundamento, aos temas em
análise, e dessa forma inteirá-lo de quais foram as possíveis conjecturas sociais, políticas e
culturais que determinaram os quadros atuais em educação direcionada a jovens e adultos”.
Em termos da abordagem metodológica das pesquisas em Educação Matemática
de Jovens e Adultos, é notório o consenso em torno da perspectiva da investigação qualitativa,
refletindo a prática comum, na qual os pesquisadores em Educação Matemática têm se
apropriado de métodos interpretativos e analíticos das ciências sociais e humanas.
A opção pela abordagem qualitativa é justificada nessas pesquisas, pela
necessidade de uma abordagem metodológica com suas bases no diálogo e que considere em
suas características as vozes dos pesquisados, ou ainda, pelo estudo dos saberes de jovens e
adultos, em seus contextos de vida cotidiana e escolar, ser possível somente por meio de uma
pesquisa com enfoque qualitativo.
Outro aspecto que nos conduz à conclusão dessas pesquisas terem empregado a
239
pública de ensino, compreendendo ainda outros contextos, como: escolas da rede privada,
institutos federais, projetos de atendimento à EJA de universidades públicas e privadas,
projeto internacional de educação, projetos e escolas mantidos pelo programa de educação do
SESI e do SESC, escolas de organizações comunitárias e religiosas, escolas funcionando nas
dependências de presídio, e salas de aula localizadas em canteiros de obra.
Do ponto de vista histórico, essas pesquisas demonstram que, de certa forma, na
primeira década do século XXI, a educação de pessoas jovens e adultas esteve vinculada à
educação formal e ao processo de escolarização básica, numa aproximação da EJA com as
instituições oficiais de ensino, ao contrário das práticas educativas em conexão com a
educação popular, comuns durante os anos de 1960 e retomadas nos anos de 1980, com a
atuação de movimentos civis e comunitários na alfabetização e educação de jovens e adultos.
Ao mesmo tempo, essas pesquisas também possibilitam visualizar o quanto ainda
é presente, no contexto da EJA, a ação de movimentos sociais e organismos da sociedade civil
no fomento à educação de pessoas de jovens e adultos, embora, alguns deles, no
desenvolvimento de práticas educativas em parceria com órgãos governamentais de educação,
recebendo, inclusive, financiamento desses órgãos.
Como consequência dessa aproximação da EJA com os processos de
escolarização formal, as pesquisas em Educação Matemática de Jovens e Adultos evidenciam
ainda, o privilégio a todas as etapas da Educação Básica, com certa tendência de estudos para
os anos finais ou segundo segmento do Ensino Fundamental, demonstrando, novamente, uma
mudança de foco quando da sua história relacionada à educação popular, em que as ações
educacionais se voltavam principalmente para a alfabetização de jovens e adultos.
A prática dessas pesquisas seria ainda observável como acontecendo, em muitos
casos, junto a turmas da EJA do período noturno, evidenciando duas características comuns
relativas aos educandos jovens e adultos: a primeira, tida por Fonseca (2002b, p. 2) como
“noite-a-noite” de sua vida escolar; e a segunda, a condição de trabalhador desses educandos,
no qual, conforme Haddad (2002), o ensino noturno é pesquisado em conexão com a relação
educação e trabalho, pois o seu alunado é identificado com a categoria “trabalhador”.
No tocante às contribuições e implicações dessas pesquisas para as práticas
educativas no contexto da Educação Matemática de Jovens e Adultos, em síntese, ressalta-se
que elas, não apenas reafirmam aspectos pertinentes ao processo de ensino-aprendizagem de
Matemática na EJA, salientados e apontados por teóricos e estudiosos das áreas da Educação
Matemática e da EJA, incluindo as DCNs para essa modalidade, como acrescentam diversos
outros elementos importantes à consolidação e ressignificação de práticas pedagógicas, e à
241
pesquisas, e pelo que elas evidenciam, que as práticas educativas, desenvolvidas nas escolas e
salas de aulas na EJA, ainda não se tornaram efetivamente capazes de proporcionar melhorias
ao ensino e à aprendizagem de Matemática nessa modalidade, restando muito a fazer para que
se consolide uma educação matemática de e para jovens e adultos.
Nesse contexto, como perspectiva para o campo da Educação Matemática de
Jovens e Adultos, ressaltamos que as universidades e outras instituições de ensino superior (a
exemplo do advento dos institutos federais), reconhecidas como instâncias responsáveis pela
formação de professores e pela produção de pesquisas, além da formação de pesquisadores,
efetivem esse campo como uma pauta constante em suas discussões e reflexões, nas esferas da
graduação, pós-graduação e extensão, de forma a contribuir para a sua consolidação,
ensejando a melhoria, em todas as suas dimensões, do processo educacional na EJA.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Figura 7: Relatório do Microsoft Acess de Teses e Dissertações por Autor e Instituição de 2001 a 2003
Figura 8: Relatório Parcial do Microsoft Acess de Regiões do Brasil e Suas IES com Teses e Dissertações
APÊNDICE IV - EXEMPLO DE FICHA DE LEITURA DAS TESES E
DISSERTAÇÕES EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DE JOVENS E ADULTOS
DEFENDIDAS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2001 A 2010
FICHA DE LEITURA
OBJETIVOS: Investigar e analisar quais as interfaces possíveis de serem estabelecidas entre as concepções de
avaliação, de Educação Matemática e de Educação de Jovens e Adultos de professores de Matemática da EJA.
REFERENCIAL TEÓRICO: Aporte teórico em Fonseca sobre a Educação Matemática de Jovens e Adultos; em
Luckesi, e em Vasconcellos sobre a Avaliação da Aprendizagem; em Ribeiro, e na Proposta curricular para a
EJA sobre essa modalidade no Ensino Fundamental. Foram citados ainda, entre outros autores, Baraldi,
D’Ambrosio, Demo, Gadotti, Leôncio Soares, e Sandra Souza.
CONSIDERAÇÕES: Percebeu-se que os sujeitos pesquisados demonstraram, de uma forma ou de outra, possuir
interfaces nas suas concepções sobre a tríade EJA, Educ
ação Matemática e Avaliação. Evidenciando ainda, em suas ideologias e práticas pedagógicas acerca dessa tríade
a presença dos pressupostos teóricos do velho e do novo modelo de educação, mesmo que em alguns casos um
predominasse sobre o outro. Constatou-se que o fato do professor ter ou não certa experiência docente na EJA
parece não influenciar de maneira decisiva o seu entendimento ou mesmo suas práticas pedagógicas quanto ao
desenvolvimento do processo escolar nessa modalidade. Demonstrando não reconhecer exatamente a clientela da
EJA, percebeu-se que os professores acabam tendo dificuldades para desenvolver suas atividades docentes,
principalmente quando isso faz com que não saibam ao certo como trabalhar de modo que consigam atender a
um público tão heterogêneo formado de jovens e adultos. Em diversos momentos notou-se que os professores se
referiram à necessidade de se tratar de modo diferenciado o processo de ensino-aprendizagem da Matemática na
EJA em relação às demais modalidades educacionais apenas em função da organização e do desenvolvimento
dos conteúdos matemáticos que são trabalhados no ensino regular, destacando a necessidade de serem resumidos
no contexto da EJA.
RECOMENDAÇÕES: É imprescindível reafirmar a importância da EJA como a reparação de uma dívida social,
como uma nova oportunidade socioeducacional àqueles que foram excluídos do sistema escolar quando crianças
ou adolescentes, como uma possibilidade de uma nova inserção no mundo do trabalho e na vida social, uma
promessa de qualificação de vida para todos onde o princípio da atualização de conhecimentos e da
aprendizagem contínua signifique ao educando “aprender a aprender” ao longo de sua trajetória dentro e fora do
ambiente escolar. Da mesma forma, vale ressaltar o papel fundamental da Matemática na EJA como uma
necessidade individual e social e como um instrumento de transformação da sociedade. A perspectiva da
avaliação como impulsionadora da aprendizagem e capaz de promover o desenvolvimento dos educandos deve
ser assumida em detrimento a uma avaliação influenciada pelo paradigma da desigualdade social, que é contrário
à perspectiva inclusiva da EJA, que requer respeito às diferenças individuais dos alunos e também que esses
tenham consciência da própria aprendizagem. Necessidade de uma formação inicial e continuada dos professores
voltada ao atendimento das especificidades dessa modalidade. É indiscutível ainda a necessidade de formação de
professores como educadores matemáticos de jovens e adultos, dotados não apenas de certa intimidade com a
própria Matemática, mas também preparados e compromissados com as especificidades que envolvem os
educandos e consequentemente a própria modalidade EJA.
OBSERVAÇÕES: Aborda um breve histórico da EJA, e alguns dados estatísticos sobre essa modalidade.
ANEXOS
ANEXO I - RESUMOS E DEMAIS INFORMAÇÕES DAS TESES E
DISSERTAÇÕES EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DE JOVENS E ADULTOS
DEFENDIDAS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2001 A 2010
262
1. FONSECA, Maria da Conceição Ferreira Reis. Discurso, memória e inclusão: reminiscências da Matemática
Escolar de alunos adultos do Ensino Fundamental. 2001. 445f. (Doutorado em Educação: Educação
Matemática) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas. Orientadora: Dione Lucchesi de
Carvalho. Banca examinadora: Gelsa Knijnik; Leôncio José Gomes Soares; Dario Fiorentini; Luci Banks
Leite. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000223695&fd=y>.
Resumo: Este trabalho focaliza a enunciação de reminiscências da Matemática Escolar por alunos da
Educação Básica de Jovens e Adultos (EJA). A relativa estabilidade flagrada na caracterização do conteúdo e
da forma dos enunciados dessas reminiscências sugere considerar um gênero discursivo próprio dos
processos de ensino-aprendizagem da Matemática no contexto escolar e reconhecer na enunciação das
reminiscências protagonizadas pelos alunos adultos uma atitude de manifestação, de exercício ou de busca de
acesso a esse gênero. A reconstrução e a exibição de uma certa intimidade com um gênero discursivo típico
da instituição escolar são aqui compreendidas como estratégias decisivas adotadas pelos sujeitos – alunos da
EJA – para forjar e justificar sua inclusão no universo socialmente valorizado da cultura escolar.
Palavras-chave: Educação Matemática; Educação de Adultos; Memória; Análise do Discurso.
2. EWBANK, Mara Sílvia André. O ensino da multiplicação para crianças e adultos: conceitos, princípios e
metodologias. 2002. 183f. (Doutorado em Educação: Ensino e Formação do Professor) – Universidade
Estadual de Campinas. Orientadora: Orly Zucatto Mantovani de Assis. Banca examinadora: Maria das
Graças Ribeiro Moreira Petruci; Lino de Macedo; Lucila Diehl Tolaine Fini; Amélia Americano F. D. de
Castro. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000257433&opt=4>.
Resumo: O presente estudo, fundamentado na Epistemologia Genética de Jean Piaget e na obra de Vergnaud,
analisa os processos de ensino empregado por professores do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e
Adultos no ensino da noção de multiplicação em dez escolas públicas municipais da cidade de Ribeirão
Preto/SP. Tem como objetivo verificar a influência que a compreensão, concepções e crenças dos professores
sobre a multiplicação e sobre sua aprendizagem exerce sobre a forma de ensinar crianças e adultos.
Participaram como sujeitos deste trabalho cinco professores do Ensino Fundamental e cinco professores da
Educação de Jovens e Adultos que voluntariamente se propuseram fazer parte deste grupo. A metodologia
utilizada para a interpretação dos dados foi a análise de conteúdo e os resultados quantitativos do instrumento
questionário de crenças. Para a coleta de dados foram utilizados os procedimentos de gravação em vídeo e
áudio, entrevista de estimulação de recordação, entrevista clínica, questionário de crenças e problemas de
multiplicação propostos pelos professores. Os resultados demonstraram que não só as concepções de
aprendizagem da multiplicação estão implícitas nos processos de ensino dos professores dos dois grupos
como também um conhecimento insuficiente sobre essa noção e seus processos para a construção da
aprendizagem pelos alunos. A forma como o professor aprendeu a multiplicação demonstrou ser a referência
para ensinar, tanto para os professores do Ensino Fundamental como para os professores da Educação de
Jovens e Adultos. Tanto a gênese das estruturas cognitivas que possibilitam a construção da noção
multiplicação, bem como a gênese do pensamento multiplicativo demonstraram ser minimamente conhecido
pelos professores dos dois grupos e, portanto, não são referências para os professores na organização dos seus
procedimentos didáticos. Estes resultados sinalizam a necessidade de se rever não só a formação inicial dos
professores, mas também o trabalho desenvolvido junto aos professores na sua formação continuada.
Palavras-chave: Ensino; Matemática; Ensino de Primeiro Grau; Educação do Adolescente; Educação de
Adultos; Didática.
3. FANTINATO, Maria Cecília de Castello Branco. Identidade e sobrevivência no Morro do São Carlos:
representações quantitativas e espaciais entre jovens e adultos. 2003. 198f. (Doutorado em Educação: Ensino
de Ciências e Matemática) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. Orientadora: Maria do
Carmo Santos Domite. Banca examinadora: Ubiratan D’Ambrosio; Marcio D’Olne Campos; João Frederico
da Costa Azevedo Meyer; Alexandrina Monteiro.
Resumo: Este trabalho procura compreender as relações entre os conhecimentos matemáticos construídos por
jovens e adultos trabalhadores na vida cotidiana e os conhecimentos matemáticos escolares, no momento de
retorno dos mesmos ao ensino fundamental. Desde o início estávamos conscientes das contradições - já
reveladas em outros trabalhos do tipo - entre a existência de formas próprias de raciocínio matemático por
educandos jovens/adultos, e algumas dificuldades apresentadas pelos mesmos diante da linguagem
263
matemática escolar. Para tal, foi desenvolvida uma pesquisa etnográfica no morro de São Carlos, Rio de
Janeiro, acompanhando a rotina local de um curso de educação de jovens e adultos, assim como aspectos da
vida diária dos alunos e da vida comunitária na favela. Buscamos estabelecer uma atitude dialógica na
relação pesquisadora/pesquisados, que se revelou fundamental para a aproximação da pesquisadora do
universo da pesquisa, através da dinâmica de estranhamento do familiar e familiarização com o estranho. A
etnomatemática, como uma perspectiva de compreender as raízes socioculturais do conhecimento
matemático do grupo, tem sido nosso campo de estudo em termos de fundamentação teórica. Partimos de um
enfoque mais abrangente, abordando representações quantitativas e espaciais sobre alguns aspectos do
cotidiano do morro, encaminhando modos de analisar os processos de construção/representação/utilização de
conhecimentos matemáticos pelos educandos adultos, em contextos escolares e extra-escolares. Os resultados
indicaram uma estreita associação entre o uso de habilidades matemáticas no cotidiano com a necessidade de
garantir formas de sobrevivência, via administração de um orçamento reduzido. Fatores afetivo-emocionais
revelaram-se como impulsionadores de algumas estratégias envolvendo raciocínio matemático. Entre elas,
notou-se o ato de arredondar para cima a previsão do montante a pagar, evitando-se o constrangimento de
que o dinheiro disponível não seja suficiente. Da mesma forma observou-se a prática de confirmar um
resultado de cálculo pelo uso de dois procedimentos diferentes, por não se confiar o suficiente em apenas um.
Algumas dessas estratégias, foram interpretadas por nós como sendo motivadas pela necessidade de se
proteger de situações humilhantes, que afetariam a autoestima desses educandos jovens/adultos. Para os
jovens e adultos pesquisados, o mundo da escola e o mundo da vida cotidiana apareceram como separados,
assim como os conhecimentos matemáticos pertencentes a um ou outro contexto. Enquanto na vida prática
calcula-se para sobreviver, na escola busca-se adequar a um modelo que exige precisão nos resultados. A
pesquisa destacou a predominância de aspectos socioeconômicos nos processos de
construção/representação/utilização de conhecimentos matemáticos num contexto urbano, evidenciando esse
aspecto como significativo fator de identidade, superando os fatores exclusivamente culturais.
Palavras-chave: Etnomatemática; Educação de Jovens e Adultos; Pesquisa Etnográfica; Conhecimento
Matemático Escolar; Conhecimento Matemático Cotidiano; Representações Quantitativas e Espaciais;
Exclusão Social; Sobrevivência; Identidade; Autoestima.
5. BARRETO, Maria de Fátima Teixeira. O tempo vivido pelo alfabetizando adulto nas aulas de Matemática.
2005. 230f. (Doutorado em Educação Matemática: Filosofia e Epistemologia na Educação Matemática) –
Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Rio
Claro. Orientadora: Maria Aparecida Viggiani Bicudo. Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira
Reis Fonseca; Verilda Speridião Kluth; Antonio Vicente Marafioti Garnica; Geraldo Perez. Disponível em:
<http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/brc/33004137031P7/2005/barreto_mft_dr_rcla.pdf>.
Resumo: A presente pesquisa, ao investigar como se dá o tempo vivido pelo alfabetizando adulto nas aulas de
matemática, teve a ideia de tempo, concebido como horizonte possível de existência do ser, permeando a
264
7. SOUZA, Maria Celeste Reis Fernandes de. Gênero e matemática(s) – jogos de verdade nas práticas de
numeramento de alunas e alunos da educação de pessoas jovens e adultas. 2008. 317f. (Doutorado em
Educação: Educação Matemática) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais.
Orientadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca. Banca examinadora: Gelsa Knijnik; Vera Masagão
Ribeiro; Marlucy Alves Paraíso; Antônio Augusto Gomes Batista. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/FAEC-85FNHS/genero_e_matematica.pdf?sequence=1>.
Resumo: Esta tese apresenta resultados de uma pesquisa que investigou as configurações das relações de
gênero nas práticas de numeramento das alunas e dos alunos da EJA, com idade compreendida entre 18 e 76
anos, trabalhadoras e trabalhadores pertencentes a uma associação de catadoras e catadores de materiais
recicláveis. O material de pesquisa foi produzido em oficinas coordenadas pela pesquisadora, em observação
de aulas, em registros de episódios e em entrevistas. Imprimindo um modo de olhar advindo dos estudos de
Gênero que se alinham a uma vertente pós-estruturalista, assumimos contribuições teóricas de Michel
Foucault, operando com os conceitos de discurso, poder, saber e sujeito como ferramenta analítica.
Procuramos mostrar que mulheres e homens constituem e mobilizam práticas de numeramento em função
265
dos discursos que atravessam essas práticas, identificadas por nós como desencadeando “batalhas
discursivas” e se constituindo delas e nelas. Essas batalhas discursivas envolvem os enunciados – que neste
trabalho descrevemos – da supremacia masculina em matemática, da hegemonia da matemática escrita sobre
as práticas matemáticas orais, do cuidado como parte da “natureza” feminina e do discurso dos direitos da
mulher. Um argumento central desenvolvido nesta tese é o de que sobrevive, na contemporaneidade, uma
produção discursiva da “razão como posse do homem” engenhosamente articulada aos modos como temos
significado masculinidades e feminilidades. Portanto, as relações de gênero nas práticas de numeramento
configuram práticas matemáticas femininas e práticas matemáticas masculinas constitutivas dos ou
constituindo os modos de “ser homem” e “ser mulher”, tidos como “verdadeiros”. Na análise dessa produção
discursiva flagramos tensões entre “razão cartesiana” e razões de vida; entre as práticas vivenciadas no
espaço doméstico e no espaço do trabalho; entre uma matemática escrita e uma matemática oral, tensões
essas que permeiam e se deixam permear por uma naturalização das práticas de numeramento produzidas
como masculinas ou femininas, quando essas se afirmam como práticas “verdadeiras da mulher ou do
homem”, produzindo-se, assim, uma matemática do feminino e uma matemática do masculino, em meio a
marcações de faltas, normalizações, distinções e desigualdades.
Palavras-chave: Gênero; Matemática; Numeramento; Discurso; EJA.
8. AZEVEDO, Vera Lucia Antonio. Emoções e sentimentos na atuação docente: um estudo com professores de
Matemática na Educação de Jovens e Adultos. 2009. 136f. (Doutorado em Educação: Psicologia da
Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora: Laurinda Ramalho de Almeida.
Banca examinadora: Maria Aparecida Campos Diniz de Castro; Maria Leila Alves; Vera Maria Nigro de
Souza Placco; Wanda Maria Junqueira de Aguiar. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9385>.
Resumo: O presente estudo objetivou ressaltar a dimensão afetiva como componente importante a ser
considerado na compreensão de professores que atuam na Educação de Jovens e Adultos – EJA. Do objetivo
“compreender as emoções e sentimentos envolvidos na atuação docente dos professores de Matemática da
Educação de Jovens e Adultos e as situações provocadoras dos mesmos”, decorreram as seguintes questões:
Como aconteceu sua iniciação no magistério e na EJA? Quais as tonalidades afetivas (sentimentos e
emoções) que a entrada e atuação na EJA lhe trouxeram? Quais as situações mais significativas de sua
atuação na EJA? Para justificar a relevância da pesquisa, procedeu-se a levantamentos da produção de teses e
dissertações sobre a EJA. No primeiro capítulo, discute-se “o campo e a problemática da Educação de Jovens
e Adultos”. Por ser o principal referente teórico deste trabalho, no segundo capítulo, discute-se “a dimensão
afetiva na teoria walloniana”. Em seguida, apresentam-se a trajetória metodológica e as informações sobre as
entrevistas e diários de dez professores, sendo cinco de uma instituição pública e cinco de uma instituição
particular. As informações produzidas a partir da análise das entrevistas e diários são apresentadas no
capítulo quatro. São recorrentes, na análise, algumas questões: os professores consideram importante a
modalidade de EJA, porém se percebem tendo iniciado sua atuação sem preparo específico para tal; a
importância do outro para ajudá-los nesse novo início de atividade docente foi fundamental; o atendimento às
necessidades de professores e alunos garante sentimentos de bem-estar a ambos, e o não atendimento,
sentimentos de mal-estar. Como decorrência da análise, são aventadas algumas sugestões para formação de
professores de EJA.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Psicogenética Walloniana; Formação de Professores.
a aprendizagem de adultos a partir das próprias experiências, a partir da reflexão sobre a experiência, pela
interação em grupo, com a busca pela liberdade e com o diálogo. Foram utilizadas para essa análise
referências da Metodologia Comunicativa Crítica, que valoriza o diálogo entre pesquisador e sujeitos de
pesquisas. Para isso as referências encontradas estão nos campos da Educação de Jovens e Adultos, Educação
e Trabalho e Educação Matemática, sendo esse último focado na Educação Matemática Crítica, objetivando
discutir o papel da matemática numa perspectiva de formação integral dos sujeitos envolvidos. A pesquisa
indica que as produções colaborativas são a melhor direção no sentido de compreender as especificidades do
Proeja, bem como para o professor se compreender como sujeito em um processo de aprendizagem dialógica,
onde ele precisa construir e reconstruir significados. Também mostra que o material didático produzido e o
currículo elaborado pelo grupo têm grande potencial em relação à colaboração com a aprendizagem do
estudante jovem ou adulto do Proeja, além de contribuir de maneira significativa com o processo de
integração curricular. Isso foi possível por estarem centrados nos fundamentos das diferentes técnicas e
experiências de vida que caracterizam o processo de trabalho moderno: trabalho, ciência, cultura e
tecnologia, tendo como foco uma formação para a cidadania.Palavras-chave: PROEJA; Educação
Matemática; Material Didático.
10. SCHNEIDER, Sonia Maria. Esse é o meu lugar... Esse não é o meu lugar: relações geracionais e práticas de
numeramento na escola de EJA. 2010. 211f. (Doutorado em Educação: Educação Matemática) – Faculdade
de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais. Orientadora: Maria da Conceição Ferreira Reis
Fonseca. Banca examinadora: Maria Cecília de Castello Branco Fantinato; Sonia Maria Clareto; Juarez
Tarcísio Dayrell; Miguel Gonzalez Arroyo.
Resumo: Esta tese discute o desconforto de jovens e adultos, alunos e alunas da Educação de Jovens e
Adultos (EJA) no estabelecimento da escola como seu lugar. Tal desconforto é flagrado nas práticas de
numeramento que se forjam nas situações de ensino e aprendizagem de matemática na escola de EJA. . Os
sujeitos da pesquisa são jovens que têm entre 14 e 23 anos de idade e adultos com idades compreendidas
entre 24 e 65 anos, estudantes do segundo segmento de Ensino Fundamental do Programa de Educação de
Jovens e Adultos, numa escola da rede municipal do Rio de Janeiro. A pesquisa empreendida é qualitativa, e
o seu material empírico foi produzido a partir de observação e áudio-gravação de aulas em turmas do
segundo segmento do ensino fundamental da EJA, na realização de entrevistas individuais e coletivas com
alunos jovens e adultos e professores das turmas observadas e da análise dos registros diversos feitos por
esses sujeitos em situação de ensino e aprendizagem de matemática na escola. Buscamos compreender os
sentidos das práticas de numeramento e das relações geracionais na escola de EJA, configurados nas posições
de sujeito quanto a seu pertencimento e inclusão no universo escolar (esse é o meu lugar... esse não é o meu
lugar), dialogando com teorias e autores da sociologia da juventude, da psicologia, da educação matemática,
do letramento e do numeramento, das relações geracionais e ainda, dos estudos pedagógicos cuja ênfase
recai sobre a constituição da escola e do aluno.
Palavras-chave: Relações Geracionais; Educação de Jovens e Adultos; Práticas de Numeramento; Inclusão.
267
Ano de 2001
1. ARAÚJO, Denise Alves de. O Ensino Médio na Educação de Jovens e Adultos: o material didático de
Matemática e o atendimento às necessidades básicas de aprendizagem. 2001. 147f. (Mestrado em Educação:
Espaços Educativos, Produção e Apropriação de Conhecimentos) – Faculdade de Educação, Universidade
Federal de Minas Gerais. Orientadoras: Maria Manuela Martins Soares David; Maria da Conceição Ferreira
Reis Fonseca. Banca examinadora: Dione Lucchesi de Carvalho; Leôncio Jose Gomes Soares.
Resumo: Este trabalho focaliza o currículo de Matemática expresso nos materiais didáticos produzidos por
escolas que oferecem o Ensino Médio para jovens e adultos. A escolha de determinados conteúdos e sua
abordagem nos materiais revelam concepções de Matemática, de ensino de Matemática e de Educação de
Jovens e Adultos de seus elaboradores e apresentam algumas possibilidades de atendimento às necessidades
básicas de aprendizagem dos alunos. As informações contidas nos materiais analisados, as estratégias para
atribuir significado ao conhecimento matemático, as habilidades que podem ser desenvolvidas por meio das
atividades propostas e os valores que perpassam todas essas escolhas mostram que, se por um lado o
currículo construído para esse segmento (ensino médio) e público (jovens e adultos) ainda contribui para
reforçar a exclusão, por outro algumas inovações já são visíveis.
Palavras-chave: Currículo de Matemática; Educação de Jovens e Adultos.
2. CARDOSO, Edson Alves. Uma análise da perspectiva do professor sobre o currículo de Matemática na
EJA. 2001. 173f. (Mestrado em Educação Matemática: A Matemática na Estrutura Curricular e Formação de
Professores) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora: Ana Paula Jahn. Banca
examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Célia Maria Carolino Pires.
Resumo: Segundo dados do IBGE (1999), 13% da população brasileira é composta por pessoas analfabetas.
Nesta perspectiva, a ampliação da oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) é imprescindível. Inúmeras
pesquisas tratam da primeira fase deste processo, a alfabetização, porém, a continuidade desta formação no
segundo segmento, equivalente ao terceiro e quartos ciclos do Ensino Fundamental, ainda não é muito
explorada, principalmente na disciplina de Matemática. O objetivo do presente trabalho é contribuir neste
quadro, buscando identificar e analisar as escolhas e principais fatores que são considerados pelos
professores na elaboração de um programa ou plano de curso de Matemática para a EJA. Para tanto,
realizamos um levantamento inicial no curso de Suplência II da Rede Municipal de Diadema, por meio da
aplicação de um questionário a alunos e professores. A partir da análise dos dados dos questionários,
podemos concluir que algumas das crenças ou premissas consideradas pelos professores com relação ao
público - os alunos - não correspondem exatamente à realidade. O aprofundamento desta análise se deu numa
segunda etapa, com a elaboração e aplicação de entrevistas com professores de Matemática da maior escola
daquela Rede Municipal. As análises destas entrevistas nos permitiram identificar os principais fatores que
dizem respeito à visão do professor sobre o curso, seu aluno e suas estratégias de trabalho. A utilização das
mesmas estruturas e conteúdos do Curso Regular de Ensino Fundamental neste curso de Suplência é
apontada como fator dominante e significativo, não permitindo criar condições para um maior
aproveitamento das características deste aluno, diferentes do adolescente. Este aspecto, aliado à falta de
formação específica para o professor de EJA causa na maioria das vezes, frustração neste professor não
contemplando suas expectativas nem as de seu aluno jovem ou adulto.
Palavras-chave: Formação de Professores; EJA; Ensino de Matemática
campo, observações e entrevistas. Os eixos teóricos da pesquisa são as ideias presentes na área da Educação
de Jovens e Adultos e da Etnomatemática. Ao desenvolver um trabalho pedagógico etnomatemático centrado
em produtos da mídia, uma nova visão do ensino de Matemática foi ensaiada. Esses produtos não foram
utilizados para o ensino de técnicas e fórmulas, muito menos como "ponto de partida" para o ensino da
Matemática acadêmica. Sua utilização ocorreu porque pertenciam à cultura daquele grupo de alunos.
Reportagens de jornal e revistas, vídeos, filmes e elementos da História do Brasil foram discutidos e
analisados criticamente. Aspectos do mundo social também foram compreendidos e problematizados. As
atividades desenvolvidas estiveram centradas na interpretação das temáticas estudadas. Dessa forma, os
alunos puderam não somente interpretar os dados numéricos presentes nesses produtos, mas compreender
questões sociais, políticas e culturais.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Etnomatemática.
Ano de 2002
4. AZEVEDO, Patrícia Maria Almeida Sader. Um processo de ensino/aprendizagem de equações vivido por
alunos jovens e adultos em sala de aula: transitando por registros de representação. 2002. 93f. (Mestrado em
Educação: Educação Matemática) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas.
Orientadora: Dione Lucchesi de Carvalho. Banca Examinadora: Laurizete Ferragut Passos; Dario Fiorentini.
Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000296044&fd=y>.
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo principal a investigação e a análise do processo de
ensino/aprendizagem de equações por alunos jovens e adultos transitando por diferentes registros de
representação propostos pelo professor em sala de aula. Para desenvolver a pesquisa, foi realizado um
trabalho de campo numa classe composta por alunos jovens e adultos estudando equações. As aulas foram
registradas em diário de campo e a maioria delas foi gravada em áudio. O desenvolvimento do trabalho inclui
a caracterização da escola, especialmente de sua perspectiva pedagógica. Em seguida, apresenta-se uma
narrativa sobre a classe e dinâmica das aulas, bem como a participação do professor, dos alunos e da
pesquisadora. Esta narrativa possibilitou uma análise inicial e perceber a emergência de duas categorias que
denominamos “o sinal de igual” e “a incógnita”. Utilizando como principal referencial teórico o conceito de
representação semiótica desenvolvido por Duval, foi possível perceber que o trânsito nos registros de
representação instigado pelo professor favoreceu o processo de aprendizagem de equações no que se refere
ao sinal de igual enquanto relacional, mas não foi suficiente para superar o sentido de incógnita como valor
desconhecido. Espera-se que os resultados dessa pesquisa sejam relevantes para o aprimoramento da prática
pedagógica dos profissionais dedicados ao ensino de Matemática para jovens e adultos, pois traz reflexões
sobre uma abordagem significativa de Álgebra elementar, não se restringindo exclusivamente à manipulação
algébrica por ela mesma.
Palavras-chave: Jovens; Adultos; Matemática.
5. BAIL, Viviane Schumacher. Educação Matemática de Jovens e Adultos, Trabalho e Inclusão. 2002. 90f.
(Mestrado em Educação: Educação e Ensino) – Universidade do Contestado. Orientadora: Dione Lucchesi de
Carvalho. Banca Examinadora: Carlos Alberto Lucena; Ademir Damazio.
Resumo: A Formação para o Trabalho e a Cidadania deveriam ser norteadores da discussão nas escolas,
principalmente para os trabalhadores adultos que voltam a estudar. As experiências profissionais poderiam
gerar atividades interdisciplinares nas aulas de matemática, contribuindo para a inclusão do aluno na
sociedade. O Mundo do Trabalho e a Sociedade, com a introdução da robótica/informática, apresentam
exigências, e cabe à escola perceber e planejar as mudanças necessárias. Acompanhando o desenvolvimento
científico e tecnológico, e, com a ampliação de espaços democráticos na sociedade, como conselhos,
associações, sindicatos, partidos, exige-se do sujeito uma maior qualificação na forma de trabalhar em grupo,
na criatividade, flexibilidade do pensamento, oralidade/subjetividade, iniciativa, autonomia. Como as aulas
de matemática, na maioria das escolas, continuam sendo ministradas do jeito tradicional, que Paulo Freire
chamou de “Educação Bancária”, foi escolhida uma 5a série de Educação de Adultos em uma escola da rede
pública estadual, localizada na cidade de Joinville, e realizou-se aí uma pesquisa com 20 alunos. Os
instrumentos utilizados compreenderam: observação das aulas, entrevista com o Professor de Matemática da
classe e intervenção nas aulas de Matemática. Nessa intervenção aconteceram uma apresentação do
pesquisador aos alunos, uma dinâmica de grupo para observar como era a relação entre eles e quais objetos
eram significativos e uma apresentação individual para a turma, cada um deles contando um pouco da sua
vida. Também foram realizadas atividades em grupo sobre uma tabela de preços de gasolina e álcool e sobre
as atividades profissionais dos alunos, elaborando em conjunto problemas que envolviam os que trabalhavam
269
em serralharia, cartório, como eletricista e na construção civil. O grupo de alunos apresenta grande diferença
de idade, são oriundos 13 bairros da cidade, a maioria imigrantes, com um histórico de muitas reprovações.
Durante os trabalhos em grupo notamos uma boa receptividade, os alunos tentando resolver os problemas e
atividades propostas com a ajuda de um colega - mediador da aprendizagem. As atividades escolhidas
contribuíram para quebrar a passividade a que estavam submetidos. Destaco nas atividades em grupo a
importância da oralidade empregada na defesa de ideias, o que certamente contribui para a autonomia do
aluno. Concluímos que essa dinâmica foi aplicada observando a lógica estabelecida na escola, mas que pode
ser ampliada, principalmente no campo dos direitos trabalhistas e sociais. Mostrou toda uma riqueza de
experiências e trajetórias de vida que oferecem uma base interessante para o desenvolvimento de estruturas
lógicas que contribuam para o estudo da realidade. O desenvolvimento afetivo com o professor e com a
disciplina precisam ser considerados, bem como a contextualização da matemática, adaptando-a à idade e aos
interesses desse aluno adulto, para que ele não seja novamente excluído. Cabe também à escola promover um
trabalho em equipe com os professores para uma melhor definição de conceitos e engajamento no trabalho.
Finalmente, esta pesquisa comprovou que se consegue propor uma mudança em sala de aula, envolvendo a
disciplina de matemática numa perspectiva interdisciplinar, que contribua para a inclusão do aluno na
sociedade.
Palavras-chave: Educação Matemática; Educação de Adultos; Interdisciplinaridade; Trabalho; Experiências
Profissionais; Aprendizagem.
6. CARDOSO, Cleusa de Abreu. Atividade matemática e práticas de leitura em sala de aula: possibilidades na
educação escolar de jovens e adultos. 2002. 100f. (Mestrado em Educação: Espaços Educativos, Produção e
Apropriação de Conhecimentos) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais.
Orientadoras: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Maria Manuela Martins Soares David. Banca
examinadora: Roseli de Alvarenga Corrêa; Magda Becker Soares.
Resumo: Este trabalho investiga possibilidades de relação entre a atividade matemática e as práticas de
leitura em sala de aula. Os protagonistas do ato de ler e do fazer matemática são alunas e alunos da Educação
de Jovens e Adultos que cursam o 1° segmento do Ensino Fundamental numa escola pública da Rede
Municipal de Belo Horizonte. A análise das estratégias de leitura e dos modos de fazer matemática, que tais
estudantes mobilizam ou aos quais se referem espontaneamente e/ou com a mediação de suas professoras, foi
subsidiada pela interlocução com trabalhos sobre Leitura e sobre Educação Matemática. Essa análise procura
reunir elementos e mesmo construir argumentos para alimentar a reflexão sobre contribuições do ensino da
Matemática escolar na formação de leitores jovens e adultos.
Palavras-chave: Práticas de Leitura; Sala de Aula; Ensino de Matemática.
7. MACIEL, Aníbal de Menezes. Ensino de Matemática: uma proposta metodológica para jovens e adultos do
período noturno. 2002. 183f. (Mestrado em Educação: Educação de Jovens e Adultos) – Centro de Educação,
Universidade Federal da Paraíba. Orientador: Wojciech Andrzej Kulesza. Banca examinadora: Verônica
Gitirana Gomes Ferreira; Rogéria Gaudêncio do Rêgo.
Resumo: O ensino de Matemática é cada vez mais imprescindível. Porém, o seu aspecto social costuma
sendo negligenciado pela literatura especializada. Além do fato de se permanecer, ou parte dos estudantes, a
visão da mesma como “bicho papão”, principalmente para uma clientela de jovens e adultos, defasados nos
seus estudos. O presente trabalho busca redimensionar a importância da Matemática para essa clientela,
através de uma proposta metodológica com base na etnomatemática, tendo como base os princípios
pedagógicos de Paulo Freire, na qual tenta valorizar o aluno na sua autoestima, no gosto pela matemática,
ensino com significado, visando a realidade do trabalho, o cotidiano, a cultura, a alegria e as questões sócio-
políticas, na ótica do período noturno.
Palavras-chave: Ensino de Matemática; Metodologia; Educação de Adultos.
8. SILVA, Kézia Cortez da. A formação matemática do educador de adultos: um olhar a partir da Escola Zé
Peão. 2002. 164f. (Mestrado em Educação: Educação de Jovens e Adultos) – Centro de Educação,
Universidade Federal da Paraíba. Orientador: Wojciech Andrzej Kulesza. Banca examinadora: Tânia Maria
de Melo Moura; Timothy Denis Ireland; Rogéria Gaudêncio do Rêgo.
Resumo: O presente trabalho focaliza a Formação Matemática do Educador de Adultos, levando em
consideração a experiência de quase 12 anos de prática educativa do Projeto Escola Zé Peão, projeto
educacional de parceria entre a Universidade Federal da Paraíba - UFPB e o Sindicato dos Trabalhadores na
Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de João Pessoa - SINTRICOM/JP. O texto que ora se
apresenta, trata a partir desse contexto, de colocar a problemática da Educação de Jovens e Adultos no Brasil,
270
bem como, da formação dos professores para essa modalidade do Ensino Fundamental, enfocando, com
primazia, as questões ligadas à formação especificamente matemática. A referida pesquisa desenvolveu-se ao
longo do ano de 2000, com intuito de acompanhar o curso de formação inicial e o processo formativo
contínuo da Escola em tela; procurando analisar a formação nos seus dois principais eixos: a prática dos
educadores em processo e as estratégias empregadas pela Escola. Não obstante, o estudo aqui sistematizado
sob a égide de pesquisa participante, não aprisiona a totalidade das questões que se colocaram durante o
percurso investigativo, mas suscita discussões e perspectivas de transformações significativas nos processos
formativos matemáticos dos educadores de Jovens e Adultos. Educadores mais que necessários no século
XXI.
Palavras-chave: Formação Docente; Formação Matemática; Educação de Jovens.
Ano de 2003
9. LEVY, Lênio Fernandes. Os professores, uma proposta visando à transdisciplinaridade e os atuais alunos
de Matemática da educação pública municipal de jovens e adultos de Belém, Pará. 2003. 139f. (Mestrado
em Educação em Ciências e Matemáticas: Formação Profissional de Professores) – Núcleo Pedagógico de
Apoio ao Desenvolvimento Científico, Universidade Federal do Pará. Orientador: Adilson Oliveira do
Espírito Santo. Banca examinadora: Elizabeth Teixeira; Francisco Hermes Santos da Silva. Disponível em:
<http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/1817/1/Dissertacao_ProfessoresPropostaTransdisciplinaridade.pdf>.
Resumo: A teoria da complexidade, mormente o ideário do francês Edgar Morin, proclama a interligação das
particularidades que se integram ao (ou “a um”) todo. “Distinção” e “união” são, assim, os pilares das
manifestações naturais, acrescentando-se a esse binômio o fenômeno da “incerteza”, haja vista as associações
implicarem desdobramentos indeterminados. A elevação quantitativa da cultura humana vem sendo
acompanhada de uma progressiva especialização, e, não apregoando, em absoluto, a extinção das
disciplinas/distinções/partes, o pensamento transdisciplinar moriniano defende a construção de ligações entre
tais elementos, o que se mostra concordante com a díade natural união-distinção. Tomando por base a
seguinte máxima transdisciplinar: “do todo em direção às partes e das partes rumo ao todo”, propõem-se
nesta obra (em especial no que se refere ao segundo trecho da citação em foco) ações educacionais dirigidas
pelas chamadas “duplas heterogêneas de professores” (DHP) - imaginadas pelo autor da dissertação -, que
integram docentes com formação (cada um deles) em disciplinas (partes) diferentes, os quais, trabalhando em
conjunto (inclusive com os alunos), no mesmo espaço-tempo pedagógico, buscam/buscariam construir
ligações entre os conteúdos pertencentes aos (dois) campos de conhecimento em questão, efetivando-se um
caminhar das partes e de suas mútuas (e múltiplas) conexões em direção ao todo. O público escolhido foi o
da Educação de Jovens e Adultos - EJA (no ambiente da escola pública municipal), pois se acredita que as
informações extra-escolares acumuladas pelo estudante jovem/adulto, apesar de sua educação formal
deficitária, possam contribuir para que ele estabeleça, se corretamente orientado, relações/ligações
intelectuais diversas. Ademais, a procura de soluções para a problemática da EJA, cuja clientela é formada
por indivíduos marcados pela exclusão socioeconômica, constitui-se em dever moral extensivo a todos os
“verdadeiros” cidadãos. Apesar (ou além) das pesquisas exploratórias, em campo, que culminaram com
resultados constantes em 5 (cinco) tabelas, predominam, quanto à metodologia adotada nesta investigação, o
exame bibliográfico (de um lado) e (de outro lado) a análise - que é o seu cerne - de uma proposição (a DHP
engendrada pelo mestrando) à luz dos conceitos abordados. Trata-se/tratou-se de demonstrar, em nível
teórico, que a ideia de DHP harmoniza-se com as aspirações/esperanças/necessidades do alunado da EJA,
com a “incerteza prigoginiana”, com a transdisciplinaridade moriniana, com a Psicologia Vygotskyana e com
a modelagem matemática.
Palavras-chave: Complexidade; Transdisciplinaridade, Dupla Heterogênea de Professores; Escola Pública;
EJA; Ensino de Matemática.
10. LOPES, Rosemary Calazans. Uma reflexão sobre o processo de ensino/aprendizagem da operação de
multiplicação implementado numa classe de alunos jovens e adultos. 2003. 131f. (Mestrado em Educação:
Educação Matemática) – Universidade Federal do Espírito Santo. Orientadora: Circe Mary Silva da Silva
Dynnikov. Banca examinadora: Lígia Arantes Sad; Vânia Maria Pereira dos Santos-Wagner.
Resumo: O objetivo do nosso trabalho foi investigar o processo de ensino-aprendizagem de alunos da
educação de jovens e adultos da quarta série do ensino regular noturno no que se refere à aprendizagem da
operação de multiplicação. Nossa investigação buscou perceber possíveis relações entre as concepções do
aluno sobre a disciplina de matemática e as dificuldades na aprendizagem da operação de multiplicação.
Objetivamos também avaliar a prática docente e fornecer subsídios para a reflexão dos professores da
271
educação de jovens e adultos. Nosso referencial teórico se orientou pelos trabalhos relativos às concepções,
estudos sobre o processo de ensino-aprendizagem, educação de jovens e adultos e sobre a profissão docente.
Optamos pela metodologia do estudo de caso etnográfico e para a análise dos dados trabalhamos com a
análise de conteúdo. Nossa análise dos dados apontou para uma correlação entre a concepção da disciplina de
matemática e a dificuldade no que se refere à aprendizagem da operação de multiplicação e para o papel
fundamental do docente no processo de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Operação de Multiplicação; Concepções.
11. PIMENTA, Meireluce Leite. “De mais ou de menos?”: a resolução de problemas por surdos adultos. 2003.
147f. (Mestrado em Psicologia: PED Processos Educativos) – Instituto de Psicologia, Universidade de
Brasília. Orientadora: Maria Helena Fávero. Banca examinadora: Maria Tereza Carneiro Soares; Cristiano
Alberto Muniz; Ângela Maria Cristina Uchoa de Abreu Branco.
Resumo: O presente trabalho investigou a resolução de problemas matemáticos de comparação realizados por
jovens surdos, a construção das suas competências numéricas e a sua compreensão textual. Adotamos a
intervenção psicopedagógica como procedimento de pesquisa, com o intuito de evidenciar as particularidades
da construção desses sujeitos, dentro de uma perspectiva cognitivo-desenvolvimental. Nosso estudo se
desenvolveu em quatro fases, relacionadas entre elas, de tal forma que os dados obtidos por meio da análise
de uma fundamentou a seguinte. Na primeira, entrevistamos professores de surdos sobre o ensino da
matemática. Na segunda, avaliamos as competências matemáticas de sujeitos adultos surdos quanto ao
domínio da lógica do sistema de numeração. Na terceira fase, pesquisamos os termos em LIBRAS que
melhor traduzissem a expressão “n a mais que” e “n a menos que” em situação de comparação de conjuntos.
Na quarta fase, investigamos a resolução de problemas matemáticos de comparação em dois momentos: a
resolução individual sem intervenção da experimentadora e o segundo, com a sua intervenção. Alunos de
escola pública do DF, de séries iniciais da Educação de Jovens e Adultos na modalidade Supletivo, na faixa
etária de 18 a 30 anos e com média de 8 anos de escolarização entre ensino especial e regular, participaram
das últimas três fases. Os resultados obtidos por meio da análise dos dados indicam que a dificuldade dos
sujeitos surdos frente a problemas de matemática advém não de uma suposta limitação em relação à
compreensão textual, em si, mas do processo de escolarização ao qual foram submetidos que prima pela
aquisição de regras de procedimentos de resolução, em detrimento da aquisição conceitual; no processo de
escolarização do sujeito, se estabelecem dificuldades de compreensão das diferentes funções do número, de
compreensão da lógica do sistema numérico e da lógica de sua notação; a falta de proficiência em LIBRAS
dos professores compromete a organização de significados semióticos, e consequentemente, a aquisição de
conhecimentos e as oportunidades sociais.
Palavras-chave: Resolução de Problemas; Surdos; Competências Numéricas, LIBRAS.
12. RUBIN, Maria Helena. Educação de Jovens e Adultos com deficiência mental: análise evolutiva da
aprendizagem da Língua Portuguesa e da Matemática. 2003. 183f. (Mestrado em Educação Especial:
Educação do Indivíduo Especial) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São
Carlos. Orientadora: Maria Amélia Almeida. Banca examinadora: Luci Pastor Manzoli; Maria da Piedade
Resende da Costa.
Resumo: Ainda que se observe ampliação gradual nos últimos anos da preocupação quanto ao acesso de
jovens e adultos com deficiência aos processos de aquisição da leitura, escrita e da matemática, ou seja, aos
conteúdos relacionados às séries iniciais do ensino fundamental, é notório que as ações são ainda incipientes.
Considerando-se portanto, a urgência em se investigar como está acontecendo a escolarização de jovens e
adultos com deficiência mental, o objetivo deste estudo consistiu em avaliar, analisar e acompanhar o
desempenho escolar nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática de 7 jovens e adultos com deficiência
mental moderada, com idade variando entre 16 e 23 anos, 6 do sexo masculino e 1 do sexo feminino. Os
dados foram coletados através de avaliações iniciais e de acompanhamento, realizadas individualmente,
durante um ano letivo e analisados quantitativamente através de figuras e tabelas e qualitativamente através
da análise do desempenho de cada participante. Os resultados evidenciaram que os participantes do estudo
obtiveram evolução significativa nos conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática relacionados às séries
iniciais do ensino fundamental, o que comprova que jovens e adultos com deficiência mental apresentam
potencial para aquisição de conceitos relacionados à leitura, à escrita e à matemática, ou seja, à alfabetização,
desde que lhes sejam oferecidos programas de intervenção que respeitem e considerem suas características
individuais, principalmente a idade cronológica, seus interesses, potencialidades e necessidade de ajuda. As
conclusões sinalizam para a escassez de pesquisas nesta área e para a necessidade de realizar estudos que
contemplem a aprendizagem escolar de jovens e adultos com deficiência mental e que ofereçam "sugestões"
de estratégias facilitadoras para a aprendizagem dessas pessoas.
272
Ano de 2004
13. ALBUQUERQUE, Regina Lúcia Tarquínio de. A Matemática sob a ótica do tarô: uma experiência com a
Educação de Jovens e Adultos. 2004. 148f. (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Naturais e
Matemática) – Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientador: John Andrew Fossa. Banca examinadora: André Luís Mattedi Dias; Arlete de Jesus Brito.
Disponível em: <http://bdtd.bczm.ufrn.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1312> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp045311.pdf>.
Resumo: A busca da formação de cidadãos críticos e participativos, no trabalho educativo com jovens e
adultos, enseja uma prática docente que vá além da postura tradicional de ensinar com métodos mecânicos e
arbitrários, que, ao focarem excessivamente a figura do professor, priorizam o ensino, em detrimento da
aprendizagem. Nessa direção, o presente estudo, ao procurar a possibilidade de realização de um trabalho
alternativo para o ensino de Matemática, numa perspectiva transdisciplinar, no sentido de desenvolver
aprendizagem significativa de alunos jovens e adultos do Projeto Acreditar, apresenta os resultados de uma
pesquisa-intervenção que utilizou as cartas de tarô como recurso didático em sala de aula. Pretende-se, com
isso, mostrar tal instrumento como facilitador da aprendizagem de conteúdos da Matemática como sistemas
de numeração, números inteiros e geometria, tomando a Matemática numa perspectiva histórico-cultural e
dando um tratamento holístico ao complexo ato de aprender. Nesse trabalho, o aluno jovem e adulto é
tomado como indivíduo concreto, levando-se em consideração os aspectos cognitivos e atitudinais de seu
aprender, o que é favorecido pela natureza das cartas do tarô e pela compreensão adotada, de matemática
como sistema simbólico.
Palavras-chave: Ensino de Matemática; Jovens e Adultos; Recurso Didático; Tarô; Sistema Simbólico.
14. ALVES, Osvando dos Santos. Saberes produzidos na ação de ensinar Matemática na EJA: contribuições
para o debate sobre a formação inicial de educadores matemáticos na UFPA. 2004. 166f. (Mestrado em
Educação em Ciências e Matemáticas: Formação Profissional de Professores) – Núcleo Pedagógico de Apoio
ao Desenvolvimento Científico, Universidade Federal do Pará. Orientador: Tadeu Oliver Gonçalves. Banca
examinadora: Dario Fiorentini; Renato Borges Guerra; Salomão Antonio Mufarrej Hage. Disponível em:
<http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/1761/1/Dissertacao_SaberesMatematicaEJA.pdf>.
Resumo: Os professores, no exercício de sua ação docente, reelaboram, adaptam, retraduzem os
conhecimentos diversos recebidos ao longo de sua formação inicial e ambiental por meio do pensar sobre
suas próprias experiências. Esta gama de saberes gerados a partir da ação de ensinar, em nosso caso
específico, matemática, são edificadores das bases de sua identidade profissional. Para o ensino de
matemática na Educação de Jovens e Adultos - EJA - os saberes dos professores adquirem certa
especificidade, devido às peculiaridades do público. Tais peculiaridades exigem que o mesmo passe por uma
reeducação que se dá, em grande parte dos casos, na prática, mediante a reflexão. A pesquisa de tema Saberes
produzidos na ação de ensinar matemática na EJA: contribuições para o debate sobre a formação inicial de
professores de matemática na UFPA, objetivou de modo geral, a partir das falas dos professores e estagiários
de matemática da EJA, evidenciar os saberes produzidos na dinâmica do ensinar matemática para este
público, nas relações entre professores e alunos, professores e conteúdos de sua formação inicial e entre
professores e professores. É o professor em ação e o estagiário concluinte lançando um olhar crítico sobre
suas próprias formações e práticas, promovendo um diálogo entre ambas e apontando diretrizes para uma
formação inicial que contemple estas especificidades. Para a coleta de dados, utilizamos como instrumento
entrevistas semiestruturadas com professores e estagiários. Evidenciamos saberes práticos quanto ao
currículo de matemática da EJA, quanto aos estudantes da EJA, quanto à especificidades da vida adulta,
quanto à contextualização dos conteúdos matemáticos, entre outros. O caráter formativo das reflexões,
expresso pelas falas elaboradas pelos professores e estagiários ao responderem as perguntas da entrevista,
demonstra que estes saberes são latentes, potenciais, e que precisam ser evidenciados, trazidos à discussão e
valorizados.
Palavras-chave: Ensino de Matemática; Formação de Professores.
15. FRANCO, Izabel Cristina de Araújo. Procedimentos multiplicativos: do cálculo mental à representação
escolar na educação matemática de jovens e adultos. 2004. 123f. (Mestrado em Educação: Educação
Matemática, Científica e Tecnológica) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas.
Orientadora: Dione Lucchesi de Carvalho. Banca examinadora: Carmen Lucia Brancaglion Passos; Rosana
273
16. MELO, Maria José Medeiros Dantas de. Do “contar de cabeça” à cabeça para o contar: histórias de vida,
representações e saberes matemáticos na Educação de Jovens e Adultos. 2004. 235f. (Mestrado em
Educação: Formação e Profissionalização Docente) – Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Orientadora: Maria da Conceição Ferrer Botelho Sgadari Passeggi. Banca
examinadora: Pedro Franco de Sá; Maria Estela Costa Holanda Campelo.
Resumo: Este trabalho se insere na Educação Matemática de Jovens e Adultos numa abordagem
Etnomatemática. Busca investigar aspectos motivadores/facilitadores da aprendizagem matemática de um
grupo de alunos trabalhadores numa empresa de fabricação de calçados, em Natal, e a sua professora. Trata-
se de uma pesquisa qualitativa numa perspectiva etnográfica. Ancora-se nas narrativas autobiográficas e na
teoria das representações sociais, possibilitando clarificar as representações que os atores foram construindo e
(re)construindo no seu percurso de vida ao relacionarem-se com a matemática. Os resultados das análises
apontam que as narrativas das histórias de vida do grupo foram relevantes para o redirecionamento da prática
docente em EJA, abrindo espaços para o desvelamento de como os jovens e adultos pensam, refletem e se
posicionam acerca de sua escolarização, e para as transformações de suas representações e ressignificação de
suas identidades, no reencontro com a escola e com a matemática. O estudo também evidenciou três grandes
momentos motivadores/facilitadores da aprendizagem matemática em EJA: a exposição dialogada; a
problematização cooperativa; o trabalho individual. outros aspectos significativos foram explicitados nesses
momentos: a pesquisa; a valorização do ser; a afetividade; o respeito aos limites de cada aluno; o incentivo à
criatividade; a reflexão do aluno sobre o seu próprio pensar.
Palavras-chave: Jovens e Adultos; Etnomatemática; Histórias de Vida; Representações.
professores de Matemática que atuam na Educação de Jovens e Adultos em uma escola pública estadual de
uma cidade do interior paulista e os alunos de uma de suas classes. Dadas as características dos participantes,
a pesquisa se constituiu em três estudos de caso, cada um referente a um professor e sua classe. Para
fundamentar esse estudo lancei mão de referenciais sobre os apoios legais que sustentam essa modalidade de
ensino, sobre o perfil dessa clientela, sobre a situação do ensino de Matemática para esses alunos e sobre a
formação básica e permanente dos professores que atuam nessa área. Os resultados da pesquisa revelam em
jovens e adultos que iniciam seus estudos ou retornam a escola, após muitos anos de afastamento, com
intenções claras: buscam investir no estudo, já que não tiveram acesso ao ensino regular na idade considerada
adequada (7 a 14 anos), tentando melhorar sua condição de vida. Além disso, trazem conhecimentos
específicos e anteriores ao retorno à escola, que o auxiliam, ou não, no processo de aprendizagem. Todos
esses aspectos devem ser reconhecidos e valorizados pelos professores, buscando atender, da maneira mais
simples, os objetivos que fizeram esses jovens e adultos retornarem à escola. Quando me reporto aos
professores pesquisados, constatei que a falta de formação específica para lecionar Matemática a Jovens e
Adultos e as dificuldades encontradas no ambiente de trabalho - na escola e em seu contexto - têm influência
relevante na prática pedagógica. Entretanto, quando os professores têm disponibilidade para analisar sua
própria prática investem na superação das dificuldades e procuram novos caminhos, embora não encontrem
apoio na instituição em que trabalham. Reforça-se, assim, para esses professores, a ideia de que a docência é
um percurso solitário. Apesar de restrito, esse retrato educacional do ensino de Matemática para Jovens e
Adultos consegue dar algumas sugestões para melhorar a formação e atuação dos profissionais que atuam
nessa área.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação Matemática.
18. OLIVEIRA, Rosalba Lopes de. A modelagem matemática como alternativa de ensino e aprendizagem da
geometria na Educação de Jovens e Adultos. 2004. 190f. (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências
Naturais e Matemática) – Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Orientadora: Cláudia Helena Dezotti. Banca examinadora: Rodney Carlos Bassanezi; Iran Abreu
Mendes. Disponível em: <http://bdtd.bczm.ufrn.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1313> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp045254.pdf>.
Resumo: Este trabalho se insere no campo da Educação Matemática da Educação de Jovens e Adultos e visa
contribuir para a ação educativa dos profissionais da área de Matemática, que atuam com essa modalidade de
ensino, tomando como parâmetro o enfoque da Modelagem Matemática. Constituiu objetivo da pesquisa a
elaboração de uma proposta de utilização da Modelagem Matemática como alternativa de ensino e
aprendizagem da Geometria na EJA. A pesquisa foi desenvolvida em três turmas do nível III (5ª e 6ª séries),
da EJA, em uma escola municipal da periferia da cidade do Natal/RN. Trata-se de uma pesquisa de natureza
qualitativa, com enfoque na observação participante, tendo em vista a nossa atuação direta no ambiente da
pesquisa, como professora de Matemática dessas turmas. Utilizamos como instrumentos de coleta de dados
questionários, notas de aula e análise de documentos oficiais. Os resultados apontam que as atividades em
que se utiliza a Modelagem Matemática valorizam o saber fazer do aluno no processo de construção do
conhecimento, na medida em que procuram desenvolver métodos de aprendizagem significativa, auxiliando o
aluno a construir relações da Matemática com outras áreas do conhecimento e dentro da própria Matemática.
Amplia também a visão de mundo do aluno, ajudando sua participação em outros espaços sociais, além de
propiciar mudanças na postura do aluno e do professor, em relação à dinâmica da sala de aula de Matemática.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Modelagem Matemática, Geometria.
19. PAVANELO, Elisangela. Resistência e contribuições em relação a uma proposta de trabalho para o ensino
de álgebra elementar, junto a alunos da Educação de Jovens e Adultos. 2004. 121f. (Mestrado em Educação
Matemática: Formação Pré-serviço e Continuada do Professor de Matemática) – Instituto de Geociências e
Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Rio Claro. Orientadora: Laurizete
Ferragut Passos. Banca examinadora: Dione Lucchesi de Carvalho; Idania Blanca Peña Grass. Disponível
em: <http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/brc/33004137031P7/2004/pavanelo_e_me_rcla.pdf>.
Resumo: Neste trabalho são investigadas as reações apresentadas pelos alunos adultos ao ser desenvolvida
uma proposta de trabalho diferenciada, que incentive um maior comprometimento com o processo de
construção do seu conhecimento em Matemática. Esta pesquisa caracteriza-se por seu desenvolvimento a
partir de uma abordagem qualitativa de investigação, cujo trabalho de campo foi realizado em uma sala de
aula de Matemática de um Curso para Jovens e Adultos da rede Estadual de Ensino, da Cidade de Rio Claro
(SP). A investigação se deu a partir de uma dinâmica proposta aos alunos, pela professora da sala e pela
pesquisadora, baseada na resolução de situações-problema. Durante, aproximadamente, um mês, os alunos
divididos em pequenos grupos, investigaram, resolveram e discutiram as resoluções das situações-problema
275
propostas. A análise da dinâmica da sala de aula foi desenvolvida, considerando os aspectos culturais desse
segmento de ensino e o conceito de atividade proposta por Leontiev. A investigação permitiu identificar e
caracterizar importantes aspectos relacionados ao processo mencionado.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Construção do Conhecimento; Álgebra Elementar; Reações.
20. REFOSCO, Marideisa Ita. Um estudo sobre as atitudes em relação à matemática e o desempenho em
álgebra na Educação de Jovens e Adultos. 2004. 180f. (Mestrado em Educação) – Faculdades Integradas de
Palmas. Orientadora: Clayde Regina Mendes.
Resumo:
Palavras-chave:
21. SANTOS, Maria Elisabet da Costa. Posso fazer do meu jeito?: registros das estratégias de adultos desafiados
a resolver problemas matemáticos aditivos. 2004. 142f. (Mestrado em Educação: Formação Docente e
Identidades Profissionais) – Centro de Educação de Ciências Humanas e da Comunicação, Universidade do
Vale do Itajaí. Orientador: José Erno Taglieber. Banca examinadora: Luciane Maria Schlindwein; Maria
Lúcia Faria Moro. Disponível em: <http://www6.univali.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=72>.
Resumo: O Brasil, atualmente com uma visão globalizada sobre a educação, sofreu, no decorrer de sua
história, longos processos de reestruturação em seu sistema de educacional, principalmente com relação à
educação de pessoas jovens e adultas. Este trabalho envolve pessoas que retornaram aos estudos após longo
tempo e apresentaram, enquanto estudantes, algumas dificuldades relacionadas aos registros e à compreensão
dos enunciados de problemas matemáticos com estruturas aditivas. Fazendo referências aos pressupostos
piagetianos, à teoria dos campos conceituais de Gerard Vergnaud e trazendo uma visão andragógica sobre a
arte de ensinar adultos, buscamos caracterizar e descrever as estratégias de registros utilizadas por essas
pessoas quando desafiadas a resolver estes tipos de problemas. Numa pesquisa de caráter qualitativo, a
interação entre pesquisador e pesquisados feita através de entrevistas e posterior filmagem, com análise das
ações, das falas e dos registros através das quais pudemos observar que os sujeitos da pesquisa passavam por
três fases distintas para chegarem às conclusões; a primeira era a visão global da situação, seguida de uma
articulação das partes envolvidas para, finalmente, se chegar à estrutura da situação. Numa pré-análise,
concordamos com Vergnaud ao afirmar que o conhecimento transparece quando se trabalha situações-
problema contextualizadas ao cotidiano. Assim, essas pessoas podem conceituar número, adição, subtração,
pois já convivem e interagem com estes conceitos no seu dia-a-dia.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Andragogia; Estratégias; Notações; Campos Conceituais.
Ano de 2005
22. GARAFFA, Jaquiline. A linguagem matemática manifestada por jovens e adultos. 2005. 197f. (Mestrado em
Educação: Escola, Currículo e Processos Pedagógicos) – Universidade de Passo Fundo. Orientadora: Ocsana
Sonia Danyluk. Banca examinadora: Nilce Fátima Scheffer; Neiva Ignês Grando.
Resumo: O estudo investigativo desta dissertação persegue a indagação: qual a linguagem matemática
manifestada por estudantes de Educação de Jovens e Adultos nas situações do cotidiano? Em busca da
compreensão do fenômeno interrogado foram investigados oito estudantes que cursam a 5ª série do EJA
(etapa III) de uma escola pública do município de Espumoso. Para fazer o levantamento de dados desta
pesquisa e diagnosticar aquilo que se apresenta de matemática na linguagem cotidiana dos sujeitos, foram
realizados dez encontros com a turma. Destes, dois encontros foram caracterizados pela observação das aulas
da professora titular da classe e oito foram observações participativas entre pesquisadora e sujeitos e, para
isso, foram utilizados alguns instrumentos que envolviam problemas matemáticos de medidas, sistema
monetário, números decimais e números fracionários. Os procedimentos da pesquisa qualitativa com
abordagem fenomenológico-hermenêutica exigiram um olhar atento sobre o fenômeno investigado, bem
como a descrição rígida dos encontros observados. No decorrer da redução dos dados, por meio da análise
ideográfica e nomotética, foi possível identificar a ocorrência de três categorias abertas que possibilitaram a
compreensão do fenômeno, as quais são: linguagem matemática, importância do estudo e maneira de ser.
Partindo da análise dessas categorias, é possível afirmar que os estudantes de EJA possuem uma linguagem
matemática própria e informal, por meio da qual realizam e desenvolvem suas atividades diárias e seu
pensamento, expressando suas experiências de vida. Por fim, são trazidas reflexões a fim de contribuir para
que os educadores reflitam sobre suas práticas pedagógicas e, assim, construam suas propostas de ensino
baseadas nas manifestações matemáticas expressas por seus alunos.
276
23. JESUS, Humberto Luis de. Manifestações do conhecimento matemático de alunos jovens e adultos em
atividades de ensino. 2005. 154f. (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São
Paulo. Orientador: Manoel Oriosvaldo de Moura. Banca examinadora: Maria do Carmo de Sousa; Nídia
Nacib Pontuschka.
Resumo: O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa realizada em uma escola pública do município de
São Paulo no período de 2002 a 2003 com alunos do curso supletivo noturno, que frequentavam as séries
finais do Ensino Fundamental. Seu objetivo é o de estabelecer elementos que podem evidenciar as
manifestações do conhecimento matemático de alunos jovens e adultos. Para atingir esse objetivo, partimos
dos pressupostos teóricos da abordagem histórico–cultural e da teoria da atividade. Levando em consideração
as características do objeto da pesquisa e das pessoas que nela participam, optamos pelo enfoque
interpretativo como o caminho metodológico para realização da mesma. Encontramos nas atividades
orientadoras de ensino elementos que possibilitam uma organização do ensino cuja intencionalidade é a
manifestação do conhecimento matemático dos alunos e, por meio de episódios de ensino, analisamos os
momentos em que os alunos demonstram o estabelecimento de novas relações com o objeto de
conhecimento. De acordo com os pressupostos da teoria da atividade, partimos dos motivos dos alunos,
manifestados na vontade de aprender como resolver problemas da matemática escolar e de compreender uma
técnica operatória da divisão. Como seres humanos que são, ao realizar as atividades propostas, esses alunos,
jovens e adultos, também manifestam as concepções que possuem sobre as funções atribuídas à escola e as
relações que estabelecem entre o saber escolar e o saber popular. Nesse sentido, as atividades orientadoras de
ensino possibilitam a ascensão do conhecimento que os alunos possuem em relação à operação de divisão e
de resolução de problemas do nível do pensamento empírico para o nível do pensamento teórico,
contribuindo para a superação da dicotomia entre saber popular e saber escolar.
Palavras-chave: Atividade Orientadora de Ensino; Episódios de Ensino; Teoria da Atividade; Educação
Matemática; Educação de Jovens e Adultos.
24. LIMA, Maria José de. Modos de representar e pensar o espaço: um estudo com as agentes de saúde do
assentamento rural Santa Maria – MT. 2005. 121f. (Mestrado em Educação: Matemática, Cultura e Práticas
Pedagógicas) – Universidade São Francisco. Orientadora: Alexandrina Monteiro. Banca examinadora: Maria
Inês Petrucci-Rosa; Jackeline Rodrigues Mendes.
Resumo: A presente dissertação estuda as práticas sociais de um grupo de parceleiras que atuam como
Agentes Comunitárias de Saúde e também representam e organizam o espaço em que se locomovem durante
a prática de visitas às famílias por elas atendidas. O trabalho foi realizado no Assentamento Rural Santa
Maria em Água Boa – MT. O objetivo dessa pesquisa é discutir o conceito de espaço numa perspectiva da
Etnomatemática, visando contribuir para a discussão curricular de cursos voltados à Educação de Jovens e
Adultos. A metodologia de pesquisa foi qualitativa e usou como recursos: observação, diário de campo, fotos
e entrevistas semidirecionadas. Participaram como sujeitos dessa pesquisa quatro parceleiros, quatro Agentes
Comunitárias de Saúde e equipe médica. Nossas análises tomaram como referência os campos da
Etnomatemática, as teorias curriculares críticas e a Educação de Jovens e Adultos. Nossas análises nos
indicam que as propostas curriculares de Educação de Jovens e Adultos discutem as questões relativas ao
espaço no campo da geometria enfatizando uma perspectiva fortemente Euclidiana excluindo os elementos
socioculturais que subsidiam o fazer e o pensar sobre o espaço. Defendemos, a partir disso, que o currículo
de Matemática da EJA passe a considerar esses aspectos socioculturais para a discussão dos conceitos
geométricos.
Palavras-chave: Etnomatemática; Espaço; Educação de Jovens e Adultos; Currículo; Práticas Sociais.
25. SCHNEIDER, Sonia Maria. A consideração de dilemas práticos para a formação de professores de
Matemática da Educação de Jovens e Adultos. 2005. 77f. (Mestrado em Educação: Formação de Professores
de Ciências) – Universidade Federal Fluminense. Orientadora: Glória Regina Pessôa Campello Queiroz.
Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Sandra Lucia Escovedo Selles.
Resumo: A pesquisa aqui desenvolvida teve como objetivo principal a problematização das práticas e dos
saberes de professores de matemática do ensino fundamental da educação de jovens e adultos pela
perspectiva dos dilemas práticos inspirada no modelo do prático reflexivo e artístico para a formação de
professores. Os saberes dos professores foram investigados na emergência e análise dos dilemas práticos e
explicitaram ideias e pressupostos que os professores declararam considerar para o ensino e aprendizagem de
matemática na educação de jovens e adultos. Para investigar esses saberes foram feitas entrevistas individuais
e coletivas com professores que ensinam matemática no ensino fundamental de EJA em duas escolas, sendo
277
uma pública e outra particular/confessional. A pesquisa procura contribuir para a formação de professores, ao
voltar-se para as práticas que explicitam os saberes e problemáticas docentes relevantes para o ensino e
aprendizagem de matemática na educação de jovens e adultos.
Palavras-chave: Educação Matemática; Formação de Professores; Saberes Docentes.
Ano de 2006
26. CASTRO, Luís Roberto Cezar de. Narrativas sobre a matemática escolar produzidas por alunos de um
curso noturno de Educação de Jovens e Adultos. 2006. 113f. (Mestrado em Educação: Currículo, Cultura e
Sociedade) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Orientadora: Gelsa Knijnik. Banca examinadora:
Alexandrina Monteiro; Maura Corcini Lopes. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp028723.pdf>.
Resumo: A presente Dissertação tem como propósito analisar narrativas sobre a Matemática escolar, com
elementos da cultura de um grupo de alunos. A pesquisa foi desenvolvida com alunos do Ensino
Fundamental de um curso noturno de um Programa de Educação de Jovens e Adultos, da Escola Carlos
Antônio Wilkens, situada no bairro Veranópolis, no município de Cachoeirinha, estado do Rio Grande do
Sul. Os aportes teóricos da pesquisa são as ideias presentes na área da Educação de Jovens e Adultos, da
Etnomatemática e dos Estudos Culturais, examinados a partir de uma perspectiva alinhada com o pensamento
pós-moderno. A dissertação está organizada em cinco capítulos. No primeiro, há uma apresentação geral da
pesquisa, a explicitação do lugar teórico a partir do qual foi realizado o estudo, o relato problematizado de
como foi construído o objeto de pesquisa, bem como os procedimentos metodológicos. O segundo capítulo
apresenta a descrição do Programa de Educação de Jovens e Adultos na instituição escolar. No capítulo 3,
está a análise das demandas e contribuições do ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos. O
quarto capítulo examina as narrativas sobre a matemática escolar produzidas durante as entrevistas realizadas
com sete alunos da EJA. O resultado desse exame está expresso em duas unidades: 1) A Matemática como
desafio: superando limitações; 2) A Matemática como possibilidade de competição no trabalho e na escola. A
dissertação encerra-se com o capítulo 5, no qual estão algumas reflexões, que se configuram nas possíveis
conclusões sobre a temática desta pesquisa, balizadas pelas experiências vivenciadas no Curso de Mestrado,
durante a elaboração deste trabalho.
Palavras-chave: Etnomatemática, Educação de Jovens e Adultos.
27. CORÔA, Renata Paixão. Saberes construídos pelos professores de Matemática em sua prática docente na
Educação de Jovens e Adultos. 2006. 110f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas: Formação
Profissional de Professores na Área de Matemática) – Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento
Científico, Universidade Federal do Pará. Orientador: Tadeu Oliver Gonçalves. Banca examinadora: Ivanilde
Apoluceno de Oliveira; Terezinha Valim Oliver Gonçalves. Disponível em:
<http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/1784/1/Dissertacao_SaberesProfessoresMatematica.pdf>.
Resumo: Este trabalho é sobre a prática de professores de Matemática que atuam na Educação de Jovens e
Adultos (EJA). Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo objetivo é identificar, por meio das falas dos
professores, os saberes por eles produzidos em sua prática docente na EJA. Para a construção dos dados,
realizamos entrevistas semiestruturadas com seis professores de Matemática da EJA e a aplicação de
questionários para 48 alunos de uma escola do município de Belém do Pará. Dos diálogos que mantivemos
com os professores de Matemática da EJA emergiram os saberes experienciais que eles desenvolvem em sua
prática na EJA. Os saberes experienciais dizem respeito ao uso de linguagem e metodologias adequadas aos
alunos, à contextualização dos conteúdos matemáticos, ao resgate social dos alunos, entre outros. Por meio
de suas experiências os professores reelaboram e adaptam seus saberes com base nas peculiaridades de seus
alunos da EJA e na reflexão que fazem sobre suas próprias práticas. As falas dos professores de Matemática
evidenciam sua insatisfação com os conhecimentos recebidos em sua formação inicial para ensinar na EJA, o
que os faz manter em suas práticas, um constante processo de reflexão e auto formação para atuar nessa
modalidade de ensino. Para tanto, é importante que os professores estabeleçam, entre si, relações de parceria
tendo em vista a melhoria do ensino para os alunos da EJA, o que pode contribuir com a implementação do
projeto político pedagógico nas escolas da EJA.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Formação de Professores de Matemática; Saberes Docentes.
28. HENAO, Edier Yorley Henao. Compreensão de textos com conteúdos matemáticos por parte de aprendizes
jovens e adultos/as. 2006. 131f. (Mestrado em Educação: Políticas Públicas e Reformas Educacionais e
Curriculares) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora: Circe Mary Silva da Silva
278
Dynnikov. Banca examinadora: Alipio Marcio Dias Casali; Silvia Dias Alcantara Machado. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3557> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp011176.pdf>.
Resumo: Nesta pesquisa analisaram-se quais são as dificuldades e/ou fortalezas, no que se refere à
compreensão de textos com conteúdos matemáticos por 27 jovens e adultos/as de setores populares. As
pessoas pesquisadas fazem parte do projeto Educación Básica y Alfabetización entre Mujeres para la
reconciliación, la convivencia y la paz, desenvolvido pela Corporación Educativa CLEBA no município de
Itagüí, departamento de Antioquia na Colômbia. Para aprofundar em alguns aspectos teórico/práticos que
consideramos importantes para o presente estudo, foram abordadas questões como a contribuição dos
conteúdos matemáticos na compreensão de textos e algumas capacidades psicológicas que deveriam ser
desenvolvidas no ensino e aprendizagem da matemática. Assim, conceitualmente, a pesquisa se baseou na
concepção da matemática como linguagem; sobre a compreensão de textos e a compreensão matemática.
Também se considerou a teoria sócio-interacionista como fundamento de algumas capacidades psicológicas
próprias da atividade matemática. Os dados foram coletados através de uma entrevista grupal, da revisão
bibliográfica e de outros quatro instrumentos, três deles, textos com conteúdos matemáticos. A partir destes
textos obtivemos algumas produções dos pesquisados/as que incluem o conhecimento de conteúdos
matemáticos e o seguimento de instruções a partir dos mesmos, inferências a partir dos dados explícitos e
implícitos nos textos, operar com e a partir de conteúdos matemáticos e o trabalho com diferentes registros de
representação semiótica, entre outros. Como parte dos resultados podemos explicitar a existência de
dificuldades e também de fortalezas na compreensão dos textos com conteúdos matemáticos que se encerram
basicamente desde as experiências prévias e a subjetividade dos pesquisados/as, o nível de escolaridade, a
especialização do conhecimento matemático e as capacidades inerentes à compreensão de textos.
Palavras-chave: Currículo; Colômbia; Textos; Conteúdos Matemáticos; Capacidades; Dificuldades.
29. KOORO, Méri Bello. Uma análise curricular da Matemática na Educação de Jovens e Adultos. 2006. 122f.
(Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática: Elementos e Metodologias de Ensino de Física
e Matemática) – Universidade Cruzeiro do Sul. Orientadora: Celi Espasandin Lopes. Banca examinadora:
Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Iara Regina Bocchese Guazzelli. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp030455.pdf>.
Resumo: Este estudo teve como objetivo investigar e analisar como são organizados os currículos para o
ensino de Matemática na Educação de Jovens e Adultos, fazendo uso de informações contidas em
documentos curriculares oficiais publicados pelo Ministério da Educação e por Secretarias Estaduais e
Municipais de Educação de algumas regiões do Brasil. Duas questões foram orientadoras da investigação:
Que estruturas e conteúdos são privilegiados em propostas de ensino de Matemática na Educação Escolar de
Jovens e Adultos, no nível do chamado “Ensino Fundamental”? e Tais estruturas e conteúdos são adequados
às especificidades do público da EJA? Para responder a estas questões optamos por uma abordagem
qualitativa, realizando uma pesquisa bibliográfica e documental, tomando como parâmetro a reflexão sobre
Educação Matemática em uma perspectiva cultural. Para nortear nossa análise, utilizamos categorias que
foram definidas a priori e categorias que emergiram a partir do discurso e do conteúdo apresentados pelas
propostas. A análise dos documentos mostrou-nos que, embora a maioria das propostas apresente
considerações pertinentes e coerentes com os referenciais teóricos os quais consideramos relevantes para a
Educação de pessoas jovens e adultas, a organização dos temas e as orientações didáticas não estão na mesma
perspectiva, sendo ainda muito similares às que são feitas no ensino regular, sem considerar as
especificidades da Educação de Jovens e Adultos. Nem todos os documentos contemplam a área de
Matemática e os que a contemplam não orientam o professor sobre como fazer a abordagem na EJA.
Acreditamos que a abordagem deva ser mais direcionada e coerente com os objetivos da EJA. Além disso, o
discurso dos documentos apresenta um texto que dialoga pouco com o professor, que discute minimamente a
abordagem dos eixos temáticos da Matemática, assim como os aspectos formativo e funcional. Mediante o
processo de análise dos resultados da pesquisa, apresentam-se sugestões que podem auxiliar a (re)significar
os currículos de Matemática para a Educação de Jovens e Adultos.
Palavras-chave: Educação Matemática; Currículo; Educação de Jovens e Adultos.
30. MALLMANN, Maria Elene. A essência da Matemática na prática dos produtores rurais: um estudo
Etnomatemático. 2006. 198f. (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática: Educação em Ciências e
Matemática para o Desenvolvimento Sustentável) – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade
Luterana do Brasil. Orientador: Renato Pires dos Santos. Banca examinadora: Ubiratan D’Ambrosio; Carmen
Teresa Kaiber; Marilaine de Fraga Sant’Ana. Disponível em:
<https://memphis.ulbranet.com.br/BIBLIO/PPGECIMM048.pdf> e
279
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp070414.pdf>.
Resumo: A intenção desta pesquisa foi investigar como pessoas adultas pouco escolarizadas pensam e
solucionam problemas matemáticos presentes em suas vidas e em seus diferentes contextos, a partir de seus
conhecimentos não-formais. É preciso compreender as situações vividas também por essas pessoas para
talvez auxiliar na instauração de novas propostas metodológicas para o ensino de Matemática na Educação de
Jovens e Adultos. Os sujeitos da pesquisa são dezesseis produtores rurais com idades entre 23 e 75 anos. A
coleta de dados foi realizada de março a setembro de 2005 nas propriedades dos produtores rurais em quatro
municípios do Vale do Taquari – RS. A investigação, ancorada na perspectiva qualitativa com abordagem
fenomenológico-hermenêutica, procurou articular ideias do pensamento etnomatemático de Ubiratan
D’Ambrosio para perceber a essência da Matemática imbricada nas atividades produtivas do campo.
Palavras-chave: Etnomatemática; Produtores Rurais; Ensino de Matemática.
31. MOTTA FILHO, Irineu. Atitudes e procedimentos de alunos da Educação de Jovens e Adultos frente à
resolução de problemas. 2006. 116f. (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: A Matemática na
Estrutura Curricular e Formação de Professores) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Orientadora: Célia Maria Carolino Pires. Banca examinadora: Adair Mendes Nacarato; Ana Paula Jahn.
Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3435>.
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo identificar as atitudes e procedimentos de alunos da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) frente à resolução de problemas. Utiliza pesquisa bibliográfica e
documental e baseia-se numa avaliação diagnóstica realizada com 32 alunos de uma mesma turma da 1ª série
do Ensino Médio, localizada no município de Jundiaí. Por meio de propostas de atividades de resolução de
problemas em que procuramos contemplar diferentes variáveis, como o número de soluções do problema, o
domínio matemático envolvido, buscamos identificar e analisar as atitudes e estratégias dos alunos nessas
situações. Nossa intenção com este trabalho é a de buscar alternativa para a aproximação dos alunos da EJA
com a Matemática, utilizando suas experiências cotidianas e superando medos relacionados à própria
capacidade de aprender Matemática. Esperamos ainda que nosso trabalho possa ser utilizado por professores
que atuam na EJA, ensinando Matemática.
Palavras-chave: Resolução de Problemas; Ensino de Jovens e Adultos; Educação Matemática; Inclusão
Social.
32. PEGGION, Penélope Priscila. Educação Escolar de Jovens e Adultos e Educação Matemática: desafios para
a formação de professores. 2006. 138f. (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de
São Paulo. Orientadora: Stela Conceição Bertholo Piconez. Banca examinadora: Maria Stela Santos Graciani;
Maria do Carmo Santos Domite.
Resumo: Este trabalho trata de uma pesquisa qualitativa (estudo de caso) que tem como ponto de partida a
Educação Escolar de Jovens e Adultos e a Formação de Professores na organização do trabalho pedagógico
com Educação Matemática. Investigou a presença de estudos sobre Educação Escolar de Jovens e Adultos na
formação inicial e na formação continuada e suas contribuições ao desempenho da Educação Matemática na
sala de aula. Os sujeitos da pesquisa são professores do Ciclo I do Ensino Fundamental de EJA pertencentes
à Coordenadoria Penha do Município de São Paulo. Fizeram parte também professores do Programa de
Educação de Jovens e Adultos do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos e Formação Permanente de
Professores da Faculdade de Educação pertencente à Universidade de São Paulo. Com a finalidade de revisar
a literatura sobre o tema abordado desenvolveu-se mapeamento de teses e dissertações sobre o tema onde
foram pesquisados documentos oficiais (Diretrizes de EJA, Parâmetros Curriculares Nacionais) e
documentos escolares (Projeto Político Pedagógico, Plano Escolar, Plano de Aula). Na dimensão da prática
foram analisadas as informações obtidas por entrevistas semidirigidas e questionários de caracterização da
organização do trabalho pedagógico com Educação Matemática. Forneceu subsídios para pensarmos sobre o
processo de formação de professores alfabetizadores de jovens e adultos e sobre as propostas metodológicas
a serem utilizadas durante o ensino da Matemática. Esta investigação concluiu que os professores não
seguem um referencial metodológico para ensinar Matemática aos jovens e adultos, mesmo porque isso não
existe de forma estruturada, mas esses professores criam uma forma própria de lidar com as questões do
cotidiano da sala de aula. Concluiu, também, que as práxis desenvolvidas nas escolas refletem uma oscilação
entre o discurso teórico da formação inicial geral e continuada e o espontaneísmo de suas práticas diante dos
desafios impostos pela heterogeneidade característica dos alunos de EJA.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação Matemática; Formação de Professores.
33. RODRIGUES, Ana Maria Sgrott. ... A minha vida seria muito diferente se não fosse a Matemática... O
280
34. SILVA, Alessandro Rosa. O livro didático e o discurso do professor no ensino das operações com números
inteiros para alunos do ensino de jovens e adultos. 2006. 158f. (Mestrado Profissional em Ensino de
Matemática: Tecnologias da Informação e Educação Matemática) – Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo. Orientadora: Janete Bolite Frant. Banca examinadora: Dione Lucchesi de Carvalho; Sandra Maria
Pinto Magina. Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2937> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp009390.pdf>.
Resumo: Esta pesquisa teve a preocupação de discutir o papel da linguagem no ensino das operações de
números inteiros na Educação de Jovens e Adultos, especificamente o aspecto da compreensão do diálogo
instaurado a partir do discurso do professor e do livro didático. Adotamos como referencial teórico o
pragmatismo, de acordo com Grice. Segundo este autor existe um conjunto de suposições, ou uma espécie de
principio geral, que irá guiar a conduta dos falantes para um uso eficiente da linguagem com fins
cooperativos. Estas Máximas Conversacionais especificam como os participantes devem agir em uma
conversa cooperativa. As questões que nortearam o trabalho foram: Que ambiente o professor proporciona
em sala de aula? Quais materiais o professor escolhe e usa? Como o professor e materiais, utilizados em aula,
cooperam para que a interlocução entre ele e seus alunos a respeito das regras de sinais ocorra?. Para tanto,
dois questionários foram elaborados e aplicados com doze professores. Estas discussões apontaram que os
professores, que participaram deste trabalho, não são claros o suficiente quando tratam das operações com
números inteiros, não promovendo um ambiente de diálogo entre eles e os alunos. Analisamos também seis
coleções de livros didáticos mais usados pelos professores e observamos dificuldades em manter um diálogo
claro entre o seu leitor. Tendo por base tais resultados, este trabalho procurou trazer para a discussão a
questão do diálogo e a importância de sua clareza, que vai do discurso do professor em sala de aula, do
ambiente que se pode criar em sala de aula que valorize o diálogo claro ou a comunicação clara dos
conteúdos até ao livro texto que é apresentado direta ou indiretamente aos seus alunos quando esta tratando
das operações de adição e multiplicação de números inteiros e a importância que esta clareza tem na
aprendizagem de tal conteúdo matemático. Observando ainda que tal problema surge muitas vezes por falta
de materiais alternativos, para o próprio professor, discutimos ainda uma abordagem para o ensino de
operações com números inteiros.
Palavras-chave: Números Inteiros; Linguagem; Educação de Jovens e Adultos; Pragmática.
281
35. SILVA, Jeane do Socorro Costa da. Matemática na EJA: uma proposta para trabalhadores da construção
civil. 2006. 139f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas: Processos de Ensino e de
Aprendizagem na Área de Educação Matemática) – Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento
Científico, Universidade Federal do Pará. Orientador: Renato Borges Guerra. Banca examinadora: Juaci
Picanço da Silva; Francisco Hermes Santos da Silva. Disponível em:
<http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/1853/1/Dissertacao_MatematicaEJAProposta.pdf>.
Resumo: Neste trabalho apresentamos uma proposta de Aprendizagem Significativa em Matemática, na
Educação de Jovens e Adultos, para trabalhadores da construção civil. O foco de estudo incide em explorar
os saberes profissionais dos trabalhadores da construção civil na construção dos conceitos de medida de área
e grandezas diretamente proporcionais. A pesquisa ancora-se em conversas realizadas com pedreiros no
canteiro de obras onde identificamos os saberes profissionais que serviram de facilitadores para a passagem
do concreto para o abstrato, partindo do cotidiano profissional dos pedreiros, das suas experiências de vida,
dos conhecimentos práticos adquiridos em seu trabalho até chegarmos à construção de conceitos matemáticos
abstratos.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Aprendizagem Significativa; Educação Matemática; Saber
Profissional.
36. SILVA, José Vieira da. As dificuldades do uso do vídeo em aulas de Matemática na EJA no município de
Goiana-PE. 2006. 146f. (Mestrado em Ensino das Ciências: Formação de Professores) – Departamento de
Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Orientadora: Josinalva Estacio Menezes. Banca
examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Suely Alves da Silva; Zélia Maria Soares Jófili.
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp089579.pdf> e
<http://200.17.137.108/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1647>.
Neste trabalho temos como objeto de investigação o uso do vídeo e as dificuldades apresentadas por
professores e alunos da EJA em Goiana-PE no processo de ensino e aprendizagem da Matemática. Como
orientação teórica sobre o uso do vídeo, escolhemos o professor José Manuel Moran e Antônio Ruas
Bartolomé, que serviram como apoio ao indicarem suas propostas metodológicas para possíveis superações
de uso do referido recurso na sala de aula, como também apontaram literaturas que poderão propiciar novas
investigações para inserção dessas e de novas tecnologias, em particular o vídeo e a TV, como ferramenta do
professor da EJA no Ensino da Matemática. Como metodologia, adotamos uma abordagem qualitativa
contendo análise de dados quantitativos, tomando como campo duas escolas do Município de Goiana e 33
alunos da EJA distribuídos entre as duas escolas, com seus respectivos professores de matemática. A
pesquisa em contexto enfoca também alguns entraves: por um lado, o despreparo dos professores que atuam
com essa modalidade de ensino, despreparo esse evidenciado nos resultados da pesquisa e, por outro, a falta
de acesso desses recursos para os próprios alunos, juntamente com as características inerentes à faixa etária
que poderão ter acarretado o baixo nível de formação de conceitos matemáticos. Evidenciamos que houve
relativa aceitação dos alunos em relação ao uso do vídeo nas duas salas de aula de matemática da EJA
pesquisadas. Evidenciamos também uma pequena diferença de desempenho positivo nos testes dos alunos
após o uso do vídeo nas duas salas de aulas de matemática da EJA. Concluímos pela constatação que, alunos
com idades abaixo de 25 anos, apresentaram melhores resultados em relação à aceitação do vídeo nas aulas
de matemática e também à compreensão do conteúdo matemático abordados nas sessões com o mesmo, do
que alunos de 25 anos ou mais.
Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem; TIC; Recursos Didáticos; Educação Matemática; EJA.
37. SILVA, Valdenice Leitão da. Números decimais: no que os saberes de adultos diferem dos de crianças?
2006. 200f. (Mestrado em Educação: Didática de Conteúdos Específicos) – Centro de Educação,
Universidade Federal de Pernambuco. Orientadora: Rute Elizabete de Souza Rosa Borba. Banca
examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Ana Coêlho Vieira Selva. Disponível em:
<http://www.bdtd.ufpe.br/bdtd/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5499>.
Resumo: Nesta pesquisa foram investigados saberes de adultos e de crianças sobre números decimais.
Objetivou-se verificar se, e como, os processos de aprendizagem de crianças e adultos neste campo numérico
são distintos, diagnosticando, também, o quanto saberes da práxis social interferem no desempenho de
alunos. Significativa quantidade de pesquisa já foi realizada sobre números decimais, dada a complexidade
deste conteúdo para os aprendizes. Dentre estes estudos encontram-se os de Porto, 1995; Lerner, 1995; Irwin,
1995; Porto & Carvalho, 2000, sendo apenas neste último investigado o desempenho de alunos adultos.
Participaram da investigação 64 estudantes, 32 adultos e 32 crianças, sendo metade destes portadores de
escolaridade em números decimais e os demais detentores apenas de experiência extraescolar neste campo
numérico. Os alunos participaram de uma entrevista inicial e, em seguida, responderam 16 questões
282
elaboradas com base na Teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud (1995), objetivando observar que
significados, representações simbólicas, propriedades e contextos dos números decimais são mais facilmente
compreendidos por adultos e por crianças. Os dados revelam muitas diferenças entre os conhecimentos de
adultos e os de crianças quanto a números decimais. Observou-se que o desempenho dos adultos foi
estatisticamente superior ao das crianças e que mesmo adultos não escolarizados em decimais
desempenharam-se bem melhor que crianças que já haviam estudado decimais na escola. Observou-se,
também, que tanto para adultos quanto para crianças não houve efeito significativo da escolaridade no uso de
formas variadas de representação simbólica, na compreensão dos diferentes significados dados aos decimais,
no entendimento de diferentes propriedades de decimais nem na aplicação do conhecimento de decimais a
diferentes contextos. No que diz respeito às representações simbólicas utilizadas na resolução dos problemas
verificou-se que não houve, nem entre as crianças nem entre os adultos, diferenças significativas de
desempenho ao responder as questões oralmente ou por escrito. Quanto aos significados de número decimal,
observou-se que crianças não compreendiam bem nenhum dos dois significados presentes nos problemas, e
os adultos desempenharam-se melhor quando o significado era o de medida fracionária do que quando o
significado era o de decimal enquanto resultante de uma divisão. Para as crianças, os problemas que
envolviam propriedades de conversão de decimais foram mais facilmente respondidos que os que envolviam
comparação. Os adultos – com ou sem escolarização em decimais – desempenharam-se bem tanto em
problemas inseridos no contexto monetário quanto no métrico. Já as crianças apresentaram muito fraco
desempenho no contexto métrico e nas entrevistas iniciais mencionaram quase que exclusivamente o
contexto monetário como aquele no qual números decimais poderiam ser encontrados. O fato que adultos
sem escolaridade no conteúdo conseguem resolver problemas com números decimais quase tão bem quanto
os já escolarizados revela, por um lado, o quanto tem influenciado conhecimentos da prática social nesta
conceitualização. Por outro lado, a falta de efeito da escolarização no desempenho dos participantes do
estudo revela quanto o ensino deste conteúdo precisa ser revisto, de modo a proporcionar aprendizagens
significativas aos alunos. Os resultados do estudo apontam para a necessidade de redirecionar,
especificamente em números decimais, processos de ensino para as distintas modalidades de ensino. A
comparação de desempenhos de adultos e crianças contribui, assim, para destacar a necessidade da escola
refletir o tratamento diferenciado a ser dado a alunos de distintos níveis de ensino. Os resultados evidenciam,
também, a necessidade de se levantar as compreensões dos alunos antes do ensino formal ao conceito de
número decimal para verificar o desenvolvimento do entendimento deste campo numérico fora de espaços
escolares.
Palavras-chave: Saberes Escolares e da Práxis Social; Ensino Fundamental e EJA; Números Decimais.
38. VALVERDE, Regina Maria Seco de Miranda. Interações em aula de Matemática para jovens e adultos.
2006. 186f. (Mestrado em Linguística Aplicada: Letramento) – Instituto de Estudos da Linguagem,
Universidade Estadual de Campinas. Orientadora: Angela Del Carmen Bustos R. de Kleiman. Banca
examinadora: Anna Regina Lanner de Moura; Maria de Lourdes Meirelles Matencio. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000380061&fd=y>.
Resumo: Este trabalho descreve a interação professor-aluno na aula de matemática para a educação de jovens
e adultos. Com o intuito de compreender o contexto do ensino de matemática, partimos de uma perspectiva
interdisciplinar, para investigar as relações entre a linguagem matemática e a linguagem natural e a
importância da análise da interação para o ensino. Com base nas contribuições da sociolinguística
interacional para os estudos da interação Gumperz (1972 & 1982), Goffman (1998) e Brown e Levinson
(1995), analisamos pistas contextualizadoras diversas e suas funções na promoção de situações de
aprendizagem. Verificamos a utilização de mecanismos verbais para a construção de conceitos matemáticos e
apresentamos as relações entre o objetivo da aula e o tipo de interação estabelecida. A análise das situações
observadas, em 2000, permitiu que se refletisse sobre o papel do professor na escolha de atividades
significativas no processo de ensino e aprendizagem e a necessidade do estudo da interação em sala de aula
na formação de professores de matemática.
Palavras-chave: Interações; Linguagem Matemática; EJA; Linguagem Natural.
39. VIANNA, Sylvia Cristina Barbosa. Em busca de subsídios para o conhecimento da dislexia em alunos da
EJA: uma abordagem sobre leitura e cálculo. 2006. 126f. (Mestrado em Linguística: Língua e Sociedade) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientadoras: Maria Cecília de Magalhães Mollica; Marisa Beatriz
Bezerra Leal. Banca examinadora: Deize Vieira dos Santos; Adilson Gonçalves; Lúcia Quental. Disponível
em: <http://www.letras.ufrj.br/poslinguistica/wp-content/uploads/2012/04/silvia_vianna.pdf>.
Resumo: Tendo em vista a realidade das dificuldades para o aprendizado de alunos adultos em processo de
alfabetização, o objetivo principal deste trabalho consiste na investigação de dificuldades no que se refere à
283
leitura e à matemática, considerando as possíveis relações entre as duas áreas. Para isso, houve a aplicação de
testagens em alunos inseridos no Programa de Alfabetização da UFRJ. Os experimentos abrangem algumas
habilidades e conhecimentos prévios considerados fatores cruciais de influência para a aprendizagem. Para
proceder à análise dos resultados dos testes tomamos como suporte teórico os autores Ferreiro (1999),
Vygotsky (1998), Garcia (1998), Palacios (2004), Scliar-Cabral (2004) e Freire (1997). Constatamos, em
linhas gerais, que as dificuldades de aprendizagem em leitura e também em matemática, peculiaridades
referem-se à natureza da aprendizagem e influência de fatores extrínsecos. O tempo de afastamento da escola
parece influenciar alguns diferenciais em resultados específicos para cada uma das áreas.
Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem; Leitura; Cálculo; Alfabetização de Jovens e Adultos.
Ano de 2007
40. ARAÚJO, Nelma Sgarbosa Roman de. A Educação de Jovens e Adultos e a resolução de problemas
matemáticos. 2007. 171f. (Mestrado em Educação para a Ciência e o Ensino de Matemática: Formação de
Professores, Renovação Curricular e Avaliação Escolar) – Centro de Ciências Exatas, Universidade Estadual
de Maringá. Orientadoras: Doherty Andrade; Regina Maria Pavanello. Banca examinadora: Dione Lucchesi
de Carvalho; Luzia Marta Bellini. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp028302.pdf>.
Resumo: Neste trabalho, foram estudados os fatos que colaboram ou dificultam a interpretação e a resolução
de problemas matemáticos escolares por alunos do sistema de Educação de Jovens e Adultos, que estavam
cursando a Fase II do Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Os sujeitos foram submetidos a uma entrevista
clínica semiestruturada, com proposta de resolução de problemas que envolviam conceitos e conhecimentos
matemáticos elementares, individualmente. Os resultados obtidos indicaram que a complexidade envolvida
no ato de resolução de problemas extrapola a questão da fluência na leitura ou da utilização ou não de certas
estratégias ou conhecimentos conceituais isolados. Percebemos que a compreensão dos enunciados dos
problemas e as consequentes abordagens adequadas são dependentes de vários fatores, dentre os quais
citamos a compreensão dos termos dos enunciados, os conhecimentos prévios daqueles que tentam resolvê-
los e a coordenação das informações essenciais contidas no enunciado. Foi possível supor que, do ponto de
vista matemático, o tempo de escolaridade a mais dos alunos do grupo II parece não proporcionar influência
alguma, ou seja, não possibilitou ampliação dos conhecimentos que os sujeitos trouxeram da vida; enquanto
que o fato de alguns alunos usarem determinados conhecimentos matemáticos na prática, demonstrou
permitir maior facilidade na mobilização de procedimentos para a resolução e explicação dos problemas. Em
decorrência dos resultados obtidos, surge uma indagação que poderá ser foco de um próximo trabalho, qual
seja: Se repetíssemos essa pesquisa com um número maior de pessoas, e se os resultados se repetissem, o que
isso nos indicaria?
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Interpretação e Resolução de Problemas Matemáticos;
Linguagem.
41. BASTOS, Antonio Sergio Abrahão Monteiro. Noções de porcentagem, de desconto e de acréscimo na
Educação de Jovens e Adultos. 2007. 141f. (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática:
Elementos e Metodologias de Ensino de Física e Matemática) – Universidade Cruzeiro do Sul. Orientadora:
Edda Curi. Banca examinadora: Armando Traldi Júnior; Rosemary Aparecida Santiago. Disponível em:
<http://sites.cruzeirodosulvirtual.com.br/pos_graduacao/trabs_programas_pos/trabalhos/Mestrado_Ensino_de_Ciencias_
e_Matematica/MESTRADO-Antonio%20S%E9rgio%20Abrah%E3o%20Monteiro%20Bastos_56.PDF>.
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo diagnóstico com os alunos da EJA sobre
questões relacionadas à Matemática Financeira no sentido de fazer uma intervenção para que estes alunos
apropriem-se dessas noções. Em termos de Matemática Financeira, optou-se por trabalhar as noções de
porcentagem, de desconto e acréscimo. A pesquisa foi de caráter qualitativo, com análise dos documentos
oficiais que discutem o ensino de Matemática para Jovens e Adultos e duas coleções de livros didáticos
recomendados pelo Programa Nacional do Livro Didático. Seu propósito foi saber se esse material apresenta
tópicos relacionados à Matemática Financeira, envolvendo noções básicas de porcentagem, desconto e
acréscimo. Além disso, foram estudados textos de educadores matemáticos que discutem o papel da
Matemática na formação do cidadão. A pesquisa com os alunos envolveu dois instrumentos diagnósticos e
um processo de intervenção. Aproveitou-se para identificar o perfil desses alunos e suas relações com a
Matemática. Entre os resultados, foi possível destacar, com base na análise da pesquisa, que os alunos da
EJA, de modo geral, não têm conhecimentos suficientes dos tópicos da Matemática Financeira que lhes
permitam enfrentar situações do cotidiano, mesmo as que envolvem conceitos ou procedimentos elementares.
284
No entanto, a intervenção realizada possibilita um trabalho de parceria com esses alunos, contemplando os
conteúdos apontados no diagnóstico como problemáticos que atenderam de maneira adequada aos anseios
dos jovens e adultos que retornaram à escola. Constatou-se ainda que a abordagem dos temas porcentagem,
desconto e acréscimo é “tímida” nos documentos curriculares oficiais atuais. Assim, a apresentação desses
temas deve ser contextualizada em situações vivenciadas pelo alunado, mas observou-se na pesquisa que os
livros didáticos nem sempre abordam dessa maneira. Considera-se a importância de realizar ações mais
efetivas no âmbito educacional para melhorar a formação do exercício de cidadania desses jovens e adultos.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação Matemática; Matemática Financeira; Cidadania.
42. CABRAL, Viviane Ribeiro de Souza. Relações entre conhecimentos matemáticos escolares e conhecimentos
do cotidiano forjadas na constituição de práticas de numeramento na sala de aula da EJA. 2007. 169f.
(Mestrado em Educação: Educação Matemática) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas
Gerais. Orientadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca. Banca examinadora: Alexandrina Monteiro;
Maria Amélia Gomes de Castro Giovanetti; Maria Laura Magalhães Gomes. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/FAEC-854HK6/disserta__o.pdf?sequence=1>.
Resumo: Neste estudo, analisamos relações estabelecidas pelos alunos e pelas alunas da Educação de Jovens
e Adultos (EJA) entre conhecimentos matemáticos veiculados pela escola e aqueles que se forjam em
instâncias diversas da vida social. Tais relações são flagradas nas (e reconhecidas como constituintes das)
práticas de numeramento mobilizadas em interações discursivas das situações de ensino-aprendizagem
escolares. Inspirado na obra de Paulo Freire e buscando subsídios em reflexões produzidas em estudos que
adotam uma Abordagem Etnomatemática, o desenvolvimento desta investigação obrigou-nos a abandonar a
expressão “conhecimento prévio” e a adotar a perspectiva de conhecimento como construção social, fruto dos
diálogos, por vezes conflituosos, por vezes conciliadores, entre modos de conhecer.
Palavras-chave: Conhecimentos Matemáticos; Sala de Aula; EJA; Numeramento.
43. CAMARGO, Marco Antonio de. Telecurso 2000: uma análise da articulação da matemática escolar e do
cotidiano nas tele-aulas. 2007. 150f. (Mestrado em Educação: Matemática, Cultura e Práticas Pedagógicas) –
Universidade São Francisco. Orientadora: Alexandrina Monteiro. Banca examinadora: Corinta Maria
Grisólia Geraldi; Jackeline Rodrigues Mendes. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp030308.pdf>.
Resumo: Neste trabalho buscamos analisar a partir do material do Telecurso 2000, as concepções de
matemática, bem como de “saber cotidiano” que fundamentam os discursos produzidos nas tele-aulas de
matemática bem como procuramos problematizar as relações entre a matemática escolar e não escolar
(cotidiano). No decorrer dessa empreitada nos apoiamos na história da política educacional brasileira
destinada para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, na análise de alguns dos principais projetos
educacionais voltados a EJA e, em especial aquelas relacionadas com Ensino a Distância – EAD, no qual se
inclui o Projeto Telecurso 2000. Criado em 1995, o Projeto Telecurso 2000, é fruto da parceria entre a
Fundação Roberto Marinho – FRM, a Federação das Indústrias de São Paulo – FIESP, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial – SENAI/SP, o Serviço Social da Indústria – SESI. Tomamos como referência
teórica os estudos advindos dos campos da “Etnomatemática” e dos Estudos Curriculares. Esse trabalho
enquadra-se numa abordagem “qualitativa” e, como recurso procedimental, terá a coleta dos vídeos/aulas de
matemática que compõem o Telecurso 2000 e análise documental da produção do material didático que
compõe os telecursos. Essa análise documental tem como objetivo contribuir para a análise e produção das
propostas curriculares da EJA, em especial no campo Educação Matemática. Na finalização desse trabalho,
concluímos que o projeto Telecurso 2000 se propõe a valorizar esse saber cotidiano, reconhecendo-o e,
utilizando-o como proposta curricular para as tele-aulas. Entretanto, nessa análise, percebemos que esse
propósito não ocorre, pois nas tele-aulas de matemática, os desenvolvimentos partem sempre de situações
problemas típicos do que ocorrem no cotidiano, porém, para resolvê-las somente é utilizado o conhecimento
institucionalizado, ou seja, o escolar. Desse modo, o que ocorre nas fitas do telecurso é uma escolarização do
cotidiano.
Palavras-chave: Telecurso 2000; Educação de Jovens e Adultos (EJA); Ensino a Distância (EaD);
Etnomatemática; Educação Matemática.
44. CASTRO, Márcia Prado. O Projeto Minerva e o desafio de ensinar Matemática via rádio. 2007. 105f.
(Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: História, Epistemologia e Didática da Matemática) –
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientador: Ubiratan D’Ambrosio. Banca examinadora: Vera
Lucia Xavier Figueiredo; Célia Maria Carolino Pires. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4942>.
285
Resumo: O presente estudo teve como objetivo investigar a história do Projeto Minerva, resgatando a
disciplina matemática. Para isto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas. Foi feito
um relato a respeito da radiodifusão brasileira e mundial e, também, da Educação a Distância, destacando as
figuras do padre Roberto Landell de Moura e Edgard Roquette Pinto. O estudo mostrou a importância do
Projeto Minerva, que foi um Curso Supletivo de 1º e 2º graus, via rádio no início de 1970 e retratou suas
principais características e a disciplina matemática que dele fazia parte. As questões que orientaram a
pesquisa foram: Qual a importância da recuperação histórica de um projeto pioneiro via rádio (Projeto
Minerva) de dimensão nacional? Quais os limites e problemas encontrados no curso de matemática no
Projeto Minerva? Com a análise do conjunto de dados, foi possível resgatar a experiência de uma rádio
educativa na disciplina de matemática e verificar que seu grande desafio foi transpor uma aula de matemática
para a linguagem radiofônica; o redator com dificuldade para fazer um roteiro que o locutor pudesse entender
e a complexidade deste para dar a entonação, a fim de que o texto pudesse ser entendido pelos alunos.
Palavras-chave: Educação a Distância; Rádio; Matemática; Projeto Minerva.
45. CHERINI, Claudinéia Passarelli. A prática social da culinária: algumas reflexões na construção curricular da
Matemática na Educação de Jovens e Adultos. 2007. 179f. (Mestrado em Educação: Matemática, Cultura e
Práticas Pedagógicas) – Universidade São Francisco. Orientadora: Alexandrina Monteiro. Banca
examinadora: Sonia Giubilei; Jackeline Rodrigues Mendes. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp083964.pdf>.
Resumo: A presente dissertação discute a prática social da culinária de um grupo de alunos da EJA que
estudam numa escola pública municipal na cidade de Mogi Guaçu, no interior de São Paulo. O objetivo é
analisar a prática social da culinária na perspectiva da Etnomatemática, visando contribuir para uma
discussão curricular da matemática na Educação de Jovens e Adultos. A abordagem metodológica utilizada
foi qualitativa e usou procedimentos de questionários e entrevistas. Participaram como sujeitos de pesquisa
quatro alunos. O arcabouço teórico está alicerçado no campo da Etnomatemática e das teorias curriculares
críticas. Nossas análises apontam que o ensino da matemática na Educação de Jovens e Adultos, ao valorizar
apenas a matemática escolar e excluir a matemática produzida em outras práticas, como a prática da
culinária, limita o envolvimento e a participação de muitos alunos no processo de escolarização. Daí deriva a
exclusão não apenas de saberes, mas também dos sujeitos que os produzem. Defendemos, a partir disso, que
o currículo da Matemática escolar passe a considerar saberes produzidos em outras práticas sociais, a partir
da discussão e da valorização dos procedimentos e das linguagens e que os constituem.
Palavras-chave: Etnomatemática; Prática Social da Culinária; Educação de Jovens e Adultos; Currículo.
46. FARIA, Juliana Batista. Relações entre práticas de numeramento mobilizadas e em constituição nas
interações entre os sujeitos da Educação e Jovens e Adultos. 2007. 335f. (Mestrado em Educação: Educação
Matemática) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais. Orientadoras: Maria Laura
Magalhães Gomes; Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca. Banca examinadora: Jackeline Rodrigues
Mendes; Aracy Alves Martins. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/FAEC-854NME>.
Resumo: Neste trabalho, analisamos relações entre práticas de numeramento que se estabelecem nas, e
estabelecem as, interações entre os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), no intuito de
compreender como se mobilizam e se constituem práticas de numeramento em eventos de numeramento
ocorridos na sala de aula da EJA. Tais práticas foram flagradas nas interlocuções entre educandos e
educadores, ocorridas em situações de ensino-aprendizagem de matemática, em uma escola pública
municipal de Belo Horizonte, no nível de ensino correspondente ao segundo segmento da Educação
Fundamental. Nessa escola, a Proposta Político-Pedagógica voltada para o Ensino Fundamental da EJA se
organiza por meio de projetos de trabalho. Os conceitos de eventos e práticas de numeramento foram
delineados tomando-se como referência estudos dos campos do Letramento e da Educação Matemática,
sobretudo da Etnomatemática. A análise empreendida sobre a mobilização/constituição de práticas de
numeramento, entendida como um fenômeno discursivo, considera a dimensão sociocultural do
numeramento e busca identificar, por intermédio da análise de relações entre práticas de numeramento, as
intenções pragmáticas, os discursos e os posicionamentos assumidos pelos sujeitos nas interações que
acontecem na sala de aula da EJA. Buscamos evidenciar, particularmente, as intenções, motivações e
expectativas dos educandos jovens e adultos que concorrem para o estabelecimento de tais relações,
fundamentando-nos em estudos do campo da Educação de Jovens e Adultos, em especial, da Educação
Matemática de Jovens e Adultos
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação; Matemática; Etnomatemática; Letramento;
Numeramento.
286
47. GOMES, Adriana Aparecida Molina. Aulas investigativas na Educação de Jovens e Adultos (EJA): o
movimento de mobilizar-se e apropriar-se de saber(es) matemático(s) e profissional(is). 2007. 189f.
(Mestrado em Educação: Matemática, Cultura e Práticas Pedagógicas) – Universidade São Francisco.
Orientadora: Adair Mendes Nacarato. Banca examinadora: Maria Teresa Menezes Freitas; Regina Célia
Grando. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp030293.pdf>.
Resumo: A presente pesquisa foi realizada na 5ª e na 6ª séries da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na
rede pública do município de Itatiba. Centra-se num contexto de realização de tarefas exploratório-
investigativas em aulas de matemática. Trata-se de tarefas que envolvem problemas do tipo “aberto”, nas
quais os alunos lançam mão de conjecturas e buscam a validação destas. Sua riqueza reside na variedade de
estratégias, nos processos de argumentação, na validação e na comunicação de ideias que emergem durante o
trabalho. Este estudo visa analisar a mobilização e a produção dos conhecimentos matemáticos gerados em
contexto de realização de tarefas exploratório-investigativas de conteúdos matemáticos, assim como verificar
quais são as contribuições trazidas por essa metodologia para o processo de ensino da matemática e para a
constituição profissional e pessoal da professora-pesquisadora, tendo como questão central: “Que saberes são
gerados e mobilizados em contextos de aulas com tarefas exploratório-investigativas de conteúdos
matemáticos para a professora-pesquisadora e para os alunos?”. Trata-se de uma pesquisa com abordagem
qualitativa, do tipo estudo de caso, cujos instrumentos foram: produções e registros dos alunos em grupo;
relatórios produzidos individualmente sobre as aulas; entrevistas semiestruturadas com alguns sujeitos;
áudios-gravação de discussões em sala de aula; diário e notas de campo da professora-pesquisadora. Para a
análise das informações realizou-se a triangulação de instrumentos, levantando indicações para a definição
das categorias de análise. Este texto organiza-se da seguinte maneira: no primeiro capítulo apresentam-se a
pesquisa e a sua metodologia; o segundo capítulo traz a trajetória profissional da professora-pesquisadora; o
terceiro capítulo apresenta a EJA como um espaço comunicacional, relacional, temporal e cultural; o capitulo
quarto traz o campo da resolução de problemas e as investigações matemáticas; o quinto capitulo apresenta as
categorias de análise: mobilização dos jovens e adultos para o fazer matemático, a comunicação de ideias
presentes na realização de tarefas exploratório-investigativas e a pesquisa da própria prática; o sexto traz
alguns alinhavos e arremates. A análise, centrada na perspectiva histórico-cultural, possibilitou constatar que
o contexto de tarefas exploratório-investigativas em salas de aula de EJA — que possibilitou a pesquisa da
própria prática pela professora-pesquisadora — permite que os jovens e os adultos tenham voz, expressem
suas ideias e seus pensamentos matematicamente, propiciando o desenvolvimento da autonomia intelectual e
crítica e, consequentemente, sua inclusão social e educacional.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos (EJA); Investigações Matemáticas; Pesquisa da Própria
Prática.
48. GOMES, Maria José. Profissionais fazendo matemática: o conhecimento de números decimais de alunos
pedreiros e marceneiros da Educação de Jovens e Adultos. 2007. 204f. (Mestrado em Educação: Didática de
Conteúdos Específicos) – Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco. Orientadora: Rute
Elizabete de Souza Rosa Borba. Banca examinadora: Gilda Lisbôa Guimarães; Mônica Maria Lins Lessa.
Disponível em: <http://www.bdtd.ufpe.br/bdtd/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5674>.
Resumo: No presente estudo, investigamos o conhecimento matemático de alunos da Educação de Jovens e
Adultos (EJA), com profissões de pedreiros e marceneiros, acerca de números decimais. Objetivamos
identificar as estratégias pessoais utilizadas por estes alunos na resolução de problemas envolvendo números
decimais, bem como observar a possibilidade de aplicação dos conhecimentos utilizados na resolução de uma
situação de contexto familiar (construção civil ou marcenaria) para outras situações-problema que envolviam
contextos pouco ou não familiares (construção civil ou marcenaria e agricultura) aos alunos. Significativa
quantidade de pesquisa já foi realizada sobre números decimais. Dentre estes, encontram-se Porto (1995);
Silva, Silva, Borba, Aguiar e Lima (2000); Rodrigues (2003); Cunha e Magina (2004); NEPEM (2004);
Borba, Selva, Spinillo e Souza (2004); Selva e Borba (2005) e Silva (2006). Poucos estudos, porém , focaram
o aluno da EJA e este estudo se propões a investigar o conhecimento de decimais nesta modalidade de
ensino. Participaram da investigação oito estudantes, sendo quatro pedreiros e quatro marceneiros, alunos dos
Módulos I e II da Educação de Jovens e Adultos. Os participantes realizaram uma atividade com 12 situações
problemas envolvendo o conceito de números decimais relacionado aos conceitos de área e de perímetro. Os
dados foram coletados por meio de entrevistas clínicas piagetianas, pois focamos as estratégias de cálculo
utilizadas pelos alunos para chegar à solução do problema proposto. De forma geral, os resultados deste
estudo revelaram que: De forma geral, os resultados deste estudo revelaram que: • os alunos pedreiros e
marceneiros, participantes do estudo, sem instrução formal a respeito de números decimais, resolveram com
sucesso os problemas propostos, buscando referências na sua experiência profissional, e evidenciaram uma
excelente compreensão deste conceito, bem como dos conceitos de área e de perímetro, demonstrado pela
compreensão implícita nos problemas, quando elaboraram corretamente estratégias de resoluções; • os
287
participantes, de forma geral, utilizaram os algoritmos convencionais e o cálculo escrito para realização das
operações com números decimais, porém, em algumas situações, optaram em desenvolver algumas
heurísticas pessoais para a realização das operações, especialmente em subtrações • participantes aplicaram
os conhecimentos sobre números decimais também nas situações pouco ou não familiares a estes,
evidenciando a possibilidade de transferência e de ampliação dos conhecimentos já construídos pelos alunos.
Os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de resgate e valorização do conhecimento do aluno da
EJA em relação aos conceitos matemáticos, especificamente o de números decimais, dentro do contexto
escolar; e para a possibilidade de um diálogo intercultural entre os saberes cientifico e o construído na prática
profissional (considerado "popular") no âmbito da sala de aula, oportunizando, possivelmente, a troca de
conhecimentos, a cooperação mútua entre alunos e entre alunos e professor (a) e principalmente, um avanço
na aprendizagem do conceito de números decimais.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Prática Profissional; Educação Matemática; Números
Decimais.
49. INCHEGLU, Joni Matos. Uma proposta de educação matemática crítica e o resgate da cidadania junto aos
alunos da EJA. 2007. 91f. (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática) – Universidade
Cruzeiro do Sul. Orientadora: Iara Regina Bocchese Guazzelli. Banca examinadora: Célia Maria Benedicto
Giglio; Celi Espasandin Lopes. Disponível em:
<http://sites.cruzeirodosulvirtual.com.br/pos_graduacao/trabs_programas_pos/trabalhos/Mestrado_Ensino_de_Ciencias_e_Matematica/
MESTRADO-Joni%20Matos%20Incheglu_75.PDF>.
Resumo: A Educação matemática crítica é percebida, hoje, como uma mediação imprescindível para o
resgate da dignidade, da autoestima humana e da cidadania, especialmente junto àqueles que foram privados
ou excluídos da escola na infância e na juventude. A presente pesquisa se propôs investigar, junto a alunos da
Educação de Jovens e Adultos – EJA, em uma escola municipal da periferia da Região Leste de São Paulo, as
possibilidades, os desafios e os entraves para se desenvolver uma educação matemática crítica. Adotou como
estratégia metodológica o diálogo, em pesquisa-intervenção que se desdobrou em duas etapas: a primeira, em
sala de aula, através de um projeto coletivo de reforma da moradia com alunos da 5ª série do Ensino
Fundamental; a segunda etapa, através de um grupo de estudos com 04 senhoras, três delas alunas da EJA,
realizado na residência de uma delas. A iniciativa de propor, calcular e acompanhar reformas em suas
moradias, no quadro de uma metodologia fundamentada no diálogo, trouxe aos alunos da EJA a valorização
enquanto sujeitos autônomos, capazes de promover e implementar melhorias em suas condições de vida e de
participar na construção da cidadania, em dimensões mais abrangentes. Durante o desenvolvimento do
projeto coletivo e do grupo de estudos, foram resgatadas formas de resolução de problemas oriundas das
experiências anteriores dos alunos em situações do cotidiano, o que representa, não só uma adaptação ao
meio, mas também uma manifestação cultural específica. Ao valorizar o universo cultural dos alunos por
meio do resgate de suas experiências e vivências anteriores, a pesquisa contribuiu para o desenvolvimento de
um ambiente pedagógico favorável a uma educação matemática crítica que incorpora dimensões apontadas
pelo programa de pesquisa em etnomatemática.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação Matemática; Cidadania; Ensino Fundamental –
Aspectos Sociais; Matemática – Aspectos Sociais e Culturais.
50. LIMA, Priscila Coelho. Constituição de práticas de numeramento em eventos de tratamento da informação
na Educação de Jovens e Adultos. 2007. 114f. (Mestrado em Educação: Educação Matemática) – Faculdade
de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais. Orientadora: Maria da Conceição Ferreira Reis
Fonseca. Banca examinadora: Celi Espasandin Lopes; Maria Manuela Martins Soares David. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/FAEC-85JHGZ/1000000646.pdf?sequence=1>.
Resumo: Esta pesquisa analisa a mobilização e a constituição de práticas de numeramento em eventos de
Tratamento da Informação na Educação de Jovens e Adultos. Para tanto, acompanhamos a realização de uma
pesquisa de opinião por alunos do Projeto de Ensino Fundamental de Jovens e Adultos da UFMG – Segundo
segmento – (PROEF-2), atividade vinculada ao Projeto Nossa Escola Pesquisa sua Opinião – NEPSO.
Observamos de maneira especial os encontros nos quais os alunos e as alunas dedicavam-se à contagem, ao
tratamento e à organização dos dados produzidos a partir da pesquisa que propuseram, no sentido de
identificar estratégias, questionamentos, inferências e conclusões elaboradas no e para o tratamento das
informações produzidas. Nesse sentido, analisamos a mobilização e constituição de práticas de numeramento
no confronto das expectativas, saberes e vivências dos alunos com as concepções e vivências dos demais
colegas e com o conhecimento matemático escolar, na elaboração de relações com a quantificação,
impregnadas de valores, de caráter político, social, econômico e cultural.
Palavras-chave: Práticas de Numeramento; Tratamento da Informação; Educação de Jovens e Adultos.
288
51. MIGLIORINI, Patrícia Antonieta de Melo Moura. O fracasso escolar na disciplina de Matemática no curso
de Educação de Jovens e Adultos – SESI/Sorocaba. 2007. 167f. (Mestrado em Educação: Trabalho Docente)
– Universidade de Sorocaba. Orientador: Fernando Casadei Salles. Banca examinadora: Niura Aparecida de
M. R. Padula; Wilson Sandano. Disponível em:
<http://educacao.uniso.br/prod_cientifica/alunos/dissertacoes_2008_news/fracasso_matematica.pdf>.
Resumo: O trabalho investiga o fracasso escolar na disciplina de Matemática no curso de EJA do SESI, na
cidade de Sorocaba. A pesquisa desenvolveu-se segundo uma metodologia do tipo qualitativa, privilegiando
a bibliografia e levantamentos de dados estatísticos já existentes na educação de jovens e adultos,
especialmente em relação à aprendizagem matemática. A investigação apoia-se em dados obtidos em
entrevistas e aplicação de questionários com alunos (as) e ex-alunos (as) do ensino médio da EJA –
Metodologia Telecurso 2000, que não obtiveram o aproveitamento mínimo exigido na realização do exame
de Matemática entre os anos de 2005 a 2007 . A conclusão principal é a de que não existe uma só explicação
cabal para o fenômeno do fracasso escolar Ele é resultante da integração de várias forças que englobam
problemas sociais, cognitivos, econômicos e culturais que cada aluno apresenta.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Matemática; Fracasso Escolar.
52. NOBRE, Alena Pimentel Mello Cabral. Realismo nominal e consciência metalinguística no processo de
alfabetização de adultos e crianças. 2007. 132f. (Mestrado em Psicologia Cognitiva: Comunicação Oral e
Escrita) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco. Orientador:
Antonio Roazzi. Banca examinadora: Gilda Lisboa Guimarães; Síntria Labres Lautert. Disponível em:
<http://www.bdtd.ufpe.br/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7095> e
<http://www.bdtd.ufpe.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9398>.
Resumo: Embora alguns estudos já tenham investigado a interferência do realismo nominal nas habilidades
de leitura, são realizadas poucas pesquisas em busca de compreender outras possíveis correlações. Além
disso, estas pesquisas são, em geral, realizadas com amostras de crianças. Visando analisar outras
possibilidades, este estudo tem como objetivo medir a relação da consciência linguística e realismo nominal
entre as atividades de leitura, escrita e matemática. Foram examinados no total, 54 sujeitos da rede estadual
da cidade de Recife. Destes, 39 eram crianças da primeira, segunda e quarta série, e 15 eram adultos da
primeira etapa do primeiro ciclo da educação de jovens e adultos. A amostra foi submetida à atividades de
leitura e escrita de palavras e pseudopalavras, subteste de vocabulário WISC, tarefa de realismo nominal e
uma tarefa de matemática. Os resultados foram analisados através de correlações, testes de homogeneidade, e
regressões logísticas. Os dados evidenciaram que o realismo nominal apresenta correlação com as variáveis
de leitura (r = 0,593 e p < 0.01) e escrita (r = 0,702 e p < 0.01) e matemática (r = 0,670 e p < 0.01).
Confirmam-se, então, os resultados de estudos anteriores que afirmam que a compreensão da arbitrariedade
entre significados e significantes, está associada a um melhor desempenho de leitura e a evolução das
hipóteses de escrita. Um importante aspecto a ser ressaltado é que os dados trazem como descoberta a relação
entre a matemática e o realismo nominal . No que se refere aos resultados das regressões, foi evidenciado que
a consciência metalinguística prediz as variáveis relacionadas ao desempenho nos subtestes do WISC,
matemática e ditado de não palavras. Conclui-se, portanto, a importante contribuição de habilidades
linguísticas como também de habilidades lógico-matemáticas na superação do realismo nominal.
Palavras-chave: Consciência Metalinguística; Escrita; Leitura; Matemática; Realismo Nominal.
53. OLIVEIRA, Edimilson Antonio de. Concepções de professores e alunos sobre resolução de problemas
abertos como estratégia de ensino e aprendizagem da Matemática na Educação de Jovens e Adultos: um
estudo de caso de uma escola de Ceilândia-DF. 2007. 201f. (Mestrado em Educação: Dinâmica Curricular e
Ensino-Aprendizagem) – Universidade Católica de Brasília. Orientador: Robert Kenyon Walker. Banca
examinadora: Cristiano Alberto Muniz; Afonso Celso Tanus Galvão. Disponível em:
<http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=606>.
Resumo: A presente pesquisa realiza um estudo sobre o Ensino da Matemática no curso de Educação de
Jovens e Adultos, na perspectiva das didáticas da resolução de problemas. Neste sentido, analisa a partir da
Metodologia de Resolução de Problemas Abertos, como esta pode contribuir para uma aprendizagem efetiva
da matemática aos educandos e oferecer subsídios essenciais para uma compreensão e intervenção ativas
junto aos problemas reais, na perspectiva de professores da Educação de Jovens e Adultos. Como base
conceitual para análise escolheu-se as categorias resolução de problemas, problemas matemáticos e
aprendizagem efetiva buscando sempre o diálogo e a interdependência entre elas. Os dados da pesquisa
foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com os professores e um questionário aplicado aos
educandos de uma turma da 5ª série do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos. Constatou-se,
por meio dos depoimentos dos docentes, que as práticas pedagógicas no Ensino da Matemática,
289
particularmente o objeto deste estudo (didática da resolução de problemas), desenvolvido por esses
professores em sala de aula não se ajustam às necessidades, e tão pouco levam em conta os conhecimentos e
habilidades dos alunos. Grande parte dos professores levanta boas expectativas em relação a seus alunos,
querem que eles não só entendam a matéria, mas que também desenvolvam habilidades de pensamento de
ordem superior, tais como análise, raciocínio e resolução de problemas. No entanto, o trabalho pedagógico
cotidiano realizado pelos docentes em sala de aula induz os alunos a um processo de aprendizagem tão
somente de ideias superficiais e habilidades de baixo nível de aproveitamento escolar (aprendizagem por
repetição). Conclui-se, a partir dos resultados desta pesquisa, que a Metodologia de Resolução de Problemas
Abertos é intrínseca ao processo ensino-aprendizagem. Neste contexto, o Ensino da Matemática por meio da
Resolução de Problemas não é um fim em si mesmo, mas uma das muitas perspectivas e um meio de adquirir
novos saberes em outras áreas do conhecimento bem como em contextos reais. Finalmente, esta pesquisa
revela que a Metodologia de Resolução de Problemas Abertos é uma estratégia didática que pode auxiliar os
educandos no seu processo de aprendizagem.
Palavras-chave: Resolução de Problemas; Ensino da Matemática; Aprendizagem; Educação de Jovens e
Adultos.
54. PANCIERA, Letícia Menezes. A etnomatemática e os saberes cotidianos dos alunos da Educação de Jovens
e Adultos. 2007. 137f. (Mestrado Profissional em Ensino de Física e de Matemática: Trabalho Pedagógico e
Ensino de Matemática) – Centro Universitário Franciscano. Orientadora: Maria Arleth Pereira. Banca
examinadora: Marcio Violante Ferreira; Rosane Carneiro Sarturi. Disponível em:
<http://tede.unifra.br/tde_arquivos/3/TDE-2008-02-01T121517Z-21/Publico/Leticia%20Menezes%20Panciera.pdf>.
Resumo: Este trabalho é resultado de um estudo que envolveu um relato de experiência com o emprego da
abordagem Etnomatemática. A temática centrou-se nos valores das práticas vivenciadas pelos alunos da etapa
cinco da Educação de Jovens e Adultos (EJA), de uma escola estadual, da região central do Rio Grande do
Sul. O objetivo neste foi desenvolver, analisar e interpretar a inter-relação dos conceitos matemáticos,
trabalhados em sala de aula e aprendidos pelos alunos, a partir das diferentes situações vivenciadas por esses
jovens adultos em seus ambientes de trabalho e de seus interesses. Neste estudo, trazemos as questões dos
afazeres e da vivência cotidiana em geral para sala de aula, envolvendo os diferentes saberes matemáticos e
valores profissionais construídos por esses alunos, enquanto trabalhadores, a fim de estabelecer a conexão
com o conhecimento matemático construído e elaborado pela base científica. O processo metodológico
caracterizou-se pela análise teórica, questionário, observação participante e pela entrevista semiestruturada
com os alunos. Esses procedimentos foram significativos para a análise do desenvolvimento da experiência
pedagógica desenvolvida neste contexto. As evidências registradas revelam que o conhecimento matemático
do ponto de vista cognitivo, quando conectado com o saber fazer de um grupo profissional, valoriza o aluno
como sujeito e acrescenta-lhe valores culturais. Os resultados confirmaram que é possível relacionar o
conhecimento matemático, construído no contexto do saber da experiência de um grupo social, ao modo de
compreender e explicar as relações quanti-qualitativas. A Etnomatemática, por meio de suas múltiplas
possibilidades, pode contribuir para a construção de uma aprendizagem significativa e uma prática
pedagógica transformadora. Para a nossa experiência, como professora e pesquisadora da EJA, foi possível
fortalecer a nossa prática, a partir de várias situações vivenciadas durante as experiências realizadas nesse
contexto.
Palavras-chave: Etnomatemática; Saber Cotidiano; Ambientes de Trabalho; Aprendizagem Significativa;
EJA.
55. RIBEIRO, Emerson da Silva. Concepções de professores em avaliação, educação matemática e Educação de
Jovens e Adultos: buscando interfaces. 2007. 251f. (Mestrado em Educação: Educação em Ciências) –
Instituto de Educação, Universidade Federal de Mato Grosso. Orientadora: Marta Maria Pontin Darsie. Banca
examinadora: Anna Regina Lanner de Moura; Irene Cristina de Mello. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp046248.pdf>, <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp046248.pdf> e
<http://www.ie.ufmt.br/ppge/dissertacoes/index.php?autor_nome=emerson+da+silva+ribeiro&ano_base=&palavra_chave=&orientador= >.
Resumo: Este trabalho se insere no âmbito das pesquisas que buscam aprofundar a compreensão e desvelar a
realidade da avaliação e da Educação Matemática no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Incidi
sobre a problemática investigativa: quais as interfaces possíveis de serem estabelecidas entre as concepções
de avaliação, de Educação Matemática e de Educação de Jovens e Adultos de professores que atuam em uma
escola pública de Cuiabá voltada exclusivamente ao atendimento dessa modalidade. Esta pesquisa alicerçou-
se nos pressupostos teóricos de autores que se dedicam aos estudos sobre a EJA, a Educação Matemática e a
Avaliação Escolar, contribuindo para a construção de teorias sobre essas áreas. A metodologia fundamentou-
se na abordagem de investigação qualitativa, tendo em vista as suas potencialidades em possibilitar ao
290
56. ROZAL, Edilene Farias. Modelagem Matemática e os temas transversais na Educação de Jovens e Adultos.
2007. 164f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas: Processos de Ensino e de Aprendizagem na
Área de Educação Matemática) – Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento Científico, Universidade
Federal do Pará. Orientador: Adilson Oliveira do Espírito Santo. Banca examinadora: Dionísio Burak; Ney
Cristina Monteiro de Oliveira; Francisco Hermes Santos da Silva. Disponível em:
<http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/3111/1/Dissertacao_ModelagemMatematicaTemas.pdf>.
Resumo: Este trabalho teve como objetivo investigar em que termos a Modelagem Matemática, associada aos
temas transversais, pode contribuir para melhorar o ensino-aprendizagem dos alunos em Matemática, na
Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para tal, foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa através da
observação participante, com dados coletados a partir de atividades contextualizadas e atividades de
Modelagem, questionários, entrevistas semiestruturadas e diário de campo. O referido trabalho mostra os
encaminhamentos metodológicos da pesquisa que foi realizada em uma escola pública, em uma turma de
EJA (4ª etapa), no município de Castanhal (PA), onde foram aplicadas atividades envolvendo os temas
transversais: saúde, trabalho e consumo e meio ambiente. Através de falas, comportamentos e atitudes dos
sujeitos nas atividades, e trocas de experiências com a professora-pesquisadora, coletou-se os dados para
posteriores análises com base em referenciais teóricos. Os resultados apontam que, apesar das dificuldades
iniciais no processo, os alunos, sujeitos da pesquisa, evoluíram na aprendizagem de conteúdos matemáticos.
Concluiu-se que estes resultados apontam para a importância da inserção da Modelagem como estratégia de
ensino, e que apesar de alguns obstáculos para a sua implementação no ensino, ela pode proporcionar ao
aluno da EJA, aquisição de conteúdos matemáticos e possibilidades de torná-lo um cidadão crítico e
reflexivo.
Palavras-chave: Modelagem Matemática; Educação de Jovens e Adultos; Temas Transversais e Matemática.
57. SILVA, Edgar Alves da. Introdução do pensamento algébrico para alunos do EJA: uma proposta de ensino.
2007. 175f. (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: A Matemática na Estrutura Curricular e
Formação de Professores) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora: Sandra Maria Pinto
Magina. Banca examinadora: Leila Zardo Puga; Barbara Lutaif Bianchini. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5443> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp039240.pdf>.
Resumo: A presente dissertação teve por objetivo investigar uma abordagem de ensino dos conceitos de
incógnita, variável e equação do 1º grau, pautada na modelagem matemática e nos estudos da
Etnomatemática. Tivemos por hipótese o desenvolvimento de uma intervenção de ensino utilizando
situações-problema, trabalhando os conceitos de incógnita, variável e equação do 1º grau, contextualizadas
com o cotidiano dos alunos jovens e adultos. Desenvolvemos nosso trabalho com uma turma do módulo IV
(referente às 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental II – EJA), em quatro intervenções de ensino. Adotamos
como pressupostos teóricos os estudos de FREIRE associados à educação libertária, DÁMBRÓSIO expondo
as teorias da Etnomatemática associada à Modelagem Matemática e a Transdisciplinaridade. SKOVSMOSE
destacando os conceitos da matemática crítica. Finalizamos nossas considerações teóricas com os
fundamentos algébricos e as considerações de D’AMBRÓSIO sobre a resolução de problemas. Nosso grupo
de estudo foi submetido a dois testes individuais: um antes (pré-teste) e outro posteriormente idêntico (pós-
teste) após contato com os instrumentos aplicados nas intervenções de ensino. Em síntese, quanto ao
desempenho do grupo podemos dizer que após a intervenção de ensino e consequentemente o pós-teste os
291
58. SILVA, Everaldo José da. Os significados dos números racionais desenvolvidos por professores e autores de
livros didáticos na EJA. 2007. 198f. (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática) –
Universidade Cruzeiro do Sul. Orientadora: Edda Curi. Banca examinadora: Maria Teresa Carneiro Soares;
Rosemary Aparecida Santiago. Disponível em:
<http://sites.cruzeirodosulvirtual.com.br/pos_graduacao/trabs_programas_pos/trabalhos/Mestrado_Ensino_de
_Ciencias_e_Matematica/MESTRADO-Everaldo%20Jos%E9%20da%20Silva_65.PDF>.
Resumo: O presente trabalho analisou o ensino de frações na Educação de Jovens e Adultos, junto a quatro
professores de Matemática do ensino fundamental, mais especificamente da 5ª série de quatro diferentes
escolas da região do alto Tietê. A pesquisa buscou mostrar os diferentes significados de frações abordados
por esses professores e pelos autores de livros didáticos destinados a Educação de Jovens e Adultos. A coleta
de dados deu-se por meio de observações em sala de aula, questionário e entrevistas com os respectivos
professores. O estudo concluiu que os quatro professores pesquisados, abordaram a noção de fração com os
significados parte-todo, e apenas um professor abordou o significado operador multiplicativo e nenhum dos
professores abordaram a fração como quociente, medida e número. Os livros didáticos analisados enfatizam
os significados parte-todo e operador multiplicativo.
Palavras-chave: Matemática – Estudo e Ensino; Frações; Educação de Jovens e Adultos.
59. SILVA, Fernanda Maura Marciano da. Educação de Jovens e Adultos e inventividade do espaço escolar:
caminhada por memórias, produções de subjetividades e representações espaciais. 2007. 110f. (Mestrado em
Educação: Linguagem, Conhecimento e Formação de Professores) – Universidade Federal de Juiz de Fora.
Orientadora: Sonia Maria Clareto. Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis da Fonseca; Adlai
Ralph Detoni; Maria Queiroga Amoroso Anastácio. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp063213.pdf>.
Resumo: A presente pesquisa busca compreender as relações socioculturais que constituem a vivência do
espaço escolar em um curso de Educação de Jovens e Adultos. O objetivo é refletir acerca de como o aluno,
jovem ou adulto, vivencia, compreende e produz significados para o espaço escolar. Para tanto, utilizo uma
metodologia de cunho qualitativo e o recurso de mapas narrativos, que constituem uma abordagem
etnográfica de apreensão das experiências cotidianas dos sujeitos. A questão “espaço/espacialidade”, bem
como a constituição da Educação de Jovens e Adultos, são abordados na discussão do espaço escolar
vivenciado pelos sujeitos. A análise apresentada é de cunho fundamentalmente interpretativo e tecida através
de três temáticas co-constitutivas, em uma reflexão acerca: 1) das memórias e de como estas são produzidas,
ao mesmo tempo, que são produtos das interpretações, representações e vivências espaciais. 2) do espaço
escolar como espaço de produção de subjetividades e de autoformação. 3) de como as representações
espaciais contemplam as experiências e vivencialidades impressas na vivência cotidiana do espaço.
Palavras-chave: Educação; Espaço escolar; EJA.
60. SILVA, Maria Aparecida Delfino da. A etnomatemática em uma sala da EJA: a experiência do pedreiro.
2007. 213f. (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: História, Epistemologia e Didática da
Matemática) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientador: Ubiratan D’Ambrosio. Banca
examinadora: Alexandrina Monteiro; Laurizete Ferragut Passos. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5366> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp038280.pdf>.
Resumo: O tema deste estudo é a relação entre o mundo cultural dos conceitos, ideias e experiências das
comunidades populares e o mundo do saber sistematizado desenvolvido no espaço escolar. Defendemos a
ideia de que é possível integrar o conhecimento popular e o conhecimento sistematizado para possibilitar a
construção do saber significativo na perspectiva etnomatemática. Quando pensamos a respeito dos problemas
sociais de nosso país, há algo de importância essencial: a questão da habitação. As habitações populares,
usualmente, são construídas pelo pedreiro, uma pessoa que tem competências para edificar as casas, mas que
292
recebeu pouca educação formal. Em nossa pesquisa, tentamos entender os conceitos matemáticos usados por
estes mestres de ofício e juntamente de nossos estudantes procuramos fazer um estudo sobre os seus
conhecimentos para integrar os conhecimentos escolares e populares. A partir das pesquisas realizadas por
alunos do 3º termo A (2º semestre de 2006) de uma escola pública estadual, em São Paulo, junto a pedreiros,
analisamos e identificamos a matemática apreendida por meio formal ou informal presente em seu ofício.
Buscamos na abordagem qualitativa elementos para análise das atividades realizadas em sala de aula que
envolveram aula expositiva sobre o tema Etnomatemática, organização e análise dos dados, identificação da
matemática no ofício do pedreiro, confecção de plantas e maquetes. Tivemos como objetivo trabalhar o tema
Geometria e Medidas, proposto por documentos oficiais que norteiam o trabalho pedagógico na rede pública,
tais como o PCNEM: Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio e PCN+ Ensino Médio: Orientações
Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciência da Natureza, Matemática e
suas Tecnologias. As contribuições de Vygotsky e de Ubiratan D’ Ambrosio deram o suporte teórico para as
reflexões e elaboração desta pesquisa.
Palavras-chave: Etnomatemática; Educação de Jovens e Adultos; Pedreiro; Saber Popular e Saber Escolar.
61. SILVA, Tácio Vitaliano da. A compreensão da ideia do número racional e suas operações na EJA: uma
forma de inclusão em sala de aula. 2007. 131f. (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Naturais e
Matemática) – Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientadora: Arlete de Jesus Brito. Banca examinadora: Cláudia Helena Dezotti; Bernadete Barbosa Morey;
Claudianny Amorim Noronha. Disponível em:
<http://bdtd.bczm.ufrn.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1386>.
Resumo: A consciência da dificuldade que alunos, em geral, têm em compreender o conceito e operações
com Números Racionais, nos fez desenvolver este estudo que busca colaborar para tal compreensão. Nosso
intuito foi fazer com que os alunos da Educação de Jovens e Adultos, com dificuldade em compreender os
Números Racionais, sintam-se inclusos no processo ensino-aprendizagem de matemática. Trata-se de uma
pesquisa em sala de aula, numa abordagem qualitativa com análise das atividades resolvidas por um grupo de
alunos, em sala de aula de uma escola municipal de Natal. Para elaborarmos tais atividades, realizamos o
levantamento de dificuldades e obstáculos que os alunos têm, quando inseridos no processo de ensino-
aprendizagem dos Números Racionais. Os resultados indicam que a sequencia de atividades aplicadas em
sala de aula colaboraram para que os alunos superassem alguns entraves na aprendizagem destes números.
Palavras-chave: Números Racionais; Educação Matemática; Conceito.
62. SILVEIRA, Karla Beatriz Vivian. O educando da EJA: dificuldades e superações na aprendizagem de
Matemática Financeira. 2007. 134f. (Mestrado Profissional em Ensino de Física e de Matemática: Trabalho
Pedagógico e Ensino de Matemática) – Centro Universitário Franciscano. Orientadores: Maria Arleth
Pereira; Marcio Violante Ferreira. Banca examinadora: Nilce Fátima Scheffer. Disponível em:
<http://tede.unifra.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=25> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp043544.pdf>.
Resumo: Este estudo se refere a um relato de experiência de cunho qualitativo, que envolveu o
desenvolvimento de uma proposta de Ensino de Matemática Financeira, junto aos alunos da EJA, centrada na
análise das dificuldades e superações na Aprendizagem dos Jovens e Adultos do Ensino Médio da Escola
Estadual de Educação Básica Francisco Brochado da Rocha - Centro Integrado de Educação Pública, em São
Sepé, RS. O estudo teve por objetivo buscar compreender como as metodologias de Projetos de Kilpatrick,
combinada com atividades contextualizadas no tema Cooperativa, pode contribuir com a motivação,
criticidade, curiosidade, sociabilização e a aprendizagem de Matemática Financeira, integrada às Funções do
1º grau. Este método possibilitou realizar trabalhos em grupo e individual e a partir deles, identificar e
analisar as dificuldades de aprendizagem, bem como realizar a retomada das explicações e situações-
problema que contribuíssem na superação das dificuldades apresentadas. Como resultado desse trabalho,
pôde-se evidenciar uma experiência social, envolvendo a aprendizagem, competências múltiplas e saberes
integrativos, oportunizados pelas trocas de experiências. O grande propulsor dessa experiência foi o tema
Cooperativa. Nela, foi desenvolvido com os alunos um produto que os fizesse confiar nas suas capacidades
de aprender Matemática, descobrir e criar soluções, desafiar, propor e assumir, através dos conhecimentos
diversos, as consequências das suas escolhas, apoiadas por uma aprendizagem mediadora e pelos
conhecimentos socioculturais, proporcionados pela pedagogia do trabalho da montagem da cooperativa. Um
dos resultados desse trabalho é a contribuição para o desenvolvimento de práticas pedagógicas semelhantes,
que auxiliem os alunos a aprender a conhecer e compreender suas dificuldades de aprendizagem, bem como
suas causas, para trabalhá-las na busca das superações.
Palavras-chave: EJA; Dificuldades; Superações; Aprendizagem; Matemática.
293
Ano de 2008
64. ALMEIDA, Maria Vani Magalhães. A linguagem matemática e os registros semióticos no quadro de
escrever nas aulas da EJA. 2008. 116f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas: Processos de
Ensino e de Aprendizagem na Área de Educação Matemática) – Universidade Federal do Pará. Orientador:
Francisco Hermes Santos da Silva. Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Erasmo
Borges de Souza Filho; Marisa Rosâni Abreu da Silveira.
Resumo: Nessa dissertação apresentamos os resultados de uma investigação realizada num ambiente de
aprendizagem com resolução de problemas, na Educação de Jovens e Adultos, utilizando o quadro de
escrever como elemento facilitador das interações dialógicas que ocorrem nas aulas de matemática. O
objetivo desta pesquisa foi verificar como os alunos da EJA transitam da linguagem natural à linguagem
matemática e quais as contribuições dos registros semióticos no quadro de escrever para a construção de
novos conhecimentos. O texto da dissertação é apresentado em três capítulos, com o primeiro relatando
aspectos teóricos sobre o quadro descrever, resoluções de problemas, linguagem matemática e representações
semióticas. Apresentamos também alguns aspectos da Educação de Jovens e Adultos, por tratar-se dos
sujeitos desta pesquisa. Nos capítulos seguintes tratamos do caminho metodológico percorrido, da forma
como os dados foram coletados e da análise dos resultados. Finalizamos discutindo as vantagens de se
utilizar o quadro de escrever de forma diferenciada, especialmente considerando que pode servir de apoio
para as práticas de sala de aula.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Resolução de Problemas; Linguagem Matemática; Registros
Semióticos; Quadro de Escrever.
65. BARROS, Cláudio Pousa Moraes. Análise de atitudes de alunos na Educação de Jovens e Adultos em
situação de resolução de problemas. 2008. 242f. (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: A
Matemática na Estrutura Curricular e Formação de Professores) – Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo. Orientador: Saddo Ag Almouloud. Banca examinadora: Edda Curi; Sonia Barbosa Camargo Igliori.
Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8275> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp079317.pdf>.
Resumo: O objetivo deste trabalho é o de pesquisar o desempenho de alunos na Resolução de Problemas
envolvendo Função do 1º Grau, estudando suas atitudes e procedimentos e visando a responder às seguintes
questões: os alunos do primeiro ano do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos resolvem uma
sequencia de problemas referenciados na vida cotidiana que envolve Função Polinomial do 1º Grau? Quais
são os procedimentos adotados por esses alunos na resolução de problemas? Os problemas do cotidiano que
foram escolhidos são citados em um livro preparatório ao Exame Nacional de Certificação de Competências
de Jovens e Adultos (ENCCEJA). A pesquisa apoiou-se na noção de Registros de Representação Semiótica e,
também, baseou-se na Proposta Curricular de Matemática para a Educação de Jovens e Adultos para os
primeiro e segundo segmentos do Ensino Fundamental e na Matriz de Matemática para o Exame Nacional
294
para Certificação de Competências de Jovens e Adultos do Ensino Médio. Nesta pesquisa, pôde-se evidenciar
a dificuldade dos alunos na Resolução dos Problemas e a falta de conhecimentos básicos que deveriam ser
adquiridos no Ensino Fundamental.
Palavras-chave: Resolução de Problemas; Educação de Jovens e Adultos; Lei Matemática ou Modelo
Matemático; Registros de Representação.
66. COAN, Lisani Gení Wachholz. A implementação do PROEJA no CEFET-SC: relações entre seus objetivos,
os alunos e o currículo de Matemática. 2008. 167f. (Mestrado em Educação Cientifica e Tecnológica: Ensino
e Aprendizagem da Ciência) – Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Ademir Donizeti
Caldeira. Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Maria Angélica Bonadiman Marin.
Disponível em: <http://www.tede.ufsc.br/teses/PECT0066-D.pdf>.
Resumo: Esta pesquisa aborda as relações que se estabelecem entre os objetivos do Programa Nacional de
Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e
Adultos – PROEJA, as expectativas, as necessidades e os desejos dos alunos e os conhecimentos específicos
do Currículo de Matemática deste Programa. O estudo foi realizado no contexto do PROEJA do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina – CEFET-SC, da Unidade de Florianópolis. Analisa-se o
possível descompasso entre o Currículo de Matemática do PROEJA e os objetivos desse Programa em
relação às expectativas, às necessidades e os desejos dos estudantes do referido Programa. Utiliza-se como
referência metodológica a abordagem qualitativa, mediante os seguintes recursos: análise documental, estudo
bibliográfico, aplicação de questionários e realização de entrevistas. O método de pesquisa delimita-se ao
Estudo de Caso, tratando-se da questão do atual currículo de Matemática do referido programa. Busca-se, nos
referenciais teóricos, o aprofundamento dos processos da Educação de Jovens e Adultos, o fracasso escolar e
a relação com o saber; as orientações sobre elementos constitutivos de um currículo e; a compreensão das
contribuições na Educação Matemática para EJA. Ao concluir, constata-se que o desejo dos alunos consiste
no prosseguimento dos estudos depois de concluírem o PROEJA, na expectativa de buscar no CEFET-SC a
chance “única” de conseguirem uma certificação profissional. No entanto, os educandos têm suas
expectativas contrariadas ao perceberem que existe um descompasso entre os objetivos do PROEJA e o
Currículo de Matemática, uma vez que ele está muito aquém daquilo que realmente desejam e necessitam.
Assim, a partir da escuta e do diálogo estabelecido com os educandos neste trabalho, aponta-se na
perspectiva de um currículo integrado para esse Programa, de modo que, de fato se concretize um novo
paradigma no campo da EJA.
Palavras-chave: Educação; PROEJA; Currículo de Matemática.
67. FONSECA, Maria do Socorro Alencar. As relações afetivas nas aulas de Matemática na EJA mediadas pelo
quadro de escrever. 2008. 99f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas: Processos de Ensino e
de Aprendizagem na Área de Educação Matemática) – Universidade Federal do Pará. Orientador: Francisco
Hermes Santos da Silva. Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Marisa Rosâni
Abreu da Silveira. Disponível em:
<http://www.ppgecm.ufpa.br/media/dissertacao_Maria%20do%20Socorro%20Alencar%20Fonseca.pdf>.
Resumo: Com este trabalho, objetivamos apresentar os resultados de uma investigação que envolve a
resolução de problemas no ensino e aprendizagem de matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA). A
pesquisa aborda as relações afetivas mediadas pelo uso interativo do quadro de escrever, analisando a
qualidade das interações entre professor-aluno e aluno-aluno, que esse recurso pode possibilitar. Nessa
perspectiva, consideramos que o quadro de escrever torna-se um recurso necessário às aulas de matemática
por permitir a criação de possibilidades para fortalecer as relações afetivas positivas e favorecer a construção
do conhecimento matemático. Assim, no primeiro capítulo, situamos a Educação de Jovens e Adultos,
caracterizando esse público, pautando-nos nas bases teóricas e nos marcos legais que fundamentam esse
segmento da educação buscando apoio nos princípios andragógicos. Tecemos, ainda, nesse capítulo,
considerações sobre o pensamento matemático e a afetividade, os conceitos matemáticos na EJA, o papel e os
significados que o uso interativo do quadro de escrever pode permitir sejam construídos na aprendizagem
matemática. No segundo capítulo, definimos os caminhos desta investigação, narrando alguns percursos de
minha constituição como professora, a motivação para a investigação, as orientações metodológicas e a
coleta de dados, caracterizamos as turmas e as professoras selecionadas. No terceiro capítulo, apresentamos a
análise dos dados, analisando a qualidade das interações afetivas professor-aluno e aluno-aluno que
ocorreram nas salas de aula investigadas, analisamos, ainda, as relações afetivas observadas nas atividades de
resolução de problemas no quadro de escrever como recurso que possibilita a mediação na construção do
conhecimento matemático e que estão descritos em três gráficos. Finalmente, tecemos considerações sobre o
trabalho realizado.
295
68. JARA, Eduardo Janicsek. Matemática em rede a partir de projetos de pesquisa na Educação de Jovens e
Adultos. 2008. 128f. (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: Tecnologias da Informação e
Comunicação na Educação Matemática) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientador: Marcus
Vinicius de Azevedo Basso. Banca examinadora: Crediné Silva de Menezes; Alvino Alves Sant’Ana;
Elisabete Zardo Búrigo. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/15962/000671208.pdf?sequence=1>.
Resumo: A Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta peculiaridades que devem ser levadas em
consideração quando elaboramos uma proposta de ensino e aprendizagem para este grupo específico de
estudantes. Neste contexto, este trabalho apresenta uma forma de desenvolvermos conceitos da disciplina de
Matemática no nível de Ensino Fundamental para a formação de Jovens e Adultos. As observações foram
realizadas em uma escola da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis/SC, com turmas de Jovens e
Adultos onde se desenvolveu uma proposta de trabalho que tinha a pesquisa como princípio educativo. Neste
trabalho apresentam-se caminhos percorridos durante a construção e aprimoramento de conceitos
matemáticos pertinentes à formação dos educandos, conceitos estes inseridos no contexto de cada um dos
temas pesquisados. Os estudantes escolheram diferentes problemáticas para investigação e a partir destes
temas foram estabelecidas relações com as demais ciências presentes no currículo escolar e, mais
especificamente, com a disciplina de Matemática. Este modelo de ensino e aprendizagem tem como
referência a proposta pedagógica vigente no Município de Florianópolis e está de acordo com a proposta
curricular do Ministério da Educação (MEC) para o ensino de Matemática na EJA. A partir das observações
realizadas ficou evidenciado a não linearidade da construção dos saberes matemáticos e verificou-se a
possibilidade de elaboração de um currículo em rede onde os conceitos trabalhados na referida disciplina
relacionam-se tendo como elo de ligação o tema de pesquisa proposto pelo próprio educando.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação Matemática; Ensino; Pesquisa.
69. MAZZANTI, David Luiz. Educação de Jovens e Adultos: uma aplicação da regra de três e porcentagem em
cálculos trabalhistas. 2008. 89f. (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: A Matemática na
Estrutura Curricular e Formação de Professores) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Orientadora: Barbara Lutaif Bianchini. Banca examinadora: Cileda de Queiroz e Silva Coutinho; Leila Zardo
Puga. Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8085> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp074969.pdf>.
Resumo: Este estudo é uma pesquisa qualitativa que tem como objetivo analisar quatro duplas de alunos da
3ª série do Ensino Médio do segmento de ensino da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de uma escola
pública e central do município de Franco da Rocha. Esses alunos resolveram quatro situações-problemas
contextualizadas, que foram norteadas pela Etnomatemática de Ubiratan D’Ambrósio (1975), envolvendo os
Cálculos Trabalhistas utilizando os conceitos matemáticos de Porcentagem e Regra de Três. Focamos nossa
pesquisa buscando responder às seguintes questões: 1) Por que os alunos da EJA têm tanto interesse e
curiosidade na aprendizagem dos cálculos trabalhistas? Quais são esses interesses? 2) Quais os
conhecimentos prévios que os alunos da EJA necessitam para a resolução de situações-problema envolvendo
os cálculos trabalhistas? 3) Quais as dificuldades apresentadas pelos alunos da EJA quando solucionam
situações-problema que envolvam os cálculos trabalhistas? 4) Qual o impacto causado quando a matemática
é apresentada de uma maneira contextualizada para a vida dos alunos da EJA? Utilizamos dois instrumentos
de pesquisa, o Instrumento 1 que identificava os conceitos trabalhistas que os alunos pesquisados tinham o
interesse em conhecer e aprender e o Instrumento 2 composto de quatro situações-problema e elaborado após
o Instrumento 1. Utilizando-nos assim de alguns elementos da engenharia didática, buscamos construir
situações que levassem os alunos a uma atitude autônoma com estratégias de resolução de problemas
propostos, engajando-os e tornando-os atores do processo de aprendizagem. Os dois instrumentos de
pesquisa foram suficientes para responder as quatro questões propostas acima e, em consequência os
resultados obtidos foram satisfatórios, o que revela que contextualizando o ensino de regra de três e
porcentagem utilizando os cálculos trabalhistas, o impacto na vida dos alunos é visto de maneira positiva,
tornado o processo de aprendizagem mais significativo.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Álgebra; Porcentagem; Regra de Três; Etnomatemática;
Cálculos Trabalhistas.
70. PEREIRA, Daniele Esteves. Globos e mapas ao alcance das mãos: ensino de Matemática numa perspectiva
de alfabetização funcional na EJA. 2008. 172f. (Mestrado em Educação: Educação Matemática) –
296
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientadora: Bernadete Barbosa Morey. Banca examinadora:
Pedro Franco de Sá; Iran Abreu Mendes. Disponível em:
<http://bdtd.bczm.ufrn.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2034>.
Resumo: A dissertação que se apresenta tem como pressuposto principal a prerrogativa de visualizar os
processos de alfabetização sob o ângulo da perspectiva funcional, fato que destitui o alfabetismo de ser uma
prática unicamente vinculada à decodificação de códigos alfabéticos e permite a abertura de amplos espaços
para a alocação de habilidades matemáticas nos domínios da alfabetização funcional. O objetivo principal
deste estudo foi investigar quais as contribuições que uma sequencia de atividades e de metodologias
elaboradas para o ensino de Geometria poderiam proporcionar a uma parcela do processo de alfabetização
funcional em matemática de jovens e adultos da EJA, correspondente à aquisição ou ao aprimoramento de
habilidades relativas à capacidade de orientação. O foco das análises consistiu na efetivação dessas atividades
junto aos alunos jovens e adultos de uma classe de EJA pertencente a uma escola pública municipal de
Natal/RN. Prevaleceram os legados de Paulo Freire sobre o redimensionamento do papel do educador, dos
educandos, do conhecimento e de suas conexões dentro do processo de ensino-aprendizagem, nos
encaminhamentos da metodologia utilizada na sala de aula e, principalmente, no estabelecimento de ligações
dialógicas com os alunos, as quais direcionaram todas as observações e análises a respeito das informações
obtidas. Os resultados indicaram que a composição de articulações entre o ensino de matemática e a
exploração de mapas e do globo terrestre favoreceu a criação de ambientes e situações de aprendizagem
multidisciplinares, onde verificamos, gradativamente, o desenvolvimento de procedimentos e atitudes
indicativos da evolução de habilidades do tipo espaço-visual.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação Matemática; Ensino por Atividades; Alfabetização
Funcional; Globo Terrestre.
71. RODRIGUES, Paulo Roberto. O ensino de Matemática na EJA em escolas municipais de Santa Maria. 2008.
268f. (Mestrado em Educação: Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional) – Universidade Federal
de Santa Maria. Orientador: Eduardo Adolfo Terrazzan. Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira
Reis Fonseca; Décio Auler. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp057538.pdf>.
Resumo: Este estudo, de natureza qualitativa, descreve uma pesquisa desenvolvida, entre março e dezembro
de 2007, em escolas públicas com o objetivo de realizar a caracterização geral das propostas curriculares de
Matemática no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na sua etapa equivalente à quinta e à sexta
série do Ensino Fundamental e busca também identificar qual o nível de compatibilidade apresentado pelas
respectivas práticas pedagógicas utilizadas para o seu desenvolvimento em sala de aula. Desenvolvemos esta
pesquisa com a principal motivação de contribuir com a rede pública de ensino para um (re)pensar e um
(re)formular das práticas metodológicas de intervenção com os alunos da EJA, uma vez que neste contexto o
ensino de Matemática tem se mostrado um trabalho difícil para o professor, pois este deve ensinar uma
disciplina que a maioria dos alunos considera importante, necessita aplicá-la em situações do cotidiano mas
possui extrema dificuldade de lhe atribuir significado. Procuramos também neste trabalho realizar uma breve
abordagem sobre temas relacionados à formação do professor para atuar na EJA e as formas de aprendizagem
do adulto. Como suporte metodológico utilizamos entrevistas com professores e coordenadores desta
modalidade, observação em sala de aula, questionário aplicado a uma amostragem dos alunos e análise de
documentos. Os dados obtidos possibilitaram elaborar algumas conclusões que nos permitem dizer com
segurança primeiramente, que as propostas curriculares das escolas investigadas são coerentes com as
sinalizações legais e teóricas para o ensino desta modalidade. Em segundo lugar que as aulas expositivas com
o suporte do livro didático ainda são a principal estratégia para o desenvolvimento das práticas pedagógicas
de Matemática, ou seja, a EJA continua sendo desenvolvida em um modelo dirigido a crianças e pré-
adolescentes, e por fim que ainda não existe uma prática colaborativa no sentido a troca de experiências entre
os professores de Matemática das escolas pesquisadas.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Bases Curriculares da EJA; Educação Matemática e EJA;
Aprendizagem do Adulto.
72. RODRIGUES, Rochelande Felipe. Análise de resolução de problemas numa abordagem contextualizada e
não-contextualizada para alunos do nono ano do Ensino Fundamental da EJA. 2008. 143f. (Mestrado em
Ensino das Ciências: Construção, Ensino e Aprendizagem de Conceitos Científicos) – Universidade Federal
Rural de Pernambuco. Orientadora: Josinalva Estácio Menezes. Banca examinadora: Rogéria Gaudêncio
Rêgo; Marcelo Câmara dos Santos; Suely Alves da Silva. Disponível em:
<http://200.17.137.108/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1208> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp090674.pdf>.
297
Resumo: A Educação de Jovens e Adultos vem ganhando espaço no sistema educacional brasileiro,
apresentando como uma opção para muitas pessoas que pararam de estudar há muito tempo. Um sistema
educacional diferenciado do adotado na maioria das escolas brasileiras, a EJA tem características próprias
referentes ao tempo de cada série ou módulo, tendo um tempo menor no seu período letivo, e na abordagem
metodológica, direcionada para jovens e adultos. Porém, uma das dificuldades no processo de ensino e
aprendizagem da matemática na EJA, está na compreensão de problemas propostos pelo professor, por
fatores como linguagem e relação com a sua realidade, causando entraves no processo de ensino da
matemática. Este trabalho científico trata da utilização de uma abordagem contextualizada, tomando como
base o cotidiano do aluno. No desenvolvimento da pesquisa, aplicamos duas atividades: contextualizada e
não-contextualizada, podendo ambas ser resolvidas utilizando o mesmo procedimento de resolução ou
algoritmo. Abordamos três conteúdos diferentes: as Quatro Operações Fundamentais (adição, subtração,
multiplicação e divisão), Noção de Função e o Teorema de Pitágoras. A finalidade das aplicações das
atividades é buscar nas falas dos alunos, as concepções de que atividades são mais relevantes para os alunos
da EJA, no que se refere ao seu processo de ensino e aprendizagem da matemática. Os resultados
encontrados nos mostram uma tendência para a questão contextualizada em certos momentos, e em outros
momentos para a questão não-contextualizada, porém nas falas dos alunos ficou claro o aceite da utilização
das duas abordagens, assim como, a aplicação de ambas as questões.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Resolução de Problemas.
73. RODRIGUES, Thiago Donda. A etnomatemática no contexto do ensino inclusivo: possibilidades e desafios.
2008. 138f. (Mestrado em Educação Matemática: Relações entre História e Educação Matemática) –
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Rio Claro. Orientador: Pedro Paulo Scandiuzzi.
Banca examinadora: Maria Teresa Eglér Mantoan; Rosana Giaretta Sguerra Miskulin. Disponível em:
<http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/brc/33004137031P7/2008/rodrigues_td_me_rcla.pdf> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp056457.pdf>.
Resumo: O trabalho intitulado “A Etnomatemática no contexto do ensino inclusivo: possibilidades e
desafios” é uma pesquisa, de caráter etnográfico, que tem como objetivo observar, descrever e analisar como
os professores de uma escola inclusiva lidam com os alunos, na disciplina Matemática, de modo a corroborar
com o processo de inclusão. A pesquisa foi realizada em uma escola do projeto CIEJA – Centro Integrado de
Educação de Jovens e Adultos – da Secretaria de Educação da cidade de São Paulo, que oferece o ensino
fundamental na modalidade supletivo para 1308 alunos. Foram observados quatro professores, sendo três
formados em matemática e um formado em pedagogia. O trabalho aponta que o processo de inclusão,
baseado na perspectiva etnomatemática, está ligado à postura ética em que se preza o respeito, a
solidariedade e a cooperação, ambiente onde as diferenças são valorizadas e, portanto, propício à inclusão.
Salienta também que, para o processo de inclusão, não há um modelo pronto; o que existe é a transição da
integração para a inclusão e, por isso, podem ser detectadas práticas não inclusivas mesmo em um ambiente
com proposta inclusiva.
Palavras-chave: Educação Inclusiva; Ensino Inclusivo; Etnomatemática; Educação Matemática.
74. SANTOS, Cleuza Iara Campello dos. Inclusão-exclusão nas práticas pedagógicas dos professores que
ensinam Matemática na Educação de Jovens e Adultos. 2008. 143f. (Mestrado em Educação: Políticas de
Formação, Políticas e Gestão da Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientador:
Samuel Edmundo Lopez Bello. Banca examinadora: Alexandrina Monteiro; Luciane Uberti; Naira Lisboa
Franzoi. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/15517/000683243.pdf?sequence=1 >.
Resumo: Esta dissertação propõe-se a discutir a inclusão-exclusão nas práticas pedagógicas dos professores
que ensinam Matemática na Educação de Jovens e Adultos – EJA, que a partir das verdades, dos enunciados
e discursos são subjetivados provocando dinâmicas de inclusão-exclusão cristalizando as relações de poder-
saber. Parra tanto farei o uso das ferramentas operatórias colocadas à disposição pelo pós-estruturalismo
tomando como base a obra de Michel Foucault. A pesquisa constituiu-se em conversas formais em diferentes
espaços escolares e observações realizadas em sala de aula na escola.
Palavras-chave: Matemática – Ensino; Educação de Jovens e Adultos; Prática Pedagógica; Relações de Poder
– Inclusão – Exclusão; Pós-estruturalismo; Michel Foucault.
75. SILVA, José Eduardo Neves. A mobilização de saberes matemáticos pelo aluno da EJA em um ambiente de
aprendizagem no Ensino Médio. 2008. 181f. (Mestrado em Educação: Matemática, Cultura e Práticas
Pedagógicas) – Universidade São Francisco. Orientadora: Adair Mendes Nacarato. Banca examinadora:
Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Regina Célia Grando. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp083194.pdf>.
298
Resumo: O presente trabalho foi realizado na 2ª e 3ª séries do Ensino Médio da Educação de Jovens e
Adultos (EJA) da rede pública do Estado de São Paulo, no ano de 2006. A pesquisa buscou identificar e
analisar: Quais saberes matemáticos são mobilizados, produzidos e/ou (re)significados por alunos da EJA em
contextos de resolução de problemas em um ambiente de aprendizagem que favoreça o dialogo? E teve como
objetivos: conhecer melhor quem são os alunos/as da EJA e quais são as suas concepções sobre o estudo e a
Matemática escolar; defender a importância de um ambiente de aprendizagem diferenciado para o aluno da
EJA; e identificar e analisar quais foram os saberes matemáticos escolares mobilizados, produzidos e/ou
(re)significados pelos alunos da EJA durante as atividades de resolução de problemas. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa, cujos documentos utilizados na análise foram: vídeo-gravação das atividades iniciais em
sala de aula e das entrevistas finais; áudio-gravação das discussões em pequenos grupos e/ou no coletivo da
sala de aula; produções e registros em grupo dos alunos; entrevistas semiestruturadas com os grupos
constituídos; e diário e notas de campo do professor-pesquisador. Para análise dos documentos utilizamos a
triangulação, identificando as categorias emergentes, que foram: “A gente tem sede de aprendizagem. Eu não
quero mais parar de estudar: a volta do aluno da EJA a escola e sua relação com a Matemática escolar”; “A
criação de um ambiente de aprendizagem em sala de aula”; e “Saberes matemáticos escolares mobilizados,
produzidos e/ou (re)significados pelos alunos da EJA”. Utilizamos quatro atividades de resolução de
problemas durante a nossa pesquisa: “Análise de público”; “Estatística na EJA”; “A casa de seu João” e “A
inflação do jornal e a nossa”. Essas atividades fizeram com que os alunos, dentro de um ambiente que
favorecesse o dialogo, mobilizassem saberes matemáticos escolarizados, tais como trigonometria,
porcentagem, calculo de áreas, estatística, regra de três, etc.; ou não-escolarizados, provenientes das suas
praticas sociais, tais como a utilização do milímetro, a utilização da régua para identificação do metro
quadrado, o calculo pratico para obtenção da quantidade de tinta necessária para pintura de uma área, dentre
outros, para a resolução das atividades propostas. A nossa analise permitiu identificar a importância de um
ambiente de aprendizagem diferenciado nas aulas da EJA, obtido através da metodologia de resolução de
problemas numa perspectiva critica, favorecendo o dialogo dos alunos e provocando um novo olhar destes
sobre a educação e a Matemática escolar, o que levou a um questionamento dos paradigmas existentes na
Matemática, tais como: paradigma do exercício, a existência de apenas uma resposta certa e a certeza da
Matemática. Isso pode provocar uma mudança na concepção dos alunos e do professor sobre os seus papeis
em sala de aula e contribuiu para ajudar na construção de uma nova concepção sobre o que e ensinar
Matemática, principalmente na EJA, por tratar-se de um publico com características próprias e distintas do
ensino regular.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos (EJA); Resolução de Problemas; Ambiente de Aprendizagem;
Saberes Matemáticos.
76. SMITH, Silvia Danielle da Cunha. Modelagem Matemática gerando um ambiente de ensino e aprendizagem
para a Educação de Jovens e Adultos. 2008. 106f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas:
Processos de Ensino e de Aprendizagem na área de Educação Matemática) – Universidade Federal do Pará.
Orientador: Adilson Oliveira do Espírito Santo. Banca examinadora: Dionísio Burak; Francisco Hermes
Santos da Silva; Ney Cristina Monteiro de Oliveira. Disponível em:
<http://www.ppgecm.ufpa.br/media/dissertacao_Silvia%20Danielle%20da%20Cunha%20Smith.pdf>.
Resumo: Este trabalho explicita o processo de Modelagem Matemática ocorrido em uma turma da Educação
de Jovens e Adultos (EJA), quando a referida estratégia de ensino-aprendizagem é considerada geradora de
um ambiente dinâmico que visa contribuir para uma aprendizagem mais significativa da matemática,
valorizando as informações e recursos que o próprio jovem ou adulto traz para sala de aula de suas vivências.
A investigação foi desenvolvida em uma turma da 2ª etapa do ensino fundamental (3ª e 4ª séries) da EJA, em
uma Escola da Rede Federal de Ensino da cidade de Belém/PA. Trata-se de uma pesquisa de natureza
qualitativa, a qual utilizamos como instrumentos de coleta de dados, além da observação, entrevistas e análise
de documentos, que incluem os registros escritos dos sujeitos das atividades realizadas. Destacamos que o
ambiente gerado pela Modelagem Matemática contribuiu para o desenvolvimento da reflexão, do
pensamento crítico e criativo dos alunos a partir das ações, interações e dos diálogos interativos na sala de
aula, entre os alunos e a professora-pesquisadora, que possibilitaram a análise crítica de questões relevantes
existentes nos contextos desses estudantes. Os resultados das atividades de Modelagem \matemática
aplicadas foram favoráveis, facilitando para os alunos a percepção das relações entre o estudado na escola e o
vivido fora da sala de aula, pois partiram de situações conhecidas pelos jovens e adultos e que conjectura
realizar um novo olhar, uma nova leitura das diversas situações vivenciadas por eles em seu dia-a-dia.
Palavras-chave: Modelagem Matemática; Educação de Jovens e Adultos; Processo de Ensino e
Aprendizagem; Matemática.
possibilidades. 2008. 101f. (Mestrado em Educação nas Ciências: Currículo e Formação de Professores) –
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Orientadoras: Cátia Maria Nehring;
Elza Maria Fonseca Falkembach. Banca examinadora: Ocsana Sônia Danyluk; André Souza Lemos.
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp067419.pdf>.
Resumo: Considerando a necessidade de ressignificação das práticas pedagógicas, a presente pesquisa tem
como propósito refletir sobre os desafios e as possibilidades do ensino de matemática para jovens e adultos, a
partir da discussão de fundamentos teóricos para a elaboração de uma proposta curricular, para a matemática,
nos programas da EJA. Diante deste propósito, a etnomatemática, que além de contemplar a integração e o
diálogo entre os conhecimentos populares e os saberes escolares, também atende, em muitos aspectos, as
especificidades e demandas da educação de jovens e adultos, é apresentada como possibilidade pedagógica
para o ensino de matemática nesta modalidade educativa. Esta reflexão tem como suporte teórico as
contribuições do multiculturalismo e da dialogicidade que partilham, entre si e com a etnomatemática,
preocupações comuns e têm subjacente a vontade de alcançar uma vivência social mais humana e mais feliz.
Por fim, são apresentadas algumas considerações a respeito das possibilidades de concretização e limitações
na efetivação de propostas curriculares constituídas a partir dos estudos e reflexões realizadas.
Palavras-chave: EJA; Proposta Curricular; Etnomatemática; Multiculturalismo; Dialogicidade.
78. ZANELATO, Eliéte. O motivo da aprendizagem da Matemática na Educação de Jovens e Adultos sob a
ótica da teoria da atividade. 2008. 96f. (Mestrado em Educação: Educação e Produção do Conhecimento nos
Processos Pedagógicos) – Universidade do Extremo Sul Catarinense. Orientador: Ademir Damazio. Banca
examinadora: Cátia Maria Nehring; Vidalcir Ortigara. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp091732.pdf>.
Resumo: No presente trabalho o propósito foi analisar, à luz da teoria da atividade, o contexto gerador do
motivo dos estudantes da Educação de Jovens e Adultos para estudar matemática. O pressuposto é de que não
podemos compreender a EJA como fenômeno isolado, mas que se constitui a partir de situações sociais
concretas entre indivíduos. Ou seja, é uma produção humana com uma lógica e história de indivíduos que
vivem em conjunto com outros, construindo formas de organização e necessidades cada vez mais complexas.
Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada gravada e, posteriormente, transcritos com
os estudantes do SESI e CEJA em todos os níveis e modalidades de EJA presentes na cidade de São Ludgero
- SC. A ênfase foi para o modo dos alunos do EJA se apropriarem das generalizações socialmente
produzidas. O diálogo entre os dados concretos obtidos nas entrevistas e a teoria da atividade foi estabelecido
mediante três categorias: o abandono da atividade principal, o estudo como ação da atividade de trabalho e a
aprendizagem da matemática como ação e operação do processo de se constituir trabalhador. Enfim, a
realidade objetiva do fenômeno “ser estudante em concomitância com a atividade principal de trabalho” foi
apresentada numa leitura com teor de cientificidade. O contexto de condições adversas pela duplicidade de
tarefas - estudo durante à noite e aquelas relacionadas à vida particular, profissional e comunitária - faz com
que as aquisições de conhecimentos matemáticos, por mais simples que pareçam, tornem-se uma grande
conquista e não um direito próprio do ser humano. Para os estudantes da EJA, a matemática só tem seu valor
como conhecimento utilitário voltado especificamente para as ações da atividade de trabalho. Percepção que
é discordante dos pressupostos teóricos da Proposta Curricular de SC, por visar apenas o preparo dos
indivíduos para o mercado de trabalho. Sendo assim, reafirma o discurso político ideológico das relações de
produção e não cumpre uma proposta educacional de formação do pensamento teórico, caracterizador do
desenvolvimento especificamente humano.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Teoria da Atividade; Educação Matemática.
Ano de 2009
79. ADELINO, Paula Resende. Práticas de numeramento nos livros didáticos de Matemática voltados para a
Educação Jovens e Adultos. 2009. 135f. (Mestrado em Educação: Educação Matemática) – Universidade
Federal de Minas Gerais. Orientadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca. Banca examinadora: Vera
Masagão Ribeiro; Plínio Cavalcanti Moreira. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/FAEC-87BQCE>.
Resumo: Esta pesquisa analisa como as práticas de numeramento podem ser constituídas e mobilizadas nos
livros didáticos de matemática voltados para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Selecionamos a coleção
Viver, Aprender – Educação de Jovens e Adultos – 2º segmento do Ensino Fundamental da Editora Global
(especificamente os livros Matemática e Fatos do Cotidiano, volumes I e II) e focalizamos a abordagem dos
números racionais, analisando os exercícios que buscam levar os alunos à compreensão desse conjunto
300
80. CONTI, Keli Cristina. O papel da Estatística na inclusão de alunos da Educação de Jovens e Adultos em
atividades letradas. 2009. 227f. (Mestrado em Educação: Educação Matemática, Científica e Tecnológica) –
Universidade Estadual de Campinas. Orientadora: Dione Lucchesi de Carvalho. Banca examinadora: Cláudia
Borim da Silva; Dario Fiorentini. Disponível em: <http://cutter.unicamp.br/document/?code=000446550>.
Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar e compreender o ensino e a aprendizagem de Estatística em
aulas de Matemática de alunos da 7.ª série do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos e o
papel da produção desse conhecimento na inclusão desses alunos em atividades letradas. O trabalho de
campo da pesquisa que denominarei participante foi realizado em uma escola pública do interior do Estado
de São Paulo, onde desenvolvi um projeto chamado “Construindo Estatística”, que contou com o auxílio, de
forma colaborativa, de dois estagiários, auxiliares de pesquisa. O material de análise foi constituído por
transcrições das gravações em áudio e vídeo das atividades de sala de aula, portfólios das produções dos
alunos, diários de campo meu e dos estagiários. Os três eixos de análise emergiram do processo de análise
desse material: a) a relação dos alunos com a Matemática; b) a produção de conhecimentos dos alunos em
Estatística nos encontros referentes ao projeto; c) a inclusão dos alunos em atividades letradas. Embora
consciente das dificuldades dos alunos em “ler e escrever” e das situações pouco propícias para o
desenvolvimento dessas competências na realidade da própria escola, não enfrentei esses fatos como
obstáculos intransponíveis: fiz questão de caminhar para a inclusão desses alunos em atividades letradas,
quer respondendo seus questionamentos, quer dando-lhes voz, quer, ainda, fazendo-os transformar suas
“vozes” em escrita e, até mesmo, acreditando que seriam capazes de significar um texto acadêmico. É
possível afirmar que essa produção de conhecimento foi além do conhecimento de Matemática e de
Estatística e cumpriu o que se pretendia com relação à construção de conhecimento. Além disso, os alunos
interagiram com a comunidade escolar, com a pesquisadora, com os estagiários e com os colegas, de forma a
serem protagonistas da constituição de seu conhecimento, e isso foi muito importante para nós e
provavelmente para eles.
Palavras-chave: Educação Matemática; Educação Estatística; Letramento Estatístico; Educação de Jovens e
Adultos.
81. COSME, Gerliane Martins. Da formação no curso de Licenciatura em Matemática de São Mateus/ES ao
profissional da Educação de Jovens e Adultos. 2009. 199f. (Mestrado em Educação: Educação e Linguagens)
– Universidade Federal do Espírito Santo. Orientadora: Lígia Arantes Sad. Banca examinadora: Maria da
Conceição Ferreira Reis Fonseca; Antonio Henrique Pinto; Circe Mary Silva da Silva Dynnikov. Disponível
em: <http://www.ppge.ufes.br/dissertacoes/2009/GERLIANE%20MARTINS.pdf>.
Resumo: Este trabalho constitui-se num estudo de caso cujo objetivo geral propõe analisar a integração entre
formação inicial e continuada do professor de matemática da EJA, seu engajamento e atuação profissional,
sendo este professor egresso do curso de Licenciatura em Matemática de São Mateus-ES. Para tanto
definimos três objetivos específicos: i) verificar o contingente de escolas que oferecem educação para jovens
e adultos no município de São Mateus-ES, bem como o de alunos atendidos pelas escolas nessa modalidade
de ensino; ii) identificar o contingente de egressos do curso de Licenciatura em Matemática de São Mateus-
ES que atuam como professores de matemática na Educação de Jovens Adultos (EJA); iii) identificar e
analisar percepções externadas de professores de matemática da EJA (egressos do curso de Licenciatura em
Matemática de São Mateus-ES) sobre contribuições de sua formação inicial e continuada para sua prática
profissional. Os referenciais teóricos em que nossa pesquisa se ancora foram agrupados em três eixos: o
primeiro diz respeito à formação de professores, entendida como processo permanente em que a prática
profissional é tomada como elemento formativo fundamental. Nesse eixo está Freire (1979, 2001, 2008),
Fiorentini (2004) e Fiorentini e Castro (2003); o segundo trata de alguns modos de ver e conceber a Educação
de Jovens e Adultos e a Matemática e seu ensino, de modo particular na EJA. Os representantes desse eixo
são Fiorentini (1995), Paiva (2004, 2006) e Fonseca (1999, 2002); por último, o terceiro trata de questões
ligadas à percepção humana. Tomamos como referência básica Bruner e Goodman (1947), Bruner e Postman
301
(1949) e Bruner (1997). A coleta do material de estudo ocorreu em diferentes momentos: no primeiro, por
meio de um questionário estruturado aplicado a diretores de escolas; no segundo, mediante questionário
semiestruturado aplicado a todos os professores de matemática da EJA do município de São Mateus. A partir
dos dados obtidos por esse questionário, selecionamos três professoras que tomamos como “objeto” de
estudo mais aprofundado, com as quais realizamos entrevistas semiestruturadas e observações de algumas
aulas. O roteiro das entrevistas buscou explorar as percepções das professoras sobre sua formação inicial e
continuada e sua prática docente na EJA. Os resultados mostram que, ao analisarem sua formação inicial, os
professores indicam como maior contribuição para a prática docente na EJA a formação na especialidade
matemática. Entretanto, apontam uma despreocupação dessa formação inicial no tratamento dado à formação
do professor no que tange a questões didático-pedagógicas do processo de ensino e aprendizagem.
Despreocupação que se acentua fortemente quando esse processo se acontece na EJA. Além disso, os dados
revelam um descaso com a EJA nesse município que, aliado à deficiência da formação inicial sobre esse
aspecto, leva os professores a desenvolver seu trabalho quase que totalmente sozinhos, sem ou com muito
pouca orientação dos órgãos competentes, ou de cursos de formação continuada. Assim, esses sujeitos vão-se
fazendo professores de Matemática da EJA na prática, no trabalho de cada noite com seus alunos,
fundamentados em suas experiências como professores da EJA ou do “ensino regular” e em suas
experiências como alunos.
Palavras-chave: Formação de Professores de Matemática; Educação de Jovens e Adultos; Prática
Profissional.
82. EUGÊNIO, Cláudio Luiz. Educação Matemática de Jovens e Adultos: certezas da Matemática e (in)certezas
de uma matemática. 2009. 131f. (Mestrado em Educação: Linguagem, Conhecimento e Formação de
Professores) – Universidade Federal de Juiz de Fora. Orientadora: Sonia Maria Clareto. Banca examinadora:
Maria Queiroga Anastácio Amoroso; Adlai Ralph Detoni. Disponível em:
<http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=559> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp131350.pdf>.
Resumo: Este trabalho ensaia um texto pelo qual se pretende tatear as bordas de uma matemática outra,
potente em possibilidades. Busca-se, em meio às letras, narrar como alunos jovens e adultos falam sobre a
matemática no espaço da sala de aula. A partir da narrativa de duas atividades, vividas por alunos da
Educação de Jovens e Adultos em uma sala de aula de Matemática, grafo palavras que tentam ceder um rosto
e, mais do que isso, experienciar, em sala de aula, uma outra matemática, distinta da Matemática dita escolar.
Espaço de possibilidades experienciado por dezessete educandos da Educação de Jovens e Adultos, cursando
nível médio. Surgem ali modos novos de compreender, distintos daqueles predominantes: os saberes
científicos modernos. O conhecimento nasce como construção, um construir sempre inacabado. Na
Matemática, aparecem muitas outras matemáticas. As vozes ecoam possibilidades. Dos desconhecidos vê-se
o conhecimento. Nos abandonados, ouvem-se os ecos de verdades, de muitas possíveis verdades;
encontramos diversos saberes. Ancorado e mergulhado nas vozes de Nietzsche e Deleuze, meu porto seguro
fora invadido. Este texto aparece na cena em movimento, como invenção de tornar vivências e experiências
num construto de letras, palavras que movimentam, andarilham pela cognição adulta. Como os alunos da
EJA falam sobre a matemática no espaço da sala de aula? Para onde vão as folhas quando dançam uma leve
dança com o vento? Em que direção aponta este texto? Provavelmente não aponta um horizonte, mas abre
muitos caminhos, incertas estradas, tantas quantas forem possíveis inventar. Devires...
Palavras-chave: Educação Matemática de Jovens e Adultos; Inventividades; Devir-criança; Matemática;
Possibilidades.
83. FERREIRA, Ana Rafaela. Práticas de numeramento, conhecimentos escolares e cotidianos em uma turma
de Ensino Médio da educação de pessoas jovens e adultas. 2009. 158f. (Mestrado em Educação: Educação
Matemática) – Universidade Federal de Minas Gerais. Orientadora: Maria da Conceição Ferreira Reis
Fonseca. Banca examinadora: Dione Lucchesi de Carvalho; Maria Clara Rezende Frota; Maria Laura
Magalhães Gomes. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/FAEC-
85FHD3/disserta__o___ana_rafaela_ferreira.pdf?sequence=1 >.
Resumo: Nesta dissertação, analisamos as relações estabelecidas e explicitadas por alunos e alunas da
Educação de Pessoas Jovens e Adultas entre os conhecimentos matemáticos escolares e os conhecimentos
cotidianos, bem como as posições que esses sujeitos assumem nas interações que acontecem na sala de aula
de matemática de uma turma de Ensino Médio da EJA. Etapa final da Educação Básica, o Ensino Médio
propõe uma abordagem mais formal do conhecimento matemático, o que tende a gerar certa tensão na
convivência da preocupação em trazer para a dinâmica da sala de aula as vivências dos alunos, seus
conhecimentos, seus modos de conhecer e da responsabilidade, que a escola se atribui, de viabilizar o acesso
302
a um conhecimento matemático mais identificado com o formato acadêmico. Essa tensão pode ser ainda mais
evidente quando vivenciada no Ensino Médio da EJA. Enfatizando a dimensão sociocultural das práticas
matemáticas e considerando as relações entre os saberes cotidianos e os escolares, esta pesquisa pretende
analisar essa tensão valendo-se do aporte teórico dos estudos sobre numeramento. A partir da análise de
eventos observados em uma sala de aula de Ensino Médio da EJA, identificamos práticas de numeramento
mobilizadas pelos sujeitos, discutindo valores, crenças, estratégias, critérios de avaliação, padrões de
comportamento e representações de alunos e alunas em relação à matemática e ao aprender matemática na
escola. Com essa pesquisa, pretendemos contribuir para que os educadores da EJA, considerando os
estudantes como sujeitos e respeitando suas concepções e suas demandas, suas crenças e suas desconfianças,
seus objetivos e suas razões, suas expectativas e seus desejos, vislumbrem o potencial educativo da
explicitação dessas tensões.
Palavras-chave: Educação Matemática de Jovens e Adultos; Práticas de Numeramento; Conhecimentos
Cotidianos e Escolares. Ensino Médio.
84. FRIEDRICH, Márcia. O Programa Nacional de Inclusão de Jovens – PROJOVEM: uma análise entre o
proposto e o vivido em Goiânia. 2009. 104f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática: Ensino e
Aprendizagem de Ciências e Matemática) – Universidade Federal de Goiás. Orientadora: Anna Maria
Canavarro Benite. Banca examinadora: Jane Paiva; Juan Bernardino Marques Barrio. Disponível em:
<http://bdtd.ufg.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=607>.
Resumo: A Educação de Jovens e Adultos permeia a história da educação, sendo que esta segue os ritmos da
história da sociedade em seus modelos econômicos, políticos e sociais ditados por relações de poder de
grupos ideologicamente dominantes. Na educação e especificamente na EJA, questões significativas
emergem na busca de saberes docentes necessários direcionados a este segmento de ensino que segue a
margem da história da educação. Assim este trabalho é fruto de uma pesquisa vinculada ao Programa de
Mestrado em Educação em Ciências e Matemática que visa tecer reflexões sobre a trajetória histórica da EJA
no Brasil, voltando o debate às questões relacionadas a políticas públicas, caracterização deste grupo social,
contextualizando as propostas pedagógicas direcionadas a este. Algumas considerações gerais, referentes à
estruturação do conhecimento científico, bem como ao ensino de ciências e matemática no contexto social do
egresso do Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação Profissional e Ação
Comunitária – ProJovem concluem nossa apresentação dos resultados da investigação.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Público de EJA; Políticas Públicas; Propostas Pedagógicas.
85. LOPES, Lailson dos Reis Pereira. Formação do professor de matemática “para” e “na” EJA – Educação de
Jovens e Adultos. 2009. 172f. (Mestrado em Educação: Formação de Professores e Processos Educativos) –
Universidade de Uberaba. Orientadora: Marilene Ribeiro Resende. Banca examinadora: Maria da Conceição
Ferreira Reis Fonseca; Dirce Maria Falcone Garcia.
Resumo: Esta pesquisa tem como objeto de estudo a formação inicial e continuada dos professores/as de
Matemática que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Montes Claros - MG. Orientou-se pela
questão: Como ocorreu/ocorre o processo de formação inicial e continuada do professor de Matemática
"para" e "na" EJA, em Montes Claros – MG, buscando atender as especificidades dessa modalidade de
ensino? Assim, é objetivo desta pesquisa investigar como os professores de Matemática em Montes Claros-
MG se formaram e se formam “para” e “na” EJA. Como objetivos específicos: investigar como a EJA vem
sendo caracterizada na literatura e na legislação e como se faz presente em Montes Claros; apreender a visão
do professor de Matemática sobre a EJA; investigar como o professor percebe a sua atuação na EJA e no
ensino regular; analisar a formação inicial e continuada para atuar nesse segmento; investigar como o
professor avalia os seus saberes para ensinar Matemática na EJA, diante das especificidades dessa
modalidade de ensino, e como esses saberes se modificam na prática docente. Foi feita opção pela pesquisa
qualitativa. Para a coleta de dados, lançamos mão da pesquisa documental e da pesquisa de campo,
realizando entrevistas semiestruturadas com seis professoras selecionadas a partir dos resultados do estudo
exploratório. A análise das entrevistas foi orientada pelos pressupostos de Bardin, considerando três grandes
eixos de análise: a EJA no Brasil, em Montes Claros e na visão das professoras; a formação de professores
sob o olhar dos teóricos e das professoras; a Educação Matemática de Jovens e Adultos e a formação do
professor de matemática “para” e “na” EJA. Dialogamos e nos apoiamos em teóricos e pesquisadores desses
três campos, dentre eles: Arroyo, Soares, Di Pierro, Dayrell, Fávero que discutem a EJA; Alvarado Prada,
Giroux, Freire, Contreras Domingo, Shön, Tardif, Mizukami, que tratam a formação de professores e
Fonseca, Fiorentini e Lorenzato que abordam questões relacionadas à Educação Matemática e EJA e à
formação de professores. Foi-nos possível constatar que a EJA tem uma presença significativa em Montes
Claros, especialmente no noturno; as professoras entrevistadas veem a EJA como oportunidade, numa
303
concepção ainda compensatória; atuam nessa modalidade não como uma escolha, mas como necessidade de
ajustamento de situações profissionais; a maioria afirma que a formação inicial não as preparou para esse
trabalho e que sua formação ocorre na prática, e poderíamos concluir de modo solitário; a formação
continuada, quando há, não atende às suas necessidades e expectativas; mostram-se preocupadas e até mesmo
impotentes diante do fenômeno de “juvenilização” da EJA; tem dificuldades em selecionar os conteúdos e
não fazem referências aos documentos, pesquisas e materiais que vem sendo produzidos visando ao ensino de
Matemática nessa modalidade, assim como não se referem a conteúdos e utilização de recursos que poderiam
situar o aluno no mundo hoje; tem prazer em atuar na EJA, especialmente com os adultos.
Palavras-chave: Formação de Professores; Formação de Professores de Matemática; Educação de Jovens e
Adultos – EJA.
86. PACHECO, Mirela Stefânia. Geometria plana e inclusão digital: uma experiência a partir do cotidiano dos
alunos EJA. 2009. 120f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática: Informática na Educação em
Ciências e Matemática) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Orientadora: Lucia Maria
Martins Giraffa. Banca examinadora: André Luís Alice Raabe; Lorí Viali. Disponível em:
<http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2457> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp124835.pdf>.
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo elaborar uma proposta metodológica de cunho transdisciplinar para
auxiliar na compreensão de conteúdos de Geometria Plana, para alunos da modalidade EJA (Educação de
Jovens e Adultos), a partir da utilização de softwares de apoio que funcionam como elementos articuladores
do conteúdo e, também, auxiliam no seu processo de Inclusão Digital. Buscou-se proporcionar aos alunos de
EJA, sujeitos participantes da pesquisa, uma oportunidade de trabalhar conceitos relacionados ao seu
cotidiano (cidadania, espaço público, atividades cotidianas e autoestima) associados ao estudo de Geometria
Plana (Matemática), utilizando como mote um conjunto de atividades onde os alunos utilizaram o Software
de simulação para construção de plantas arquitetônicas denominado XHOME 3D e o programa Paint
(integrante do ambiente Windows). O aporte teórico foi baseado nos pressupostos da Teoria de Paulo Freire e
nas necessidades da Sociedade da Aprendizagem preconizada por Levy (1996, 1999). A investigação utilizou
como instrumento de pesquisa um questionário inicial sobre os conhecimentos prévios dos alunos e um
questionário final para verificar as competências desenvolvidas em relação aos conteúdos de Geometria
Plana, após as atividades com o software simulador. A análise das respostas permitiu abordar o problema de
modo quantitativo e qualitativo, em uma abordagem predominantemente naturalístico-construtiva. Os dados
obtidos na Sondagem (pré-teste) foram comparados com os que foram colhidos e analisados na atividade
final (pós-teste), permitindo perceber uma evolução significativa sobre a construção do conhecimento de
Geometria Plana e sobre como os alunos da VI Fase da EJA de uma escola municipal da cidade de Novo
Hamburgo (RS) o relacionam com o seu cotidiano. Por isso, a partir dos resultados da pesquisa, foi elaborado
um conjunto de diretivas na forma de uma proposta de metodologia de ensino, usando elementos da realidade
dos alunos e uso de softwares gráficos como elementos articuladores do seu trabalho. Observou-se que além
dos aspectos cognitivos (aprendizagem dos conteúdos) uma melhoria na autoestima dos alunos
Palavras-chave: Geometria Plana; Software Educacional; Inclusão Digital; Educação de Jovens e Adultos.
88. ROLOFF, Micheli Cristina Starosky. Representações sociais de Matemática: um estudo com alunos da
Educação de Jovens e Adultos. 2009. 145f. (Mestrado em Educação: Desenvolvimento Humano e Processos
de Aprendizagem) – Universidade do Vale do Itajaí. Orientadora: Maria Helena Baptista Vilares Cordeiro;
José Erno Taglieber. Banca examinadora: Ana Lúcia Manrique; Luciane Maria Schlindwein; Antonio
Fernando Silveira Guerra. Disponível em:
<http://www6.univali.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=647> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp099340.pdf>.
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo caracterizar o conteúdo, a estrutura e a dinâmica da representação
social sobre a matemática. A partir dos referenciais teórico-metodológicos propostos por Moscovici (1961,
1978, 2003), empreendeu-se uma investigação para responder à seguinte pergunta de pesquisa: Quais são as
representações sociais sobre Matemática dos alunos do Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (CEFET/SC) de Florianópolis? A coleta de dados foi
iniciada utilizando-se a técnica de Associação Livre, tendo como palavra indutora “Matemática”, para
levantamento do conteúdo das representações. Participaram desta etapa 120 alunos do PROEJA. Na análise
das evocações foi utilizado o software EVOC 2000, visando conhecer a estrutura das representações. As
palavras mais frequentemente evocadas foram utilizadas no Procedimento de Classificação Múltiplas (PCM),
realizado em entrevistas individuais com 20 sujeitos selecionados do grupo que participou da primeira etapa.
As categorizações produzidas nas entrevistas foram submetidas a uma Análise Multidimensional e as falas
dos sujeitos foram analisadas para se conhecer a dinâmica das representações. A análise do espaço semântico
produzido pela Multidimensional Scalogram Analysis (MSA) e a análise das justificativas dadas pelos
sujeitos na organização das evocações revelaram três categorias: Simbolização – atividade mental, que traduz
a ideia de uma Matemática simbólica, e expressa pela atividade mental e aproximada do conhecimento
científico. Aprendizagem da matemática (escolar) revela os conteúdos da matemática escolar, dividida entre
a sala de aula e a aprendizagem. Já a categoria Minha relação com a matemática (cotidiano), as evocações
remontam a como cada um dos sujeitos se relaciona com a matemática e expressam as necessidades do curso
ou daquilo que estão estudando. O estudo ainda apontou para outras direções, referentes a condição de ser
sujeito EJA.
Palavras-chave: Representações Sociais; Matemática; Educação de Jovens e Adultos.
89. SOUSA, Gideão Rodrigues de. Educação Matemática Crítica junto aos alunos da EJA. 2009. 112f.
(Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática: Formação de Professores, Ensino
Aprendizagem e Construção do Conhecimento) – Universidade Cruzeiro do Sul. Orientadora: Iara Regina
Bocchese Guazzelli. Banca examinadora: Celi Espasandin Lopes.
Resumo:
Palavras-chave: Educação Matemática Crítica; alunos da EJA.
90. TERRA, Lúcia Couto. Matemática em informações midiáticas. 2009. 148f. (Mestrado Profissional em
Ensino de Matemática: Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação Matemática) – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Orientador: Marcus Vinicius de Azevedo Basso. Banca examinadora:
Francisco Egger Moellwald; Marilaine de Fraga Sant'Ana; Simone Dias Cruz. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/21929>.
Resumo: O objetivo deste trabalho foi elaborar e aplicar um conjunto de atividades, na modalidade oficina,
para uma turma de estudantes jovens e adultos do primeiro nível do ensino médio do Colégio de Aplicação
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CAp – UFRGS). As atividades foram elaboradas com a
intenção de fazer uso dados apresentados em mídias impressa e virtual no ensino da Matemática para
contribuir na aprendizagem dos estudantes Jovens e Adultos. Essas mídias foram escolhidas por se
constituírem em fontes de atualização acessíveis e possibilitarem a integração de várias áreas do
conhecimento. Essas fontes de informações, além de se apresentarem como uma maneira de contextualizar os
conteúdos específicos desta disciplina e a valorizar os saberes e experiências dos aprendizes foram o ponto de
partida deste trabalho. A análise dos dados permite concluirmos que a proposta representou uma contribuição
tanto na aprendizagem de matemática dos estudantes quanto para as discussões e consolidação de uma
proposta de educação de jovens e adultos do CAp – UFRGS.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Aprendizagem Matemática; Mídias Impressa e Digital.
305
Ano de 2010
91. ALBUQUERQUE, Milka Rossana Guerra Cavalcanti de. Como adultos e crianças compreendem a escala
representada em gráficos. 2010. 122f. (Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica: Processos de
Ensino-Aprendizagem em Educação Matemática e Científica) – Universidade Federal de Pernambuco.
Orientadora: Gilda Lisbôa Guimarães. Banca examinadora: Sandra Maria Pinto Magina; Ana Coêlho Vieira
Selva. Disponível em: <http://www.bdtd.ufpe.br/bdtd/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=52 >.
Resumo: O desenvolvimento tecnológico deu origem a uma grande quantidade de informações e a
representação gráfica passou a configurar-se como um instrumento imprescindível para a sua transmissão,
devido a sua capacidade de transmitir de forma rápida e resumida um quantitativo grande de dados.
Entretanto, a escala apresentada em um gráfico pode ser um instrumento utilizado para manipular dados,
podendo gerar imagens distorcidas sobre as informações que são veiculadas. Dessa forma, tivemos como
objetivo investigar como adultos e crianças dos anos iniciais de escolarização compreendem a escala
representada em gráficos de barras e de linha. Participaram da pesquisa 152 alunos de escolas públicas da
Região Metropolitana do Recife, sendo os mesmos do 3º e 5º ano do Ensino Fundamental e Módulos I-II e III
da Educação de Jovens e Adultos. Foram realizados testes com os alunos, a fim de investigar quatro variáveis
que estudos anteriores consideram importantes para a compreensão da escala apresentada nos gráficos, quais
sejam: o tipo de gráfico; o valor da escala; a necessidade de o aluno localizar um valor implícito ou explícito
na escala, ou de localizar uma frequência ou uma categoria a partir da escala. Percebemos que os alunos
investigados não apresentaram um bom desempenho nessas questões. Na maioria das atividades, as crianças,
principalmente do 5º ano, tiveram desempenho melhor do que os adultos, sendo o Módulo I-II o que
apresentou o pior desempenho. Quanto às variáveis estruturais da representação, o gráfico de barras com
escala unitária foi o que apresentou maior percentual de acertos. Em relação à natureza das questões, as de
localização de categoria a partir de frequência e principalmente de valor explícito foram as que podemos
considerar mais simples para os estudantes. Entretanto, quando não é preciso remeter à escala, devido aos
valores que estão explícitos em cima de cada barra (como na maioria dos gráficos apresentados na mídia
impressa), os alunos conseguem apresentar um bom desempenho. Assim, esse estudo evidencia a dificuldade
dos alunos em compreender os valores em uma reta numérica, ou seja, compreender a proporcionalidade
existente entre os valores expressos e suas subunidades. Acreditamos ser fundamental que a escola proponha
um trabalho sistematizado com representações gráficas considerando os diferentes tipos de gráficos e as
diferentes unidades escalares, aliando esse trabalho à compreensão de diferentes grandezas, principalmente a
grandeza comprimento, discutindo as unidades de medidas e suas subunidades, para que de fato possamos
construir cidadãos capazes de serem críticos frente às diversas estratégias utilizadas pela mídia para
mascarar, omitir ou manipular as informações.
Palavras-chave: Adultos; Crianças; Escala; Ensino-Aprendizagem.
92. ANDRADE, Lucianne Oliveira Monteiro. O ensino de Matemática no PROEJA: limites e possibilidades.
2010. 125f. (Mestrado em Educação Agrícola: Metodologia do Ensino e da Pesquisa para a Educação
Agrícola) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Orientador: José Roberto Linhares de Mattos.
Banca examinadora: Carlos Eduardo Mathias Motta; Eulina Coutinho do Nascimento. Disponível em:
<http://www.ia.ufrrj.br/ppgea/dissertacao/Lucianne%20Oliveira%20Monteiro%20Andrade.pdf> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp136850.pdf>.
Resumo: O presente trabalho foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano –
Campus Ceres (IFGoiano-Campus Ceres) com alunos da primeira série do Curso Técnico em Administração
Integrado ao Ensino Médio e Curso Técnico em Suporte e Manutenção de Computadores Integrado ao
Ensino Médio, ambos na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. A pesquisa teve como objetivo
analisar aspectos da aprendizagem matemática dos alunos em situações mediadas pela utilização de
ferramentas metodológicas como Aulas Contextualizadas e Projetos de Pesquisa utilizando o mundo do
trabalho desses sujeitos da EJA, e em situações práticas de ensino-aprendizagem na sala de aula, que
proporcionaram momentos de reflexão e contextualização, principalmente as experiências profissionais e os
temas político-sociais. Nos Projetos buscamos utilizar as experiências de vida dos alunos do PROEJA.
Palavras-chave: PROEJA; EJA; Alunos Trabalhadores; Projetos de Pesquisa; Ensino de Matemática.
Resumo:
Palavras-chave:
94. BISPO, Jaíra de Souza Gomes. A participação de jovens e adultos em um ambiente de modelagem
matemática. 2010. 108f. (Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências) – Universidade Federal da
Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana. Orientador: Jonei Cerqueira Barbosa. Banca
examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Maria Cristina Martins Penido. Disponível em:
<https://twiki.ufba.br/twiki/pub/PPGEFHC/DissertacoesPpgefhc/Ja%edra_Souza_Gomes_Bispo_2010.pdf>.
Resumo: A presente dissertação apresenta um estudo no qual se investigou e analisou como os alunos da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) participam das discussões em um ambiente de modelagem matemática,
quando o professor proporciona esse ambiente de aprendizagem na sala de aula. Para atingir esse objetivo, foi
necessário compreender como a transferência contribuiu na execução das tarefas de modelagem, e analisar
como as experiências não-escolares foram mobilizadas na participação de alunos jovens e adultos em um
ambiente de modelagem matemática. Para tal propósito, foi utilizada uma abordagem qualitativa, de modo
que os dados foram coletados numa escola pública da cidade de Alagoinhas, interior do Estado da Bahia,
numa turma de EJA do Ensino Fundamental II, na qual foi utilizada a observação para ver como os alunos
participam das atividades de Modelagem Matemática. Essa turma é referente a sétima e oitava séries, atuais
oitavo e nono anos. As observações foram registradas por meio de filmagens, catalogadas em DVDs e
transcritas. Os resultados sugerem que a transferência é capaz de envolver o aluno na tarefa de modelagem,
dando oportunidade para que o mesmo compartilhe suas experiências não-escolares, mobilizadas na
participação dos alunos nesse ambiente de aprendizagem. Além disso, os resultados dessa pesquisa podem
constituir importantes subsídios para a teorização deste ambiente de aprendizagem, no campo da Educação
em Ciências e Matemática, e, consequentemente, para a utilização na prática de professores da EJA, do ponto
de vista profissional.
Palavras-chave: Modelagem Matemática; Educação de Jovens e Adultos; Participação.
95. DANTAS, Jesica Barbosa. A argumentação matemática na resolução de problemas de estrutura aditiva com
alunos de EJA. 2010. 144f. (Mestrado em Educação: Didática de Conteúdos Específicos) – Universidade
Federal de Pernambuco. Orientadora: Gilda Lisbôa Guimarães. Banca examinadora: Rute Elizabete de Souza
Rosa Borba; Síntria Labres Lautert. Disponível em:
<http://www.bdtd.ufpe.br/bdtd/tedeSimplificado/tde_busca/processaPesquisa.php?listaDetalhes[]=8497&processar=Processar >.
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo investigar a influência da argumentação matemática para a
aprendizagem da resolução de problemas de estrutura aditiva com alunos de Educação de Jovens e Adultos
nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para tal, foram propostas três etapas: momento individual inicial,
vivência de três sequências didáticas, momento individual final. Participaram deste estudo alunos da alfa, 1º e
2º ciclo. No primeiro momento os alunos resolveram 5 (cinco) problemas envolvendo diferentes lógicas de
estrutura aditiva. Desta primeira etapa, foram escolhidos aleatoriamente 18 (dezoito) estudantes, sendo 6
(seis) de cada turma, para a vivência das três sequências didáticas no qual foi proposto a resolução de quatro
problemas, sendo dois de equalização e dois de comparação para a resolução em duplas e posterior confronto
em grupos de 6 estudantes (Sexteto). Após esse momento, os alunos participaram do segundo momento
individual com a resolução de outros 5 (cinco) problemas de estrutura aditiva semelhantes aos da primeira
etapa. Na análise dos resultados foram identificados os tipos de argumentos utilizados pelos alunos e as
possíveis diferenças entre os argumentos dos estudantes em função do nível de escolaridade e do tipo de
interação social. Além disso, foram identificados os tipos de argumentos dos estudantes relacionados ao
cálculo relacional e ao cálculo numérico e identificado os tipos de argumentação que podem levar a
aprendizagem da resolução de problemas de estrutura aditiva. A análise evidencia que o nível de escolaridade
influencia no tipo de argumentação, mas não interfere nos tipos de interação. Também foi constatado que as
relações interativas cooperativas são as que favorecem o ato de descrever e explicar as respostas e que as
relações individualistas são as que favoreceram os atos de não ter interesse em explicar e não conseguir
explicar. Os alunos estiveram envolvidos em atividades de argumentação matemática se interrogando,
analisando resolução de desacordos e formulando conjecturas. A interação social possibilitou a argumentação
o que levou os alunos jovens e adultos a explicitarem seus procedimentos de resolução utilizando diversos
tipos de argumentos auxiliando na compreensão dos problemas de estrutura aditiva.
Palavras-chave: Argumentação; Interação Social; Resolução de Problemas. Estruturas Aditivas. Educação de
Jovens e Adultos.
96. GILS, André Luiz. Contribuições da etnomatemática para a Educação de Jovens e Adultos – EJA e para a
formação de professores. 2010. 171f. (Mestrado em Educação: Formação de Professores de Ciências) –
307
Universidade Federal Fluminense. Orientadora: Maria Cecília de Castello Branco Fantinato. Banca
examinadora: Sonia Maria de Vargas; Glória Regina Pessôa Campello Queiroz. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp145560.pdf>.
Resumo: O presente trabalho está inserido na linha de pesquisa Ciências, Sociedade e Educação do curso de
Mestrado em Educação, da Universidade Federal Fluminense. Este busca investigar as contribuições da
perspectiva da Etnomatemática para a Educação de Jovens e Adultos e para a formação de professores. Foi
realizado para isto um estudo de caso com um grupo de professores de Matemática, da zona oeste do Rio de
Janeiro, integrantes do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) da Secretaria Municipal de
Educação deste estado. O trabalho tem por objetivo considerar a necessidade de reflexão sobre as práticas
dos professores desse Programa, apontando para uma formação mais específica destes, tomando como
referência as reflexões sobre os saberes docentes e discentes e a importância destes para os estudos em
educação matemática. Utilizou-se entrevistas como instrumento metodológico principal de coleta de dados. A
análise das mesmas apontou, principalmente, para seis temas de análise: As marcas da formação inicial para
as práticas docentes na EJA; O descompasso da formação inicial para os professores da EJA; O papel do
professor na permanência e interesse dos alunos da EJA; Legitimando saberes em via de “mão-dupla”;
Falando a mesma língua; e, Contribuições da formação continuada para a prática docente na EJA. Os
resultados da análise puderam indicar o quanto as contribuições culturais proporcionadas pela
Etnomatemática, podem ajudar a Educação de Jovens e Adultos e a formação docente. A pesquisa aponta
para convergências entre a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Popular, os saberes docentes e a
Etnomatemática apoiando-se nas entrevistas realizadas.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Formação de Professores; Etnomatemática.
97. LIMA, Izauriana Borges. Investigando o desempenho de jovens e adultos na construção e interpretação de
gráficos. 2010. 146f. (Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica: Processos de Ensino-
Aprendizagem em Educação Matemática e Científica) – Universidade Federal de Pernambuco. Orientadora:
Ana Coêlho Vieira Selva. Banca examinadora: Sandra Maria Pinto Magina; Gilda Lisbôa Guimarães.
Disponível em:
<http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCcQFjAA&url=http%3A%2F%2Fufpe.edumatec.net%2Findex.php%3Foption%
3Dcom_rokdownloads%26view%3Dfile%26task%3Ddownload%26id%3D23%3Ainvestigando-o-desempenho-de-jovens-e-adultos-na-construcao-e-interpretacao-de-
graficos&ei=gf6wUeLkB5XB4APjnoHQBw&usg=AFQjCNEB4-_87_0rz0jiNPGXI2xUS13UMg&bvm=bv.47534661,d.dmg>.
Resumo: Diversos estudos vêm sendo realizados investigando a interpretação e/ou construção de gráficos
(Selva, 2003; Guimarães, Gitirana e Roazzi, 2001; Gitirana, Guerra e Selva, 2005; Ainley, 2000; entre
outras). Entretanto, poucas pesquisas analisaram o desempenho de estudantes da Educação de Jovens e
Adultos (EJA). O objetivo deste estudo foi analisar estudantes da EJA, em diferentes níveis de escolarização,
resolvendo atividades de construção e interpretação de gráficos. Participaram da pesquisa 30 estudantes da
EJA distribuídos em três grupos: 10 dos anos iniciais do Ensino Fundamental (G1), 10 dos anos finais do
Ensino Fundamental (G2) e 10 do Ensino Médio (G3). Cada estudante resolveu cinco atividades, sendo três
de interpretação e duas de construção. Foram analisados os desempenhos dos estudantes em questões de
leitura pontual, comparação, combinação, igualização, extrapolação e análise geral para cada gráfico, sendo
um gráfico de linhas e dois de barras (um de categorias e outro com série de tempo). Os resultados não
mostraram diferenças significativas no desempenho dos estudantes nas atividades de interpretação em função
da escolaridade. Questões de combinação e de comparação foram as que trouxeram maior dificuldade para
todos os grupos. Considerando os tipos de gráficos, diferenças significativas foram constatadas apenas entre
os gráficos de barras com categorias e o gráfico de barras com série de tempo. Este resultado sugere a
importância de se considerar vários aspectos, como informações adicionais do gráfico, o tema abordado,
conhecimentos prévios, no processo de interpretação de gráficos. Ao mesmo tempo, rompe com a
pressuposição de que apenas o tipo do gráfico define seu grau de dificuldade. Na construção dos gráficos
várias dificuldades foram observadas. A maioria dos gráficos construídos não apresentou informações
necessárias para a compreensão do mesmo (título, nomeação dos eixos, descrição das variáveis). Dificuldade
com a escala foi um dos aspectos mais evidentes entre os estudantes. Comparando os resultados obtidos nas
atividades de interpretação e construção de gráficos, observamos que os desempenhos dos alunos que
conseguiram realizar com sucesso as atividades de interpretação não garantiram a construção adequada de
um gráfico. Este dado sugere que há pouca relação entre tais atividades e que interpretar parece ter sido mais
fácil que construir. Os resultados desta pesquisa apontam para a necessidade de um olhar mais detalhado para
os processos de ensino-aprendizagem de Matemática e, especialmente, sobre o trabalho com gráficos na EJA.
A escola tem um papel a cumprir na ampliação e sistematização dos conhecimentos e deve dar conta deste
papel. Gráficos devem ser trabalhados em sala de aula de forma articulada com os diferentes componentes
curriculares, aproveitando-se as vantagens deste tipo de representação. Os dados sugerem que há necessidade
de maior estímulo à construção de gráficos na EJA e que o professor articule as atividades de interpretação
308
com as de construção de gráficos. Por fim, é ainda necessário que o trabalho com gráficos sejam algo
contínuo e sistemático em todo o percurso escolar, proporcionando reflexões e desenvolvimento crítico das
informações veiculadas por este tipo de representação.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Interpretação e Construção de Gráficos; Escolarização.
98. LIMA, Rita de Cássia Gomes de. O raciocínio combinatório de alunos da Educação de Jovens e Adultos: do
início da escolarização até o Ensino Médio. 2010. 151f. (Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica:
Processos de Ensino-Aprendizagem em Educação Matemática e Científica) – Universidade Federal de
Pernambuco. Orientadora: Rute Elizabete de Souza Rosa Borba. Banca examinadora: Maria da Conceição
Ferreira Reis Fonseca; Anna Paula de Avelar Brito Lima; Gilda Lisbôa Guimarães. Disponível em:
<http://www.bdtd.ufpe.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=51> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp135189.pdf>.
Resumo: Neste estudo analisamos a compreensão de alunos da Educação de Jovens e Adultos em processo de
escolarização sobre problemas de estrutura multiplicativa, mais especificamente os que envolvem o
raciocínio combinatório. Participaram da pesquisa 150 alunos de cinco instituições (uma municipal, duas
estaduais, uma federal e uma mantida pelo Serviço Social do comércio (SESC). Os alunos resolveram
dezesseis questões envolvendo problemas de estrutura multiplicativa, incluindo os de raciocínio combinatório
de naturezas distintas (arranjo, combinação, permutação e produto cartesiano). Na análise dos resultados
verificamos o desempenho em relação às variáveis série e tipo de problema (variáveis controladas) e da faixa
etária, atividades profissionais e estratégias apresentadas pelos alunos (variáveis não controladas
experimentalmente). Das variáveis trabalhadas, a única que não exerceu influência no desempenho dos
educandos foi a faixa etária, sendo as demais fatores interferentes. Observamos também que alunos desta
modalidade de ensino resistem a usar representações não-formais para a resolução dos problemas
combinatórios e os que o fazem utilizam-se mais da listagem de possibilidades. Percebemos que o trabalho
do educador no auxílio aos alunos no processo de construção desses conceitos é fundamental para o
desenvolvimento dos conhecimentos de Combinatória, sendo essencial que o professor reconheça como
válidos os conceitos já adquiridos pelos alunos, antes mesmo da formalização dos mesmos, para que assim se
possa ampliar e aprofundar o raciocínio combinatório dos estudantes.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Estruturas Multiplicativas; Raciocínio Combinatório.
99. MARTINS, Glauce Vilela. Livros didáticos de alfabetização de jovens e adultos: um estudo sobre as
estruturas multiplicativas. 2010. 142f. (Mestrado em Educação: Didática de Conteúdos Específicos) –
Universidade Federal de Pernambuco. Orientadora: Rute Elizabete de Souza Rosa Borba. Banca
examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Cristiane Azevêdo dos Santos Pessoa; Carlos
Eduardo Ferreira Monteiro. Disponível em:
<http://www.bdtd.ufpe.br/bdtd/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228>.
Resumo: No presente estudo foram analisados, segundo pressupostos teóricos da Teoria dos Campos
Conceituais (Vergnaud, 1982), os livros didáticos de alfabetização de jovens e adultos aprovados no Plano
Nacional do Livro de Alfabetização (PNLA) 2008, no que se refere à abordagem nas situações-problema das
estruturas multiplicativas. Para a pesquisa, foram examinados todos os 19 livros aprovados na primeira
edição do PNLA. Na análise dos resultados foram verificados os significados trabalhados nos problemas, as
representações simbólicas solicitadas e apresentadas, bem como os contextos que essas situações-problema
estavam inseridas. Evidenciou-se que dentre os significados mais abordados de estrutura multiplicativa,
segundo a classificação proposta por Nunes e Bryant (1997) destacam-se os problemas de multiplicação
direta e divisão partitiva. Outros problemas multiplicativos – incluindo os significados de racionais
apontados por Kieran (1976) e os de Combinatória apontados por Merayo (2001) foram muito pouco
trabalhados nestes livros. A maioria dessas situações apresentam apenas enunciado e desenho como suporte
aos problemas, bem como não solicitam formas de representação específicas para a resolução dos mesmos.
Todos os livros aprovados apresentam contextos adequados ao público aos quais está direcionado, embora a
variedade de contextos seja pequena e muitas situações matemáticas cotidianas de jovens e adultos não sejam
levadas em consideração. Deve-se, portanto, atentar para especificidades do educando jovem e adulto,
levando em consideração os saberes social e formalmente construídos, de forma a auxiliá-lo no
desenvolvimento de conhecimentos da Matemática e outras áreas do saber, por meio de um trabalho com
diversificados significados, variadas representações simbólicas e ampla variedade de contextos.
Palavras-chave: Livro Didático; Educação de Jovens e Adultos; Estruturas Multiplicativas; Teoria dos
Campos Conceituais.
100. MATTARA, Irmes Mary Moreno Roque. A investigação e produção de conhecimentos matemáticos com
309
significado na EJA: aprendizagem escolar e o cotidiano na formação de jovens e adultos. 2010. 87f.
(Mestrado em Educação: Formação e Prática Pedagógica do Profissional Docente) – Universidade do Oeste
Paulista. Orientador: Adriano Rodrigues Ruiz. Banca examinadora: Wanda Darin Miotto; Tereza de Jesus
Ferreira Scheide. Disponível em: <http://tede.unoeste.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=227>.
Resumo: Esta dissertação é resultado de pesquisa desenvolvida no Programa de Mestrado em Educação,
linha de pesquisa 2 – Formação e Prática Pedagógica do Profissional Docente, da Universidade do Oeste
Paulista. A presente pesquisa teve por objetivo investigar, na perspectiva da etnomatemática, formas de
ensinar e aprender matemática na EJA, relacionando conhecimentos empíricos (do cotidiano) com
conhecimentos escolares. Trata-se de pesquisa descritiva, com enfoque teórico-crítico de caráter qualitativo
e o seu delineamento se caracteriza por uma pesquisa-ação. Com a finalidade de conhecer os sujeitos da
pesquisa e seus estilos cognitivos na busca da aprendizagem significativa, houve uma entrevista-piloto com
vinte e três alunos, matriculados no segundo segmento da Educação de Jovens e Adultos e desse grupo
cinco participaram da resolução de situações-problema destinadas à coleta de dados. Os resultados
indicaram que a aprendizagem escolar de matemática com significado é possível, desde que ocorra o
processo de construção de conhecimento contextualizado, tomando-se como ponto de partida os
conhecimentos prévios dos alunos, adquiridos nas experiências vividas nos diferentes ambientes de
aprendizagem (intra e extraescolar), respeitando-se o contexto sócio-histórico-cultural dos aprendizes,
dentro de um contexto educativo pautado no diálogo e na reflexão.
Palavras-chave: Etnomatemática; Educação de Jovens e Adultos; Aprendizagem Significativa.
101. MEDEIROS, Robson André Barata de. Linguagens e aprendizagem da Matemática na EJA: desafios,
preconceito linguístico e exclusão. 2010. 147f. (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas:
Etnomatemática, Linguagem, Cultura e Modelagem Matemática) – Universidade Federal do Pará.
Orientadora: Marisa Rosâni Abreu da Silveira. Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis
Fonseca; Emilia Pimenta Oliveira. Disponível em:
<http://www.ppgecm.ufpa.br/media/disserta/2008/Robson%20Andr%C3%A9%20Barata%20de%20Medeiros.pdf>.
Resumo: Esta dissertação teve o objetivo de verificar se os alunos da EJA consideram que o uso de uma
variedade linguística pouco “adequada” ou “valorizada”, teria efeito sobre a aprendizagem da matemática e
refletir sobre a importância do respeito à variedade linguística do aluno da EJA, que pode servir de meio
para se chegar à variedade estabelecida no espaço escolar, assim como para a aquisição da linguagem
matemática. A discriminação linguística que se tem dentro do contexto escolar pode distanciar ou até
mesmo negar o acesso aos conhecimentos escolares pelo fato de se retirar as referências de mundo que o
aluno possui. O aprendizado da matemática no meio escolar está distante das variedades existentes e
principalmente daqueles oriundos dos meios mais carentes economicamente. Analisa-se a possibilidade de
uma ponte entre os conhecimentos matemáticos populares e os escolares, a partir do respeito à variedade
usada pelos educandos. A pesquisa foi realizada em uma escola pública com uma turma da terceira etapa da
EJA. A análise permitiu constatar que muitos dos problemas no aprendizado da matemática estão
relacionados com aspectos referentes à discriminação da variedade linguística e dos conhecimentos
matemáticos das classes populares no meio escolar. Como se vive numa sociedade altamente tecnológica,
que é formatada por modelos prescritos pela classe dominante, a partir da linguagem matemática, então
esse conhecimento é imprescindível para a compreensão e por uma possível transformação social. Contudo
a escola segue comportamentos determinados, com o objetivo de reproduzir e manter tal mentalidade
dominante ao negar o acesso a linguagem matemática. A pesquisa aponta para um caminho que prevê um
ensino/aprendizagem da matemática que se emancipe desse ideal de sociedade, pois assim poderá
contribuir para uma melhor educação aos alunos da EJA e para uma possível transformação social.
Palavras-chave: Variedade Linguística; Preconceito Linguístico; Linguagem Matemática; Classes Sociais;
Exclusão.
102. MIRANDA, Paula Reis de. Uma proposta para o ensino de Matemática para o curso Técnico em Agente
Comunitário de Saúde na Modalidade PROEJA. 2010. 197f. (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências
e Matemática) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Orientadora: Eliane Scheid Gazire.
Banca examinadora: Maria Aparecida da Silva; Dimas Felipe de Miranda. Disponível em:
<http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/EnCiMat_MirandaPR_1.PDF>.
Resumo: Diante da recente inserção da Educação de Jovens e Adultos na rede federal de Educação
Profissional e Tecnológica (EPT), por meio da implantação PROEJA - Programa de Integração à Educação
Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos nos Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia (IF), vimos a necessidade de investigar as possibilidades da construção de um material didático
para ensino de Matemática para um curso de Agente Comunitário de Saúde nesta modalidade. Em um
310
103. MONTEIRO, Eliziê Frans de Castro. Práticas avaliativas em Matemática na Educação de Jovens e
Adultos: estudo de caso de uma escola da rede municipal de Belo Horizonte. 2010. 202f. (Mestrado
Profissional em Educação Matemática: Formação de Professores de Matemática, Cultura e Ensino-
Aprendizagem de Matemática) – Universidade Federal de Ouro Preto. Orientadoras: Celia Maria Fernandes
Nunes; Ana Cristina Ferreira. Banca examinadora: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Roseli de
Alvarenga Corrêa. Disponível em: <http://www.tede.ufop.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=558> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp153624.pdf>.
Resumo: A Educação de Jovens e Adultos no Brasil tem-se desenvolvido bastante nos últimos anos.
Contudo, diversos aspectos do processo ainda merecem atenção. As práticas avaliativas são um exemplo.
Ainda que diversas escolas tenham avançado na proposição de um currículo específico e de uma prática
pedagógica distinta do ensino regular, as práticas avaliativas não avançaram na mesma medida. Nesse
sentido, este estudo se dedicou a investigar práticas avaliativas – e mais especificamente, práticas
avaliativas em Matemática – embasadas nos pressupostos atuais de avaliação para essa modalidade de
ensino. Após identificar uma escola pública em Belo Horizonte, que atendia às condições, e de obter
permissão da direção, professores e alunos, realizamos um trabalho de acompanhamento das práticas
avaliativas da escola – com ênfase nas práticas avaliativas em Matemática – durante cerca de oito meses.
Nesse estudo de caso, de caráter eminentemente qualitativo, utilizaram-se as seguintes técnicas de coleta de
dados: entrevista semiestruturada com alguns professores, observação (diário de campo), questionários
aplicados aos alunos e análise de documento, como cadernos de Matemática, provas de Matemática e ficha
de avaliação de alunos.. As práticas avaliativas, em especial as de Matemática, foram descritas
cuidadosamente. O material coletado foi então analisado de modo a evidenciar os aspectos marcantes do
trabalho realizado na escola. As categorias identificadas permitem afirmar que as práticas avaliativas da
escola possuem alguns valores centrais que se relacionam diretamente ao sucesso da proposta. São eles: a
dialogicidade, a autonomia, a coletividade, a flexibilidade e a inovação. Tais valores contribuem para
consolidação de uma prática avaliativa geral (e em Matemática) na EJA que se aproxima das perspectivas
atuais do campo da Avaliação e das peculiaridades dessa modalidade de ensino. Além de representar
adequadamente a proposta pedagógica da rede de ensino (Escola Plural), as práticas avaliativas se
aproximam das perspectivas atuais defendidas para a avaliação na Educação de Jovens e Adultos. Essa
pesquisa gerou um produto educacional: um caderno de orientações, no qual as práticas avaliativas são
descritas e comentadas, e sugestões de aplicação são oferecidas. Tal produto tem o propósito de disseminar
311
104. NOGUEIRA, Afonso Henrique Souza. O tratamento dado aos conhecimentos prévios dos estudantes da
Educação de Jovens e Adultos na resolução de problemas de Matemática: concepções e práticas dos
professores. 2010. 192f. (Mestrado em Educação: Educação em Ciências e Matemática) – Universidade
Federal de Mato Grosso. Orientadora: Marta Maria Pontin Darsie. Banca examinadora: Nelson Antonio
Pirola; Andréia Dalcin. Disponível em:
<http://www.ie.ufmt.br/ppge/dissertacoes/index.php?op=download&id=286> e
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp135833.pdf>.
Resumo: O presente trabalho trata de uma pesquisa, que tem por objetivo verificar qual é o tratamento dado
pelos professores aos conhecimentos prévios dos estudantes da Educação de Jovens e Adultos no processo
de ensino-aprendizagem da matemática através da resolução de problemas. Para tanto foi estabelecida a
seguinte questão norteadora da coleta de dados, que converge na direção do objetivo proposto: Os
professores consideram e utilizam os conhecimentos prévios dos estudantes da Educação de Jovens e
Adultos no processo de ensino-aprendizagem da matemática através da resolução de problemas? A
investigação foi desenvolvida a partir de uma abordagem qualitativa de caráter interpretativo,
fundamentada em BOGDAN e BIKLEN, (1994), LUDKE e ANDRÉ (1986) e TRIVIÑOS (1987).
Primeiramente, realizou-se um estudo bibliográfico para indicar aspectos teóricos, relacionados à
Resolução de Problemas, ao contexto da Educação de Jovens e Adultos e a Abordagem dos Conhecimentos
Prévios dos estudantes, buscando uma relação de interdependência entre esses três fatores. A base teórica
desse trabalho é constituída por AUSUBEL (1980), CARRAHER (1995), COLL (1990), D’AMBRÓSIO
(2005), DANTE (1994), DARSIE (1993,1998), FREIRE (2005), HOFFMANN (1991), MOREIRA (2002),
PINTO (1987), POLYA (1995) e SANTORUM (2007). Outra parte do estudo constituiu-se em uma
pesquisa empírica, sendo que os dados foram coletados através de questionários, análise de documentos da
escola, observação direta e realização de entrevista semiestruturada. Os sujeitos da investigação são quatro
professores da rede pública de ensino de Várzea Grande – MT, licenciados em matemática, que lecionam
para a primeira fase do segundo segmento da Educação de Jovens e Adultos. No intento de contribuir com
a produção de conhecimento existente, a relevância dessa pesquisa se revela, sobretudo, pela busca de
caminhos que informem de maneira mais esclarecedora como se dá o processo de organização do ensino e
aprendizagem de matemática na Educação de Jovens e Adultos, em especial na possibilidade pedagógica de
aprendizagem significativa, em que conhecimentos prévios dos estudantes são considerados e utilizados na
resolução de problemas de matemática. Em resposta a problemática da presente investigação, concluiu-se
que, os professores consideram e utilizam os conhecimentos prévios formais dos estudantes, mas no diz
respeito aos conhecimentos prévios informais, esses professores, em sua maioria, consideram apenas
parcialmente e não os utilizam em suas práticas de sala de aula.
Palavras-chave: Educação Matemática; Resolução de Problemas Matemáticos; Conhecimentos Prévios dos
Estudantes; EJA.
estes motivos, pretendo com esta pesquisa, encontrar subsídios que possam apontar caminhos para
minimizar esta problemática, incentivando-os ao estudo por meio da pesquisa, da leitura diária, de modo
que, consigam aprender os conteúdos matemáticos com mais vontade e prazer.
Palavras-chave: Leitura; Escrita; Interpretação; Geometria.
106. QUEIROZ, Simone Moura. A aprendizagem de Matemática por alunos adolescentes na modalidade
Educação de Jovens e Adultos: analisando as dificuldades na resolução de problemas de estrutura aditiva.
2010. 164f. (Mestrado em Ensino das Ciências: Processos de Construção de Significados em Ciências e
Matemática) – Universidade Federal Rural de Pernambuco. Orientadora: Mônica Maria Lins Lessa. Banca
examinadora: Rute Elizabete Rosa Borba; Lúcia de Fátima Araújo; Cláudia Roberta de Araújo Gomes.
Resumo: Esta dissertação realiza um estudo com a finalidade de analisar as principais dificuldades
relacionadas à resolução de problemas aritméticos inseridos no campo conceitual das estruturas aditivas,
enfrentadas pelos alunos que compõe a modalidade de ensino “Educação de Jovens e Adultos” (EJA), que
em nosso estudo é composto por adolescentes. A EJA, a princípio, tinha o objetivo principal de alfabetizar
e era composta apenas por adultos ou jovens que nunca foram à escola ou por aqueles que precisaram
abandonar seus estudos devido a diversos fatores. Agora, forma-se por pessoas que, após anos de
afastamento, tendo neste intervalo, conquistado um espaço na sociedade com seu trabalho. Nestes últimos
anos, ocorreu o acréscimo de estudantes cada vez mais jovens a estes programas. Ou, segundo os sujeitos
de nossa pesquisa, adolescentes inseridos nesta modalidade por estarem fora de faixa etária. Para
investigarmos o conhecimento, aplicamos duas fichas coletivas em uma turma de EJA do turno diurno
formada por alunos adolescentes, de uma Escola pública Estadual. A primeira ficha é composta por dez
problemas aritméticos de estrutura aditiva, seguindo a classificação de Carpenter e Moser (1982), que o
fizeram de acordo com suas características, considerando os conhecimentos conceituais relativos aos
acréscimos e decréscimos, combinações e comparações propostas nos enunciados. A segunda ficha contém
dez algoritmos de estrutura aditiva prontas para eles resolverem, sendo estes algoritmos os mesmos da ficha
um. Este tipo de fichas nos permitiu analisar, segundo Vergnaud (1982), o cálculo relacional (a escolha da
operação) e o cálculo numérico (realização da operação). O total de alunos que participaram das duas
etapas foram nove e com esta pesquisa pudemos observar, o quanto estes alunos, que estão finalizando o
Ensino Fundamental, mesmo conseguindo compreender os problemas (cálculo relacional), não conseguem
algumas vezes executar o cálculo numérico. Constatamos que eles apresentaram dificuldades básicas,
relacionadas às operações de subtração, apresentando os seguintes erros: erro de inversão, supremacia do
zero, decomposição e composição e zero neutro. Estes erros, ignorados ou não por seus professores, podem
dificultar a aprendizagem nos anos vindouros.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Campos Conceituais das Estruturas Aditivas; Problemas
Aritméticos.
107. RIBACIONKA, Márcia Cristina dos Santos. Uma proposta de webquest para a introdução ao letramento
estatístico dos alunos da EJA. 2010. 218f. (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: Tecnologias
da Informação e Educação Matemática) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora:
Celina Aparecida Almeida Pereira Abar. Banca examinadora: Ubirajara Carnevale de Moraes; Cileda de
Queiroz e Silva Coutinho. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=11883>.
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo verificar se a utilização da metodologia de ensino WebQuest,
permite a introdução ao letramento estatístico dos alunos da Educação de Jovens e Adultos da Terceira
série do Ensino Médio, numa escola pública da rede estadual paulista. A metodologia de pesquisa adotada
foi o Design experiments, pois permite ao professor atuar como professor e pesquisador e, ainda, ao realizar
um experimento, refletir sobre o ensinar e o aprender propondo seu aprimoramento. Para isso, foi elaborada
uma sequência de atividades, propostas pelo ENCCEJA, para abordagem de conteúdos estatísticos. Na
verificação do aprendizado, os alunos, por meio da WebQuest "Conhecendo a Região Onde Você Vive",
utilizaram uma planilha eletrônica para a construção das representações gráficas; no estudo dos problemas
encontrados na região, um editor de texto para a produção de um documento com as soluções propostas. Na
socialização do conhecimento realizaram um seminário utilizando um editor de apresentações. Este estudo
aponta que é possível utilizar uma WebQuest na introdução ao letramento estatístico com os alunos da EJA.
Palavras-chave: WebQuest; Educação de Jovens e Adultos; Letramento Estatístico.
108. ROSA, Roseli Scuinsani da. Matemática, evasão escolar e Educação de Jovens e Adultos: que relação é
essa? 2010. 121f. (Mestrado em Educação: Processos Educativos e Linguagem) – Universidade de Passo
Fundo. Orientadora: Neiva Ignês Grando. Banca examinadora: Nilce Fátima Scheffer; Adriano Canabarro
313
110. SANTOS, Cristiano Silva dos. Jogos de linguagem no estudo do tratamento da informação em uma classe
de EJA. 2010. 107f. (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática: Formação de Professores de
Matemática e Novas Tendências) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientador: Samuel
Edmundo Lopez Bello. Banca examinadora: Alexandrina Monteiro; Elisabete Zardo Búrigo; Vilmar
Trevisan. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/32469/000787324.pdf?sequence=1>.
Resumo: Esta dissertação de mestrado parte das inquietações, dúvidas, certezas e questionamentos de um
314
professor de matemática que admite a reflexão sobre a prática de ensinar matemática, como o ponto de
partida para ação do professor. Percorrendo diferentes caminhos até chegar à Educação Matemática de
Jovens e Adultos, esta dissertação tem por objetivo: apontar especificidades desta modalidade de educação;
qualificar minha formação profissional; e apresentar uma proposta de trabalho para o estudo do tratamento
da informação em uma classe de jovens e adultos. Através do desenvolvimento de uma proposta didática,
em uma turma de anos finais do ensino fundamental de EJA, e fundamentando-se nos jogos de linguagem,
nas semelhanças de família e na matemática normativa do II Wittgenstein, aponto para a existência de
diferentes práticas sociais de mobilização de cultura matemática que, por se tratarem de práticas distintas,
com jogos de linguagem e regras de significação próprias, só podem ser significadas em seu contexto de
origem.
Palavras-chave: Matemática; Educação Matemática; Educação de Jovens e Adultos; Prática Social; Jogos
de Linguagem; Tratamento da Informação.
111. SIMÕES, Fernanda Maurício. Apropriação de práticas de letramento (e de numeramento) escolares por
estudantes da EJA. 2010. 190f. (Mestrado em Educação: Educação Matemática) – Universidade Federal de
Minas Gerais. Orientadoras: Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca; Vera Maria Masagão Ribeiro.
Banca examinadora: Maria Zélia Versiani Machado; Míria Gomes de Oliveira. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/BUOS-8CKN3Q>.
Resumo: Neste trabalho, analisamos os modos como pessoas jovens e adultas, estudantes da Educação
Básica, apropriam-se das práticas de letramento (e de numeramento) escolares. Tais práticas foram
flagradas nas interlocuções entre alunos, alunas e professora de uma turma correspondente a uma etapa
intermediária do Ensino Fundamental, em uma escola pública municipal de Belo Horizonte que oferece a
modalidade EJA em seu período noturno. A análise foi operacionalizada tomando como referência os
conceitos de letramento, de numeramento, de alfabetismo e de apropriação. A reflexão sobre as posições
assumidas pelos estudantes em relação às práticas de leitura e de escrita, bem como em relação às práticas
matemáticas forjadas no contexto escolar, considerou a dimensão sociocultural de tais práticas. Buscamos
identificar, particularmente, os valores, as estratégias e os conhecimentos mobilizados pelos estudantes a
fim de se apropriarem dessas práticas e se incluírem como sujeitos de conhecimento e de cultura nesse
espaço de comunicação humana. A análise realizada indica que os alunos e as alunas se alternam na
mobilização de argumentos que ora se solidarizam com o modo de conhecer proposto pela escola,
colocando-se como sujeitos que desejam dominar esse modo de usar a língua e os valores a ele associados,
ora questionam a abordagem escolar colocando-se como sujeitos que construíram outro modo de usar a
língua, constituído por outros valores, outras concepções e outra relação com o mundo.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Letramento; Numeramento.
ANEXO II - RELAÇÃO DE TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE ESTADO DA ARTE
RELATIVAS ÀS ÁREAS DE EDUCAÇÃO E ENSINO DEFENDIDAS NO BRASIL
NO PERÍODO DE 2000 A 201046
46
A tese e as dissertações de estado da arte relativas à área de Educação Matemática estão em destaque com os
nomes de seus autores sublinhados e em negrito. Um quadro síntese dessas pesquisas encontra-se no Anexo III.
316
Ano de 2000
Não se encontrou teses sobre estado da arte relativas ao ensino/educação nesse ano.
Ano de 2001
1. ANDRADE, Maria da Conceição Lima de. Saber educacional: um mapa da produção acadêmica discente
(PUC/SP – USP: 1990-1997). 2001. 244f. (Doutorado em Ciências Sociais: Produção Simbólica e
Reprodução Cultural). Orientadora: Lúcia Helena Vitalli Rangel. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200138633005010006P0>.
2. GARCIA, Tânia Maria Figueiredo Braga. Origens e questões da etnografia educacional no Brasil: um
balanço de teses e dissertações (1981-1998). 2001. 308f. (Doutorado em Educação: Didática, Teorias de
Ensino e Práticas Escolares) – Universidade de São Paulo. Orientadora: Belmira Amélia de Barros Oliveira
Bueno. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200168933002010001P6>.
Ano de 2002
3. CARELLI, Ana Esmeralda. Produção científica em leitura: dissertações e teses (1990 a 1999). 2002. 186f.
(Doutorado em Psicologia: Formação, Ensino e Pesquisa) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Orientadora: Geraldina Porto Witter. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200265433006016002P8>.
4. ROMANOWSKI, Joana Paulin. As licenciaturas no Brasil: um balanço das teses e dissertações dos anos
90. 2002. 132f. (Doutorado em Educação: Didática, Teorias de Ensino e Práticas Escolares) – Universidade
de São Paulo. Orientadora: Marli Eliza Dalmazo Afonso de André. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200276433002010001P6>.
5. TÁVORA, Maria Josefa de Souza. Projeto político-pedagógico no Brasil: o estado da arte. 2002. 183f.
(Doutorado em Educação: Política Educacional, Administração de Sistemas Educativos e Unidades
Escolares) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Marília. Orientador: Celestino Alves
da Silva Junior. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200237933004110040P5>.
Ano de 2003
6. GONÇALVES, Nadia Gaiofatto. A relação estado e educação na produção acadêmica brasileira. 2003.
(Doutorado em Educação: Estado, Sociedade e Educação) - Universidade de São Paulo. Orientadora:
Sandra Maria Zakia Lian Sousa. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200381133002010001P6>.
7. PINHEIRO, Antônio Carlos. Trajetória da pesquisa acadêmica sobre o ensino de geografia no Brasil –
1972–2000. 2003. 370f. (Doutorado em Geociências: Metodologia do Ensino em Geociências) –
Universidade Estadual de Campinas. Orientador: Archimedes Perez Filho. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20032141333003017038P3>.
Ano de 2004
8. HASSE, Simone Hedwing. Formação docente e educação da criança de zero a seis anos: análise dos
trabalhos apresentados na ANPEd (1996 a 2001). 2004. 234f. (Doutorado em Educação: Filosofia) –
Universidade Metodista de Piracicaba. Orientador: Bruno Pucci. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200443733007012001P8>.
317
10. SLONGO, Ione Inês Pinsson. A produção acadêmica em ensino de biologia: um estudo a partir de teses e
dissertações. 2004. 397f. (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador:
Demétrio Delizoicov. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200475841001010015P7>.
Ano de 2005
11. RIBEIRO, Cristiane Maria. Pesquisas sobre o negro e a educação no Brasil: uma análise de suas
concepções e propostas. 2005. 247f. (Doutorado em Educação: Educação Brasileira) – Universidade
Federal de São Carlos. Orientador: Joaquim Gonçalves Barbosa. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200562433001014001P0>.
12. VENTORIM, Silvana. A formação do professor pesquisador na produção científica dos Encontros
Nacionais de Didática e Prática de Ensino: (1994-2000). 2005. 270f. (Doutorado em Educação: Políticas
Públicas e Educação: Formulação, Implementação e Avaliação) – Universidade Federal de Minas Gerais.
Orientadora: Maria de Lourdes Rocha de Lima. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=200543632001010001P7>.
Ano de 2006
13. MINDAL, Clara Brener. A graduação nos trabalhos da ANPEd (1996-2003). 2006. 115f. (Doutorado em
Educação: Psicologia da Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora: Marli
Eliza Dalmazo Afonso de André. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20061133005010002P5>.
14. SARMENTO, Dirléia Fanfa. A teoria histórico-cultural de L. S. Vygotsky: uma análise da produção
acadêmica e científica no período de 1986 a 2001. 2006. 211f. (Doutorado em Educação: Políticas de
Formação, Políticas e Gestão da Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientadores:
Beatriz Vargas Dorneles e Hugo Otto Beyer. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20069242001013001P5>.
15. TEIXEIRA, Célia Regina. A concepção de avaliação educacional veiculada na produção acadêmica do
programa de pós-graduação em educação: currículo (1975-2000). 2006. 227f. (Doutorado em Educação:
Currículo e Avaliação Educacional) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora: Mere
Abramowicz. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20063733005010003P1>.
Ano de 2007
16. MAUÁ JÚNIOR, Reynaldo. Planejamento escolar: um estudo a partir de produções acadêmicas (1961–
2005). 2007. 159f. (Doutorado em Educação: Política Educacional, Administração de Sistemas Educativos
e Unidades Escolares) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Marília. Orientadora:
Hélia Sonia Raphael. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20073433004110040P5>.
17. MEDEIROS, Cristina Carta Cardoso de. A teoria sociológica de Pierre Bourdieu na produção discente dos
programas de pós-graduação em educação no Brasil (1965-2004). 2007. 378f. (Doutorado em Educação:
Cultura, Escola e Ensino) – Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Tânia Maria Figueiredo Braga
Garcia. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20078540001016001P0>.
18. VIEIRA, Almir Martins. Cultura organizacional em instituições de ensino: mapeamento e análise
318
Ano de 2008
19. LORENZETTI, Leonir. Estilos de pensamento em educação ambiental: uma análise a partir das
dissertações e teses. 2008. 406f. (Doutorado em Educação Cientifica e Tecnológica: Epistemologia e
História da Ciência e Matemática) – Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Demetrio
Delizoicov Neto. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=2008541001010050P7>.
20. RAUPP, Marilene Dandolini. Concepções de formação das educadoras de infância em Portugal e das
professoras de educação infantil no Brasil: o discurso dos intelectuais (1995-2006). 2008. 231f.
(Doutorado em Educação: Educação, História e Política) – Universidade Federal de Santa Catarina.
Orientadora: Alessandra Arce. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=2008441001010015P7>.
21. SILVA, Márcia Regina da. Configuração do campo da educação no Brasil: estudo bibliométrico da
Revista Brasileira de Educação e da Revista Brasileira de História da Educação. 2008. 204f. (Doutorado em
Educação: História, Filosofia e Sociologia da Educação) – Universidade Federal de São Carlos.
Orientadora: Marisa Bittar. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20083033001014001P0>.
22. TEIXEIRA, Paulo Marcelo Marini. Pesquisa em ensino de biologia no Brasil (1972-2004): um estudo
baseado em dissertações e teses. 2008. 400f. (Doutorado em Educação: Formação do Professor, Currículo e
Ensino Superior) – Universidade Estadual de Campinas. Orientador: Jorge Megid Neto. Resumo disponível
em: <http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20083241933003017001P2>.
Ano de 2009
23. DIAS, Andréa Theodoro Toci. Pesquisando a relação família-escola: o que revelam as teses e dissertações
dos programas de pós-graduação brasileiros. 2009. 213f. (Doutorado em Educação Escolar: Trabalho
Educativo – Fundamentos Psicológicos e Educação Especial) – Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho/Araraquara. Orientadora: Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20094533004030079P2>.
24. PASSOS, Marinez Meneghello. O professor de matemática e sua formação: análise de três décadas da
produção bibliográfica em periódicos na área de educação matemática no Brasil. 2009. 328f. (Doutorado
em Educação para a Ciência: Fundamentos e Modelos Psicopedagógicos no Ensino de Ciências e
Matemática) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Bauru. Orientador: Roberto Nardi.
Resumo disponível em: <http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=2009433004056079P0 >.
25. RÉGIS, Kátia Evangelista. Relações etnicorraciais e currículos escolares em teses e dissertações
produzidas nos programas de pós-graduação stricto sensu em educação – Brasil (1987-2006). 2009. 253f.
(Doutorado em Educação: Currículo) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora: Branca
Jurema Ponce. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20091533005010003P1>.
Ano de 2010
26. ALMEIDA, Mariangela Lima de. Uma análise da produção acadêmica sobre os usos da pesquisa-ação em
processos de inclusão escolar: entre o agir comunicativo e o agir estratégico. 2010. 233f. Tese (Doutorado
em Educação: Diversidade e Práticas Educacionais Inclusivas). Universidade Federal do Espírito Santo.
Orientadora: Denise Meyrelles de Jesus. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20103130001013001P1>.
319
27. REIS, Susana Cristina dos. Do discurso à prática: textualização de pesquisas sobre o ensino de inglês
mediado por computador. 2010. 227f. Tese (Doutorado em Letras: Linguagem no Contexto Social) –
Universidade Federal de Santa Maria. Orientadora: Désirée Motta Roth. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20102642002010014P0>.
28. ULER, Arnilde Marta. Avaliação da aprendizagem: um estudo sobre a produção acadêmica dos programas
de pós-graduação em educação (PUCSP, USP, UNICAMP) (2000–2007). 2010. 210f. Tese (Doutorado em
Educação: Currículo e Avaliação Educacional) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Orientadora: Isabel Franchi Cappelletti. Resumo disponível em:
<http://capesdw.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=2010533005010003P1>.
320
Ano de 2000
2. PINTO, Marco Antonio Di. Ensino e aprendizagem da geometria analítica: as pesquisas brasileiras na
década de 90. 2000. 81f. (Mestrado em Educação Matemática: A Matemática na Estrutura Curricular e
Formação de Professores) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientadora: Silvia Dias
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327
71. VIOL, Juliana França. Movimento das pesquisas que relacionam as tecnologias de informação e de
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223f. (Mestrado em Educação Matemática: Formação Pré-Serviço e Continuada do Professor de
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ANEXO III - QUADRO SÍNTESE DE TESE E DISSERTAÇÕES DE ESTADO DA
ARTE RELATIVAS À ÁREA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DEFENDIDAS NO
BRASIL NO PERÍODO DE 2000 A 2010
329
47
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp046248.pdf> e
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Link de acesso para o Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/8469435827236724>.