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1

UNIVERSIDADE LICUNGO

EXTENSÃO DA BEIRA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE BIOLOGIA

MARTINHO VICENTE CAITO

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA CONSUMIDA DOS RIOS


CHITUNGA E NHANDIMA NA ZONA DE NHANDOA, DISTRITO DE
GORONGOSA

Dondo

2023
2

MARTINHO VICENTE CAITO

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA CONSUMIDA DOS RIOS


CHITUNGA E NHANDIMA NA ZONA DE NHANDOA, DISTRITO DE
GORONGOSA

Monografia a ser apresentado na


Repartição de Biologia, Faculdade de
Educação, Extensão Da Beira, para
obtenção do grau académico de Licenciatura
em Ensino de Biologia com Habilitações em
Química.

Supervisora: --------------------------------------

Profa.Dra: Albertina Nhavoto

Dondo
2023
III

Declaração

Declaro por minha honra que esta Monografia é resultado da minha investigação
pessoal e das orientações da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro também que o mesmo trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra
instituição para a obtenção de qualquer grau académico.

Dondo, ____ de _____ de 2023

O Candidato

__________________________________

(Martinho Vicente Caito)


IV

Declaração de honra

Eu ___________________________________________________, supervisora da
presente Monografia, declaro que acompanhei o estudante em todas as fases da realização
deste trabalho que me identifico com o conteúdo e os resultados alcançados e concordo que
seja defendido pelo candidato_______________________________________________, na
Faculdade de Educação, curso de Biologia da Universidade Licungo - Extensão da Beira.

Dondo, ____ de _________ de 2023

A supervisora
_________________________________________________
(Albertina A. A. Nhavoto)
V

Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar a Deus todo-poderoso por me ter concedido a vida e a


força e coragem de seguir a carreira estudantil, também pelo empenho durante os quatro (4)
anos de formação, amor e dedicação, por me ter mostrado as suas maravilhosas forças de
poder e grande amor.
Agradeço ao meu pai Vicente Caito Caetano e minha mãe Natália Alberto Luís, que
sempre deram coragem para a concretização deste trabalho por acreditar no meu potencial,
pelo carinho, paciência e o amor incondicional sempre disponibilizado, pelo encorajamento
em proceder com os estudos, mesmo no tempo de dificuldades. Obrigado por serem esses
seres de luz tão especial para mim.
Aos meus irmãos Caito Manuel Caito, Manuel Vicente Caito, Lúcia vicente Caito,
Alberto vicente Caito, Maria Luísa Vicente Caito, Caetano Vicente Caito e a Casula Inês
Vicente Caito, pelo companheirismo, cumplicidade e por suportar a minha ausência nesta
jornada da vida.
Agradeço em especial, a minha querida supervisora, Profa. Dra. Albertina Amélia
Alberto Nhavoto, pela Orientação, colaboração, confiança, paciência, e compreensão.
Agradeço também por dedicar o seu tempo a me orientar, e que mesmo com tantos afazeres
sempre esteve disposta a me ajudar na realização deste trabalho, e a todos docentes do Curso
de Licenciatura em ensino de Biologia e de Química pelo pleno acompanhamento no processo
de formação académica.
Aos irmãos que nunca tive, Esaú Raimundo, Hélder Conde Samuel Machisso, José
Manuel José, Robson Benjamim, sem querer esquecer da Tai Obede, pelo companheirismo,
confiança e amizade que construímos partilhando todas as alegrias, tristezas e dificuldades
que, encontramos ao longo desta trajectória. Esta caminhada não seria a mesma sem vocês.
Agradeço aos colegas do curso de Biologia pela companhia em todos âmbitos.
VI

Lista de tabelas

Tabela 1: Tabela de parâmetros de água .................................................................................. 22


Tabela 2: Resultados microbiológicos da 1ª campanha da época seca (setembro de 2022). ... 29
Tabela 3: Resultados microbiológicos da 2ª campanha da época seca (Outubro de 2022). ..... 30
Tabela 4: Resultados microbiológicos da 3ª campanha da época Chuvosa (Fevereiro de 2023).
.................................................................................................................................................. 32

Lista de Figuras

Figura 1: Ilustração das fontes de recolha: A- Rio Chitunga e B- Rio Nhandima. .................. 15
Figura 2: Exemplos da disposição dos pontos de amostragem ................................................ 28
VII

Listas de Abreviaturas e Siglas

E. coli Escherchia coli


FE Faculdade de Educação
MISAU Ministério da Saúde
NMP Número Mais Provável
RQACH Regulamento da qualidade da Água Consumida pelos Humanos
LHAA Laboratório de Higiene, Águas e Alimentos
SNE Sistema Nacional de Educação
OMS Organização Mundial da Saúde
BVB Caldo Verde Brilhante
VIII

Resumo

Caito, Martinho Vicente. (2023). Análise Microbiológica da água consumida dos rios
Chitunga e Nhandima na zona de Nhandoa, Distrito de Gorongosa. Universidade Licungo,
Faculdade de Educação-FE, Dondo, Moçambique.
O objectivo desta pesquisa foi de avaliar a qualidade microbiológica da água dos rios
Chitunga e Nhandima consumida pela população residente na zona de Nhandoa, Distrito de
Gorongosa. Para materialização da pesquisa foi utilizada os seguintes procedimentos
metodológicos: método bibliográfico e método experimental (Laboratorial). Para este fim,
realizou-se a colecta de 18 amostras de águas nos rios referidos em dois períodos (seco e
chuvoso). As análises microbiológicas realizadas foram coliformes totais, coliformes fecais e
E.coli. Os resultados das amostras das águas dos rios Chitunga e Nhandima da zona de
Nhandoa, mostraram total ausência da E. coli, mas as águas apresentaram-se contaminadas
pelas bactérias do grupo coliformes. Face aos resultados chegamos a conclusão que as águas
dos rios referidos não são aceitáveis para o consumo Humano, com destaque na época
chuvosa, devido a várias inconformidades encontradas nas análises laboratoriais isto quando
confrontados com o Regulamento sobre a Qualidade de Água para o Consumo Humano e as
condições sanitárias não adequadas das zonas de amostragens e as actividades praticadas
naquela zona são os factores que contribuem para a contaminação daquelas águas. Sendo
assim recomenda-se a implementação de sistemas de tratamento (uso de cloro, hipoclorito ou
mesmo a fervura da água).

Palavras-chave: Rios. Potabilidade da água. Parâmetros


IX

Abstract
Caito, Martinho Vicente. (2023). "Microbiological Analysis of the water consumed
from the Chitunga and Nhandima rivers in the Nhandoa zone, Gorongosa District. Licungo
University, Faculty of Education-FE, Dondo, Mozambique.
The objective of this research was to evaluate the microbiological quality of the water
from the Chitunga and Nhandima rivers consumed by the population residing in the Nhandoa
zone, Gorongosa District. The following methodological procedures were used to materialize
the research: bibliographic mehod and experimental method (Laboratory). For this purpose,
18 water samples were collected from the two rivers mentioned in two periods (dry and
rainy). The microbiological analyzes carried out were total coliforms, fecal coliforms and
E.coli. The results of the water samples from the Chitunga and Nhandima rivers in the
Nhandoa zone showed a total absence of E. coli, but the waters were contaminated by
coliform bacteria. In view of the results, it was concluded that the waters of the two rivers
mentioned are not acceptable for human consumption, especially during rainy season due to
several non-conformities found in laboratory analyzes when compared with the Regulation on
Water Quality for Human Consumption and inadequate sanitary conditions of sampling areas
and activities practiced in that area are factors that contribute to contamination of those
waters. Therefore, it is recommended to implement treatment systems (use of chlorine,
hypochlorite or even boiling water).

Keywords:Rivers.Potability.Parameters
10

SUMARIO

CAPITULO I: INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12

1.1.Introdução........................................................................................................................... 12

1.2. Justificativa.................................................................................................................... 12

1.3. Problematização ............................................................................................................ 13

1.4. Hipóteses ....................................................................................................................... 13

1.5. Objectivos...................................................................................................................... 14

1.5.1. Objectivo Geral ..................................................................................................... 14

1.5.2. Objectivos Específicos .......................................................................................... 14

1.6. Delimitação do tema.................................................................................................. 14

1.7. Enquadramento do tema ............................................................................................ 14

1.8. Metodologias ................................................................................................................. 15

1.9. Tipos de pesquisa ...................................................................................................... 15

1.10. Amostragem .............................................................................................................. 15

1.11. Plano experimental .................................................................................................... 16

1.11.1. Procedimentos de colecta das amostras .................................................................... 16

1.11.2. Procedimentos laboratoriais ..................................................................................... 17

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 20

2.1. Definição de conceitos .................................................................................................. 20

2.1.1.Água ........................................................................................................................ 20

2.1.2. Água Potável .......................................................................................................... 20

2.1.3. Águas superficiais .................................................................................................. 21

2.1.4. Qualidade da água para consumo Humano ............................................................ 21

2.1.5.Contaminação das águas.......................................................................................... 22

2.1.5.2. Poluição agrícola ..................................................................................................... 23

2.1.6. Microrganismos indicadores da qualidade da água ................................................ 24


11

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS


RESULTADOS. .................................................................................................................................... 28

3. 1. Caracterização das zonas de amostragem..................................................................... 28

3.2. Resultados microbiológicos da 1ª campanha da época seca (Setembro de 2022). ........ 29

3.3. Resultados microbiológicos da 2ª campanha da época seca (Outubro de 2022). .......... 30

3.4. Resultados microbiológicos da 3ª campanha da época Chuvosa (Fevereiro de 2023). . 32

CAPITULO IV: CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ............................ 35

4.1. Conclusões..................................................................................................................... 35

4.2. Sugestões ....................................................................................................................... 35

4.2.1. A população............................................................................................................ 35

4.2.2. Ao governo ............................................................................................................. 35

4.3. Recomendações ............................................................................................................. 35

4.4.Limitações ...................................................................................................................... 36

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 37


12

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1.Introdução

Água é o bem mais precioso que temos no nosso planeta terra, especialmente no que
se refere ao consumo, pois os seres vivos necessitam de sua ingestão diária, o que a torna
condição para a continuidade da vida. Ninguém consegue sobreviver por muito tempo sem
água, pois ela além de alimentar, também é responsável pela hidratação do corpo e isso a
torna indispensável. É um recurso indispensável para a vida, a dependência por este recurso é
cada vez maior em praticamente todas as actividades, (Amaral, 2003).
A água constitui um elemento essencial à vida, através disso torna-se o item de maior
consumo humano, quando comparada aos alimentos. Mas, também pode trazer riscos à saúde,
se for de má qualidade, servindo de veículo para vários agentes patógenos, (Nobrega, 2014).
As águas superficiais podem se tornar um dos importantes veículos geradores de
enfermidades infecciosas em pessoas que vivem aos seus arredores ou que as consomem, o
que torna essencial à avaliação de sua qualidade microbiológica. (Mormul et al 2006).
A qualidade da água é um conjunto de características físicas, químicas e biológicas
que ela apresenta, de acordo com a sua utilização. E para a qualificação de uma água são
levados em consideração as características acima citadas. Estes parâmetros são os indicadores
da qualidade da água, na qual eles são os mesmos para as águas subterrâneas ou do poço e
superficiais.
O trabalho está organizado em 4 capítulos, sendo o primeiro capítulo compõem os
seguintes itens: nota introdutória, justificativa, problematização, hipóteses, objectivos,
enquadramento do tema, delimitação do tema, metodologia, tipo de pesquisa, amostragens,
método bibliográfico, método experimental, observação directa, procedimentos de colectas e
procedimentos de análises. Segundo capitulo, o segundo capítulo compõem a a
fundamentação teórica, o terceiro capítulo compõem: apresentação de resultados e discursão,
e o último capítulo compõem a conclusão, sugestões, recomendações e limitações.

1.2.Justificativa

A escolha do tema foi motivada por uma visita feita pelo autor a machamba da sua
mãe durante um período de férias, visto que, a zona não é abastecida pelos sistemas de águas
canalizada nem subterrâneas, na busca do precioso liquido não restam outras opções aos
populares senão consumir as águas superficiais que se encontram nos rios Chitunga e
13

Nhandima. E devido a sua estadia naquela zona o autor consequentemente teve problemas
gastro intestinais, que provavelmente tenha sido causado pelo consumo daquela água. Sendo
assim, foi desta forma que partiu o interesse pelo tema de modo a avaliar a qualidade
microbiológica da água naquela zona.

1.3. Problematização

A problemática da pesquisa foca-se no facto da zona de Nhandoa não ser abastecida


pelos sistemas de águas canalizadas nem subterrâneas. Assim sendo, a população apenas
busca a água para o seu consumo nos rios, desta feita, a mesma não se sabe a sua qualidade
microbiológica, e para além disso o autor desta pesquisa e alguns familiares sofreram com
doenças gastro intestinais e este facto provavelmente pode ter ocorrido pela ingestão daquela
água a quando da sua visita na referida zona.
Segundo a OMS, cerca de 80% das doenças que ocorrem em países em
desenvolvimento são veiculadas pelas águas contaminadas por microrganismos patogénicos,
Barros, (1995).
O tratamento de água hoje para o consumo humano é indispensável, pelo facto de a
água ter um alto poder de propagação de doenças, veiculando grandes quantidades de
microrganismos patogénicos, Nobrega, (2014).
Na zona de Nhandoa regista-se uma situação em que a mesma não tem sistemas de
água canalizada, e muito menos subterrâneas ou poços, sendo assim, isso coloca os utentes a
usarem as águas superficiais, e sabe-se que muitos microrganismos patogénicos encontram-se
presentes nas fezes ou na urina de pessoas, quando descartados em leitos de águas
superficiais, podem se tornar um perigo para a comunidade local, pós na zona em estudo há
indícios de fecalismo ao céu aberto e isso por sua vez, é arrastado pelas ocorrências das aguas
superficiais ate aos rios.
Mediante a problemática acima descrita levanta-se a seguinte questão de pesquisa:
 Será que as águas dos rios Chitunga e Nhandima na zona de Nhandoa, Distrito de
Gorongosa apresentam qualidades microbiológicas aceitáveis para o consumo humano?

1.4. Hipóteses

 É provável que, as águas dos rios Chitunga e Nhandima apresentem qualidades


microbiológicas aceitáveis para o consumo humano.
14

 É provável que, as águas dos rios Chitunga e Nhandima não apresentem qualidades
microbiológicas aceitáveis para o consumo humano.

1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo Geral

 Avaliar a qualidade microbiológica da água dos rios Chitunga e Nhandima consumida


pela população residente na zona de Nhandoa, Distrito de Gorongosa.

1.5.2. Objectivos Específicos

 Analisar a qualidade microbiológica da água dos rios Chitunga e Nhandima consumida


pela população residente nesta zona.
 Caracterizar as condições sanitárias dos pontos de recolha das amostras.
 Propor soluções para melhorar a qualidade da água antes do seu consumo pela população.

1.6. Delimitação do tema


A pesquisa tem como tema análise microbiológica da água consumida dos rios
Chitunga e Nhandima na zona de Nhandoa, distrito de Gorongosa que teve a duração de (1)
ano compreendido entre o mês de Maio de 2022 a Maio 2023.

1.6.1.Localização geográfica da área em estudo

Gorongosa é um distrito da província de Sofala, em Mocambique, com sede na vila de


Gorongosa. Tem limite, a norte e a oeste com o distrito de Macossa, a sudoeste com o distrito
de Gondola (distrito da província de Manica), a sul com o distrito de Nhamatanda, a leste com
o distrito de Muanza e Cheringoma e a nordeste com o distrito de Maringue.
1.7. Enquadramento do tema

O tema em destaque se enquadra na Universidade Licungo no curso de Licenciatura


em Ensino de Biologia, nas cadeiras de Saúde Pública e microbiologia. Enquadra-se ainda no
Sistema Nacional de Educação (SNE) no ensino primário ou básico, na 3ª classe Ciências
Naturais, na VI unidade: água. Na 5ª classe, ciências naturais III unidade: A água e a natureza,
7ª classe ciências naturais II unidade: Água e o desenvolvimento e no ensino secundário
concretamente na 10ª classe IV unidade ecologia.
15

1.8. Metodologias
1.9.Tipos de pesquisa

A pesquisa quanto a abordagem é quantitativa. Tendo em conta a essência do trabalho


fez-se análise da água, onde fez-se avaliação da qualidade da água consumida pela população,
assim como verificação da quantidade ou seja, a quantificação dos microrganismos.

1.10. Amostragem

Para esta pesquisa a amostra do estudo são (18) garrafas de águas colectadas nos rios
(Chitunga e Nhandima), onde foi usada amostragem não probabilística por conveniência, que
consistiu em selecionar (6) pontos de colecta nos rios acima referido mais acessíveis ou seja
selecionou-se os pontos de maior fluxo em termos de acesso ao precioso liquido pelos
populares, que foram distribuídos em (3) pontos para cada rio, desta feita, das (18) amostras
colectadas, correspondera a (3) campanhas, sendo duas no período seco (Setembro e Outubro
de 2022) e uma no período chuvoso (Fevereiro de 2023), onde por cada campanha foram
coletadas (6) amostras.

A B

Figura 1: Ilustração das fontes de recolha: A- Rio Chitunga e B- Rio Nhandima.

 Método Bibliográfico

A quando a sua elaboração, a partir de material já publicado constituído


principalmente de livros, revistas, publicações, artigos científicos, jornais, boletins,
monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objectivo de colocar o
pesquisador em contacto directo com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa.
(Gil, 2008).
16

 Método Experimental

O método experimental consistiu, especialmente em submeter os objectivos de estudo


ou seja colocar as amostras do estudo sob a influência de certas variáveis, em condições
controladas e conhecidas pelo investigador, para observar os resultados que a variável poderá
produzir no objecto, e com isto testou-se as hipóteses de modo a apurar dados que possam dar
soluções da problemática.
Este método consistiu em colectar amostras que foram adquiridas nos rios Chitunga e
Nhandima, na zona de Nhandoa, no distrito de Gorongosa e posteriormente enviadas para o
Laboratório de Higiene, Águas e Alimentos (LHAA) da Beira, em que foram efectuadas as
análises para a determinação de parâmetros microbiológicos como coliformes totais, fecais e
E. Coli das águas sem tratamento. Para tal usou-se o método de tubos múltiplos com a técnica
de números mais prováveis (NMP).

 Observação Directa

Esta técnica de recolha de dados consistiu em observar as condições hidro-sanitárias


dos pontos de recolhas das amostras. A partir desta técnica, obrigou o investigador a ter um
contacto mais directo com a realidade a estudar e facilitou o pesquisador a observar os
aspectos situacionais hidro-sanitárias do local e relaciona-los com os resultados laboratoriais
com a finalidade de apurar uma possível interferência das condições hidro-sanitárias do local
com a qualidade das águas dos rios em causa.

1.11. Plano Experimental

Foram colectadas (18) amostras em dois rios, correspondente a (3) campanhas de


amostragem, (6) amostras por cada campanha. As amostras foram colectadas em garrafas
(PET) com capacidade de 1,5L.
Das (18) amostras, sendo (3) das águas do rio Chitunga e as outras (3) das águas do rio
Nhandima previamente identificadas, que corresponde a (6) amostras para cada campanha,
onde duas no período o seco (Setembro e Outubro) e uma no período chuvoso (Fevereiro),
fazendo assim três campanhas.

1.11.1. Procedimentos de Colecta das Amostras

As amostras foram colectadas directamente dos rios Chitunga e Nhandima na zona de


Nhandoa-distrito de Gorongosa, em primeiro, observou-se os pontos de colecta, que não
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estivera próximo das margens, de seguida fez-se a colecta seguindo os seguintes


procedimentos:
1. Lavou-se o recipiente com a água a recolher, este procedimento foi repetido em todas as
amostras e pontos de recolha;
2. Removeu-se a tampa do frasco, com todos os cuidados de assepsia (e foi possível remover
a tampa quando o frasco ficou submerso);
3. Com uma das mãos segurou-se o frasco pela base, mergulhando-o rapidamente com a
boca para baixo, a cerca de 15 a 30 cm abaixo da superfície da água;
4. Direcionou-se o frasco de modo que a boca ficou em sentido contrário a corrente;
5. Levantou-se o frasco lentamente para cima para permitir a saída do ar e consequente
enchimento do mesmo;
6. Colectou-se as amostras em garrafas PET de 1.5L, deixando um espaço dentro do frasco
suficiente para sua homogeneização e fechou-se o frasco de imediato;
7. Rotulou-se as amostras e preencheu-se as fichas de colecta;
8. Após a colecta acomodou-se as amostras no colman com ajuda de cubos de gelo, foram
conservadas sob refrigeração, numa temperatura de 0 á 10oC , até a chegada ao Laboratório
de Higiene, Água e Alimentos que cita no bairro da Ponta-Gêa, onde foram feitas as
análises. Segundo Brito, (2007), esta temperatura é denominada de temperatura de não
criação ou proliferação de microrganismos.

1.11.2. Procedimentos Laboratoriais

Análise Microbiológica das Amostras

As análises microbiológicas das águas foram realizadas no laboratório de Higiene,


água e alimento, onde consistiram na avaliação da qualidade da água dos rios Chitunga e
Nhandima no âmbito microbiológico (Coliformes totais, coliformes fecais e Escherichia coli).
Para tal, foi utilizado o método de tubos múltiplos, cuja técnica o número mais provável
(NMP) permitiu expressar a qualidade microbiológica das amostras analisadas das águas, sem
tratamento dos rios referidos. A presença de coliformes fecais e a E.coli indica contaminação
fecal recente, e uma possível presença de patógenos.
18

Materiais e Procedimentos

Para a realização destas análises foram usados aparelhos, materiais e meios de cultura
como:
 Conta colónias.  Aparelho de filtração  Tubos de ensaio
 Bico de bunsen  Pinças esterilizadas  Frascos
 Brilhante Green Bile.  Eosine Methylene  Triptona
blue
 Água  Reagente de kovacas
 Placas de petri – Meio de cultura: Caldo membrana lauril sulfate
Procedimento de análise:
 Para estes procedimentos foi usado o método de analise denominado tubos múltiplos.
Preparou-se (9) tubos contendo o meio Lauril tryptose broth, e tubos contendo BVB para
cada grupo de microrganismos.
Na estante colocou-se nove tubos contendo 10 ml, do meio Lauril, e retirou-se 10
ml, para os primeiros três tubos e de seguida retirou-se 1 ml, para a segunda fila contendo três
tubos, e finalmente retirou-se 0.1 ml para os últimos três tubos.
Incubou-se a 37oC/ 24h os tubos para a análise dos coliformes totais provas presuntiva.
Após 24horas verificou-se o crescimento nos tubos que foi possível observar um
gás, e também a turvação que foi indicadora do crescimento.
Fez-se a repicagem, com ajuda de uma ansa e fazer a transferência do material do
tubo positivo para o tubo de BVB. Incubou-se a 37oC para a confirmação de crescimento dos
coliformes totais, e a 44oC para coliformes fecais.
A presença de gás no tubo de Durhan, indica um teste positivo, isto é, a presença
de coliformes.
A confirmação para os coliformes totais efectuou- se a uma temperatura de 37° C
/ 24 horas, enquanto os coliformes fecais a 44°C/ 24 horas.
A determinação da E.coli, foi feita a partir de tubos positivos de coliformes fecais,
com uma ansa de platina transferiu-se o inóculo do tubo positivo e passou-se para uma placa
de Eosine – methylene Blue e incubou-se á 37° C durante 24horas.
Depois da incubação houve a presença de colónias nucleados escuros, com ou sem
brilho metálico, indica colónias suspeitas de E coli, a seguir passa-se a colónia suspeita para o
caldo de triptona, incuba- se a 37° C durante 24 horas, e depois da incubação adiciona -se 0,2
19

ml de reagente kovacs. O aparecimento da cor vermelha formando um anel na superfície,


indica um teste positivo. (Lhaa. métodos de análise de água, Misau, 1997).
20

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Definição de Conceitos

2.1.1.Água

Segundo Sousa (2002), a água é necessidade primordial para a vida, recurso natural
indispensável ao ser humano e aos demais seres vivos, além de ser suporte essencial aos
ecossistemas. Utilizada para o consumo humano e para as actividades sócio-económicas, é
retirada de rios, lagos, represas e aquíferos, tendo influência directa sobre a saúde, a qualidade
de vida e o desenvolvimento das populações.
Segundo David et al, (1999), a água é indispensável para a vida, a água é também
elemento insubstituível para diversos segmentos industriais, seja como integrante de produtos
elaborados, utilizada na limpeza de matérias-primas e instalações ou na geração de energia
(vapor), entre outro.
Apesar de aparentemente a terra dispor de uma enorme quantidade de água, 97% estão
representadas nos mares e oceanos e cerca de 2% congeladas nas regiões polares. Apenas 1%
da água doce está efectivamente disponível para o consumo humano, uso agrícola e industrial.
Ela se encontra em córregos, rios e lagos constituindo os recursos hídricos superficiais, assim
como nos interstícios do solo e subsolo, formando os recursos hídricos subterrâneos. Estes
últimos representam cerca de 97% do total de água doce existente no planeta terra (Buzelli &
Cunha, 2012).

2.1.2. Água Potável

Segundo o regulamento sobre a qualidade da água para o consumo humano de 15 de


Setembro de 2004, a água potável é aquela que é própria para o consumo humano, pelas suas
qualidades em relação aos parâmetros que as definem.
A água potável pode ser definida como água para consumo humano, cujos parâmetros
físicos, químicos, microbiológicos e radioactivos, atendam ao padrão de potabilidade e não
ofereça riscos à saúde, garantindo com segurança, o fornecimento de água tratada de boa
qualidade com concentrações mínimas de constituintes, conhecidos por serem perigosos à
saúde (Silva & Araujo, 2012).
21

2.1.3. Águas Superficiais

Segundo Agência Nacional de Saneamento Básico (ANSB), as águas superficiais são


águas que, ao contrário das águas subterrâneas, não penetram no solo, acumulam se na
superfície da terra, escoam pelas chuva ou pela ressurgência das águas subterrâneas e dão
origem a rios, lagos, lagoas, zonas húmidas e escorregos. Por esta razão, elas são consideradas
umas das principais fontes de abastecimentos de água potável no planeta terra.

A água superficial é definida como a parcela de água armazenada ou fluindo sobre a


superfície, que está continuamente interagindo com a atmosfera e com o solo, dependendo de
uma série de factores, como climáticos, topográficos, cobertura vegetal, além das
propriedades hidráulicas do solo, pode ter sua ocorrência distribuída espacialmente ou
temporariamente, como por exemplo, em rios ou lagos (Chow et al., 1988; Kollet; Maxwell,
2006).

2.1.4. Qualidade da Água para Consumo Humano

Segundo o Regulamento sobre a qualidade da água para o consumo humano de 15 de


Setembro de 2004, “a qualidade de água para o consumo humano, é a característica dada pelo
conjunto de valores de parâmetros fixados que permitem avaliar se a água é potável ou não”.
Água de qualidade para consumo humano é aquela que está dentro dos padrões de
potabilidade determinados por órgãos responsáveis. Para determinar as normas máximas de
impurezas presentes na água, é levado em consideração o uso em que ela será conduzida para
não ocorrer prejuízos na entidade destinada (Buzelli & Cunha, 2012).
Consideráveis alterações na quantidade, distribuição e qualidade dos recursos hídricos
podem colocar em risco a sobrevivência humana e as demais espécies do planeta, e
comprometer o desenvolvimento económico e social, principalmente, dos países
fundamentados na disponibilidade de água de boa qualidade e na capacidade de sua
conservação e preservação. A qualidade da água é influenciada tanto pelas condições naturais,
como escoamento superficial e infiltração, quanto pelas acções antrópicas e o uso e ocupação
do solo ao entorno da bacia hidrográfica. (Silva e Araújo 2005),
A manutenção da qualidade da água é uma necessidade universal, exigindo a atenção
de todos, não somente dos órgãos públicos, principalmente quando nos referimos à água de
mananciais destinados ao consumo humano, uma vez que sua contaminação por
microrganismos patógenos de origem entérica, animal ou humana, pode torná-lo um
transmissor de agentes causadores de doenças infeciosas e parasitárias. A presença de
22

microrganismos patogénicos na água, usualmente, aparece de forma intermitente e em baixo


número, indicando na maioria das vezes, contaminação do corpo hídrico por fezes humanas e
de animais (Costa, 2012).

2.1.4.1. Parâmetros Microbiológicos de Qualidade de Água destinada ao Consumo


Humano

O regulamento sobre qualidade da água do Decreto no 180/2004 de 15 de Setembro de


2004, para água destinada ao consumo humano fornecido por fontes de abastecimento público
sem tratamento estabelece os seguintes limites:

Tabela 1: Tabela de parâmetros de água

Parâmetros Limite máximo admissível Unidades


Coliformes totais ---- NMP/100 ml
Nº de colónias/100 ml
Coliformes fecais 0-10 NMP/100 ml
Nº de colónias/100 ml
E. coli Negativo/ausente ----
Fonte: Regulamento sobre a qualidade de água de fonte de abastecimento público sem
tratamento.

2.1.5.Contaminação das Águas

A água é indispensável para todos os seres vivos, sendo utilizada para diversas
finalidades, especialmente, para a manutenção da vida no planeta. Todavia, nas últimas
décadas, o crescimento populacional contribuiu significativamente para a aceleração do
crescimento de áreas urbanas, muitas vezes sem quaisquer infra-estruturas urbanísticas e de
saneamento, e consequentemente, levando a um aumento da demanda por água potável e para
outras formas de uso (Lima, 2011).
A contaminação é a presença de concentrações elevadas de substâncias na água, isto é,
concentrações que estão acima do nível base estabelecido. Por sua vez, a poluição é a
introdução pelo Homem, directa ou indirectamente, de substâncias no meio aquático,
resultando em efeitos nocivos que prejudiquem os seres vivos e representam um perigo para a
saúde humana.
As águas poluídas podem ser fontes de transmissão de diversas doenças, causadas por
organismos patogénicos provenientes de fezes de humanos e animais. Por isso indicadores
microbiológicos têm sido utilizados para verificar a existência de poluição fecal, sendo a
23

bactéria Escherichia coli o microrganismo indicador de contaminação fecal mais utilizado no


mundo. (Morais & Loila, 2012).
A concentração de grandes massas populacionais de baixo poder aquisitivo, em áreas
urbanas periféricas que apresentam carência ou ineficiência de infra-estruturas básicas,
também deve ser um aspecto a ser considerado, tendo em vista que nestas áreas observa-se, a
geração de prácticas inadequadas referentes à disposição do lixo e do esgoto, contribuindo
para a contaminação das fontes de água superficiais e subterrâneas (Morais & Loila, 2012).
A poluição de corpos hídricos superficiais deteriora a saúde ambiental e pode acarretar
problemas de saúde aos seres vivos. Entretanto, sendo a produção de resíduos inerente à
própria existência humana, mesmo com a implementação de infraestrutura para evitar
problemas ambientais, o racionamento no abastecimento de água pode acontecer pela
degradação do manancial em decorrência das atividades antropogénicas (Leite, 2004).
Por ser a água um bem de primeira necessidade, constituindo-se um recurso de uso
comum, é utilizada, quotidianamente, para dessedentação humana e de animais, preparo de
alimentos, higiene e asseio corporal, limpeza doméstica, descarga de vasos sanitários, entre
outros usos importantes (Silva & Araujo, 2003).

2.1.5.1. Poluição Doméstica

É provocada pela descarga de efluentes domésticos não tratados na rede hidrográfica,


fossas sépticas e lixeiras. Os efluentes domésticos contêm sais minerais, matéria orgânica,
restos de compostos não biodegradáveis, vírus e microrganismos fecais (Lima & Costa,
2011).
O esgoto de origem doméstica é constituído por aproximadamente 0,1% de material
disperso e o restante de água. Os contaminantes presentes na água são responsáveis por cerca
de 80% das doenças e 65% das internações hospitalares. Além do lançamento de esgotos
doméstico e industrial sem tratamento, o aumento dos impactos ambientais em corpos
hídricos também é decorrente de superpovoamento nas regiões à margem dos rios, do
lançamento de lixo, de actividade agropecuária, desmatamento das matas ciliares provocando
assoreamento entre outros (Lima, 2008).

2.1.5.2. Poluição Agrícola

Esse tipo de poluição, consequência das prácticas agrícolas, será a mais generalizada e
importante na deterioração das águas superficiais e subterrâneas. A diferença desse tipo de
24

poluição e os outros é o facto de apresentar um carácter difuso sendo responsável pela


poluição a partir da superfície de extensas áreas, ao passo que os outros tipos correspondem a
focos pontuais de poluição. Os contaminantes potencialmente mais significativos nesse
campo são os fertilizantes, pesticidas e indirectamente as prácticas de regadio. A reciclagem e
a reutilização da água superficiais e subterrânea para regadio, provoca um aumento
progressivo da concentração de sais que, a longo prazo, a inutiliza para este fim. Os
fertilizantes inorgânicos como o amoníaco, sulfato de amónio, nitrato de amónio e carbonato
de amónio e os orgânicos, como a ureia, são os responsáveis pelo incremento de nitrato,
nitrito e amónio nas águas subterrâneas. Isso se deve ao facto da quantidade de fertilizantes
aplicada ser superior a quantidade necessária para o desenvolvimento das plantas (Lima &
Costa, 2011).

2.1.5.3. Contaminação das Águas Superficiais

De acordo com Rodrigues et al. (2014), as águas superficiais apresentam maior


susceptibilidade à contaminação do que as águas subterrâneas devido à sua maior exposição.
De maneira geral, a contaminação detectada nos córregos próximos pode ser decorrente de
escoamento superficial ou de um fluxo sub-superficial do percolado (Carneiro, 2002).
Nesse sentindo, são diversas as fontes poluidoras das águas superficiais, em que pode-
se destacar como o descarte inadequado de esgoto residenciais, industriais e hospitalares não
tratados, gerando assim quantidade de matéria orgânica na água que consome oxigênio em
seu processo de decomposição, causando a morte de peixes e outros organismos aquáticos
(Silva, 2021).
Segundo Ribeiro e Rooke (2010) com o crescimento urbano desordenado, em conjunto
com o desenvolvimento industriais e das actividades agrícolas geram as principais causas da
poluição dos rios e bacias.

2.1.6. Microrganismos Indicadores da Qualidade da Água

A concentração de microrganismos tem sido usada há décadas para monitorar e


controlar a qualidade da água, não só para saúde humana, mas também para uma boa
implementação deste recurso (Medeiros et al., 2009).

Na maioria das ocasiões, os agentes patogénicos encontrados na água são atribuídos à


contaminação por águas residuais oriundas das regiões urbanas e rurais (Gonzalez et al.,
1982). Considerando, que as doenças de veiculação hídrica são causadas principalmente por
25

excretas de indivíduos infectados, é importante a avaliação microbiológica da água utilizando


indicadores de contaminação fecal (Amaral et al., 2003).

Os principais indicadores de contaminação fecal são as concentrações de coliformes


fecais, expressas em número de organismos por 100 mL de água. A presença deles na água
não representa por si só um perigo à saúde, mas indica a possível presença de outros
organismos causadores de problemas à saúde. Por exemplo, as bactérias do grupo coliforme,
em especial a Escherichia coli, representam contaminação fecal recente e indica a possível
presença de bactérias patogénicas, vírus entéricos ou parasitas intestinais. A maioria das
doenças de veiculação hídrica pode ser reduzida, controlada, desde que se possibilite o acesso
à água potável. Entretanto, um dos maiores problemas das fontes de água é a ausência ou a
irregularidade de monitoramento da qualidade (Santos & Ayach, 2013).

O emprego de bactérias indicadoras, em especial a Escherichia coli (E. coli), e as


bactérias do grupo coliforme, é uma forma de avaliar a presença potencial de patógenos
transmitidos pela água e tem sido fundamental para proteger a saúde pública (Anon, 2002).

Os coliformes termotolerantes ou fecais são indicadores de poluição fecal, que


apresentam a vantagem de serem encontrados em grandes densidades nas fezes, e portanto,
podem ser facilmente isolados e identificados sem o uso de técnicas onerosas de identificação
(Cetesb,1995). O emprego destes indicadores numa amostra pode indicar a presença de
agentes patogénicos intestinais. Porém, um teste negativo não pode ser tomado como um
resultado de absoluta ausência desses patogênicos, pois existe a possibilidade da presença de
outros patogênicos diferentes da Escherichia coli (Anon, 2002).

2.1.6.1. Grupo Coliforme

Os indicadores de contaminação fecal pertencem a um grupo de bactérias que são


denominadas de coliformes. O principal representante desse grupo de bactérias chama-se
Escherichia coli (Silva, 2009).
As bactérias do grupo coliforme são classificadas com coliformes totais e coliformes
termotolerantes (Macêdo, 2001). Essas bactérias pertencem a família Enterobacteriaceae,
seus gêneros conhecidos são Citrobacter, Enterobacter, Escherichia, Hafnia, Klebsiella,
Serratia e Yersinia (Scuracchio, 2010).
Os coliformes totais e os coliformes termotolerantes são os indicadores de
contaminação mais usados para monitorar a qualidade sanitária da água. As análises
26

microbiológicas irão apontar a presença ou não de coliformes totais e fecais, que podem ser
ou não patogénicos (Bettega et al., 2006).
Conhecer a densidade bacteriana é importante durante a avaliação das etapas de
tratamento, tendo em vista que um aumento considerável da população bacteriana pode
comprometer a deteção de organismos coliformes. Embora a maioria dessas bactérias não seja
patogénica, porém podem representar riscos à saúde, como também, degradar a qualidade da
água, causando odores e sabores desagradáveis (Brasil, 2009).

2.1.6.1.1. Coliformes Totais

As bactérias do grupo coliformes totais são bacilos gram-negativos, aeróbios ou


anaeróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos, são fermentadoras.
São capazes de se desenvolverem na presença de sais biliares ou agentes tensoativos.
Fermentam a lactose a 35,0 ± 0,5ºC em 24-48 horas com produção de ácido, gás e aldeído.

A maioria das bactérias deste grupo pertencem aos gêneros Escherichia, Citrobacter,
Klebsiella e Enterobacter, mas existem outros gêneros com menor representatividade (Silva
& Junqueira, 2007).

2.1.6.1.2. Coliformes Termotolerantes ou Fecais

Os coliformes termotolerantes, fermentam a lactose a 45 ºC ± 0,5ºC, em 24 horas;


tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal (Apha,
1995).Embora seja de origem fecal, em climas tropicais, essas bactérias se adaptam ao meio
aquático.

2.1.6.1.3.Escherichia Coli

Os coliformes fecais, especificamente, E. coli, fazem parte da microbiota intestinal do


homem e outros animais de sangue quente. Estes microrganismos quando detectados em uma
amostra de água fornecem evidência directa de contaminação fecal recente, e por sua vez
podem indicar a presença de patógenos entéricos (Pope et al., 2003).
E. coli é uma bactéria que fermenta a lactose e o manitol, a 45ºC, em 24 horas com
produção de ácido, gás e indol, a partir do aminoácido triptofano. Essa bactéria apresenta
atividade das enzimas ß-galactosidase e ß-glicuronidase, e não hidrolisa a uréia. É a única
espécie termotolerante cujo habitat exclusivo é o intestino humano e de animais
homeotérmicos, onde ocorre em número elevado. Essa espécie é considerada, pela legislação
27

vigente, o indicador mais específico de contaminação fecal recente e de eventual existência de


organismos patogênicos (Jawetz et al., 2014).
28

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS


RESULTADOS.

Neste capítulo fez-se apresentação, interpretação e discussão dos resultados obtidos


das análises microbiológicas feitas no Laboratório de Higiene, Água e Alimento (LHAA), das
amostras de água colectadas nos rios Chitunga e Nhandima. Para este estudo foram analisados
ao todo (3) parâmetros (Coliformes Totais, Fecais e E. coli). Para análises foram colectadas
(18) amostras, isto em (3) campanhas, das quais a 1ª, 2ªcampanha ocorreu na época seca que
coincide com o Inverno, respectivamente em Setembro e Outubro de 2022 e a 3ª campanha
ocorreu na época chuvosa que coincide com o Verão, em Fevereiro de 2023.
Das (18) amostras analisadas, correspondente a (3) campanhas, das duas épocas
referidas, todas apresentaram coliformes, mas houve um resultado de total ausência para
Escherchia coli. E durante a colecta das amostras foram efectuados observações in loco em
relação às características das zonas de amostragem.

3. 1. Caracterização das Zonas de Amostragem

Em análise no momento da recolha das amostras, as zonas apresentaram-se com muito


capim e observou-se que os populares realizam prácticas de higienização corporal e dos seus
utensílios desde da lavagem das roupas, pratos e pastagem de gado na mesma região onde
buscam a água para o seu consumo. E de salientar que a zona de Nhandoa é predominada por
agricultores que praticam a agricultura de subsistência com um relevo meramente
montanhoso.

Figura 2: Exemplos da disposição dos pontos de amostragem.


29

3.2. Resultados Microbiológicos da 1ª Campanha da Época Seca (Setembro de 2022).

Para esta campanha foram colectadas (6) amostras, na segunda semana de Setembro
de 2022, em época seca que coincide com o Inverno, nos rios Chitunga e Nhandima, sendo (3)
para o rio Chitunga e (3) para o rio Nhandima.
Na tabela abaixo estão apresentados os resultados das análises feitas no LHAA da 1ª
campanha.

Tabela 2: Resultados microbiológicos da 1ª campanha da época seca (Setembro de 2022).

Rio Chitunga Rio Nhandima

Amostras C.Totais C.Fecais E.coli C.Totais C.Fecais E.coli


1 21 4 Ausente ≥ 2400 150 Ausente
2 7 Ausente 460 150 Ausente
1100
3 23 23 Ausente 460 43 Ausente

Mediante aos resultados laboratoriais da 1ª campanha descrita na tabela 2, para os rios


Chitunga e Nhandima em relação aos coliformes totais para as amostras 1,2 e 3 para os rios
referidos apresentaram um resultado que varia de 21 NMP/100ml a 1100 NMP/100ml de
colónias. Mas, o resultado deste parâmetro não tem significado de forma efectiva, pois o
Regulamento sobre a Qualidade da Água para Consumo Humano (RQACH) não estabelece o
limite máximo admissível de coliformes totais para água abastecida pelas fontes sem
tratamento.
Segundo Colvara et al., (2009) citado em Nhavoto, (2021) A ocorrência de coliformes
totais na água não tem relação directa com a contaminação fecal nem com a presença de
microrganismos patogénicos.
A detecção de coliformes totais em amostras de águas não é necessariamente um
indicativo de contaminação fecal ou ocorrência de enteropatógenos (Souza e Perrone, 2000).
A presença de coliformes totais em recursos hídricos deve ser interpretada conforme o tipo de
água naquela que sofreu desinfecção, os coliformes totais devem estar ausentes (Rego et all,
2010).
Ainda na mesma senda da 1ª campanha para o rio Chitunga, os coliformes fecais para
as amostras 1, 2 e 3 apresentaram respectivamente os seguintes resultados 4 NMP/100mL,
7NMP/100mL e 23 NMP/100mL de colónias e comparando estes resultados ao limite
máximo admissível constata-se que amostra 3 está acima, apresentando água com má
30

qualidade microbiológica, isto é, acima dos limites aceites para água de consumo humano sem
tratamento, que estabelece como intervalo máximo admissível para os coliformes fecais
valores entre 0 e 10 NMP/100 mL, ao contrário das amostras 1 e 2 que estão dentro do
regulamentado, apresentando desta forma uma água com boa qualidade microbiológica, isto é,
que esta dentro dos limites aceites para água de consumo humano sem tratamento.
Embora que os resultados das amostras 1 e 2 para o rio Chitunga acima referido
tenham mostrado que a água é própria para o consumo segundo os limites estabelecidos pelo
RQACH, que é a parte integrante do Decreto n.o 180/2004, é sempre necessário o tratamento
destas antes do seu consumo.
Já para o rio Nhandima, os coliformes fecais para as amostras 1, 2 e 3 apresentaram
respectivamente os seguintes resultados 150 NMP/100ml, 150 NMP/100ml e 43 NMP/100ml
de colónias. E comparando estes resultados ao limite máximo admissível constata-se que
todas as amostras deste rio estão acima, apresentando-se com valores elevados de coliformes
fecais e tornando desta uma água com ma qualidade microbiológica, isto é, está em desacordo
com os limites de potabilidade, pois o limite máximo admissível pelo Regulamento de
Qualidade de Água para o Consumo Humano (RQACH) para os coliformes fecais é de 10
NMP/100ml de colónias. E os resultados destes rios acima referidos podem ter uma relação
directa com má qualidade hidro sanitárias apresentada nos pontos de amostragens e das
actividades practicadas naquela zona.
De acordo com Silveira et al., (2018) citado em Nhavoto, (2021) a presença de
coliformes termotolerantes podem indicar a presença de microrganismos patogénicos de
origem entérica.

3.3. Resultados Microbiológicos da 2ª Campanha da Época Seca (Outubro de 2022).

Em condições normais, o Outubro é o mês que começa a temporada chuvosa, mais


para o ano acima referido houve atraso de chuvas, prolongando desta forma a temporada seca.
Para esta campanha foram colectadas (6) amostras, na segunda semana de Outubro de
2022, nos rios Chitunga e Nhandima, sendo (3) para o rio Chitunga e (3) para o rio Nhandima.
Na tabela abaixo estão apresentados os resultados das análises feitas no LHAA da 2ª
campanha.
31

Tabela 3: Resultados microbiológicos da 2ª campanha da época seca (Outubro de 2022).


Rio Chitunga Rio Nhandima

Amostras C.Totais C.Fecais E.coli C.Totais C.Fecais E.coli


1 ≥ 2400 9 Ausente ≥ 2400 210 Ausente
2 ≥ 2400 210 Ausente ≥ 2400 20 Ausente
3 ≥ 2400 240 Ausente ≥ 2400 15 Ausente

De acordo com os resultados laboratoriais da 2ª campanha apresentados na tabela 3,


para os rios Chitunga e Nhandima em relação aos coliformes totais para as amostras 1,2 e 3
apresentaram resultados de ≥ 2400NMP/100ml de colónias para os dois rios referidos. Mas,
como já tínhamos referenciado na campanha anterior que o resultado deste parâmetro não tem
pertinência de acordo com o Regulamento sobre a Qualidade da Água para Consumo Humano
(RQACH) não estabelece o limite máximo admissível de coliformes totais para água
abastecida pelas fontes de águas sem tratamento.
Continuando na mesma campanha para o rio Chitunga, os coliformes fecais para as
amostras 1, 2 e 3 apresentaram respectivamente os seguintes resultados 9 NMP/100ml, 210
NMP/100ml e 240 NMP/100ml de colónias. Para este rio nota-se que a amostra 1 apresentou
um resultado que esta dentro do limite máximo admissível estabelecido pelo regulamento
sobre a qualidade da água para o consumo humano (RQACH), apresentando desta forma uma
água com boa qualidade micróbio lógica, ao contrário das amostras 2 e 3 do rio referido
apresentaram um resultado que esta acima do limite máximo admissível, apresentando
números elevados de coliformes fecais, tornando desta uma água imprópria para o consumo
pois o limite máximo admissível pelo regulamento de qualidade de água para o consumo
humano (RQACH) para os coliformes fecais é de 10 NMP/100ml de colónias.
Embora o resultado da amostra 1 para o rio Chitunga acima referido tenha mostrado
que a água é própria para o consumo de acordo com os limites estabelecidos pelo RQACH,
que é a parte integrante do Decreto n.o 180/2004, é sempre necessário o tratamento desta antes
do seu consumo.
Já para o rio Nhandima, os coliformes fecais para os pontos 1, 2 e 3 apresentaram
respectivamente os seguintes resultados 210 NMP/100ml, 20 NMP/100ml e 15 NMP/100ml
de colonias. E comparando estes resultados ao limite máximo admissível constata-se que
todas as amostras deste rio estão acima. Apresentando números elevados de coliformes fecais,
tornando desta, uma água imprópria para o consumo pois o limite máximo admissível pelo
32

Regulamento de Qualidade de água para o Consumo Humano (RQACH) para os coliformes


fecais é de 10 NMP/100ml de colónias.
E os resultados destes dois rios, como havia referido na campanha anterior, que
também podem estar relacionado com a ma qualidade sanitária apresentada nos pontos de
amostragens e das actividades practicadas naquela zona.
Barbieri et al. (1997), afirmam que o desenvolvimento da pecuária traz como impacto
sobre as águas, a contaminação microbiológica.
Outro factor que, possivelmente, contribui para a elevada concentração de material
fecal, mesmo na época de baixo índice pluviométrico, em áreas de nascentes, onde não há
lançamento de efluentes, refere-se à dessedentação animal directamente sobre as águas nestes
locais, sendo o material fecal disposto pelo rebanho, directamente, sobre as margens dos
corpos de água, assim como foi observado nos estudos de Lopes (2007), para área sem
lançamento de efluentes, e em período seco.
3.4. Resultados Microbiológicos da 3ª Campanha da Época Chuvosa (Fevereiro de
2023).
Para esta campanha foram colectados (6) amostras, na quarta semana de Fevereiro de
2023, em época chuvosa, nos rios Chitunga e Nhandima, sendo (3) para o rio Chitunga e (3)
para o Rio Nhandima.
Na tabela abaixo estão apresentados os resultados das análises feitas no LHAA da 3ª
campanha.

Tabela 4: Resultados microbiológicos da 3ª campanha da época Chuvosa (Fevereiro de


2023).
Rio Chitunga Rio Nhandima

Amostras C.Totais C.Fecais E.coli C.Totais C.Fecais E. coli


1 ≥ 2400 ≥ 2400 Ausente ≥ 2400 ≥ 2400 Ausente
2 ≥ 2400 ≥ 2400 Ausente ≥ 2400 ≥ 2400 Ausente
3 ≥ 2400 ≥ 2400 Ausente ≥ 2400 ≥ 2400 Ausente

Conforme os resultados laboratoriais da 3ª campanha apresentado na tabela 4, para os


rios Chitunga e Nhandima em relação aos coliformes totais para as amostras 1, 2 e 3
apresentaram um resultado de ≥ 2400NMP/100mL de colónias para os dois rios referidos.
Mas, como já tinha referenciado nas duas campanhas anteriores, o resultado deste parâmetro
não tem significado conclusivo. O Regulamento sobre a Qualidade da Água para Consumo
33

Humano (RQACH) não estabelece o limite máximo admissível de coliformes totais para água
abastecida pelas fontes de águas sem tratamento.
Continuando na mesma campanha para o Rio Chitunga, os coliformes fecais para as
amostras 1, 2 e 3 apresentaram números elevadíssimos, correspondente a ≥ 2400 NMP/100ml
de colónias, assim como para o rio Nhandima, os coliformes fecais para as amostras 1, 2 e 3
apresentaram números elevadíssimos que foram de ≥ 2400 NMP/100ml de colónias, nas três
amostras analisadas. Estando desta forma fora do regulamentado, pois o limite máximo
admissível estabelecido pelo Regulamento sobre Qualidade da Água para Consumo Humano,
na sua parte B – água fornecida pelas fontes de abastecimento sem tratamento, anexo do
Diploma Ministerial nº 180/2004 de 15 de Setembro, pertencente ao Ministério da Saúde, para
coliformes fecais é de 0-10 NMP/100ml de colónias, dando o significado que nessa época,
para os dois rios, a água é impropria para o consumo humano.
E estes resultados podem estar relacionados com a má qualidade hidro sanitária
apresentados nos pontos de amostragens, assim como as actividades praticadas naquela zona,
uma vez que na zona há prácticas agrícolas, a pastagem de gado, assim como a realização de
higiene pessoal e de utensílios nos rios referidos e também por se tratar de uma temporada
chuvosa temos o escoamento superficial que é o factor que mais contribui para a mudança da
qualidade microbiológica da água.
No período chuvoso (período de Verão) à água superficial é vulnerável à
contaminação, e levando em conta as condições sanitárias das zonas de amostragens e das
actividades praticadas naquela zona, com as chuvas facilmente arrastam os contaminantes
para os rios, proporcionando desta forma um número elevadíssimo de coliformes.
Processos naturais como escoamento superficial provocado pelas chuvas,
decomposição de vegetais e animais mortos também podem modificar a qualidade da água.
Dessa maneira, pode-se dizer que a qualidade da água reflete também as condições naturais e
do uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica (Souza, 2015).
A presença de coliformes nas amostras de água de mananciais, segundo Amaral et al.
(2003), tem relação directa com a presença de chuva, devido ao arraste de excretas humanas e
animais.
Nos estudos de Oliveira et al. (2002), ao analisar as águas da bacia do Rio Paraguai,
constataram que 85,7% das amostras de 3 estações apresentaram NMP acima de 2.400
CF/100 mL, mas em outros locais deste mesmo rio, encontraram teores menores de
contaminação, enquadrando o rio na Classe 2 (1.000 NMP/100 mL de coliformes
34

termotolerantes). Estes autores constataram que o NMP de coliformes totais e de


termotolerantes aumenta à medida que o rio recebe efluente.
O estudo realizado por Siqueira, et al. (2012) buscou desenvolver o Índice de
Qualidade da água (IQA) de um trecho do rio Parauapebas, localizado no centro-sul do Estado
do Pará. Foram determinadas concentrações entre 200 e 1300 NMP/100 mL, reforçando a
questão de estar havendo contaminação por efluentes orgânicos na região, especialmente de
origem doméstica, necessitando de atenção especial por parte dos administradores municipais
no que tange ao saneamento básico.
Desta feita, pode se inferir que as águas dos rios Nhandima e Chitunga não são ideais
para o consumo na época seca e muito menos na época chuvosa de acordo com os resultados
obtidos quando confrontados com o Regulamento sobre a qualidade da água para o consumo
humano.
35

CAPITULO IV: CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

Aqui estão apresentadas as Conclusões, Recomendações e Sugestões da pesquisa.


Após a execução das análises laboratoriais das amostras e mediante aos objectivos e hipóteses
traçadas chegou se as seguintes conclusões.

4.1. Conclusões

Depois das análises laboratoriais com amostras de água dos rios Chitunga e
Nhandima, na zona de Nhandoa, Distrito de Gorongosa usada para o consumo humano,
chegou-se as seguintes conclusões:
As águas dos Rios referidos apresentam má qualidade microbiológica, não sendo desta
forma ideias para o consumo humano, pois as análises microbiológicas da água revelaram
altos índices de contaminação, com destaque na época Chuvosa.
As condições sanitárias não adequadas das zonas de amostragens e as actividades
praticadas naquela zona, refiro da agricultura e a pastagem de gado, são factores que
contribuem para a contaminação daquelas águas.
Os populares devem adoptar mecanismos de fervura, assim como o uso de cloro e
hipoclorito de sódio (certeza) como formas de tratamento da água antes do seu consumo.

4.2. Sugestões

4.2.1. A População

Desta feita sugere-se aos populares para seguirem as formas de tratamento de água
para poderem prevenir efeitos adversos do consumo de água não apropriada ou não ideal.
Sugere-se aos moradores para darem de beber aos seus gados, assim como a realização
das prácticas de higienização corporal e dos seus utensílios desde da lavagem das roupas,
pratos a jusante de onde buscam a água para beber.

4.2.2. Ao Governo

Para promover campanhas de abertura de furos de águas na zona de Nhandoa, para


proporcionar a água potável as famílias.
Para fazer distribuição de produtos de tratamento da água como: cloro e hipoclorito de
sódio (certeza) e incentivar os populares a usar o método de fervura da água, para evitar
doenças de natureza hídrica.
36

4.3. Recomendações

Recomenda-se aos outros pesquisadores para efectuarem pesquisas de outros


parâmetros de modo a verificar se estes estão dentro do estabelecido pelo MISAU através do
regulamento ou não. E ainda se recomenda aos populares para tratarem a água para evitarem
efeitos adversos provenientes do consumo da mesma sem tratamento.

4.4.Limitações

Devido a custos monetários não foi possível realizar a 4ª campanha que corresponderia
a segunda da época chuvosa.
37

Referências bibliográficas

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publica.

Anon 2002,The Microbiology of Drinking Water 2002,Parte 1- Water Quality and Public
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Nacional sobre o Uso da Água na Agricultura, Passo Fundo, 27-30 set. 2004;
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Apêndices
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Anexos
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