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Manual

de

Instrução
Caldeira LHC

Alfa Laval Aalborg

Alfa Laval Aalborg


Rua Divino Espírito Santo
1100, Carangola
Petrópolis, RJ
CEP: 25715-410
Tel: +55 24 2233-9963
Fax: +55 24 2237-6603
www.alfalaval.com
www.Alfa Laval Aalborg-industries.com.br
CALDEIRAS E ACESSÓRIOS ................................................................................................................................................................7
Descrição .........................................................................................................................................................................7
Instalação da caldeira ................................................................................................................................................... 12
Casa de caldeiras ........................................................................................................................................................... 12
Instalação da unidade na base ...................................................................................................................................... 14
Chaminé e duto de gases .............................................................................................................................................. 14
Tubulação de saída de vapor......................................................................................................................................... 15
Tubulação de alimentação da água .............................................................................................................................. 16
Tubulação de sucção da bomba .................................................................................................................................... 16
Tubulação de sucção do injetor ..................................................................................................................................... 17
Tanque de água/condensado: ....................................................................................................................................... 17
Tubulação de descarga sob pressão.............................................................................................................................. 18
Tubulação de descarga sem pressão ............................................................................................................................. 19
Tubulação de descarga das válvulas de segurança ....................................................................................................... 19
Água de resfriamento .................................................................................................................................................... 20
Interligação do painel de comando com a caldeira ...................................................................................................... 20
Alimentação de energia elétrica ................................................................................................................................... 21
Aterramento de caldeira ............................................................................................................................................... 23
Limpeza da caldeira após a instalação.......................................................................................................................... 23
Limpeza da caldeira com soda cáustica ........................................................................................................................ 23
EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS........................................................................................................................................ 25
Exaustor......................................................................................................................................................................... 25
Correias: ........................................................................................................................................................................ 25
Bombas dágua .............................................................................................................................................................. 30
Injetor ............................................................................................................................................................................ 34
Válvulas de Segurança .................................................................................................................................................. 35
Painel de comando ........................................................................................................................................................ 38
Economizadores ............................................................................................................................................................ 39
CONTROLE AUTOMÁTICO ....................................................................................................................................................... 40
Pressostato de pressão máxima .................................................................................................................................... 40
Sistema de modulação .................................................................................................................................................. 41
Intertravamentos de segurança .................................................................................................................................... 41
Controle de nível de água .............................................................................................................................................. 42
Coluna de nível .............................................................................................................................................................. 42
Indicador de nível .......................................................................................................................................................... 43
Eletrodos de nível .......................................................................................................................................................... 44
COMBUSTÃO........................................................................................................................................................................... 47
Poder calorífico.............................................................................................................................................................. 47
Ar de Combustão ........................................................................................................................................................... 47
Excesso de ar ................................................................................................................................................................. 49
Esquema da combustão ................................................................................................................................................ 49
Controle da Combustão................................................................................................................................................. 49
Regulagem da combustão ............................................................................................................................................. 51
Medição de CO2 nos gases de combustão ..................................................................................................................... 51
Regulagem da tiragem de gases ................................................................................................................................... 51
TRATAMENTO DE ÁGUA.......................................................................................................................................................... 52
Sedimentação ................................................................................................................................................................ 55
Corrosão ........................................................................................................................................................................ 56
Arraste ........................................................................................................................................................................... 57
OPERAÇÃO DA CALDEIRA ........................................................................................................................................................ 61
Qualificação do operador de caldeira ........................................................................................................................... 61
Deveres do operador de caldeira .................................................................................................................................. 64
Primeiro acendimento ................................................................................................................................................... 65
Rotina de partida........................................................................................................................................................... 67
Funcionamento normal ................................................................................................................................................. 68
Operação manual da bomba......................................................................................................................................... 69
Funcionamento de emergência com injetor .................................................................................................................. 69
Descarga de fundo ........................................................................................................................................................ 70
Parada final de funcionamento ..................................................................................................................................... 71
PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA, SAÚDE E DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ............................................... 72
Causas de acidentes ...................................................................................................................................................... 72
Riscos para a saúde e o meio ambiente ........................................................................................................................ 72
MANUTENÇÃO DA CALDEIRA .................................................................................................................................................. 74
Rotina de Manutenção .................................................................................................................................................. 74
Implicações na legislação vigente ................................................................................................................................. 75
Proteção da caldeira parada ......................................................................................................................................... 76
Procedimentos para resfriar a caldeira ......................................................................................................................... 77
Reparo ou reforma de refratários ................................................................................................................................. 77
Limpeza das passagens de fogo e gases de combustão ................................................................................................ 78
Limpeza da caldeira no lado da água............................................................................................................................ 79
Limpeza quimica da caldeira ......................................................................................................................................... 80
Limpeza dos filtros......................................................................................................................................................... 81
Lubrificação ................................................................................................................................................................... 81
Inspeção de segurança .................................................................................................................................................. 83
CONDIÇÕES DE GARANTIA ...................................................................................................................................................... 88
Garantia Mecânica ........................................................................................................................................................ 88
Garantia de performance: ............................................................................................................................................. 90
Caldeiras e Acessórios
Descrição
A caldeira LHC é do tipo ambitubular, de construção horizontal. Seu corpo é acoplado
diretamente a fornalha, obtendo-se um projeto compacto.
O aquecimento da água para geração de vapor é efetuado em três passagens de gases:
A primeira passagem é efetuada dentro da antefornalha, a qual é totalmente envolvida por
tubos de água aletados, sendo a grelha do tipo tubular refrigerada e isenta de refratários (zona de
radiação).
A segunda e a terceira passagem ocorrem em tubos espiralados que, proporcionam escoamento
turbulento dos gases de combustão, aumentando a troca térmica, além de reter menos partículas em seu
interior.
A seguir, são apresentadas quatro vistas da caldeira, em que são assinalados os principais
acessórios e sua respectiva identificação. Esses acessórios serão tratados com maiores detalhes nos
capítulos posteriores.

Os desenhos referem-se ao equipamento padrão, podendo ocorrer variações em função das


condições específicas de cada cliente.

Vista frontal
Vista Lateral Direita

Vista Lateral Esquerda


Vista Superior
LEGENDA:

ITEM DESCRIÇÃO

1 Distribuidor e coletor da antefornalha

2 Boca de alimentação

3 Grelha

4 Painel de comando

5 Isolamento térmico

6 Boca de visita

7 Entrada de água

8 Caixa de fumaça

9 Bomba de alimentação de água

10 Dreno do coletor

11 Descarga de fundo

12 Injetor

13 Painel de instrumentos

14 Nível de segurança suplementar

15 Porta para retirada de cinzas

16 Duto de gases

17 Boca de inspeção e limpeza do costado

18 Válvulas de segurança

19 Válvula de saída de vapor


20 Chaminé

21 Exaustor

22 Porta da caixa de fumaça

23 Coluna de nível

24 Escada e plataforma

25 Tubos espiralados
Instalação da caldeira
Ao receber o seu gerador de vapor AALBORG, verifique se eventualmente sofreu alguma avaria
durante o transporte. Faça uma inspeção geral na caldeira e verifique o estado de todos os
instrumentos e equipamentos. Qualquer anormalidade ou falta de material deve ser comunicada,
imediatamente, à AALBORG ou a seu representante.
O cuidado com a instalação da unidade é fator importante no funcionamento e na manutenção da
mesma. Qualquer irregularidade que se manifeste por inobservância das instruções que figuram neste
manual não será coberta pela garantia.
Caso o gerador de vapor não entre imediatamente em operação após instalado, deverão ser
seguidas as instruções a respeito da conservação do mesmo, no capítulo de manutenção.

Casa de caldeiras
Esta deve ser ampla, limpa, bem arejada, bem iluminada e com rede de esgoto para a devida
lavagem e drenagem. Sua construção deve seguir basicamente o desenho "Esquema de Instalação,
Fundações e Cargas", devendo também ser observadas as prescrições contidas na NR-13 (Portaria no
23 de 27/12/94 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST), transcritas a seguir:
13.4.2 Instalação de caldeiras a vapor
13.4.2.1 A autoria do projeto de instalação de caldeiras a vapor, no que concerne ao atendimento
desta NR, é de responsabilidade de PH, e deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio
ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, convenções e disposições legais aplicáveis.
13.4.2.2 As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser instaladas em casa de caldeiras ou
em local específico para tal fim, denominado área de caldeiras.
13.4.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a área de caldeiras deve satisfazer
aos seguintes requisitos:
a) estar afastada de, no mínimo, 3,0 m (três metros) de: outras instalações do estabelecimento; de
depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até 2000 l (dois mil litros) de
capacidade; do limite de propriedade de terceiros; do limite com as vias públicas;
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas, sinalizadas e
dispostas em direções distintas;
c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira, sendo que,
para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas;
d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes da
combustão, para fora da área de operação atendendo às normas ambientais vigentes;
e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
f) ter sistema de iluminação de emergência caso opere à noite.
13.4.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente fechado, a casa de caldeiras deve
satisfazer os seguintes requisitos:
a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo ter apenas uma
parede adjacente a outras instalações do estabelecimento, porém com as outras paredes afastadas de, no
mínimo, 3,0 m (três metros) de outras instalações, do limite de propriedade de terceiros, do limite com
as vias públicas e de depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até 2000 l
(dois mil litros) de capacidade;
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas, sinalizadas e
dispostas em direções distintas;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas;
d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de caldeira a combustível
gasoso;
e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;
f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira, sendo que,
para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas;
g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes da
combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas ambientais vigentes;
h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de iluminação de
emergência.
13.4.2.5 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos itens 13.4.2.3 e 13.4.2.4,
deve ser elaborado projeto alternativo de instalação, com medidas complementares de segurança, que
permitam a atenuação dos riscos, comunicando previamente a representação sindical dos trabalhadores
predominante no estabelecimento.
13.4.2.6 As caldeiras classificadas na categoria A devem possuir painel de instrumentos instalados
em sala de controle, construída segundo o que estabelecem as Normas Regulamentadoras aplicáveis.
Outras recomendações
• Deve haver espaço suficiente em torno da unidade, a fim de permitir livre acesso para inspeção e
manutenção. A área de circulação e os espaços em torno da caldeira devem constituir uma faixa
livre de 70 centímetros, no mínimo. Na parte traseira do gerador é necessário deixar espaço
suficiente para a limpeza periódica da tubulação (vide desenho de instalação). Na parte lateral
esquerda deve haver espaço adequado para remoção de cinzas;
• O iluminamento mínimo deve ser de 150 lux, através de equipamento de iluminação com
proteção externa adequada;
• No interior da Casa de Caldeiras, em local de fácil acesso e visualização, devem ser instalados
extintores de incêndio de acordo com os requisitos da NR-23;
• Uma vez que o trabalho do operador é realizado predominantemente de pé, deve haver assento
para descanso em locais que possam ser utilizados durante as pausas.
• Ao executar as canaletas para as tubulações, estas deverão ter uma inclinação de 1/250 a 1/400,
em direção ao ralo. Deverão possuir tampas em chapa ou similar, removíveis, de forma que
impeçam a queda de objetos ou pessoas;
• A medida das portas da Casa de Caldeiras deverá ser igual ou superior à mencionada no desenho
de instalação;
• Prever ventilação suficiente de forma a haver ar em quantidade adequada à combustão e manter-
se a temperatura no interior da Casa de Caldeiras em valor tal que não prejudique o
funcionamento dos equipamentos elétricos e eletrônicos, além de propiciar conforto ao operador.
Para facilitar ao instalador, recomenda-se como mínimo de ventilação duas aberturas para o
exterior, tendo cada uma 0,05 m2 para 300 kg de produção de vapor do gerador. Estas duas
aberturas ficarão o mais próximo possível ao sistema de queima e serão protegidas contra
intempéries.
• Se houver ar comprimido na empresa, deverá ser instalado na Casa de Caldeira, um ponto
com mangueira para auxílio à limpeza e manutenção.
Instalação da unidade na base
A caldeira deve ser colocada sobre a sua base, construída conforme o desenho "Esquema de
Instalação, Fundações e Cargas" e, após, nivelada longitudinal e transversalmente. Para o bom
funcionamento da caldeira e principalmente do sistema de controle de nível da água é imprescindível o
perfeito nivelamento da unidade. Para tanto, faça o nivelamento pela última camada de tubos, primeiro
no sentido longitudinal ao eixo da caldeira e depois no sentido transversal.
Uma vez nivelada a caldeira, providencie a vedação completa entre a caldeira e a base de
concreto, evitando assim a entrada indesejada de ar por frestas não previstas, o que acarretaria uma
operação deficiente, uma vez que todo o ar de combustão deve passar sob a grelha.
Após feito o nivelamento devem também ser fixados às suas bases o exaustor, a chaminé e a
bomba d’água, que não seguem montados diretamente na caldeira.
Dependendo do meio de transporte e/ou das condições específicas de cada caldeira, outros
equipamentos auxiliares são fornecidos desacoplados, sendo necessário a montagem e interligação
destes.
O próximo passo é a interligação da caldeira ao restante da instalação e aos seus auxiliares.

Chaminé e duto de gases


A caldeira é normalmente instalada com chaminé de 12 (doze) metros de altura, com duto de
interligação ao exaustor. A função da chaminé é somente conduzir os gases para fora do recinto da Casa
da Caldeiras descarregando-os em local seguro.
Caso o duto de gás atravesse a parede da Casa de Caldeira, deverá ser preparado nesta um furo
com medida superior ao duto, com 100 mm a mais em cada lado.
Ao instalar uma bateria de geradores, use, de preferência, chaminés independentes para cada
gerador. Assim, o funcionamento de um não interferirá no dos demais.
Em instalações especiais ou com equipamentos instalados na chaminé, deve-se tomar cuidado
para que não haja uma perda de carga demasiada à passagem dos gases. No caso de equipamentos anti-
poluiçäo deve-se compensar a perda de pressão decorrente da instalação deste.
As caldeiras são fornecidas com um termômetro angular com escala de 0 a 500°C, para
indicação da temperatura dos gases de combustão.
Vale lembrar, ainda, que os órgãos encarregados da fiscalização e controle das atividades
poluidoras (FEEMA, CETESB, etc.) têm adotado medidas cada vez mais rigorosas, principalmente nos
grandes centros. Mesmo com boa combustão, é inevitável a emissão de poluentes através dos gases de
combustão que são descarregados na atmosfera, pela chaminé das caldeiras. Assim sendo, dependendo
das condições locais e dos requisitos legais, será necessário complementar a instalação da chaminé, com
algum sistema antipoluente.
A AALBORG, entre seus produtos, dispõe de linhas completas de:
• Coletores de pó tipo ciclone e multiciclone, especialmente projetados para suas caldeiras, os
quais promovem, eficientemente, a remoção do material particulado dos gases de combustão, antes que
estes sejam descarregados na atmosfera;
• Lavadores de gases, que, além do material particulado, eliminam também os óxidos de enxofre,
com alta eficiência.
Estes equipamentos podem ser fornecidos mediante pedido.
Tubulação de saída de vapor
A válvula de saída de vapor está localizada na parte superior da caldeira, devendo a extração de
vapor da caldeira para consumo ser feita unicamente por essa válvula.
A bitola da válvula é suficiente para descarregar toda a produção do gerador de vapor à pressão
normal de trabalho (próxima à PMTA) para a qual foi calculado. Caso o gerador venha a operar em
pressões muito abaixo da que foi prevista em sua construção, poderá ocorrer problema de arraste devido
ao aumento da velocidade da saída do vapor em função do menor peso específico do mesmo a menores
pressões.
A tubulação principal de vapor deve ser feita, em princípio, na mesma bitola da válvula de saída.
A perda de carga e a condensação na linha dependem do comprimento, do diâmetro e do número de
acidentes (curvas, válvulas, etc.) da rede. Por esse motivo, algumas vezes é necessário construir as
linhas de vapor com maior bitola que a saída da caldeira. Uma redução de pressão implica num aumento
de diâmetro da tubulação da rede, uma vez que o volume aumenta.
Um sistema de purga para o condensado deve ser previsto nas partes mais baixas da rede,
evitando-se assim bolsas de água. Este condensado, além de prejudicar a distribuição de vapor, irá
fatalmente às máquinas, dificultando o funcionamento das mesmas e podendo causar grandes avarias. A
linha de vapor deve ser feita com pequeno declive, no sentido do fluxo do vapor.
No caso de caldeiras operando em paralelo, é necessário instalar válvulas de retenção nas
tubulações de saída do vapor de cada gerador. A rede geral de vapor deverá ter bitola suficiente para
equivaler às áreas das saídas dos vários geradores.
É recomendável a utilização de um barrilete (coletor/distribuidor de vapor), que recebe todo o
vapor produzido pelas caldeiras e o distribui aos diversos ramais para consumo. Este facilita
grandemente a operação e manutenção, além de propiciar economia de combustível ao possibilitar o
isolamento de um ramal que não esteja sendo utilizado em determinada ocasião.
Tubulação de alimentação da água
Deve-se ter o devido cuidado, quando da instalação da rede de água, uma vez que esta é
primordial para o bom funcionamento da caldeira. De fato, em caso de irregularidade ou insuficiência
da rede de água, esta acarretará constantes problemas à caldeira, podendo até mesmo causar graves
acidentes.
A rede de água abrange dois sistemas independentes:
UNIDADE DE FUNCIONAMENTO NORMAL:
Sendo o gerador automático, esta unidade será comandada automaticamente pelo nível de água da
caldeira, podendo, caso necessário, ser ligada manualmente. Ela é composta de uma bomba d'água
acionada por motor elétrico.
UNIDADE DE EMERGÊNCIA:
De comando inteiramente manual, esta unidade só entra em funcionamento para substituir a
primeira, em caso de necessidade. É constituída de um injetor a vapor.

Instalação de bomba e injetor

Quando da instalação da caldeira, à ocasião em que for feita a tubulação d'água deve-se tomar as
precauções devidas, conforme segue:

Tubulação de sucção da bomba


• Na sucção da bomba haverá um filtro de água e a tubulação de alimentação de água deverá ser
ligada a este.
• Para o dimensionamento da tubulação, recomenda-se adotar a velocidade de 1,0 m/s ou menor.
Lembre-se de que a vazão nominal da bomba é normalmente uma vez e meia a produção de
vapor da caldeira.
• O tubo que liga a bomba ao tanque de água deverá servir somente para esta função. Em caso de
uma bateria de geradores de vapor, use um tubo independente para cada unidade. Não faça
derivações no tubo para outras funções. A inobservância dessa recomendação poderá trazer
prejuízos à operação da bomba.
• Para melhor controle operacional da caldeira, recomenda-se a instalação de um hidrômetro na
sucção da bomba d'água, após o filtro. No caso de água quente o hidrômetro deverá ter
construção especial para tal. O hidrômetro permitirá o controle com boa precisão do vapor
produzido, rendimento da caldeira, consumo de água, etc. Para sua correta instalação observe as
recomendações do fabricante.
• Além das recomendações acima, veja também tópicos relativos à instalação da bomba d’água,
em capítulo específico mais adiante neste manual.
Tubulação de sucção do injetor
• O injetor do gerador de vapor não trabalha com água quente. É construído para bombear água
fria em situação de emergência.
• Também não faz sucção. O tanque de água deve ser elevado acima do injetor que trabalha sob
carga, devendo a tubulação ser independente da que alimenta a bomba d'água.
• O tubo de sucção deve ser do mesmo diâmetro da conexão do injetor. As roscas e conexões
requerem cuidados na montagem, a fim de que não haja entrada de ar. Caso isso aconteça, o
injetor deixará de funcionar, apresentando vácuos e trepidações na válvula de alívio.
• A peça de conexão, tem em seu interior duas chavetas. Nela deve ser usada apenas uma
ferramenta adequada para ser atarraxada à tubulação. O uso de chave grifo diretamente na peça
provocará a deformação e a conseqüente entrada de ar no injetor, interrompendo o seu
funcionamento normal.
• De resto, toda instrução para instalação de água fria para as bombas, são válidas para o injetor.
Tanque de água/condensado:
A fim de prover a segurança necessária quanto ao suprimento de água para a caldeira, este
deverá ser independente da rede geral da indústria, sendo feito através de um tanque intermediário que
servirá somente a este fim. Mediante pedido, a AALBORG poderá fornecer este tanque e todos os seus
acessórios.
O tanque deve ter capacidade mínima correspondente à produção horária máxima de vapor da
caldeira; por exemplo, se a produção máxima da caldeira for de 3.000 kg/h, o tanque deve ter
capacidade mínima de 3.000 litros. A alimentação do tanque deverá ser, no mínimo, correspondente a
150% da produção máxima da caldeira.
O tanque deverá ser instalado a uma altura mínima de 2 (dois) metros acima da sucção da
bomba, em caso de utilizar-se água fria, de 4 (quatro) metros, em caso de água a 50°C e 6 (seis) metros
para água a 80°C. Observe que a altura especificada é a diferença de cota entre a saída de água do
tanque e a entrada da bomba d'água.
A saída de água do tanque de suprimento deve ser instalada a uma altura de no mínimo 50 mm
do fundo, evitando assim a aspiração de lama depositada no fundo do tanque.
Recomenda-se instalar, no tanque, um indicador de nível d'água e um termômetro, este último no
caso de utilizar-se água quente.
A fim de evitar-se que o nível de água no tanque baixe além de 200 mm acima da saída de água,
recomenda-se a instalação de um alarme sonoro que possa ser ouvido claramente no interior da Casa de
Caldeiras.

Tubulação de descarga sob pressão


Duas redes de drenagem devem ser previstas: uma que trabalhará sob a pressão da caldeira e
outra que estará à pressão atmosférica. Não construa um sistema de drenagem único, pois redundará em
sérios problemas. O sistema fechado tenderá a dar escape pelo sistema aberto, o que além de danificar
toda a pintura e sujar o gerador de vapor, impedirá a rotina diária de manutenção, que obrigatoriamente
deve ser feita, podendo ainda causar sérios acidentes.
A rede sob pressão deve ser construída em tubo de diâmetro 2" ou maior, e levará até o exterior
da Casa de Caldeiras a água sob pressão e alta temperatura, proveniente das descargas de fundo e da
coluna de nível. Esta água não deve ser reaproveitada, pois normalmente possui alta concentração de
sólidos dissolvidos (lama).
A pressão e temperatura elevadas em que se encontra a água drenada poderá destruir um sistema
de esgoto normal. Por isso recomenda-se instalar um tanque de descarga entre a caldeira e o esgoto,
onde a pressão e a temperatura elevadas da água serão reduzidas.
Nota: É importante a ancoragem apropriada da rede sob pressão, para evitar sérios acidentes.
A AALBORG, mediante pedido, fornece tanques de descargas, que previamente abastecido com
água fria ao nível do "ladrão" ao receber a água saturada proveniente da descarga da caldeira,
primeiramente absorve o choque, liberando em seguida o vapor "flash" formado em seu interior e, após
misturar a descarga com a água fria, libera para a rede de esgoto normal igual quantidade de água
recebida, sem pressão e resfriada.
Outra alternativa, quando não se possui o tanque de descarga é a construção de uma caixa de
drenagem conforme indicado abaixo:

Caixa de drenagem
Tubulação de descarga sem pressão
A rede aberta poderá ser constituída de uma tubulação de diâmetro nominal 2" ou mesmo a
própria canaleta. Esta coletará os drenos dos seguintes pontos:
• Coletor de dreno do injetor;
• Coletor de vazamento de água pelas gaxetas da bomba d'água.
Todos os tubos de dreno deverão estar inclinados em direção ao ponto de conexão com a rede de
esgoto, sendo o seu escoamento por gravidade.

Tubulação de descarga das válvulas de segurança


Deverão ser conectadas às válvulas de segurança, tubulações individuais para que a descarga de
vapor seja feita para fora da Casa de Caldeiras. O tubo empregado deve ter diâmetro superior ao bocal
de saída das válvulas. A descarga deve se dar da forma mais direta possível; se houver necessidade de
curvas, estas deverão ser de grande raio de curvatura.
A saída do vapor não deverá ser voltada para local onde seja possível a presença de pessoas,
mesmo que esporádica, nem sobre outro equipamento.
Deve ser prevista uma boa ancoragem para a tubulação de descarga, de modo que, ao descarregar
o vapor, a reação deste saindo para o ambiente, não incida sobre a válvula. Esta ancoragem não deve ser
feita através da parede da Casa de Caldeiras, devendo haver uma folga de aproximadamente 10 mm na
passagem da tubulação pela parede.

Canalização horizontal das válvulas de segurança


Tanto na válvula quanto na tubulação de descarga devem ser instalados drenos perenes, de forma
a evitar o acúmulo de condensado no corpo da válvula e no interior da descarga.

Canalização vertical da válvula de segurança

Água de resfriamento
Para temperaturas da água de alimentação da caldeira acima de 100ºC, ou em casos especiais, a
bomba d'água é dotada de câmara de resfriamento das gaxetas, a qual deve ser ligada água externa de
resfriamento. Deverão ser previstas válvulas de bloqueio nas entradas de água de resfriamento, as quais
deverão permanecer abertas antes e durante o funcionamento da bomba.
O consumo de água à temperatura ambiente varia de 200 a 400 l/h, de acordo com o tamanho da
bomba.
Normalmente é empregado para este fim um sistema de circulação aberto, onde a água de um
depósito elevado circula por gravidade, passando por uma válvula globo para bloqueio e regulagem da
vazão, daí para o ponto a ser resfriado e deste diretamente para o esgoto, com a descarga sendo visível
pelo operador da caldeira.

Interligação do painel de comando com a caldeira


Para a interligação, tenha em mãos o Esquema Elétrico fornecido.
A canaleta que conterá os eletrodutos deverá ter a declividade em direção a um dreno, de forma a
evitar o acúmulo ou mesmo existência de água no interior da mesma. Caso necessário faça uma perfeita
vedação da canaleta ou da passagem dos cabos pelo fundo do painel, de forma que gases ou vapor não
venham a penetrar no painel de comando. Em alternativa, pode-se utilizar eletrocalhas no lugar de
eletrodutos para a instalação elétrica.
Proceda a um reaperto geral de todos os parafusos de fixação dos componentes e das conexões
elétricas.
Para o circuito de alimentação do painel observe o disposto no tópico a seguir e providencie a
instalação da chave geral adequada.
Aterre o painel à mesma malha de terra utilizada para a caldeira, de forma que ambos estejam no
mesmo potencial elétrico.
Ao providenciar a alimentação do painel tenha o cuidado de verificar se a tensão da rede é a
mesma para a qual a caldeira foi construída.

Alimentação de energia elétrica


Dimensionamento do circuito alimentador (método da capacidade de corrente):
• A corrente mínima considerada para especificação do condutor deve ser a resultante da
soma das correntes nominais de todos os equipamentos mais 25% da corrente do maior
motor, não havendo necessidade de considerar-se neste cálculo os equipamentos reservas.
Assim teremos:
I alim ≥ 1,25 x I maior motor + Σ I outras cargas

• Após o cálculo da corrente de alimentação aplicar os fatores de redução, se necessário


(temperatura ambiente e/ou quantidade de cabos por eletrodutos) e entrar na tabela do
fabricante, especificando a bitola do cabo, seu isolamento e construção (compatíveis com o
ambiente);
Node condutores no Fator de
mesmo eletroduto redução

4 , 5 ou 6 0,80

7 , 8 ou 9 0,70
• Fatores de redução do limite de condução de corrente para condutores isolados com
borracha ou termoplástico;

Temperatura Fator de
ambiente redução

40ºC 0,82

45ºC 0,71

50ºC 0,58

• O condutor neutro não é considerado para aplicação do fator de redução devido ao número de
condutores em um mesmo eletroduto;
• Caso necessário, aplicar ambos os fatores de redução;
• Os fatores são aplicados multiplicando-se os mesmos pelos valores constantes para capacidade
de condução nas tabelas dos fabricantes de cabos. O valor daí obtido é então comparado com o
calculado ( Ialim) e verificado a suficiência ou não.
Dimensionamento da chave geral:
• A chave geral é requerida por norma de segurança e normalmente não vai instalada no painel da
caldeira. Esta chave deve ser providenciada pelo cliente à época da instalação e recomendamos
instalá-la em armário independente. A localização deverá ser o mais próximo possível do painel
de comando;
• Seu dimensionamento deverá ser de acordo com as normas vigentes;
• Se utilizar chave faca com porta-fusíveis, atentar na instalação para que a faca não se feche
através de seu próprio peso. Observar também que os fusíveis deverão estar do lado da carga.
Observações importantes:
• Antes de fazer a ligação definitiva, verifique se está correta a rotação dos motores.
• As caldeiras AALBORG são construídas e equipadas para funcionar em 220, 380 ou 440 V e
50 ou 60 Hz, conforme seja especificado no pedido do cliente. Porém, os controles funcionarão
sempre em 220 V. Quando a rede geral é de 380 V ou 440 V, o painel de comando é equipado
com um transformador para a tensão de comando;
• Em casos especiais, a pedido do cliente, a tensão de comando poderá ser de 110 V;
• A variação de tensão permissível é de mais ou menos 10%;
• A variação da freqüência permissível é de mais ou menos 5%;
• A variação conjunta de tensão e freqüência não deve, ultrapassar mais ou menos 10%;
• Para melhor orientação e maiores esclarecimentos no tocante à instalação elétrica poderá ser
consultada a norma brasileira NBR-5410.
Aterramento de caldeira
O aterramento tem por finalidade atender à necessidade de segurança do operador, possibilitando
o escoamento sem perigo das correntes de fuga e de falta à terra. Representa também importante papel
na proteção à corrosão, dando escoamento às correntes estáticas e induzidas por motores. Para cálculo e
dimensionamento do aterramento da caldeira, deverão ser consultados profissionais ou firmas
especializadas.

Limpeza da caldeira após a instalação


As caldeiras, antes de saírem da fábrica, são limpas e vistoriadas rigorosamente, porém na ocasião
de montagem local, por algum descuido, poderão ser esquecidas, no interior da fornalha, da câmara de
fumaça, etc, ferramentas, parafusos, porcas, materiais, etc. Assim sendo, deve-se vistoriá-las para sua
segurança.
Deve ser examinado se não permanecem montados os tampões utilizados na ocasião de despacho
para se proteger os furos contra danos e impurezas.
Devem ser examinadas as portas e tampas da caixa de fumaça e da câmara de reversão, quanto a
vazamentos de ar ou gás; se no duto de ar estão colocadas as juntas nos acoplamentos e se elas estão
devidamente apertadas.

Limpeza da caldeira com soda cáustica


Após o término da instalação do gerador e antes de entrar em operação normal, recomenda-se
tratá-lo com soda cáustica fervida. O objetivo é a eliminação de graxas, óleos e corpos estranhos
presentes no interior do gerador, principalmente, nas superfícies de aquecimento.
Se o gerador permanecer inativo por algum tempo após sua instalação, o tratamento com soda
somente deverá ser feito imediatamente antes de entrar em operação, ou seja, após o período de
inatividade. A forma de executar-se a limpeza interna da caldeira com soda é:
1. Após encher de água até a metade da coluna de nível da caldeira, adicione 0,9 kg de soda
cáustica dissolvida para cada 1.000 litros de água na caldeira. Faça funcionar em baixa
combustão (elevação de temperatura da água inferior à 50ºC em uma hora) até a pressão
do vapor atingir o valor de 196 a 294 kPa (2 a 3 kg/cm2 = 28 a 43 psig). Manter esta
pressão durante 4 horas.
2. No dia seguinte, quando estiver fria, drene por completo e, em seguida encha de água
limpa, para efetuar uma lavagem completa na caldeira.
3. Além da soda cáustica, podem ser utilizados outros compostos alcalinos, tais como fosfato
trissódico, barrilha ou silicato de sódio na concentração de 1 a 5% e procedendo-se como
descrito para a soda cáustica.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1. Após o término da montagem e instalação, não tente dar partida (acendimento) na caldeira,
nem energize o painel da mesma. Notifique a Assistência Técnica da AALBORG e esta
providenciará o envio de um técnico especializado que fará a verificação da instalação e do
estado geral da caldeira, procedendo, após, ao acendimento inicial, regulagens, dando
instruções detalhadas acerca da boa operação da caldeira. O não cumprimento desta
orientação poderá resultar em danos a equipamentos e instrumentos, que não serão
cobertos por nossa garantia.
2. Na ocasião do acendimento, a Assistência Técnica da AALBORG, além das regulagens
normais, efetuará a regulagem das válvulas de segurança, não devendo a caldeira ser
liberada para operação normal antes deste procedimento.
EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS
No presente capítulo, descreveremos as características básicas e recomendações relativas aos
equipamentos e instrumentos fornecidos com as caldeiras LHC. Por tratar-se de um assunto de alta
relevância, reservamos um capítulo à parte para o Controle Automático, onde serão abordados os
equipamentos e instrumentos correlatos.
Exaustor
O exaustor é o equipamento responsável pela retirada dos gases gerados pela combustãopara
fora da caldeira. O exaustor empregado nas caldeiras LHC é do tipo centrífugo.
Após a instalação do exaustor, nivelamento e fixação sobre a respectiva base, e, antes de ser
posto em funcionamento, deve-se verificar os seguintes itens:
1. Se os mancais estão lubrificados;
2. Alinhamento das polias e mancais;
3. Tensão das correias;
4. Existência de corpos estranhos (ferramentas, calços de madeira, etc.) no interior do exaustor
ou em suas partes girantes;
5. Ligações elétricas – regular o relé térmico, conforme a corrente nominal do motor elétrico;
6. Se o sentido de rotação do exaustor está de acordo com a placa indicativa;
7. Se as juntas de expansão a montante e a jusante do exaustor foram instaladas;
8. Se o exaustor não for posto em funcionamento logo após a instalação, é recomendável:
• A substituição da graxa dos mancais para período de parada superior a 4 (quatro) meses;
• A movimentação manual dos rolamentos, uma vez por semana, através do eixo, a fim de
evitar-se a oxidação de contato.
Correias:
Transmissões de correias em "V" duram mais tempo e proporcionam maior rendimento. Muita
despesa e aborrecimento serão evitados se dermos à instalação a atenção e cuidado que ela requer
durante as primeiras 48 horas do seu funcionamento que cobrem o período crítico do ajuste;
Antes de instalar um novo jogo de correias em "V", deve-se inspecionar cuidadosamente o
estado das polias ranhuradas. Ao trocar as correias deve-se usar o mesmo perfil e tamanho das
originais de fábrica e substituir-se todo o jogo e não apenas a correia porventura danificada;
A temperatura do ambiente até 60° C, onde trabalham as correias em "V", não exerce efeito
danoso sobre estas. Porém temperaturas mais elevadas levam as correias a uma considerável
diminuição da sua vida útil;

Sujeiras nas correias como pó excessivo, graxa, óleo ou ingredientes químicos, aumenta o
desgaste por escorregamento, amolecimento da borracha, etc. Vapores de óleo, ácidos, gás ou ar que
contenha abrasivos, podem deteriorar as correias;
As correias em "V" quando deixadas por muito tempo no almoxarifado, perdem parte de sua vida
útil pela deterioração da borracha. As reservas devem ser limitadas ao mínimo indispensável e
guardadas em lugar fresco e escuro, livres da luz intensa e dos raios solares, dependuradas sem
torceduras em cabides ou na parede;
As correias nunca devem ser forçadas sobre as polias por meio de ferramentas ou alavancas;
O jogo de correias deve ser cuidadosamente colocado manualmente nas ranhuras e de tal modo
que todas as correias fiquem bambas para o mesmo lado (veja fig. abaixo).

Do lado de cima, assim:

Correia bamba no lado superior

ou do lado de baixo, assim:

Correia bamba no lado inferior

Não faça assim: uma bamba em cima e outra em baixo.


A tensão deve ser aumentada
gradualmente até a eliminação completa
do deslize. Isto se determina facilmente,
medindo-se as rotações das polias, as
quais deve, ser iguais às calculadas.
Quando a transmissão estiver parada, as
correias devem estar juntas e quando
estiver em movimento, deve-se notar uma
pequena "barriga" no lado bambo.
Uma correia bamba em cima e outra em baixo Em seguida ao ajuste inicial da
tensão, esta deve ser cuidadosamente
aumentada um pouco mais, com o fim de
reduzir a freqüência da inspeção durante as primeiras 48 horas de funcionamento, que formam o
período crítico de ajuste das correias.
As correias estarão bem esticadas quando, ao forçar com o dedo, as mesmas se deslocam
aproximadamente 10 a 15 milímetros. Deve-se inspecionar a tensão das correias uma vez por mês. Se
as correias estiverem muito frouxas, tenderão a patinar e sofrerão desgaste prematuro provocado pelo
calor gerado. A geração de calor afetará os rolamentos e mancais do motor e do ventilador. Se as
correias forem esticadas demasiadamente, também os rolamentos e mancais sofrerão sobrecarga
anormal e conseqüentemente, a vida útil deles será reduzida;
Depois de ter aplicado a tensão necessária para o funcionamento das correias, certifique-se do
seguinte:
1. Paralelismo perfeito entre os eixos das polias:
2. Alinhamento perfeito das ranhuras das polias.

Polias perfeitamente paralelas Falta de paralelismo entre as polias

Polias desalinhadas
Siga estas instruções e obterá um alto rendimento de suas correias.
Mancais:
Os exaustores empregados nas caldeiras LHC são equipados com mancais lubrificados a graxa
e possuem um resfriador montado no próprio eixo, que promove a refrigeração do mancal próximo ao
rotor.
É essencial que a montagem de rolamentos seja feita em condições rigorosas de limpeza e por
pessoal competente para assegurar um desempenho satisfatório e prevenir uma falha prematura. Como
componentes de precisão, os rolamentos devem ser manuseados com cuidado quando da montagem,
sendo importante que o método de montagem correto seja escolhido e que as ferramentas apropriadas
sejam utilizadas. O local de montagem deve ser seco e isento de poeiras, longe de fornos ou outras
máquinas que produzam cavacos e poeiras.
O alinhamento dos mancais é de primordial importância para a vida útil dos rolamentos. Antes
de dar partida no exaustor, deve-se verificar se os mancais estão corretamente alinhados e devidamente
travados.

Alinhamento dos mancais


Deve-se ter em conta que os rolamentos rígidos não são projetados para absorver
desalinhamentos e mesmo os rolamentos autocompensadores são previstos para absorver pequenos
desalinhamentos (até um máximo de 2° a 3° dependendo do projeto do arranjo de rolamentos, do
sistema de vedação e outros fatores).
Importante, também, à vida útil dos rolamentos, são as folgas para dilatação do eixo, entre os
rolamentos e respectivos suportes.
Sempre que for necessária a substituição de um rolamento, deve-se fazê-lo por outro de boa
qualidade, de preferência da mesma marca dos fornecidos originalmente. Nunca se deve usar
rolamentos recondicionados, pois estes geralmente apresentam vida útil inferior à esperada.
Nota: Ao adquirir um rolamento, certifique-se de que o diâmetro do furo seja compatível
com o do eixo, ou seja, se ambos apresentam medida nominal em milímetros ou em polegadas. Um
rolamento com furo de diâmetro 100 mm não ficará corretamente montado em um eixo com diâmetro
de 4” ou vice-versa.
O funcionamento dos mancais deve ser verificado a cada 15 (quinze) dias, atentando-se para
lubrificação, ruídos estranhos, ajustes, etc.
Caso seja necessário a retirada da polia, deve-se utilizar um saca-polia adequado. Na
recolocação, não se deve bater na polia, sob pena de danificá-la. Posicione-a no lugar com o auxílio de
um parafuso a ser atarraxado na rosca existente no centro do eixo e uma arruela, conforme ilustra a
figura abaixo.

Montagem da polia
Limpeza do Rotor:
No período de trabalho de sua caldeira, o exaustor succiona os gases da combustão, arrastando
cinza e outras partículas que tendem a formar uma pasta oleosa baixando gradativamente seu
rendimento. A limpeza do exaustor será feita da seguinte forma:
• Retire a junta de expansão da sucção;
• Retire a tampa do lado da sucção;
• Raspe os detritos acumulados no rotor e na caixa, aplicando escovas, tomando cuidado para
não alterar seu balanceamento;
• Complete com uma lavagem geral com água ou querosene;
• Seque as peças depois de lavadas para que não apanhem poeira logo no primeiro
funcionamento após a limpeza;
• Execute rigoroso balanceamento do rotor, caso este esteja desbalanceado. O funcionamento do
exaustor com rotor desbalanceado acarreta danos aos rolamentos;
• Finalmente monte o conjunto;
• Nessa oportunidade, estique as correias e lubrifique os mancais, caso necessário.
Lubrificação de mancal:
Deverá ser conforme as recomendações constantes no capítulo referente à manutenção da
caldeira, no tópico sobre lubrificação.
Defeitos mecânicos no exaustor
Os defeitos possíveis são bem poucos e remotos, desde que a manutenção seja eficiente.
Os mancais sofrem desgaste com o uso, porém a vida útil dos mesmos é longa. Se faltar
lubrificação, o desgaste será imediato.
Excesso de material particulado aderido ao rotor provoca seu desbalanceamento, com
conseqüentes danos aos mancais.
Temperatura dos gases muito elevada acarreta danos aos rolamentos.
Em tudo o mais, a estrutura é sólida e não acarretará problemas.
Bombas dágua
Para a alimentação de água, as caldeiras AALBORG são equipadas com bombas do tipo turbina,
de simples ou duplo estágio (modelo T) ou centrífugas, multiestágios (modelo S ou de terceiros).
As bombas tipo turbina apresentam características ascendentes, isto é, a carga do motor é maior,
quanto maior for a pressão na descarga, não se devendo, portanto, deixar que a bomba funcione com a
válvula de bloqueio na descarga totalmente fechada, sob pena de danificar o motor elétrico.
Já as bombas centrífugas possuem características descendentes, ou seja, a carga do motor é tanto
maior quanto menor for a pressão na descarga, conseqüentemente maior vazão. Por este motivo, não
deixe que a bomba opere com a válvula de bloqueio na descarga totalmente aberta, pois poderá
danificar o motor elétrico. Para água de alimentação acima de 100oC, as bombas são fornecidas com
câmara de resfriamento.
Tubulação de sucção:
• Dispor o tubo de sucção de modo a evitar a formação de bolsas de ar ou seja, levemente
ascendente para a bomba. Havendo redução da tubulação, usar conexões excêntricas;
• Evitar joelhos, mudanças bruscas de diâmetro e direção, especialmente perto da bomba;
• Não deixar rebarbas internas, especialmente nas juntas flangeadas;
• As válvulas na tubulação de sucção não representam peças de comando ou regulagem e como
tal deverão estar completamente abertas com a bomba em funcionamento. Recomendamos a
utilização de válvulas tipo esfera ou gaveta no tubo de sucção da bomba;
• Deve ser prevista uma válvula, antes do filtro para fechar a tubulação de água no caso de
necessitar desmontar o filtro, a bomba ou a válvula de retenção;
• A bomba d’água não deverá fazer sucção em nenhuma hipótese, devendo ser sempre instalada
com a sucção “afogada”.
Operação
Após completada a instalação e/ou antes do primeiro funcionamento, verificar:
• Se o eixo da bomba gira facilmente, com a mão - Em caso contrário, afaste o motor e com uma
pequena alavanca, encaixada na luva de acoplamento, faça-a rodar livre e depois reinstale o
motor.
• Acoplamento - Com uma régua apoiada nas duas metades da luva, verificar se a distância desta
ao eixo é a mesma em toda a volta. O espaçamento entre as duas metades da luva deve ser
também constante, em uma volta completa.
• Limpeza do filtro - Caso não esteja limpo, retire a tela e lave-a. Não use estopa na limpeza. Se
necessário para completar a limpeza, use ar comprimido ou outro meio que não deixe qualquer
resíduo.
• Escorva - Abrir a saída de ar e girar o eixo até sair água livre de bolhas de ar, fechando-a, em
seguida.
• Sentido de rotação - Na primeira ligação, observar se o sentido de rotação corresponde ao
indicado pela seta.
Abrir totalmente a válvula na sucção da bomba e com esta trabalhando na pressão de operação,
verificar a corrente do motor que não deverá ser maior que a indicada na placa do mesmo.
No caso da bomba tipo turbina, abra totalmente a válvula na descarga.
No caso da bomba centrífuga, para regulagem da corrente do motor, enquanto não atingir a
pressão de trabalho, a válvula na descarga deverá estar quase fechada e ser aberta gradativamente.
Nota: Não se deve deixar a bomba trabalhar sem água. O efeito pode ser desastroso para as
peças móveis da bomba.
Manutenção
Verifique periodicamente:
• Alinhamento da bomba com o motor - A análise mais rápida desta situação pode ser feita,
examinando a luva elástica na junção dos dois eixos. Aproveite para examinar o estado da
junta de borracha do acoplamento.
• Limpeza dos filtros de água - Deve ser feita semanalmente.
• Aperto dos parafusos que prendem o motor e a bomba na base.
Com o tempo, poderão surgir desgastes em peças internas da bomba, que alteram o seu
desempenho. Neste caso, recomenda-se contato com a Assistência Técnica da AALBORG, para a
revisão geral da bomba, dentro dos padrões e recursos da fábrica.
Engaxetamento da Bomba:
Em uma bomba, o acabamento ou o desgaste do eixo são fatores críticos, capazes de afetar a
vida útil das gaxetas. Também, a grande velocidade de rotação da bomba torna mais crítico o
dimensionamento e a instalação adequada das gaxetas. Quando a bomba trabalha, algum lubrificante é
forçado ou expelido para fora. Com a perda de lubrificante, as gaxetas encolhem e afastam-se do eixo,
dando margem aos vazamentos. Geralmente, faz-se cessar o vazamento, apertando a sobreposta.
A falta de lubrificante causa o aquecimento do eixo e das gaxetas. O lubrificante com o qual é
impregnada a gaxeta, começa a migrar pouco a pouco, proporcionando alguma lubrificação e,
novamente, os vedantes encolhem permitindo perda de fluído. Quando então se aplica mais pressão à
sobreposta; este procedimento é repetido até que não reste lubrificante. Neste ponto a gaxeta fica dura,
sem elasticidade, torna-se abrasiva e incapaz de proporcionar uma vedação eficiente. Nestas
condições, perde-se água, danifica-se o eixo, elevando-se os custos de manutenção.
Neste ponto torna-se necessário a troca das gaxetas. Caso a bomba tenha ficado inativa por um
período de seis meses ou mais, a gaxeta também deve ser substituída, pois estará ressequida.
Para substituição das gaxetas, siga as instruções abaixo:
• Soltam-se as porcas da sobreposta. Remove-se a velha gaxeta com auxílio de um gancho. Dirija
este gancho para dentro da caixa de engaxetamento para evitar danos no eixo;
• Limpa-se cuidadosamente a caixa de engaxetamento, a sobreposta e os outros componentes. Se
forem utilizadas gaxetas impregnadas com óleo, graxa e grafite, será necessário o emprego de
um solvente para eliminar todo traço de depósitos;
• Inspeciona-se o eixo e a caixa de engaxetamento, para verificar se existem rachaduras, entalhes
e desgaste;
• Deve-se substituir qualquer peça danificada. Se a gaxeta tirada apresentar indícios de desgaste,
deve-se inspecionar o acabamento do eixo ou seu desgaste;
• Determina-se a espessura da gaxeta, subtraindo-se o diâmetro externo do eixo do diâmetro
interno da caixa de gaxeta e dividindo-se o resultado por 2. Se esta dimensão recair entre dois
tamanhos de espessura padrão de gaxetas, escolhe-se o maior;
• Cortam-se os anéis da gaxeta sobre uma barra de mesma dimensão do eixo. O corte diagonal,
proporcionará uma melhor vedação. Os anéis de gaxeta que ficarem demasiado grandes
deverão ser cortados até que tenham a medida exata, e os demasiado pequenos devem ser
abandonados;
Introduz-se o primeiro anel na caixa de engaxetamento com o corte no ponto superior e aperta-se
cuidadosamente, utilizando-se a própria preme-gaxeta. Instalam-se os demais anéis com cortes
defasados a 90º ou 120º entre si. Deve-se introduzir cada anel, fazendo pressão cuidadosamente, sem
deformá-lo ou torcê-lo;
• Apertam-se as porcas da sobreposta com os dedos e põe-se em marcha a bomba. Espere até
atingir a temperatura e pressão de trabalho. É aconselhável fazer funcionar a bomba por 10
minutos na sua temperatura de trabalho, antes de se fazerem ajustes de qualquer tipo. Se os
vazamentos forem demasiadamente grandes, apertam-se as porcas girando apenas uma volta, e
permite-se que a gaxeta se acomode por pelo menos 10 minutos. Continua-se este
procedimento, até que o vazamento não supere 5 a 10 gotas por minuto. Assim, obter-se-
á uma boa lubrificação com o mínimo de perdas. Ao apertar os parafusos da sobreposta,
verifique que estas não fiquem desalinhadas. Isto, além de provocar a ruptura das mesmas,
solicitará do eixo um esforço adicional, danificando-o. Não aperte a gaxeta para vedar
totalmente.
Nota: O mínimo de ar que penetre pela caixa de gaxetas, prejudica o funcionamento da bomba
d'água.
Lubrificação:
A lubrificação é feita mediante a adição da graxa recomendada, através dos pinos graxeiros.
No capítulo referente à Manutenção de Caldeiras é especificado o tipo de graxa recomendado
pela AALBORG, para lubrificação de todos os equipamentos, onde necessário.
Esteja atento à possível entrada de água proveniente de vazamentos excessivos pela gaxeta da
bomba, na caixa de rolamento, contaminando e inutilizando a graxa.
Defeitos mais comuns:
• Falta completa de vazão:
• Bomba não escorvada;
• Velocidade insuficiente - problemas no motor ou alimentação elétrica;
• Sucção excessiva - Verificar com vacuômetros. A bomba não deve fazer sucção;
• Passagens do rotor entupidas;
• Sentido de rotação errado.
• Vazão ou pressão insuficiente:
• Entrada de ar na sucção ou nas gaxetas;
• Velocidade muito baixa;
• Sucção excessiva;
• Passagens do rotor parcialmente entupidas;
• Pressão na sucção insuficiente, no caso de água quente;
• Cavitação;
• Filtro da sucção obstruído;
• Rotor danificado;
• Vazamentos internos devido à vedação defeituosa;
• Retorno pelo injetor.
• Perda de vazão após partida:
• Sucção com entrada de ar;
• Anel de vedação danificado;
• Sucção excessiva e existência de ar ou gases na água.
• Sobrecarga do motor:
• Eixo com empeno;
• Peças móveis atritando-se;
• Rolamentos gastos ou sem lubrificação;
• Pressão de recalque alta (no caso das bombas tipo turbina);
• Pressão de recalque baixa (no caso das bombas centrífugas);
• Gaxetas muito apertadas.
• Bomba vibrando:
• Falta de alinhamento;
• Falta de rigidez da fixação ao chassi;
• Rotor parcialmente entupido causando desequilíbrio;
• Peças móveis atritando-se;
• Rolamentos gastos;
• Cavitação (sucção demasiada, operando com água quente).
Injetor
Os injetores são equipamentos que utilizam o próprio vapor da caldeira como meio de impulsão
da água. São normalmente fabricados com dimensões padronizadas e definidas pela seção da entrada e
saída de água, variando de diâmetro 1/2" até 2". São utilizados como reserva quando se verifica
deficiência na bomba de alimentação d' água ou falta de energia elétrica.
Recomendações importantes:
• O injetor não funcionará com a pressão do vapor, abaixo de 207 kPa (2,1 kgf/cm2 = 30 psig);
• A água que o injetor succiona deverá ser limpa, não gordurosa e não conter quaisquer resíduos,
preferencialmente deve ser utilizada a água tratada, porém fria (antes de misturá-la ao
condensado);
• A água para alimentação deve estar numa temperatura abaixo de 30 ºC:
• No caso do injetor uma vez ou outra ameaçar falhar, não se deve dar pancadas em seu corpo,
pois isso ocasionaria o deslocamento e descontrole dos cones internos. Aconselha-se, nesse
caso, jogar água fria sobre o mesmo;
• Quando em funcionamento, a válvula instalada entre o injetor e a entrada de água na caldeira
deve estar totalmente aberta;
• Tenha em mente que o injetor é muito sensível a uma eventual entrada de ar e as partículas
(sujeiras) presentes na água, os quais entopem ou modificam a abertura dos cones.
Caso o injetor deixe de funcionar, proceda da seguinte forma:
1. Com a descarga do mesmo livre, faça-o funcionar normalmente. Se a água esguichar a
vários metros de distancia, sem perdas pelo escape, é sinal de que o mesmo está perfeito,
estando o problema na tubulação.
2. Em caso contrario, não saindo nenhuma água, desmonte-o para limpeza, verificando
principalmente o duplo-cone que poderá estar entupido.
Válvulas de Segurança
A válvula de segurança é um dispositivo aliviador de pressão automático atuado pela pressão
estática e caracterizado pela rápida ação, abrindo-se integralmente. Ela deve:
1. Abrir totalmente a uma pressão definida;
2. Permanecer aberta, enquanto não houver a queda de pressão, para a condição de trabalho
do gerador;
3. Fechar instantaneamente e com perfeita vedação, logo após a queda de pressão;
4. Permanecer perfeitamente vedada para pressões inferiores à sua regulagem.
Para assegurar esta performance, elas devem ser submetidas a sistemáticas inspeções, perfeita
manutenção, além de serem corretamente manuseadas.
• O que não se deve fazer:
• Suspender as válvulas pela alavanca de teste;
• Colocar válvulas intermediárias de qualquer tipo entre as válvulas de segurança e a conexão da
caldeira;
• Nunca testar a caldeira hidrostaticamente com as válvulas de segurança instaladas e usando
travas;
• Usar a válvula de segurança para descarga normal do vapor (para abaixar a pressão da caldeira
rapidamente, por exemplo);
• Abrir a válvula, acionando a alavanca, com a pressão da caldeira muito baixa.
Nota: Uma vez por semana, devem ser acionadas as alavancas, disparando as válvulas de
segurança, a toda pressão de trabalho da caldeira, a fim de que não fiquem presas por falta de uso.
Pressão de ajuste (“set point”):
Corresponde à pressão de abertura da válvula de segurança. Segundo a NR-13 do Ministério do
Trabalho, essa pressão não pode ser superior à PMTA (subitem 13.1.4 a). Conseqüentemente a
pressão de operação máxima da caldeira deverá ficar um pouco abaixo da PMTA, caso contrário,
haverá escapamento de vapor pela sede da válvula, causando erosão da mesma, além da perda de
vapor.
Para a pressão de operação máxima da caldeira, recomendamos, adotar o critério do NBIC
(National Board Inspection Code), ou seja, para PMTA acima de 103 kPa (1,05 kg/cm2 = 15 psig) até
2.067 kPa (21,10 kgf/cm2 = 300 psig), aquela pressão deverá estar 10% ou 48 kPa (0,49 kgf/cm2 =
7 psig) abaixo da PMTA.
Suficiência das válvulas de segurança:
Toda caldeira deve possuir válvula(s) de segurança capaz(es) de, em conjunto, descarregar todo
o vapor que ela possa gerar, sem que a maior pressão no seu interior ultrapasse o limite de: 1,06 x
PMTA. Este limite é estipulado pela norma NBR 12.177-1 da ABNT, sendo comprovado
experimentalmente, através do ensaio de acumulação, definido nessa norma.
A válvula de segurança, quando operando corretamente, abrirá na pressão de ajuste; esta
abertura se denuncia por inconfundível e brusco disparo. Com o acúmulo da pressão a valores acima
do de ajuste, a abertura vai aumentando até o máximo e, ao atingir este limite, se apresentará à plena
capacidade e dentro da acumulação especificada. Com o decréscimo da pressão, a abertura vai sendo
reduzida até o fechamento total.
A simplicidade deste equipamento o torna quase imune a defeitos quando operado normalmente.
Por outro lado, a presença de uma falha, pequena que seja, poderá afetar a vida,
a operação e o desempenho da válvula. Deste modo, as providências para os reparos devem ser
imediatas. A seguir, comentaremos algumas falhas possíveis de ocorrer e as formas recomendáveis de
saná-las.
Vazamentos:
Quando ocorre vazamento, à pressão operacional, é importante um pronto reparo. A permanência
desta condição, tende a causar danos em certos componentes, o que viria a comprometer os custos de
manutenção. As causas prováveis de vazamentos, são as seguintes:
Assentamento prejudicado por corpo estranho - Em primeiro lugar, isto não deve ocorrer quando
todo o sistema tenha sido limpo e libertado de qualquer matéria estranha. Partículas sólidas encravadas
no assentamento, impedem a boa vedação. Provocando-se uma descarga pela alavanca de
levantamento, é provável que o material estranho seja expulso e que o vazamento desapareça. Se este
procedimento não conduzir a resultado satisfatório, é possível que as sedes tenham sido danificadas e,
se assim for, requeiram o recondicionamento.
Deformações decorrentes de tensões da tubulação - O vazamento assim provocado, poderá ser
corrigido pelo alívio das tensões geradas, procedendo-se à ancoragem apropriado ou outras
modificações da tubulação.
Pressões de operação e abertura muito próximas - Uma válvula em perfeitas condições de
montagem e ajuste, deverá apresentar vedação total até um valor de pressão 10% abaixo do de ajuste.
Falhas nas remontagens ou ensaios - Antes da montagem, todos os componentes das válvulas
devem ser limpos e os assentos recondicionados de acordo. Na montagem é preciso grande atenção
com todas as peças, principalmente os assentos, para que se obtenham o alinhamento correto e a
perfeita vedação.
Trepidação:
Assim é designado o fenômeno de repetidas aberturas e fechamentos das válvulas, com
freqüência muito alta. São causas determinantes desta falha:
• Válvula com excesso de capacidade;
• Uma restrição na entrada da válvula;
• Linha de descarga mal instalada e subdimensionada.
Para eliminar a primeira causa, basta usar válvula menor. A segunda causa provoca uma espécie
de "emperramento" à abertura da válvula, criando uma pressão de entrada variável que, sendo de
suficiente magnitude, poderá causar danos e, portanto, exigirá correção imediata. As linhas de
descarga podem desenvolver altas contrapressões, em função de subdimensionamento, curvaturas
imperfeitas, estrangulamentos e outras falhas capazes de provocar trepidação.
Manutenção:
Em caso de manutenção ou reparo de válvulas de segurança, recomenda-se contatar a
Assistência Técnica da AALBORG ou elemento devidamente qualificado, tendo em vista a elevada
importância desse equipamento na segurança da caldeira.
Painel de comando
É composto de um armário construído em chapas de aço, com estrutura autoportante onde estão
abrigados os componentes elétricos, de força e comando.
A parte de força é constituída basicamente de chaves contatoras, disjuntores e relés térmicos, que
atuam no chaveamento da corrente de alimentação dos motores fornecidos com a caldeira.
A parte de comando consta basicamente de contatores auxiliares que fazem os intertravamentos
necessários à segurança da caldeira, do regulador de nível d’água - que opera automaticamente a
bomba d’água e a proteção de nível baixo da água no interior da caldeira. Ainda na parte de
comando existem as botoeiras e comutadoras, fixados à porta do painel e identificados por meio de
plaquetas, que transmitem ao operador do equipamento as informações necessárias à operação, bem
como permitem o comando manual de alguns equipamentos.
Para o perfeito entendimento do funcionamento do circuito elétrico que compõe o painel de
comando, é necessário alem do conhecimento específico de eletricidade, estar de posse do esquema
elétrico que é fornecido com a documentação da caldeira e também acompanha o painel, colocado em
seu interior.
O usuário da caldeira não deve permitir que pessoas estranhas ao serviço ou que o
desconheçam, executem reparos ou modificações no painel de comando, sob pena de perda da garantia
e risco à operação segura da unidade.
Recomendações importantes:
Mantenha o armário permanentemente fechado a fim de evitar o acúmulo de poeira, umidade e
detritos em seu interior, que é extremamente prejudicial para as contatoras, e o risco de choque elétrico
ou impacto acidental com os componentes internos, danificando-os;
Anualmente faça uma revisão geral, observando o estado dos contatos das chaves contatoras
(não se deve lixá-los ou trocá-los de posição), testando o funcionamento dos reles térmicos de proteção
e verificando seus pontos de ajuste e procedendo a um reaperto geral das conexões, bornes, etc.
Elementos danificados devem ser imediatamente substituídos;
Em ambientes muito empoeirados, semanalmente faça uma limpeza do interior do painel de
comando com jato de ar comprimido seco, livre de óleo e impurezas. Em locais com menor quantidade
de partículas presentes no ar, esta limpeza poderá ser mensal;
Observe regularmente a existência de aquecimento em cabos, contatoras ou o aquecimento
excessivo de disjuntores e transformadores.
Verifique o contato elétrico entre os diversos elementos e proceda a um reaperto ou reparo
sempre que se fizer necessário. Tenha em mente que os componentes eletrônicos existentes são muito
sensíveis ao calor, devendo ser observada a temperatura máxima de 50ºC no interior do painel, quando
fechado;
Os defeitos mais comuns são: queima de bobinas, mau contato, contatos colados e queima do
alarme sonoro. Observe que o desarme de disjuntores normalmente ocorre por curto-circuito ou
excessiva corrente elétrica, não devendo ser considerada como normal ou falha do disjuntor e, antes de
rearmá-lo, deverá ser feita uma criteriosa análise para verificação da causa do desarme.
Verifique se a tensão de alimentação tem o valor dentre os limites de ± 10% (dez por cento) da
nominal;
Não altere a regulagem dos relés térmicos ou a capacidade dos disjuntores. Estes são
elementos de proteção e deverão estar corretamente ajustados ou dimensionados para sua perfeita
atuação.
Antes de proceder a qualquer reparo ou verificação no interior do painel de comando, desligue
antes a caldeira e abra a chave seccionadora geral que alimenta o mesmo. Lembre-se que ao desligar a
caldeira os seus equipamentos param e o circuito de comando é desenergizado, entretanto o
barramento, os disjuntores e a entrada das chaves contatoras dos motores ainda possuem tensão até que
se desligue a chave geral da caldeira.
Economizadores
O economizador proporciona maior rendimento térmico ao sistema de geração de vapor,
podendo gerar uma economia de até 5% do combustível consumido. Os seguinte itens deverão ser
observados para as caldeiras fornecidas com economizador:
• O sistema de alimentação de água deverá ser contínuo.
• Em geral, os exaustores suportam a perda de carga adicional imposta pelo economizador.
• Para que seja monitorada a performance do economizador, são fornecidos quatro termômetros,
sendo: um na entrada de gases do economizador, um na saída de gases do economizador, um na
entrada do economizador e o último na saída da água do economizador.
• Para conservação e garantia da vida útil do equipamento, deve-se respeitar a qualidade
recomendada para a água de alimentação. A serpentina do economizador é fabricada em aço
carbono, que com um adequado tratamento da água estará protegido pelo filme de
MAGNETITA (Fe3O4) formado no interior dos tubos. A corrosão das partes em contato com a
água é devida, principalmente, a presença de oxigênio dissolvido, e deverá ser dada especial
atenção a este parâmetro.
• A superfície de troca térmica do economizador deve ser limpa a cada parada da caldeira para
limpeza dos tubos de gases.
• Deve haver espaço suficiente em torno da unidade, a fim de permitir livre acesso para inspeção
e manutenção.
• Não deverão ser utilizados outro combustíveis que não os previstos no projeto da
caldeira/economizador, sob pena de redução da performance e/ou vida útil do equipamento.
CONTROLE AUTOMÁTICO
Os objetivos do controle automático são:
• Manter dentro de certo limite a pressão do vapor gerado;
• Garantir a segurança do funcionamento da caldeira.
Para esse fim, as caldeiras AALBORG são dotadas dos seguintes dispositivos:
1. Intertravamentos de segurança;
2. Controle de nível da água.
Ao ser descrito cada tópico, serão apresentados os detalhes pertinentes a cada modo de operação.

Pressostato de pressão máxima


Quando a pressão máxima de trabalho permitida para a caldeira é atingida o alarme
correspondente é acionado. Para realizar esta função é empregado o pressostato de pressão máxima.
De acordo com a pressão ajustada, ao se atingi-la abre-se o contato do pressostato, que
permanecerá aberto até que a pressão caia abaixo do valor ajustado menos o diferencial, também
ajustável.
A regulagem do instrumento feita pelo pessoal técnico não deve ser alterada. Entretanto, caso
seja necessário produzir-se vapor com pressão menor que aquela para a qual o gerador de vapor foi
construído, é possível alterar a regulagem, evidentemente dentro de certos limites.
Ajuste de Pressão
Para ajustar a pressão, gire o parafuso de regulagem de pressão até o valor desejado.
Para a regulagem do diferencial, gire o parafuso de regulagem até o valor desejado.
Cuidado ao regular o pressostato através dos valores de pressão indicados no manômetro
principal da caldeira!
Com o passar do tempo este manômetro vai perdendo a elasticidade e passa a indicar valor de
pressão diferente do real, devendo então ser substituído. Para ajuste do pressostato deve-se utilizar
manômetro calibrado.

Manutenção:
• O sifão e linha do pressostato devem ser limpos periodicamente. Lama e incrustações, entopem
ou dificultam a operação;
• Os defeitos mais comuns são: furar o fole ou defeitos mecânicos que devem ser corrigidos por
pessoa especializada;
• Caso a caldeira venha a desligar com o manômetro indicando pressão acima da máxima para a
que foi construída, verifique o ajuste do pressostato, tubo de ligação obstruído ou manômetro
com erro de indicação;
• Cuidado ao montar o pressostato na caldeira, verificando sempre o enchimento com água do
tubo sifão de forma que o vapor não incida diretamente no fole do pressostato, danificando-o
devido à alta temperatura. Mesmo cuidado deve ser tomado com o manômetro principal.
Sistema de modulação
Quando uma caldeira a lenha opera em baixa carga, a pressão tende a subir e ultrapassar o limite
máximo da pressão de operação, disparando com freqüência o alarme sonoro, bem como as válvulas de
segurança, pois muitas vezes os operadores não conseguem coordenar perfeitamente a alimentação
manual da caldeira com a demanda de vapor. Se porventura conseguem reduzir a alimentação com
habilidade suficiente, provavelmente a caldeira vai operar com um alto excesso de ar, ao menos que o
damper existente entre a caldeira e o exaustor seja manobrado de maneira adequada.
Assim, o controle da produção de vapor é manual, através de maior ou menor quantidade de
lenha, com que a fornalha é alimentada pelo operador e a correta atuação do damper. Esta alimentação
deve ser cuidadosa, de tal forma que a pressão de vapor seja mantida razoavelmente constante e que a
fornalha não seja excessivamente abastecida de lenha.
Havendo queda no consumo de vapor, a pressão no interior da caldeira aumentará, fazendo com
que o pressostato de pressão máxima atue, fazendo soar um alarme sonoro e nesta ocasião o damper do
exaustor deverá ser fechado para que a combustão seja diminuída.
Além de abafar a chama, o damper é utilizado para a partida do exaustor em baixa carga, afim de
evitar sobrecarga no seu motor.
Intertravamentos de segurança
A fim de garantir a operação da caldeira com total segurança, em conjunto com o
programador de combustão, existem na caldeira e no painel de comando diversos dispositivos
que promovem intertravamento entre os componentes do painel e outros elementos. São eles:
• Pressostato de pressão máxima - Quando o consumo de vapor é reduzido, a pressão
tende a subir e, ao atingir um valor ajustado, o pressostato aciona o alarme correspondente.
• Nível baixo de água - Quando o nível de água desce abaixo de um nível
predeterminado, o alarme dispara e sinaliza, indicando que o nível de água está baixo. Nesta
ocasião o exaustor é desligado e o damper deverá ser imediatamente fechado.
Controle de nível de água
O controle do nível da água no interior da caldeira é feito por intermédio de eletrodos de
nível, montados em uma coluna de nível e no próprio corpo da caldeira, interligados ao
controlador eletrônico colocado no interior do painel de comando. Através do contato da água
contida na caldeira com os eletrodos, estes conduzem entre si a corrente elétrica que comanda o
controlador eletrônico, que finalmente fazem o controle do "liga/desliga" da bomba d'água e do
nível mínimo de segurança. Mantenha sempre em observação o nível de água na caldeira.
Nunca deixe que a água desapareça totalmente do vidro indicador de nível.

Coluna de nível
Trata-se de um vaso cilindrico-vertical, montado na lateral da caldeira, com três eletrodos de
nível na parte superior, indicador de nível e válvula de descarga.
A coluna de nível é interligada à caldeira através de tubos que conectam a parte superior da
coluna à câmara de vapor e a inferior à parte que contém a água. No caso de entupimento da
interligação inferior com a caldeira, retire o "plug" localizado no lado oposto da conexão do corpo e
com a caldeira fria, faça limpeza com pedaço de arame para retirar lama e crostas, devendo-se ainda,
desmontar a válvula de dreno da coluna a fim de que pequenos fragmentos não danifiquem a sede da
válvula.
Na coluna de nível, não pode existir vazamento algum, do contrario haverá desequilíbrio no
nível de água da coluna que é um vaso comunicante com a caldeira.
O controle de nível é o sistema responsável em manter a caldeira sempre com a necessária
quantidade de água para o seu funcionamento. A falta de água no interior da caldeira, acarreta
conseqüências drásticas, tais como a inutilização da fornalha, dos tubos e dos espelhos. O acúmulo
de lama na coluna de nível pode isolá-la da caldeira. Nestas condições o controle de nível não
executará mais sua função. A fim de evitar o acúmulo de lama na coluna de nível, descarregue, pelo
menos uma vez ao dia, a água deste conjunto abrindo totalmente a válvula de descarga. Faça-o, de
preferência, com o gerador de vapor funcionando. O número de descargas para manter limpos os
eletrodos, deve ser determinado pelo estado da água na caldeira.
Coluna de nível para caldeiras LHC

Ponha à prova a proteção de nível mínimo. Para isso, proceda da seguinte forma:
Com a caldeira "acesa" abra totalmente a válvula de dreno da coluna;
Observe que, nesse instante, deve acontecer o seguinte: a bomba de água funcionará, o
exaustor será desligado e o alarme soará;
Se isso não acontecer é porque há um defeito. Procure-o e corrija-o;
Se acontecer o indicado no ítem “b", feche a válvula e o gerador de vapor voltará a funcionar
normalmente.

Indicador de nível
O vidro visor deve ser mantido sempre limpo e, para sua limpeza em operação, basta abrir a
válvula de dreno do indicador por alguns segundos, repita a operação quantas vezes for necessário.
De modo geral, recomenda-se descarregar o indicador, ao menos uma vez por dia. O vidro sujo ou
não transparente deve ser substituído por um outro novo de mesmas dimensões. O vidro utilizado é o
tubular de diâmetro 5/8", devendo também à ocasião, ser trocada a gaxeta.
Caso o visor seja danificado com a caldeira pressurizada, aja com calma, protegendo-se do
vapor e água quente e fechando rapidamente as válvulas de bloqueio do indicador de nível. Em
seguida, retire os fragmentos de vidro e substitua a gaxeta, corte o novo vidro na medida correta,
recoloque-o e reaperte as gaxetas cuidadosamente. Não se esqueça de abrir as válvulas de bloqueio
que, se apresentarem vazamentos, devem ter as gaxetas de vedação reapertadas.
Nas caldeiras com PMTA superior a 1.171 kPa (11,95 kgf/cm2 = 170 psig), o indicador de
nível é do tipo pesado com vidro no 5. Para limpeza ou substituição dos vidros, feche as válvulas de
bloqueio do indicador de nível, solte vagarosamente as porcas da da tampa do corpo, (cuidado nesta
operação, pois caso a caldeira esteja pressurizada, haverá pressão no interior da câmara do indicador
de nível), retire as tampas do corpo limpe ou substitua os vidros, substitua as juntas de vedação (duas
entre o corpo e os vidros e duas entre os vidros e as tampas), recoloque as tampas. O aperto das
porcas deverá ser feito com critério, para que não haja empenamento da tampa bem como quebra dos
vidros, na ordem indicada na figura abaixo.

Tampa do corpo do indicador de nível tipo pesado

Eletrodos de nível
Os eletrodos contidos na coluna de nível e o montado no próprio corpo têm um número que
corresponde à sua função e posição na montagem, possuindo também um comprimento pré-
determinado que não deve ser modificado, sem prévia consulta à AALBORG.

Eletrodo de nível

Assim temos:
• O eletrodo no 9, comanda a parada da bomba d'água, quando a água atinge este nível;
• O eletrodo no10, dá partida na bomba d'água, quando o nível desce até este ponto;
• A diferença de comprimento entre estes dois eletrodos (no 9 e 10) é o normal do nível da água
do interior da caldeira;
• O eletrodo no 11, comanda a interrupção da combustão, por falta de água na caldeira, fazendo
soar o alarme;
• No corpo da caldeira, existe mais 1 (um) eletrodo no13, para segurança suplementar, em caso
de falha do contido na coluna de nível.
Limpeza dos eletrodos de nível:
• Examine os eletrodos a cada três meses:
• Antes de retirar os eletrodos de nível para exame e limpeza, descarregue toda a pressão da
caldeira, sem deixar faltar água no vidro indicador de nível;
• Os eletrodos deverão ser lixados com lixa de granulação fina, desfazendo-se a camada isolante
de sujeira e substancia aderida aos mesmos para que ocorra melhor contato elétrico;
• Cuidado ao manusear os eletrodos de nível pois ligações trocadas podem trazer sérios
problemas para a caldeira.
Controle de nível:
O controle de nível que equipa as caldeiras AALBORG é do tipo eletrônico e encontra-se no
interior do painel de comando.
Defeitos em operação:
O sistema de controle de nível das caldeiras AALBORG é de grande confiabilidade, tendo
dupla proteção para o nível mínimo permitido para a operação segura da caldeira. Entretanto, não
havendo a manutenção devida, o sistema fica sujeito a falhas, que poderão trazer sérias conseqüências
para a caldeira.
Em caso de parada da combustão na caldeira, provocada por baixo nível de água, de imediato,
devem-se tomar as medidas necessárias, conforme abaixo:
• Examinar o nível de água no indicador;
Nota: Não se deve abastecer com água a caldeira se não aparecer a água no indicador de nível de
água.
• Examinar o nível de água no tanque de abastecimento;
• Examinar a existência de infiltração de ar e a temperatura na sucção da bomba d’água;
• Examinar o funcionamento e a eficiência do detetor de nível baixo de água.
Não existindo água na coluna de nível, não se precipite em abastecer com água. A primeira providência
é desligar a caldeira, a chave geral de alimentação do painel de comando e examinar o volume de água
existente no momento. Esfrie a caldeira calmamente e faça uma inspeção no interior da mesma.
Os defeitos mais comuns do sistema de nível são:
• Eletrodos sujos, provocando mau contato com a água;
• Fios na coluna ou no corpo danificados;
• Eletrodo dando passagem para a terra devido a danos no isolador de teflon;
• Indicador de nível com as torneiras fechadas ou entupidas, não dando a indicação correta do
nível na caldeira;
• Entupimento por lama da coluna de nível ou suas interligações;
• Alarme sonoro ou sinalizadores queimados;
• Mau contato na chave comutadora "automático/manual" da bomba d’água;
• Relé térmico do motor da bomba d'água desarmado ou disjuntores desarmados;
• Água acumulada no topo da coluna de nível, provocando passagem de corrente entre os
eletrodos;
• Chave contatora da bomba d'água com defeito.
COMBUSTÃO
Para um melhor entendimento do processo de geração de calor, fundamental para a operação
segura e eficiente da caldeira, é necessário que se esteja familiarizado com os principios básicos da
combustão. Para tanto, explanamos a seguir estes princípios, sem nos atermos aos aspectos mais
teóricos ou a maiores detalhes.
Combustão ou queima de um combustível, é uma reação química, denominada oxidação, entre
dois elementos básicos, ou seja, o combustível e o comburente. Esta reação química apresenta aspectos
físicos bem determinados, como: luminosidade, calor e ruído e desprende como produtos finais da
reação os gases e partículas, denominados genericamente gases de combustão.
A combustão espontânea raramente se dá. É necessária uma fonte de energia externa que
provoque o início da reação de combustão. Além disso, para combustíveis líquidos, é preciso também
verificar certas condições propícias à queima do mesmo, devendo este ser pulverizado ou gaseificado,
para que, com a ignição, se dê início à combustão.
Poder calorífico
Dentre as características de um combustível, a de maior importância econômica é a que traduz
a capacidade de liberar a energia nele contida. Esta grandeza é definida como poder calorífico, ou seja,
é a quantidade de calor liberada pela unidade de massa de combustível submetido à combustão
completa, e expresso em kcal/kg para líquidos e sólidos, e em kcal/Nm3 para gases.
O poder calorífico superior (PCS) representa a quantidade total de calor liberado pelo
combustível, incluindo a do vapor d'água proveniente da água contida no próprio combustível e a da
queima do hidrogênio.
O poder calorífico inferior (PCI) refere-se ao PCS, como definido anteriormente, descontada a
parcela de calor correspondente ao vapor d'água formado. O PCI é o que nos interessa, a fim de avaliar
um determinado combustível, pois na utilização em caldeiras o vapor contido nos gases de combustão
é expelido para o ambiente pela chaminé, sem ter sido aproveitada nenhuma parte de seu calor.
No caso de combustíveis sólidos, a umidade influi grandemente no seu poder calorífico, e,
conseqüentemente, na capacidade de produção da caldeira e no consumo de combustível. As caldeiras
LHC estão dimensionadas para teor máximo de umidade de 30% no combustível.
Ar de Combustão
O comburente é uma substância que auxilia e mantém a combustão. Em geral o comburente é o
oxigênio do ar, sendo este uma mistura de oxigênio, nitrogênio e pequenas quantidades de dióxido de
carbono, vapor de água e gases inertes.
COMPOSIÇÃO DO PORCENTAGEM EM PORCENTAGEM EM
AR VOLUME PESO

Oxigênio 21 23

Nitrogênio 79 77

Na reação química da combustão completa, a combinação do oxigênio do ar com o combustível


forma: CO2 , H2O , SO2 1
Na combustão normal, um átomo de carbono combina-se com um átomo de oxigênio para
formar monóxido de carbono, com uma liberação de calor de 2.200 kcal/kg e com dois átomos de
oxigênio para formar dióxido de carbono, com uma liberação de calor de 7.830 kcal/kg:
C + O → CO + 2.200 kcal/kg (monóxido de carbono)
C + O2 → CO2 + 7.830 kcal/kg (dióxido de carbono)
Dois átomos de hidrogênio combinam-se com um átomo de oxigênio para formar água:
H2 + 1/2 O2 → H2O + 28.890 kcal/kg (água)
Um átomo de enxofre combina-se com dois átomos de oxigênio para formar dióxido de enxofre:
S + O2 → SO2 + 2.210 kcal/kg (dióxido de enxofre)
Ocorrem também outras reações intermediárias ou de menor importância ao estudo da
combustão, que não foram mostradas.
Com base nas reações químicas citadas é possível, através das leis da química, calcular a
quantidade de oxigênio necessária à combustão de determinado tipo e quantidade de óleo.
Assim temos, em condições estequiométricas:
Para 1 kg de lenha com PCI de 2.700 kcal/kg, a quantidade de oxigênio necessária para a
combustão é de 0,963 kg, ou seja 4,16 kg de ar;

1
A lenha é, de um modo geral, isenta de enxofre, não produzindo portanto o SO2 na combustão.
Excesso de ar
Tecnicamente é impossível obter-se uma combustão completa apenas com o suprimento do ar
teoricamente necessário - ar estequiométrico. No caso da queima de sólidos, o tipo de combustível,
seu estado físico, a forma de injeção de ar, sua distribuição sobre a grelha, etc. intervêm no processo de
combustão e, na prática, torna-se necessário a injeção de quantidade de ar superior à teórica. De modo
semelhante, no caso de líquidos, a atomização do combustível, seu estado físico, a forma de injeção
do ar, o próprio queimador, etc, são fatores que influem no processo de combustão e também
causam demanda de ar superior à teórica. A relação entre as quantidades de ar real e teórico é
chamada excesso de ar. O valor do excesso de ar varia grandemente em função dos fatores referidos
anteriormente, sendo encontrado na prática, para combustíveis sólidos, valores em torno de 40% e para
óleo combustível, valores na faixa de 10 a 40%.
Esquema da combustão

Este excesso de ar, de um lado tende a reduzir a intensidade da chama e aumentar a quantidade
dos gases de combustão, de outro lado assegura a boa e perfeita combustão, evitando a formação de
CO e as perdas de combustível.
Controle da Combustão
O controle da combustão é extremamente importante pois serve para evitar a perda de calor e,
conseqüentemente, de combustível, elevando a eficiência de queima da caldeira e, portanto,
diminuindo o consumo de combustível.
Para melhorar o rendimento da combustão, precisamos medir os parâmetros que nos dão a
indicação deste rendimento, e de posse destes valores medidos, compará-los com os considerados
ideais e daí, então, proceder aos ajustes necessários.
A análise dos gases de combustão constitui importante meio para o controle da combustão.
Aparelhos específicos - dentre os quais destacamos o Orsat - fornecem a análise volumétrica dos
produtos da combustão, quantificando os teores de CO2, CO e O2. De modo geral, conhecendo-se o
teor de CO2, já é possível avaliar-se a condição de queima, entretanto recomenda-se periodicamente
proceder a uma análise completa. A análise do teor de CO2 é feita, no campo, normalmente, com
aparelhos portáteis como Fyrite, Dwyer ou outros.
As perdas de calor dependem do teor de CO2 presente nos gases de combustão. Quanto mais
alto o teor de CO2 , menores são o excesso de ar e, conseqüentemente, a perda de calor. A grande
quantidade de nitrogênio do ar não participa das reações de combustão. O nitrogênio é um moderador
da temperatura; se ele fosse eliminado, a temperatura de combustão seria mais elevada. O nitrogênio
juntamente com o ar em excesso, além de não contribuírem em nada no processo de combustão,
são aquecidos na fornalha quando da queima do combustível e posteriormente eliminados pela
chaminé com os gases de combustão, ainda quentes e portanto "roubando" calor que não é transferido
a água da caldeira. Daí se conclui que, quanto menor o excesso de ar, menos o ar será aquecido
desnecessariamente, roubando calorias desprendidas pelo combustível, e, em conseqüência, maior será
o rendimento da caldeira. Deve-se, entretanto, ter em mente que uma quantidade insuficiente de ar
também é prejudicial, pois ao não permitir a queima completa do combustível, com o aparecimento de
fuligem na chaminé - que é carbono não queimado - redundará também em perdas, muitas das vezes
maiores do que as provocadas por um pequeno excesso de ar.
A quantidade de fuligem presentes nos gases também é um bom indicador das condições da
combustão. Ela é determinada através da passagem dos gases por um papel filtro e, em seguida,
comparando-se a coloração do filtro com uma escala graduada (índice Bacharach).
Resumindo, temos que as condições de uma boa combustão são:
1. O combustível e o ar devem formar uma mistura homogênea:
2. A temperatura da fornalha deve ser a mais elevada possível para manter a combustão;
3. O ar deve ser em quantidade suficiente em relação ao óleo, para que a reação química da
combustão seja completa.
• A combustão imperfeita produz CO (tóxico);
• A combustão perfeita produz CO2;
• A boa combustão deve ser livre de fuligem e cheiro, gerando um mínimo de CO nos gases de
escape.
Para sua orientação, veja a seguir o gráfico que relaciona o teor de CO2 nos gases de combustão
com o excesso de ar , para diversos combustíveis.
Relação entre o excesso de ar e o CO2

Regulagem da combustão
Em se tratando de operação com lenha, a alimentação do combustível é manual, não se
aplicando, neste caso, a técnica de regulagem da combustão. Há que se confiar na habilidade e
experiência do operador. Este deve dosar a quantidade de lenha, em função da demanda de vapor, a
fim de que não seja colocada lenha em demasia na fornalha, pois isso acarretaria queda no rendimento,
bem como abafamento da chama, com possibilidades de sua extinção. O operador deverá observar o
manômetro principal da caldeira e aumentar ou diminuir a alimentação da lenha, conforme a variação
da pressão do vapor.
Medição de CO2 nos gases de combustão
O teor de CO2 medido à saída dos gases na caldeira também é um indicativo seguro da
qualidade da combustão, mostrando indiretamente o excesso de ar com que a mesma se realiza. É
normal encontrar-se teores de CO2 mais baixos quando em "fogo mínimo" e mais altos quando em
"fogo máximo". Os valores considerados bons, são:
Para a lenha: Entre 10 e 14%
Regulagem da tiragem de gases
Os gases gerados pela combustão são succionados através da caldeira pelo exaustor. Em
funcionamento normal, a pressão no interior da fornalha deverá ser ligeiramente negativa, ou seja, na
faixa de -5 a -10 mmCA.
Pressão positiva no interior da fornalha não é admissível, pois acarretaria em saída de labaredas
pela porta de alimentação, podendo causar danos ao operador da caldeira. A pressão positiva na
fornalha pode ser causada por excesso de combustível, deficiência no sistema de exaustão de gases
(exaustor), damper dos gases parcial ou totalmente fechado ou acúmulo de cinzas nos tubos de gases.
TRATAMENTO DE ÁGUA
Estruturalmente a caldeira resulta de um cálculo cuidadoso e de uma construção aprimorada,
prevista para resistir durante muitos anos de trabalho, desde que sejam seguidas as instruções deste
manual. Contudo, fenômenos não previstos no projeto da mesma podem abreviar sensivelmente a sua
vida útil.
Entre as maiores causas da inutilização de caldeiras, indiscutivelmente, estão a falta de tratamento
de água ou o tratamento inadequado da água da caldeira.
Do ponto de vista da operação da caldeira, a água pode ser considerada como matéria prima para
obtenção do vapor, que é o produto final desejado. Assim deve ser dada a devida importância a esta, para
que o vapor tenha a qualidade mínima desejada.
A água para a caldeira é obtida em diversas fontes, tais como rios, lagos, represas, poços, rede
publica, etc. À água, a não ser a destilada, estão misturadas substancias prejudiciais que são também
introduzidas na caldeira, acarretando-lhe problemas.
Todos conhecemos o ciclo básico da água que evapora, condensa, retorna ao solo como chuva e
infiltra-se ou corre sobre o mesmo. A água é um excelente solvente e como tal, ao percorrer seu ciclo
absorve impurezas diversas.
A água da chuva relativamente contém poucas impurezas, mas à medida que se precipita é sujeita à
agregação de fuligem, gases industriais, oxigênio, materiais solúveis e insolúveis. Ao escoar-se ou
infiltrar-se no solo, poderá, também, dissolver rochas e terras, absorver gases presentes no ar e carregar
sólidos em suspensão e matéria orgânica.
De modo geral, a água presente na superfície apresenta-se saturada de oxigênio e com uma pequena
quantidade de gás carbônico devido ao equilibro com o ar atmosférico, em contraste com as águas
subterrâneas que podem conter considerável quantidade de diversos gases oriundos da decomposição de
matéria orgânica.
Com relação a matérias em suspensão, as águas subterrâneas contêm quantidades mínimas, pois à
medida que se infiltra no subsolo a água é filtrada. As impurezas presentes em águas superficiais refletem
a natureza do solo local e podem variar grandemente.
A água para uso em geradores de vapor requer tratamento adequado, sob pena de vir a ter-se
problemas operacionais ou de manutenção, conforme mostrado na tabela.
IMPUREZAS ÁGUA PROBLEMAS PRIMÁRIOS PROBLEMAS SECUNDÁRIOS

Carbonatos Arraste Alto custo de manutenção


Cloretos Corrosão na caldeira Curta vida útil da caldeira
Ferro Corrosão na tubulação Contaminação dos produtos em con-
Matéria orgânica Incrustação tato com o vapor
Oxigênio e CO2 Sedimentação Desperdício de combustível
Silicatos Entupimentos
Sólidos dissolvidos Explosão ou deformação na caldeira
Sólidos em suspensão Interrupção da produção
Sulfatos Vapor de baixa qualidade
Vazamentos na caldeira

Assim, os três principais objetivos do tratamento de água para caldeiras são:


• Impedir a formação de depósitos e incrustações;
• Controlar e reduzir a ocorrência de corrosão;
• Impedir o arraste de água da caldeira.
Para definir o tratamento a ser empregado, deve-se procurar a assessoria de uma empresa ou
técnico especializado, de comprovada competência, que procederá a análises e estudos para escolha
dos métodos, equipamentos e produtos químicos necessários e fará o acompanhamento periódico, por
meio de análises, procedendo às possíveis correções e ajustes.
Os principais problemas nos geradores de vapor, devido ao tratamento da água são a seguir
explanados.
Incrustação
Trata-se da formação de depósitos duros e aderentes, de natureza alcalina, na forma de cristais,
sobre as superfícies de troca térmica da caldeira, sendo mais graves nas áreas onde ocorrem maiores taxas
de transferência de calor.
A incrustação é geralmente devida a compostos químicos que tem sua solubilidade decrescente com
o aumento da temperatura, normalmente sais de cálcio e de magnésio. O íon cálcio presente na água de
alimentação pode formar, dentro da caldeira, carbonato, sulfato e silicato de cálcio, que se tornarão
incrustações de estrutura cristalina sobre as superfícies metálicas quentes. Outros elementos que podem
causar incrustações, embora de menor importância, são o ferro, cobre, sílica e alumínio.
Óleos e compostos orgânicos também são importantes causas de formação de depósitos no interior
da caldeira, embora possam surgir em qualquer ponto do gerador de vapor, mesmo numa superfície fria.
Também importante e embora não seja exatamente de natureza química, podendo ocorrer até
mesmo em caldeiras com adequado tratamento de água, é a incrustação decorrente da operação
intermitente da caldeira. Assim, quando da parada da mesma, os sólidos em suspensão decantam e
depositam-se na parte superior dos tubos e da fornalha. Quando o gerador de vapor retorna à operação,
estes depósitos são endurecidos por ação do calor.
As incrustações têm características isolantes, sendo esta a causa dos problemas decorrentes da sua
formação sobre as superfícies de aquecimento da caldeira. De fato comparando-se a condutividade térmica
de diversos materiais, temos:

MATERIAL CONDUTIVIDADE TÉRMICA


(kcal/cm2/h.°°C.cm)
Aço carbono 9,795
Fosfato de cálcio 0,790
Silicato 0,019
Refratário 0,221
Tijolo isolante 0,022

A conseqüência primeira do fenômeno é a queda gradativa da transmissão de calor. Pelo aspecto


econômico temos uma redução na eficiência da caldeira. Apenas 0,8 mm de espessura da incrustação já
diminui sensivelmente o rendimento térmico, podendo a perda ser estimada pela formula:

Perda ( % ) ≅ 2 x espessura em mm

Com o passar do tempo, o problema é agravado devido ao aumento da espessura da incrustação e aí


reside o maior problema.
Em funcionamento normal a troca de calor na caldeira sem incrustações se dá de forma que a
temperatura do aço, com que são construídos os tubos e a fornalha, seja cerca de 50 ºC acima da
temperatura da água, ou seja, aproximadamente 240 ºC.
Com o surgimento da incrustação, a temperatura do aço vai gradativamente aumentando, devido ao
efeito isolante, e ao ultrapassar 480 ºC, sua resistência passa a ser prejudicada e daí em diante passa a
existir a possibilidade de deformação plástica no material com danos irreversíveis à caldeira, com
conseqüências imprevisíveis.
Por exemplo, uma fornalha construída com chapa de espessura 16 mm e coberta por uma
incrustação de 3 mm, sofrerá um aumento considerável na sua temperatura de trabalho, comparativamente
com a fornalha sem incrustação, de tal modo que a chapa terá sua resistência reduzida em até 45%,
ficando sujeita a deformação permanente ou rompimento devido à pressão no interior da caldeira. Os
tubos de gases sujeitos ao superaquecimento poderão apresentar vazamentos no espelho, exigindo parada
da caldeira para correção do problema.
O controle de incrustação na caldeira, é feito externamente através do abrandamento da água de
alimentação, que é um processo de redução total ou parcial da dureza devida a sais de cálcio e magnésio,
por meio de resinas sintéticas que tem a capacidade de trocar íon sódio presente em sua composição, com
os íons cálcio e magnésio presentes na água. Internamente à caldeira, o controle da incrustação é feito
com a adição de produtos químicos diversos chamados genericamente de "agentes antiincrustantes".
Numa inspeção do interior da caldeira poderá ser visualizado o problema, porém, em muitos casos,
é tarde para se iniciar o tratamento ou modificá-lo. Ao aparecerem os primeiros sinais de incrustação, é
aconselhável colocar, com controle, desincrustante neutro para caldeiras, que desprendem as crostas,
transformando-as em pó finíssimo, que se precipita no fundo, e que será retirado mediante descargas de
fundo da caldeira. Outra forma de eliminar-se a incrustação já formada no interior do gerador de vapor, é
a fervura com ácido clorídrico ou outro, sempre com o acompanhamento de técnicos especializados e
análises para verificação dos resultados.

Sedimentação
Os sólidos dissolvidos, que não são retirados pelos filtros, associados a compostos em suspensão
presentes na água da caldeira, vão se concentrando devido à vaporização continua da água que é liberada
na forma de vapor, até atingirem o seu limite máximo de concentração na água, a partir do qual
precipitam-se para o fundo da caldeira formando, depósitos de lama.
Ao contrario da incrustação, a lama assim formada é de consistência mais mole e menos aderente,
sendo portanto de fácil remoção através de descargas de fundo.
A formação de lama tambem está associada aos produtos químicos empregados no tratamento, que
formam compostos que ficam em suspensão na água da caldeira, até atingir o ponto de saturação, quando
precipitam para o fundo da caldeira na forma de lama.
A lama, a principio de fácil remoção, e portanto inócua, pode vir a tornar-se problemática na
presença de elementos que são denominados ligantes e forma depósitos de maior consistência,
dificultando, assim, a sua remoção. Os principais ligantes encontrados no interior da caldeira são o óxido
de ferro, o fosfato básico de magnésio, a sílica, os óleos e outros materiais orgânicos, que devem ser
evitados, removidos ou controlados por tratamento adequado.
A lama, caso não seja eficientemente eliminada, e estando sujeita à alta temperatura decorrente do
contato com os tubos e principalmente a fornalha, será "cozida", endurecendo e
tendo também características isolantes, tornando a caldeira sujeita a risco de deformação ou até
explosão, de modo similar às incrustações.
A eliminação da lama depositada no fundo da caldeira, é feita com a caldeira em operação, através
de descargas de fundo periódicas. Para que seja eficaz, a descarga de fundo deve ser feita com uma
frequência adequada, sendo função das características da água de alimentação e do tratamento utilizado,
devendo ser fixada pelo responsável pelo tratamento da água.
Recomendamos como mínimo, que a descarga seja efetuada três vezes ao dia, permanecendo a
válvula aberta por aproximadamente 5 segundos e que seja realizada alternadamente nos diferentes pontos
de descarga do corpo.
Nos períodos de manutenção, devem ser abertos os tampões no corpo da caldeira, examinando o seu
interior e, removido, por meio de jatos de água, com auxilio de ferramentas mecânicas, todo e qualquer
depósito.

Corrosão
Sob pena de ter-se a vida útil da caldeira drasticamente reduzida, torna-se necessário também o
controle da corrosão. De outra forma, ao ocorrer corrosão fora da caldeira, os produtos decorrentes desta
são carregados pela água para dentro da caldeira, trazendo problemas diversos caso não venham a ser
corretamente combatidos.
Uma das principais causas da corrosão na caldeira, é a presença de oxigênio dissolvido na água de
alimentação, pois este faz com que o catodo de qualquer célula de corrosão se despolarize, sustentando
assim o processo de corrosão.
A corrosão devida ao oxigênio é normalmente encontrada na forma localizada, sendo mais
conhecida como "pitting". A concentração de oxigênio deve ser mantida a mais baixa possível na água de
alimentação, podendo este vir a ser removido da água, mecanicamente através do emprego de um
desaerador, e/ou com a adição de produtos químicos conhecidos como "seqüestrantes de oxigênio", que
são adicionados normalmente no desaerador, em complementação à remoção mecânica, ou no tanque de
água da caldeira.
Os produtos químicos empregados com este fim são o sulfito de sódio e a hidrazina, sendo o
primeiro recomendado principalmente quando o vapor da caldeira entra em contato direto com produtos
alimentícios ou farmacêuticos.
Outra forma importante de corrosão que pode ocorrer no interior da caldeira, é a devida ao baixo
pH, ou seja, o ataque ácido. Este se dá de forma generalizada por todas as superfícies internas, sendo
entretanto agravado nas superfícies dos tubos e fornalha devido ao efeito da alta temperatura aí existente.
Assim o pH deve ser cuidadosamente controlado devendo ser mantido sempre acima de 7,0 ou seja,
alcalino.
Quedas bruscas do pH interno da caldeira, são normalmente devidas à contaminação do condensado
retornado por ácidos orgânicos ou minerais. O controle do pH é feito mediante a adição de produtos
químicos alcalinos, normalmente associados a outros empregados, por exemplo, como antiincrustantes.
Outras formas de corrosão são:
A corrosão sob os depósitos ou incrustações, devido à presença de sais de sódio associados à alta
temperatura;
A corrosão cáustica, decorrente de um excesso de hidróxido de sódio que é largamente empregado
no tratamento de água de caldeiras;
A corrosão sob tensão que torna o aço quebradiço devido ao efeito associado da tensão e do
ambiente corrosivo. É comum ocorrer esta forma de corrosão nos espelhos e tubos, próximo a região de
mandrilamento;
Embora não seja uma forma de corrosão, a fragilidade cáustica pode ocorrer principalmente na
região de mandrilamento dos tubos, tendo a forma de trincas no sentido circunferencial e é devida a
concentração de alcalinidade hidróxida na fenda formada pelo mandrilamento;
Associada à existência de oxigênio dissolvido na água, pode também ocorrer a corrosão devida a
correntes elétricas residuais decorrentes dos motores e equipamentos elétricos que compõem a caldeira.
Um bom aterramento da caldeira faz com que estas correntes fluam em direção a terra, eliminando o
problema.

Arraste
A existência de arraste numa caldeira, pode trazer diversos inconvenientes em decorrência da
contaminação do vapor produzida pela água do interior da caldeira, e do seu escoamento em alta
velocidade nos tubos, projetados inicialmente para conduzir o vapor. O vapor contaminado em contato
com o produto final poderá inutilizá-lo. Também o condensado será contaminado e os equipamentos em
contato com este estarão sujeitos a problemas de incrustação, corrosão e erosão. O arraste pode surgir na
caldeira de duas formas distintas, ou seja:
Arraste Mecânico:
Os motivos operacionais causadores do arraste mecânico são os seguintes:
Flutuações de carga: Períodos em que ocorrem aumentos súbitos na demanda de vapor, causando
uma queda na pressão da caldeira e fazendo com que haja a formação de bolhas dentro de toda a massa de
água da caldeira. Esse fenômeno se somará à maior velocidade na saída de vapor, o que propiciará o
arraste de gotículas de água formadas pela ebulição intensa na superfície da água.
• Nível alto de água: Quando uma caldeira é operada com nível de água acima do recomendado
pelo projeto, o espaço para vaporização se torna insuficiente. A região para escape do vapor sendo
reduzida, arrasta, junto com o vapor, gotículas de água oriundas das bolhas formadas no inicio da
vaporização.
O controle do arraste mecânico é feito através de uma operação cuidadosa da caldeira, eliminando-
se as flutuações de carga excessiva e com o controle do nível de água correto.
Arraste Químico:
Quando o vapor é gerado na caldeira, pequenas bolhas de vapor formam-se na superfície dos
tubos e fornalhas e em seguida misturam-se com a água e são transportadas por diferença de peso
especifico para a câmara de vapor. A partir dai soltam-se para a superfície, e sob condições normais, as
bolhas coalescem e se quebram, liberando o vapor.
Se uma excessiva concentração de alguns compostos químicos estiver na superfície, eles oporão
resistência ao fenômeno de coalescência, devido ao efeito que esses constituintes tem sobre o filme
superficial. O resultado disso é que em vez de se quebrarem, as bolhas se formarão uma sobre a outra,
causando uma formação de espuma, a tal ponto que serão arrastadas junto com o vapor. Dentre os
componentes da água da caldeira que podem aumentar o potencial de arraste, podemos citar os seguintes:
• Sólidos totais;
• Alcalinidade total;
• Sólidos suspensos;
• Matéria orgânica.
Quanto aos três primeiros, é fundamental o controle de seus níveis dentro da caldeira, pois a
alcalinidade promove a formação de espuma, dando condições para haver o arraste de gotículas de água,
contendo dissolvidos os sólidos totais e sólidos em suspensão.
A contaminação da água de caldeira por matéria orgânica, poderá dar condições de haver
saponificação dessa matéria oleosa e orgânica pela alcalinidade da água, resultando na formação de
espuma e conseqüentemente arraste.
De certa maneira o arraste químico e arraste mecânico, estão interelacionados, uma vez que a
excessiva concentração dos compostos aumentará a possibilidade de arraste, se ocorrer em qualquer das
condições operacionais mostradas no tópico sobre arraste mecânico.
Os teores de sólidos totais poderão ser controlados pela descarga ou por tratamento externo. A
alcalinidade poderá ser controlada pelas descargas, controle de adição de produtos alcalinos e tratamento
externo. Os sólidos suspensos serão controlados por tratamento externo com filtração, descargas e
controle dos tratamentos à base de precipitação.
Em alguns casos, em decorrência da contaminação do condensado retornado, pode vir a ser
necessário a utilização de produtos químicos de características antiespumante, pois modificações
operacionais ou aumento de descargas não surtirão efeito sobre a formação de espuma devido à água
contaminada.
Ao serem introduzidos dentro da caldeira, esses antiespumantes têm como características se
insolubilizarem e se dirigirem para a superfície, devido ao efeito da temperatura e do nível de eletrólitos.
Na superfície irão atuar sobre as bolhas formadas, alterando sua tensão superficial e dando condições para
que estas se tornem maiores, quebrando-se com mais facilidade e, assim, liberando o vapor.
É importante ressalvar que, ao se procederem análises do vapor gerado na caldeira, deve-se ter em
conta o título do mesmo, que corresponde à relação entre a massa de vapor seco contido no vapor gerado
e a massa total deste. O título do vapor gerado pelas caldeiras AALBORG é da ordem de 0,95 à 0,98
ou seja, de cada quilograma de vapor gerado de 5 à 2% é constituído de água saturada e não vapor, não
sendo estes valores considerados como arraste.
As exigências gerais quanto ao tratamento da água, dependem da pressão de operação da caldeira e
de sua forma construtiva. Quando revemos os últimos 50 anos de condicionamento interno de água de
caldeira, muitas mudanças podem ser observadas, tanto no tipo de equipamento usado para geração de
vapor, quanto no tipo de produtos químicos aplicados para inibir depósitos e corrosão interna. Entre os
avanços nos equipamentos, citamos os seguintes:
• Mais ênfase no sistema de pré-tratamento para remover impurezas da água, antes de ingressar na
caldeira (troca de íons);
• Geração de vapor a maior pressão;
• Menor e mais eficiente equipamento de geração de vapor.
• No campo dos produtos químicos, a indústria mudou do uso de produtos orgânicos naturais para
os fosfatos inorgânicos, para quelantes estequiométricos sintéticos e para os mais avançados e
estáveis produtos orgânicos sintéticos.
As caldeiras modernas estão transferindo calor em áreas muito menores. Padrões mais rigorosos de
água de caldeira são um resultado direto desse aumento na eficiência de geração de vapor, pois um
trabalho mais duro em cima das superfícies de troca de calor, torna imperativo que se mantenham limpos
tanto o lado da água quanto o lado do fogo. As superfícies são menos acessíveis à inspeção e limpeza, o
que confere uma importância maior ao bom tratamento da água e à manutenção.
Após minuciosos estudos e pesquisa, foram delimitados os valores a serem mantidos na água de
alimentação das caldeiras LHC conforme tabela a seguir. Em função de características específicas tanto
da água quanto do regime de operação, estes valores podem vir a ser alterados pelo responsável do
tratamento.

VALORES LIMITES PARA ÁGUA DA CALDEIRA LHC

Parâmetro Unidade Recomendação

pH a 25°C - 8,5 a 9,5

Dureza total ppm CaCO3 <1

Matéria orgânica ppm <1


Água de
alimentação Oxigênio ppm O2 < 0,007
dissolvido

Ferro total ppm ≤ 0,01

Cobre Total ppm ≤ 0,03

pH a 25°C - 10,5 a 11,8

Alcalinidade M ppm CaCO3 200 a 300

Água da Alcalinidade P ppm CaCO3 100 a 150

Caldeira Sólidos totais ppm < 2.500


dissolvidos

Fosfato Livre ppm PO4 -3 20 a 40

Sulfito ppm SO3 -2 20 a 40

Condutividade µS/cm < 4.000

Sílica ppm SiO3 < 120

O controle da manutenção dos valores limites é feito através da análise periódica da água de
alimentação e da caldeira, devendo ser feita diariamente pelo operador ou pessoa responsável através de
kits próprios para análise da água. A fim de facilitar a obtenção das amostras, a AALBORG pode fornecer
mediante solicitação especial do cliente, resfriador de amostra que coleta e resfria a água da caldeira para
que possa ser analisada e, deste modo, definido o tratamento da água da caldeira.
O resfriador de amostras consta de uma serpentina em invólucro cilíndrico, ligada na descarga da
caldeira. Este aparelho permite retirar amostras de água a qualquer pressão da caldeira.
O melhor meio de injeção dos produtos químicos para tratamento da água é o contínuo, através de
bomba dosadora ou outro equipamento auxiliar.
Mediante solicitação especial do cliente, as caldeiras LHC podem vir a ser fornecidas com válvula
para descarga de superfície ou dessalinizadora e ainda válvula para descarga de fundo automática ou
manual.
OPERAÇÃO DA CALDEIRA
Qualificação do operador de caldeira
A caldeira deve ter sua operação confiada a pessoa devidamente qualificada. O operador deve
ter sido treinado e possuir os requisitos necessários que permitam um desempenho seguro e eficiente
da caldeira.
Sob o ponto de vista de segurança, o Ministério do Trabalho, através de sua norma
regulamentadora NR-13, estipula as condições a serem preenchidas pelo operador de caldeira, as quais
transcrevemos a seguir:
13.4.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de operador de
caldeira.
13.4.3.5 Será considerado operador de caldeira aquele que satisfizer o disposto no item A do Anexo I
desta NR.
Anexo I-A (NR-13)
A. Caldeiras
A1 Condições Gerais
A1.1 Para efeito desta NR, será considerado operador de caldeira aquele que satisfizer uma das
seguintes condições:
a) possuir certificado de Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras e comprovação
de estágio prático conforme item A1.5 deste Anexo;
b) possuir certificado de Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras previsto na NR
13 aprovada pela Portaria SSMT n.° 02, de 08 de maio de 1984 ou na Portaria SSST n.º 23, de 27 de
dezembro de 1994.
A1.2 O pré-requisito mínimo para participação como aluno, no Treinamento de Segurança na
Operação de Caldeiras é o atestado de conclusão do ensino fundamental.
A1.3 O Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras deve, obrigatoriamente:
a) ser supervisionado tecnicamente por PH;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no item A2 deste Anexo.
A1.4 Os responsáveis pela promoção do Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras estarão
sujeitos ao impedimento de ministrar novos cursos, bem como a outras sanções legais cabíveis, no
caso de inobservância do disposto no item A1.3 deste Anexo.
A1.5 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático, na operação da própria caldeira que
irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter duração mínima de:
a) caldeiras da categoria A: 80 (oitenta) horas;
b) caldeiras da categoria B: 60 (sessenta) horas;
c) caldeiras da categoria C: 40 (quarenta) horas.
A1.6 O estabelecimento onde for realizado estágio prático supervisionado previsto nesta NR deve
informar, quando requerido pela representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento:
a) período de realização do estágio;
b) entidade, empregador ou profissional responsável pelo Treinamento de Segurança na
Operação de Caldeira ou Unidade de Processo;
c) relação dos participantes do estágio.
A1.7 Deve ser realizada capacitação para reciclagem dos trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com a operação das instalações sempre que nelas ocorrerem modificações significativas
na operação de equipamentos pressurizados ou troca de métodos, processos e organização do trabalho.
A2 Currículo Mínimo para Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras.
1. Noções de grandezas físicas e unidades. Carga horária: 4 (quatro) horas
1.1. Pressão
1.1.1. Pressão atmosférica
1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta
1.1.4. Unidades de pressão
1.2. Calor e temperatura
1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura
1.2.2. Modos de transferência de calor
1.2.3. Calor específico e calor sensível
1.2.4. Transferência de calor a temperatura constante
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaquecido
1.2.6. Tabela de vapor saturado
2. Caldeiras - considerações gerais. Carga horária: 8 (oito) horas
2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações
2.2. Partes de uma caldeira
2.2.1. Caldeiras flamotubulares
2.2.2. Caldeiras aquatubulares
2.2.3. Caldeiras elétricas
2.2.4. Caldeiras a combustíveis sólidos
2.2.5. Caldeiras a combustíveis líquidos
2.2.6. Caldeiras a gás
2.2.7. Queimadores
2.3. Instrumentos e dispositivos de controle de caldeiras
2.3.1. Dispositivo de alimentação
2.3.2. Visor de nível
2.3.3. Sistema de controle de nível
2.3.4. Indicadores de pressão
2.3.5. Dispositivos de segurança
2.3.6. Dispositivos auxiliares
2.3.7. Válvulas e tubulações
2.3.8. Tiragem de fumaça
3. Operação de caldeiras. Carga horária: 12 (doze) horas
3.1. Partida e parada
3.2. Regulagem e controle
3.2.1. de temperatura
3.2.2. de pressão
3.2.3. de fornecimento de energia
3.2.4. do nível de água
3.2.5. de poluentes
3.3. Falhas de operação, causas e providências
3.4. Roteiro de vistoria diária
3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras
3.6. Procedimentos em situações de emergência
4. Tratamento de água e manutenção de caldeiras. Carga horária: 8 (oito) horas
4.1. Impurezas da água e suas consequências
4.2. Tratamento de água
4.3. Manutenção de caldeiras
5. Prevenção contra explosões e outros riscos. Carga horária: 4 (quatro) horas
5.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde
5.2. Riscos de explosão
6. Legislação e normalização. Carga horária: 4 (quatro) horas
6.1. Normas Regulamentadoras
6.2. Norma Regulamentadora 13 - NR-13
Nota: Por ocasião do acendimento inicial da caldeira, a ALFA LAVAL AALBORG, através de
técnico enviado para tal finalidade, fornece informações básicas inerentes à caldeira, de modo
a familiarizar o operador com o novo equipamento, o que, no entanto, não deve ser
considerado como um treinamento na acepção da NR-13.
Deveres do operador de caldeira
A vida útil da caldeira, seu bom funcionamento, performance e segurança, dependem em
grande parte do operador. Abaixo, são enumerados alguns deveres básicos do operador da caldeira:
1. Para sua segurança e a do próprio equipamento, observar as seguintes recomendações:
• não se afastar da área de controle da caldeira sob sua responsabilidade, quando em
funcionamento;
• não ultrapassar a pressão máxima de trabalho admissível;
• observar com freqüência o nível de água, os manômetros, os termômetros e demais
instrumentos, a fim de detectar eventual anormalidade;
• evitar variação brusca de pressão ou de carga na caldeira;
• verificar o funcionamento da coluna de nível, pelo menos 1 (uma) vez por dia;
• verificar o funcionamento da(s) válvula(s) de segurança, pelo menos 1 (uma) vez por semana;
• efetuar as descargas de fundo, conforme orientação do responsável pelo tratamento da água da
caldeira, para controlar a concentração de sólidos e outros produtos indesejáveis;
• ao observar qualquer anormalidade, tomar imediatamente as medidas cabíveis;
• atualizar o “Diário da Caldeira”, onde devem ser anotadas quaisquer anomalias observadas, tais
como paradas de emergência, reparos, reformas, acidentes, substituições de equipamentos,
indicando causas, providências tomadas e outros detalhes de importância.
2. Durante o funcionamento da caldeira, efetuar tarefas básicas de manutenção, observando
principalmente:
• funcionamento correto de válvulas, instrumentos e equipamentos auxiliares, procurando
detectar eventuais ruídos estranhos, vibrações, aquecimento anormal de mancais, etc;
• funcionamento dos controles manuais e automáticos;
• vazamentos diversos de vapor, água e quaisquer outros que não sejam normais;
• aspecto da chama na fornalha, existência de fumaça na chaminé e temperatura da saída dos
gases;
• limpeza das grelhas e do cinzeiro;
• limpeza de filtros;
• limpeza e arrumação da Casa de Caldeira, eliminando materiais em excesso, detritos e
qualquer outro material ou equipamento que não seja estritamente necessário;

3. Cuidar do abastecimento da água, lenha, produtos químicos para tratamento da água, materiais
e peças de reserva:
• verificar se a área de estocagem de lenha e os reservatórios de água estão suficientemente
abastecidos;
• providenciar as amostragens da água para análise e as dosagens periódicas dos produtos
químicos, de acordo com a orientação do responsável pelo tratamento da água.
Primeiro acendimento
Uma vez terminada a montagem e a instalação da caldeira e feitas as verificações, testes
simulados e limpeza geral, conforme exposto no capítulo referente à instalação, a caldeira estará pronta
para entrar em operação. Nesta oportunidade, deverá ser notificada a filial da AALBORG ou o
representante mais próximo, ou, se preferir, diretamente a Assistência Técnica da AALBORG, a qual
providenciará o envio do técnico que realizará o primeiro acendimento da caldeira.
Notas importantes:
1. Somente deverá ser solicitada a presença do técnico após terminada toda a instalação, feitas as
verificações preliminares e providenciados os insumos necessários à operação da caldeira:
combustível, energia elétrica, água tratada, etc.
2. Não dar início à operação da caldeira, sem a presença do técnico, para não prejudicar a garantia
da mesma
Com a presença do técnico da AALBORG, dar-se-á início ao processo de acendimento da
caldeira que basicamente compreende:
Verificação geral:
• Alinhamento das bombas d’água e exaustor;
• Acoplamento das juntas de expansão do exaustor;
• Nivelamento da caldeira;
• Redes de alimentação de água e de vapor;
• Funcionamento das válvulas;
• Limpeza dos filtros;
• Instalação elétrica;
• Tensão de alimentação;
• Sentido de rotação de todos os motores, por meio de partidas instantâneas (não deixar o
acessório rodar em vazio por mais de 10 segundos);
• Movimento do damper dos gases de exaustão;
• Perfeita vedação das partes metálicas da caldeira com a base de concreto.
Enchimento da caldeira com água:
• Abrir a válvula geral de entrada de água e ligar a chave geral de energia elétrica para a caldeira.
A bomba de água será automaticamente ligada, começando a encher a caldeira com água;
• Enquanto a bomba estiver operando, observar cuidadosamente o nível de água no tanque de
abastecimento e, se este se esvaziar, a chave deverá ser desligada, aguardando-se que o mesmo
se encha novamente para, então, tornar a ligar a chave geral.
• A bomba continuará operando, até que a caldeira atinja o nível máximo de água, quando a
válvula de entrada de água deverá ser fechada, para evitar que a alimentação de água prossiga
por gravidade.
• Após o primeiro enchimento da caldeira, é necessário abrir e limpar a válvula de retenção da
bomba, para retirar fragmentos soltos na água, que podem provocar o retorno da água quente
da caldeira, através da bomba, ao tanque de água.
• A alimentação de água com a caldeira fria deve ser feita com a válvula de vapor do injetor
totalmente aberta de maneira a eliminar o ar do interior do costado.
• Neste primeiro enchimento com água, é também observado o funcionamento do sistema de
controle de nível de água.
Teste hidrostático:
Antes do acendimento da caldeira e, ainda com água fria, deverá ser feito um teste hidrostático na
caldeira, a fim de detectar alguma anormalidade proveniente do manuseio da unidade durante o
transporte ou a instalação da mesma;
• Raquetear as válvulas de segurança ou removê-las e fechar os respectivos bocais, na caldeira,
com flanges cegos;
• Desconectar o(s) pressostato(s);
• Fechar a válvula de saída de vapor;
• Abrir as tampas das caixas de fumaça traseira e dianteira;
• Elevar lentamente a pressão da caldeira até 1,5 (uma e meia) vez a PMTA, e efetuar uma rápida
inspeção visual da caldeira;
• Baixar lentamente a pressão até o valor da PMTA , e, mantendo esta pressão durante 30
minutos, examinar cuidadosamente a caldeira, quanto a vazamentos ou eventuais danos;
• Retirar lentamente toda a pressão da caldeira;
• Recolocar as válvulas de segurança em sua posição normal, reconectar pressostatos, abrir a
válvula de vapor e fechar as tampas da caldeira.
• Efetuar o acendimento da caldeira:
• Espalhar sobre a grelha lenha fina misturada com papelão e estopa embebida em óleo diesel;
• Atear fogo ao combustível e aguardar que ele se espalhe;
• Continuar alimentando com lenha fina, até que a chama fique estável;
• Ligar o exaustor, inicialmente com o damper fechado. A partir daí a pressão do vapor irá
aumentando gradativamente;
• Após a pressão do vapor atingir 345 kPa (3,5 kgf/cm2 = 50 psig), abrir o damper dos gases de
exaustão, tomando cuidado para que a corrente nominal do exaustor não seja excedida;
• Continuar alimentando a caldeira com lenha, já com toras maiores, até ser atingida a pressão de
operação. A partir daí, a caldeira estará operando normalmente, devendo o operador alimenta-
la, de acordo com a demanda de vapor necessária.
Nota: Para obter-se melhor rendimento da combustão, recomenda-se utilizar toras com 1 metro
de comprimento e 100 mm de diâmetro. O emprego de toras exageradamente grandes, além de
dificultar o trabalho do operador, prejudicará a queima, baixando o rendimento da caldeira.
1. Regular as válvulas de segurança e o pressostato de limite, conforme o requerido;

2. Testar o injetor;
3. Efetuar os testes de segurança: nível mínimo de segurança, pressão máxima, alarme de falta de
água, etc.;
4. Proceder à orientação dos operadores quanto aos aspectos mais importantes do funcionamento
e da manutenção da caldeira.

Nota: Os operadores devem ser qualificados para operação de caldeiras e, de preferência, estar
previamente familiarizados com a unidade, através da leitura deste manual.
Rotina de partida
Toda vez que for dar início à operação da caldeira, o operador deve cumprir uma rotina,
conforme estabelecido a seguir. Estas providências são necessárias somente nos casos em que a
caldeira, após um certo tempo em funcionamento normal, tenha permanecido parada por um período
prolongado.
Verificar se os seguintes depósitos estão suficientemente abastecidos:
• de água;
• de combustível principal.
Assegurar-se de que as seguintes válvulas estão fechadas:
• de saída de vapor, até atingir a pressão de trabalho
• de descarga da caldeira;
• de descarga da coluna de nível;
• de dreno do indicador de nível;
• de vapor para o injetor geral de entrada de água, até atingir a pressão de cerca de 207 kPa (2,1
kgf/cm2 = 30 psig), após o que deverá permanecer aberta.
Assegurar-se de que as seguintes válvulas estão abertas:
• do visor de nível;
Não deixar também de:
• verificar a lubrificação de todos os equipamentos;
• verificar o nível de água da caldeira;
• examinar e limpar os filtros;
• com a chave geral desligada, verificar os relés térmicos, disjuntores e todo o interior do painel
de comando;
• confirmar o funcionamento do damper de exaustão.
Após completar todas as verificações e, em caso de anormalidades, ter procedido às devidas
correções, abasteça a fornalha com quantidade de lenha suficiente apenas para proceder ao
acendimento.
5. Lembrar-se, ainda, de que:
• No início da geração do vapor a válvula do injetor deve permanecer aberta, a fim de eliminar o
ar porventura existente no interior da caldeira. Ao começar a sair vapor e a pressão a subir,
feche-a.
• Partindo-se a caldeira com água fria em nível normal, observa-se que, passado algum tempo, o
nível de água apresenta-se muito alto, possivelmente cobrindo todo o visor, devido à dilatação
volumétrica da água. Nestas condições, proceda à descarga de fundo até restabelecer o nível
normal.
• Ao atingir a pressão normal de trabalho, a válvula de saída de vapor deve ser aberta muito
lentamente, prevenindo-se golpe de ariete e choque térmico.
Funcionamento normal
Estando a caldeira em operação normal, observe seu funcionamento, a fim de detectar possíveis
anormalidades. Durante a operação, verifique a condição de queima, atentando para os seguintes
pontos:
• Distribuir uniformemente a lenha sobre a grelha, a fim de que seja aproveitada toda a área
disponível;
• Observar a fumaça na chaminé: fumaça preta é sinal de excesso de combustível e fumaça
branca é sinal de excesso de ar, sendo ideal a fumaça ligeiramente cinza;
• Medir o teor de CO2 nos gases de combustão, devendo-se obter valores entre 10 e 14%;
• Sempre que não esteja alimentando a caldeira com lenha, manter a porta de alimentação
fechada;
• Todo o ar de combustão deverá ser suprido pelo cinzeiro.
• Observar a camada de cinza, evitando que ela se acumule no cinzeiro, pois prejudicaria a
circulação de ar sob a grelha;

Sempre que for necessário, proceda à remoção das cinzas, abrindo as portas do cinzeiro e
utilizando uma ferramenta apropriada, de forma semelhante a um ancinho. Não jogue água no
cinzeiro.
Quando do primeiro acendimento, o operador deve observar atentamente toda a operação, de
forma a certificar-se de que todos os sistemas encontram-se em condições normais e operando
adequadamente.
Ao proceder-se o acendimento da caldeira fria – sem pressão ou com água à temperatura
ambiente – é recomendável que o seu aquecimento se dê o mais lentamente possível, assegurando uma
elevação gradual de temperatura para circulação de água na caldeira e uma acomodação das partes que
se dilatam devido à ação do calor desprendido na fornalha. Assim, o primeiro acendimento deve ser
feito com fogo mínimo, até que a pressão na caldeira atinja aproximadamente 345 kPa (3,5 kgf/cm2 =
50 psig).
Mesmo estando a caldeira em funcionamento normal, ela não prescinde da presença do operador,
que deverá, durante o funcionamento, proceder à rotina de manutenção, limpeza, coleta de dados,
pequenos reparos e ajustes e abastecimento de lenha. Desta forma, a caldeira e seus acessórios serão
mantidos em perfeita ordem, prevenindo-se defeitos e falhas que poderão interromper ou impossibilitar
a operação da caldeira.
Operação manual da bomba
Em situações de emergência, a bomba d’água pode ser comandada manualmente pelo operador
da caldeira, através da chave comutadora “auto/manual” existente no painel de comando. Assim, ao
selecionar-se o modo automático, que é o mais usual e o recomendado, a bomba é comandada pelo
sistema de controle de nível de água, ligando e desligando em função do nível de água no interior da
caldeira. De outra forma, ao selecionar-se o modo manual, a bomba d’água é imediatamente ligada,
passando a alimentar a caldeira com água e só cessando ao retornar-se a chave à posição anterior.
A chave seletora “auto/manual” da bomba d’água permite que através do controle de nível de
água manual, feito pelo operador da caldeira, esta continue a funcionar, em caso de defeito no sistema
automático de controle de nível. Deve-se ter em mente que devido à extrema importância dada ao
correto nível da água a ser mantido no interior da caldeira, a operação manual da bomba d’água exigirá
a total atenção do operador da caldeira, que deverá observar continuamente o nível da água, mantendo-
o em torno do meio do indicador.
Embora improvável, em certas situações pode ocorrer que haja defeito apenas na parte de
controle de nível de água e que a parte de segurança esteja operando normalmente. Isto poderá ser
verificado, procedendo-se a uma descarga da coluna de nível com a caldeira pressurizada, o que fará
com que soe o alarme, caso o dispositivo de segurança de nível esteja atuando normalmente.
Funcionamento de emergência com injetor
A caldeira LHC é fornecida normalmente com injetor a vapor para alimentação de água, que, em
caso de defeito na bomba d’água, poderá manter a caldeira em operação. Tendo em vista que os
injetores disponíveis funcionam satisfatoriamente até a pressão de 1.171 kPa (12 kgf/cm2 = 170 psig),
em caldeiras com PMTA superiores, em caso de emergência, deverão ter sua pressão de operação
reduzida àquele valor, para que o injetor possa ser usado com segurança.
Para a operação do injetor, observe as instruções a seguir:
1. Abra a válvula de entrada de água do injetor.
2. Em seguida, abra a válvula do vapor para o injetor, observando que a pressão no interior da
caldeira deve ser maior que 2,1 kgf/cm2 (30 psig).
3. Abra lentamente a válvula do injetor. Dela dependerá a regulagem da vazão de alimentação de
água, a qual deve ser feita com precisão. No funcionamento contínuo da caldeira, com
consumo uniforme, a regulagem poderá ser feita de modo que o nível de água da caldeira fique
estável.
4. No funcionamento com injetor, observe atentamente o nível de água no interior da caldeira, e,
com base neste, vá ajustando a vazão do injetor, de forma que o nível de água situe-se
aproximadamente na metade do indicador.
5. Reestabelecido o funcionamento da bomba d’água, feche as válvulas do vapor e água do injetor
e proceda a operação normal com a bomba em automático.
Descarga de fundo
A caldeira, à medida que produz vapor vai concentrando os sólidos que ingressaram com a água.
A concentração pode ser mantida abaixo do limite máximo, a partir do qual há precipitação que
concorre para incrustação, arraste de partículas sólidas pelo vapor e formação de espuma.
É a descarga da caldeira que mantém a concentração destes sólidos dentro dos limites aceitáveis,
além de arrastar o lodo que se acumula na parte inferior do costado.
Na técnica de tratamento de água, usa-se freqüentemente a expressão “ciclos de concentração”
para definir o número de vezes que os sólidos dissolvidos presentes na água de alimentação estão
concentrados na água da caldeira. Uma vez definidos os ciclos de concentração, estes são regulados
pela quantidade de purgas ou descargas.
A descarga de fundo serve para o controle dos limites de sólidos totais dissolvidos, alcalinidade e
sílica, além da remoção da lama precipitada no fundo da caldeira. Para a eliminação de lama do fundo,
são mais eficientes as descargas freqüentes de curta duração, pois a lama é arrastada em maior
quantidade no momento de abertura da válvula de descarga.
Devido ao perigo que representa o acúmulo exagerado de lama no fundo da caldeira, deve-se dar
especial atenção à finalidade de eliminação de lama pela descarga de fundo.
Caso esta não seja efetuada eficientemente, corre-se o risco de deformação e até mesmo rupturas,
pois chapas e tubos serão superaquecidos, quando em contato com a lama. Deve-se, portanto,
verificar periodicamente, através das aberturas de inspeção, a existência de lama no fundo da caldeira.
Recomenda-se executar, no mínimo, uma descarga por dia, porém a quantidade ideal deve ser
determinada pelo tratamento da água executado na caldeira.
Para a correta descarga de fundo, proceda da seguinte forma:
1. Antes de drenar, certifique-se de que não há pessoas por perto e de que não há anormalidade na
saída da descarga.
2. A fim de evitar uma flutuação na pressão do vapor, deve-se escolher o momento oportuno para
a descarga, não devendo ser feita quando a caldeira estiver em carga máxima.
3. Não descarregue a água da caldeira demasiadamente, até atingir o nível mínimo de água.
4. A quantidade de água a ser descarregada depende da frequência com que é feita a descarga e
dos valores dos sólidos presentes na água de alimentação.
5. Abra rápida e totalmente a válvula de descarga para uma eliminação mais eficiente da lama e
conservação da válvula, pois os detritos arrastados podem danificar sua sede, caso a válvula
opere parcialmente fechada e os detritos venham a depositar-se na sede.
6. Ao terminar a operação de drenagem, certifique-se de que não exista vazamento nas válvulas.
Se encontrar vazamentos ou anormalidades, providencie os reparos devidos.
7. Execute a descarga alternadamente em cada um dos pontos de descarga.
8. As valvulas fornecidas nos coletores inferiores da ante-fornalha destinam-se somente a
drenagem da caldeira quando de manutenções e inspeções. Não devem ser efetuadas descargas
na ante-fornalha com a caldeira em operação e fornalha carregada de material em combustão,
sob o risco de ocorrem superaquecimento nos tubos grelha e/ou parede.
Além da descarga normal de fundo, conforme descrito, algumas caldeiras podem, a pedido do
cliente, ser dotadas de dispositivos especiais, como a seguir:
• Descarga contínua ou de superfície - que possibilita um melhor e mais econômico controle
do nível de sólidos dissolvidos. Pode ser fornecida válvula agulha de regulagem manual ou ainda
válvula dessalinizadora.
• Válvula de descarga rápida manual ou automática, instalada após a válvula de bloqueio
normal. A válvula automática possui um dispositivo para regulagem do tempo entre uma purga e
outra, bem como a duração da purga.
• Tanque de descarga para tratamento da água eliminada pela purga - Devido à alta
pressão e temperatura em que a água se encontra no interior da caldeira, esta não pode ser diretamente
lançada na rede normal de esgoto. O tanque de descarga recebe o impacto decorrente da pressão com
que a água é descarregada, conduz o vapor formado instantaneamente e reduz a temperatura da água
antes de eliminá-la para a rede normal de esgoto.
Parada final de funcionamento
Ao término do expediente ou ao se programar uma parada da caldeira por tempo prolongado,
proceda como indicado a seguir:
1. Execute uma descarga da coluna de nível, abrindo totalmente a respectiva válvula de descarga.
2. Feche lentamente a válvula de saída de vapor;
3. Feche o damper dos gases de exaustão;
4. Faça uma limpeza no cinzeiro;
5. Feche a válvula na sucção da bomba d’água.
6. Uma vez por semana, aproveite a parada final para testar as válvulas de segurança, com a
caldeira ainda na pressão máxima.
7. Para maior segurança, desligue também a chave geral da caldeira.
PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA, SAÚDE E DE
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho pode ser definido como uma ocorrência
não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade,
ocasionando perda de tempo útil e/ ou lesões nos trabalhadores e/ ou danos materiais.
Causas de acidentes
As causas de acidentes podem ser classificadas em duas categorias:
• Atos inseguros ou perigosos
• Condições inseguras ou perigosas
Atos inseguros são os decorrentes da execução de tarefas de forma contrária às normas de
segurança. Ex.: Recusa em utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), utilização de
ferramentas manuais de maneira incorreta, desobediência a sinais ou instruções de segurança, etc.
Condições inseguras são as causas que decorrem diretamente das condições do local ou do
ambiente de trabalho. Ex. Proteção mecânica inadequada, projeto ou construções inseguras,
iluminação e ventilação inadequada, etc.
Os atos inseguros são evitados através de medidas educativas e disciplinares impostas aos
trabalhadores.
Já as condições inseguras podem e devem ser prevenidas pela adoção de normas e técnicas de
segurança nas instalações, equipamentos, ferramental, etc, pela empresa. Assim, no caso de
caldeiras, temos as especificações oficiais da NR-13, do Ministério do Trabalho para a instalação,
além das recomendações do fabricante, que complementam aquela norma, no sentido de minimizar
acidentes.
Riscos para a saúde e o meio ambiente
a) Emissão de gases
Além dos acidentes que obviamente podem afetar a saúde do operador, este está sujeito também
à poluição do ar causada pela caldeira. De fato, a queima de combustíveis gera emissões, tais como:
• Dióxido de carbono (CO2)
• Nitrogênio (N2)
• Oxigênio (O2)
• Água (H2O)
• Monóxido de carbono (CO)
• Óxidos de nitrogênio (NOx = NO + NO2)
• Material particulado
Destas, as três últimas são consideradas poluentes.
Esses poluentes, de um modo geral, atacam as vias respiratórias, olhos, cérebro, coração e
tecidos, corroem e degradam materiais, provocam danos à vegetação, reduzem a visibilidade e
outros.
Naturalmente o operador da caldeira está sujeito a sofrer os efeitos dessas emissões, porém elas
geralmente atingem mais a parte externa da Casa de Caldeira, estendendo-se até a comunidade.
Para eliminar ou restringir esses efeitos, os órgãos de controle ambiental estabelecem limites de
emissões que devem ser rigorosamente obedecidos, sob pena de multas e outras sanções, podendo
chegar até à proibição de funcionamento da empresa infratora.
Uma eficiente manutenção e operação do sistema de combustão da caldeira pode reduzir uma
boa parte dessas emissões, embora não consiga evitar toda a poluição, como por exemplo os óxidos
de enxofre, cuja formação depende muito da composição do combustível. Conforme o meio em que
esteja situada a caldeira, haverá necessidade de mudança do tipo de combustível e/ou instalação de
certos equipamentos a jusante da saída de gases, tais como coletores de pó e lavadores de gases para
retenção dos elementos poluentes que não podem ser evitados através da operação da caldeira.
b) Nível de emissão sonora
Cabe ao proprietário prover aos operadores da caldeira e às regiões vizinhas à Casa de Caldeira
meios para que estes não sejam expostos a níveis de emissão sonora superiores ao permitido, tais
como: proteção acústica da sala dos operadores, fornecimento e incentivo ao uso de EPI adequado,
isolamento acústico da Casa de Caldeiras ou qualquer outro meio de proteção acústica.
MANUTENÇÃO DA CALDEIRA
Seu gerador de vapor AALBORG foi criteriosamente construído. No seu projeto, na sua
fabricação e no seu teste foram obedecidas normas vigentes em âmbito nacional e internacional.
A sua operação será segura e eficiente, desde que, entre outros cuidados, seja seguido um
esquema correto de manutenção. Na elaboração desse esquema, deverão ser seguidas as
recomendações abaixo discriminadas, resultado de muitos anos de pesquisa e experiência.
Rotina de Manutenção
A manutenção do gerador de vapor depende em grande parte do operador, que, durante o
período de funcionamento, deverá cumprir uma rotina diária de manutenção, efetuando contínua
observação e pequenos reparos.
Dessa forma, o gerador estará sob constante cuidado, evitando-se o acúmulo de pequenos
problemas e a permanência de situações prejudiciais, por período demasiadamente prolongado.
Assim sendo, o operador da caldeira deve observar as recomendações a seguir:
1. A Casa de Caldeiras deve ser conservada em perfeita ordem, tanto no interior como no
exterior, removendo-se os apetrechos desnecessários, que impeçam ou dificultem a
passagem, e acomodando-se os acessórios pertinentes, da melhor maneira possível. As
ferramentas e peças sobressalentes devem estar arrumadas e limpas, prontas para serem
usadas. O piso deve ser vistoriado e limpo, sempre que apresentar riscos provenientes de
graxas, óleos e outras substâncias que o tornem escorregadio.
2. Sempre que alguma falha for observada, o seu reparo deve ser providenciado, o mais
rapidamente possível, a fim de que se prolongue e acumule o seu efeito. Não deve ser
anulada a ação de válvulas, dispositivos automáticos, chaves magnéticas, etc., usando tacos,
pregos, palitos e objetos semelhantes, pois, assim procedendo, parte da segurança do
gerador de vapor estará sendo prejudicada.
3. Deverá haver, no mínimo, uma completa revisão semestral, com testes de todos os sistemas
de segurança, corrigindo-os, se necessário. Esse nível de manutenção somente pode ser
executado por elemento devidamente credenciado, de preferência pelo fabricante.
4. O tratamento da água do gerador de vapor deve ser rigorosamente observado (vide capítulo
especial sobre o assunto), procedendo-se às descargas de fundo e da coluna de nível,
conforme o necessário.
5. Sempre que apresentarem vazamento, as válvulas devem ser reengaxetadas, terem suas
sedes retificadas ou , caso nenhuma dessas providências resultem satisfatórias soluções
devem ser inteiramente substituídas. Além disso, devem ser periodicamente acionadas,
para que não fiquem emperradas por falta de uso.
6. Nas válvulas de retenção, deve-se ter o cuidado de verificar o sentido do fluxo, quando
retiradas e reinstaladas Ao serem reinstaladas, recomenda-se cuidado para que não haja
fiapos de estopa ou outros detritos na sede, que possam impedir seu
7. bom funcionamento. As válvulas que apresentem vazamentos internos deverão ser limpas
ou retificadas nas sedes ou, conforme o caso, substituída
8. Uma vez por semana, as válvulas de segurança devem ser manualmente disparadas, na
pressão máxima de trabalho, acionando-se as respectivas alavancas algumas vezes, para
que a sede e contra-sede das mesmas não fiquem presas, devido à falta de uso. Se as
válvulas apresentarem vazamento de vapor, quando fechadas, as sedes deverão ser limpas
ou retificadas, dentro da maior brevidade possível, a fim de evitar que o vapor destrua as
sedes, por erosão.
9. Tensão muito elevada ou muito baixa, na rede de energia, é extremamente prejudicial aos
equipamentos elétricos do gerador de vapor. O capítulo referente à instalação indica os
limites dessa variação.
10. Sempre que o gerador iniciar o funcionamento, deve ser observado o primeiro ciclo de
partida, a fim de constatar se existe alguma irregularidade. Durante a operação do gerador,
deve ser observada a presença de fumaça e se a temperatura dos gases na chaminé está
demasiadamente elevada. Deve ser também observada a instrumentação, lembrando-se que
ela fornece os índices do funcionamento e do rendimento da caldeira.
11. Enquanto a caldeira estiver quente, nunca descarregue totalmente a água, nem adicione
rapidamente água fria em grande quantidade.
12. Dentro desta rotina de manutenção, deve-se observar também as recomendações específicas
para cada equipamento ou sistema.
Nota: A AALBORG mantém, em todo o território nacional, uma rede de assistência técnica, através
de suas filiais e representantes, preparada para atender a todo e qualquer problema que não possa ser
solucionado pelo usuário.
Implicações na legislação vigente
Ao executar a manutenção ou reparo de sua caldeira, não deixe de observar as determinações de
segurança constantes na NR-13 do Ministério do Trabalho sobre o assunto, as quais transcreveremos a
seguir:
“13.4 Segurança na Manutenção de Caldeiras
13.4.1 Todos os reparos ou alterações em caldeiras devem respeitar o respectivo código do
projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se refere a:
a. materiais;
b. procedimentos de execução;
c. procedimentos de controle de qualidade;
d. qualificação e certificação de pessoal.
13.4.1.1 Quando não for conhecido o código do projeto de construção, deve ser respeitada a
concepção original da caldeira, com procedimento de controle do maior rigor prescrito nos códigos
pertinentes.
13.4.1.2 Nas caldeiras de categorias “A” e “B”, a critério do “Profissional Habilitado”, citado
no subitem 13.1.2, podem ser utilizadas tecnologias de cálculo ou procedimentos mais avançados, em
substituição aos previstos pelos códigos de projeto.
“Projetos de Alteração ou Reparo” devem ser concebidos previamente nas seguintes situações:
a. sempre que as condições de projeto forem modificadas;
b. sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.
O “Projeto de Alteração ou Reparo” deve:
a. ser concebido ou aprovado por “Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2;
b. determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade e qualificação
de pessoal.
13.4.4 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes que operem
sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características definidas pelo “Profissional
Habilitado”, citado no subitem 13.1.2.
13.4.5 Os sistemas de controle e segurança da caldeira devem ser submetidos a manutenção
preventiva ou preditiva.”
Proteção da caldeira parada
Se a caldeira, por algum motivo, tiver que permanecer parada , durante um certo período, é
necessário providenciar proteção adequada, para evitar a corrosão, principalmente no interior da
caldeira, no lado da água.
Há dois métodos para a proteção da caldeira parada, que são escolhidos, em função do tempo
previsto para a parada ou a necessidade de a caldeira ser mantida em disponibilidade para entrar em
funcionamento imediato, se necessário:
Quando a inatividade é prevista para menos de dois meses:
Se o período de parada é relativamente curto, o método mais indicado é manter a caldeira cheia
de água, visando-se a facilidade e rapidez em reiniciar a operação. O enchimento da caldeira deve ser
feito com a própria água de alimentação, quente se possível, logo após a parada e antes que a pressão
caia a zero.
Deve-se, ainda, adicionar uma solução contendo 450 g de soda cáustica e 100 g de sulfato de
sódio para cada 1.000 litros de água contida na caldeira, mantendo-se o pH mínimo de 11,0 e um teor
mínimo de 100 ppm de SO3-2 para efeito seqüestrante de oxigênio.
Periodicamente, devem ser verificados os níveis de pH e sulfito presente na água e assegurar-se
de que a caldeira permaneça totalmente cheia de água.
No caso de inatividade por longo tempo:
Caso o período de parada seja maior que dois meses, é recomendável manter a caldeira a seco.
Após a parada, o gerador de vapor deve ser completamente drenado, rigorosamente limpo em
ambos os lados - de fogo e da água - e todas as superfícies deverão ser secas.
A eliminação total da umidade é o principal objetivo, pois, enquanto o gerador de vapor estiver
seco, não ocorrerá nenhuma corrosão significativa.
Para a secagem do interior do gerador, poderão ser utilizadas lâmpadas do tipo incandescente
para aquecimento, resistências elétricas ou sopradores de ar quente.
As linhas de água, dreno e vapor, devem ser hermeticamente fechadas, se possível tamponadas
com flanges cegos.
Para eliminar a umidade e manter seco o interior da caldeira, coloca-se silica-gel, que é um
agente higroscópico de fácil manejo, na proporção de 1 kg/m3, em recipientes com formato de prato,
distribuindo-os em diversos locais.
Como a umidade é mais intensa durante mais ou menos um mês após o início do processo de
conservação, haverá necessidade de substituir-se a silica-gel, a cada uma ou duas semanas. Após essa
fase, deverá ser feita uma inspeção interna a cada mês e trocá-la, se necessário.
O estado da silica-gel pode ser facilmente identificado, visto que sua cor muda ao absorver a
umidade. A silica-gel saturada é facilmente recuperada, aquecendo-se a mesma por um período entre
2 a 4 horas, à temperatura de 180°C.
Para uma proteção mais rigorosa, deve-se manter juntamente com a silica-gel, no interior da
caldeira, lâmpadas continuamente acesas, dispostas uniformemente, ao longo de todo o comprimento.
Este método deve também ser aplicado à fornalha, no caso de inatividade da caldeira cheia de água.
Procedimentos para resfriar a caldeira
Na véspera da abertura para limpeza, reparo interno ou simplesmente inspeção, a caldeira deverá
ser desligada e a pressão baixada a zero, esgotando-se todo o vapor do interior da mesma.
A água fria é introduzida na caldeira, por gravidade ou bombeamento, ao mesmo tempo em que
a água quente é descarregada, abrindo-se a válvula de dreno, sem deixar, entretanto, que o nível da
água no interior da caldeira desapareça do indicador.
A operação de resfriamento deverá ser feita lentamente. O resfriamento muito rápido provoca
alterações bruscas na temperatura do costado, podendo ocasionar vazamentos, trincas e deformações
na caldeira, além de danificar o refratário. Para drenar a água, após a caldeira ser adequadamente
resfriada, deve-se abrir alguma válvula ou conexão na parte superior da caldeira, facilitando-se o
escoamento.
Após o resfriamento da caldeira, caso necessário, pode-se abrir as tampas dianteiras e traseiras
da unidade.
Reparo ou reforma de refratários
Todo o refratário presente na caldeira deve ser examinado, a cada seis meses, quando da
revisão geral, procedendo-se ao reparo, reforma ou substituição do mesmo, caso necessário. Na
substituição de refratários, deve ser utilizado sempre material de boa qualidade, compatível com a
aplicação.
Como critério geral, deve ser verificada a existência de trincas e erosão no refratário. Trincas
limpas, com espessura de até 3 mm, são aceitáveis. Elas permitem o alívio de tensões quando o
refratário se dilata. Trincas maiores devem ser preenchidas e peças quebradas ou soltas devem ser
substituídas.
Limpeza das passagens de fogo e gases de combustão
As condições de limpeza das superfícies de troca de calor da caldeira são de importância
primordial para a sua eficiência térmica. As cinzas depositadas nas paredes internas dos tubos, tal
como os depósitos e incrustações no lado da água, comportam-se como isolantes térmicos, em
detrimento da troca de calor da chama e dos gases de combustão com a água da caldeira. Por isso, é
necessária, uma limpeza periódica no interior da unidade, para restabelecer a capacidade de
transferência de calor, e, conseqüentemente, a eficiência térmica.
O período recomendado entre limpezas é função do tipo de combustível, regime de operação e,
até mesmo o modo de operar a caldeira.
Para determinar o período satisfatório entre limpezas, o mais recomendável é através de
inspeções periódicas. Após os primeiros três meses de funcionamento, deve ser feita uma inspeção,
para observar o estado das superfícies de troca de calor da caldeira, aumentando ou diminuindo o
tempo, conforme as condições de depósitos encontradas.
A temperatura de saída dos gases de combustão da caldeira constitui um excelente indicador da
necessidade de limpeza dos tubos. Se ela ultrapassar os valores normalmente observados,
provavelmente os tubos estão sujos, requerendo limpeza.
Por ocasião da abertura da caldeira para limpeza dos tubos, deve-se também aproveitar para a
limpeza da fornalha, espelhos e das câmaras de reversão de gases, que geralmente apresentam
depósitos de fuligem, cinzas.
Procedimento para limpeza dos tubos:
• Com a caldeira fria, abra as portas da caixa de fumaça.
• Antes de proceder à limpeza, examine os espelhos para verificar se existem indícios de
vazamento na conexão dos tubos;
• Muna-se de uma escova apropriada presa a uma vara ligeiramente maior que o comprimento
dos tubos e passe-a várias vezes pelo interior de cada tubo, a começar pelos superiores,
descendo gradativamente, até remover a fuligem em todos os tubos;
• Limpe também a fuligem aderida nos espelhos e paredes da caixa de fumaça;
• Se houver ar comprimido, dê um jato de ar no interior de cada tubo, para melhorar a limpeza.
Procedimento para limpeza da fornalha:
• Após certificar-se de que a caldeira está fria, entre pela porta de alimentação e remova o resto
de lenha da grelha;
• Escove toda a superfície da fornalha, até remover toda a fuligem nela depositada, retirando os
resíduos pelo cinzeiro;
• Aproveite a ocasião para fazer uma vistoria nos tubos e aletas que compõem a fornalha.
Encontrando alguma anormalidade, comunique-se imediatamente com a AALBORG, para que
sejam levantadas as causas do problema, bem como proceder aos reparos necessários. Como a
fornalha parede d’água está sujeita à pressão e temperatura, qualquer reparo feito por pessoa ou
procedimento não qualificados, poderá acarretar sérios danos ao equipamento;
• Aproveite, também, para fazer uma limpeza completa do cinzeiro.
Após terminada a limpeza de todas as superfícies de troca de calor e examinadas
cuidadosamente, quanto a eventuais anomalias (deformações, trincas, etc), proceda a um teste
hidrostático, caso esteja programado ou, obrigatoriamente, caso tenham sido constatados indícios de
vazamento, antes da limpeza do feixe tubular.
Limpeza da caldeira no lado da água
Com o uso da caldeira, tendem a formar-se depósitos e incrustações em seu interior, no lado da
água, os quais podem provocar corrosão e superaquecimento nas superfícies de aquecimento,
reduzindo sensivelmente a eficiência de troca térmica e a vida útil do equipamento. É esse o motivo da
limpeza periódica requerida nesse local, que deverá, após, ser cuidadosamente inspecionado, a fim de
verificar a necessidade de providências adicionais.
A conservação da limpeza na caldeira depende do regime de trabalho, do tipo de água de
alimentação, da prática de reaproveitamento de condensado e da qualidade do próprio tratamento. Por
isso, não é possível fixar um período muito rigoroso entre limpezas. De um modo geral, recomenda-se
que esse período não ultrapasse seis meses; entretanto, a indicação mais correta poderá resultar de um
acompanhamento criterioso em conjunto com o profissional ou empresa assessora do tratamento da
água, por ocasião das primeiras limpezas.
Como proceder à limpeza:
• Após o resfriamento da caldeira, descarregue toda a água;
• Remova os tampões de limpeza e a tampa da boca de visita;
• Efetue uma inspeção interna, antes da limpeza, a fim de avaliar as condições gerais de
depósitos, incrustação e corrosão nos tubos e, se possível, na fornalha e nos espelhos;
• Com o auxílio de uma mangueira de água sob pressão, procure eliminar o material que está
sedimentado sobre a fornalha e os tubos e, em seguida, remova o material depositado no fundo
do costado, com uma escova na ponta de uma vara ou haste flexível;
• Após a limpeza, inspecione novamente o interior da caldeira, no sentido de avaliar a
necessidade de providências adicionais;
Nota: Ambas as inspeções (antes e depois da limpeza) devem ser acompanhadas pelo assessor de
tratamento da água.
• As observações resultantes das inspeções devem ser cuidadosamente registradas, de modo a
servir de orientação na próxima limpeza ou, eventualmente, base para uma ação mais enérgica,
tal como revisão do plano de tratamento da água, limpeza mecânica complementar, limpeza
química, etc.
• Se for verificada a necessidade de limpeza com o auxílio de ferramentas manuais para remoção
das incrustações mais aderentes, podem ser usados raspador, martelo e escova de aço, porém
com cautela para evitar danos à caldeira.
Nota: O modo mais eficiente de limpeza mecânica é executá-la com o interior ainda úmido. Se a
incrustação ou depósito for deixada secar, a remoção será dificultada.
• Em especial, nas caldeiras LHC, os distribuidores de água devem ser submetidos a uma
rigorosa inspeção, removendo-se quaisquer depósitos que eventualmente venha a formar-se em
seu interior.
• Finalmente, se a remoção mecânica não for bem sucedida, poderá haver necessidade de
limpeza química, executada sob a orientação do assessor de tratamento da água.
• Terminada a limpeza, tenha o cuidado de desmontar e limpar as sedes das válvulas de descarga.

Limpeza quimica da caldeira


Geralmente, na limpeza mecânica, não se consegue eliminar a crosta na sua totalidade.
Dependendo das condições da incrustação, pode ser indicada uma limpeza química nas caldeiras, a
qual consegue atingir as regiões inaccessíveis ao processo mecânico.
Os produtos utilizados na limpeza química dependem do tipo de incrustação ou depósito a
remover. Entre estes produtos, incluem-se diversos tipos de álcalis, ácidos inorgânicos e orgânicos,
inibidores de fase ácida, passivadores, agentes seqüestrantes, agentes tenso-ativos ou umectantes e
solventes orgânicos.
A limpeza ácida, geralmente feita pelo ácido clorídrico, sulfúrico e sulfâmico, apresentam boa
eficiência na remoção de certas incrustações de dureza e óxidos metálicos oriundos da corrosão,
porém eficiência limitada na remoção de silicatos, incrustações de sulfato de cálcio anidro e sulfetos de
cobre. Estes são mais bem removidos por aplicações alternadas de ácidos e de álcalis, combinadas
com processo de limpeza manual.
A principal desvantagem da limpeza ácida é a possibilidade de corrosão do metal. Além de
remover os depósitos superficiais solúveis em ácido, atacam também porções subjacentes de
superfície metálica. Mesmo sendo inibidos os ácidos, para minimizar o ataque, existem ainda perdas
de metal apreciáveis.
Pelo acima exposto, pode-se concluir que:
• A limpeza química não é muito simples, devendo ser conduzida por profissional ou empresa
especializada, caso contrário poderá causar problemas sérios e, até mesmo, fatais no
equipamento;
• Ainda que o processo seja realizado com eficiência, é recomendável, após o tratamento, um
controle rigoroso de espessura nas partes de pressão da caldeira, para constatar se deverá ser
abaixada a PMTA do gerador.
Limpeza dos filtros
Pelo menos uma vez por semana, devem ser retiradas e limpas as telas de todos os filtros. Nos
filtros simples (vertical ou angular), deve-se em primeiro lugar bloquear a rede que contém o mesmo e
baixar a pressão até zero, para então proceder à abertura e retirada da tela.

Para a limpeza do filtro da bomba d’água, retire o cesto e lave-o com água sob pressão, no
sentido inverso ao do fluxo normal, ou seja, de fora para dentro. Remova os detritos encontrados
dentro do cesto e evite utilizar ferramentas ou escovas para limpeza dos filtros.
Lubrificação
Uma etapa muito importante da manutenção da caldeira é a lubrificação de seus equipamentos
auxiliares. Periodicamente, devem ser examinados e relubrificados, se necessário, os mancais da
bomba d’água, ventilador, motores elétricos, etc.
A maioria dos mancais empregados são do tipo de rolamentos. Estes devem ser lubrificados,
para evitar o contato metálico entre os corpos rolantes, pistas e gaiolas e também para protegê-los
contra corrosão e desgaste.
A temperatura de trabalho mais favorável para um rolamento é obtida quando é usada a
quantidade mínima de lubrificante necessária para garantir boa lubrificação. As propriedades
lubrificantes deterioram-se, em virtude do envelhecimento e trabalho mecânico. Além disso, todos os
lubrificantes sofrem contaminação em serviço, razão pela qual devem ser trocados, de tempos em
tempos.
Os rolamentos dos equipamentos das caldeiras LHC são lubrificados com graxa e, como todos os
outros importantes elementos de máquinas, eles devem ser limpos e examinados com frequência. Os
intervalos entre tais operações dependem inteiramente das condições de trabalho.
As graxas lubrificantes são óleos minerais ou fluidos sintéticos engrossados. Os agentes
engrossantes mais usados são os sabões metálicos. A consistência da graxa depende principalmente do
tipo e da quantidade do agente engrossante usado. A consistência é geralmente medida na escala do
National Lubricating Grease Institute (NLGI).
Para a lubrificação dos equipamentos da caldeira, com graxa, a AALBORG adota a graxa à
base de lítio, tipo múltiplas aplicações, com aditivos de extrema pressão, grau NLGI-2, de forma a que,
com apenas um tipo de graxa - a ser mantido em estoque - se cubram todos os requisitos das diversas
aplicações.
As graxas à base de lítio são adequadas geralmente para temperaturas entre -30 e +110°C. São
praticamente insolúveis em água e não podem, por si mesmas, apresentar uma boa proteção contra a
corrosão. Devem, portanto, ser sempre aditivadas com inibidores.
As propriedades anticorrosivas das graxas de lítio, contendo aditivos EP são boas. Estas graxas
aderem bem à superfície do rolamento, formando uma película insolúvel em água. Como temos por
norma não indicar um tipo específico, marca ou fabricante e, a fim de facilitar a especificação e
compra da graxa por nós recomendada, apresentamos, a seguir, uma tabela de equivalência dos
principais fabricantes, sem ordem de preferência:

FABRICA MARCA
NTE
Texaco Multifak EP 2

Esso Beacon EP 2

Shell Alvania EP 2

Mobil Mobilex EP 2

BR Lubrax Ind. GMA -


2 EP

Castrol Castrol EPL-2


Grease

Atlantic Lubricant 54 EP 2

Ipiranga Isaflex EP 2

A caldeira é despachada com os equipamentos prontos para uso, com a primeira quantidade de
graxa necessária. Na relubrificação só devem ser usadas as graxas relacionadas acima. Deve ser
dedicada especial atenção à miscibilidade das graxas. A mistura de graxas incompatíveis conduz
geralmente a uma redução na consistência e na temperatura máxima de operação, se comparada com a
das graxas originais, podendo causar danos aos rolamentos. Graxas que têm o mesmo agente
engrossante e o mesmo óleo base são compatíveis.
Entretanto, é possível que uma mistura de graxas compatíveis tenha uma consistência menor que
a das componentes, embora as propriedades lubrificantes, necessariamente, não se alterem.
É importante aplicar a graxa correta e, em quantidade adequada, pois tanto uma lubrificação
deficiente, quanto uma lubrificação excessiva, trazem efeitos prejudiciais. O espaço livre no
alojamento do rolamento deve ser preenchido apenas parcialmente com graxa - cerca de 30 a 50% do
total.
A lubrificação em excesso acarreta elevação de temperatura, devido à grande resistência que
oferece ao movimento das partes rotativas, e, principalmente, devido ao batimento da graxa, que acaba
por perder completamente suas características de lubrificação.
O controle da temperatura do mancal é muito importante - a sobre-elevação da temperatura não
deverá ultrapassar a 60°C acima da temperatura ambiente, sendo limitada ao máximo de 110°C para a
graxa à base de lítio, medida na face externa do rolamento.
É aconselhável fazer a relubrificação durante o funcionamento do equipamento, de modo a
permitir a renovação da graxa no alojamento do rolamento.
É importante manter as graxeiras limpas, antes da introdução da graxa, a fim de evitar a entrada
de materiais estranhos no rolamento. Para lubrificação, use exclusivamente pistola engraxadeira
manual.
Somente na terceira relubrificação ou no mínimo anualmente, deve ser retirado o rolamento.
Mancal e rolamento devem ser limpos e verificado se houve desgaste. Na recolocação do rolamento,
deve ser introduzida a quantidade recomendada de graxa. A parte da caixa, que fica vazia, deverá ser
preenchida cerca de 1/3 até 1/2 de graxa.
Inspeção de segurança
A fim de cumprir exigência do Ministério do Trabalho, a caldeira deverá ser submetida a
inspeção de segurança, conforme regulamentado pela norma NR-13. Geralmente essa inspeção é feita
coincidir com uma revisão geral dentro do plano geral de manutenção da caldeira, ou então,
extraordinariamente, em reparos ou ocorrências que afetam a segurança.
Para orientação, transcrevemos os subitens pertinentes da NR-13, alertando que esta é a revisão
da norma aprovada pela Portaria no 23 de 27/12/94 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho -
SSST, e que, eventualmente, poderão surgir novas revisões que a modifiquem.
“13.1 Caldeiras a Vapor - Disposições Gerais.
13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão
superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e
equipamentos similares utilizados em unidades de processo.
13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se "Profissional Habilitado" aquele que tem competência legal
para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção,
acompanhamento operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de
pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no País.
13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de Trabalho Admissível -
PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a resistência dos materiais
utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais.
13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:
a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior a PMTA;
b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;
c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema principal, em caldeiras
combustível sólido;
d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de álcalis;
e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o
superaquecimento por alimentação
deficiente.
13.1.5 Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem visível, placa de
identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações:
a) fabricante;
b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
f) capacidade de produção de vapor;
g) área de superfície de aquecimento;
h) código de projeto e ano de edição.
13.1.5.1 Além da placa de identificação devem constar, em local visível, a categoria da caldeira,
conforme definida no subitem 13.1.9 desta NR, e seu número ou código de identificação.
13.1.6 Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estive instalada, a seguinte documentação,
devidamente atualizada:
a) "Prontuário da Caldeira", contendo as seguintes informações:
- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e determinação da PMTA;
- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil da caldeira;
- características funcionais;
- dados dos dispositivos de segurança;
- ano de fabricação;
- categoria da caldeira;
b) "Registro de Segurança", em conformidade com o subitem 13.1.7;
c) "Projeto de Instalação", em conformidade com o item 13.2;
d) "Projetos de Alteração ou Reparo", em conformidade com os subitens 13.4.2 e 13.4.3;
e) "Relatórios de Inspeção", em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12 e 13.5.13.
13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o "Prontuário da Caldeira" deve ser reconstituído pelo
proprietário, com responsabilidade técnica do fabricante ou de "Profissional Habilitado", citado no
subitem 13.1.2, sendo imprescindível a reconstituição das características funcionais, dos dados dos
dispositivos de segurança e dos procedimentos para determinação da PMTA.
13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou transferida de estabelecimento, os documentos
mencionados nas alíneas "a", "d", e "e" do subitem 13.1.6 devem acompanhá-la.
13.1.6.3 O proprietário da caldeira deverá apresentar, quando exigido pela autoridade competente do
Órgão Regional do Ministério do Trabalho, a documentação mencionada no subitem 13.1.6.
13.1.7 O "Registro de Segurança" deve ser constituído de livro próprio, com páginas numeradas, ou
outro sistema equivalente onde serão registradas:
a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de segurança da caldeira;
b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas e extraordinárias, devendo constar o nome
legível e assinatura
de "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, e de operador de caldeira presente na
ocasião da inspeção.
13.1.7.1 Caso a caldeira venha a ser considerada inadequada para uso, o "Registro de Segurança" deve
conter tal informação e receber encerramento formal.
13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar sempre à disposição para consulta dos
operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das representações dos trabalhadores e do
empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, devendo o proprietário assegurar
pleno acesso a essa documentação.
13.1.9 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em 3 categorias, conforme segue:
a) caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a 1960 kPa
(19.98 Kgf/cm²);
b) caldeiras da categoria “C” são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 588 KPa
(5.99 Kgf/cm²) e o
volume interno é igual ou inferior a 100 litros;
c) caldeiras da categoria “B” são todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias
anteriores.

13.5 Inspeção de Segurança de Caldeiras


13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial, periódica e extraordinária,
sendo considerado condição de risco grave e iminente o não atendimento aos prazos estabelecidos
nesta NR.
13.5.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da entrada em
funcionamento, no local de operação, devendo compreender exames interno e externo, teste
hidrostático e de acumulação.
13.5.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exames interno e externo, deve ser
executada nos seguintes prazos máximos:
a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias “A”, “B” e “C”; b) 12 (doze) meses para
caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer categoria;
c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras da categoria “A”, desde que aos 12 (doze) meses
sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais conforme definido no item 13.5.5.
13.5.4 Estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos", conforme
estabelecido no Anexo II, podem estender os períodos entre inspeções de segurança, respeitando os
seguintes prazos máximos:
a) 18 meses para caldeiras de recuperação de álcalis e as das categorias “B” e “C”; (Alterada pela
Portaria SIT n.º 57, de 19 de junho de 2008)
b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria “A”.
13.5.5 As caldeiras que operam de forma contínua e que utilizam gases ou resíduos das unidades de
processo, como combustível principal para aproveitamento de calor ou para fins de controle ambiental
podem ser consideradas especiais quando todas as condições seguintes forem satisfeitas:
a) estiverem instaladas em estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de
Equipamentos" citado no Anexo II;
b) tenham testados a cada 12 (doze) meses o sistema de intertravamento e a pressão de abertura
de cada válvula de segurança;
c) não apresentem variações inesperadas na temperatura de saída dos gases e do vapor durante a
operação;
d) exista análise e controle periódico da qualidade da água;
e) exista controle de deterioração dos materiais que compõem as principais partes da caldeira;
f) seja homologada como classe especial mediante:
- acordo entre a representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento e o empregador;
- intermediação do órgão regional do MTb, solicitada por qualquer uma das partes quando não
houver acordo;
- decisão do órgão regional do MTb quando persistir o impasse.
13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, as caldeiras devem
ser submetidas a rigorosa avaliação de integridade para determinar a sua vida remanescente e novos
prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de uso.
13.5.6.1 Nos estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos", citado
no Anexo II, o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser alterado em função do acompanhamento das
condições da caldeira, efetuado pelo referido órgão.
13.5.7 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas periodicamente
conforme segue:
a) pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em operação, para
caldeiras das categorias “B” e “C”;
b) desmontando, inspecionando e testando em bancada as válvulas flangeadas e, no campo, as
válvulas soldadas, recalibrando-as numa freqüência compatível com a experiência operacional da
mesma, porém respeitando-se como limite máximo o período de inspeção estabelecido no subitem
13.5.3 ou 13.5.4, se aplicável para caldeiras de categorias “A” e “B”.
13.5.8 Adicionalmente aos testes prescritos no subitem 13.5.7, as válvulas de segurança instaladas em
caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação, nas seguintes oportunidades:
a) na inspeção inicial da caldeira;
b) quando forem modificadas ou tiverem sofrido reformas significativas;
c) quando houver modificação nos parâmetros operacionais da caldeira ou variação na PMTA;
d) quando houver modificação na sua tubulação de admissão ou descarga.
13.5.9 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes oportunidades: a) sempre
que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de comprometer sua segurança;
b) quando a caldeira for submetida à alteração ou reparo importante capaz de alterar suas
condições de segurança;
c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por mais de 6
(seis) meses;
d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.
13.5.10 A inspeção de segurança deve ser realizada por "Profissional Habilitado", citado no subitem
13.1.2, ou por "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos", citado no Anexo II.
13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser emitido "Relatório de Inspeção", que passa a fazer parte da
sua documentação.
13.5.12 Uma cópia do "Relatório de Inspeção" deve ser encaminhada pelo "Profissional Habilitado",
citado no subitem 13.1.2, num prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar do término da inspeção, à
representação sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento.
13.5.13 O "Relatório de Inspeção", mencionado no subitem 13.5.11, deve conter no mínimo:
a) dados constantes na placa de identificação da caldeira;
b) categoria da caldeira;
c) tipo da caldeira;
d) tipo de inspeção executada;
e) data de início e término da inspeção;
f) descrição das inspeções e testes executados;
g) resultado das inspeções e providências;
h) relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que não estão sendo atendidas;
i) conclusões;
j) recomendações e providências necessárias;
k) data prevista para a nova inspeção da caldeira;
l) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do "Profissional
Habilitado", citado no subitem 13.1.2 e nome legível e assinatura de técnicos que participaram da
inspeção.
13.5.14 Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados da placa de
identificação, a mesma deve ser atualizada.
CONDIÇÕES DE GARANTIA

As presentes “Condições de Garantia” aplicam-se a todos os fornecimentos de caldeiras,


equipamentos e peças realizados pela Aalborg Industries S.A., doravante simplesmente
designada Aalborg, a qualquer cliente, doravante simplesmente designado COMPRADOR.
Garantia Mecânica
Os equipamentos fabricados pela Aalborg serão garantidos quanto à matéria-prima
empregada como sendo de primeiro uso e isenta de defeitos prejudiciais detectáveis pelo
Controle de Qualidade; quanto à mão de obra empregada como tendo grau de habilitação
necessário e aplicada com métodos consagrados de fabricação; quanto ao atendimento do cliente,
ou da sua engenharia, integrantes do contrato, pelo prazo de 12 (doze) meses do start-up ou 18
(dezoito) meses do faturamento, prevalecendo o que primeiro ocorrer.
Em caso de emprego de materiais ou equipamentos, nos produtos fabricados e/ou
montados pela Aalborg, fora dos padrões Aalborg, por exigência do COMPRADOR, a Aalborg
não se responsabiliza por eventuais deficiências e/ou quando provocados por essa exigência.
Todo o material, peça ou equipamento, fornecido pela Aalborg e por esta substituído por
motivos de garantia, passa a ser de sua propriedade. Essas peças ou equipamentos terão de ser
devolvidas à Aalborg, acompanhadas de nota fiscal de devolução, no prazo de 30 dias, sob pena
de serem faturadas ao COMPRADOR.
A presente garantia não cobre qualquer dano que os equipamentos sofrerem no percurso
de transporte, já que a condição de entrega é FCA - fábrica Aalborg, correndo por conta do
COMPRADOR, salvo acordo expresso em contrário, as despesas de transporte e seguro.
A garantia somente se efetivará caso os defeitos sejam comunicados à Aalborg logo que
constatados e após devidamente comprovados. Em caso de dúvidas com relação à causa do
defeito ocorrido em peças e/ou equipamento fornecido pela Aalborg, as partes poderão contratar,
de comum acordo, árbitros, de acordo com o disposto na lei nº 2.307/96, sendo o custo referente
a essa contratação pago pela parte perdedora.
O prazo para o início de atendimento a uma solicitação de reparo, dentro do período de
garantia fixado no item 1.1, será de 10 dias, contados da solicitação do COMPRADOR.
Constatada a necessidade de substituição de peças e/ou equipamentos, o prazo para entrega dos
mesmos será acordado entre Aalborg e COMPRADOR, em função das condições de mercado,
estoques, etc., vigentes na ocasião, não podendo, todavia, ultrapassar o prazo de 180 dias.
Visando maior rapidez nesse atendimento, a Aalborg poderá repassar, a sua custa e
responsabilidade, esse atendimento a terceiros.
A Aalborg não se responsabiliza, nem reembolsará, despesas de qualquer natureza,
provenientes de reparos e/ou substituição de peças, efetuados ou pagos pelo COMPRADOR sem
prévia e expressa autorização da Aalborg.
A cessão da garantia da Aalborg a um terceiro, que não o COMPRADOR, será objeto de
acordo entre partes.
Para todo e qualquer atendimento em garantia, incluindo a partida inicial do equipamento,
a gratuidade mão de obra para execução dos serviços se limitará ao tempo despendido em
horário normal de trabalho da Aalborg, e as eventuais horas extras trabalhadas serão cobradas,
conforme tabela da CENTRAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA (CAT) .
Do COMPRADOR serão cobradas as seguintes despesas:
Passagens aéreas e outros meios de transporte necessários para o atendimento incluindo-se
ônibus, táxis, veículos alugados ou quilometragem em veículo da Aalborg ou de seus
funcionários; taxas de hospedagem e refeições; horas extras em dias úteis, sábados, domingos e
feriados.
As despesas serão cobradas em conformidade com a tabela da CENTRAL DE
ASSISTÊNCIA TÉCNICA da Aalborg, vigente na ocasião do atendimento.
As peças adiante discriminadas, em razão de seu desgaste natural, desde o início de sua
operação, não estão enquadradas no prazo de garantia previsto no item 1.1, e terão a garantia de
30 dias, contados da entrega desse material ao COMPRADOR, proposto, ou transportadora:
- Juntas - Refratários
- Gaxetas - Fusíveis
- Vidro visores - Bobinas
- Eletrodos de ignição - Contatos elétricos
- Atomizadores - Lâmpadas
Os materiais refratários, isolantes, e outros, que , por sua natureza, tem prazo definido para
sua aplicação e/ou condições especiais de guarda, conservação ou estocagem, não serão repostos
por conta da Aalborg, caso ocorram atrasos na sua aplicação e/ou não sejam armazenados ou
conservados de acordo com as normas aplicáveis ao caso, desde que tal atraso e/ou
armazenamento não tenha sido provocado por ato da Aalborg ou seu preposto.
Ficam excluídos da garantia os danos provenientes de rachadura intercristalina, desgaste
cáusticos, corrosão, incrustações ou outros depósitos nas partes internas e externas das caldeiras,
em virtude da água de alimentação, seu tratamento e da qualidade do combustível utilizado, caso
estejam em desacordo com as especificações contidas no manual de Instalação, Operação e
Manutenção do equipamento, fornecido pela Aalborg.
A Garantia fica invalidada nos seguintes casos:
• Se o equipamento fornecido não for corretamente instalado, operado e mantido em
estrita conformidade com o “Manual de Instruções” elaborado dentro das condições e
limites de carga para os quais foi projetado e especificado;
• Desgaste normal decorrente do uso ou provocado por abrasão, erosão ou corrosão;
• Mau uso, emprego indevido, armazenagem inadequada, montagem em desacordo
com recomendações da Aalborg ou operação em desacordo com a NR-13 - Caldeiras
e Recipientes sob pressão.
• Danos provocados por golpe de aríete, cavitação, resfriamento e aquecimentos
forçados (choque térmico) intempéries, vibrações e tensões mecânicas oriundas do
sistema ou de outras máquinas ou outros fatores estranhos tais como curto-circuito,
excesso de pressão do combustível, vapor ou água;
• Se o equipamento tiver sofrido intervenção de pessoas estranhas ao quadro de
funcionários habilitados da Aalborg;
• Não aplicação de peças originais Aalborg;
• Se a partida não for feita por técnicos especializados da Aalborg;
Nos termos dispostos no art. 476, do Código Civil, a presente garantia não é válida durante
o tempo em que o COMPRADOR esteja em mora com a Aalborg, não sendo a mesma
prorrogada em razão desta suspensão.
Nenhuma outra garantia é dada ao material além da constante desta “Condições de
Garantia”, e , em nenhuma circunstância ou hipótese, poderemos ser responsabilizados por
perdas e danos, nem por prejuízos diretos ou indiretos, inclusive contra terceiros ou lucros
cessantes.
Garantia de performance:
A Aalborg garante as características técnicas, especificadas em nossa proposta desde que o
equipamento seja operado nas condições para as quais foi projetado e construído e seja utilizado
combustível com P.C.I (poder calorífico inferior) igual tomado como referência na proposta
apresentada.
Caso requerido pelo COMPRADOR, o teste de performance deverá ser efetivado dentro do
prazo máximo de 60 dias a partir do início do funcionamento do equipamento e dentro do prazo
estipulado para “Garantia Mecânica”. O COMPRADOR deverá comunicar à Aalborg, com
antecedência de 15 dias, a data prevista para a realização do teste d performance.
Todos os custos referentes ao teste de performance ficarão à cargo do COMPRADOR,
inclusive análise de água e combustível, fornecimento e instalação dos instrumentos de medição.
Será admitida como tolerância na performance em razão de eventuais variações nos
instrumentos de medição, a diferença para mais ou menos de até 2% da prevista.
A eficiência garantida para as caldeiras, tem como referência P.C.I (poder calorífico
inferior) do combustível empregado e é calculada de acordo com o ASME POWER TEST
CODES.
Limites de responsabilidade
A Aalborg não se responsabiliza por qualquer prejuízo provocado por instalação, operação,
ou manutenção de peças e/ou equipamentos por ela fornecidos, desde que os mesmos tenham
sido instalados, operados ou mantidos em desacordo com o seu MANUAL DE INSTRUÇÕES
ou da observância das normas objeto da NR-13 - Caldeiras e Recipientes sob Pressão.
A eventual aplicação de peças e utilização de mão de obra fornecida por terceiros, em
equipamentos vendidos pela Aalborg, é de responsabilidade única e exc

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