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Manual

de

Instrução
Caldeira Aalborg 3 Pass

Alfa Laval Aalborg

Alfa Laval Aalborg


Rua Divino Espírito Santo
1100, Carangola
Petrópolis, RJ
CEP: 25715-410
Tel: +55 24 2233-9963
Fax: +55 24 2237-6603
www.alfalaval.com
www.Alfa Laval Aalborg-industries.com.br
ÍNDICE
CALDEIRA E ACESSÓRIOS .................................................................................................................................... 5
DESCRIÇÃO ..................................................................................................................................................... 5
INSTALAÇÃO DA CALDEIRA ............................................................................................................................ 7
CASA DE CALDEIRA ......................................................................................................................................... 7
INSTALAÇÃO DA UNIDADE NA BASE ............................................................................................................ 10
CHAMINÉ E DUTOS DE GASES ...................................................................................................................... 11
TUBULAÇÃO DE SAÍDA DO VAPOR ............................................................................................................... 12
TUBULAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ÁGUA ................................................................................................... 13
TANQUE DE ÁGUA / CONDENSADO: ............................................................................................................ 14
TUBULAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL ............................................................................ 15
TUBULAÇÃO DE GÁS COMBUSTÍVEL ............................................................................................................ 17
TUBULAÇÃO DE DESCARGA SOB PRESSÃO .................................................................................................. 18
TUBULAÇÃO DE DESCARGA SEM PRESSÃO .................................................................................................. 19
TUBULAÇÃO DE DESCARGA DAS VÁLVULAS DE SEGURANÇA ...................................................................... 19
CONJUNTO DE BOMBEAMENTO E AQUECIMENTO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL .............................................. 20
ÁGUA DE RESFRIAMENTO ............................................................................................................................ 21
FLUIDO EXTERNO DE ATOMIZAÇÃO ............................................................................................................. 22
INTERLIGAÇÃO DO PAINEL DE COMANDO COM A CALDEIRA ...................................................................... 22
ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ......................................................................................................... 22
ATERRAMENTO DA CALDEIRA ...................................................................................................................... 26
LIMPEZA DA CALDEIRA COM SODA CÁUSTICA ............................................................................................. 27
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES ..................................................................................................................... 28
EQUIPAMENTOS ............................................................................................................................................... 29
BOMBAS D'ÁGUA ......................................................................................................................................... 29
OPERAÇÃO: .................................................................................................................................................. 30
MANUTENÇÃO: ............................................................................................................................................ 31
VÁLVULAS DE SEGURANÇA .......................................................................................................................... 34
PAINEL DE COMANDO .................................................................................................................................. 37
ECONOMIZADORES ...................................................................................................................................... 38
SISTEMA DE COMBUSTÃO ................................................................................................................................ 40
COMBUSTOR PRINCIPAL .............................................................................................................................. 40
COMBUSTORES DAS CALDEIRAS A3P ........................................................................................................... 41
COMBUSTORES MPR .................................................................................................................................... 41
COMBUSTORES MY-JET ................................................................................................................................ 45
VENTILADORES ............................................................................................................................................. 50
REDE DE ÓLEO COMBUSTÍVEL...................................................................................................................... 51
BOMBA DE ÓLEO COMBUSTÍVEL ................................................................................................................. 54
AQUECEDOR DE ÓLEO COMBUSTÍVEL ......................................................................................................... 59
CONTROLE DE TEMPERATURA DO AQUECEDOR DE ÓLEO .......................................................................... 62
REDE DE ATOMIZAÇÃO ................................................................................................................................ 63
COMPRESSOR (quando houver) ................................................................................................................... 64
FILTRO DE AR ............................................................................................................................................... 65
REVISÃO GERAL E TROCA DE PALETAS ......................................................................................................... 65
COMBUSTOR PILOTO DIESEL E SEUS ACESSÓRIOS ....................................................................................... 66
BOMBAS PILOTO .......................................................................................................................................... 68
VÁLVULA REGULADORA DE PRESSÃO .......................................................................................................... 68
REDE DE GÁS COMBUSTÍVEL ........................................................................................................................ 71
SISTEMA PARA TESTE DE ESTANQUEIDADE ................................................................................................. 72
COMBUSTOR PILOTO A GÁS E SEUS ACESSÓRIOS ........................................................................................ 72
CONTROLE DE COMBUSTÃO ............................................................................................................................. 74
COMBUSTÃO DE GASES ............................................................................................................................... 74
COMBUSTÃO DE ÓLEOS ............................................................................................................................... 74
PODER CALORÍFICO ...................................................................................................................................... 74
VISCOSIDADE ................................................................................................................................................ 75
AR DE COMBUSTÃO ..................................................................................................................................... 75
EXCESSO DE AR ............................................................................................................................................ 76
CONTROLE DA COMBUSTÃO ........................................................................................................................ 77
REGULAGEM DA COMBUSTÃO .................................................................................................................... 79
FAIXA DE OPERAÇÃO NORMAL DO QUEIMADOR ........................................................................................ 79
JULGAMENTO DA COMBUSTÃO ATRAVÉS DO ASPECTO DE CHAMA ........................................................... 80
MEDIÇÃO DE CO2 NOS GASES DE COMBUSTÃO ........................................................................................... 80
ESTABILIDADE DA CHAMA ........................................................................................................................... 80
EMISSÃO DE FULIGEM PELA CHAMINÉ ........................................................................................................ 81
REGULAGEM DA VAZÃO DE COMBUSTÍVEL E DE AR ................................................................................... 81
REGULAGEM DA ATOMIZAÇÃO ................................................................................................................... 81
SISTEMA DE CONTROLE .................................................................................................................................... 82
CONTROLE AUTOMÁTICO ............................................................................................................................ 82
PARTIDA E PARADA AUTOMÁTICA............................................................................................................... 82
PRESSOSTATO DE PRESSÃO MÁXIMA .......................................................................................................... 83
SENSOR DE CHAMA TIPO FOTORRESISTOR .................................................................................................. 84
SENSOR DE CHAMA ULTRAVIOLETA............................................................................................................. 85
SISTEMA DE MODULAÇÃO ........................................................................................................................... 85
PRESSOSTATO PROPORCIONADOR .............................................................................................................. 86
SERVO MOTOR ............................................................................................................................................. 89
POTENCIÔMETRO MANUAL ......................................................................................................................... 90
VÁLVULA COMANDO DE FOGO .................................................................................................................... 90
VÁLVULA BORBOLETA DE MODULAÇÃO ...................................................................................................... 91
CONJUNTO DE CAMES DE REGULAGEM ...................................................................................................... 91
INTERTRAVAMENTOS DE SEGURANÇA ........................................................................................................ 92
CONTROLE DE NÍVEL DA ÁGUA .................................................................................................................... 93
COLUNA DE NÍVEL ........................................................................................................................................ 94
INDICADOR DE NÍVEL ................................................................................................................................... 95
ELETRODOS DE NÍVEL................................................................................................................................... 96
CONTROLE DE NÍVEL .................................................................................................................................... 97
CALDEIRAS PARA ÁGUA QUENTE ................................................................................................................. 98
TRATAMENTO DE ÁGUA ................................................................................................................................. 100
FUNDAMENTOS ......................................................................................................................................... 100
INCRUSTAÇÃO ............................................................................................................................................ 101
SEDIMENTAÇÃO ......................................................................................................................................... 103
CORROSÃO ................................................................................................................................................. 104
ARRASTE ..................................................................................................................................................... 105
PARÂMETROS DE CONTROLE ..................................................................................................................... 109
CONDICIONAMENTO DA ÁGUA ................................................................................................................. 110
DESCARGA DE FUNDO ................................................................................................................................ 110
TRATAMENTOS EXTERNOS......................................................................................................................... 112
OPERAÇÃO ...................................................................................................................................................... 113
QUALIFICAÇÃO DO OPERADOR .................................................................................................................. 113
DEVERES DO OPERADOR ............................................................................................................................ 117
PRIMEIRO ACENDIMENTO (“START-UP”) ................................................................................................... 119
ROTINA DE PARTIDA .................................................................................................................................. 122
AQUECIMENTO DO ÓLEO COMBUSTÍVEL .................................................................................................. 124
OPERAÇÃO AUTOMÁTICA ......................................................................................................................... 126
OPERAÇÃO MANUAL DA BOMBA D’ÁGUA ................................................................................................ 131
OPERAÇÃO COM ÓLEO COMBUSTÍVEL LEVE .............................................................................................. 132
PARADA FINAL DE FUNCIONAMENTO ....................................................................................................... 133
PARÂMETROS OPERACIONAIS ................................................................................................................... 134
PROCEDIMENTOS PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA .............................................................................. 136
VAZAMENTOS EM TUBOS DE FUMAÇA ...................................................................................................... 136
FALHA NO SISTEMA DE CONTROLE DE NÍVEL ............................................................................................ 136
PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA, SAÚDE E DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE................. 138
MANUTENÇÃO ................................................................................................................................................ 140
PROTEÇÃO DA CALDEIRA PARADA ............................................................................................................. 142
PROCEDIMENTO PARA RESFRIAR A CALDEIRA ........................................................................................... 144
LIMPEZA NO LADO DOS GASES .................................................................................................................. 144
LIMPEZA NO LADO DA ÁGUA ..................................................................................................................... 146
LIMPEZA QUÍMICA DA CALDEIRA ............................................................................................................... 148
LIMPEZA DOS FILTROS ............................................................................................................................... 149
LUBRIFICAÇÃO............................................................................................................................................ 150
REPAROS E ALTERAÇÕES NA CALDEIRA ..................................................................................................... 154
REPARO OU REFORMA DOS REFRATÁRIOS ................................................................................................ 155
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA (NR-13) ........................................................................................................... 156
APÊNDICE ........................................................................................................................................................ 161
LISTA DE PEÇAS SOBRESSALENTES PARA UM ANO DE OPERAÇÃO ............................................................ 161
LISTA DE PEÇAS SOBRESSALENTES PARA UM ANO DE OPERAÇÃO ............................................................ 163
CONDIÇÕES DE GARANTIA ......................................................................................................................... 164
CALDEIRA E ACESSÓRIOS
DESCRIÇÃO

A caldeira AALBORGTM 3-Pass é do tipo flamotubular, horizontal, com três


passagens de gases, própria para a queima de combustíveis líquidos e gasosos ou ambos,
alternativamente.
De construção compacta, é fornecida completa, pronta para instalação no local.
Baseada na mais avançada tecnologia com resultados comprovados e dotada de um moderno
projeto industrial, esta caldeira foi otimizada para garantir qualidade, rentabilidade, longa vida
útil, baixa manutenção e alta economia.
É dotada de uma ou duas fornalhas internas, conforme o tamanho da unidade e a
câmara de reversão é completamente imersa em água.

Passagens de gases na caldeira AALBORGTM 3-PASS


As superfícies de aquecimento estão dispostas de forma a assegurar ótima circulação
da água.
O projeto da fornalha prevê superfícies lisas para baixas pressões de operação e
superfícies corrugadas para pressões elevadas e maiores capacidades.
Dentre as vantagens apresentadas, podemos destacar:
1. O emprego da câmara de reversão dos gases completamente imersa em água (traseira
úmida) elimina a necessidade de refratários, reduzindo também a perda de calor para o
ambiente nessa região.
2. Os tubos de gases são do tipo “espiralados”, possuindo sulcos salientes em seu
interior, que provocam escoamento turbulento dos gases de combustão, aumentando a
troca térmica. Por outro lado, essa mesma turbulência minimiza o depósito de fuligem
no interior dos tubos, prolongando o período entre limpezas internas dos tubos.
Na parte da frente da caldeira, há uma câmara, chamada caixa de fumaça dianteira, onde
se dá a reversão dos gases provenientes dos tubos da 2a passagem, que são dirigidos para os
tubos da 3a passagem. Esta câmara é isolada termicamente na parte externa e possui tampas
isoladas internamente, as quais permitem o acesso aos tubos de gases, pela parte dianteira da
caldeira.
Ainda à frente da caldeira, situa-se a caixa de ar, ligada diretamente à fornalha, que é uma
câmara onde é captado e distribuído todo o ar necessário à combustão. É na caixa de ar que é
montado o combustor principal e o damper de regulagem do ar proveniente do ventilador.
Na parte de trás da caldeira, há outra câmara que recebe os gases de combustão oriundos
dos tubos da 3a passagem e que são dirigidos à chaminé. É a caixa de fumaça traseira, a qual
possui duas portas isoladas internamente, dotadas de dobradiças para fácil acesso aos tubos da
3a passagem.
INSTALAÇÃO DA CALDEIRA
Ao receber o seu gerador de vapor ALFA LAVAL AALBORG, verifique se
eventualmente sofreu alguma avaria durante o transporte. Faça uma inspeção geral na caldeira
e verifique o estado de todos os instrumentos e equipamentos. Qualquer anormalidade ou falta
de material deve ser comunicada, imediatamente, à ALFA LAVAL AALBORG.
Nota: Cabe ao COMPRADOR reclamar à TRANSPORTADORA sobre qualquer
dano ou irregularidade ocorrida durante o transporte.
O cuidado com a instalação da unidade é fator importante no funcionamento e na
manutenção da unidade. Qualquer irregularidade que se manifeste por inobservância das
instruções que figuram neste manual não será coberta pela garantia.
Caso o gerador de vapor não entre imediatamente em operação, após instalado,
deverão ser seguidas as instruções a respeito da conservação do mesmo (veja “Proteção da
caldeira parada”) .
CASA DE CALDEIRA
Esta deve ser ampla, limpa, bem arejada, bem iluminada e com rede de esgoto
para a devida lavagem e drenagem. Sua construção deve seguir basicamente o desenho
"Esquema de Instalação, Fundações e Cargas", devendo também ser observadas as
prescrições contidas na NR-13 (Portaria no 594 de 28/04/2014 do Ministério do Trabalho e
Emprego - MTE), transcritas a seguir:

REQUISITOS LEGAIS:
13.4.2 Instalação de caldeiras a vapor
13.4.2.1 A autoria do projeto de instalação de caldeiras a vapor, no que concerne ao
atendimento desta NR, é de responsabilidade de PH, e deve obedecer aos aspectos de
segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, convenções e
disposições legais aplicáveis.
13.4.2.2 As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser instaladas em casa de
caldeiras ou em local específico para tal fim, denominado área de caldeiras.
13.4.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a área de caldeiras deve
satisfazer aos seguintes requisitos:
a) estar afastada de, no mínimo, 3,0 m (três metros) de: outras instalações do
estabelecimento; de depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com
até 2000 l (dois mil litros) de capacidade; do limite de propriedade de terceiros; do limite com
as vias públicas;
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas,
sinalizadas e dispostas em direções distintas;
c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira,
sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda
de pessoas;
d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes
da combustão, para fora da área
de operação atendendo às normas ambientais vigentes;
e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
f) ter sistema de iluminação de emergência caso opere à noite.
13.4.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente fechado, a casa de caldeiras
deve satisfazer os seguintes requisitos:
a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo ter
apenas uma parede adjacente a outras instalações do estabelecimento, porém com as outras
paredes afastadas de, no mínimo, 3,0 m (três metros) de outras instalações, do limite de
propriedade de terceiros, do limite com as vias públicas e de depósitos de combustíveis,
excetuando-se reservatórios para partida com até 2000 l (dois mil litros) de capacidade;
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas,
sinalizadas e dispostas em direções distintas;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas;
d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de caldeira a
combustível gasoso;
e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;
f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira,
sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda
de pessoas;
g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes
da combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas ambientais vigentes;
h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de iluminação
de emergência.
13.4.2.5 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos itens 13.4.2.3 e
13.4.2.4, deve ser elaborado projeto alternativo de instalação, com medidas complementares
de segurança, que permitam a atenuação dos riscos, comunicando previamente a
representação sindical dos trabalhadores predominante no estabelecimento.
13.4.2.6 As caldeiras classificadas na categoria A devem possuir painel de instrumentos
instalados em sala de controle, construída segundo o que estabelecem as Normas
Regulamentadoras aplicáveis.
OUTRAS RECOMENDAÇÕES:
 Deve haver espaço suficiente em torno da unidade, a fim de permitir livre acesso para
inspeção e manutenção. A área de circulação e os espaços em torno da caldeira devem
constituir uma faixa livre de 70 centímetros, no mínimo. Na parte dianteira e traseira do
gerador, em especial, recomenda-se deixar espaço suficiente para a limpeza periódica da
tubulação (vide desenho de instalação);
 O iluminamento mínimo deve ser de 150 lux, através de equipamento de iluminação
com proteção externa adequada;
 No interior da Casa de Caldeiras, em local de fácil acesso e visualização, devem ser
instalados extintores de incêndio tipo “químico seco” ou "dióxido de carbono", de acordo
com os requisitos da NR-23;
 Uma vez que o trabalho do operador é realizado predominantemente de pé, deve haver
assento para descanso em locais que possam ser utilizados durante as pausas.
 Ao executar as canaletas para as tubulações de óleo, água e descarga, estas deverão ter
uma inclinação de 1/250 a 1/400, em direção ao ralo. Deverão possuir tampas em chapa
ou similar, removíveis, de forma que impeçam a queda de objetos ou pessoas;
 A medida das portas da Casa de Caldeiras deverá ser igual ou superior à mencionada no
desenho de instalação;
 Prever ventilação suficiente de forma a haver ar em quantidade adequada à combustão e
manter-se a temperatura no interior da Casa de Caldeiras em valor tal que não prejudique
o funcionamento dos equipamentos elétricos e eletrônicos, além de propiciar conforto ao
operador. Para facilitar ao instalador, recomenda-se como mínimo de ventilação duas
aberturas para o exterior, tendo cada uma 0,05 m2 para 300 kg de produção de vapor do
gerador. Estas duas aberturas ficarão o mais próximo possível ao queimador e serão
protegidas contra intempéries.
 Para as caldeiras com atomização por fluido auxiliar e que não sejam equipadas com
compressor próprio, é necessário um ponto de ar comprimido na Casa de Caldeiras. Este
ponto será também conveniente para auxílio à limpeza e manutenção.
INSTALAÇÃO DA UNIDADE NA BASE
A caldeira deve ser colocada sobre a sua base, construída conforme o desenho
"Esquema de Instalação, Fundações e Cargas" e, após, nivelada longitudinal e
transversalmente. Para o bom funcionamento da caldeira e principalmente do sistema de
controle de nível da água é imprescindível o perfeito nivelamento da unidade. Para tanto, faça
o nivelamento pela última camada de tubos, primeiro no sentido longitudinal ao eixo da
caldeira e depois no sentido transversal.
Após feito o nivelamento devem também ser fixados às suas bases o ventilador, a
plataforma de operação (se houver) e o painel de comando, caso não tenham sido montados
diretamente na caldeira.
Dependendo do meio de transporte e/ou das condições específicas de cada caldeira, alguns de
seus equipamentos auxiliares são fornecidos desacoplados, sendo necessário a montagem e
interligação destes.
O próximo passo é a interligação da caldeira ao restante da instalação e aos seus
auxiliares.
CHAMINÉ E DUTOS DE GASES
A caldeira é normalmente instalada com chaminé de seis metros, colocada diretamente
sobre a saída de gases da caldeira, se necessário, interpondo uma peça de transição. A função
chaminé é somente conduzir os gases para fora do recinto da Casa da Caldeiras
descarregando-os em local seguro. Sua altura deve ser a mínima possível, pois, como a
tiragem da caldeira é do tipo forçada (através do ventilador), a chaminé não deve influir nesta.
O chapéu da extremidade superior da chaminé é
adequado à tiragem e à saída normal dos gases quentes da
combustão. Qualquer alteração ou substituição deste chapéu
deve ser feita com cuidado e com controle, de modo que a
tiragem e a saída dos gases tenham as mesmas condições do
original.
O aumento da altura da chaminé além de nove
metros fará com que esta não mais seja colocada diretamente
sobre a saída de gases, a menos que seja previsto um
dispositivo que alivie seu peso sobre a caldeira. O mesmo é
válido para quando se instalam acessórios na chaminé, que
contribuam para aumentar o seu peso, mesmo que esta
continue com seis metros.
No caso de instalação com dutos de gases, não
fornecidos pela ALFA LAVAL AALBORG, deve-se ter em
conta que a seção deste deve ser igual ou superior à saída da
caldeira.
Ao instalar uma bateria de geradores, use, de Altura da chaminé
preferência, chaminés independentes para cada gerador.
Assim, o funcionamento de um não interferirá no dos
Duto de gases através de demais.
parede Caso o duto de gás
atravesse a parede da Casa
de Caldeiras deve-se
preparar um furo superior Chaminé de alvenaria
à medida do mesmo em
100 milímetros em cada
lado.
Caso seja necessário
instalar o gerador de vapor
com a saída de gases ligada
a uma chaminé de alvenaria
ou mesmo metálica de
grande altura, deve ser prevista uma abertura para entrada de ar e alívio da tiragem da
chaminé.
Em qualquer caso a tiragem natural que atua sobre o gerador de vapor não deve ser
maior que 1 milímetro de coluna d'água (à saída de gás).
De outra forma, deve-se ter cuidado em instalações especiais ou com equipamentos
instalados na chaminé, para que não haja uma obstrução demasiada à passagem dos gases. No
caso de equipamentos anti-poluiçäo deve-se verificar a perda de pressão decorrente da
instalação deste, que deverá ser de, no máximo, 80 mmCA.
As caldeiras são fornecidas com um termômetro angular com escala de 0 a 500°C,
para indicação da temperatura dos gases de combustão e possíveis anomalias na caldeira.
Vale lembrar, ainda, que os órgãos encarregados da fiscalização e controle das
atividades poluidoras (FEEMA, CETESB, etc) têm adotado medidas cada vez mais rigorosas,
principalmente nos grandes centros. Mesmo com boa regulagem na combustão, é inevitável a
emissão de poluentes através dos gases de combustão que são descarregados na atmosfera,
pela chaminé das caldeiras. Assim sendo, dependendo das condições locais e dos requisitos
legais, será necessário complementar a instalação da chaminé, com algum sistema
antipoluente, que retenha, principalmente, material particulado e óxidos de enxofre.
A ALFA LAVAL AALBORG, entre seus produtos, dispõe de linhas completas de:
 Coletores de pó tipo ciclone e multiciclone, especialmente projetados para suas
caldeiras, os quais promovem, eficientemente, a remoção do material particulado dos
gases de combustão, antes que estes sejam descarregados na atmosfera;
 Lavadores de gases, que, além do material particulado, eliminam também os óxidos de
enxofre, com alta eficiência.
Estes equipamentos podem ser fornecidos, mediante pedido.
TUBULAÇÃO DE SAÍDA DO VAPOR
A válvula de saída de vapor está localizada na parte superior da caldeira, devendo a
extração de vapor da caldeira para consumo ser feita unicamente por essa válvula.
A bitola da válvula é suficiente para descarregar toda a produção do gerador de vapor à
pressão normal de trabalho (próxima à PMTA) para a qual foi calculado. Caso o gerador
venha a operar em pressões muito abaixo da que foi prevista em sua construção, poderão
ocorrer problemas de arraste devido ao aumento da velocidade da saída do vapor em função
do menor peso específico do mesmo a menores pressões.
A tubulação principal de vapor deve ser feita, em princípio, na mesma bitola da
válvula de saída. A perda de carga e a condensação na linha dependem do comprimento, do
diâmetro e do número de acidentes (curvas, válvulas, etc) da rede. Por esse motivo, algumas
vezes é necessário construir as linhas de vapor com maior bitola que a saída da caldeira. Uma
redução de pressão implica num aumento de diâmetro da tubulação da rede, uma vez que o
volume aumenta.
Um sistema de purga para o condensado deve ser previsto nas partes mais baixas da
rede, evitando-se assim bolsas de água. Este condensado, além de prejudicar a distribuição de
vapor, irá fatalmente às máquinas, dificultando o funcionamento das mesmas e podendo
causar grandes avarias. A linha de vapor deve ser feita com pequeno declive, no sentido do
fluxo do vapor.
No caso de caldeiras operando em paralelo, é necessário instalar válvulas de retenção
nas tubulações de saída do vapor de cada gerador. A rede geral de vapor deverá ter bitola
suficiente para equivaler às áreas das saídas dos vários geradores.
É recomendável a utilização de um barrilete (coletor/distribuidor de vapor), que recebe
todo o vapor produzido pelas caldeiras e o distribui aos diversos ramais para consumo. Este
facilita grandemente a operação e manutenção, além de propiciar economia de combustível ao
possibilitar o isolamento de um ramal que não esteja sendo utilizado em determinada ocasião.
TUBULAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ÁGUA
Deve-se ter o devido cuidado, quando da instalação da rede de água, uma vez que esta
é primordial para o bom funcionamento da caldeira. De fato, em caso de irregularidade ou
insuficiência da rede de água, esta acarretará constantes problemas à caldeira, podendo até
mesmo causar graves acidentes.
TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO DAS BOMBAS:
Na sucção da bomba haverá um filtro de água e a tubulação de alimentação de água
deverá ser ligada a este.
Use tubo com o mínimo de 2" de diâmetro. Em caso de dimensionamento da
tubulação, recomenda-se adotar a velocidade de 1,0 m/s ou menor. Lembre-se de que a vazão
nominal da bomba é de aproximadamente uma vez e meia a produção de vapor da caldeira.
O tubo que liga a bomba ao tanque de água deverá servir somente para esta função.
Em caso de uma bateria de geradores de vapor, use um tubo independente para cada unidade.
Não faça derivações no tubo para outras funções. A inobservância dessa recomendação
poderá trazer prejuízos à operação da bomba.
Deve-se instalar um termômetro na sucção da bomba de alimentação d'água, em caso
de trabalhar com água quente.
Para melhor controle operacional da caldeira, recomenda-se a instalação de um
hidrômetro na sucção da bomba d'água, após o filtro. No caso de água quente o hidrômetro
deverá ter construção especial para tal. O hidrômetro permitirá o controle com boa precisão
do vapor produzido, rendimento da caldeira, consumo de água, etc. Para sua correta instalação
observe as recomendações do fabricante.
TANQUE DE ÁGUA / CONDENSADO:
A fim de prover a segurança necessária quanto ao suprimento de água para a caldeira,
este deverá ser independente da rede geral da indústria, sendo feito através de um tanque
intermediário que servirá somente a este fim. Mediante pedido, a ALFA LAVAL AALBORG
poderá fornecer este tanque e todos os seus acessórios.
O tanque deve ter capacidade mínima correspondente à produção horária máxima de
vapor da caldeira; por exemplo, se a produção máxima da caldeira for de 3.000 kg/h, o tanque
deve ter capacidade mínima de 3.000 litros. A alimentação do tanque deverá ser, no mínimo,
correspondente a 150% da produção máxima da caldeira.
O tanque deverá ser instalado a uma altura mínima de 2 (dois) metros acima da sucção
da bomba, em caso de utilizar-se água fria, de 4 (quatro) metros, em caso de água a 50C e 6
(seis) metros para água a 80C. Observe que a altura especificada é a diferença de cota entre a
saída de água do tanque e a entrada da bomba d'água.
A saída de água do tanque de suprimento deve ser instalada a uma altura de no mínimo
50 mm do fundo, evitando assim a aspiração de lama depositada no fundo do tanque.
Recomenda-se instalar, no tanque, um indicador de nível d'água e um termômetro, este
último no caso de utilizar-se água quente.
A fim de evitar-se que o nível de água no tanque baixe além de 200 mm acima da saída de
água, recomenda-se a instalação de um alarme sonoro que possa ser ouvido claramente no
interior da Casa de Caldeiras.
TUBULAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL

Tanque de serviço de óleo combustível

Alimentação de óleo
combustível
As caldeiras que irão consumir óleo combustível devem ser instaladas com um tanque
de serviço intermediário entre o tanque de armazenamento de óleo e a bomba de combustível.
O tanque de serviço é fornecido juntamente com a caldeira e torna prática e fácil a operação
desta, aproveitando o retorno do óleo aquecido. Para a instalação e construção da rede de óleo
devem ser observadas as recomendações a seguir:
1. A fim de evitar problemas, tais como flutuação de carga, baixa temperatura de
bombeamento, etc, a rede geral de óleo combustível não deve ligar diretamente o tanque de
armazenamento ao gerador de vapor. O tanque de serviço deve ser instalado no circuito, o
mais próximo da bomba de óleo, tendo antes um filtro e uma válvula de bloqueio.
2. O tanque de serviço é normalmente fornecido com uma resistência elétrica para
aquecimento do óleo, um termostato para controle e um termômetro para indicação da
temperatura de aquecimento. Todos os acessórios são instalados em luvas apropriadas
existentes no tanque.
3. Em locais de clima frio ou em instalações para óleos ultraviscosos devem ser previstos
aquecimento da tubulação de óleo através de “tracer” a vapor ou elétrico e total isolamento
térmico da mesma, a fim de se manter a temperatura do óleo acima do ponto de fluidez.
4. Quando o nível de óleo do tanque de armazenamento é mais alto que o nível de óleo do
tanque de serviço, deve ser instalada uma válvula solenóide ou bóia macho na entrada de óleo
do tanque de serviço.
5. Caso o escoamento do óleo do tanque de armazenamento até o tanque de serviço não
possa se dar naturalmente pela diferença de cotas dos tanques, deverá ser instalada entre os
dois tanques uma bomba de transferência, preferencialmente comandada por chave-bóia
colocada no tanque de serviço. Também neste caso pode vir a ser necessário a instalação de
uma válvula tipo bóia prevenindo-se o transbordamento do tanque. A ALFA LAVAL
AALBORG, sob pedido, poderá fornecer a bomba de transferência e seus acessórios.
6. A tubulação de óleo combustível para alimentação da bomba deve ser no mínimo da
mesma bitola da saída do tanque de serviço, o mesmo sendo válido para a tubulação de
retorno de óleo.
7. A rede de retorno de óleo está posicionada na frente e à direita da caldeira, indo
diretamente para o tanque de serviço. Esta tubulação deverá também ser isolada e para
facilidade na manutenção instale uma válvula de retenção próxima ao tanque de serviço.
8. A tubulação que interliga o tanque de serviço à sucção da bomba deve ser totalmente
hermética, pois qualquer entrada de ar reduz a capacidade da bomba e produz ruído. Deve ter
um pequeno declive em direção à bomba para evitar pontos onde podem formar-se bolsas de
ar. Se for necessário passar um obstáculo deve-se fazer pela horizontal e não por cima ou por
baixo. Antes de conectar a tubulação à bomba, certifique-se que não há terra ou outros
materiais estranhos.
9. Uma vez instalada a tubulação, verifique o alinhamento da bomba e ajuste-o se necessário.
Uma régua de aço colocada através do acoplamento deve descansar uniformemente nas duas
bordas da parte de cima, na parte de baixo e na dos lados. O alinhamento deve ser feito,
estando na temperatura de funcionamento; deste modo compensam-se as mudanças
produzidas pela dilatação da tubulação.
10. Além do tanque de serviço de óleo combustível, é fornecido um tanque para o
combustível piloto (óleo Diesel ou querosene), o qual deverá ser interligado à bomba piloto e
à tubulação de sucção da bomba de óleo combustível, para a finalidade de limpeza da rede,
após o término de operação da caldeira.

TUBULAÇÃO DE GÁS COMBUSTÍVEL


Nas caldeiras mistas (óleo/gás) ou somente gás o limite de fornecimento é o filtro na
rede de gás. Neste ponto, deverá ser interligada a rede de suprimento de gás, que deverá ser
dimensionada de comum acordo com o fornecedor do gás, em função da pressão disponível
na estação de medição, distância desta à caldeira e consumo máximo.
Deve ser instalada uma válvula de bloqueio tipo esfera ou borboleta com vedação
estanque, antes do filtro, a fim de facilitar a manutenção do sistema de gás, quando
necessário. Coloque próximo a esta válvula e em local bem visível uma placa de identificação
com os dizeres: "válvula de bloqueio manual de gás".
Normalmente a pressão de gás na estação de medição é superior à pressão necessária a
operação. Por isso, a caldeira sai equipada com uma válvula reguladora de pressão que reduz
e ajusta automaticamente a pressão ao valor necessário a operação. Quando isto não ocorre,
ou seja, a pressão na estação de medição se aproxima da pressão necessária a operação, a
válvula reguladora de pressão não é fornecida, devendo portanto o gás ser fornecido com
pressão constante, no valor necessário a operação.
Em caldeiras com produção de vapor acima de 1000 kg/h, entre as válvulas de bloqueio
automático do sistema de gás, existe uma válvula de “vent”, que tem a finalidade de
despressurizar o sistema de gás em caso de parada ou vazamento na primeira válvula de
bloqueio. Após esta válvula de “vent” existe um borbulhador onde poderão ser visualizados
possíveis vazamentos. Neste borbulhador existe uma conexão que deverá ser canalizada para
fora da Casa de Caldeiras em local seguro, usando tubo de mesmo diâmetro da conexão do
borbulhador.
O ponto de descarga deverá estar sempre livre, e distante no mínimo três metros de
qualquer componente elétrico ou fonte de energia aberta, e deverá estar localizado no mínimo
a três metros acima do telhado. A sua extremidade deverá ser voltada para baixo a fim de
evitar a penetração de água da chuva e detritos.
Em local visível dentro da Casa de Caldeiras recomenda-se a colocação de avisos de
segurança do tipo: "proibido fumar", "proibido acender fósforos ou isqueiro", "perigo,
explosivo", etc.
TUBULAÇÃO DE DESCARGA SOB PRESSÃO
Duas redes de drenagem devem ser previstas: uma que trabalhará sob a pressão da
caldeira e outra que estará à pressão atmosférica. Não construa um sistema de drenagem
único, pois redundará em sérios problemas. O sistema fechado tenderá a dar escape pelo
sistema aberto, o que além de danificar toda a pintura e sujar o gerador de vapor, impedirá a
rotina diária de manutenção, que obrigatoriamente deve ser feita, podendo ainda causar sérios
acidentes.
A rede sob pressão deve ser construída em tubo de diâmetro 3" ou maior, e levará até o
exterior da Casa de Caldeiras a água sob pressão e alta temperatura, proveniente das descargas
de fundo e da coluna de nível. Esta água não deve ser reaproveitada, pois normalmente possui
alta concentração de sólidos dissolvidos (lama).
Os pontos (válvulas para descarga de fundo - uma, duas ou três, dependendo do
tamanho da caldeira - e válvula para descarga da coluna de nível) deverão ser interligados
entre si e a água coletada nestes pontos deverá ser conduzida até uma caixa de drenagem
apropriada ou um tanque de descarga. A pressão e temperatura elevadas em que se encontra a
água drenada poderá destruir um sistema de esgoto normal. Por isso recomenda-se instalar um
tanque de descarga entre a caldeira e o esgoto, onde o impacto e a temperatura elevada da
água serão eliminados.
Nota: É importante a ancoragem da rede sob pressão, para evitar sérios acidentes.

A ALFA LAVAL
AALBORG, mediante
pedido, fornece tanques
de descargas tipo
horizontal ou vertical,
para locais onde não se
permite alta
temperatura na rede de
esgoto. Este tanque,
previamente abastecido
com água fria ao nível
do "ladrão" ao receber
a água saturada
proveniente da
descarga da caldeira,
primeiramente absorve Caixa de drenagem
o choque, liberando em
seguida o vapor "flash" formado em seu interior e, após misturar a descarga com a água fria,
libera para a rede de esgoto normal igual quantidade de água recebida, sem pressão e
resfriada.
Outra alternativa, quando não se possui o tanque de descarga é a construção de uma
caixa de drenagem conforme indicado acima.

TUBULAÇÃO DE DESCARGA SEM PRESSÃO


A rede aberta poderá ser constituída de uma tubulação de diâmetro nominal 2" ou
mesmo a própria canaleta. Esta coletará os drenos dos seguintes pontos:
● Dreno do indicador de nível;
● Coletor de vazamento de água pelas gaxetas da bomba d'água.
Todos os tubos de dreno deverão estar inclinados em direção ao ponto de conexão com a
rede de esgoto, sendo o seu escoamento por gravidade.

TUBULAÇÃO DE DESCARGA DAS VÁLVULAS DE SEGURANÇA


Deverão ser conectadas às válvulas de segurança, tubulações individuais para que a
descarga de vapor seja feita para fora da Casa de Caldeiras. O tubo empregado deve ter
diâmetro igual ou superior ao bocal de saída das válvulas. A descarga deve se dar da forma
mais direta possível; se houver necessidade de curvas, estas deverão ser de grande raio de
curvatura.
A saída do vapor não deverá
ser voltada para local onde seja
possível a presença de pessoas,
mesmo que esporádica, nem sobre
outro equipamento.
Deve ser prevista uma boa
ancoragem para a tubulação de
descarga, de modo que, ao
descarregar o vapor, a reação deste
saindo para o ambiente, não incida
sobre a válvula. Esta ancoragem
não deve ser feita através da parede
da Casa de Caldeiras, devendo
haver uma folga de Canalização horizontal das válvulas de segurança
aproximadamente 10 mm na
passagem da tubulação pela parede.
Tanto na válvula quanto na tubulação de descarga devem ser instalados drenos
perenes, de forma a evitar o acúmulo de condensado no corpo da válvula e no interior da
descarga.
Canalização vertical da válvula de segurança

CONJUNTO DE BOMBEAMENTO E AQUECIMENTO DE ÓLEO


COMBUSTÍVEL
Concluída a instalação, caso necessária, do
conjunto de bombeamento e aquecimento de óleo
combustível, faça a interligação dos drenos e
descargas do aquecedor de óleo, que são:

1. Dreno do óleo da válvula de alívio:


Para a válvula de alívio do aquecedor, instala-se
um tubo adequado que conduz a eventual descarga
num sentido onde o óleo quente não possa causar
acidentes. A descarga deve ser livre para o
ambiente e a mais curta possível, prevenindo-se do
resfriamento do óleo na tubulação, entupindo-a.
2. Dreno de água que se separa do óleo
aquecido:
Aquecedor de óleo combustível
Será independente, não devendo ser ligado a nenhuma das redes, pois iria fatalmente causar
entupimentos. O dreno do aquecedor de óleo deve ser feito num recipiente. Periodicamente
abre-se a válvula dreno para purgar a água que se separa do óleo combustível com o seu
aquecimento.

3. Purgador da serpentina do aquecedor (somente nos casos de aquecedores mistos):

Instale a drenagem do purgador (condensado) de forma que seja visível. O condensado


não deverá ser reaproveitado.

ÁGUA DE RESFRIAMENTO
Para temperaturas da água de alimentação da caldeira acima de 100ºC, ou em casos
especiais, a bomba d'água é dotada de câmara de resfriamento das gaxetas, à qual deve ser
ligada água externa de resfriamento.
Água para resfriamento do compressor / bomba d'água (típico)

Os correspondentes registros deverão permanecer abertos antes e durante o


funcionamento. O consumo de água à temperatura ambiente varia de 200 a 400 l/h, de acordo
com o tamanho da bomba.
Normalmente é empregado para este fim um sistema de circulação aberto, onde a água
de um depósito elevado circula por gravidade, passando por uma válvula globo para bloqueio
e regulagem da vazão, daí para a bomba d'água e desta diretamente para o esgoto, com a
descarga sendo visível pelo operador da caldeira.
FLUIDO EXTERNO DE ATOMIZAÇÃO
Para as caldeiras que utilizam fluido externo de atomização, ou para partida da caldeira
quando a pressão de vapor no interior desta for inferior a 483 kPa (5 kgf/cm 2 = 70 psig), é
necessário supri-la com um meio de atomização externo, que poderá ser ar comprimido
industrial ou mesmo vapor proveniente de outra caldeira. Para ambos os casos, a pressão de
suprimento não deverá ser inferior a 689 kPa (7 kgf/cm2 = 100 psig), sendo ideal 1034 kPa
(10,5 kgf/cm2 =150 psig) para ar comprimido ou vapor.

INTERLIGAÇÃO DO PAINEL DE COMANDO COM A CALDEIRA


Após a fixação do painel de comando em sua base (caso não fornecido já fixado e
interligado à caldeira), cuja localização se deve dar no local indicado no desenho de
instalação, e afastado no mínimo um metro de qualquer parede para facilidade de manutenção,
procede-se à interligação deste com a caldeira. Deve-se observar, na caldeira, a existência de
uma caixa de ligação, em cujo interior estão reunidos os bornes para interligação da parte de
comando.
Providencie eletrodutos separados para a parte de comando e a parte de força. Para a
interligação, tenha em mãos o Esquema Elétrico fornecido. Nas caldeiras com sensor de
chama tipo "ultravioleta" a ligação deste se faz com cabo de blindagem eletrostática e fio
dreno (ver em “instalações com inversores e instrumentação”), sem passar por nenhum borne,
conduzindo-o diretamente até o programador de combustão e observando-se a polaridade
correta.
A canaleta que conterá os eletrodutos deverá ter a declividade em direção a um dreno,
de forma a evitar o acúmulo ou mesmo existência de água no interior da mesma. Caso
necessário faça uma perfeita vedação da canaleta ou da passagem dos cabos pelo fundo do
painel, de forma que gases ou vapor não venham a penetrar no painel de comando. Em
alternativa, pode-se utilizar eletrocalhas no lugar de eletrodutos para a instalação elétrica.
Proceda a um reaperto geral de todos os parafusos de fixação dos componentes e das
conexões elétricas.
Aterre o painel à mesma malha de terra utilizada para a caldeira, de forma que ambos
estejam no mesmo potencial. Para maiores detalhes, consulte o tópico sobre aterramento,
disposto posteriormente.
Ao providenciar a alimentação do painel de comando, tenha o cuidado de verificar se a
tensão da rede é a mesma para a qual a caldeira foi construída.

ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA


1. Dimensionamento do circuito alimentador (método da capacidade de corrente):
A corrente mínima considerada para especificação do condutor deve ser a resultante
da soma das correntes nominais de todos os equipamentos mais 25% da corrente do maior
motor, não havendo necessidade de considerar-se neste cálculo os equipamentos reservas.
Assim teremos:
I alim  1,25 x I maior motor +  I outras cargas
Após o cálculo da corrente de alimentação aplicar os fatores de redução, se necessário
(temperatura ambiente e/ou quantidade de cabos por eletrodutos) e entrar na tabela do
fabricante, especificando a bitola do cabo, seu isolamento e construção (compatíveis com o
ambiente);
Fatores de redução do limite de condução de corrente para condutores isolados com
borracha ou termoplástico;

No de Fator de
condutores no redução
mesmo
eletroduto

4 , 5 ou 6 0,80

7 , 8 ou 9 0,70

O condutor neutro não é considerado para aplicação do fator de redução devido ao


número de condutores em um mesmo eletroduto;
Caso necessário, aplicar ambos os fatores de redução;

Temperatura Fator de
ambiente redução

40ºC 0,82

45ºC 0,71

50ºC 0,58

Os fatores são aplicados multiplicando-se os mesmos pelos valores constantes para


capacidade de condução nas tabelas dos fabricantes de cabos. O valor daí obtido é então
comparado com o calculado ( Ialim) e verificado a suficiência ou não.
Para informações adicionais, consultar a norma brasileira para instalações elétricas de
baixa tensão, NBR-5410.
2. Chave geral:
 A chave geral é requerida por norma e não é instalada no painel da caldeira. Esta chave
deve ser providenciada pelo cliente à época da instalação e recomendamos instalá-la em
armário independente. A localização deverá ser o mais próximo possível do painel de
comando;
 Seu dimensionamento e instalação deverão atender as normas vigentes, especialmente a
NR-10, contemplando no mínimo:
 Dispositivo de aplicação de travamento e impedimento de reenergização (com cadeados);
 Dispositivo de constatação de ausência de tensão (sinaleiro ou voltímetro);
 Dispositivo para efetuar o aterramento temporário dos condutores.
 3. Observações importantes:
 As caldeiras ALFA LAVAL AALBORG são construídas e equipadas para funcionar em
220, 380 ou 440 V e 50 ou 60 Hz, conforme seja especificado no pedido do cliente.
 A variação de tensão permissível é de mais ou menos 10%;
 A variação da freqüência permissível é de mais ou menos 5%;
 A variação conjunta de tensão e freqüência não devem, juntas, ultrapassar mais ou menos
10%;
 Instalações com Inversores de frequência e Instrumentação:
A correta instalação dos inversores de frequência, bem como da instrumentação
analógica impactam diretamente na performance da caldeira, reduzindo drasticamente os
ruídos eletromagnéticos induzidos na instrumentação e evitando falsas leituras/totalizações.
Para isso, alguns aspectos devem ser observados na instalação destes:
 O aterramento dos inversores de frequência deve respeitar o esquema a seguir,
considerando-se dois condutores terra independentes, na entrada e na saída para o motor. É
imprecindível respeitar as bitolas mínimas dos condutores sugeridas pela norma vigente. Em
caso de utilizar cabos tetrapolares, próprios para inversores, deve-se respeitar a redução no
comprimento máximo dos cabos, conforme orientação do fabricante do inversor.
 Para a ligação dos intrumentos analógicos deve-se utilizar cabos próprios, com blindagem
eletrostática e fio de dreno (ver figura a seguir). O aterramento do dreno deve ser feito apenas
em uma das extremidades, preferencialmente no painel de comando, que dispõe de conectores
para este fim. Os cabos fornecidos apenas com malha trançada não são adequados para esta
aplicação. Considerar 1,5 mm² como bitola mínima.

 Para o cabeamento de redes de comunicação deve-se utilizar cabos próprios para uso
industrial, com blindagem eletrostática e fio dreno. Devem ser utilizados em conjunto com
terminais RJ45 blindados (ver figura a seguir).
 Jamais instalar cabos de instrumentação/rede em eletrocalhas, leitos ou eletrodutos por onde
passam cabos com tensão maior que 110Vca. Os sinais provenientes dos instrumentos
analógicos e redes de comunicação devem dispor de caminhos separados dos demais.
Respeitar a distância mínima de 500mm entre eletrocalhas/eletrodutos de cabeamento de
instrumentos analógicos/redes e cabeamento de força.
 Sempre manter as eletrocalhas tampadas e aterradas, de forma a criar uma blindagem
eletrostática (Gaiola de Faraday), eliminando as interferências externas para os cabos.
É importante verificar a variação da tensão de alimentação do painel, de modo a detectar
a presença de afundamentos de tensão maiores que 200 Vca e, consequentemente, picos de
corrente prejudiciais aos inversores de freqüência. Nesses casos, quando a potência do
transformador de alimentação é muito maior que a potência do inversor de frequência, é
recomendada a instalação reatores de entrada. Estes equipamentos não vão instalados no
painel da caldeira, porém podem ser fornecidos pelos próprios fabricantes de inversores de
freqüencia, podendo ser instalados em painéis separados.
As distâncias entre os motores e os inversores de freqüência é limitada a 60 m. Em
distâncias maiores deverá ser consultado o fabricante do inversor e caso necessário
providenciar a instalação de reatores na saída dos inversores. Estes reatores não vão
instalados no painel da caldeira.
ATERRAMENTO DA CALDEIRA
O aterramento tem por finalidade atender à necessidade de segurança do operador,
possibilitando o escoamento sem perigo das correntes de fuga e de falha à terra. Representa
também importante papel na proteção à corrosão, dando escoamento às correntes estáticas e
induzidas por motores. A resistência de aterramento não deve ultrapassar 10 ohms. Para
instalação, cálculo e dimensionamento do aterramento da caldeira, deverão ser consultados
profissionais ou firmas especializadas.
É importante aterrar o painel de comando com a bitola adequada, baseada no condutor
fase, conforme normas vigentes, a exemplo a NBR-5410, de acordo com a tabela a seguir:

Bitola do condutor fase (S) Bitola do condutor de aterramento

S ≤ 16 mm² S

S = 25 mm² 16 mm²

S > 25 mm² S/2

Não se deve conectar o cabo de aterramento do corpo da caldeira na barra de terra do


painel. Para este aterramento deve-se utilizar um cabo separado, com bitola mínima de
35mm², conforme esquema a seguir:
PAINEL

CALDEIRA

BARRA TERRA PAINEL

S/2 mm²

min. 35mm²
TERRA DO
CLIENTE

LIMPEZA DA CALDEIRA APÓS A INSTALAÇÃO


As caldeiras, antes de saírem da fábrica, são limpas e vistoriadas rigorosamente, porém
na ocasião de montagem local, por algum descuido, poderão ser esquecidas, no interior da
fornalha, da câmara de fumaça, etc, ferramentas, parafusos, porcas, materiais, etc. Assim
sendo, deve-se vistoriá-las para sua segurança.
Deve ser examinado se não permanecem montados os tampões utilizados na ocasião de
despacho para se proteger os furos contra danos e impurezas.
Devem ser examinadas as portas e tampas das caixas de fumaça traseira e dianteira,
quanto a vazamentos de ar ou gás.

LIMPEZA DA CALDEIRA COM SODA CÁUSTICA


Após o término da instalação do gerador e antes de entrar em operação normal,
recomenda-se tratá-lo com soda cáustica fervida. O objetivo é a eliminação de graxas, óleos e
corpos estranhos presentes no interior do gerador, principalmente, nas superfícies de
aquecimento.
Se o gerador permanecer inativo por algum tempo após sua instalação, o tratamento com
soda somente deverá ser feito imediatamente antes de entrar em operação, ou seja, após o
período de inatividade. A forma de executar-se a limpeza interna da caldeira com soda é:

1. Após encher de água até a metade da coluna de nível da caldeira, adicione 0,9 kg de soda
cáustica dissolvida para cada 1.000 litros de água na caldeira. Faça funcionar em baixa
combustão (elevação de temperatura da água inferior à 50ºC em uma hora) até a
pressão do vapor atingir de 196 a 294 kPa (2 a 3 kg/cm2 = 28 a 43 psig). Manter esta pressão
durante 4 horas.
2. No dia seguinte, quando estiver fria, drene por completo e, em seguida encha de água
limpa, para efetuar uma lavagem completa na caldeira.
3. Além da soda cáustica, podem ser utilizados outros compostos alcalinos, tais como fosfato
trissódico, barrilha ou silicato de sódio na concentração de 1 a 5% e procedendo-se como
descrito para a soda cáustica.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
 Após o término da montagem e instalação, não tente dar partida (acendimento) na
caldeira, nem energize o painel de comando da mesma. Notifique a Assistência Técnica da
ALFA LAVAL AALBORG e esta providenciará o envio de um técnico especializado que fará
a verificação da instalação e do estado geral da caldeira, procedendo, após, o acendimento
inicial, regulagens, dando instruções detalhadas acerca da boa operação da caldeira. O não
cumprimento desta orientação poderá resultar em danos a equipamentos e instrumentos, que
não serão cobertos por nossa garantia.
 Na ocasião do acendimento, a Assistência Técnica da ALFA LAVAL AALBORG, além
das regulagens normais, efetuará a regulagem das válvulas de segurança, não devendo a
caldeira ser liberada para operação normal antes deste procedimento.
EQUIPAMENTOS
Para o seu funcionamento, o gerador de vapor, além do vaso de pressão constituído
pelo corpo, fornalha, espelhos e tubos, complementado pelas câmaras de passagem dos gases
de combustão, requer uma série de equipamentos que serão descritos a seguir. Outros
equipamentos serão abordados em tópicos próprios como “Sistema de Combustão” e “Sistema
de Controle”.
BOMBAS D'ÁGUA
Para a alimentação de água, as caldeiras ALFA LAVAL AALBORG são equipadas com
bombas do tipo turbina, de simples ou duplo estágio (série T) ou centrífugas, multiestágios
(série S ou de terceiros).
As bombas tipo turbina apresentam características ascendentes, isto é, a carga do motor
é maior, quanto maior for a pressão na descarga, não se devendo, portanto, deixar que a
bomba funcione com a válvula de bloqueio na descarga totalmente fechada, sob pena de
danificar o motor elétrico.
Já as bombas centrífugas possuem características descendentes, ou seja, a carga do
motor é tanto maior quanto menor for a pressão na descarga, conseqüentemente maior vazão.
Por este motivo, não deixe que a bomba opere com a válvula de bloqueio na descarga
totalmente aberta, pois poderá danificar o motor elétrico. Para água de alimentação acima de
100oC, as bombas são fornecidas com câmara de resfriamento.
INSTALAÇÃO:
Normalmente o conjunto moto-bomba é fornecido montado e alinhado em uma base
metálica, fixada no chassis da caldeira ou, em casos específicos, em base de concreto
devidamente nivelada, através de chumbadores.
Tubulação de sucção:
 I. Dimensionar a tubulação de tal forma que a velocidade de escoamento seja inferior a
1,0m/s na vazão nominal da bomba;
 II. Dispor o tubo de sucção de modo a evitar a formação de bolsas de ar, ou seja,
levemente ascendente para a bomba. Havendo redução da tubulação, usar conexões
excêntricas;
 III.Evitar joelhos, mudanças bruscas de diâmetro e direção, especialmente perto da
bomba;
 IV. Não deixar rebarbas internas, especialmente nas juntas flangeadas;
 As válvulas na tubulação de sucção não representam peças de comando ou regulagem
e como tal deverão estar completamente abertas com a bomba em funcionamento.
Recomendamos a utilização de válvulas tipo esfera ou gaveta no tubo de sucção da bomba;
 Deve ser prevista uma válvula, antes do filtro para fechar a tubulação de água no caso
de necessitar desmontar o filtro, a bomba ou a válvula de retenção;

29

 A bomba d’água não deverá fazer sucção em nenhuma hipótese, devendo ser sempre
instalada com a sucção “afogada”.

OPERAÇÃO:
Após completada a instalação e/ou antes do primeiro funcionamento, verificar:
 Se o eixo da bomba gira facilmente, com a mão - Em caso contrário, afaste o motor e com
uma pequena alavanca, encaixada na luva de acoplamento, faça-a rodar livre e depois
reinstale o motor.
 Acoplamento - Com uma régua apoiada nas duas metades da luva, verificar se a distância
desta ao eixo é a mesma em toda a volta. O espaçamento entre as duas metades da luva deve
ser também constante, em uma volta completa.
 Limpeza do filtro - Caso não esteja limpo, retire a tela e lave-o. Não use estopa na limpeza.
Se necessário para completar a limpeza, use ar comprimido ou outro meio que não deixe
qualquer resíduo.
 Escorva - Abrir a saída de ar situada no lado da sucção e girar o eixo até sair água livre de
bolhas de ar, fechando-a, em seguida.
 Sentido de rotação - Na primeira ligação, observar se o sentido de rotação corresponde ao
indicado pela seta.
Abrir totalmente a válvula na sucção da bomba e com esta trabalhando na pressão de
operação, verificar a corrente do motor que não deverá ser maior que a indicada na placa do
mesmo.
No caso da bomba tipo turbina, abra totalmente a válvula na descarga.
No caso da bomba centrífuga, para regulagem da corrente do motor, enquanto não
atingir a pressão de trabalho, a válvula na descarga deverá estar quase fechada e ser aberta
gradativamente.
Nota: Não se deve deixar a bomba trabalhar sem água. O efeito pode ser desastroso para as
peças móveis da bomba.

30
MANUTENÇÃO:
Verifique periodicamente:
 Alinhamento da bomba com o motor - A análise mais rápida desta situação pode ser feita
examinando a luva elástica na junção dos dois eixos. Aproveite para examinar o estado da
junta de borracha do acoplamento.
 Limpeza dos filtros de água - Deve ser feita semanalmente.
 Aperto dos parafusos que prendem o motor e a bomba na base.
Com o tempo, poderão surgir desgastes em peças internas da bomba, que alteram o seu
desempenho. Neste caso, recomenda-se contato com a Assistência Técnica da ALFA LAVAL
AALBORG, para a revisão geral da bomba, dentro dos padrões e recursos da fábrica.
Engaxetamento da Bomba:
Em uma bomba, o acabamento ou o desgaste do eixo são fatores críticos, capazes de
afetar a vida útil das gaxetas. Também, a grande velocidade de rotação da bomba torna mais
crítico o dimensionamento e a instalação adequada das gaxetas. Quando a bomba trabalha,
algum lubrificante é forçado ou expelido para fora. Com a perda de lubrificante, as gaxetas
encolhem e afastam-se do eixo, dando margem aos vazamentos. Geralmente, faz-se cessar o
vazamento, apertando a sobreposta.
A falta de lubrificante causa o aquecimento do eixo e das gaxetas. O lubrificante com o
qual é impregnada a gaxeta, começa a migrar pouco a pouco, proporcionando alguma
lubrificação e, novamente, os vedantes encolhem permitindo perda de fluído. Quando então se
aplica mais pressão à sobreposta; este procedimento é repetido até que não reste lubrificante.
Neste ponto a gaxeta fica dura, sem elasticidade, torna-se abrasiva e incapaz de proporcionar
uma vedação eficiente. Nestas condições, perde-se água, danifica-se o eixo, elevando-se os
custos de manutenção.
Neste ponto torna-se necessário a troca das gaxetas. Caso a bomba tenha ficado inativa
por um período de seis meses ou mais, a gaxeta também deve ser substituída, pois estará
ressequida.
Para substituição das gaxetas, siga as instruções abaixo:
 Soltam-se as porcas da sobreposta. Remove-se a velha gaxeta com auxílio de um gancho.
Dirija este gancho para dentro da caixa de engaxetamento, para evitar danos no eixo;
 Limpa-se cuidadosamente a caixa de engaxetamento, a sobreposta e os outros
componentes. Se forem utilizadas gaxetas impregnadas com óleo, graxa e grafite, será
necessário o emprego de um solvente para eliminar todo traço de depósitos;
 Inspeciona-se o eixo e a caixa de engaxetamento, para verificar se existem rachaduras,
entalhes e desgaste;

31
 Deve-se substituir qualquer peça danificada. Se a gaxeta tirada apresentar indícios de
desgaste, deve-se inspecionar o acabamento do eixo ou seu desgaste;
 Determina-se a espessura da gaxeta, subtraindo-se o diâmetro externo do eixo do diâmetro
interno da caixa de gaxeta e dividindo-se o resultado por 2. Se esta dimensão recair entre dois
tamanhos de espessura padrão de gaxetas, escolhe-se o maior;
 Cortam-se os anéis da gaxeta sobre uma barra de mesma dimensão do eixo. O corte
diagonal proporcionará uma melhor vedação. Os anéis de gaxeta que ficarem demasiado
grandes deverão ser cortados até que tenham a medida exata, e os demasiado pequenos devem
ser abandonados;
 Introduz-se o primeiro anel na caixa de engaxetamento com o corte no ponto superior e
aperta-se cuidadosamente, utilizando-se a própria preme-gaxeta. Instalam-se os demais anéis
com cortes defasados a 90º ou 120º entre si. Deve-se introduzir cada anel, fazendo pressão
cuidadosamente, sem deformá-lo ou torcê-lo;
 Apertam-se as porcas da sobreposta com os dedos e põe-se em marcha a bomba. Espere até
atingir a temperatura e pressão de trabalho. É aconselhável fazer funcionar a bomba por 10
minutos na sua temperatura de trabalho, antes de se fazerem ajustes de qualquer tipo. Se os
vazamentos forem demasiadamente grandes, apertam-se as porcas girando apenas uma volta,
e permite-se que a gaxeta se acomode por pelo menos 10 minutos. Continua-se este
procedimento, até que o vazamento não supere 5 a 10 gotas por minuto. Assim, obter-se-á
uma boa lubrificação com o mínimo de perdas. Ao apertar os parafusos da sobreposta,
verifique que estas não fiquem desalinhadas. Isto, além de provocar a ruptura das mesmas,
solicitará do eixo um esforço adicional, danificando-o. Não aperte a gaxeta para vedar
totalmente.
Nota: O mínimo de ar que penetre pela caixa de gaxetas prejudica o funcionamento da
bomba d'água.
Esteja atento à possível entrada de água proveniente de vazamentos excessivos pela
gaxeta da bomba, na caixa de rolamento, contaminando e inutilizando a graxa.
Defeitos mais comuns:
 Falta completa de vazão:
 Bomba não escorvada;
 Velocidade insuficiente - problemas no motor ou alimentação elétrica;
 Sucção excessiva - Verificar com vacuômetros. A bomba não deve fazer sucção;
 Passagens do rotor entupidas;
 Sentido de rotação errado.
 Vazão ou pressão insuficiente:
 Entrada de ar na sucção ou nas gaxetas;
 Velocidade muito baixa;

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 Sucção excessiva;
 Passagens do rotor parcialmente entupidas;
 Pressão na sucção insuficiente, no caso de água quente;
 Cavitação;
 Filtro da sucção obstruído;
 Rotor danificado;
 Vazamentos internos devido a vedação defeituosa;
 Retorno pelo injetor.
 Perda de vazão após partida:
 Sucção com entrada de ar;
 Anel de vedação danificado;
 Sucção excessiva e existência de ar ou gases na água.
 Sobrecarga do motor:
 Eixo com empeno;
 Peças móveis atritando-se;
 Rolamentos gastos ou sem lubrificação;
 Pressão de recalque alta (no caso das bombas tipo turbina);
 Pressão de recalque baixa (no caso das bombas centrífugas);
 Gaxetas muito apertadas.
 Bomba vibrando:
 Falta de alinhamento;
 Falta de rigidez da fixação ao chassi;
 Rotor parcialmente entupido causando desequilíbrio;
 Peças móveis atritando-se;
 Rolamentos gastos;
 Cavitação (sucção demasiada, operando com água quente).

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VÁLVULAS DE SEGURANÇA
A válvula de segurança é um dispositivo aliviador de pressão automático atuado pela
pressão estática e caracterizado pela rápida ação, abrindo-se integralmente. Ela deve:
1. Abrir totalmente a uma pressão definida;
2. Permanecer aberta, enquanto não houver a queda de pressão, para a condição de
trabalho do gerador;
3. Fechar instantaneamente e com perfeita vedação, logo após a queda de pressão;
4. Permanecer perfeitamente vedada para pressões inferiores à sua regulagem.
Para assegurar esta performance, elas devem ser submetidas a sistemáticas inspeções,
perfeita manutenção, além de serem corretamente manuseadas.
O que não se deve fazer:
 Suspender as válvulas pela alavanca de teste;
 Colocar válvulas intermediárias de qualquer tipo entre as válvulas de segurança e a
conexão da caldeira;
 Nunca testar a caldeira hidrostaticamente com as válvulas de segurança instaladas e
usando travas;
 Usar a válvula de segurança para descarga normal do vapor (para abaixar a pressão da
caldeira rapidamente, por exemplo);
 Abrir a válvula, acionando a alavanca, com a pressão da caldeira muito baixa.
Nota: Uma vez por semana, devem ser acionadas as alavancas, disparando as
válvulas de segurança, a toda pressão de trabalho da caldeira, a fim de que não fiquem
presas por falta de uso.
Pressão de ajuste (“set point”):
Corresponde à pressão de abertura da válvula de segurança. Segundo a NR-13 do
Ministério do Trabalho, essa pressão não pode ser superior à PMTA (subitem 13.1.4 a).
Conseqüentemente a pressão de operação máxima da caldeira deverá ficar um pouco abaixo
da PMTA, caso contrário, haverá escapamento de vapor pela sede da válvula, causando
erosão da mesma, além da perda de vapor.
Para a pressão de operação máxima da caldeira, recomendamos, adotar o critério do
NBIC (National Board Inspection Code), ou seja, para PMTA acima de 103 kPa (1,05 kg/cm2
= 15 psig) até 2.067 kPa (21,10 kgf/cm2 = 300 psig), aquela pressão deverá estar 10% ou 48
kPa (0,49 kgf/cm2 = 7 psig) abaixo da PMTA.

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Suficiência das válvulas de segurança:
Toda caldeira deve possuir válvula(s) de segurança capaz(es) de, em conjunto,
descarregar todo o vapor que ela possa gerar, sem que a maior pressão no seu interior
ultrapasse o limite de: 1,06 x PMTA. Este limite é estipulado pela norma NBR 12.177-1 da
ABNT, sendo comprovado experimentalmente, através do ensaio de acumulação, definido
nessa norma.
A válvula de segurança, quando operando corretamente, abrirá na pressão de ajuste; esta
abertura se denuncia por inconfundível e brusco disparo. Com o acúmulo da pressão a valores
acima do de ajuste, a abertura vai aumentando até o máximo e, ao atingir este limite, se
apresentará à plena capacidade e dentro da acumulação especificada. Com o decréscimo da
pressão, a abertura vai sendo reduzida até o fechamento total.
A simplicidade deste equipamento o torna quase imune a defeitos quando operado
normalmente. Por outro lado, a presença de uma falha, pequena que seja, poderá afetar a vida,
a operação e o desempenho da válvula. Deste modo, as providências para os reparos devem
ser imediatas. A seguir, comentaremos algumas falhas possíveis de ocorrer e as formas
recomendáveis de saná-las.
Vazamentos:
Quando ocorre vazamento, à pressão operacional, é importante um pronto reparo. A
permanência desta condição tende a causar danos e inutilizações de certos componentes, o
que viria a comprometer os custos de manutenção. As causas prováveis de vazamentos são as
seguintes:
 Assentamento prejudicado por corpo estranho - Em primeiro lugar, isto não deve ocorrer
quando todo o sistema tenha sido limpo e libertado de qualquer matéria estranha. Partículas
sólidas encravadas no assentamento impedem a boa vedação. Provocando-se uma descarga
pela alavanca de levantamento, é provável que o material estranho seja expulso e que o
vazamento desapareça. Se este procedimento não conduzir a resultado satisfatório, é possível
que as sedes tenham sido danificadas e, se assim for, requeiram o recondicionamento.
 Deformações decorrentes de tensões da tubulação - O vazamento assim provocado, poderá
ser corrigido pelo alívio das tensões geradas, procedendo-se ao ancoramento apropriado ou
outras modificações da tubulação.
 Pressões de operação e abertura muito próximas - Uma válvula em perfeitas condições de
montagem e ajuste, deverá apresentar vedação total até um valor de pressão 10% abaixo do de
ajuste.
 Falhas nas remontagens ou ensaios - Antes da montagem, todos os componentes das
válvulas devem ser limpos e os assentos recondicionados de acordo. Na montagem é preciso
grande atenção com todas as peças, principalmente os assentos, para que se obtenham o
alinhamento correto e a perfeita vedação.
Trepidação:

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Assim é designado o fenômeno de repetidas aberturas e fechamento das válvulas, com
freqüência muito alta. São causas determinantes desta falha:
 I. Válvula com excesso de capacidade;
 II.Uma restrição na entrada da válvula;
 III.Linha de descarga mal instalada e subdimensionada.
Para eliminar a primeira causa, basta usar válvula menor. A segunda causa provoca uma
espécie de "emperramento" à abertura da válvula, criando uma pressão de entrada variável
que, sendo de suficiente magnitude, poderá causar danos e, portanto, exigirá correção
imediata. As linhas de descarga podem desenvolver altas contrapressões, em função de
subdimensionamento, curvaturas imperfeitas, estrangulamentos e outras falhas capazes de
provocar trepidação.
Manutenção:
Em caso de manutenção ou reparo de válvulas de segurança, recomenda-se contatar a
Assistência Técnica da ALFA LAVAL AALBORG ou elemento devidamente qualificado,
tendo em vista a elevada importância desse equipamento na segurança da caldeira.

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PAINEL DE COMANDO

É composto de um armário construído em chapas de aço, com estrutura autoportantes,


onde estão abrigados os componentes elétricos, de força e comando.
A parte de força é constituída basicamente de chaves contactoras, disjuntores e relés
térmicos, que atuam na proteção e chaveamento dos circuitos fornecidos com a caldeira.
A parte de comando consta basicamente de contatores auxiliares que fazem os
intertravamentos necessários à segurança da caldeira, do regulador de nível d’água - que
opera automaticamente a bomba d’água e a proteção de nível baixo da água no interior da
caldeira e principalmente do programador de combustão, responsável pela ordenação lógica e
segura das operações de partida e parada da caldeira e pela supervisão de chama, quando em
operação automática. Ainda na parte de comando existem as botoeiras e comutadoras, fixados
à porta do painel e identificados por meio de plaquetas, que transmitem ao operador do
equipamento as informações necessárias à operação.
Para o perfeito entendimento do funcionamento do circuito elétrico que compõe o painel
de comando, é necessário além do conhecimento especifico de eletricidade, estar de posse do
esquema elétrico que é fornecido com a documentação da caldeira. O usuário da caldeira não
deve permitir que pessoas estranhas ao serviço ou que o desconheçam, executem reparos ou
modificações no painel de comando, sob pena de perda da garantia e risco à operação segura
da unidade.
Recomendações importantes:
Mantenha o armário permanentemente fechado afim de evitar o acúmulo de poeira,
umidade e detritos em seu interior, que é extremamente prejudicial para as contatoras, e o
risco de choque elétrico ou impacto acidental com os componentes internos, danificando-os;
Anualmente faça uma revisão geral, observando o estado dos contatos das chaves
contatoras (não se deve lixá-los ou trocá-los de posição), testando o funcionamento dos relés
térmicos de proteção e verificando seus pontos de ajuste. Verifique o estado da ventilação
forçada e proceda a um reaperto geral das conexões, bornes, etc. Elementos danificados
devem ser imediatamente substituídos.
Em ambientes muito empoeirados, semanalmente faça uma limpeza do interior do painel
de comando com jato de ar comprimido seco, livre de óleo e impurezas. Em locais com menor
quantidade de partículas presentes no ar, esta limpeza poderá ser mensal; Para ambos os
casos, observe o estado dos filtros das grelhas de exaustão forçada, substituindo-os sempre
que necessário. Essa ação evita o super-aquecimento do painel por ineficiência do sistema de
exaustão forçada.
Observe regularmente a existência de aquecimento em cabos, contatoras ou o
aquecimento excessivo de fusíveis e transformadores.

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Verifique o contato elétrico entre os diversos elementos e proceda a um reaperto ou
reparo sempre que se fizer necessário. Tenha em mente que os componentes eletrônicos
existentes são muito sensíveis ao calor, devendo ser observada a temperatura máxima de 50ºC
no interior do painel, quando fechado;
Os defeitos mais comuns são: queima de bobinas, mau contato, contatos colados e
queima do alarme sonoro. Observe que a queima de fusíveis normalmente ocorre por curto-
circuito ou excessiva corrente elétrica, não devendo ser considerada como normal ou falha do
fusível e antes da substituição do mesmo, deverá ser feita uma criteriosa análise para
verificação da causa do rompimento do elo fusível. Verifique se a tensão de alimentação tem
o valor dentre os limites de  10% (dez por cento) da nominal;
Não altere a regulagem dos reles térmicos ou a capacidade dos fusíveis. Estes são
elementos de proteção e deverão estar corretamente ajustados ou dimensionados para sua
perfeita atuação.
Antes de proceder a qualquer reparo ou verificação no interior do painel de comando,
desligue antes a caldeira e abra a chave seccionadora geral que alimenta o mesmo. Lembre-se
que ao desligar a caldeira os seus equipamentos param e o circuito de comando é
desenergizado, entretanto o barramento, os disjuntores e a entrada das chaves contactoras dos
motores ainda possuem tensão até que se desligue a chave geral da caldeira.
ECONOMIZADORES
O economizador proporciona maior rendimento térmico ao sistema de geração de
vapor, podendo gerar economia de até 5% do combustível consumido. Os seguintes itens
deverão ser observados para as caldeiras fornecidas com economizador:
 O sistema de alimentação de água deverá ser contínuo.
 Em geral, os ventiladores suportam a perda de carga adicional imposta pelo
economizador.
 Para que seja monitorada a performance do economizador, são fornecidos quatro
termômetros, sendo: um na entrada de gases do economizador, um na saída de gases do
economizador, um na entrada da água do economizador e o último na saída da água do
economizador.
 Os economizadores, devido ao uso de tubos aletados, não devem operar com caldeiras a
óleo. Em caso de caldeiras óleo/gás estes são fornecidos com by-pass dos gases de
combustão, que deve ser acionado quando há operação com óleo.
 Para conservação e garantia da vida útil do equipamento, deve-se respeitar a qualidade
recomendada para a água de alimentação.
A serpentina do economizador é fabricada em aço carbono, que com um adequado
tratamento da água estará protegido pelo filme de MAGNETITA (Fe3O4) formado no
interior dos tubos.
A corrosão das partes em contato com a água é devida, principalmente, a presença de
oxigênio dissolvido, e deverá ser dada a especial atenção a este parâmetro.

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 Em geral, a mínima temperatura da água na entrada do economizador é 60ºC, para evitar
condensação do vapor d’água presente nos gases de combustão.

 Deve haver espaço suficiente em torno da unidade, a fim de permitir livre acesso para
inspeção e manutenção.
******

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SISTEMA DE COMBUSTÃO
O sistema de combustão utilizado nas caldeiras ALFA LAVAL AALBORG é
inteiramente automático, sendo especialmente projetado para a queima de óleo e gás e
atendendo rigorosamente as mais rígidas normas internacionais de segurança.
Neste tópico serão descritos os componentes maiores do sistema, como os
queimadores a óleo e a gás, piloto, bomba de óleo, aquecedor de óleo, rede de atomização,
rede de óleo combustível e de gás, e ventilador, deixando o programador de combustão e
demais elementos de controle para serem abordados em tópico referente ao “Sistema de
controle”, por tratar-se de assunto de mais alta relevância. No tópico “Controle de combustão”
serão tratados genericamente os vários parâmetros referentes à combustão e os métodos
empregados para obter-se sua máxima eficiência. Os três tópicos deverão ser cuidadosamente
estudados para que se possa compreender e operar adequadamente o sistema.
COMBUSTOR PRINCIPAL
O combustor ou queimador é o equipamento destinado a produzir a combustão, em
funcionamento automático ou manual, dentro de uma fornalha apropriada. De forma geral,
qualquer combustor tem as principais características, como a seguir:
1- Uma passagem para o fluxo de cada combustível;
2- Uma ou mais passagens para o fluxo de ar;
3- Mecanismos ou meios para a decomposição (atomização) do combustível líquido;
4- Desenho apropriado para proporcionar a mistura ar x combustível;
5- Ignitor ou combustor piloto para dar início ao processo de combustão;
6- Manutenção da combustão contínua após iniciada.
Assim, os diversos componentes de um combustor têm como finalidade:
 Dosar e atomizar o combustível;
 Dosar e misturar o ar ao combustível já atomizado;
 Manter a correta proporção entre ar x combustível;
 Provocar a maior turbulência possível;
 Estabelecer uma velocidade relativa entre o ar e o combustível;
 Manter a combustão perfeita e a chama estável.
Os diversos tipos de combustores são classificados, de modo geral, como a seguir:

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1- Atomização sem uso de fluido auxiliar, que se subdividem em:
 Combustor tipo pressão mecânica: A atomização se dá com o óleo passando a alta pressão
através de um orifício de pequeno diâmetro;
 Combustor tipo rotativo: A atomização se dá pela ação da força centrífuga de um copo
girando a alta rotação.
2- Atomização com uso de fluído auxiliar, que se subdividem em:
 Atomização à baixa pressão;
 Atomização à média pressão;
 Atomização à alta pressão.
Estes diferentes tipos de combustores possuem características, tais como, faixa de
capacidade, formato de chama, qualidade de atomização, facilidade de operação, etc, que os
tornam, cada qual mais adequado a uma determinada aplicação.

COMBUSTORES DAS CALDEIRAS Aalborg-3P


A caldeira Aalborg-3P utiliza os seguintes tipos de combustores, dependendo do modelo
e da capacidade de cada caldeira.
 MPR - utilizado nas caldeiras: A3P-2.0 a 6.5, a óleo, gás e mistas;
 MY-JET - utilizado nas caldeiras: A3P-8.0 e maiores, a óleo, gás e mistas;
COMBUSTORES MPR
O combustor MPR é fabricado em três versões:
1. Para combustível líquido: óleo combustível, óleo Diesel e misturas;
2. Para combustível gasoso: GLP, gás de nafta e gás natural;
3. Para queima alternada de combustível líquido e gasoso.
MPR para combustível líquido: óleo combustível, óleo Diesel e misturas
Caracteriza-se por atomização, utilizando fluido auxiliar. A atomização dá-se na
extremidade da lança, onde o combustível líquido é finamente dividido, formando uma névoa
que proporciona maior facilidade de queima.
É um combustor extremamente simples e de fácil manutenção. A lança de óleo pode ser
removida para limpeza. No extremo da lança, temos o atomizador e a respectiva camisa.
Para limpar o atomizador, desatarraxe a camisa e retire o atomizador. Lave as duas peças
em querosene ou óleo Diesel. Não use estopa, seja para lavar ou enxugar. A estopa deixa
fiapos que podem entupir os orifícios de passagem do óleo. Se dispuser de ar comprimido,
use-o. A limpeza deve eliminar qualquer vestígio de óleo carbonizado, incrustado na camisa
ou no atomizador.

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Limpe diariamente o atomizador. Faça a desmontagem como acima indicamos. Ao
montar o combustor novamente, cuide para que a camisa fique bem apertada e o atomizador
não fique fora do lugar. A falta de limpeza reduz a produção de vapor.

Lança do combustor MPR

Um dos elementos componentes da rede de óleo combustível é o tanque auxiliar de óleo


Diesel, que além de abastecer o combustor piloto, destina-se também à lavagem da rede de
óleo combustível, antes de paradas por tempo prolongado (como no fim da operação diária).
Tal lavagem consiste no funcionamento da caldeira com óleo Diesel, por um curto período,
expulsando o óleo combustível contido na rede.
Essa lavagem contribui grandemente para conservar limpo o atomizador, porém é uma
boa prática, antes de paradas prolongadas, retirar a lança de óleo e colocá-la verticalmente,
com o atomizador mergulhado em uma pequena vasilha com óleo Diesel. Assim o óleo Diesel
dissolverá o restante do combustível que tenderia a formar uma crosta no atomizador.
Quando colocar a lança de óleo no lugar, fixe-a bem, observando se está na posição
correta.
A caixa de ar é um dispositivo integrante do conjunto do queimador, destinado a
receber o ar secundário do ventilador e distribuí-lo adequadamente para alimentar a
combustão.

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Combustor MPR a óleo

Compõe-se dos seguintes elementos:


1. Subconjunto da caixa de ar;
2. Coroa;
3. Tubo de ar e difusor;
4. Flange da caixa de ar;
5. Flange de fixação da coroa;
6. Anel guia da coroa;
7. Anel de Saída;
8. Anel de fixação do visor de chama;
9. Vidro do visor de chama;
10.Junta do visor de chama;
11.Anel guia do ar.

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A limpeza da caixa de ar é feita da seguinte forma:
 Solte as uniões dos tubos de óleo, ar e vapor que chegam à lança;
 Solte os parafusos que prendem o flange frontal à caixa;
 Retire o conjunto coroa e lança do interior da caixa de ar;
 Raspe as palhetas, os anéis e tudo quanto tenha detritos ou óleo carbonizado, quer na
coroa, quer na caixa de ar. Tenha especial cuidado com os orifícios dos anéis de comunicação
entre a caixa de ar e a fornalha;
 Complete com uma lavagem geral com querosene;
 Seque tudo antes de tornar a montar o conjunto.
Nota: Para evitar maior freqüência desta limpeza, mantenha limpo o ambiente da Casa de
Caldeiras.

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MPR para combustível gasoso: GLP, gás de nafta e gás natural
Difere apenas na lança, na qual o gás é admitido diretamente no tubo externo saindo por
orifícios calibrados para cada tipo de gás, na extremidade da lança.
A caixa de ar é idêntica à da MPR para combustível líquido.

Combustor QG A3P
MPR para queima alternada de combustível líquido e gasoso
As lanças de óleo e de gás são perfeitamente intercambiáveis, sendo ambas fornecidas
quando a caldeira destinar-se à queima mista (óleo / gás) alternada.

COMBUSTORES MY-JET
O combustor MY-JET, que equipa as caldeiras A3P-8.0 e maiores, é do tipo com
atomização de fluido auxiliar a alta pressão, podendo ser fornecido para queima de óleo
combustível pesado, óleo Diesel ou misturas, para queima mista alternada de óleo
combustível e gás combustível e ainda para queima somente de gás combustível.

Lança do combustor MY-JET a óleo.

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Uma característica do combustor MY-JET é a possibilidade de se regular o avanço da lança
de óleo, permitindo assim procurar uma posição tal que se obtenha uma combustão perfeita.

Lança do combustor MY-JET a óleo

Combustor MY-JET a óleo

Cuidados Gerais:
 Antes de entrar em operação, verifique o estado e limpeza do difusor e do bico atomizador.
Havendo coque ou borra limpe-os;
 Verifique se o conjunto da lança está devidamente fixada à caixa de ar;
 Verifique se a lança de óleo está corretamente fixada;
 Verifique se o combustor piloto está corretamente posicionado e se a posição dos eletrodos
de ignição está correta;
Problemas mais comuns:
Dentre os problemas possíveis de acontecer durante o funcionamento do combustor, a
maior parte destes está relacionada com a regulagem da combustão:
 Falha do combustor piloto:
 Verificar tópicos a respeito do combustor piloto e programador de combustão;
 Posição de "fogo mínimo" com o damper de ar muito aberto, não dando condições para o
acendimento do piloto.
 Temperatura alta na saída dos gases:
 Verificar tópico a respeito da limpeza dos tubos de gás;
 Sobrecarga da caldeira, produção de vapor acima do valor nominal;

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 Chama longa penetrando na câmara de reversão, devido à tiragem excessiva da chaminé ou
posicionamento da lança de óleo.
 Trepidação na combustão:
 Temperatura do óleo excessivamente alta, havendo a formação de gases;
 Existência de ar ou água no óleo;
 Combustão com falta de ar ou má atomização do óleo.
 Falha de acendimento do combustor:
 Temperatura do óleo muito baixa, não permitindo a atomização do mesmo;
 Damper do ar de combustão muito aberto em relação à vazão de combustível;
 Falta de combustível devido à operação errônea de alguma válvula de bloqueio, ou falha da
válvula de bloqueio automático;
 Pressão de atomização excessivamente alta.

 Formação de coque, borra ou carvão no difusor ou pedra cônica:


 Pressão do óleo muito elevada;
 Pressão de atomização baixa;
 Ar secundário em quantidade insuficiente;
 Mau posicionamento da lança de óleo em relação à pedra cônica;
 Vazamento na válvula de bloqueio;
 Temperatura baixa do óleo.
Manutenção:
O componente do queimador que requer manutenção periódica é o bico atomizador.
Para limpeza deste, proceda da seguinte forma:
 Desconecte os mangotes de óleo e vapor;
 Retire a lança de óleo;
 Remova o difusor;
 Prenda a lança através do tubo externo em um torno de bancada e, com auxílio de uma
chave de boca afrouxe a capa do bico atomizador;

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 Remova a capa do bico atomizador;
 Retire o bico atomizador;
 Lave a capa e o bico atomizador com óleo Diesel ou querosene. Utilize-se de ar
comprimido para desobstruir orifícios que eventualmente estejam entupidos;
 Repita a operação acima no plug do bico da lança que ficou fixado ao tubo interno;
 Recoloque o bico atomizador e a capa deste, apertando-a firmemente com o auxílio de uma
chave de boca;
 Limpe o difusor, caso necessário, e recoloque-o no lugar;
 Recoloque a lança de óleo;
 Reconecte os mangotes de óleo e vapor.
Ao executar este procedimento, não solte a lança do flange de fixação, pois isto alterará
a posição de avanço da lança. Caso haja realmente a necessidade de soltá-lo, faça antes uma
marca no tubo para facilitar a montagem posterior.
Os combustores MY-JET mistos, tais como os MPR, utilizam duas lanças,
alternativamente. Para evitar que a lança de gás se danifique pela combustão do óleo, esta não
é montada na caixa de ar, quando da combustão com óleo. Ao operar a caldeira com gás, a
lança de gás deverá ser colocada em seu devido lugar e a lança de óleo deverá ser removida.

Combustor MY-JET misto (vista frontal)

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Combustor MY-JET misto (vista lateral)


VENTILADORES
O ventilador é o equipamento responsável pelo suprimento de todo o ar necessário à
combustão, podendo ser do tipo siroco ou centrífugo, conforme o modelo e tamanho da
caldeira.
Antes de se colocar o ventilador em funcionamento, verificar os seguintes itens:
 Se o ventilador não for posto em funcionamento logo após a sua instalação,aconselhamos:
 Substituição do óleo ou graxa do mancal para período de parada superior a quatro meses
(se aplicável);
 É imprescindível que os rolamentos sejam movimentados manualmente uma vez por
semana, através do eixo, a fim de evitar-se a oxidação de contato (se aplicável).
 Examinar se os mancais estão lubrificados (se aplicável);
 Examinar o alinhamento das polias (se aplicável);
 Verificar a tensão das correias (se aplicável);
 Verificar se não existe no interior do ventilador e em suas respectivas partes girantes
corpos estranhos (ferramentas, calços de madeira, etc);
 Examinar as ligações elétricas. Regular o relé térmico conforme a corrente nominal do
motor elétrico;
 Examinar o sentido de rotação do ventilador, se está de acordo com a placa indicativa de
rotação (caso contrário, inverter a polarização).
Limpeza do Rotor:
No ambiente de trabalho do seu equipamento o ventilador succiona o ar das regiões vizinhas,
arrastando poeira, detritos, óleo, etc, que tendem a formar uma pasta oleosa baixando
gradativamente o rendimento do ventilador e o volume de ar. A limpeza do ventilador será
feita da seguinte forma:
Retire o abafador de ruídos (quando houver);
 Raspe os detritos acumulados no rotor, na caixa e nas grades de entrada, aplicando jatos de
ar;
 Complete com uma lavagem geral com querosene;
 Seque as peças depois de lavadas para que não apanhem poeira logo no primeiro
funcionamento após a limpeza;
 Finalmente monte o conjunto;
 Nessa oportunidade estique as correias e lubrifique os mancais do ventilador.

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Notas:
 Para evitar maior freqüência desta limpeza, mantenha limpo o ambiente da Casa de
Caldeiras.
 Nos ventiladores com acoplamento direto, os cuidados com os mesmos se restringem à
limpeza do rotor e da caixa, visto que por ser o rotor acoplado diretamente ao eixo do motor
elétrico, dispensa-se a aplicação do mancal, polias e correias de acionamento.
Deverá ser conforme as recomendações constantes no tópico referente à “Manutenção”,
no item “Lubrificação”.
Os defeitos possíveis são bem poucos e remotos, desde que a manutenção seja eficiente.
Os mancais sofrem desgaste com o uso, porém a vida útil dos mesmos é longa. Se faltar
lubrificação, o desgaste será imediato. Em tudo o mais a estrutura é sólida e não dará
problemas.
Abafador de Ruídos:
Com a finalidade de atenuar o ruído emanado com o funcionamento normal do
ventilador, este pode ser equipado com um abafador de ruídos instalado na boca de sucção.
Este equipamento é constituído de uma carcaça de aço revestida internamente com
isolação acústica.

REDE DE ÓLEO COMBUSTÍVEL


É constituída pelos elementos indicados abaixo:
 Tanque de serviço, com a finalidade de permitir uma partida a frio rápida, além de ajudar
na estabilização da temperatura e pressão do óleo combustível. É equipado com os
seguintes acessórios:
 Resistência elétrica de aquecimento;
 Termostato;
 Termômetro.
 Filtro vertical simples, à sucção da bomba de óleo, e após o aquecedor de óleo.
 Bomba de óleo do tipo engrenagens, com alívio interno, para recalque do óleo do tanque
de serviço.
 Válvulas de bloqueio manual.
 Válvulas de retenção.
 Válvula solenóide para bloqueio do vapor de aquecimento (aquecedores mistos).
 Válvula solenóide ou pneumática para bloqueio da entrada de óleo combustível no
queimador.
 Válvula de alívio do aquecedor de óleo.

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 Aquecedor de óleo elétrico ou misto (elétrico e vapor), com a finalidade de elevar a
temperatura do óleo combustível até a temperatura ideal de queima. Possui válvula para dreno
da água depositada no fundo e pode ser "contornado", dependendo do tamanho do aquecedor,
para funcionamento da caldeira com Diesel (sem aquecimento).
 Purgador do condensado formado no interior da serpentina do aquecedor de óleo
(aquecedores mistos).
 Termo-elemento do controlador da temperatura do óleo combustível à saída do aquecedor.
 Termômetro para indicação da temperatura do óleo à saída do aquecedor.
 Manômetros para indicação da pressão do óleo na válvula comando de fogo e do óleo na
entrada do queimador (apenas caldeiras A3P-8.0 e maiores).
 Válvula comando de fogo (veja sistema de modulação).
 Válvula para sangria de ar e gases (“vent”).
 Combustor (veja item neste mesmo tópico).
 Tanque auxiliar para lavagem da rede com Diesel, quando de paradas por tempo
prolongado, e suprimento de Diesel para o piloto.
Estes elementos não deverão ter suas posições relativas modificadas sem prévia consulta
a ALFA LAVAL AALBORG e em caso de necessidade de substituição de algum elemento,
este não deverá ter sua especificação ou qualidade alterada. Alguns equipamentos e acessórios
mostrados são mais bem explanados em sua função, modo de operar, ajustes e manutenção
em tópicos à parte.
De modo geral, desde que não haja modificação significativa no óleo combustível
utilizado, não deverão ser alterados os valores de temperaturas e pressões ajustados pelo
nosso pessoal técnico à ocasião do acendimento da caldeira. Em caso necessário, estas
alterações e regulagens deverão ser feitas por técnico especializado.
Periodicamente verifique a estanqueidade das válvulas solenóide ou pneumática.
Vazamentos na válvula principal que bloqueia o óleo para o queimador podem trazer sérias
conseqüências se não detectados no início, quando ainda são pequenos, causando a formação
de "borra" no queimador e em casos extremos a explosão na fornalha quando da ignição.
Vazamentos na válvula que bloqueia o vapor de aquecimento trazem a instabilidade da
combustão devido à temperatura do óleo combustível estar demasiadamente alta, pois quando
o controlador de temperatura do aquecedor detecta a alta temperatura do óleo e fecha a
válvula, esta estando defeituosa permite ainda a passagem de vapor, o que superaquece o óleo.
Caso seja constatado o problema em alguma das válvulas solenóides, prontamente a substitua
ou faça a troca de reparos ou bobina da mesma.
As caldeiras que utilizam óleos ultraviscosos em seu sistema de combustão são
equipadas com dois aquecedores de óleo, um localizado após a bomba de óleo combustível,
que pré-aquece todo o óleo bombeado até uma temperatura intermediária, e outro, instalado
após a válvula comando de fogo, complementa o aquecimento, até a temperatura requerida,
somente do óleo que será efetivamente queimado. Com este processo, evita-se o retorno do

52
óleo não queimado a altas temperaturas para o tanque de serviço, o que poderia causar
transtornos tais como transbordamento do óleo no tanque.

53
Além do segundo aquecedor, as caldeiras destinadas à queima de óleos ultraviscosos possuem
um sistema de limpeza da lança de óleo com vapor, para evitar o endurecimento do óleo em
seu interior, no caso de paradas.
Nota: Recomenda-se que as tubulações que conduzem óleo combustível ultraviscoso sejam
dotadas de meios de aquecimento e isoladas termicamente.

BOMBA DE ÓLEO COMBUSTÍVEL


A bomba ALFA LAVAL AALBORG para óleo combustível é do tipo volumétrica, de
engrenagens. O corpo da bomba é fabricado em ferro fundido e possui uma válvula de alívio
que interliga o recalque à sucção com o objetivo de proteger o equipamento de eventual
excesso de pressão. A transmissão de movimento do motor elétrico para a bomba é realizada
através de acoplamento direto com junta elástica. O conjunto motor x bomba é montado sobre
uma base, compacta e resistente.
O objetivo da válvula de alívio é proteger a bomba e o motor contra pressão excessiva
no caso de a descarga ficar obstruída acidentalmente. As bombas de deslocamento positivo
desenvolvem elevada pressão quando funcionam contra descarga obstruída. O motor pode
queimar pela sobrecarga, assim como danificar o mecanismo da bomba.
A válvula de alívio deve estar ajustada para que se abra quando a pressão for maior que
a pressão hidrostática total. O ajuste da válvula deve ser 138 kPa (1,4 kgf/cm2 = 20 psig)
maior que a pressão total.
Exemplo: Se a instalação requer descarga a 1034 kPa (10,5 kgf/cm2 = 150 psig) de pressão, o
ajuste da válvula de alívio deverá ser: 1034 + 138 = 1172 kPa (11,9 kgf/cm 2 = 170 psig), que
é o ajuste recomendado para a válvula de alívio, nestas condições. Este ajuste assegura
descarga à capacidade total da bomba.
A válvula de alívio, como descrita acima, é considerada como dispositivo de segurança.
Ela não é destinada a regular a capacidade ou a pressão da bomba.
Regulagem da válvula:
 Girando o parafuso de regulagem no sentido horário, a pressão de recalque aumenta
gradativamente.
 Girando o parafuso de regulagem no sentido contrário, a pressão diminui. Deste modo
pode-se proceder a devida regulagem desejada ou especificada.
Limpeza da sede da válvula:
 Retire o capuz de proteção, feche a válvula na descarga e acione o interruptor da bomba
de óleo;
 Solte a contra-porca de fixação do parafuso de regulagem. (Apenas desaperte-a sem tirá-
la do lugar.) Ela deverá ficar marcando a posição de regulagem da válvula;
 Com o auxílio de uma chave de fenda, desatarraxe o parafuso de regulagem, observando
a pressão registrada no manômetro da rede de óleo;

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 Dadas algumas voltas no parafuso de regulagem, a pressão do óleo começará a cair;
 Quando o manômetro indicar 34 kPa (0,35 kgf/cm2 = 5 psig), pare de desatarraxar o
parafuso de regulagem;
 Deixe então que a bomba funcione durante alguns minutos para limpar a sede da válvula;
 Depois disso, torne a atarraxar o parafuso de regulagem até a posição normal que ficou
marcada pela contra-porca de fixação;
 Aperte a contra-porca, fixando o parafuso de regulagem e recoloque o capuz de proteção.
Via de regra, esse procedimento é suficiente. Entretanto, se o processo não der
resultado, desligue a bomba de óleo e desmonte a válvula limpando sua sede. Tenha cuidado
de deixar a contra-porca de fixação marcando a posição de regulagem da válvula.
Verificação da válvula de alívio:
 Retire o capuz de proteção e a junta de vedação verificando o estado em que se encontra.
Substitua-o se necessário;
 Desatarraxe o parafuso de regulagem e verifique o estado da fenda na cabeça e os fios de
rosca. Substitua-o se necessário;
 Retire a mola da válvula e inspecione a flexibilidade e o estado geral;
 Verifique o estado do fecho de vedação e proceda a sua limpeza em solvente.
Remontagem da válvula:
 Introduza o fecho de vedação na cavidade da tampa;
 Coloque a mola da válvula;
 Atarraxe o parafuso de regulagem, com auxílio de uma chave de fenda;
 Recoloque as juntas de vedação e aperte o capuz de proteção.
Inicio de operação da bomba:
Antes de colocar a bomba em funcionamento é necessário verificar cuidadosamente
vários detalhes:
 Faça girar o eixo da bomba para assegurar-se de que esteja livre;
 Verifique a direção de rotação da bomba;
 Examine a tubulação de sucção, para certificar-se que todas as válvulas estão abertas, o
filtro limpo e colocado corretamente;
 Examine a tubulação de descarga para certificar-se de que todas as válvulas estão abertas e
que não existe obstrução alguma.

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Ponha a bomba em funcionamento. Se não começar a passar líquido após 60 segundos de
operação, pare a bomba. A bomba nunca deve funcionar seca por muito tempo. O
funcionamento a seco, por alguns minutos, produz maior dano que muitas horas de
bombeamento normal.
Se na bomba não passar líquido 60 segundos depois de começado o funcionamento,
aplique um pouco do óleo pelo lado de descarga da bomba. Coloque-a novamente em
funcionamento, dando-lhe tempo suficiente para que expulse o ar do sistema e comece a
bombear. Se não passar líquido dentro de algum tempo, pare e determine a causa. Uma bomba
rotativa não é um compressor. Não pode comprimir ar contra a descarga. É necessário, então,
prover escape para o ar preso, para que a bomba funcione bem.
Sempre que a bomba não alimentar a tempo deve-se, geralmente, a alguma das seguintes
condições:
 Entradas de ar na tubulação de sucção;
 A extremidade da tubulação de sucção não fica bem submersa no líquido;
 Sucção demasiado alta, com tubulação de diâmetro muito pequeno;
 A sucção é tão alta, que o líquido vaporiza-se antes de chegar à bomba.
Uma vez que a bomba esteja funcionando corretamente, deve-se dar atenção à caixa
de gaxetas. Nunca aperte a preme-gaxeta ao colocar a bomba em andamento pela primeira
vez; é melhor que a gaxeta fique um pouco solta. Assim, é reduzido o aquecimento.
A gaxeta nova requer ajuste inicial. É uma boa prática colocar a bomba em andamento
e logo após detê-la, com intervalos de 1 a 2 minutos. Deve-se manter ligeiro escape de líquido
pela caixa para lubrificar a gaxeta. Recomenda-se não apertar a preme-gaxeta tanto, que não
passe nenhum líquido pela caixa.
defeitos mais comuns:
 A bomba não transvaza o líquido:
- Não está bem alimentada. Volte a alimentá-la do lado de descarga, mantendo aberto o
alívio do ar até que passe o líquido;
- Verifique o sentido de rotação do motor;
- Válvula fechada. Alguma obstrução na descarga ou na sucção. Abra todas as válvulas e
certifique-se que não há obstrução na tubulação;
- Filtro obstruído. Limpe-o. Certifique-se que o filtro é de tamanho e capacidade
adequados;
- O extremo da tubulação de sucção não fica dentro do líquido;
- Desvio aberto. Examine a válvula de alívio. Certifique-se que a válvula não está
ajustada para deixar passar o líquido a uma pressão mais baixa que a pressão de descarga.
Certifique-se que a sede da válvula não contém partículas que a mantém aberta ou que hajam
danificado a sede;

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- Depois de longo e contínuo tempo de trabalho, algumas peças da bomba podem sofrer
desgaste. Reponha-as para restaurar na bomba a sua capacidade original.
 A bomba faz barulho:
- Insuficiente abastecimento de líquido. Aumente a bitola da tubulação de sucção.
Coloque a bomba mais perto do abastecimento do líquido para evitar a vaporização;
- Entrada de ar na tubulação de sucção - Aplique veda-juntas na tubulação, reponha
gaxetas defeituosas, reponha a gaxeta da bomba;
- Verifique o alinhamento. Se necessário, torne a realinhar a bomba;
- Eixo deformado - Troque o eixo;
- Excessiva pressão - Verifique o ajuste da válvula de alívio;
- A válvula de alívio dá "golpes". Regule a pressão da mola até que a válvula pare de
"golpear".
- A temperatura do óleo não está adequada.
 A bomba desgasta-se rapidamente:
- O óleo contém terra ou material abrasivo. Instale um filtro mais fino na tubulação de
sucção;
- Funcionamento a seco - Provenha abundante quantidade de líquido. Não se deve
permitir que a bomba rotativa funcione sem o adequado abastecimento de líquido.
 A bomba não desenvolve sua capacidade:
- Sucção muito alta. A pressão absoluta de sucção deve ser, pelo menos, 14 kPa (0,14
kgf/cm2 = 2 psi) maior que a pressão de vaporização do óleo, na temperatura que se bombeia;
- Filtro parcialmente obstruído. Limpe a tela;
- Entrada de ar na tubulação de sucção. Elimine as entradas de ar;
- Baixa velocidade - Examine o motor e certifique-se da velocidade para determinar se
está sobrecarregado;
- Válvula de alívio mal ajustada. Examine a válvula de alívio para certificar-se de que
assenta bem.
 A bomba funciona e logo perde a sucção:
- Tubulação de sucção pouco submersa. Aumente a altura para obter adequada tomada de
líquido;
- Vaporização na sucção - Reduza a sucção;
- Ar ou gás no sistema - Elimine bolsas de ar na tubulação;
- Entrada de ar na tubulação de sucção - Examine a tubulação.

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 A bomba gasta muita energia (sobrecarga):
- Líquido mais viscoso que o previsto para a bomba - Aqueça o líquido para reduzir a
viscosidade;
- Obstruções na tubulação de descarga fazem a bomba funcionar numa pressão maior do
que a especificada. Obstruções ou válvulas parcialmente fechadas na tubulação de descarga
aumentam a pressão de descarga;
- Gaxeta muito apertada - A gaxeta muito apertada produz aquecimento. Afrouxe a
gaxeta;
- Eixo deformado - Verifique o alinhamento do eixo da bomba e do motor. Se o eixo
estiver deformado troque-o por um novo;
- Desalinhamento da bomba - Verifique o alinhamento da bomba e do motor;
- Desgaste excessivo nos componentes rotativos - Tire a tampa da bomba e certifique-se
de que as peças rotativas não estejam travadas.
Reparo da bomba:
Depois de examinar a lista “problemas no bombeamento”, pode-se concluir que o
defeito está na própria bomba. Neste caso, limpe primeiro a sede da válvula de alívio. Se
ainda assim o defeito persistir, recomenda-se entrar em contato com a Assistência Técnica da
ALFA LAVAL AALBORG para as providências de reparo da bomba.
Engaxetamento:
 Use gaxetas teflonadas quadradas. No caso
de utilização de óleos combustíveis que
requeiram maior temperatura de bombeamento,
devem ser utilizadas gaxetas de teflon ou anéis
de grafite puro;
 Assegure-se de que a caixa de gaxetas esteja
limpa e que a gaxeta anterior tenha sido
removida completamente;
 Corte anéis da espiral em ângulos de
45º conforme mostrado na figura; Corte dos anéis da gaxeta

 Coloque cada anel individualmente,


assegurando-se que estejam firmes em
seus lugares. Os cortes devem ser alternados em posição de 120º;
 Assegure-se de que o eixo gira livremente depois do encaixe de cada anel individual;
 Aperte a preme-gaxeta fazendo pressão igual com os dedos. Verifique se o eixo gira
livremente;

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 Deixe girar por 10 minutos com o vazamento constante antes de apertar as porcas da
sobreposta 1/6 de volta. Continue apertando 1/6 de volta cada 10 minutos até o vazamento
estar reduzido a um nível aceitável. Leve gotejamento é essencial e evita o superaquecimento.

AQUECEDOR DE ÓLEO COMBUSTÍVEL


Para atomização adequada e combustão eficiente, o óleo combustível deve ser aquecido,
de acordo com a sua viscosidade. Para tanto a caldeira possui um aquecedor do tipo elétrico
ou misto (elétrico e vapor). Ambos os sistemas de aquecimento são automáticos, comandados
por um controlador de temperatura, e a temperatura do óleo pode ser lida em um termômetro
colocado na linha de óleo perto da válvula de comando de fogo.
O sistema de aquecimento elétrico é normalmente usado na partida do gerador a frio, e
pode ser desligado tão logo haja vapor suficiente. É composto de elementos de aquecimento
(resistências), comandados através de uma chave contactora.
O aquecimento a vapor se faz por meio de uma serpentina. O controle de temperatura se
dá através de uma válvula solenóide que corta o fluxo de vapor quando é atingido o valor
regulado no controlador de temperatura, que comanda ambos os sistemas de aquecimento.
Um purgador controla a descarga do condensado da serpentina. Mantenha sob observação seu
funcionamento. Quando a válvula solenóide está aberta, ele necessariamente deve trabalhar, a
purga se faz intermitente e ritmada, não devendo haver a descarga de vapor "vivo".
O aquecedor de óleo consiste de um reservatório com resistência(s) elétrica(s) e,
dependendo do tamanho da caldeira, com serpentina a vapor, válvula solenóide, purgador e
válvula de bloqueio para vapor. Além disso, possuem ainda entrada e saída de óleo, válvula
de dreno, válvula de alívio, o termo-elemento do controlador de temperatura e válvulas de
bloqueio para óleo e “vent”.
Cuidados na operação:
Na operação de enchimento do sistema com óleo, elimine o ar existente pela válvula de
“vent”. Ao começar a sair óleo por esta, é sinal de que o aquecedor está cheio, devendo a
válvula ser fechada.
Periodicamente abra a válvula de dreno para descarregar a água que se deposita no
fundo do aquecedor de óleo;
A válvula de bloqueio do vapor deve estar permanentemente aberta, durante o
funcionamento normal para que o vapor possa aquecer o óleo (quando aplicável);
Não ligue as resistências quando o aquecedor estiver vazio, pois estas em pouco tempo se
danificarão;
Cuide para que o termo-elemento do controlador de temperatura não se desloque do seu
poço de proteção instalado no aquecedor, pois a temperatura do óleo ficará sem controle
podendo subir demasiadamente e causar sério acidente;
No uso de óleo combustível pesado, antes de uma parada prolongada da caldeira, é
preciso limpar todo o percurso do mesmo com óleo Diesel para evitar o endurecimento do

59
óleo pesado na tubulação, válvulas, etc. Neste caso, deve-se tomar cuidado para que o óleo
Diesel não passe pelo aquecedor, conforme procedimento abaixo indicado.
As resistências devem ser retiradas periodicamente, para verificação e limpeza, com a
remoção da crosta formada pelo superaquecimento localizado do óleo;
Caso a pressão do óleo venha subir por qualquer motivo, e for além da pressão máxima
(vide tabela no tópico relativo à operação da caldeira, item aquecimento do óleo combustível),
que é a pressão ajustada na válvula de alívio, esta se abrirá e o excesso de pressão será
aliviado;
Ao operar-se o gerador com óleo Diesel ou outro combustível que não necessite de
aquecimento, deve-se fechar a válvula à entrada do óleo do aquecedor e abrir o "by-pass" do
mesmo. Como medida de segurança o controlador de temperatura deve ser regulado para zero
grau ou desligado e fechada a válvula de bloqueio do vapor (se aplicável).
Nota: No caso de aquecedor de pequeno diâmetro (geralmente elétrico com uma única
resistência) que não seja equipado com "by-pass", o óleo Diesel deverá passar pelo mesmo,
tomando-se o cuidado para que a resistência esteja desligada.
Regulagem da Temperatura:
Para o perfeito funcionamento do combustor que equipa as caldeiras ALFA LAVAL
AALBORG este requer uma viscosidade de queima de 90 a 100 SSU. A temperatura a que se
deve aquecer o óleo depende do tipo utilizado, variando grandemente os diferentes tipos de
óleo combustível hoje existentes no mercado. A título de orientação, apresentamos abaixo, o
gráfico que relaciona a viscosidade com a temperatura dos óleos combustíveis mais
usualmente empregados.
Uma vez conhecendo-se o tipo de óleo empregado ou que venha a ser então utilizado,
basta verificar-se com auxílio do gráfico qual a faixa de temperatura de aquecimento
corresponde à faixa de viscosidade acima indicada. Pequenas variações verificadas na prática
(após o ajuste da temperatura e verificação das condições de combustão) são possíveis em
função de várias causas. Para aumentar ou diminuir a temperatura de atomização do óleo, atue
lentamente o controlador de temperatura até atingir a temperatura desejada. Para o caso de
misturas de dois tipos de óleo combustível de diferentes viscosidades, a viscosidade resultante
será função da proporção obedecida na mistura dos óleos, variando logaritmicamente em
relação à proporção, considerando-se uma mesma temperatura.

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Viscosidade dos óleos combustíveis

Defeitos mais comuns:


Se o óleo não atinge a temperatura desejada, verifique:
 Fios soltos ou terminais das resistências quebrados;
 Purgador entupido ou sujo;
 Válvula solenóide com bobina queimada ou sede obstruída;
 Resistências queimadas;
 Válvula de "by-pass" do aquecedor aberta;
 Válvula de bloqueio do vapor fechada;
 Controlador de temperatura mal regulado ou com defeito;
 Chave contactora das resistências com a bobina queimada;
 Rompimento do cabo de compensação que liga o termo-elemento ao controlador de
temperatura.
Se o óleo ultrapassa a temperatura regulada, verifique então:
 Válvula solenóide do vapor dando passagem;

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 Termo-elemento do controlador de temperatura fora ou mal ajustado do seu poço de
proteção;
 Má regulagem ou defeito do controlador de temperatura.

CONTROLE DE TEMPERATURA DO AQUECEDOR DE ÓLEO


O controle de temperatura do óleo combustível é feito através de um controlador
eletrônico tipo "PD" (proporcional diferencial) que atua "ligando e desligando" o conjunto de
resistências de aquecimento e/ou a válvula solenóide de vapor para aquecimento.
O controle "PD" comuta o relé de saída não só na temperatura selecionada, mas em toda
a largura de uma "faixa" que se estende para ambos os lados do "set-point". Esta "faixa" é
denominada banda proporcional (XP) e é regulável de 0 a 10 % do fundo de escala do
aparelho.
A ação proporcional faz com que em toda largura da banda, o tempo energizado e
desenergizado varie de acordo com o "sinal de erro". Quanto maior a diferença entre a
temperatura medida e a selecionada, maior também a diferença entre "tempo energizado" e
"tempo desenergizado".
A ação diferencial permite ao aparelho antecipar a inércia térmica do sistema e desta
forma prevenir uma ultrapassagem do "set-point". Abaixo da "banda proporcional", o relé de
saída do aparelho está constantemente energizado e acima da "banda proporcional",
constantemente desenergizado. O sinal de temperatura do processo é transmitido através de
um termo-elemento Fe-Co com cabo de compensação.
Operação:
A operação do controlador de temperatura é bastante simples, bastando somente ajustar
o "set-point" e a "banda proporcional".
 Ajuste do "set-point”:
Ajuste o knob existente no centro do aparelho na temperatura desejada para aquecer o óleo
combustível. Esta temperatura deverá ser selecionada em função do tipo de óleo combustível
a ser utilizado, para que proporcione uma combustão perfeita.
 Ajuste da "banda proporcional":
Para cada aplicação, existe um valor de "XP" que permite a melhor adaptação do controle
ao processo. Para que a temperatura controlada se estabilize o mais próximo do valor
selecionado na escala ("set-point"), convém seguir a seqüência abaixo:
- Colocar potenciômetro de ajuste de "XP" no máximo e aguardar a estabilização do
processo;
- Diminuir o valor de "XP" e aguardar nova estabilização;
- Repetir a operação até se obter o menor desvio relativamente ao "set-point".

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REDE DE ATOMIZAÇÃO
É constituída pelos elementos indicados abaixo:
 Válvulas de bloqueio manual;
 Válvula de retenção;
 Purgador do condensado que se forma na rede de vapor;
 Filtro "Y" (somente aplicável às caldeiras M3P de tamanho acima de 8.0 e maiores);
 Válvula reguladora da pressão de atomização;
 Válvula solenóide para bloqueio automático da atomização;
 Manômetro para indicação da pressão de atomização;
 Pulmão amortecedor - Visa proteger a válvula reguladora de pressão de eventuais golpes e,
ao mesmo tempo, proporcionar um vapor de atomização mais seco.
Estes elementos também não deverão ter suas posições relativas alteradas sem prévia
consulta à ALFA LAVAL AALBORG e, em caso de necessidade de substituição de algum
deles, a especificação e a qualidade deverá ser respeitada.
Para início de funcionamento, ou quando a pressão de vapor na caldeira A3P for inferior
a 483 kPa (5 kgf/cm2 = 70 psig), faz-se necessário o suprimento de ar comprimido externo ou
vapor de outras caldeiras, para atomização.
O valor da pressão de atomização ajustada pelo técnico da ALFA LAVAL AALBORG,
por ocasião do acendimento, não deverá ser alterada. Caso necessário, a alteração e regulagem
deverá ser feita por pessoal técnico especializado.
Periodicamente verifique a estanqueidade da válvula solenóide, pois um vazamento
permitirá passagem de vapor para o queimador, sem necessidade. Constatado algum
problema, substitua a solenóide ou faça a troca de reparos ou bobina da mesma.
Examine também periodicamente o funcionamento da válvula reguladora de pressão.
Qualquer anormalidade nesta válvula acarretará oscilação na pressão de atomização,
ocasionando deficiências na combustão. Caso seja detectada alguma anormalidade nesta
válvula, procure saná-la imediatamente, substituindo a parte defeituosa ou até mesmo a
própria válvula.
Limpe periodicamente o filtro "Y", pois acúmulo de sujeira implicará em alterações na
pressão de atomização.
O funcionamento do purgador também deverá ser verificado, pois acúmulo de
condensado na rede acarretará alterações na atomização.

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COMPRESSOR (quando houver)
As caldeiras ALFA LAVAL AALBORG equipadas com combustor a óleo, com
atomização por fluido auxiliar, utilizam ar comprimido, por um período limitado, isto é, até
que a pressão do vapor atinja 483 kPa (5 kgf/cm2 = 70 psig), quando a atomização passa a ser
feita pelo próprio vapor gerado pela caldeira.
O compressor ALFA LAVAL AALBORG é do tipo rotativo, de palhetas, tendo sido
projetado para trabalhar com a máxima eficiência a uma temperatura próxima de 70 a 90C.
É acoplado diretamente a um motor elétrico. A função desta unidade é fornecer o ar primário
para atomização do óleo combustível a média pressão, ou seja: 98 a 147 kPa (1 a 1,5 kgf/cm2
= 14 a 21 psig).
Sempre que o compressor é posto em funcionamento, deve-se deixar que se aqueça
durante alguns minutos para chegar às condições de regime de trabalho (temperatura e
pressão). Enquanto o gerador de vapor estiver funcionando, o compressor estará ligado por
três motivos:
 Manter-se em condições de regime de trabalho;
 Manter o bico do atomizador refrigerado, limpando-o de algum excesso de óleo que
tenderia a retornar para dentro do reservatório de lubrificação ou carbonizar-se, entupindo
o atomizador;
 Devido ao fato de que o sistema automático está ligado por intermédio do contato auxiliar
da chave contactora do compressor.
MANUTENÇÃO:
Lubrificação:
O interior do compressor deve ser continuamente banhado em óleo lubrificante. Na
tabela seguinte são recomendados alguns óleos comerciais para essa finalidade:
FABRICANTE MARCA
Shell Talpa 30

Esso Esstic 150

Mobiloil Mobil DTE EH

Texaco Alcad 100

Petrobrás Marbrax TR-68

Ipiranga Ipitur AW 150 G

Castrol Hyspin-AWS 100

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O fluxo contínuo do óleo que circula pela unidade mantém lubrificados os rolamentos e
as superfícies de deslizamento das palhetas.
Quando o compressor estiver funcionando, a válvula de regulagem do fluxo de óleo
deve ser ajustada, de modo que o fluxo de óleo observado no visor seja contínuo.
Mantenha o nível do óleo sempre dentro do visor. Quando o nível estiver baixo, pare o
compressor e reabasteça o reservatório pelo respectivo bujão. Quando a coloração do óleo se
tornar escura é hora de trocá-lo.
Limpe periodicamente as telas desmontáveis (filtros).
Limpeza do reservatório de lubrificação:
Periodicamente, retire o reservatório de lubrificação do compressor, desmonte-o e lave-o
internamente com querosene.
FILTRO DE AR
O filtro deve ser perfeitamente lavado com querosene, trocando-se o óleo. O tempo
entre duas limpezas consecutivas dependerá do ambiente em que está instalado o gerador de
vapor.
REVISÃO GERAL E TROCA DE PALETAS
Com o decorrer do funcionamento, as palhetas do compressor desgastam-se, sofrendo
um encurtamento no sentido longitudinal, tendendo a reduzir a pressão de ar. Se a pressão cair
a um valor menor que a operacional, as palhetas deverão ser substituídas.
A substituição das palhetas é uma operação que requer muito cuidado, envolvendo uma
série de ajustagens e limpezas internas, para que o compressor volte às condições iniciais,
sendo recomendável que seja feita através da assistência técnica da ALFA LAVAL
AALBORG.
Por outro lado, se houver falha na lubrificação ou da refrigeração do compressor, é
possível que as superfícies internas tenham sido danificadas. Neste caso, o compressor terá de
sofrer uma revisão geral, passando por retificação das superfícies internas e/ou troca do rotor,
o que deverá ser realizado na ALFA LAVAL AALBORG, para melhor garantia de sucesso no
reparo.
 O compressor não consegue pressão suficiente:
- Falta de lubrificação
- Desgaste das palhetas - troque-as
- Filtro sujo - limpe-o
- Defeitos externos ao compressor (como atomizador mal montado, perda de ar em
conexões, válvula de bloqueio de ar mal aberta, e outros)
 O compressor não dá pressão suficiente e produz um retorno de ar:
- Falta de óleo

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- Excesso de óleo - reduza a lubrificação; se não der resultado, faça uma limpeza
completa no seu interior, como indicado acima;
- Óleo viscoso demais - troque-o pelo óleo recomendado acima.
COMBUSTOR PILOTO DIESEL E SEUS ACESSÓRIOS
O combustor piloto das caldeiras ALFA LAVAL AALBORG a óleo é do tipo pressão
mecânica. Uma pequena bomba recalca o óleo a uma pressão de 689 a 981 kPa (7 a 10
kgf/cm2 = 100 a 142 psig) de um reservatório de serviço. A ignição é feita por um par de
eletrodos alimentados por um transformador de ignição com 8.000 a 10.000 volts de tensão na
saída. O óleo Diesel ou querosene devem ser utilizados para a ignição do combustor principal.
Estes, passando pela bomba irão para o combustor piloto que os atomiza, formando uma fina
névoa e assim dá condição para que a centelha gerada nos eletrodos faça a ignição do piloto.
É composto dos seguintes elementos:
 Válvula de bloqueio;
 Filtro “Y”;
 Bomba piloto;
 Manômetro;
 Transformador de ignição;
 Combustor piloto.

Combustor piloto a óleo

Conserve o depósito de óleo sempre abastecido. Se acabar o óleo do depósito, entrará ar


na tubulação da bomba. Embora a purga do ar na bomba piloto seja automática, para maior

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rapidez recomenda-se desatarraxar o bujão de teste de pressão, cerca de uma volta, enquanto a
bomba estiver funcionando, até que o óleo escorra, sem bolhas de ar, após o que o bujão
deverá ser novamente atarraxado. A pressão do óleo deve ser de 689 a 1034 kPa (7 a 10,5
kgf/cm2 = 100 a 150 psig).
MANUTENÇÃO:
O atomizador é uma pequena peça cambiável que dispõe na sua entrada de um pequeno
filtro. O estado de limpeza desta peça, bem como a posição dos eletrodos é essencial para o
bom funcionamento do piloto. Para limpeza e regulagem, proceda da seguinte forma:
 Desmonte o conjunto soltando os parafusos fixadores dos isoladores e retirando-os;
 Desatarraxar o atomizador (bico) e a tela;
 Corrigir a ponta curva dos eletrodos e limpá-la com lixa fina;
 Lavar todo o conjunto com querosene e ar comprimido (se houver), secar todo o conjunto;
 Montar em primeiro lugar o atomizador, o parafuso “allen” e filtro;
 Colocar os isoladores nos lugares e regular as pontas dos eletrodos a 2 milímetros de altura
do centro do bico e a 5 milímetros à frente do bico e 3 milímetros entre as pontas dos
eletrodos. Muito cuidado ao realizar esta operação, pois qualquer aperto em demasiado poderá
partir as porcelanas.
Verifique periodicamente os cabos que levam corrente elétrica do transformador aos
eletrodos de ignição. Observe também a ajustagem dos bornes que devem dar um bom
contato. Caso haja mau contato ou fuga de corrente por mau isolamento, a centelha se
enfraquecerá e o óleo não será inflamado, resultando em falha de ignição.
No que se refere à manutenção da bomba piloto, veja os detalhes no próximo tópico.
Defeitos mais comuns
Os defeitos mais comuns do sistema de ignição são:
 Baixa pressão no óleo devido a:
 Falta de óleo no depósito;
 Ar na tubulação;
 Válvula de bloqueio manual fechada
 Filtro na sucção da bomba sujo;
 Problemas na bomba.
 Atomizador sujo ou danificado;
 Eletrodos de ignição gastos ou desajustados;
 Isoladores partidos ou danificados, dando passagem à corrente para terra;

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 Queima ou danos nos isoladores do transformador de ignição.
Nota: Do bom funcionamento do combustor piloto depende em grande parte a segurança da
caldeira. Havendo problemas de falha de ignição repetidas vezes, não insista em dar partida
"assim mesmo" na caldeira. Antes de tentar novamente, certifique-se do bom estado e correto
funcionamento do sistema de ignição.
BOMBAS PILOTO
As caldeiras a óleo combustível e mistas são equipadas com bomba piloto, que serve
para inflamar a chama do combustor principal a óleo. Ela é do tipo de engrenagens, dotada de
uma válvula reguladora de pressão, destinada a manter a necessária pressão do óleo Diesel no
atomizador do combustor piloto.
Para minimizar o retorno de óleo da câmara sob pressão para a câmara de sucção, a
engrenagem e os demais componentes em contacto com esta são temperados e lapidados em
máquinas de alta precisão, com tolerâncias da ordem de microns, o que resulta em alta
performance, longa vida e baixo nível de ruído. Para prevenir danos causados pela presença
de impurezas neste mecanismo de precisão, a bomba incorpora um filtro de tela metálica.
VÁLVULA REGULADORA DE PRESSÃO
A figura a seguir mostra o mecanismo da válvula reguladora de pressão

Válvula reguladora de pressão da bomba piloto


Quando a pressão do óleo excede o nível requerido, a força exercida no lado esquerdo
do pistão causa uma compressão na mola, abrindo a passagem de retorno do óleo. Uma parte
do óleo é desviado para esse retorno, aliviando a pressão em excesso.
A pressão é ajustada e modificada através do parafuso de regulagem. Quando o parafuso
é apertado, a tensão da mola cresce, sendo necessária maior pressão para acioná-la e vice-
versa.

68
Manutenção
A bomba piloto pode operar perfeitamente por muitos anos, se forem observados os
seguintes pontos:
 Limpe periodicamente o filtro, ou substitua-o, se necessário. Na mesma ocasião, limpe
também o filtro do atomizador do combustor piloto;
 Limpe regularmente o tanque de serviço de óleo Diesel, verificando que não se acumule
água no fundo. A água é o maior inimigo da bomba, causando corrosão na carcaça e nas peças
internas, principalmente se a bomba ficar parada por um longo período.
 Verifique periodicamente se os mecanismos de ligamento e desligamento, as juntas da
tubulação e quaisquer dispositivos de segurança estão em ordem, funcionam eficientemente, e
não existe evidência de perdas de combustível;
 Uma vez por ano, verifique se os valores de vácuo se acham dentro dos limites sugeridos
(máximo 49 kPa = 0,5 kgf/cm2 = 7 psig). Para esse fim, recomenda-se instalar um vacuômetro
na conexão apropriada, no lado de sucção da bomba.
Em caso de danos ou revisão geral na bomba, recomenda-se entrar em contato com a
Assistência Técnica da ALFA LAVAL AALBORG.
Problemas mais comuns
 A bomba não funciona
- Acoplamento danificado;
- Bomba bloqueada;
- Motor danificado.
 Superaquecimento do motor
- Plug do by-pass em posição errada;
- Ferrugem no interior da bomba.
 Sucção nula
- Motor gira em sentido errado;
- Acoplamento danificado;
- Bomba bloqueada;
- Motor danificado;
- Tampa não fechada corretamente;
- Linha de sucção danificada;
- Falta de óleo no tanque;
- Ar na bomba;

69
- Pressão excessiva na entrada de sucção;
- Linha de sucção superdimensionada;
- Chaveta da engrenagem quebrada ou faltando.
 Vácuo instável
- Infiltração de ar na linha de sucção;
- Nível de óleo no tanque;
- Ar na bomba;
- Filtros ou linha de sucção parcialmente bloqueada.
 Ruído
- Nível muito alto de vácuo;
- Ar na linha de sucção ou na bomba.
 Nível muito alto de vácuo
- Bloqueamento sério do filtro da bomba;
- Bloqueamento sério do filtro da linha;
- Bloqueamento sério da linha de sucção;
- Linha de sucção muito longa;
- Defeito na válvula solenóide a montante da bomba;
- Defeito ou posicionamento errado da válvula de retenção;
- Diâmetro insuficiente da linha de sucção.
 Baixa pressão no atomizador do combustor piloto
- Capacidade do atomizador muito grande para a bomba;
- Ar na bomba;
- Engrenagem com desgaste;
- Rotação insuficiente do motor;
- Mola da válvula reguladora de pressão quebrada.
 Pressão instável
- Ar na bomba;
- Ar na linha de sucção;
- Presença de água;
- Aditivos ou impurezas no óleo;
- Bloqueamento parcial do filtro ou da linha de sucção;

70
- Engrenagem com desgaste.
REDE DE GÁS COMBUSTÍVEL
É aplicável somente a caldeiras a gás ou mistas e constituída, basicamente, pelos
elementos abaixo indicados:
 Filtro cesto, próprio para gás;
 Válvula reguladora de pressão para gás;
 Manômetros com bloqueio para indicação da pressão do gás após reguladora de pressão e
na entrada do queimador;
 Pressostato para segurança quanto à pressão baixa de gás;
 Pressostato para segurança quanto à pressão alta de gás;
 Válvulas de bloqueio automático de gás para o combustor;
 Válvula de alívio para proteção quanto a falhas da válvula reguladora de pressão;
 Válvula borboleta de modulação (veja sistema de modulação);
 Válvula de bloqueio manual do gás para o combustor com chaves fim de curso para
comprovar válvula aberta ou fechada. Esta válvula opera totalmente aberta, funcionando com
gás ou totalmente fechada, funcionando com óleo. Nas caldeiras somente a gás não são
necessárias as chaves fim de curso;
 Válvula solenóide para “vent” (somente em caldeiras com produção superior a 1.000 kg/h);
 Borbulhador (em sistemas com “vent”).
Em hipótese alguma altere os valores de pressão ajustados pelo nosso pessoal técnico à
ocasião do acendimento da caldeira. A inobservância quanto a este ponto poderá trazer sérias
conseqüências ao equipamento bem como a seus operadores. Necessitando de alterações ou
regulagens, estas deverão ser feitas por técnicos especializados.
Periodicamente verifique a estanqueidade das válvulas de bloqueio automático e válvula
solenóide, simule a ocorrência de pressão alta e baixa do gás combustível para checar o
sistema de segurança. Mantenha sempre limpos o vidro e a água do borbulhador, pois isto
facilitará a visualização de possíveis vazamentos de gás pelas válvulas de bloqueio.
Limpe periodicamente a tela do filtro e verifique o funcionamento das válvulas
reguladoras de pressão. Em reguladoras de pressão com tomada de impulso externo à válvula,
proteja o tubo de impulso contra choques mecânicos, pois o seu rompimento trará sérias
conseqüências ao sistema. Caso seja constatado algum problema, corrija-o imediatamente.
Os gases combustíveis normalmente utilizados são o gás natural, nafta ou GLP e ainda
gases residuais ou obtidos por processos de gaseificação diversos. A rede de gás é
dimensionada para o tipo de gás mencionado no pedido do cliente, não devendo ser trocado
por outro tipo sem prévia consulta à ALFA LAVAL AALBORG.

71
A descarga da válvula de alívio deverá ser dirigida para local seguro da mesma forma
que o “vent”.

SISTEMA PARA TESTE DE ESTANQUEIDADE

Aplica-se somente a caldeiras a gás ou mistas, com produção de vapor superior a 5.500
kg/h).
Este sistema permite, antes da seqüência de partida normal, verificar a estanqueidade
das válvulas de bloqueio automático da rede de gás. É constituído pelos elementos abaixo:
 Pressostato de pressão baixa de teste, montado entre as válvulas de bloqueio automático de
gás. Acusa vazamento na 2a válvula de bloqueio;
 Pressostato de pressão alta de teste, montado entre as válvulas de bloqueio automático de
gás. Acusa vazamento na 1a válvula de bloqueio;
 Módulo gerenciador do teste de estanqueidade (montado no painel de comando).
As recomendações para a rede de gás combustível são válidas, onde aplicáveis, para
este sistema.
O teste de estanqueidade é executado, conforme a seqüência abaixo:
 A válvula solenóide de “vent” é fechada;
 É testada a estanqueidade da 1a válvula de bloqueio. Havendo vazamento, a pressão entre
as válvulas de bloqueio aumentará e acionará o pressostato de pressão alta de teste
interrompendo a seqüência e ativando o alarme. Caso contrário, passa-se para a etapa
seguinte;
 A 1a válvula de bloqueio é acionada, pressurizando o trecho entre as válvulas de
bloqueio. Nesta ocasião, é testada a estanqueidade da 2a válvula de bloqueio. Havendo
vazamento nesta, a pressão no trecho cairá e acionará o pressostato de pressão baixa de
teste, interrompendo a seqüência e ativando o alarme. Caso contrário, dá-se início à
seqüência de partida pelo programador de combustão.

COMBUSTOR PILOTO A GÁS E SEUS ACESSÓRIOS


Refere-se apenas a caldeiras a gás ou mistas.
O princípio de funcionamento é idêntico ao do piloto Diesel, sendo que o gás é utilizado
para ignição do combustor principal. Compõe-se basicamente dos elementos abaixo:
 Válvula de bloqueio manual.
 Válvula reguladora de pressão.
 Válvulas solenóide.
 Manômetro com bloqueio.

72
 Mangote flexível.
 Combustor piloto.
 Transformador de ignição.
O gás combustível admitido da rede principal tem sua pressão reduzida, e é
encaminhado ao combustor piloto, onde se dá a ignição que, como no piloto a Diesel, é feita
através da centelha gerada nos eletrodos.
Onde aplicável, as recomendações para o combustor piloto a Diesel são válidas para o
combustor piloto a gás.
As recomendações feitas para a rede de gás combustível também são válidas, onde
aplicáveis, para o piloto a gás e seus acessórios.

Combustor piloto a gás

73
CONTROLE DE COMBUSTÃO
Para um melhor entendimento do funcionamento do combustor, que é um
equipamento fundamental para a operação segura e eficiente da caldeira, é necessário que se
esteja familiarizado com os princípios básicos da combustão e seu controle. Para tanto,
explanamos a seguir estes princípios, sem nos atermos aos aspectos mais teóricos ou a
maiores detalhes.
Combustão ou queima de um combustível, é uma reação química, denominada
oxidação, entre dois elementos básicos, ou seja, o combustível e o comburente. Esta reação
química apresenta aspectos físicos bem determinados, como: luminosidade, calor e ruído e
desprende como produtos finais da reação os gases e partículas, denominados genericamente
gases de combustão.
A combustão espontânea raramente se dá. É necessário uma fonte de energia externa
que provoque o início da reação de combustão. Além disso, para combustíveis líquidos, é
preciso também verificar-se certas condições propícias à queima do mesmo, devendo este ser
pulverizado ou gaseificado, para que, com a ignição, se dê início à combustão.

COMBUSTÃO DE GASES
Os combustíveis gasosos são os mais fáceis de entrar em combustão. Uma vez tendo-
se uma mistura adequada de gás combustível e ar, uma simples faísca fará com que se inicie a
reação, que prosseguirá sem dificuldade, mantida pela alta temperatura obtida na combustão.
Desta relativa facilidade para início da combustão, resulta a necessidade de grande atenção
com a segurança na utilização de gases combustíveis. Veja tópico a respeito neste manual.

COMBUSTÃO DE ÓLEOS
O óleo combustível é um derivado do petróleo e é formado basicamente de
hidrocarbonetos. O enxofre também é um elemento combustível, mas é indesejável, assim
como a água também presente. A composição química do óleo combustível varia em função
do tipo empregado, devendo ter-se maior atenção principalmente com o teor de enxofre
contido no mesmo. Os diversos tipos de óleos combustíveis atualmente comercializados no
Brasil têm suas principais características normalizadas no Regulamento Técnico ANP no 3/99
estabelecido pela Portaria no 80 de 30/04/99 da Agência Nacional do Petróleo.

PODER CALORÍFICO
Dentre as características de um combustível, a de maior importância econômica é a
que traduz a capacidade de liberar a energia nele contida. Esta grandeza é definida como
poder calorífico, ou seja, é a quantidade de calor liberada pela unidade de massa de
combustível submetido à combustão completa, e expresso em kcal/kg para líquidos e sólidos,
e em kcal/Nm3 para gases.
O poder calorífico superior (PCS) representa a quantidade total de calor liberado
pelo combustível, incluindo a do vapor d'água proveniente da água contida no próprio
combustível e a da queima do hidrogênio.

74
O poder calorífico inferior (PCI) refere-se ao PCS, como definido anteriormente,
descontada a parcela de calor correspondente ao vapor d'água formado. O PCI é o que nos
interessa, a fim de avaliar um determinado combustível, pois na utilização em caldeiras o
vapor contido nos gases de combustão é expelido para o ambiente pela chaminé, sem ter sido
aproveitada nenhuma parte de seu calor.

VISCOSIDADE
Como dito anteriormente, para que a combustão se dê normalmente, são necessárias
algumas condições, além da ignição que dá início à mesma.
No caso do óleo combustível, verifica-se que é primordial a atomização do mesmo, a
fim de tornar possível a combustão. Sendo uma substância líquida - com forças internas
opostas à sua decomposição - é necessária uma energia auxiliar para decompor a massa de
óleo em gotículas finíssimas. Esta decomposição denomina-se atomização.
No atomizador do combustor, o óleo combustível decompõe-se em gotículas de
diversos tamanhos, geralmente entre 30 e 150 microns, as quais se deslocam em todas as
direções e vão-se transformando em gás, até que uma certa energia de ignição provoque a
combustão. Quanto mais quente a fornalha, mais perfeita é esta ignição.
O tamanho das gotículas depende da viscosidade do óleo, do impacto do ar contra o
óleo ou da rotação (nos combustores com atomização por copo rotativo), da pressão e
temperatura (que devem ser uniformes) e do tipo de atomizador. Se a temperatura do óleo
variar durante o funcionamento, o tamanho das gotículas será alterado, variando a intensidade
da mistura ar/óleo e a formação de gás.
A queima rápida se dará em explosões consecutivas com vibrações, as quais, por causa
da temperatura elevada na fornalha, se propagarão a velocidade de 800 a 900 m/s de
velocidade, causando ruídos e microvibrações, às vezes inconvenientes. Assim sendo, a
manutenção de um valor ideal para a viscosidade do óleo no atomizador do combustor é de
grande importância. No projeto do queimador é considerado um determinado valor para a
viscosidade - que no caso dos combustores a óleo de fabricação ALFA LAVAL AALBORG é
de 90 a 100 SSU e como esta varia de óleo para óleo, deve ser corrigida através do controle da
temperatura de pré-aquecimento do óleo combustível (veja tópico a respeito do aquecedor de
óleo), adotando-se uma temperatura para cada tipo de óleo.

AR DE COMBUSTÃO
O comburente é uma substância que auxilia e mantém a combustão. Em geral o
comburente é o oxigênio do ar, que é uma mistura de oxigênio, nitrogênio e pequenas
quantidades de dióxido de carbono, vapor de água e gases inertes.

75
COMPOSIÇÃO PORCENTAGEM PORCENTAGEM
DO AR EM VOLUME EM PESO

Oxigênio 21 23

Nitrogênio 79 77

Na reação química da combustão completa, a combinação do oxigênio do ar com o


óleo forma: CO2, H2O, SO2
Na combustão normal, um átomo de carbono combina-se com um átomo de oxigênio
para formar monóxido de carbono, com uma liberação de calor de 2.200 kcal/kg e com dois
átomos de oxigênio para formar dióxido de carbono, com uma liberação de calor de 7.830
kcal/kg:
C + O  CO + 2.200 kcal/kg (monóxido de carbono)
C + O2  CO2 + 7.830 kcal/kg (dióxido de carbono)
Dois átomos de hidrogênio combinam-se com um átomo de oxigênio para formar
água:
H2 + 1/2 O2  H2O + 28.890 kcal/kg (água)
Um átomo de enxofre combina-se com dois átomos de oxigênio para formar dióxido
de enxofre:
S + O2  SO2 + 2.210 kcal/kg (dióxido de enxofre)
Ocorrem também outras reações intermediárias ou de menor importância ao estudo da
combustão, que não foram mostradas.
Com base nas reações químicas citadas é possível, através das leis da química,
calcular-se a quantidade de oxigênio necessária à combustão de determinado tipo e
quantidade de óleo. Assim temos que, em condições estequiométricas, o oxigênio necessário
para queimar óleo combustível é de aproximadamente 3,226 kg/kg de óleo. Esta quantidade
de oxigênio será fornecida por 14 kg de ar, de acordo com a percentagem em peso do mesmo.

EXCESSO DE AR
Tecnicamente é impossível obter-se uma combustão completa apenas com o
suprimento do ar teoricamente necessário - ar estequiométrico. A atomização do combustível,
seu estado físico, a forma de injeção do ar, o próprio queimador, etc, influem no processo de
combustão e, na prática, torna-se necessária a injeção de quantidade de ar superior à teórica.
A relação entre as quantidades de ar real e teórico é chamada excesso de ar.

76
O valor do excesso de ar varia grandemente em função dos fatores referidos anteriormente,
sendo encontrado na prática, para o óleo combustível, valores entre 10 e 40%.

Esquema da combustão

Este excesso de ar, de um lado tende a reduzir a intensidade da chama e aumentar a


quantidade dos gases de combustão, de outro lado assegura a boa e perfeita combustão,
evitando a formação de CO e as perdas de combustível.

CONTROLE DA COMBUSTÃO
O controle da combustão é extremamente importante, pois serve para evitar a perda de
calor e, conseqüentemente, de combustível, elevando a eficiência de queima da caldeira e,
portanto, diminuindo o consumo de combustível.
Para melhorar o rendimento da combustão, precisamos medir os parâmetros que nos
dão a indicação deste rendimento, e de posse destes valores medidos, compará-los com os
considerados ideais e daí, então, proceder aos ajustes necessários.
A análise dos gases de combustão constitui importante meio para o controle da
combustão. Aparelhos específicos - dentre os quais destacamos o Orsat - fornecem a análise
volumétrica dos produtos da combustão, quantificando os teores de CO2, CO e O2. De modo
geral, conhecendo-se o teor de CO2, já é possível avaliar-se a condição de queima, entretanto
recomenda-se periodicamente proceder a uma análise completa. A análise do teor de CO2 é
feita, no campo, normalmente, com aparelhos portáteis como Fyrite ou Dwyer.
As perdas de calor dependem do teor de CO2 presente nos gases de combustão.
Quanto mais alto o teor de CO2 , menores são o excesso de ar e, conseqüentemente, a perda de

77
calor. A grande quantidade de nitrogênio do ar não participa das reações de combustão. O
nitrogênio é um moderador da temperatura; se ele fosse eliminado, a temperatura de
combustão seria mais elevada. O nitrogênio juntamente com o ar em excesso, além de não
contribuírem em nada no processo de combustão, são aquecidos na fornalha quando da
queima do combustível e posteriormente eliminados pela chaminé com os gases de
combustão, ainda quentes e portanto "roubando" calor que não é transferido a água da
caldeira. Daí se conclui que, quanto menor o excesso de ar, menos o ar será aquecido
desnecessariamente, roubando calorias desprendidas pelo combustível, e, em conseqüência,
maior será o rendimento da caldeira. Deve-se entretanto ter em mente que uma quantidade
insuficiente de ar também é prejudicial, pois ao não permitir a queima completa do
combustível, com o aparecimento de fuligem na chaminé - que é carbono não queimado -
redundará também em perdas, muitas das vezes maiores do que as provocadas por um
pequeno excesso de ar.
A quantidade de fuligem presente nos gases também é um bom indicador das
condições da combustão. Ela é determinada através da passagem dos gases por um papel filtro
e, em seguida, comparando-se a coloração do filtro com uma escala graduada (índice
Bacharach).
Resumindo, temos que as condições de uma boa combustão são:
1. O óleo combustível e o ar devem formar uma mistura íntima homogênea;
2. A temperatura da fornalha deve ser a mais elevada possível para manter a combustão;
3. O ar deve ser em quantidade suficiente em relação ao óleo, para que a reação química da
combustão seja completa.
 A combustão imperfeita produz CO (tóxico);
 A combustão perfeita produz CO2 (não tóxico);
 A boa combustão deve ser livre de fuligem e cheiro, gerando um mínimo de CO nos gases
de escape.
Para sua orientação, veja a seguir o gráfico que relaciona o teor de CO 2 nos gases de
combustão com o excesso de ar, para diversos combustíveis.

78
Relação entre o excesso de ar e o CO2

REGULAGEM DA COMBUSTÃO
Esta somente poderá ser feita por pessoal técnico especializado, pois requer certa
habilidade para que se consiga o ponto de melhor equilíbrio entre os diversos fatores
envolvidos. Normalmente o processo de regulagem da combustão requer tempo, paciência e
observação, sendo também um processo interativo, ou seja, vão sendo feitos diversos ajustes
até que se obtenha a melhor performance possível. Desta forma, não há como se estabelecer
um roteiro exato para a regulagem; entretanto, procuramos a seguir estabelecer os critérios de
julgamento, com os meios possíveis de ajuste ou verificação.

FAIXA DE OPERAÇÃO NORMAL DO QUEIMADOR


Cada combustor possui, como uma de suas características, os limites possíveis de
carga mínima e máxima. A proporção entre estes dois limites é conhecida como Taxa de
Modulação ("Turn Down Ratio") e os valores normais para os combustores, que equipam as
caldeiras ALFA LAVAL AALBORG, são:
 Para óleos combustíveis: 1:3 a 1:5 (dependendo do tipo e tamanho da caldeira), ou
seja, de 33,3/20 a 100% da carga nominal da caldeira.
 Para gás combustível: 1:5, ou seja, de 20 a 100% da carga nominal da caldeira.
É importante notar que estes limites definem também a faixa de modulação, ou seja, os
valores de carga entre os quais a caldeira pode operar normalmente. Isto com pequena
aproximação, pois normalmente a capacidade máxima do combustor é escolhida como sendo
um pouco maior - cerca de 20% - da máxima carga da caldeira.

79
Sem alterações físicas no combustor normalmente não é possível fixar-se uma carga
mínima abaixo dos limites estabelecidos anteriormente, sob pena de vir a ocorrerem
problemas constantes de falha de ignição, instabilidade na combustão, baixo teor de CO2, etc.
O limite superior é fixado pela máxima capacidade da caldeira, que não deverá nunca exceder
à máxima produção de vapor nominal.
JULGAMENTO DA COMBUSTÃO ATRAVÉS DO ASPECTO DE CHAMA
Um dos fatores a serem considerados para avaliação das condições de queima de um
combustível é a coloração ou aspecto da chama, que é função do excesso de ar empregado.
Assim, quando da regulagem de cada um dos pontos da faixa de modulação da caldeira, deve-
se procurar obter o excesso de ar ideal, ou seja, não excessivamente grande ou insuficiente.

EXCESSO ASPECTO DA CHAMA

DE AR ÓLEO GÁS

Muito alto Muito brilhante, vendo-se Azulada e transparente


toda a fornalha

Alto Final da chama com cor Azul


amarelo claro

Ideal Final da chama dourado Vermelho-azulada levemente


rosada

Baixo Amarelo escura com a Avermelhada semelhante à do


fornalha também escura óleo

MEDIÇÃO DE CO2 NOS GASES DE COMBUSTÃO


O teor de CO2 medido à saída dos gases na caldeira também é um indicativo seguro da
qualidade da combustão, mostrando indiretamente o excesso de ar com que a mesma se
realiza. É normal encontrar-se teores de CO2 mais baixos quando em "fogo mínimo" e mais
altos quando em "fogo máximo". Os valores considerados bons são:
 Para óleo combustível: Entre 12 e 14%
 Para gás natural: Entre 9 e 11%

ESTABILIDADE DA CHAMA
Mesmo conseguindo-se bons valores para o teor de CO2 nos gases e bom aspecto para a
chama na fornalha, o resultado pode ser insatisfatório, caso a chama não se apresente estável e
a combustão não se dê de forma contínua e sim com pulsações ou vibrações.

80
Os combustores possuem dispositivos para a adequada estabilização da chama, feita através
da correta distribuição do ar.

EMISSÃO DE FULIGEM PELA CHAMINÉ


Na queima de óleo combustível mesmo com a combustão perfeitamente regulada, é
normal ter-se uma coloração levemente escura dos gases à saída da chaminé, se não for
utilizado nenhum dispositivo antipoluiçäo. Para o óleo combustível 1A/1B, são normais os
valores na faixa de 3 a 4 da escala Bacharach; estes valores tendem a aumentar para óleos
mais viscosos. Deve-se observar também o interior da fornalha que não deve apresentar
partículas incandescentes em excesso desprendendo-se da chama. Atualmente com o advento
dos chamados óleos ultraviscosos, verifica-se que, mesmo pré-aquecendo-os a elevadas
temperaturas, a fim de obter-se a viscosidade recomendada para o queimador, estes óleos
quando empregados apresentam maior teor de particulados, ou fuligem, expelidos pela
chaminé da caldeira. Ao contrário, na utilização de gás combustível não há praticamente a
emissão de fuligem. A fuligem é proveniente da má atomização do óleo, esbarros da chama
nas paredes da fornalha, falta de ar para a combustão, fornalha fria ou outros aspectos que
permitam a emissão de carbono não queimado na fornalha.
Com as exigências, cada vez mais rigorosas, dos órgãos controladores do meio ambiente
(FEEMA, CETESB, etc), torna-se obrigatório, em muitos casos, o uso de equipamentos
antipoluição, para atender aos padrões atuais de emissões, não somente de material
particulado, como a fuligem e as cinzas, mas também gases. Para esse fim, a ALFA LAVAL
AALBORG criou uma linha completa de coletores de pó (tipo ciclone e multiciclone) e
lavadores de gases, compatíveis com as características de suas caldeiras, e que tem atendido
plenamente aos padrões de emissões em vigor.

REGULAGEM DA VAZÃO DE COMBUSTÍVEL E DE AR


Deve-se ajustar a vazão máxima de combustível, de forma a corresponder à produção
nominal da caldeira ou à carga máxima desejada, se inferior a nominal da caldeira. A vazão
mínima é normalmente o menor valor possível de obter-se, desde que com chama estável e
combustão eficiente. A regulagem é feita, aumentando-se ou diminuindo-se a quantidade de
combustível e ajustando-se o ar de forma a obter-se uma combustão ideal, conforme descrita
anteriormente

REGULAGEM DA ATOMIZAÇÃO
Para a correta atomização do óleo combustível, exceto em combustores do tipo copo
rotativo, torna-se necessário a utilização de um fluido auxiliar, ou seja, o próprio vapor gerado
pela caldeira quando esta estiver em operação normal. No início de operação quando a
pressão na caldeira é zero, até que esta atinja valores superiores a 34 kPa (5 kgf/cm2 = 70
psig), deverá ser utilizado para atomização um fluido auxiliar externo que pode ser ar
comprimido ou vapor proveniente de outras caldeiras. A única regulagem que se faz no fluído
auxiliar de atomização é a da pressão de atomização.

81
SISTEMA DE CONTROLE
CONTROLE AUTOMÁTICO
Os objetivos do controle automático são:
 Manter constante a pressão do vapor gerado, mesmo com variações da carga da caldeira,
através da modulação;
 Garantir a segurança do funcionamento da caldeira.
Para esse fim, as caldeiras ALFA LAVAL AALBORG são dotadas dos seguintes
dispositivos:
1. Partida e parada automática;
2. Sistema de modulação;
3. Intertravamentos de segurança;
4. Controle de nível da água.
Os três primeiros itens constituem o chamado controle automático da combustão,
sendo gerenciados pelo programador de combustão.
PARTIDA E PARADA AUTOMÁTICA
As partidas e paradas automáticas da caldeira são efetuadas pelo programador de
combustão.
Os programadores de combustão que equipam as caldeiras ALFA LAVAL AALBORG
são do tipo eletrônico e têm como finalidade gerenciar a seqüência de partida da caldeira, de
forma lógica e segura, a modulação, a monitoração do funcionamento e a sinalização dos
eventos e falhas.
Abaixo estão descritas as fases de acendimento da caldeira pelo programador de
combustão, após ter sido pressionado o botão “liga caldeira”:
 Verificação de luz estranha - É averiguado se há alguma claridade na fornalha e se o
sensor de chama está em “curto” ou fora de posição. A ocorrência de qualquer um desses
eventos interrompe a seqüência de partida.
 Partida do ventilador de combustão, caso o fim de curso de fogo mínimo esteja
acionado;
Nota: Dependendo do porte da caldeira, o ventilador apresenta funcionamento contínuo.
 Verificação do funcionamento do ventilador;
 Início da pré-purga, com duração aproximada de 60 segundos;
 Verificação da pré-purga (somente caldeiras a gás e mistas, óleo / gás);
 Acionamento da ignição e piloto, tendo sido comprovada a posição de fogo mínimo;

82
 Verificação da chama piloto pelo sensor de chama;
 Desligamento da ignição, após cerca de 5 segundos;
 Acionamento da(s) válvula(s) principal(ais) após 5 segundos, aproximadamente, e
liberação da modulação;
 Desligamento do piloto, após cerca de 8 segundos.
A partir deste instante, a caldeira estará operando em automático, supervisionada pelo
programador, e o sistema de modulação passará a atuar.
Ocorrendo pressão máxima de vapor, o programador desligará a caldeira, através do
pressostato de pressão máxima, iniciando o procedimento de pós-purga.
Ao baixar a pressão de vapor, nova seqüência de partida será efetuada automaticamente
pelo programador.
Na ocorrência de qualquer falha, conforme descrito mais adiante em “Intertravamentos
de Segurança”, o programador desligará a caldeira, para nova partida. Após sanado o
problema, torna-se necessário acionar o botão “liga caldeira / reset”.
Nota: Qualquer anormalidade no funcionamento do programador deverá ser, imediatamente,
notificada à Assistência Técnica da ALFA LAVAL AALBORG. Não tente abrir e/ou
consertar o equipamento, sob pena de sérias conseqüências na segurança da caldeira.
PRESSOSTATO DE PRESSÃO MÁXIMA
Quando a pressão máxima de trabalho permitida para a caldeira é atingida, o sistema de
combustão deve ser desligado. Para realizar esta função é empregado o pressostato de pressão
máxima.
Este instrumento sujeito à pressão do interior da caldeira atua desligando a alimentação
de corrente elétrica do sistema automático de combustão (programador).
De acordo com a pressão ajustada, ao se atingi-la abre-se o contato do pressostato, que
permanecerá aberto até que a pressão caia abaixo do valor ajustado menos o diferencial,
também ajustável.
A regulagem do instrumento feita pelo pessoal técnico não deve ser alterada. Entretanto,
caso seja necessário produzir-se vapor com pressão menor que aquela para a qual o gerador de
vapor foi construído, é possível alterar a regulagem, evidentemente dentro de certos limites.
Para a alteração dos valores de pressão de atuação e diferencial, deve-se observar a
figura referente ao funcionamento do sistema de modulação, tendo-se em vista que o corte da
combustão seja feito em valor de pressão de tal forma que a caldeira esteja em "fogo
mínimo". Da mesma forma o diferencial deve ser o maior possível, desde que o mínimo valor
da pressão do vapor (quando a caldeira religa) seja aceitável pelos equipamentos
consumidores de vapor, evitando-se assim o "liga/desliga" da caldeira com muita freqüência.

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O ponto em que a caldeira é religada deve ser tal que neste instante, após o acendimento,
o sistema de modulação esteja em "fogo máximo".
Ajuste de Pressão
Para ajustar a pressão, gire o parafuso de regulagem de pressão até o valor desejado.
Para a regulagem do diferencial, gire o parafuso de regulagem até o valor desejado.
Cuidado ao regular o pressostato através dos valores de pressão indicados no
manômetro principal da caldeira!
Com o passar do tempo este manômetro vai perdendo a elasticidade e passa a indicar
valor de pressão diferente do real, devendo então ser substituído. Para ajuste do pressostato
deve-se utilizar manômetro calibrado.
Manutenção
 O sifão e linha do pressostato devem ser limpos periodicamente. Lama e incrustações
entopem ou dificultam a operação;
 Os defeitos mais comuns são: furar o fole ou defeitos mecânicos que devem ser
corrigidos por pessoa especializada;
 Caso a caldeira, operando em automático, venha a desligar com o manômetro indicando
pressão acima da máxima para a que foi construída, verifique o ajuste do pressostato, tubo de
ligação obstruído ou manômetro com erro de indicação;
 Cuidado ao montar o pressostato na caldeira, verificando sempre o enchimento com água
do tubo sifão de forma que o vapor não incida diretamente no fole do pressostato,
danificando-o devido à alta temperatura. Mesmo cuidado deve ser tomado com o manômetro
principal.

SENSOR DE CHAMA TIPO FOTORRESISTOR


As células fotorresistivas, como também são conhecidas, possuem a característica de sua
resistência elétrica variar, inversamente, com o fluxo luminoso recebido, quando, no escuro, a
superfície sensível possui poucos elétrons na sua banda de condução e, portanto, elevada
resistividade elétrica.
Ao receber um fluxo luminoso a superfície sensível é excitada aumentando o número de
elétrons na banda de condução e, portanto, tendo reduzida a sua resistividade elétrica.
O fotorresistor é conjugado ao programador de combustão e é usado como detector de
chama do sistema de segurança da combustão a óleo.

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Como este instrumento é sensibilizado por qualquer tipo de luminosidade, tais como as
provenientes de luz do dia, lâmpadas, refratários ou parede da fornalha rubros, borras de óleo
incandescentes, para que a segurança da caldeira não seja comprometida, o sensor não deverá
ser exposto a nenhuma outra luminosidade que não seja a própria chama do combustor.
Sua ligação não requer nenhum cuidado especial, devendo os fios ser ligados aos bornes
do programador. Uma vez instalado, o sensor não requer ajustes ou manutenção. Se o sistema
funciona mal, verifique se as ligações estão corretas. Persistindo o problema, troque o sensor.
Os sensores de chama tipo fotorresistor são aplicados nas caldeiras a óleo.

SENSOR DE CHAMA ULTRAVIOLETA


Este instrumento detecta a radiação ultravioleta emitida pela chama. Ele é conjugado ao
programador de combustão e é usado como detector de chama do sistema de segurança da
combustão a gás ou óleo combustível. Ele detecta apenas a radiação ultravioleta e, por essa
razão, opera corretamente, sem ser influenciado pela luminosidade da parede da fornalha,
como pode ocorrer com sistema tipo fotorresistor, que detecta a radiação infravermelha.
Toda chama produz radiação ultravioleta, invisível ao olho humano, mas detectada pelo
sensor ultravioleta. Por razões de segurança, o detector não deve ficar exposto a outras fontes
de radiação ultravioleta, que não a da chama da fornalha. A fonte falsa de radiação
ultravioleta mais comum é a centelha do combustor piloto. Outras fontes de radiação
ultravioleta são: refratário quente (acima de 1400C), arcos de solda ou outra forma de
centelhas, raio laser, lâmpadas germicidas, analisadores por difração, microscópios
eletrônicos, aparelhos de raios-X, disjuntores a vácuo, TV defeituosa e rádio isótopos.
O sensor não deve ser exposto a temperatura acima de 100C. Na sua instalação deve-
se ter em conta que o circuito é em corrente contínua e o tubo polarizado. Assim, o fio azul
deve ser conectado ao borne correspondente do programador e o mesmo com o fio branco. A
troca destes poderá inutilizar o sensor. Os cabos devem ser os mais curtos possível e irem
direto aos bornes do programador. Deve-se usar cabo blindado com dreno eletrostático para
ligação da ultravioleta. Após a instalação, o sensor não requer ajustes ou manutenção. Se o
sistema funciona mal, verifique se as ligações estão corretas e limpe o vidro do sensor com
pano macio e limpo. Se o problema persistir, deve-se trocar o sensor.
Os sensores de chama ultravioleta são aplicados nas caldeiras a gás, mistas (óleo e gás)
ou a pedido do cliente.
SISTEMA DE MODULAÇÃO
Quando uma caldeira opera a baixas condições de carga, isto é, quando o consumo de
vapor é muito menor que a sua capacidade, as paradas e partidas do sistema automático de
combustão tornam-se muito freqüentes, ou seja, a caldeira cicla muitas vezes. Em cada ciclo,
o fluxo de ar da pré e pós-purga remove calor da caldeira e joga-o fora pela chaminé. Após a
caldeira desligada, a cada vez que parte, ela deve entrar numa seqüência de partida para
garantir a segurança. Isso requer cerca de um a dois minutos para repor a caldeira na linha, e,
se houver uma súbita demanda de carga, a resposta do gerador não será imediata. A
reciclagem freqüente também acelera o desgaste dos componentes da caldeira.

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A manutenção aumenta, e - mais importante - a chance de falha também. Devido a todos
esses efeitos, a reciclagem freqüente da caldeira é altamente indesejável.
A fim de equilibrar, dentro de certos limites, a produção com o consumo de vapor, o
gerador é equipado com um sistema capaz de reduzir a combustão, quando a demanda cai.
Este sistema diminui, coordenadamente, o fluxo de combustível e o de ar de combustão,
quando a pressão do vapor se aproxima de seu máximo valor, agindo de forma a aumentá-los
novamente, quando a pressão cai a certo valor, previamente ajustado.
Para um melhor controle da pressão do vapor gerado na caldeira, esta é dotada de um
sistema de modulação proporcional ou "ponto a ponto". Isto quer dizer que a caldeira tem
capacidade para modular sua produção de vapor, dentro de uma certa faixa, de forma
contínua, o que possibilita menores flutuações na pressão do vapor. O sistema de modulação é
do tipo elétrico, com sinal potenciométrico e é composto de:
 um pressostato proporcionador, que através da variação da pressão do vapor, comanda o
servo motor;
 um servo-motor que aciona o conjunto de cames que por sua vez aciona as válvulas de ar e
combustível, posicionando suas aberturas de acordo com a variação da pressão do vapor;
 um potenciômetro com chave automático/manual, de forma a possibilitar o comando
manual do sistema de modulação;
 um damper para regulagem da vazão de ar de combustão;
 uma válvula três vias divergente com regulagem de pressão, chamada válvula comando de
fogo, para regulagem da vazão e pressão do óleo combustível;
 uma válvula borboleta acionada pelo servo-motor, nas caldeiras a gás ou mistas (óleo e
gás);
 um conjunto de cames de regulagem com alavancas e outros dispositivos para regulagem
da combustão (somente nas caldeiras a óleo ou mistas).
Em ambos os casos, o pressostato é interligado ao programador de combustão de forma
que, ao ser dada a partida na caldeira, esta seja sempre na posição de "fogo mínimo".

PRESSOSTATO PROPORCIONADOR
O funcionamento deste instrumento é bastante simples: a variação da pressão do vapor
provoca a expansão ou contração de um fole, que através de uma articulação move o cursor
do potenciômetro ao longo do resistor. Desta forma a resistência à saída do instrumento varia
em proporção à pressão e daí comanda o servo-motor.

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O ajuste do ponto de atuação do pressostato proporcionador deve ser feito no valor da
mínima pressão desejada (escala à esquerda), desta forma, quando a pressão do vapor atingir
este valor, o pressostato fará com que a caldeira esteja em carga máxima. De forma inversa, a
pressão subindo fará com que o pressostato comande o servo-motor no sentido da menor
carga da caldeira, atingindo-se esta quando a pressão do vapor for igual ao ponto de atuação
mais o diferencial ajustado (escala à esquerda).

Gráfico de modulação

Para o modelo L 91 B 1050, usado em caldeiras com pressão até 1.034 kPa (10,55
kgf/cm2 = 150 psig), temos:
 Faixa de atuação: 34 a 1.034 kPa (0,35 a 10,55 kgf/cm2 = 5 a 150 psig)
 Diferencial: escala graduada de A até F, sendo mínimo em A e cada divisão
correspondente a 54 kPa (0,55 kgf/cm2 = 7,8 psig).
Para o modelo L 91 B 1068, usado em caldeiras com pressão maior que 1.171 kPa (11,95
kgf/cm2 = 170 psig), temos:
 Faixa de atuação: 69 a 2.067 kPa (0,70 a 21,09 kgf/cm2 = 10 a 300 psig)
 Diferencial: escala graduada de A até F, sendo mínimo em A e cada divisão
correspondente a 113 kPa (1,15 kgf/cm2 = 16,4 psig).
Nos ajustes do pressostato proporcionador, deve-se ter em conta o seu funcionamento
em conjunto com o pressostato limite, que faz o corte da combustão, para que se tenha o
melhor aproveitamento do recurso da modulação "ponto a ponto". Observe a figura abaixo:
P1: Pressão ajustada no pressostato proporcionador (mínima desejada).

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P2: P1 + diferencial ajustado no pressostato proporcionador.
P3: Pressão máxima de operação (cerca de 0,9 x PMTA) - (desliga caldeira).
P4: P3 - diferencial ajustado no pressostato limite (liga caldeira).
Analisando-se a figura, vemos que ao se dar partida em uma caldeira fria, esta sairá do
ponto A (zero de pressão e carga mínima). Após alguns segundos o sistema de modulação
começará a atuar levando-a para o ponto B (zero de pressão e carga máxima) e a pressão
começará a subir, passando pelo ponto P4 e ao atingir o ponto P1, o sistema de modulação
voltará a atuar, diminuindo a carga em proporção à pressão do vapor. Enquanto o consumo de
vapor se mantiver dentro dos limites do controle proporcional, a caldeira atuará entre os
pontos P1 e P2. Caso o consumo venha a cair demasiadamente, a caldeira passará a funcionar
no ponto P2 e a partir daí se manterá em carga mínima e a pressão ao continuar a subir,
atingirá o ponto P3, sendo então desligado o queimador, indo até o ponto C. Durante o
período em que permanecer parada, o vapor sendo consumido fará com que a pressão caia até
o ponto D, quando então se dará nova partida no ponto E, repetindo-se a partir daí o ciclo de
funcionamento.
A figura analisada mostra o funcionamento ideal desejado; entretanto em função de
situações diversas pode vir a ser necessário outro posicionamento relativo dos pressostatos
proporcionador e de limite.
O pressostato não requer cuidados especiais, devendo-se apenas ter o cuidado de manter
a tampa do instrumento sempre no lugar para proteção quanto a sujeira e deposição de pó.
Rotineiramente deve ser efetuada cuidadosa limpeza
interna para remoção principalmente de poeira que
pode provocar mau contato. Uma rápida verificação do
funcionamento pode ser feita com um Ohmiter,
conforme indicado abaixo:
1. Ligação interna do pressostato:
2. Resistência entre B e W deve ser cerca de 135
Ohms.

Ligação do pressostato
proporcionador

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3. Resistência entre R e W, com ajuste no máximo da escala, deve ser próxima de 135
Ohms. Movendo-se o ajuste para o mínimo da escala a resistência cairá até próximo de zero.
Defeitos mais comuns do pressostato:
1. Entupimento ou obstrução acidental da ligação de pressão com a caldeira;
2. Rompimento da resistência ou mau contato do cursor;
3. Furo do fole sensor da pressão.

SERVO MOTOR
De acordo com a variação da resistência do pressostato proporcionador, o eixo do servo-
motor se posiciona, girando para a direita ou esquerda controlando simultaneamente as
borboletas do ar e a válvula comando de fogo. O eixo visto pela frente, gira em sentido oposto
ao ponteiro do relógio, pela ação da elevação da pressão na caldeira.
Este instrumento é composto de um motor síncrono ligado a um redutor de velocidade
com engrenagens imersas em óleo, um circuito de balanceamento para comando do motor em
função da variação da resistência do pressostato proporcionador com chaves para limitação do
curso e um extintor de arco. O modelo M 9184 D 1021 é alimentado em 24 volts através de
um transformador, tendo curso regulável de 90 a 160 graus com tempo de 60 segundos.
Deve-se evitar sobrecarga do servo motor sob pena de dano do redutor de engrenagens
ou queima do motor de acionamento, para tanto recomendamos verificar periodicamente o
funcionamento do sistema de cames, que não poderá estar emperrado ou com acionamento
pesado. Para eventuais reparos o instrumento deve ser remetido ao fabricante.
Em hipótese alguma faça girar o eixo do servo-motor com a mão ou através de chave de
boca ou similar, pois causará sérios danos ao trem de engrenagens e ao circuito limitador do
curso.
Para conjuntos de cames cujo ângulo de giro é de 90, antes do primeiro funcionamento
da caldeira ou em caso de substituição do servo-motor, o curso deste deverá ser ajustado. Em
caso de primeiro acendimento da caldeira, o curso do servo-motor já sai ajustado de fábrica e
o técnico da Assistência Técnica que for fazer o acendimento, checará e o ajustará caso
necessário. Para ajuste do curso, proceda da seguinte maneira:
1. Desacople o conjunto de cames do servo-motor;
2. Remova a tampa superior;
3. Coloque a chave do potenciômetro na posição manual;
4. Através do potenciômetro, acione o servo-motor até metade de seu curso;

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5. Insira uma chave de fenda 1/8" em uma ranhura do came de ajuste interno e mova o topo
da chave de fenda no sentido horário o máximo possível. Repita a operação em ranhuras
sucessivas do came até que o mesmo atinja o batente no sentido horário;
6. Repita a operação acima no came de ajuste externo, sendo que o sentido de movimento da
chave de fenda deverá ser anti-horário;
7. Através do potenciômetro, acione o servo-motor para a posição inicial e depois para a
posição final (potenciômetro no máximo) e cheque o curso do servo-motor, que deverá ser de
90 graus. Caso o curso ainda seja maior do que 90 graus, repita o procedimento até conseguir
o curso desejado;
8. Acione o servo-motor para posição inicial;
9. Coloque a chave do potenciômetro na posição automático;
10.Coloque a tampa superior do servo-motor;
11.Acople o conjunto de cames ao servo-motor.

POTENCIÔMETRO MANUAL
Este instrumento permite operar manualmente o servo-motor, desde que se passe o
seletor à posição manual. Em caso de funcionamento automático, o servo-motor e o
pressostato proporcionador são ligados diretamente.

VÁLVULA COMANDO DE FOGO


Para o perfeito funcionamento do
combustor, este necessita de uma quantidade
de óleo pré-estabelecida, com a devida
pressão, para cada condição de chama. Isto é
obtido pela válvula comando de fogo,
localizada na rede de alimentação de óleo
combustível e acionada através do conjunto
de cames de regulagem.
O seu funcionamento é muito simples,
de tal forma que não necessita de qualquer
atenção especial. A regulagem de pressão é
feita através da mola e a quantidade de óleo
é controlada por um orifício próprio para
regulagem.

Válvula comando de fogo

A regulagem da vazão de óleo combustível é feita por pessoal técnico especializado, por
ocasião do primeiro acendimento da caldeira e não deve ser alterada. A modulação da vazão

90
de óleo para o queimador é feita pelo macho de regulagem atuado pelo servo-motor através da
movimentação do came de regulagem.
Este último permite a regulagem da proporção ar/combustível para cada ponto da modulação.
Limpeza da válvula:
Em caso de observar-se qualquer irregularidade no volume de chama ou quando a
pressão do óleo não se estabilizar durante o funcionamento, pode ser que a sede da válvula
esteja presa por sujeira ou entrada de ar na linha de sucção antes da bomba (ou manômetro
defeituoso).
Nas agulhas da válvula pode haver detritos que se depositam durante o funcionamento
da caldeira, esse fenômeno irá diminuindo paulatinamente o fluxo de óleo para o combustor.
Sendo necessário limpar a válvula, proceda da seguinte forma:
 Feche a entrada de óleo na rede;
 Abra a válvula de dreno do aquecedor e por ela purgue o óleo da rede até que a pressão
registrada no manômetro seja nula;
 Retire os castelos da válvula sem desmontar a sua parte superior. Na parte superior se
encontra o mecanismo de regulagem coberto por um capuz de proteção. Não retire este capuz,
nem mexa no parafuso de regulagem;
 Lave a agulha e a sede da válvula eliminando os detritos. Não use estopa, pois os fiapos da
mesma dentro de uma canalização de óleo sempre causam problemas. Use querosene, óleo
Diesel ou outro solvente para lavagem;
 Não utilize espátulas metálicas para raspar ou limpar as válvulas. Simplesmente lave-as
dissolvendo os detritos agarrados. Neste caso, a melhor ferramenta a ser usada são as próprias
mãos;
 Recoloque o castelo no lugar, dando o aperto necessário;
 Lembre-se de abrir a válvula de entrada de óleo combustível, antes de dar início à
operação.

VÁLVULA BORBOLETA DE MODULAÇÃO


Nas caldeiras a gás ou mistas, a quantidade de gás combustível é controlada por uma
válvula borboleta de modulação. Esta válvula é acionada através do conjunto de cames de
regulagem.

CONJUNTO DE CAMES DE REGULAGEM


O conjunto de cames de regulagem é um dispositivo constituído basicamente por
elementos com perfis variáveis, que, acionados pelo servo-motor, atuam sobre a válvula
comando de fogo.

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A função dos cames é corrigir a diferença de características existentes entre a válvula
comando de fogo e o damper de regulagem de ar, permitindo assim que para cada ponto da
faixa de modulação se consiga uma relação ideal combustível / ar de combustão.
Para o conjunto de cames cujo ângulo de giro é de 90, antes de colocá-lo em
funcionamento, verifique se o curso do servo-motor está ajustado para 90 (veja item
referente ao servo-motor).
O ajuste do perfil dos cames é simples, bastando atuar nos parafusos de regulagem. Uma
vez definido o perfil, os parafusos de regulagem deverão ser travados.

Nota: Nas caldeiras mistas, para trocar de um combustível para outro, faz-se necessário
desconectar a alavanca de acionamento da válvula comando de fogo e conectá-la à válvula
borboleta de modulação do gás ou vice-versa.
INTERTRAVAMENTOS DE SEGURANÇA
A fim de garantir a operação da caldeira com total segurança, em conjunto com o
programador de combustão existem, na caldeira e no painel de comando, diversos
dispositivos, que promovem intertravamento entre os componentes do painel e outros
elementos.
São eles:
 Pressostato de pressão máxima - Quando o consumo de vapor é menor que a mínima
produção da caldeira, verifica-se que a pressão desta continua a subir, e, ao atingir um valor
ajustado, faz com que o pressostato de pressão máxima atue sobre o programador, cessando
imediatamente a combustão, mediante o fechamento da válvula de bloqueio automático do
combustível. Ao baixar a pressão até um valor também ajustado, o pressostato volta a atuar
sobre o programador, de forma a que se proceda nova partida, iniciando-se a combustão.
 Nível baixo de água - Quando o nível de água desce abaixo de um nível predeterminado,
automaticamente é fechada a válvula de combustível. Simultaneamente o alarme dispara e
sinaliza, indicando que o nível de água está baixo.
 Supervisão de chama - Caso o combustível não se inflame ao ser dada a partida, ou se a
chama apagar-se, durante a operação, por qualquer motivo, é atuado o programador, através
de um sensor de chama que detecta a inexistência ou extinção da chama. Fecha-se a válvula
de combustível e o alarme dispara e sinaliza, indicando o evento.
 Purga do gás de combustão - Este é um dispositivo que faz operar o ventilador e abrir o
damper de ar para expulsar da fornalha os gases de combustão, antes de por a caldeira em
funcionamento e após a parada da combustão. Deste modo, evita-se um inesperado retrocesso
da chama.
 Chama-se pré-purga a operação de ventilação, de forma a eliminar os gases remanescentes
no interior da fornalha, antes da partida.

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 Chama-se pós-purga a ventilação dos gases remanescentes no interior da fornalha, após a
parada da combustão normal.
 A válvula principal de combustível, a da atomização (quando houver) e a da ignição
(quando houver) não se abrirão, enquanto o ventilador e a bomba de óleo combustível não
entrarem em funcionamento.
 Mesmo estando corrigida a condição de nível baixo, a caldeira não entrará em
funcionamento, se não for comprimido o botão “liga caldeira”.
Nas caldeiras a gás ou mistas, além dos dispositivos de segurança já citados, são
encontrados os seguintes:
 Pressão baixa de gás combustível - Havendo queda na pressão do gás, automaticamente
são fechadas as válvulas de bloqueio do gás, dispara o alarme e sinaliza no painel de
comando.
 Pressão alta de gás combustível - Se houver um aumento excessivo na pressão do gás, as
válvulas de bloqueio são automaticamente fechadas, dispara o alarme e sinaliza no painel de
comando.
 Pressão baixa do ar de combustão - Havendo deficiência no suprimento de ar para a
combustão, automaticamente são fechadas as válvulas de bloqueio de gás, dispara o alarme e
sinaliza no painel de comando.
 Estanqueidade das válvulas de bloqueio automático (quando aplicável) - Caso ocorram
vazamentos nas válvulas de bloqueio do gás combustível, a seqüência de partida é
automaticamente interrompida.
 Comprovação da válvula de bloqueio manual do gás aberta ou fechada - É feita
através de chaves fim de curso e não permite o funcionamento do sistema de combustão a
óleo, caso a válvula de bloqueio manual do gás não esteja totalmente fechada, e,
inversamente, não permite o funcionamento do sistema de combustão a gás, caso a válvula
não esteja totalmente aberta. Este dispositivo é aplicável somente a caldeiras mistas.
 Nas caldeiras mistas, não é possível o seu funcionamento com gás, sem que a chave
seletora “óleo / gás” esteja na posição “gás”. Não deve ser comutada esta chave de uma
posição para outra com a caldeira em operação.
CONTROLE DE NÍVEL DA ÁGUA
O controle do nível da água no interior da caldeira é feito por intermédio de eletrodos de
nível, montados em uma coluna de nível e no próprio corpo da caldeira, interligados ao
controlador eletrônico colocados no interior do painel de comando.

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Através do contato da água contida na caldeira com os eletrodos, estes conduzem entre si a
corrente elétrica que comanda o controlador eletrônico, que finalmente fazem o controle do
"liga/desliga" da bomba d'água e do nível mínimo de segurança. Mantenha sempre em
observação o nível de água na caldeira. Nunca deixe que a água desapareça totalmente do
vidro indicador de nível.

COLUNA DE NÍVEL
Trata-se de um vaso cilindrico-vertical, montado na lateral da caldeira, com três
eletrodos de nível na parte superior, indicador de nível e válvula de descarga.
A coluna de nível é interligada à caldeira através de tubos que conectam a parte superior
da coluna à câmara de vapor e a inferior à parte que contém a água. No caso de entupimento
da interligação inferior com a caldeira, retire o "plug" localizado no lado oposto da conexão
do corpo e com a caldeira fria, faça limpeza com pedaço de arame para retirar lama e crostas,
devendo-se ainda, desmontar a válvula de dreno da coluna a fim de que pequenos fragmentos
não danifiquem a sede da válvula.

Coluna de nível

Na coluna de nível, não pode existir vazamento algum, do contrário haverá


desequilíbrio no nível de água da coluna que é um vaso comunicante com a caldeira.
O controle de nível é o sistema responsável em manter a caldeira sempre com a
necessária quantidade de água para o seu funcionamento. A falta de água no interior da
caldeira acarreta conseqüências drásticas, tais como a inutilização da fornalha, dos tubos e dos
espelhos. O acúmulo de lama na coluna de nível pode isolá-la da caldeira. Nestas condições o
controle de nível não executará mais sua função.

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A fim de evitar o acúmulo de lama na coluna de nível, descarregue, pelo menos uma vez ao
dia, a água deste conjunto abrindo totalmente a válvula de descarga. Faça-o, de preferência,
com o gerador de vapor funcionando. O número de descargas para manter limpos os
eletrodos, deve ser determinado pelo estado da água na caldeira.
Ponha à prova a proteção de nível mínimo. Para isso, proceda da seguinte forma:
 Com a caldeira "acesa" abra totalmente a válvula de dreno da coluna;
 Observe que, nesse instante, deve acontecer o seguinte: a bomba de água funcionará, o
combustor se apagará e o alarme soará;
 Se isso não acontecer é porque há um defeito. Procure-o e corrija-o;
 Se acontecer o indicado no "item b", feche a válvula e o gerador de vapor voltará a
funcionar normalmente.
INDICADOR DE NÍVEL
Este é do tipo tubular com hastes protetoras para o vidro visor. O vidro visor deve ser
mantido sempre limpo e, para sua limpeza em operação, basta abrir a válvula de dreno do
indicador por alguns segundos, repita a operação quantas vezes for necessário. De modo
geral, recomenda-se descarregar o indicador, ao menos uma vez por dia. O vidro sujo ou não
transparente deve ser substituído por um outro novo de mesmas dimensões. O vidro utilizado
é o tubular de diâmetro 5/8", devendo também à ocasião, ser trocada a gaxeta.
Caso o visor seja danificado com a caldeira pressurizada, aja com calma, protegendo-se
do vapor e água quente e fechando rapidamente as válvulas de bloqueio do indicador de nível.
Em seguida, retire os fragmentos de vidro e substitua a gaxeta, corte o novo vidro na medida
correta, recoloque-o e reaperte as gaxetas cuidadosamente. Não se esqueça de abrir as
válvulas de bloqueio, que, se apresentarem vazamentos, devem ter as gaxetas de vedação
reapertadas.
Nas caldeiras com PMTA superior a 1.200 kPa (12.0 kgf/cm2 = 174 psig), o indicador
de nível é do tipo pesado com vidro no 5. Para limpeza ou substituição dos vidros, feche as
válvulas de bloqueio do indicador de nível, solte vagarosamente as porcas da tampa do corpo,
(cuidado nesta operação, pois caso a caldeira esteja pressurizada, haverá pressão no interior da
câmara do indicador de nível), retire as tampas do corpo, limpe ou substitua os vidros,
substitua as juntas de vedação (duas entre o corpo e os vidros e duas entre os vidros e as
tampas), recoloque as tampas. O aperto das porcas deverá ser feito com critério, para que não
haja empenamento da tampa bem como quebra dos vidros, na ordem indicada na figura
abaixo.

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Tampa do corpo do indicador de nível tipo pesado

ELETRODOS DE NÍVEL
Os eletrodos contidos na coluna de nível e o montado no próprio corpo têm um
número que corresponde à sua função e posição na montagem, possuindo também um
comprimento pré-determinado que não deve ser modificado, sem prévia consulta à ALFA
LAVAL AALBORG.

Eletrodo de nível

Assim temos:
 O eletrodo no 9 comanda a parada da bomba d'água, quando a água atinge este nível;
 O eletrodo no10 dá partida na bomba d'água, quando o nível desce até este ponto;
 A diferença de comprimento entre estes dois eletrodos (no 9 e 10) é o normal do nível da
água do interior da caldeira;
 O eletrodo no11 comanda a interrupção da combustão, por falta de água na caldeira,
fazendo soar o alarme;
 No corpo da caldeira, existe mais 1 (um) eletrodo no13, para segurança suplementar, em
caso de falha do contido na coluna de nível.
Limpeza dos eletrodos de nível:

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 Examine os eletrodos a cada três meses:
 Antes de retirar os eletrodos de nível para exame e limpeza, descarregue toda a pressão da
caldeira, sem deixar faltar água no vidro indicador de nível;
 Os eletrodos deverão ser lixados com lixa de granulação fina, desfazendo-se a camada
isolante de sujeira e substância aderida aos mesmos para que ocorra melhor contato elétrico;
 Cuidado ao manusear os eletrodos de nível, pois ligações trocadas podem trazer sérios
problemas para a caldeira.
CONTROLE DE NÍVEL
O controle de nível que equipa as caldeiras ALFA LAVAL AALBORG é do tipo
eletrônico, e encontra-se no interior do painel de comando.
Defeitos do controle de nível em operação
O sistema de controle de nível das caldeiras ALFA LAVAL AALBORG é de grande
confiabilidade, tendo dupla proteção para o nível mínimo permitido para a operação segura da
caldeira. Entretanto, não havendo a manutenção devida, o sistema fica sujeito a falhas, que
poderão trazer sérias conseqüências para a caldeira.
Em caso de parada da combustão na caldeira, provocada por baixo nível de água, de
imediato, devem-se tomar as medidas necessárias, conforme abaixo:
 Examinar o nível de água no indicador;
 Nota: Não se deve abastecer com água a caldeira se não aparecer a água no indicador de
nível de água.
 Examinar o nível de água no tanque de abastecimento;
 Examinar a existência de infiltração de ar e a temperatura na sucção da bomba d’água;
 Examinar o funcionamento e a eficiência do detector de nível baixo de água.
Não existindo água na coluna de nível, não se precipite em abastecer com água. A
primeira providência é desligar a caldeira, a chave geral de alimentação do painel de comando
e examinar o volume de água existente no momento. Esfrie a caldeira calmamente e faça uma
inspeção no interior da mesma.
Os defeitos mais comuns do sistema de nível são:
 Eletrodos sujos, provocando mau contato com a água;
 Fios na coluna ou no corpo danificados;
 Eletrodo dando passagem para a terra devido a danos no isolador de teflon;
 Indicador de nível com as torneiras fechadas ou entupidas, não dando a indicação correta
do nível na caldeira;
 Entupimento por lama da coluna de nível ou suas interligações;

97
 Alarme sonoro ou sinalizadores queimados;
 Mau contato na chave comutadora "automático/manual" da bomba d’água;
 Relé térmico do motor da bomba d'água desarmado ou fusíveis queimados;
 Água acumulada no topo da coluna de nível, provocando passagem de corrente entre os
eletrodos;
 Chave contactora da bomba d' água com defeito.
CALDEIRAS PARA ÁGUA QUENTE
O que foi exposto até este ponto refere-se a caldeiras a vapor.
Determinadas aplicações requerem ou podem ser realizadas com água quente, em
circuito fechado, o que muitas vezes conduz a maior economia e segurança. A água quente é
normalmente usada em aplicações de aquecimento a baixas pressões, na faixa de temperatura
de 80 a 120 C, podendo ser excepcionalmente usadas a temperaturas maiores.
Entre as vantagens do uso de água quente sobre o vapor, temos:
 Não exigem formalmente uma Casa de Caldeiras, com todos os requisitos prescritos pela
NR-13 do Ministério do Trabalho;
 Operando em circuito fechado, a água mantém as qualidades obtidas através do tratamento,
não havendo praticamente reposição. Isto significa menor custo de tratamento de água;
 Não há retorno de condensado, o que facilita o uso da água quente para múltiplos
consumidores operando a temperaturas muito diversas;
 Os sistemas líquidos proporcionam vazão positiva através do consumidor, com um mínimo
de desaeração.
As caldeiras ALFA LAVAL AALBORG podem ser fornecidas na versão para água
quente, com as seguintes mudanças principais:
 O manômetro principal permanece, mas é acrescentado um termômetro na conexão de
saída de água quente;
 Os pressostatos são substituídos por termostatos, localizados junto à saída de água quente;
 Não há necessidade de coluna de nível, uma vez que o corpo da caldeira opera cheio de
água;
 O controle do nível mínimo de segurança continua sendo necessário, mas é feito
unicamente através do eletrodo situado no corpo da caldeira;
 O aquecedor de óleo é somente elétrico;
 As conexões de entrada e saída de água são dimensionadas e posicionadas, visando a
atender à vazão de circulação e o fluxo de água ideal no interior da caldeira;

98
 Em lugar de válvulas de segurança, são utilizadas válvulas de alívio, de castelo fechado,
sem alavanca de acionamento.
Quanto aos demais dispositivos e características, tudo que foi explanado para caldeiras
a vapor, onde aplicável, é válido para as caldeiras de água quente.

99
TRATAMENTO DE ÁGUA
FUNDAMENTOS
Estruturalmente a caldeira resulta de um cálculo cuidadoso e de uma construção
aprimorada, prevista para resistir durante muitos anos de trabalho, desde que sejam seguidas
as instruções deste manual. Contudo, fenômenos não previstos no projeto da mesma podem
abreviar sensivelmente a sua vida útil.
Entre as maiores causas da inutilização de caldeiras, indiscutivelmente, estão a
falta de tratamento de água ou o tratamento inadequado da água da caldeira.
Do ponto de vista da operação da caldeira, a água pode ser considerada como matéria
prima para obtenção do vapor, que é o produto final desejado. Assim deve ser dada a devida
importância a esta, para que o vapor tenha a qualidade mínima desejada.
A água para a caldeira é obtida em diversas fontes, tais como rios, lagos, represas,
poços, rede pública, etc. Na água, a não ser a destilada, estão misturadas substâncias
prejudiciais que são também introduzidas na caldeira, acarretando-lhe problemas.
Todos conhecemos o ciclo básico da água que evapora, condensa, retorna ao solo como
chuva e infiltra-se ou corre sobre o mesmo. A água é um excelente solvente e como tal, ao
percorrer seu ciclo absorve impurezas diversas.
A água da chuva relativamente contém poucas impurezas, mas à medida que se precipita
é sujeita à agregação de fuligem, gases industriais, oxigênio, materiais solúveis e insolúveis.
Ao escoar-se ou infiltrar-se no solo, poderá, também, dissolver rochas e terras, absorver gases
presentes no ar e carregar sólidos em suspensão e matéria orgânica.

De modo geral, a água presente na superfície apresenta-se saturada de oxigênio e com


uma pequena quantidade de gás carbônico devido ao equilíbrio com o ar atmosférico, em
contraste com as águas subterrâneas que podem conter considerável quantidade de diversos

IMPUREZAS NA ÁGUA PROBLEMAS PRIMÁRIOS PROBLEMAS SECUNDÁRIOS

Carbonatos Arraste Alto custo de manutenção


Cloretos Corrosão na caldeira Curta vida útil da caldeira
Ferro Corrosão na tubulação Contaminação dos produtos em con-
Matéria
áÁGUAorgânica Incrustação tato com o vapor
Oxigênio e CO2 Sedimentação Desperdício de combustível
Sílicatos Entupimentos
Sólidos dissolvidos Explosão ou deformação na caldeira
Sólidos em suspensão Interrupção da produção
Sulfatos Vapor de baixa qualidade
Vazamentos na caldeira

100
gases oriundos da decomposição de matéria orgânica.
Com relação a matérias em suspensão, as águas subterrâneas contêm quantidades
mínimas, pois a medida que se infiltra no subsolo a água é filtrada. As impurezas presentes
em águas superficiais refletem a natureza do solo local e podem variar grandemente.
A água para uso em geradores de vapor requer tratamento adequado, sob pena de vir a
ter-se problemas operacionais ou de manutenção, conforme mostrado na tabela.
Assim, os três principais objetivos do tratamento de água para caldeiras são:
 Impedir a formação de depósitos e incrustações;
 Controlar e reduzir a ocorrência de corrosão;
 Impedir o arraste de água da caldeira.
Para definir do tratamento a ser empregado, deve-se procurar a assessoria de uma
empresa ou técnico especializado, de comprovada competência, que procederá a análises e
estudos para escolha dos métodos, equipamentos e produtos químicos necessários e fará o
acompanhamento periódico, por meio de análises, procedendo às possíveis correções e
ajustes.
Os principais problemas nos geradores de vapor, devido ao tratamento da água são a
seguir explanados.

INCRUSTAÇÃO
Trata-se da formação de depósitos duros e aderentes, de natureza alcalina, na forma de
cristais, sobre as superfícies de troca térmica da caldeira, sendo mais graves nas áreas onde
ocorrem maiores taxas de transferência de calor.
A incrustação é geralmente devida a compostos químicos que tem sua solubilidade
decrescente com o aumento da temperatura, normalmente sais de cálcio e de magnésio. O íon
cálcio presente na água de alimentação pode formar, dentro da caldeira, carbonato, sulfato e
silicato de cálcio, que se tornarão incrustações de estrutura cristalina sobre as superfícies
metálicas quentes. Outros elementos que podem causar incrustações, embora de menor
importância, são o ferro, cobre, sílica e alumínio.
Óleos e compostos orgânicos também são importantes causas de formação de depósitos
no interior da caldeira, embora possam surgir em qualquer ponto do gerador de vapor, mesmo
numa superfície fria.
Também importante e embora não seja exatamente de natureza química, podendo
ocorrer até mesmo em caldeiras com adequado tratamento de água, é a incrustação decorrente
da operação intermitente da caldeira. Assim, quando da parada da mesma, os sólidos em
suspensão decantam e depositam-se na parte superior dos tubos e da fornalha. Quando o
gerador de vapor retorna à operação, estes depósitos são endurecidos por ação do calor.

101
As incrustações tem características isolantes, sendo esta a causa dos problemas
decorrentes da sua formação sobre as superfícies de aquecimento da caldeira. De fato
comparando-se a condutividade térmica de diversos materiais, temos:

MATERIAL CONDUTIVIDADE TÉRMICA

(kcal/cm2/h.C.cm)
Aço carbono 9,795

Fosfato de cálcio 0,790

Silicato 0,019

Refratário 0,221

Tijolo isolante 0,022

A conseqüência primeira do fenômeno é a queda gradativa da transmissão de calor. Pelo


aspecto econômico temos uma redução na eficiência da caldeira. Apenas 0,8 mm de espessura
da incrustação já diminui sensivelmente o rendimento térmico, podendo a perda ser estimada
pela fórmula:
Perda ( % )  2 x espessura em mm
Com o passar do tempo, o problema é agravado devido ao aumento da espessura da
incrustação e aí reside o maior problema.
Em funcionamento normal a troca de calor na caldeira sem incrustações se dá de
forma que a temperatura do aço, com que são construídos os tubos e a fornalha, seja cerca de
50ºC acima da temperatura da água, ou seja, aproximadamente 240ºC.
Com o surgimento da incrustação, a temperatura do aço vai gradativamente
aumentando, devido ao efeito isolante, e ao ultrapassar 480ºC, sua resistência passa a ser
prejudicada e daí em diante passa a existir a possibilidade de deformação plástica no material
com danos irreversíveis à caldeira, com conseqüências imprevisíveis.
Por exemplo, uma fornalha construída com chapa de espessura 16 mm e coberta por
uma incrustação de 3 mm, sofrerá um aumento considerável na sua temperatura de trabalho,
comparativamente com a fornalha sem incrustação, de tal modo que a chapa terá sua
resistência reduzida em até 45%, ficando sujeita a deformação permanente ou rompimento
devido à pressão no interior da caldeira. Os tubos de gases sujeitos ao superaquecimento
poderão apresentar vazamentos no espelho, exigindo parada da caldeira para correção do
problema.

102
O controle de incrustação na caldeira, é feito externamente através do abrandamento da
água de alimentação, que é um processo de redução total ou parcial da dureza devida a sais de
cálcio e magnésio, por meio de resinas sintéticas que tem a capacidade de trocar íon sódio
presente em sua composição, com os íons cálcio e magnésio presentes na água. Internamente
à caldeira, o controle da incrustação é feito com a adição de produtos químicos diversos
chamados genericamente de "agentes anti-incrustantes".
Numa inspeção do interior da caldeira poderá ser visualizado o problema, porém, em
muitos casos, é tarde para se iniciar o tratamento ou modificá-lo. Ao aparecerem os primeiros
sinais de incrustação, é aconselhável colocar, com controle, desincrustante neutro para
caldeiras, que desprendem as crostas, transformando-as em pó finíssimo, que se precipita no
fundo, e que será retirado mediante descargas de fundo da caldeira.
Outra forma de eliminar-se a incrustação já formada no interior do gerador de vapor, é
a fervura com ácido clorídrico ou outro, sempre com o acompanhamento de técnicos
especializados e análises para verificação dos resultados.
SEDIMENTAÇÃO
Os sólidos dissolvidos, que não são retirados pelos filtros, associados a compostos em
suspensão presentes na água da caldeira, vão se concentrando devido à vaporização contínua
da água que é liberada na forma de vapor, até atingirem o seu limite máximo de concentração
na água, a partir do qual precipitam-se para o fundo da caldeira formando depósitos de lama.
Ao contrário da incrustação, a lama assim formada é de consistência mais mole e menos
aderente, sendo portanto de fácil remoção através de descargas de fundo.
Muitas vezes, a formação de lama está associada aos produtos químicos empregados no
tratamento, que atuam como anti-incrustantes, formando compostos que ficam em suspensão
na água da caldeira, até atingir o ponto de saturação, quando se precipitam para o fundo na
forma de lama.
A lama, a princípio de fácil remoção, e portanto inócua, pode vir a tornar-se
problemática na presença de elementos que são denominados ligantes e formam depósitos de
maior consistência, dificultando, assim, a sua remoção. Os principais ligantes encontrados no
interior da caldeira são o óxido de ferro, o fosfato básico de magnésio, a sílica, os óleos e
outros materiais orgânicos, que devem ser evitados, removidos ou controlados por tratamento
adequado.

103
A lama, caso não seja eficientemente eliminada, e estando sujeita à alta temperatura
decorrente do contato com os tubos e principalmente a fornalha, será "cozida", endurecendo e
tendo também características isolantes, tornando a caldeira sujeita a risco de deformação ou
até explosão, de modo similar às incrustações.
A eliminação da lama depositada no fundo da caldeira, é feita com a caldeira em
operação, através de descargas de fundo periódicas. Para que seja eficaz, a descarga de fundo
deve ser feita com uma freqüência adequada, sendo função das características da água de
alimentação e do tratamento utilizado, devendo ser fixada pelo responsável pelo tratamento da
água.
Recomendamos como mínimo, que a descarga seja efetuada três vezes ao dia,
permanecendo a válvula aberta por aproximadamente 5 segundos e que seja realizada
alternadamente nos diferentes pontos de descarga do corpo.
Nos períodos de manutenção, devem ser abertos os tampões no corpo da caldeira,
examinando o seu interior e, removido, por meio de jatos de água, com auxílio de ferramentas
mecânicas, todo e qualquer depósito.

CORROSÃO
Sob pena de ter-se a vida útil da caldeira drasticamente reduzida, torna-se necessário
também o controle da corrosão. De outra forma, ao ocorrer corrosão fora da caldeira, os
produtos decorrentes desta são carregados pela água para dentro da caldeira, trazendo
problemas diversos caso não venham a ser corretamente combatidos.
Uma das principais causas da corrosão na caldeira, é a presença de oxigênio dissolvido
na água de alimentação, pois este faz com que o catodo de qualquer célula de corrosão se
despolarize, sustentando assim o processo de corrosão.
A corrosão devida ao oxigênio é normalmente encontrada na forma localizada, sendo
mais conhecida como "pitting". A concentração de oxigênio deve ser mantida a mais baixa
possível na água de alimentação, podendo este vir a ser removido da água, mecanicamente
através do emprego de um desaerador, e/ou com a adição de produtos químicos conhecidos
como "seqüestrantes de oxigênio", que são adicionados normalmente no desaerador, em
complementação à remoção mecânica, ou no tanque de água da caldeira.
Os produtos químicos empregados com este fim são o sulfito de sódio e a hidrazina,
sendo o primeiro recomendado principalmente quando o vapor da caldeira entra em contato
direto com produtos alimentícios ou farmacêuticos.
Outra forma importante de corrosão que pode ocorrer no interior da caldeira, é a devida
ao baixo pH, ou seja, o ataque ácido. Este se dá de forma generalizada por todas as superfícies
internas, sendo entretanto agravado nas superfícies dos tubos e fornalha devido ao efeito da
alta temperatura aí existente. Assim o pH deve ser cuidadosamente controlado devendo ser
mantido sempre acima de 7,0 ou seja, alcalino.

104
Quedas bruscas do pH interno da caldeira, são normalmente devidas à contaminação do
condensado retornado por ácidos orgânicos ou minerais. O controle do pH é feito mediante a
adição de produtos químicos alcalinos, normalmente associados a outros empregados, por
exemplo, como anti-incrustantes. Outras formas de corrosão são:
 A corrosão sob os depósitos ou incrustações, devido a presença de sais de sódio
associados à alta temperatura;
 A corrosão cáustica, decorrente de um excesso de hidróxido de sódio que é largamente
empregado no tratamento de água de caldeiras;
 A corrosão sob tensão que torna o aço quebradiço devido ao efeito associado da tensão e
do ambiente corrosivo. É comum ocorrer esta forma de corrosão nos espelhos e tubos,
próximo a região de mandrilhamento;
 Embora não seja uma forma de corrosão, a fragilidade cáustica pode ocorrer
principalmente na região de mandrilamento dos tubos, tendo a forma de trincas no sentido
circunferencial e é devida a concentração de alcalinidade hidróxida na fenda formada pelo
mandrilamento;
 Associada à existência de oxigênio dissolvido na água, pode também ocorrer a corrosão
devida à correntes elétricas residuais decorrentes dos motores e equipamentos elétricos que
compõem a caldeira. Um bom aterramento da caldeira faz com que estas correntes fluam em
direção à terra, eliminando o problema.

ARRASTE
A existência de arraste numa caldeira, pode trazer diversos inconvenientes em
decorrência da contaminação do vapor produzida pela água do interior da caldeira, e do seu
escoamento em alta velocidade nos tubos, projetados inicialmente para conduzir o vapor. O
vapor contaminado em contato com o produto final poderá inutilizá-lo. Também o
condensado será contaminado e os equipamentos em contato com este estarão sujeitos à
problemas de incrustação, corrosão e erosão. O arraste pode surgir na caldeira de duas formas
distintas, ou seja:
 Arraste Mecânico:
Os motivos operacionais causadores do arraste mecânico são os seguintes:
 Flutuações de carga: Períodos em que ocorrem aumentos súbitos na demanda de vapor,
causando uma queda na pressão da caldeira e fazendo com que haja a formação de bolhas
dentro de toda a massa de água da caldeira. Esse fenômeno se somará à maior velocidade na
saída de vapor, o que propiciará o arraste de gotículas de água formadas pela ebulição intensa
na superfície da água.
 Nível alto de água: Quando uma caldeira é operada com nível de água acima do
recomendado pelo projeto, o espaço para vaporização se torna insuficiente. A região para
escape do vapor sendo reduzida, arrasta, junto com o vapor, gotículas de água oriundas das
bolhas formadas no início da vaporização.

105
O controle do arraste mecânico é feito através de uma operação cuidadosa da caldeira,
eliminando-se as flutuações de carga excessiva e com o controle do nível de água correto.
 Arraste Químico:
Quando o vapor é gerado na caldeira, pequenas bolhas de vapor formam-se na superfície
dos tubos e fornalhas e em seguida misturam-se com a água e são transportadas por diferença
de peso específico para a câmara de vapor. A partir daí soltam-se para a superfície, e sob
condições normais, as bolhas coalescem e se quebram, liberando o vapor.
Se uma excessiva concentração de alguns compostos químicos estiverem na superfície,
eles oporão resistência ao fenômeno de coalescência, devido ao efeito que esses constituintes
tem sobre o filme superficial. O resultado disso é que em vez de se quebrarem, as bolhas se
formarão uma sobre a outra, causando uma formação de espuma, a tal ponto que serão
arrastadas junto com o vapor. Dentre os componentes da água da caldeira que podem
aumentar o potencial de arraste, podemos citar os seguintes:
 Sólidos totais;
 Alcalinidade total;
 Sólidos suspensos;
 Matéria orgânica.
Quanto aos três primeiros, é fundamental o controle de seus níveis dentro da caldeira,
pois a alcalinidade promove a formação de espuma, dando condições para haver o arraste de
gotículas de água, contendo dissolvidos os sólidos totais e sólidos em suspensão.
A contaminação da água de caldeira por matéria orgânica, poderá dar condições de
haver saponificação dessa matéria oleosa e orgânica pela alcalinidade da água, resultando na
formação de espuma e conseqüentemente arraste.
De certa maneira o arraste químico e arraste mecânico, estão interelacionados, uma
vez que a excessiva concentração dos compostos aumentarão a possibilidade de arraste, se
ocorrer em qualquer das condições operacionais mostradas no tópico sobre arraste mecânico.
Os teores de sólidos totais poderão ser controlados pela descarga ou por tratamento
externo. A alcalinidade poderá ser controlada pelas descargas, controle de adição de produtos
alcalinos e tratamento externo. Os sólidos suspensos serão controlados por tratamento externo
com filtração, descargas e controle dos tratamentos à base de precipitação.
Em alguns casos, em decorrência da contaminação do condensado retornado, pode vir
a ser necessário a utilização de produtos químicos de características antiespumante, pois
modificações operacionais ou aumento de descargas não surtirão efeito sobre a formação de
espuma devido à água contaminada.
Ao serem introduzidos, dentro da caldeira, esses antiespumantes têm como
características se insolubilizarem e se dirigirem para a superfície, devido ao efeito da
temperatura e do nível de eletrólitos. Na superfície irão atuar sobre as bolhas formadas,

106
alterando sua tensão superficial e dando condições para que estas se tornem maiores,
quebrando-se com mais facilidade e, assim, liberando o vapor.
É importante ressalvar que, ao se procederem análises do vapor gerado na caldeira,
deve-se ter em conta o título do mesmo, que corresponde à relação entre a massa de vapor
seco contido no vapor gerado e a massa total deste. O título do vapor gerado pelas caldeiras
ALFA LAVAL AALBORG é da ordem de 0,95 à 0,98 ou seja, de cada quilograma de vapor
gerado de 5 à 2% é constituído de água saturada e não vapor, não sendo estes valores
considerados como arraste.
As exigências gerais quanto ao tratamento da água, dependem da pressão de operação
da caldeira e de sua forma construtiva. Quando revemos os últimos 50 anos de
condicionamento interno de água de caldeira, muitas mudanças podem ser observadas, tanto
no tipo de equipamento usado para geração de vapor, quanto no tipo de produtos químicos
aplicados para inibir depósitos e corrosão interna. Entre os avanços nos equipamentos,
citamos os seguintes:
 Mais ênfase no sistema de pré-tratamento para remover impurezas da água, antes de
ingressar na caldeira (troca de íons);
 Geração de vapor a maior pressão;
 Menor e mais eficiente equipamento de geração de vapor.
No campo dos produtos químicos, a indústria mudou do uso de produtos orgânicos
naturais para os fosfatos inorgânicos, para quelantes estequiométricos sintéticos e para os
mais avançados e estáveis produtos orgânicos sintéticos.
As caldeiras modernas estão transferindo calor em áreas muito menores. Padrões mais
rigorosos de água de caldeira são um resultado direto desse aumento na eficiência de geração
de vapor, pois um trabalho mais duro em cima das superfícies de troca de calor, torna
imperativo que se mantenham limpos tanto o lado da água quanto o lado do fogo. As
superfícies são menos acessíveis à inspeção e limpeza, o que confere uma importância maior
ao bom tratamento da água e à manutenção.
O controle da manutenção dos valores limites é feito através da análise periódica da
água de alimentação e da caldeira, devendo ser feita diariamente pelo operador ou pessoa
responsável através de kits próprios para análise da água. A fim de facilitar a obtenção das
amostras, a ALFA LAVAL AALBORG pode fornecer mediante solicitação especial do
cliente, resfriador de amostra que coleta e resfria a água da caldeira para que possa ser
analisada e, deste modo, definido o tratamento da água da caldeira.
O resfriador de amostras consta de um tubo ligado à descarga, de um flange com placa
de orifício para redução de pressão e de uma serpentina em invólucro cilíndrico para
resfriamento da amostra. Este aparelho permite retirar amostras de água em qualquer pressão
da caldeira.
O melhor meio de injeção dos produtos químicos para tratamento da água é o contínuo,
através de bomba dosadora ou outro equipamento auxiliar.

107
Mediante solicitação especial do cliente, as caldeiras ALFA LAVAL AALBORG
podem vir a ser fornecidas com válvula para descarga de superfície ou dessalinizadora e ainda
válvula para descarga de fundo automática ou manual.

108
PARÂMETROS DE CONTROLE
Após minuciosos estudos e pesquisa, foram delimitados os valores a serem mantidos na
água de alimentação das caldeiras ALFA LAVAL AALBORG conforme tabela a seguir. Em
função de características específicas tanto da água quanto do regime de operação, estes
valores podem vir a ser alterados pelo responsável do tratamento.

VALORES LIMITES

Parâmetro Unidade Recomendação

pH a 25C - 7,0 a 9,0

Dureza total ppm CaCO3 <1

Matéria orgânica Ppm <1


Água de
alimentação Oxigênio ppm O2 < 0,007
dissolvido

Ferro total Ppm ≤ 0,1

Cobre Total Ppm ≤ 0,05

pH a 25C - 10,5 a 11,8

Alcalinidade M ppm CaCO3 700 a 900


(Total)
Água da
Sólidos totais ppm < 3000
Caldeira dissolvidos

Fosfato Livre ppm PO4 -3 10 a 30

Sulfito ppm SO3 -2 10 a 20

Condutividade S/cm < 5000

Sílica ppm SiO3 < 150

109
CONDICIONAMENTO DA ÁGUA
A manutenção dos parâmetros de controle da água da caldeira é conseguida basicamente
através da adição de produtos químicos à água, sendo para isso necessária a assistência de
firma especializada em tratamento, a qual determinará o tipo e quantidade de produto a ser
adicionado, bem como a freqüência e duração das descargas de fundo, em função da análise
da água.
O melhor meio de injeção dos produtos químicos para tratamento da água da caldeira é
o contínuo, mediante bomba dosadora ou outro equipamento auxiliar.
A análise da água da caldeira deve ser feita diariamente pelo operador ou outra pessoa
responsável, através de kits próprios ou em laboratório caso disponível. A fim de facilitar a
retirada das amostras da água, a ALFA LAVAL AALBORG pode fornecer, mediante
solicitação especial do cliente, resfriador de amostra que coleta e resfria a água da caldeira
para que possa ser analisada e, deste modo, definido o tratamento da água da caldeira. O
resfriador de amostras consta de um tubo ligado à descarga, de um flange com placa de
orifício para redução de pressão e de uma serpentina em invólucro cilíndrico para
resfriamento da amostra. Este aparelho permite retirar amostras de água em qualquer pressão
da caldeira.
DESCARGA DE FUNDO
A caldeira, à medida que produz vapor vai concentrando os sólidos que ingressaram
com a água. A concentração pode ser mantida abaixo do limite máximo, a partir do qual há
precipitação que concorre para incrustação, arraste de partículas sólidas pelo vapor e
formação de espuma.
É a descarga da caldeira que mantém a concentração destes sólidos dentro dos limites
aceitáveis, além de arrastar o lodo que se acumula na parte inferior do costado.
Na técnica de tratamento de água, usa-se freqüentemente a expressão “ciclos de
concentração” para definir o número de vezes que os sólidos dissolvidos presentes na água de
alimentação estão concentrados na água da caldeira. Uma vez definidos os ciclos de
concentração, estes são regulados pela quantidade de purgas ou descargas.
A descarga de fundo serve para o controle dos limites de sólidos totais dissolvidos,
alcalinidade e sílica, além da remoção da lama precipitada no fundo da caldeira. Para a
eliminação de lama do fundo, são mais eficientes as descargas freqüentes de curta duração,
pois a lama é arrastada em maior quantidade no momento de abertura da válvula de descarga.
Devido ao perigo que representa o acúmulo exagerado de lama no fundo da caldeira,
deve-se dar especial atenção à finalidade de eliminação de lama pela descarga de fundo. Caso
esta não seja efetuada eficientemente, corre-se o risco de deformação e até mesmo explosões
na fornalha, pois a chapa que a constitui será superaquecida, quando em contato com a lama.
Deve-se, portanto, verificar periodicamente, através das aberturas de inspeção da caldeira, a
existência de lama na região próxima à fornalha.

110
Recomenda-se executar, no mínimo, uma descarga por dia, porém a quantidade ideal
deve ser determinada pelo tratamento da água executado na caldeira.
Para a correta descarga de fundo, proceda da seguinte forma:
1. Antes de drenar, certifique-se de que não há pessoas por perto e de que não há
anormalidade na saída da descarga.
2. A fim de evitar uma flutuação na pressão do vapor, deve-se escolher o momento oportuno
para a descarga, não devendo ser feita quando a caldeira estiver em carga máxima.
3. Não descarregue a água da caldeira demasiadamente, até atingir o nível mínimo de água.
De preferência, essa operação deve ser realizada com duas pessoas, uma observando o
indicador de nível e a outra operando a descarga.
4. A quantidade de água a ser descarregada depende da freqüência com que é feita a descarga
e dos valores dos sólidos presentes na água de alimentação. Uma vez definido o intervalo
entre uma e outra descarga e a quantidade de água a ser drenada, uma forma prática para o
controle desta é efetuar-se marcas no indicador de nível para melhor controle e facilidade de
operação.
5. Abra rápida e totalmente a válvula de descarga para uma eliminação mais eficiente da lama
e conservação da válvula, pois os detritos arrastados podem danificar sua sede, caso a válvula
opere parcialmente fechada e os detritos venham a depositar-se na sede.
6. Ao terminar a operação de drenagem, certifique-se de que não exista vazamento nas
válvulas. Se encontrar vazamentos ou anormalidades, faça os reparos devidos.
7. Execute a descarga alternadamente em cada um dos pontos de descarga.
8. Caso possível, recomenda-se realizar a operação de descarga de fundo, com a pressão da
caldeira próxima de 207 kPa (2,1 kgf/cm2 = 30 psig). Em caldeiras com operação contínua,
em que não é possível executar a descarga em baixa pressão, recomenda-se a instalação de
válvulas do tipo descarga rápida, após as válvulas normais de bloqueio.
Além da descarga normal de fundo, conforme descrito, algumas caldeiras podem, a
pedido do cliente, ser dotadas de dispositivos especiais, como a seguir:
 Descarga contínua ou de superfície - que possibilita um melhor e mais econômico
controle do nível de sólidos dissolvidos. Pode ser fornecida válvula agulha de regulagem
manual ou ainda válvula dessalinizadora.
 Válvula de descarga rápida manual ou automática, instalada após a válvula de bloqueio
normal. A válvula automática possui um dispositivo para regulagem do tempo entre uma
purga e outra, bem como a duração da purga.
 Tanque de descarga para tratamento da água eliminada pela purga - Devido à alta
pressão e temperatura em que a água se encontra no interior da caldeira, esta não pode ser
diretamente lançada na rede normal de esgoto. O tanque de descarga recebe o impacto
decorrente da pressão com que a água é descarregada, conduz o vapor formado
instantaneamente e reduz a temperatura da água antes de eliminá-la para a rede normal de
esgoto.

111
TRATAMENTOS EXTERNOS
Além do tratamento primário recebido pela água de abastecimento, tais como
decantação, coagulação, filtragem, etc, e, dependendo da qualidade da água de alimentação e
da pressão do vapor gerado, é comum o uso de tratamento da água de alimentação, para
mantê-la dentro dos limites recomendáveis de qualidade e, até mesmo minimizar os
parâmetros nocivos, com o fim de reduzir produtos químicos e as descargas de fundo, que
representam evidentemente uma perda que incide significativamente no custo do vapor.
Entre as técnicas de tratamento da água de alimentação, destacam-se:

 Abrandamento - Destina-se à remoção dos sais de cálcio e magnésio, responsáveis pela


dureza da água e os principais causadores de incrustação. O processo é realizado em
equipamentos conhecidos como abrandadores e consiste em fazer passar a água dura por um
leito de resina catiônica que contém o cátion sódio, sendo os cátions cálcio e magnésio
contidos na água retidos na resina e substituídos pelo cátion sódio.
 Desmineralização - É realizada por equipamentos denominados desmineralizadores e
destinados à remoção de todos os sais inorgânicos presentes na água, ou seja, de todos os
cátions e ânions da água. Neste sistema, a água passa inicialmente pelo leito de resinas
catiônicas, onde são retidos todos os cátions (Cálcio, Magnésio, Ferro), sendo substituídos
por cátions hidrogênio. Em seguida, passa por um leito de resinas aniônicas (sulfatos,
cloretos, carbonatos e sílica), cedendo ânions hidroxila (OH), que combinados com o
hidrogênio formam a água quimicamente pura. Este é, sem dúvida, o tratamento mais
perfeito.
 Desaeração – Elimina os gases dissolvidos na água, como o oxigênio e o gás carbônico
(CO2), elementos altamente nocivos à caldeira, responsáveis por corrosão. Os equipamentos
destinados a essa operação são chamados desaeradores.

112
OPERAÇÃO
QUALIFICAÇÃO DO OPERADOR
A caldeira deve ter sua operação confiada a pessoa devidamente qualificada. O operador
deve ter sido treinado e possuir os requisitos necessários que permitam um desempenho
seguro e eficiente da caldeira.
Sob o ponto de vista de segurança, o Ministério do Trabalho, através de sua norma
regulamentadora NR-13, estipula as condições a serem preenchidas pelo operador de caldeira,
as quais transcrevemos a seguir:
13.4.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de
operador de caldeira.
13.4.3.5 Será considerado operador de caldeira aquele que satisfizer o disposto no item A do
Anexo I desta NR.
ANEXO I-A (NR-13)
A. Caldeiras
A1 Condições Gerais
A1.1 Para efeito desta NR, será considerado operador de caldeira aquele que satisfizer uma
das seguintes condições:
a) possuir certificado de Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras e
comprovação de estágio prático conforme item A1.5 deste Anexo;
b) possuir certificado de Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras previsto
na NR 13 aprovada pela Portaria SSMT n.° 02, de 08 de maio de 1984 ou na Portaria SSST
n.º 23, de 27 de dezembro de 1994.
A1.2 O pré-requisito mínimo para participação como aluno, no Treinamento de Segurança na
Operação de Caldeiras é o atestado de conclusão do ensino fundamental.
A1.3 O Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras deve, obrigatoriamente:
a) ser supervisionado tecnicamente por PH;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no item A2 deste Anexo.
A1.4 Os responsáveis pela promoção do Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras
estarão sujeitos ao impedimento de ministrar novos cursos, bem como a outras sanções legais
cabíveis, no caso de inobservância do disposto no item A1.3 deste Anexo.
A1.5 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático, na operação da própria
caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter duração mínima
de:
a) caldeiras da categoria A: 80 (oitenta) horas;

113
b) caldeiras da categoria B: 60 (sessenta) horas;
c) caldeiras da categoria C: 40 (quarenta) horas.
A1.6 O estabelecimento onde for realizado estágio prático supervisionado previsto nesta NR
deve informar, quando requerido pela representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento:
a) período de realização do estágio;
b) entidade, empregador ou profissional responsável pelo Treinamento de Segurança
na Operação de Caldeira ou Unidade de Processo;
c) relação dos participantes do estágio.
A1.7 Deve ser realizada capacitação para reciclagem dos trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com a operação das instalações sempre que nelas ocorrerem modificações
significativas na operação de equipamentos pressurizados ou troca de métodos, processos e
organização do trabalho.
A2 Currículo Mínimo para Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras.
1. Noções de grandezas físicas e unidades. Carga horária: 4 (quatro) horas
1.1. Pressão
1.1.1. Pressão atmosférica
1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta
1.1.4. Unidades de pressão
1.2. Calor e temperatura
1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura
1.2.2. Modos de transferência de calor
1.2.3. Calor específico e calor sensível
1.2.4. Transferência de calor a temperatura constante
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaquecido
1.2.6. Tabela de vapor saturado
2. Caldeiras - considerações gerais. Carga horária: 8 (oito) horas
2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações
2.2. Partes de uma caldeira
2.2.1. Caldeiras flamotubulares
2.2.2. Caldeiras aquatubulares
2.2.3. Caldeiras elétricas

114
2.2.4. Caldeiras a combustíveis sólidos
2.2.5. Caldeiras a combustíveis líquidos
2.2.6. Caldeiras a gás
2.2.7. Queimadores
2.3. Instrumentos e dispositivos de controle de caldeiras
2.3.1. Dispositivo de alimentação
2.3.2. Visor de nível
2.3.3. Sistema de controle de nível
2.3.4. Indicadores de pressão
2.3.5. Dispositivos de segurança
2.3.6. Dispositivos auxiliares
2.3.7. Válvulas e tubulações
2.3.8. Tiragem de fumaça
3. Operação de caldeiras. Carga horária: 12 (doze) horas
3.1. Partida e parada
3.2. Regulagem e controle
3.2.1. de temperatura
3.2.2. de pressão
3.2.3. de fornecimento de energia
3.2.4. do nível de água
3.2.5. de poluentes
3.3. Falhas de operação, causas e providências
3.4. Roteiro de vistoria diária
3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras
3.6. Procedimentos em situações de emergência
4. Tratamento de água e manutenção de caldeiras. Carga horária: 8 (oito) horas
4.1. Impurezas da água e suas consequências
4.2. Tratamento de água
4.3. Manutenção de caldeiras
5. Prevenção contra explosões e outros riscos. Carga horária: 4 (quatro) horas
5.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde

115
5.2. Riscos de explosão
6. Legislação e normalização. Carga horária: 4 (quatro) horas
6.1. Normas Regulamentadoras
6.2. Norma Regulamentadora 13 - NR-13
Nota: Por ocasião do acendimento inicial da caldeira, a ALFA LAVAL AALBORG, através
de técnico enviado para tal finalidade, fornece informações básicas inerentes à
caldeira, de modo a familiarizar o operador com o novo equipamento, o que, no
entanto, não deve ser considerado como um treinamento na acepção da NR-13.

116
DEVERES DO OPERADOR
A vida útil da caldeira, seu bom funcionamento, performance e segurança, dependem
em grande parte do operador. Abaixo, são enumerados alguns deveres básicos do operador da
caldeira:
1. Para sua segurança e a do próprio equipamento, observar as seguintes recomendações:
 não se afastar da área de controle da caldeira sob sua responsabilidade, quando em
funcionamento;
 não ultrapassar a pressão máxima de trabalho admissível;
 observar com freqüência o nível de água, os manômetros (vapor, atomização, ar, óleo e/ou
gás), os termômetros (óleo e chaminé) e demais instrumentação, a fim de detectar eventual
anormalidade;
 evitar variação brusca de pressão ou de carga na caldeira;
 verificar o funcionamento da coluna de nível, pelo menos 1 (uma) vez por dia;
 verificar o funcionamento da(s) válvula(s) de segurança, pelo menos 1 (uma) vez por
semana;
 efetuar as descargas de fundo, conforme orientação do responsável pelo tratamento da água
da caldeira, para controlar a concentração de sólidos e outros produtos indesejáveis;
 ao observar qualquer anormalidade, tomar imediatamente as medidas cabíveis;
 atualizar o “Diário da Caldeira”, onde devem ser anotadas quaisquer anomalias
observadas, tais como paradas de emergência, reparos, reformas, acidentes, substituições de
equipamentos, indicando causas, providências tomadas e outros detalhes de importância.
2. Durante o funcionamento da caldeira, efetuar tarefas básicas de manutenção, observando
principalmente:
 funcionamento correto de válvulas, purgadores, instrumentos e equipamentos auxiliares,
procurando detectar eventuais ruídos estranhos, vibrações, aquecimento anormal de mancais,
etc;
 funcionamento dos controles manuais e automáticos, acompanhando a seqüência de partida
e parada do combustor;
 vazamentos diversos de vapor, água, combustíveis e quaisquer outros que não sejam
normais;
 existência de água no óleo combustível, eliminando-a através do dreno do aquecedor de
óleo;
 aspecto da chama na fornalha através dos visores, existência de fumaça na chaminé e
temperatura da saída dos gases, corrigindo a regulagem da combustão, se necessário;

117
 limpeza de filtros (água e óleo);
 limpeza do combustor principal e do combustor piloto;
 limpeza e arrumação da Casa de Caldeira, eliminando materiais inflamáveis em excesso ao
permitido, detritos e qualquer outro material ou equipamento que não seja estritamente
necessário;
3. Cuidar do abastecimento da água, combustível principal, combustível do piloto, produtos
químicos para tratamento da água, materiais e peças de reserva:
 verificar se os reservatórios de água e de combustível estão suficientemente abastecidos;
 providenciar as amostragens da água para análise e as dosagens periódicas dos produtos
químicos, de acordo com a orientação do responsável pelo tratamento da água.
Nota: Por razões de segurança, o operador não deverá tentar executar qualquer serviço na
caldeira , para o qual não recebeu treinamento específico.

118
PRIMEIRO ACENDIMENTO (“START-UP”)
Uma vez terminada a montagem e a instalação da caldeira e feitas as verificações, testes
simulados e limpeza geral, conforme exposto no tópico referente à instalação, a caldeira estará
pronta para entrar em operação. Nesta oportunidade, deverá ser notificada a filial da ALFA
LAVAL AALBORG ou o representante mais próximo, ou, se preferir, diretamente a CAT
(Central de Assistência Técnica da ALFA LAVAL AALBORG), a qual providenciará o envio
do técnico que realizará o primeiro acendimento da caldeira.
Notas importantes:
1. Somente deverá ser solicitada a presença do técnico após terminada toda a instalação,
feitas as verificações preliminares e providenciados os insumos necessários à operação da
caldeira: combustível, energia elétrica, água tratada, etc.
2. Não dar início à operação da caldeira, sem a presença do técnico, para não perder a
garantia da mesma.
Com a presença do técnico da ALFA LAVAL AALBORG, dar-se-á início ao processo
de acendimento da caldeira que basicamente compreende:
1. Verificação geral:
 Alinhamento dos acessórios (bombas d’água, bombas de óleo, ventilador, etc.);
 Nivelamento da caldeira;
 Alimentação de água, óleo, gás e a rede de vapor;
 Funcionamento das válvulas;
 Limpeza dos filtros;
 Instalação elétrica e aterramento;
 Tensão de alimentação;
 Sentido de rotação de todos os motores, por meio de partidas instantâneas (não deixar o
acessório rodar em vazio por mais de 10 segundos);
2. Enchimento da caldeira com água:
 Abrir a válvula geral de entrada de água e ligar a chave geral de energia elétrica para a
caldeira. A bomba de água será automaticamente ligada, começando a encher a caldeira com
água;
 Enquanto a bomba estiver operando, observar cuidadosamente o nível de água no tanque e,
se este esvaziar-se, a chave deverá ser desligada, aguardando-se que o mesmo se encha
novamente para, então, tornar a ligar a chave geral.
 A bomba continuará operando, até que a caldeira atinja o nível máximo de água, quando a
válvula de entrada de água deverá ser fechada, para evitar que a alimentação de água prossiga
por gravidade.

119
 Após o primeiro enchimento da caldeira, é necessário abrir e limpar a válvula de retenção
da bomba, para retirar fragmentos soltos na água, que podem provocar o retorno da água
quente da caldeira, através da bomba, ao tanque de água.
 A alimentação de água com a caldeira fria deve ser feita com a válvula de suspiro
totalmente aberta, ou, na falta desta, providenciar outra maneira de eliminar o ar do interior do
costado.
 Neste primeiro enchimento com água, é também observado o funcionamento do sistema de
controle de nível de água.
3. Teste hidrostático:
 Antes do acendimento da caldeira e, ainda com água fria, deverá ser feito um teste
hidrostático na caldeira, a fim de detectar alguma anormalidade proveniente do manuseio da
unidade durante o transporte ou na instalação da mesma;
 Raquetear as válvulas de segurança ou removê-las e fechar os respectivos bocais, na
caldeira, com flanges cegos;
Nota: Nunca faça a vedação na própria válvula de segurança, por meio de aperto do parafuso
de ajuste, pois tal procedimento poderá danificar a sede e contra-sede da válvula.
 Desconectar os pressostatos;
 Fechar a válvula de saída de vapor;
 Abrir as tampas das caixas de fumaça traseira e dianteira;
 Com o comando manual da bomba d’água, elevar lentamente a pressão da caldeira até 1,5
(uma e meia) vez a PMTA, e efetuar uma rápida inspeção visual da caldeira;
 Baixar lentamente a pressão até o valor da PMTA, e, mantendo esta pressão durante 30
minutos, examinar cuidadosamente a caldeira, quanto a vazamentos ou eventuais danos;
 Retirar lentamente toda a pressão da caldeira;
 Recolocar as válvulas de segurança em sua posição normal, reconectar pressostatos, abrir a
válvula de vapor e fechar as tampas da caldeira.
4. Em caso de caldeiras a óleo, verificar existência de vazamentos na rede de óleo, conexões
e válvulas;
5. Em caso de caldeiras operando a gás, fazer checagens de segurança no sistema de gás;
6. Acender a caldeira em fogo mínimo, precedido do aquecimento do óleo combustível, se for
o caso;
7. Proceder à regulagem da combustão;
8. Regular as válvulas de segurança e os pressostatos de limite e de modulação, conforme o
requerido (pressão máxima, velocidade de resposta da caldeira, pressão de operação, etc.);
9. Testar o injetor, se houver;

120
10. Efetuar os testes de segurança: nível mínimo de segurança, pressão máxima, falha de
chama, alarme de falta de água, porta(s) de explosão, etc.;
11. Observar o comportamento geral da caldeira em operação automática;
12. Proceder à orientação dos operadores quanto aos aspectos mais importantes do
funcionamento e da manutenção da caldeira.
Notas:
a) Os operadores devem estar qualificados para operação de caldeiras e, de preferência, estar
previamente familiarizados com a unidade, através da leitura deste manual.
b) Nesta oportunidade deve ainda ser realizada a Inspeção Inicial de Segurança, conforme a
NR-13 do Ministério do Trabalho.

121
ROTINA DE PARTIDA
Toda vez que for dar início à operação da caldeira, o operador deve cumprir uma rotina,
conforme estabelecido a seguir. Estas providências são necessárias somente nos casos em que
a caldeira, após um certo tempo em funcionamento normal, tenha permanecido parada por um
período prolongado. Em caso de paradas normais durante o funcionamento, a partida se dá
automaticamente, sem necessidade da intervenção direta do operador.
1. Verificar se os seguintes depósitos estão cheios:
 de água;
 de combustível principal (óleo combustível ou gás em cilindros);
 de combustível do piloto (óleo Diesel ou querosene).
2. Assegurar-se de que as seguintes válvulas estão fechadas:
 de saída de vapor, até atingir a pressão de trabalho;
 de descarga da caldeira;
 de descarga da coluna de nível;
 de dreno do indicador de nível;
 de fechamento manual do óleo combustível, à entrada do queimador;
 de vapor para a atomização (caldeiras com atomização por fluido auxiliar);
 geral de entrada de água, até atingir a pressão de cerca de 207 kPa (2,1 kgf/cm 2 = 30 psig),
após o que deverá permanecer aberta;
 de dreno do aquecedor;
 de bloqueio manual do gás para o combustor (operação com óleo nas caldeiras mistas);
 de bloqueio na instalação de suprimento de gás (operação com óleo nas caldeiras mistas).
3. Assegurar-se de que as seguintes válvulas estão abertas:
 do visor de nível;
 da rede de óleo combustível;
 do fluido externo de atomização;
 do ar do compressor , quando houver;
 do suspiro, se houver;
 de bloqueio de gás para o piloto (operação a gás nas caldeiras a gás ou mistas);
 da rede de óleo Diesel ou querosene para o piloto;
 de bloqueio manual do gás para o combustor (operação a gás nas caldeiras a gás ou
mistas);

122
 de bloqueio na instalação de suprimento de gás.
4. Não deixar também de:
 verificar a lubrificação nos demais equipamentos;
 verificar o nível de água da caldeira;
 examinar e limpar os diversos filtros nas redes de água e combustível;
 com a chave geral desligada, verificar os relés térmicos, fusíveis, programador de
combustão e todo o interior do painel de comando;
Após completar todas as verificações e, em caso de anormalidades, ter procedido às
devidas correções, em caso de operação com óleo combustível, prossegue-se aquecendo-se o
mesmo, conforme detalhado mais adiante.
5. Lembrar-se, ainda, de que:
 No início da geração do vapor, a válvula de suspiro (quando existente), deve
permanecer aberta, a fim de eliminar o ar porventura existente no interior da caldeira. Ao
começar a sair vapor e a pressão a subir, feche-a.
 Partindo-se a caldeira com água fria em nível normal, observa-se que, passado algum
tempo, o nível de água apresenta-se muito alto, possivelmente cobrindo todo o visor,
devido à dilatação volumétrica da água. Nestas condições, proceda à descarga de fundo até
restabelecer o nível normal.
 Ao atingir a pressão normal de trabalho, a válvula de saída de vapor deve ser aberta
muito lentamente, prevenindo-se golpe de ariete e choque térmico. Nas caldeiras com
atomização por fluido auxiliar, caso desejado, pode-se passar a fazer a atomização com o
vapor gerado pela própria caldeira. Para isso, a caldeira deve ser desligada, a válvula de ar
fechada e a válvula de vapor para atomização aberta, tornando-se a acender a caldeira.

123
AQUECIMENTO DO ÓLEO COMBUSTÍVEL
Conforme foi visto anteriormente, ao cumprir a rotina de partida da caldeira fria, o
operador da caldeira tem necessidade de aquecer o óleo combustível e, para tanto, deve
proceder como abaixo indicado:
1. Após verificar que o tanque de serviço esteja devidamente abastecido, ligue seu
aquecimento elétrico;
2. Quando a temperatura atingir cerca de 60C, o óleo combustível estará em condições de
ser bombeado. Com a válvula de bloqueio à entrada do queimador fechada e a válvula de
suspiro do aquecedor de óleo aberta, acione a bomba de óleo, e observe, em seguida, o seu
funcionamento, que não deve ser “forçado”. Caso haja o desligamento do motor da bomba,
devido a sobrecarga atuando o relé térmico, aguarde a temperatura do óleo no tanque subir
mais um pouco e verifique o esforço da bomba, girando-a manualmente.
Nota: A temperatura acima é válida para óleo combustível 1A ou 1B, podendo ser maior para
óleos mais viscosos,
3. Entrando a bomba de óleo em funcionamento, encherá o aquecedor de óleo. Ao começar a
sair óleo pelo suspiro, feche-o. Observe o manômetro até que acuse alguma pressão, o que
indicará que o tanque está completamente cheio de óleo. Desligue, então, a bomba de óleo.
Nota: Nunca deixe que a pressão ultrapasse o valor Pmáx da tabela, caso em que a válvula de
alívio se abrirá. Se, no entanto, a válvula de alívio estiver avariada ou descalibrada, o
aquecedor poderá romper-se.

CALDEIRA FAIXA DE Pmáx


OPERAÇÃO (kgf/cm2)
DO ÓLEO
(kgf/cm2)

A3P-2.0 a 6.5 3a4 5

M3P-8.0 a 17 9 a 12 15

4. Ligue as resistências do aquecedor de óleo. O controlador de temperatura do aquecedor


desligará automaticamente as resistências, quando o óleo atingir a temperatura ajustada.
Ligue novamente a bomba de óleo, para que este circule na rede. Faça-o, porém, com a
atenção voltada para o manômetro, desligando-a se a pressão do óleo chegar ao limite
superior da faixa de operação (veja a tabela). Repita a operação de ligar e desligar, tantas
vezes quanto necessário, até que a pressão se estabilize na faixa de operação..
Nota: Somente energize as resistências do aquecedor de óleo após certificar-se de que este
esteja totalmente cheio, caso contrário elas se danificarão irremediavelmente.

124
5.À medida que o óleo circula através da rede, a temperatura gradualmente se estabiliza,
quando, então, abra a válvula manual de óleo, devendo esta permanecer aberta enquanto a
caldeira estiver em funcionamento. A partir deste instante, a caldeira está pronta para a
operação normal.
Nota: Periodicamente drene o aquecedor, recolhendo o óleo misturado à água, em um
recipiente apropriado.
******

125
OPERAÇÃO AUTOMÁTICA

ÓLEO COMBUSTÍVEL
Em caso do primeiro acendimento diário ou em início de turno, após feitas as
verificações recomendadas, o óleo combustível deverá ser condicionado a temperatura e
pressão satisfatórias, de acordo com o seu tipo. Ajustando o comutador para a posição "liga"
e, a seguir, ligando-se a caldeira, dá-se início ao procedimento de partida. Deste ponto em
diante, a caldeira é comandada automaticamente, recebendo e controlando sinais de chama,
pressão, nível, temperatura, etc, não requerendo intervenção direta do operador.
Cumprida a seqüência de partida, o programador de combustão monitora o
funcionamento da caldeira, até que, eventualmente, ocorra alguma falha ou a pressão do vapor
atinja o máximo valor ajustado. Neste caso, o programador executa a rotina de parada da
caldeira.
Quando em funcionamento automático, acham-se em ação diversos sistemas (descritos
em detalhes em tópicos anteriores), de modo a tornar a operação segura e eficiente.
Basicamente, são eles:
1. Programador de combustão: Promove a ordenação lógica e segura das operações de
partida e parada da combustão, além da constante supervisão da existência da chama no
queimador e monitoração dos demais intertravamentos.
2. Sistema de modulação: Faz com que a produção desenvolvida pela caldeira acompanhe a
demanda de vapor, mantendo a sua pressão em torno de um valor previamente ajustado.
3. Sistema de controle de nível de água: Opera automaticamente a bomba d’água,
mantendo o nível da água, no interior da caldeira, dentro da faixa recomendada, ao mesmo
tempo em que controla o nível mínimo para operação segura da caldeira.
4. Aquecedor de óleo: Liga ou desliga automaticamente as resistências ou o vapor de
aquecimento, de modo a manter a temperatura do óleo combustível dentro da faixa adequada
para otimizar a combustão.
5. Pressostato de pressão máxima: Desliga a caldeira, cessando a combustão, em caso de o
vapor atingir o valor máximo ajustado, permitindo o religamento, assim que a pressão baixar
até um valor também previamente ajustado.
6. Intertravamentos de segurança: Existentes no interior do painel de comando, provendo
os meios à operação segura da caldeira, com a supervisão contínua das falhas.
Quando do primeiro acendimento, o operador da caldeira deve observar atentamente
toda a operação comandada pelo programador, de forma a certificar-se de que todos os
sistemas encontram-se em condições normais e operando adequadamente.
Ocorrendo alguma falha durante a partida ou funcionamento normal, o operador deve
procurar identificar a causa da mesma e, em seguida, providenciar o devido reparo. Na partida
não se deve insistir na ignição, em caso de falha, sem antes proceder a uma completa
verificação da causa e uma perfeita ventilação no interior da fornalha e passagens de

126
gases.
Ao proceder-se o acendimento da caldeira fria, isto é, sem pressão e com a água à
temperatura ambiente, é recomendável que o seu aquecimento se faça o mais lentamente
possível, assegurando uma acomodação das partes que se dilatam devido ao calor gerado na
fornalha. Assim, no primeiro acendimento deve-se acionar o sistema de modulação para “fogo
mínimo”, até que a pressão na caldeira atinja aproximadamente 345 kPa (3,5 kgf/cm2 = 50
psig). Em seguida, retorna-se para a posição normal e a caldeira estará liberada para a
modulação de carga, em função da pressão do vapor.
Nota: Mesmo estando em funcionamento totalmente automático, a caldeira não dispensa a
presença do operador, o qual deverá, durante a operação, proceder à rotina de manutenção,
limpeza, coleta de dados, pequenos reparos e ajustes. Desse modo, a caldeira e seus
acessórios, bem como os demais equipamentos, dentro da Casa de Caldeira, serão mantidos
em perfeita ordem, prevenindo-se defeitos e falhas que poderão interromper ou impossibilitar
a geração de vapor ou até mesmo provocar algum tipo de acidente.
GÁS COMBUSTÍVEL
Observadas algumas normas básicas de segurança abaixo relacionadas, a utilização de
gás combustível torna-se bastante fácil.
1. Considerações sobre o gás e suas instalações:
Os gases combustíveis são normalmente mais leves que o ar, com exceção do GLP,
devendo, portanto, as instalações estar sempre bem ventiladas. Verifique diariamente se os
acessos e janelas da Casa de Caldeiras estão devidamente abertos e desobstruídos e se, nas
partes mais elevadas, onde há maior tendência de acúmulo de gases, não há equipamentos
elétricos inadequados, superfícies superaquecidas ou outro tipo de fonte de ignição.
O gás é incolor, somente percebido pelo odor, e, portanto, requer cuidado, devendo ser
evitados serviços de solda elétrica, acendimento de maçarico, esmerilhamento e outros que
produzam faísca ou calor excessivo dentro da Casa de Caldeiras, num raio mínimo de cinco
metros do equipamento.
O gás natural é composto basicamente de metano, apresentando risco moderado de
intoxicação por via respiratória e risco elevado de incêndio e explosão, devendo, portanto, a
aproximação, em áreas onde ocorram vazamentos, somente ser feita mediante o uso de
proteção respiratória, cujo suprimento de ar seja compatível com o tempo esperado de
intervenção, controlando-se permanentemente o nível de explosividade.
Em caso de fogo, em locais com insuficiência de oxigênio, poderá ser gerado monóxido
de carbono, altamente tóxico. Os vazamentos com ou sem fogo deverão ser
eliminados mediante o bloqueio da tubulação de alimentação, através da válvula de bloqueio
manual de emergência, a qual deverá estar sempre livre e em posição de fácil acesso. A
extinção do fogo com o uso de extintores ou aplicação de água, antes de efetuar-se o
fechamento do suprimento de gás, poderá acarretar o perigo de o gás vir a acumular-se em
algum ponto e explodir, com prejuízos pessoais e materiais ainda mais graves.

127
Os equipamentos próximos do fogo e sujeitos à sua ação deverão ser mantidos
resfriados com água.
O ponto de descarga do “vent”, quando houver, deve estar sempre livre e em local
seguro. Nenhum componente elétrico ou fonte de energia aberta deverá ser localizado em um
raio mínimo de três metros. Esse ponto deverá estar localizado obrigatoriamente fora da Casa
de Caldeiras e no mínimo três metros acima da cobertura desta.
Nota: A NR-13 do Ministério do Trabalho torna obrigatório o uso de um sensor para detecção
de vazamento de gás, em caldeiras a combustível gasoso instalada em ambiente confinado
(Casa de Caldeiras).
2. Verificações iniciais:
Antes de liberar o equipamento para operação, deverá ser feita uma verificação geral do
sistema, a fim de eliminar quaisquer problemas que porventura possam afetar a partida da
caldeira. Abaixo, acham-se relacionados alguns itens que deverão ser observados antes de
admitir gás ao sistema.
 Verifique se não há possibilidade de vazamentos na rede de gás, caso o teste pneumático
não tenha sido feito.
 Faça um teste simulado no painel de comando, verificando se todas as fases de
programação estão sendo cumpridas, simulando chama na ocasião da entrada do ignitor piloto
para verificar o funcionamento da foto-célula ultravioleta e dar continuidade à seqüência de
programação. Nesta ocasião, deverá ser verificado o funcionamento do ventilador e se a pré-
purga e pós-purga estão sendo cumpridas normalmente.
 Certifique-se de que todos os instrumentos e válvulas foram previamente calibrados.
 Verifique se os pressostatos do gás e ar estão corretamente instalados.
 Onde for o caso, verifique o sentido de fluxo das válvulas do sistema.
 Onde for o caso, verifique se o tubo de tomada de impulso para a válvula reguladora de
pressão está corretamente instalado. Este tubo deverá ser protegido para que não seja
danificado acidentalmente.
 Verifique se o combustor a gás está corretamente instalado.
 Verifique no ignitor piloto se as ligações elétricas estão bem apertadas, bem como se o
eletrodo de ignição está corretamente instalado, não havendo possibilidade de formação de
centelha em local não apropriado.
 Verifique a instalação do sensor de chama ultravioleta.
 Certifique-se de que a tubulação de gás esteja limpa, a fim de evitar que sujeiras ou
resíduos de solda, carepas, etc, se alojem na sede das diversas válvulas,
prejudicando assim o funcionamento e estanqueidade das mesmas. Aproveite para
verificar se a tela do filtro de linha de gás está limpa e devidamente instalada.
 Abra a válvula de bloqueio do gás na entrada do queimador, as válvulas de bloqueio de gás
para o piloto e a dos manômetros. Feito isso, o sistema estará apto a operar.

128
3. Procedimento de partida:
 Abra lentamente a válvula de bloqueio no suprimento de gás para admitir gás ao sistema. A
abertura desta válvula deverá ser lenta e gradativa para não danificar o manômetro de
indicação da pressão do gás localizado a jusante da válvula reguladora de pressão principal.
Nunca a abra bruscamente, pois, em virtude da reguladora de pressão principal estar
totalmente aberta (pressão a jusante igual a zero), uma súbita admissão de gás na válvula não
dará tempo suficiente para esta fechar-se ao detectar pressão a jusante, tendendo as pressões a
montante e a jusante a se igualarem, provocando a destruição do manômetro da linha de gás.
 Comute a seletora “óleo x gás” para “gás” (caldeiras mistas).
 Verifique se todas as proteções estão satisfeitas.
 Acione o botão “liga caldeira”, sendo então iniciada a seqüência de partida pelo
programador de combustão.
 Acompanhe toda a seqüência de partida, até que esta se encerre e a caldeira entre em
operação normal.
4. Funcionamento normal:
Estando a caldeira em operação normal, observe seu funcionamento, a fim de detectar
possíveis anormalidades:
 Durante a operação, deverão ser feitas inspeções periódicas, a fim de observar-se possíveis
perdas de gás em válvulas, acessórios e na tubulação de gás.
 Verifique periodicamente se a pressão do gás é constante.
 Verifique se não há variação na estabilidade da chama.
 Nunca “contorne” ou “retire” nenhum dispositivo de segurança.

 Certifique-se sempre da abertura e fechamento total das válvulas de bloqueio automático.


5. Procedimento em caso de vazamento de gás:
Caso ocorra uma concentração de gás no interior da Casa de Caldeiras, provocada por
um vazamento no sistema, as seguintes providências deverão ser tomadas:
 A área envolvida deverá se evacuada e ventilada através da abertura de janelas e portas.
 Deverão ser utilizados todos os meios práticos para eliminar fontes de ignição, como
cigarros, fósforos, isqueiros, operação de dispositivos elétricos, abertura de portas de
fornalhas, etc.
 Não deverão ser utilizados fios de extensão com lâmpadas ou lanternas que não estejam
dentro dos padrões de segurança.
 Se possível, deverão ser cortados os circuitos elétricos, através de uma fonte remota, para
aliviar os riscos de operação de chaves automáticas na área envolvida.

129
Nota: A chave a ser acionada deverá estar fora da área de risco, não devendo ser acionada
chave alguma, dentro da Casa de Caldeira.

 Deverá ser imediatamente bloqueado o suprimento de gás para a área envolvida.


 Deverá ser investigado se outras áreas adjacentes foram afetadas pelo vazamento de gás.
 Deverão ser localizadas e corrigidas as possíveis fontes de vazamento.
 Deverá ser realizado um teste nas instalações, antes de voltar à operação normal com gás
combustível.

130
OPERAÇÃO MANUAL DA BOMBA D’ÁGUA
A bomba d’água pode ser comandada manualmente pelo operador da caldeira, através
da chave comutadora “auto/manual” existente no painel de comando. Assim, ao selecionar-se
o modo automático, que é o mais usual e o recomendado, a bomba é comandada pelo sistema
de controle de nível de água, ligando e desligando em função do nível de água no interior da
caldeira. De outra forma, ao selecionar-se o modo manual, a bomba d’água é imediatamente
ligada, passando a alimentar a caldeira com água e só cessando ao retornar-se a chave à
posição anterior.
A chave seletora “auto/manual” da bomba d’água permite que através do controle de
nível de água manual, feito pelo operador da caldeira, esta continue a funcionar, em caso de
defeito no sistema automático de controle de nível. Deve-se ter em mente que devido à
extrema importância dada ao correto nível d’água a ser mantido no interior da caldeira, a
operação manual da bomba d’água exigirá a total atenção do operador da caldeira, que
deverá observar continuamente o nível da água, mantendo-o em torno do meio do
indicador.
Embora improvável, em certas situações pode ocorrer que haja defeito apenas na parte
de controle de nível de água e que a parte de segurança esteja operando normalmente. Isto
poderá ser verificado, procedendo-se a uma descarga da coluna de nível com a caldeira
pressurizada, o que fará com que soe o alarme, caso o dispositivo de segurança de nível esteja
atuando normalmente.
Verificado isto, o queimador pode ser operado no modo automático, já que a segurança
de nível assim o permite, e a bomba d’água será comandada manualmente. Sanado o
problema na parte automática do controle de nível, retorne a operar em automático o quanto
antes.

131
OPERAÇÃO COM ÓLEO COMBUSTÍVEL LEVE

Caso necessário, a caldeira a óleo pode operar utilizando como combustível: óleo Diesel,
querosene ou misturas leves, que não requerem pré-aquecimento para a atomização pelo
queimador. Neste caso, deve-se tomar alguns cuidados, observando-se o seguinte:
O aquecedor de óleo não sendo necessário, deve ter a entrada de combustível
bloqueada e o seu “by-pass” aberto. No caso de aquecedores sem "by-pass", o combustível
leve passa pelo aquecedor, devendo-se tomar cuidado para que a resistência de
aquecimento esteja desligada.
1. Por medida de segurança, feche a válvula de entrada de vapor no aquecedor e retire os
fusíveis do demarrador das resistências de aquecimento. Faça isso com a chave geral da
caldeira desligada.
2. Se o tanque de serviço vier a ser utilizado, proceda da mesma forma que para o aquecedor
de óleo, desligando o aquecimento.
3. Para a operação da caldeira, procede-se da mesma forma que com o óleo combustível,
dispensando-se a espera para aquecimento e circulação do óleo.
4. Em caso de troca de combustível (ex: a caldeira que utilizava óleo combustível pesado
passa a utilizar óleo Diesel), será necessário fazer-se ajustes nas regulagens da combustão e
pressão da bomba. Estes ajustes deverão ficar a cargo de um técnico especializado em
combustão.
5. Ao utilizar o óleo Diesel, querosene ou misturas leves, é recomendável, por razões de
segurança, que a bomba de óleo seja desligada através do programador, no caso de
ocorrência de alguma falha ou a pressão do vapor atinja o valor máximo de operação.
Nota: Neste caso, a ALFA LAVAL AALBORG deverá ser notificada para prestar
assistência neste particular.
6. No caso da utilização do querosene, deve ser adicionado ao mesmo 10% de óleo de
mamona, para efeito de lubrificação da bomba de óleo.

132
PARADA FINAL DE FUNCIONAMENTO
Ao término do expediente ou ao se programar uma parada da caldeira por tempo
prolongado, proceda como indicado a seguir:
1. Execute uma descarga da coluna de nível, abrindo totalmente a respectiva válvula de
descarga.
2. Feche lentamente a válvula de saída de vapor e aguarde até a pressão atingir o valor
máximo ajustado, fazendo com que o pressostato atue, cessando a combustão.
3. Após o término da pós-purga, pressione o botão “desliga caldeira”.
4. Feche, então, as válvulas de óleo à entrada do queimador e de vapor para atomização
(quando houver) e as válvulas na sucção da bomba d’água. Em caso de caldeiras mistas ou
gás, feche também a válvula de bloqueio à entrada do queimador e a de bloqueio no
suprimento de gás..
5. Em caso de utilização de óleo combustível, deve-se proceder a limpeza da rede de óleo,
evitando-se, com isso, problemas por ocasião de nova entrada em funcionamento. O óleo
combustível na temperatura ambiente torna-se uma massa sólida que entope os filtros,
válvulas e tubulação. Antes de efetuar a limpeza da rede, assegure-se de que a válvula de
bloqueio do combustor esteja fechada. Em seguida, desligue as resistências do
aquecedor de óleo e fechando a entrada de vapor do mesmo, abra a válvula de “by-pass”
do aquecedor, feche a saída de óleo combustível do tanque de serviço e abra a válvula do
tanque de limpeza, que deverá estar abastecido com óleo Diesel ou querosene. Mantenha a
bomba de combustível em funcionamento até que toda a rede de combustível tenha sido
percorrida. Caso necessário, reabasteça o tanque auxiliar, tomando a precaução de evitar
que uma grande quantidade de óleo Diesel ou querosene venha a retornar ao tanque de
serviço de óleo combustível. Feito isto, desligue a bomba de combustível e feche as
válvulas do tanque auxiliar e do “by-pass” do aquecedor.
6. Uma vez por semana, aproveite esta operação para testar as válvulas de segurança, com a
caldeira ainda na pressão máxima.
7. Para maior segurança, desligue também a chave geral da caldeira

133
PARÂMETROS OPERACIONAIS
Abaixo estão indicados os principais parâmetros a serem observados na operação da
caldeira A3P e M3P:
 Pressão do ar comprimido ou vapor para atomização na entrada do queimador:
- Para A3P 2.0 a 6.5: 1,5 a 2 kgf/cm2
- Para M3P 8.0 a 17: 4 a 5 kgf/cm2
 Pressão do óleo combustível (vide “Aquecimento do óleo combustível”):
- Para A3P 2.0 a 6.5: 3 a 4 kgf/cm2
- Para M3P 8.0 a 17: 9 a 12 kgf/cm2
 Pressão do combustível auxiliar na entrada do queimador (óleo Diesel ou querosene):
- 7 a 10 kgf/cm2
 Pressão do gás natural na entrada do queimador:
- Para A3P 2 a 6.5: 400 a 600 mmCA
- Para M3P 8 a 17: 800 a 1200 mmCA
 Temperatura do óleo combustível:
- Variável com a viscosidade do óleo (vide gráfico temperatura x viscosidade)
 Temperatura da chaminé:

PMTA Temperatura
Combustível em fogo alto
kgf/cm2 psig
°C

Óleo 210 a 240


12,0 174
Gás 220 a 250

Óleo 220 a 250


15,0 232
Gás 230 a 260

Óleo 230 a 260


18,0 261
Gás 240 a 270

Óleo 240 a 260


21,0 305
Gás 240 a 280

134
 Níveis de água na caldeira (vide “Sistema de controle”).
 CO2 nos gases de combustão – valores considerados bons (vide Medição de CO2 nos gases
de combustão no tópico “Sistema de Combustão” – “Controle”):
- Para óleo combustível: 12 a 14%
- Para gás natural: 9 a 11%
 Fuligem na escala Bacharach – valor considerado bom:
- Máximo: 4
 Valores limites para as características da água de alimentação e da água da caldeira (vide
tópico “Tratamento da água” –“Parâmetros de controle”).
 Descargas de fundo e de superfície (freqüência e duração):
- Estabelecidas pelo responsável pelo tratamento da água, em função da qualidade da água.
Nota: Os parâmetros acima, relacionados à combustão, são de projeto, podendo haver
variações em função do combustível.

135
PROCEDIMENTOS PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
BAIXO NÍVEL DE ÁGUA
Ocorre quando a água atinge o nível de segurança, devido, entre outras causas, a falta de
água do abastecimento e falha na bomba de alimentação. Em situação normal, o
intertravamento de segurança correspondente (vide tópico “Sistema de controle”, em
Intertravamentos de Segurança) fecha a válvula de combustível, interrompendo a combustão,
disparando simultaneamente o alarme e sinalização. Entretanto, se a manutenção for
deficiente, o sistema de segurança fica sujeito a falhas e o nível de água poderá cair abaixo do
nível de segurança, o que poderá acarretar sérios danos à caldeira. No tópico, “Sistema de
controle”, em “Controle de Nível”, é descrito o procedimento necessário em caso de parada
de combustão por nível baixo de água.
RETROCESSOS DE CHAMA
São explosões que ocorrem no lado da combustão (interior da fornalha e tubos) em
virtude de acúmulo de combustível no interior da fornalha, como resultado de vazamentos nas
válvulas de bloqueio do combustível ou falhas sucessivas de ignição. Geralmente são
resultado de manutenção ou operação deficiente. Tais anomalias podem causar acidentes
sérios, inclusive fatais.
Para prevenir tais emergências, é recomendável verificações freqüentes de vazamentos
de combustível para dentro da fornalha, reparando-os, e a conservação da limpeza e
regulagem dos eletrodos de ignição, testando seu perfeito funcionamento. Se por acaso
ocorrer alguma falha de ignição ou de combustão, o operador deverá interromper o
funcionamento da caldeira, pesquisar e sanar a causa da falha e, em hipótese alguma, ficar
insistindo repetidamente em dar partida à caldeira, ignorando o defeito.
VAZAMENTOS EM TUBOS DE FUMAÇA
Caso o operador perceba sinais de vazamento de tubos, seja através dos gases de
combustão que saem pela chaminé ou algum escorrimento de água para o exterior da caldeira,
deve programar o mais breve possível a abertura da caldeira, para uma inspeção e avaliação
dos danos. Se não existirem trincas nos tubos e no espelho, talvez um simples
remandrilamento resolva o caso. Porém, se os tubos estiverem trincados, estes devem ser
substituídos e se o espelho também apresentar trincas, ele deve ser reparado, antes da
colocação de novos tubos.
Nessa ocasião, procura-se também pesquisar a origem de tais anomalias, se há
incrustação no interior da caldeira ou se a chama está muito longa, superaquecendo a parte
danificada e dando origem às trincas. É indispensável, nesse caso, recorrer à Assistência
Técnica da ALFA LAVAL AALBORG.
FALHA NO SISTEMA DE CONTROLE DE NÍVEL
Caso o sistema de controle de nível venha a falhar, pode-se operar a caldeira acionando
manualmente a bomba de água e controlando o nível visualmente através do indicador, o que
exigirá total atenção do operador da caldeira.

136
Os detalhes desse procedimento são expostos no tópico “Operação” (“Operação manual
da bomba d’água”).

137
PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA, SAÚDE E DE
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho pode ser definido como uma
ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo
normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ ou lesões nos trabalhadores e/ ou
danos materiais.
CAUSAS DE ACIDENTES
As causas de acidentes podem ser classificadas em duas categorias:
 Atos inseguros ou perigosos
 Condições inseguras ou perigosas
Atos inseguros são os decorrentes da execução de tarefas de forma contrária às normas de
segurança. Ex.: Recusa em utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), utilização de
ferramentas manuais de maneira incorreta, desobediência a sinais ou instruções de segurança,
etc.
Condições inseguras são as causas que decorrem diretamente das condições do local ou do
ambiente de trabalho. Ex. Proteção mecânica inadequada, projeto ou construções inseguras,
iluminação e ventilação inadequada, etc.
Os atos inseguros são evitados através de medidas educativas e disciplinares impostas
aos trabalhadores.
Já as condições inseguras podem e devem ser prevenidas pela adoção de normas e
técnicas de segurança nas instalações, equipamentos, ferramental, etc, pela empresa. Assim,
no caso de caldeiras, temos as especificações oficiais da NR-13, do Ministério do Trabalho
para a instalação, além das recomendações do fabricante, que complementam aquela norma, no
sentido de minimizar acidentes.
RISCOS PARA A SAÚDE E O MEIO AMBIENTE
Além dos acidentes que obviamente podem afetar a saúde do operador, este está sujeito
também à poluição do ar causada pela caldeira. De fato, a queima de combustíveis fósseis,
utilizados como fonte de energia para caldeiras gera emissões no ar, tais como:
 Dióxido de carbono (CO2)
 Nitrogênio (N2)
 Oxigênio (O2)
 Água (H2O)
 Monóxido de carbono (CO)
 Óxidos de nitrogênio (NOx = NO + NO2)
 Óxidos de enxofre (SOx = SO2 + SO3)

138
 Compostos orgânicos voláteis
 Material particulado
Destas, as cinco últimas são consideradas poluentes.
Esses poluentes, de um modo geral, atacam as vias respiratórias, olhos, cérebro, coração
e tecidos, corroem e degradam materiais, provocam danos à vegetação, reduzem a visibilidade
e outros.
Naturalmente o operador da caldeira está sujeito a sofrer os efeitos dessas emissões,
porém elas geralmente atingem mais a parte externa da Casa de Caldeira, estendendo-se até a
comunidade.
Para eliminar ou restringir esses efeitos, os órgãos de controle ambiental estabelecem
limites de emissões que devem ser rigorosamente obedecidos, sob pena de multas e outras
sanções, podendo chegar até à proibição de funcionamento da empresa infratora.
Uma eficiente manutenção e operação do sistema de combustão da caldeira pode reduzir
uma boa parte dessas emissões, embora não consiga evitar toda a poluição, como por exemplo
os óxidos de enxofre, cuja formação depende muito da composição do combustível. Conforme
o meio em que esteja situada a caldeira, haverá necessidade de mudança do tipo de
combustível e/ou instalação de certos equipamentos a jusante da saída de gases, tais como
coletores de pó e lavadores de gases para retenção dos elementos poluentes que não podem ser
evitados através da operação da caldeira.
NÍVEL DE EMISSÃO SONORA
O ventilador que equipa esta caldeira, possivelmente apresenta níveis de emissão sonora
acima de 85 dB(A), ou seja, superiores aos permitidos pela legislação vigente (NR-15).
Cabe ao proprietário prover aos operadores da caldeira e às regiões vizinhas à Casa de
Caldeira meios para que estes não sejam expostos a níveis de emissão sonora superiores ao
permitido, tais como: proteção acústica da sala dos operadores, fornecimento e incentivo ao
uso de EPI adequado, isolamento acústico da Casa de Caldeiras ou qualquer outro meio de
proteção acústica.
Opcionalmente, sob consulta, poderemos ofertar atenuadores de ruídos para os
ventiladores.

139
MANUTENÇÃO
Seu gerador de vapor ALFA LAVAL AALBORG foi criteriosamente construído. No
seu projeto, na sua fabricação e no seu teste foram obedecidas normas vigentes em âmbito
nacional e internacional.
A sua operação será segura e eficiente, desde que, entre outros cuidados, seja seguido
um esquema correto de manutenção. Na elaboração desse esquema, deverão ser seguidas as
recomendações abaixo discriminadas, resultado de muitos anos de pesquisa e experiência.
A manutenção do gerador de vapor depende em grande parte do operador, que,
durante o período de funcionamento, deverá cumprir uma rotina diária de manutenção,
efetuando contínua observação e pequenos reparos.
Dessa forma, o gerador estará sob constante cuidado, evitando-se o acúmulo de
pequenos problemas e a permanência de situações prejudiciais, por período demasiadamente
prolongado.
Assim sendo, o operador da caldeira deve observar as recomendações a seguir:
1. A Casa de Caldeiras deve ser conservada em perfeita ordem, tanto no interior como no
exterior, removendo-se os apetrechos desnecessários, que impeçam ou dificultem a passagem,
e acomodando-se os acessórios pertinentes, da melhor maneira possível. As ferramentas e
peças sobressalentes devem estar arrumadas e limpas, prontas para serem usadas. O piso deve
ser vistoriado e limpo, sempre que apresentar riscos provenientes de graxas, óleos e outras
substâncias que o tornem escorregadio.
2. Sempre que alguma falha for observada, o seu reparo deve ser providenciado, o mais
rapidamente possível, a fim de que se prolongue e acumule o seu efeito. Não deve ser anulada
a ação de válvulas, dispositivos automáticos, chaves magnéticas, etc, usando tacos, pregos,
palitos e objetos semelhantes, pois, assim procedendo, parte da segurança do gerador de vapor
estará sendo prejudicada.
3. Deverá haver revisões periódicas incluindo limpezas internas, teste hidrostático (quando
necessário) e testes de todos os acessórios e sistemas de segurança. Nessa oportunidade, será
feito também exame interno e avaliação da eficácia do tratamento da água. O intervalo entre
essas revisões depende, evidentemente, do tipo de combustível utilizado e do regime de
funcionamento da caldeira. No caso de caldeiras a óleo combustível, a ALFA LAVAL
AALBORG recomenda, para regime de operação de até 12 horas diárias, que as revisões
sejam semestrais e, para regime de operação entre 12 e 24 horas diárias, que as revisões sejam
trimestrais. Para caldeiras a gás, sujeitas a depósito de menos resíduos nas passagens de
combustão, as revisões podem ser semestrais, em qualquer regime de operação da caldeira.
Vale observar que este nível de manutenção somente pode ser executado por pessoal
devidamente habilitado, de preferência pelo fabricante.

140
4. O tratamento da água do gerador de vapor deve ser rigorosamente observado (vide tópico
especial sobre o assunto), procedendo-se as descargas de fundo e da coluna de nível,
conforme o necessário.
5. Sempre que apresentarem vazamento, as válvulas devem ser reengaxetadas, terem suas
sedes retificadas ou, caso nenhuma dessas providências resultem satisfatórias, devem ser
inteiramente substituídas. Além disso, devem ser periodicamente acionadas, para que não
fiquem emperradas por falta de uso.
6. Nas válvulas de retenção, deve-se ter o cuidado de verificar o sentido do fluxo, quando
retiradas e reinstaladas. Ao serem reinstaladas, recomenda-se cuidado para que não haja
fiapos de estopa ou outros detritos na sede, que possam impedir seu bom funcionamento. As
válvulas que apresentarem vazamentos internos deverão ser limpas ou retificadas nas sedes
ou, conforme o caso, substituídas.
7. Uma vez por semana, as válvulas de segurança devem ser manualmente disparadas, na
pressão máxima de trabalho, acionando-se as respectivas alavancas algumas vezes, para que a
sede e contra-sede das mesmas não fiquem presas, devido a falta de uso. Se as válvulas
apresentarem vazamento de vapor, quando fechadas, as sedes deverão ser limpas ou
retificadas, dentro da maior brevidade possível, a fim de evitar que o vapor destrua as sedes
por erosão.
8. Tensão muito elevada ou muito baixa, na rede de energia, é extremamente prejudicial aos
equipamentos elétricos do gerador de vapor. O tópico referente à instalação indica os limites
dessa variação.
9. Sempre que o gerador iniciar o funcionamento, deve ser observado o primeiro ciclo de
partida, a fim de constatar se existe alguma irregularidade. Durante a operação do gerador,
deve ser observada a presença de fumaça e se a temperatura dos gases na chaminé está
demasiadamente elevada. Deve ser também observada a instrumentação, lembrando-se que
ela fornece os índices do funcionamento e do rendimento da caldeira.
10.Enquanto a caldeira estiver quente, nunca descarregue totalmente a água, nem adicione
rapidamente água fria em grande quantidade.
11.Dentro desta rotina de manutenção, deve-se observar também as recomendações
específicas para cada equipamento ou sistema.
12.Especialmente para as caldeiras a gás ou mistas (óleo e gás), além das recomendações
acima, onde aplicáveis, deverão ser observados os itens a seguir:
 Em caso de manutenção do sistema de gás, deve ser fechada, em primeiro lugar, a válvula
de bloqueio do limite de bateria, de modo a garantir a vedação perfeita do sistema.
 A tubulação de gás não deve ser submetida a corte ou solda, sem antes ser purgada por gás
inerte (nitrogênio e dióxido de carbono). O ar não deve ser utilizado para purga. Após a
manutenção, a rede de gás deverá ser testada pneumaticamente. Para este teste, pode ser
utilizado o ar.

141
PROTEÇÃO DA CALDEIRA PARADA
Se a caldeira, por algum motivo, tiver que permanecer parada, durante um certo
período, é necessário providenciar proteção adequada, para evitar a corrosão,
principalmente no interior da caldeira, no lado da água.
Há dois métodos para a proteção da caldeira parada, que são escolhidos, em função do
tempo previsto para a parada ou a necessidade de a caldeira ser mantida em disponibilidade para
entrar em funcionamento imediato, se necessário:
1. Quando a inatividade é prevista para menos de dois meses:
Se o período de parada é relativamente curto, o método mais indicado é manter a caldeira
cheia de água, visando-se a facilidade e rapidez em reiniciar a operação. O enchimento da
caldeira deve ser feito com a própria água de alimentação, quente se possível, logo após a parada
e antes que a pressão caia a zero.
Deve-se, ainda, adicionar uma solução contendo 450 g de soda cáustica e 100 g de sulfato
de sódio para cada 1.000 litros de água contida na caldeira, mantendo-se o pH mínimo de 11,0 e
um teor mínimo de 100 ppm de SO3-2 para efeito seqüestrante de oxigênio.
Periodicamente, devem ser verificados os níveis de pH e sulfito presente na água e
assegurar-se de que a caldeira permaneça totalmente cheia de água.
2. No caso de inatividade por longo tempo:
Caso o período de parada seja maior que dois meses, é recomendável manter a caldeira a
seco.
Após a parada, o gerador de vapor deve ser completamente drenado, rigorosamente limpo
em ambos os lados - de fogo e da água - e todas as superfícies deverão ser secas.
A eliminação total da umidade é o principal objetivo, pois, enquanto o gerador de vapor
estiver seco, não ocorrerá nenhuma corrosão significativa.
Para a secagem do interior do gerador, poderão ser utilizadas lâmpadas do tipo
incandescente para aquecimento, resistências elétricas ou sopradores de ar quente.
As linhas de água, dreno e vapor, devem ser hermeticamente fechadas, se possível
tamponadas com flanges cegos.
Para eliminar a umidade e manter seco o interior da caldeira, coloca-se silica-gel, que é um
agente higroscópico de fácil manejo, na proporção de 1 kg/m3, em recipientes com formato de
prato, distribuindo-os em diversos locais.
Como a umidade é mais intensa durante mais ou menos um mês após o início do processo
de conservação, haverá necessidade de substituir-se a silica-gel, a cada uma ou duas
semanas. Após essa fase, deverá ser feita uma inspeção interna a cada mês e trocá-la, se
necessário.

142
O estado da silica-gel pode ser facilmente identificado, visto que sua cor muda ao absorver
a umidade. A silica-gel saturada é facilmente recuperada, aquecendo-se a mesma por um período
entre 2 a 4 horas, à temperatura de 180C.
Para uma proteção mais rigorosa, deve-se manter juntamente com a silica-gel, no interior
da caldeira, lâmpadas continuamente acesas, dispostas uniformemente, ao longo de todo o
comprimento.
Este método deve também ser aplicado à fornalha, no caso de inatividade da caldeira
cheia de água.

143
PROCEDIMENTO PARA RESFRIAR A CALDEIRA
Na véspera da abertura para limpeza, reparo interno ou simplesmente inspeção, a
caldeira deverá ser desligada e a pressão baixada a zero, esgotando-se todo o vapor do interior
da mesma.
A água fria é introduzida na caldeira, por gravidade ou bombeamento, ao mesmo
tempo em que a água quente é descarregada, abrindo-se a válvula de dreno, sem deixar,
entretanto, que o nível da água no interior da caldeira desapareça do indicador.
A operação de resfriamento deverá ser feita lentamente. O resfriamento muito rápido
provoca alterações bruscas na temperatura do costado, podendo ocasionar vazamentos, trincas
e deformações na caldeira, além de danificar o refratário. Para drenar a água, após a caldeira
ser adequadamente resfriada, deve-se abrir alguma válvula ou conexão na parte superior da
caldeira, facilitando-se o escoamento.
Após o resfriamento da caldeira, caso necessário, pode-se abrir as tampas dianteiras e
traseiras da unidade.

LIMPEZA NO LADO DOS GASES


As condições de limpeza das superfícies de troca de calor da caldeira (fornalha, espelhos
e tubos) são de importância primordial para a sua eficiência térmica. A fuligem e as cinzas
depositadas nas paredes internas dos tubos, tal como os depósitos e incrustações no lado da
água, comportam-se como isolantes térmicos, em detrimento da troca de calor da chama e dos
gases de combustão com a água da caldeira. Por isso, é necessária, uma limpeza periódica no
interior da unidade, para restabelecer a capacidade de transferência de calor, e,
conseqüentemente, a eficiência térmica.
O período recomendado entre limpezas é em função do tipo de combustível, regime de
operação (tempo diário de operação) e, até mesmo o modo de operar a caldeira. Se, por
exemplo, não houver o cuidado de operar com o óleo aquecido à temperatura correta, poderá
haver maior formação de fuligem que se depositará nas superfícies de troca térmica,
abreviando a necessidade de limpeza. Para a operação com óleo combustível, recomenda-se
que esse período não ultrapasse seis meses. Por outro lado, na operação com gás combustível,
o período entre limpeza poderá ser grandemente ampliado, podendo chegar até um ano.
Para determinar o período satisfatório entre limpezas, o mais recomendável é através de
inspeção, por ocasião da limpeza. Após os primeiros três meses de funcionamento, deve ser
feita uma inspeção, para observar o estado das superfícies de troca de calor da caldeira,
aumentando ou diminuindo o tempo, conforme as condições de depósitos encontradas.
A temperatura de saída dos gases de combustão da caldeira constitui, em geral, um
excelente indicador da necessidade de limpeza dos tubos. Se ela ultrapassar os valores
normalmente observados, provavelmente os tubos estão sujos, requerendo limpeza.
Por ocasião da abertura da caldeira para limpeza dos tubos, deve-se também aproveitar
para a limpeza da fornalha, espelhos e das câmaras de reversão de gases, que geralmente

144
apresentam depósitos de fuligem, cinzas e, até mesmo, crostas de óleo não queimado, no caso
das caldeiras a óleo.
Procedimento para limpeza dos tubos:
 Com a caldeira fria, abra as portas ou tampas da caixa de fumaça traseira e dianteira e
remova a tampa da boca de visita da fornalha (se houver) e as válvulas de alívio do fuligeiro;
 Antes de proceder à limpeza, examine os espelhos para verificar se existem indícios de
vazamento na conexão dos tubos;
 Muna-se de uma escova apropriada presa a uma vara ligeiramente maior que o
comprimento dos tubos e passe-a várias vezes pelo interior de cada tubo, a começar pelos
superiores, descendo gradativamente, até remover a fuligem em todos os tubos;
 Se houver ar comprimido, dê um jato de ar no interior de cada tubo, para melhorar a
limpeza.
Após terminada a limpeza de todas as superfícies de troca de calor, examiná-las
cuidadosamente, quanto a eventuais anomalias (deformações, trincas, etc) e proceder a um
teste hidrostático, caso esteja programado ou, obrigatoriamente, caso tenham sido constatados
indícios de vazamento, antes da limpeza do feixe tubular.

145
LIMPEZA NO LADO DA ÁGUA
Com o uso da caldeira, tendem a formar-se depósitos e incrustações em seu interior, no
lado da água, os quais podem provocar corrosão e superaquecimento nas superfícies de
aquecimento, reduzindo sensivelmente a eficiência de troca térmica e a vida útil do
equipamento. É esse o motivo da limpeza periódica requerida nesse local, que deverá, após,
ser cuidadosamente inspecionado, a fim de verificar a necessidade de providências adicionais.
A conservação da limpeza na caldeira depende do regime de trabalho, do tipo de água de
alimentação, da prática de reaproveitamento de condensado e da qualidade do próprio
tratamento. Por isso, não é possível fixar um período muito rigoroso entre limpezas. De um
modo geral, recomenda-se que esse período não ultrapasse seis meses; entretanto, a indicação
mais correta poderá resultar de um acompanhamento criterioso em conjunto com o
profissional ou empresa assessora do tratamento da água, por ocasião das primeiras limpezas.
Como proceder à limpeza:
 Após o resfriamento da caldeira, descarregue toda a água;
 Remova os tampões de limpeza e a tampa da boca de visita, se houver;
 Efetue uma inspeção interna, antes da limpeza, a fim de avaliar as condições gerais de
depósitos, incrustação e corrosão nos tubos e, se possível, na fornalha e nos espelhos;
 Com o auxílio de uma mangueira de água sob pressão, procure eliminar o material que está
sedimentado sobre a fornalha e os tubos e, em seguida, remova o material depositado no
fundo do costado, com uma escova na ponta de uma vara ou haste flexível;
 Após a limpeza, inspecione novamente o interior da caldeira, no sentido de avaliar a
necessidade de providências adicionais;
Nota: Ambas as inspeções (antes e depois da limpeza) devem ser acompanhadas pelo
assessor de tratamento da água.
 As observações resultantes das inspeções devem ser cuidadosamente registradas, de modo
a servir de orientação na próxima limpeza ou, eventualmente, base para uma ação mais
enérgica, tal como revisão do plano de tratamento da água, limpeza mecânica complementar,
limpeza química, etc.
 Se for verificada a necessidade de limpeza com o auxílio de ferramentas manuais para
remoção das incrustações mais aderentes, podem ser usados raspador, martelo e escova de
aço, porém com cautela para evitar danos à caldeira.
Nota: O modo mais eficiente de limpeza mecânica é executá-la com o interior ainda
úmido. Se a incrustação ou depósito for deixada secar, a remoção será dificultada.

146
 Finalmente, se a remoção mecânica não for bem sucedida, poderá haver necessidade de
limpeza química, executada sob a orientação do assessor de tratamento da água.
 Terminada a limpeza, tenha o cuidado de desmontar e limpar as sedes das válvulas de
descarga.

147
LIMPEZA QUÍMICA DA CALDEIRA
Geralmente, na limpeza mecânica, não se consegue eliminar a crosta na sua totalidade.
Dependendo das condições da incrustação, pode ser indicada uma limpeza química nas
caldeiras, a qual consegue atingir as regiões inacessíveis ao processo mecânico.
Os produtos utilizados na limpeza química dependem do tipo de incrustação ou depósito
a remover. Entre estes produtos, incluem-se diversos tipos de álcalis, ácidos inorgânicos e
orgânicos, inibidores de fase ácida, passivadores, agentes seqüestrantes, agentes tenso-ativos
ou umectantes e solventes orgânicos.
A limpeza ácida, geralmente feita pelo ácido clorídrico, sulfúrico e sulfâmico,
apresentam boa eficiência na remoção de certas incrustações de dureza e óxidos metálicos
oriundos da corrosão, porém eficiência limitada na remoção de silicatos, incrustações de
sulfato de cálcio anidro e sulfetos de cobre. Estes são mais bem removidos por aplicações
alternadas de ácidos e de álcalis, combinadas com processo de limpeza manual.
A principal desvantagem da limpeza ácida é a possibilidade de corrosão do metal. Além
de remover os depósitos superficiais solúveis em ácido, atacam também porções subjacentes
de superfície metálica. Mesmo sendo inibidos os ácidos, para minimizar o ataque, existem
ainda perdas de metal apreciáveis.
Pelo acima exposto, pode-se concluir que:
 A limpeza química não é muito simples, devendo ser conduzida por profissional ou
empresa especializada, caso contrário poderá causar problemas sérios e, até mesmo, fatais no
equipamento;
 Ainda que o processo seja realizado com eficiência, é recomendável, após o tratamento,
um controle rigoroso de espessura nas partes de pressão da caldeira, para constatar se deverá
ser abaixada a PMTA do gerador.

148
LIMPEZA DOS FILTROS
Pelo menos uma vez por semana, devem ser retiradas e limpas as telas de todos os filtros.
Nos filtros simples (vertical ou angular), deve-se em primeiro lugar bloquear a rede que contém
o mesmo e baixar a pressão até zero, para então proceder a abertura e retirada da tela.
No filtro duplo (quando houver), basta inverter a posição da alavanca de comando, retirar o
tampão no fundo, drenando-o, e, em seguida, abrir a tampa e sacar a tela. Ao girar a alavanca
para a direita, o filtro esquerdo será isolado para limpeza e vice-versa.
Para a limpeza dos filtros de óleo combustível, proceda do seguinte modo:
 Abra o filtro para retirar a tela. Faça-o cuidadosamente, evitando que o óleo entorne dentro do
corpo do filtro, pois os detritos nele contidos seguiriam para a rede. Deixe apenas o óleo escorrer
pela tela.
 Mergulhe a tela em óleo Diesel, querosene ou outro solvente apropriado;
 Para retirar os detritos que se encontram nas malhas da tela, use jato de ar comprimido.
Nota: Não use estopa para lavar ou secar a tela. Uns poucos fiapos que fiquem no seu exterior,
arrastados para o combustor, serão suficientes para entupi-lo parcial ou totalmente.
Tenha em mente que a combustão é prejudicada com a falta de limpeza dos filtros.
Para a limpeza do filtro da bomba d’água, retire o cesto e lave-o com água sob pressão, no
sentido inverso ao do fluxo normal, ou seja, de fora para dentro. Remova os detritos encontrados
dentro do cesto e evite utilizar ferramentas ou escovas para limpeza dos filtros. Este
procedimento aplica-se também a filtros de gás.
Para caldeiras equipadas com atenuador de ruidos (Somax) no ventilador, favor proceder
da seguinte forma, em relação a limpeza do revestimento acústico (eurolon) dos mesmos:
A limpeza do eurolon pode ser feita com jato leve de água por bico aspersor (tipo
chuveirinho) com ou sem detergente de uso doméstico - neutro, isto dependerá do grau de
sujeira. O sentido de limpeza deve ser sempre no sentido do fluxo. Também pode-se limpar o
eurolon com jato de vapor, tipo “vaporetto”. Manualmente, a limpeza pode ser realizada com
uma escova de limpeza doméstica de cerdas macias com ou sem a aplicação de detergente
neutro. A superfície deve ser escovada levemente, também sempre na direção do fluxo. Existem
furos para drenagem nas partes inferiores das células evitando-se assim acúmulo de água nas
mesmas”

149
LUBRIFICAÇÃO
Uma etapa muito importante da manutenção da caldeira é a lubrificação de seus
equipamentos auxiliares. Periodicamente, devem ser examinados e relubrificados, se
necessário, os mancais da bomba d’água, ventilador, motores elétricos, etc.
A maioria dos mancais empregados são do tipo de rolamentos. Estes devem ser
lubrificados, para evitar o contato metálico entre os corpos rolantes, pistas e gaiolas e também
para protegê-los contra corrosão e desgaste.
A temperatura de trabalho mais favorável para um rolamento é obtida quando é usada a
quantidade mínima de lubrificante necessária para garantir boa lubrificação. As propriedades
lubrificantes deterioram-se, em virtude do envelhecimento e trabalho mecânico. Além disso,
todos os lubrificantes sofrem contaminação em serviço, razão pela qual devem ser trocados,
de tempos em tempos.
Os rolamentos podem ser lubrificados com graxa ou óleo e, em caso especial, com um
lubrificante sólido. A escolha do lubrificante depende basicamente da faixa de temperatura de
trabalho e das rotações atingidas.
Como todos os outros importantes elementos de máquinas, os rolamentos devem ser
limpos e examinados com freqüência. Os intervalos entre tais operações dependem
inteiramente das condições de trabalho.
As graxas lubrificantes são óleos minerais ou fluidos sintéticos engrossados. Os
agentes engrossantes mais usados são os sabões metálicos. A consistência da graxa depende
principalmente do tipo e da quantidade do agente engrossante usado. A consistência é
geralmente medida na escala do National Lubricating Grease Institute (NLGI).
Para a lubrificação dos equipamentos da caldeira, com graxa, a ALFA LAVAL
AALBORG adota a graxa à base de lítio, tipo múltiplas aplicações, com aditivos de extrema
pressão, grau NLGI-2, de forma a que, com apenas um tipo de graxa - a ser mantido em
estoque - se cubram todos os requisitos das diversas aplicações.
As graxas à base de lítio são adequadas geralmente para temperaturas entre -30 e
+110C. São praticamente insolúveis em água e não podem, por si mesmas, apresentar uma
boa proteção contra a corrosão. Devem, portanto, ser sempre aditivadas com inibidores.
As propriedades anticorrosivas das graxas de lítio, contendo aditivos EP são boas. Estas
graxas aderem bem à superfície do rolamento, formando uma película insolúvel em água.
Como temos por norma não indicar um tipo específico, marca ou fabricante e, a fim de
facilitar a especificação e compra da graxa por nós recomendada, apresentamos, a seguir, uma
tabela de equivalência dos principais fabricantes, sem ordem de preferência:

150
FABRICANTE MARCA
Texaco Multifak EP 2

Esso Beacon EP 2

Shell Alvania EP 2

Mobil Mobilex EP 2

BR Lubrax Ind. GMA - 2 EP

Castrol Castrol EPL-2 Grease

Atlantic Lubricant 54 EP 2

Ipiranga Isaflex EP 2

A caldeira é despachada com os equipamentos prontos para uso, com a primeira


quantidade de graxa necessária. Na relubrificação só devem ser usadas as graxas relacionadas
acima. Deve ser dedicada especial atenção à miscibilidade das graxas. A mistura de graxas
incompatíveis conduz geralmente a uma redução na consistência e na temperatura máxima de
operação, se comparada com a das graxas originais, podendo causar danos aos rolamentos.
Graxas que têm o mesmo agente engrossante e o mesmo óleo base são compatíveis.
Entretanto, é possível que uma mistura de graxas compatíveis tenha uma consistência
menor que a das componentes, embora as propriedades lubrificantes, necessariamente, não se
alterem.
É importante aplicar a graxa correta e, em quantidade adequada, pois tanto uma
lubrificação deficiente, quanto uma lubrificação excessiva, trazem efeitos prejudiciais. O
espaço livre no alojamento do rolamento deve ser preenchido apenas parcialmente com graxa
- cerca de 30 a 50% do total.
A lubrificação em excesso acarreta elevação de temperatura, devido à grande resistência
que oferece ao movimento das partes rotativas, e, principalmente, devido ao batimento da
graxa, que acaba por perder completamente suas características de lubrificação.
O controle da temperatura do mancal é muito importante - a sobre-elevação da
temperatura não deverá ultrapassar a 60C acima da temperatura ambiente, sendo limitada ao
máximo de 110C para a graxa à base de lítio, medida na face externa do rolamento.
É aconselhável fazer a relubrificação durante o funcionamento do equipamento, de
modo a permitir a renovação da graxa no alojamento do rolamento.

151
É importante manter as graxeiras limpas, antes da introdução da graxa, a fim de evitar
a entrada de materiais estranhos no rolamento. Para lubrificação, use exclusivamente pistola
engraxadeira manual.
Somente na terceira relubrificação ou no mínimo anualmente, deve ser retirado o
rolamento. Mancal e rolamento devem ser limpos e verificado se houve desgaste. Na
recolocação do rolamento, deve ser introduzida a quantidade recomendada de graxa. A parte
da caixa, que fica vazia, deverá ser preenchida cerca de 1/3 até 1/2 de graxa.
A viscosidade é uma das propriedades mais importantes de um óleo, e diminui à medida
que a temperatura aumenta. Para que um filme de óleo suficientemente espesso possa existir
entre os contatos dos corpos rolantes e pistas, a sua viscosidade não deve cair abaixo de um
valor mínimo, à temperatura de trabalho.
A vida útil do rolamento aumenta, utilizando-se um óleo cuja viscosidade à
temperatura de trabalho, seja um pouco maior; entretanto, uma vez que o aumento de
viscosidade eleva a temperatura de trabalho, existe um limite para a melhoria de lubrificação
que pode ser obtida por esse meio.
O óleo utilizado deve ser um óleo hidráulico, com aditivo antidesgaste e viscosidade
ISO VG 68. Entretanto, como não nos é possível calcular com exatidão a temperatura de
trabalho do rolamento, torna-se necessária a determinação experimental do tipo adequado de
óleo. Assim, ao notar-se uma temperatura demasiadamente alta no mancal, recomendamos
trocar o óleo por outro de menor viscosidade, ou seja, ISO VG 46. Apresentamos, a seguir,
uma tabela de equivalência das marcas de óleos por nós recomendados, sem ordem de
preferência.

FABRICANTE MARCA
Atlantic Duro AW 68

Esso Nuto H-68

Mobil DTE 26 (68)

Texaco Rando HD 68

Castrol Hyspin AWS 68

Ipiranga Ipitur AW 68

BR Lubrax Indl. HR-68 EP

Shell Tellus 68

152
Os rolamentos não podem trabalhar sem óleo, devendo-se verificar o nível antes de
operar o equipamento. Quando o equipamento estiver parado, o óleo deverá ter um nível um
pouco abaixo do centro da esfera que ocupar a posição mais baixa. Este nível é mantido
automaticamente pelo copo montado na lateral do mancal. Após o equipamento ser posto em
funcionamento, o nível sofrerá uma modificação de alguns milímetros.
Durante o funcionamento, o nível do óleo poderá abaixar, por pequenos vazamentos e
evaporação, sem prejudicar o funcionamento dos rolamentos. Semanalmente, deverá ser
verificado o nível e completado, se necessário. A freqüência com que o óleo deve ser trocado
depende principalmente das condições de trabalho.
Depois de um certo período, o óleo absorve uma série de impurezas tais como umidade,
partículas, poeira, etc, tornando-se impróprio para a lubrificação. Um dos fatores que mais
contribui para a diminuição das propriedades lubrificantes do óleo é a sua oxidação pelo ar
atmosférico, formando o que usualmente se chama “borra”. A velocidade de oxidação de um
óleo depende muito da temperatura de trabalho.
Existe, portanto, um intervalo de tempo, após o qual o óleo deve ser totalmente
substituído. Esses intervalos geralmente são determinados pela experiência prática. De uma
maneira geral, recomendamos a troca de todo o óleo lubrificante a cada seis meses. A
primeira troca deve ser efetuada após as primeiras 200 horas

153
REPAROS E ALTERAÇÕES NA CALDEIRA
Ao executar a manutenção ou reparo de sua caldeira, não deixe de observar as
determinações de segurança constantes na NR-13 do Ministério do Trabalho sobre o assunto,
as quais transcrevemos a seguir:
13.3.3 Todos os reparos ou alterações em equipamentos abrangidos por esta NR
devem respeitar os respectivos códigos de projeto e pós-construção e as prescrições do
fabricante no que se refere a:
a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.
13.3.4 Quando não for conhecido o código de projeto, deve ser respeitada a concepção
original do vaso de pressão, caldeira ou tubulação, empregando-se os procedimentos de
controle prescritos pelos códigos pertinentes.
13.3.5 A critério do PH podem ser utilizadas tecnologias de cálculo ou procedimentos mais
avançados, em substituição
aos previstos pelos códigos de projeto.
13.3.6 Projetos de alteração ou reparo - PAR devem ser concebidos previamente nas seguintes
situações:
a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;
b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.
13.3.7 O PAR deve:
a) ser concebido ou aprovado por PH;
b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade e
qualificação de pessoal;
c) ser divulgado para os empregados do estabelecimento que estão envolvidos com o
equipamento.
13.3.8 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes que operem
sob pressão devem ser objeto de exames ou testes para controle da qualidade com parâmetros
definidos pelo PH, de acordo com normas ou códigos aplicáveis.
13.3.9 Os sistemas de controle e segurança das caldeiras e dos vasos de pressão devem ser
submetidos à manutenção preventiva ou preditiva.

154
REPARO OU REFORMA DOS REFRATÁRIOS
As caldeiras de traseira úmida (“wet back”), são dotadas de pouco ou quase nenhum
refratário, em comparação com as caldeiras de traseira seca (“dry back”), cuja câmara de
reversão traseira é totalmente revestida de refratário e isolantes térmicos, não só para proteger
as partes metálicas não resfriadas por água, como para evitar perdas de calor, por radiação,
através da tampa traseira da caldeira.
Qualquer que seja a quantidade de refratário presente na caldeira, deve ser examinado,
a cada seis meses, quando da revisão geral, procedendo-se ao reparo, reforma ou substituição
do mesmo, caso necessário. Na substituição de refratários, deve ser utilizado sempre material
de boa qualidade, compatível com a aplicação.
Como critério geral, deve ser verificada a existência de trincas e erosão no refratário.
Trincas limpas, com espessura de até 3 mm, são aceitáveis. Elas permitem o alívio de tensões
quando o refratário se dilata. Trincas maiores devem ser preenchidas e peças quebradas ou
soltas devem ser substituídas.

155
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA (NR-13)
A fim de cumprir exigência do Ministério do Trabalho, a caldeira deverá ser submetida
a inspeção de segurança, conforme regulamentado pela norma NR-13. Geralmente essa
inspeção é feita coincidir com uma revisão geral dentro do plano de manutenção da caldeira,
ou então, extraordinariamente, em reparos ou ocorrências que afetem a segurança.
Para orientação, transcrevemos os subitens pertinentes da NR-13, alertando que esta é a
revisão da norma aprovada pela Portaria no 23 de 27/12/94 da Secretaria de Segurança e
Saúde no Trabalho - SSST, e que, eventualmente, poderão surgir novas revisões que a
modifiquem.
13.1 Caldeiras a Vapor - Disposições Gerais.
13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob
pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os
refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.
13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se "Profissional Habilitado" aquele que tem
competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a
projeto de construção, acompanhamento operação e manutenção, inspeção e supervisão de
inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação
profissional vigente no País.
13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de Trabalho
Admissível - PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a
resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros
operacionais.
13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:
a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior a
PMTA;
b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;
c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema principal, em
caldeiras combustível sólido;
d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de álcalis;
e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente.
13.1.5 Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem visível,
placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações:
a) fabricante;
b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
f) capacidade de produção de vapor;

156
g) área de superfície de aquecimento;
h) código de projeto e ano de edição.
13.1.5.1 Além da placa de identificação devem constar, em local visível, a categoria da
caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 desta NR, e seu número ou código de
identificação.
13.1.6 Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estive instalada, a seguinte
documentação, devidamente atualizada:
a) "Prontuário da Caldeira", contendo as seguintes informações:
- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e determinação da
PMTA;
- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil da
caldeira;
- características funcionais;
- dados dos dispositivos de segurança;
- ano de fabricação;
- categoria da caldeira;
b) "Registro de Segurança", em conformidade com o subitem 13.1.7;
c) "Projeto de Instalação", em conformidade com o item 13.2;
d) "Projetos de Alteração ou Reparo", em conformidade com os subitens 13.4.2 e 13.4.3;
e) "Relatórios de Inspeção", em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12 e
13.5.13.
13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o "Prontuário da Caldeira" deve ser reconstituído
pelo proprietário, com responsabilidade técnica do fabricante ou de "Profissional Habilitado",
citado no subitem 13.1.2, sendo imprescindível a reconstituição das características funcionais,
dos dados dos dispositivos de segurança e dos procedimentos para determinação da PMTA.
13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou transferida de estabelecimento, os documentos
mencionados nas alíneas "a", "d", e "e" do subitem 13.1.6 devem acompanhá-la.
13.1.6.3 O proprietário da caldeira deverá apresentar, quando exigido pela autoridade
competente do Órgão Regional do Ministério do Trabalho, a documentação mencionada no
subitem 13.1.6.
13.1.7 O "Registro de Segurança" deve ser constituído de livro próprio, com páginas
numeradas, ou outro sistema equivalente onde serão registradas:
a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de segurança da
caldeira;
b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas e extraordinárias, devendo
constar o nome legível e assinatura de "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, e
de operador de caldeira presente na ocasião da inspeção.

157
13.1.7.1 Caso a caldeira venha a ser considerada inadequada para uso, o "Registro de
Segurança" deve conter tal informação e receber encerramento formal.
13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar sempre à disposição para
consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das representações dos
trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA,
devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa documentação.
13.1.9 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em 3 categorias, conforme
segue:
a) caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a
1960 kPa (19.98 Kgf/cm²);
b) caldeiras da categoria “C” são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a
588 KPa (5.99 Kgf/cm²) e o
volume interno é igual ou inferior a 100 litros;
c) caldeiras da categoria “B” são todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias
anteriores.
13.5 Inspeção de Segurança de Caldeiras
13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial, periódica e
extraordinária, sendo considerado condição de risco grave e iminente o não atendimento aos
prazos estabelecidos nesta NR.
13.5.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da entrada em
funcionamento, no local de operação, devendo compreender exames interno e externo, teste
hidrostático e de acumulação.
13.5.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exames interno e externo, deve ser
executada nos seguintes prazos máximos:
a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias “A”, “B” e “C”; b) 12 (doze) meses
para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer categoria;
c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras da categoria “A”, desde que aos 12 (doze)
meses sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais conforme definido no item 13.5.5.
13.5.4 Estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos",
conforme estabelecido no Anexo II, podem estender os períodos entre inspeções de
segurança, respeitando os seguintes prazos máximos:
a) 18 meses para caldeiras de recuperação de álcalis e as das categorias “B” e “C”;
(Alterada pela Portaria SIT n.º 57, de 19 de junho de 2008)
b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria “A”.
13.5.5 As caldeiras que operam de forma contínua e que utilizam gases ou resíduos das
unidades de processo, como combustível principal para aproveitamento de calor ou para fins
de controle ambiental podem ser consideradas especiais quando todas as condições seguintes
forem satisfeitas:
a) estiverem instaladas em estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção
de Equipamentos" citado no Anexo II;

158
b) tenham testados a cada 12 (doze) meses o sistema de intertravamento e a pressão de
abertura de cada válvula de segurança;
c) não apresentem variações inesperadas na temperatura de saída dos gases e do vapor
durante a operação;
d) exista análise e controle periódico da qualidade da água;
e) exista controle de deterioração dos materiais que compõem as principais partes da
caldeira;
f) seja homologada como classe especial mediante:
- acordo entre a representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento e o empregador;
- intermediação do órgão regional do MTb, solicitada por qualquer uma das partes
quando não houver acordo;
- decisão do órgão regional do MTb quando persistir o impasse.
13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, as caldeiras
devem ser submetidas a rigorosa avaliação de integridade para determinar a sua vida
remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de
uso.
13.5.6.1 Nos estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos",
citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser alterado em função do
acompanhamento das condições da caldeira, efetuado pelo referido órgão.
13.5.7 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas
periodicamente conforme segue:
a) pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em
operação, para caldeiras das categorias “B” e “C”;
b) desmontando, inspecionando e testando em bancada as válvulas flangeadas e, no
campo, as válvulas soldadas, recalibrando-as numa freqüência compatível com a experiência
operacional da mesma, porém respeitando-se como limite máximo o período de inspeção
estabelecido no subitem 13.5.3 ou 13.5.4, se aplicável para caldeiras de categorias “A” e “B”.
13.5.8 Adicionalmente aos testes prescritos no subitem 13.5.7, as válvulas de segurança
instaladas em caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação, nas seguintes
oportunidades:
a) na inspeção inicial da caldeira;
b) quando forem modificadas ou tiverem sofrido reformas significativas;
c) quando houver modificação nos parâmetros operacionais da caldeira ou variação na
PMTA;
d) quando houver modificação na sua tubulação de admissão ou descarga.
13.5.9 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes oportunidades: a)
sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de comprometer
sua segurança;

159
b) quando a caldeira for submetida à alteração ou reparo importante capaz de alterar
suas condições de segurança;
c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por
mais de 6 (seis) meses;
d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.
13.5.10 A inspeção de segurança deve ser realizada por "Profissional Habilitado", citado no
subitem 13.1.2, ou por "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos", citado no Anexo II.
13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser emitido "Relatório de Inspeção", que passa a fazer
parte da sua documentação.
13.5.12 Uma cópia do "Relatório de Inspeção" deve ser encaminhada pelo "Profissional
Habilitado", citado no subitem 13.1.2, num prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar do
término da inspeção, à representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento.
13.5.13 O "Relatório de Inspeção", mencionado no subitem 13.5.11, deve conter no mínimo:
a) dados constantes na placa de identificação da caldeira;
b) categoria da caldeira;
c) tipo da caldeira;
d) tipo de inspeção executada;
e) data de início e término da inspeção;
f) descrição das inspeções e testes executados;
g) resultado das inspeções e providências;
h) relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que não estão sendo
atendidas;
i) conclusões;
j) recomendações e providências necessárias;
k) data prevista para a nova inspeção da caldeira;
l) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do
"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2 e nome legível e assinatura de técnicos
que participaram da inspeção.
13.5.14 Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados da placa de
identificação, a mesma deve ser atualizada.

160
APÊNDICE
LISTA DE PEÇAS SOBRESSALENTES PARA UM ANO DE OPERAÇÃO
Óleo combustível
Afora mantermos em nosso estoque as peças originais do Gerador de Vapor,
possibilitando a pronta entrega em caso de eventual necessidade, recomendamos como um
mínimo indispensável as peças de reposição abaixo discriminadas, considerando-se o período
de 01 ano de operação. Para aquisição deverão ser informados o modelo da caldeira e o
número de série constante da placa de identificação, visando-se uma perfeita especificação
das peças.
1) - combustor principal:
. 02 vidros visores de chama
. 01 sensor de chama
. 01 lança de óleo completa
2) - combustor piloto:
. 02 jogos de eletrodo de ignição
. 01 jogo de cabos de ignição
3) - bomba de óleo combustível:
. 01 guarnição estrela para o acoplamento
. 01 sobreposta
4) - bomba de água de alimentação:
. 01 guarnição estrela para o acoplamento
. 01 jogo de luvas protetoras para eixo (se aplicável)
. 02 sobrepostas
5) - painel de comando:
. 01 programador de combustão
6) - sistema de controle de nível de água:
. 01 controlador de nível completo
. 01 vidro visor de nível de água com borracha
. 01 jogo de juntas para vidro visor
7) - sistema de óleo combustível:
. 01 jogo de resistências do aquecedor de óleo
. 01 jogo de juntas para válvula comando de fogo

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8) - bomba Diesel piloto:
. 01 guarnição estrela para acoplamento
. 01 bomba sem motor
9) - diversos:
. 01 pedra cônica do combustor
. 04 juntas para boca de visita
. 04 escovas de aço para limpeza dos tubos de gases
. 01 jogo de molas para válvulas de segurança
. 01 válvula de retenção para água

162
LISTA DE PEÇAS SOBRESSALENTES PARA UM ANO DE OPERAÇÃO
Gás natural
Afora mantermos em nosso estoque as peças originais do Gerador de Vapor,
possibilitando a pronta entrega em caso de eventual necessidade, recomendamos como um
mínimo indispensável as peças de reposição abaixo discriminadas, considerando-se o período
de 01 ano de operação. Para aquisição deverão ser informados o modelo da caldeira e o
número de série constante da placa de identificação, visando-se uma perfeita especificação
das peças.
1) - combustor principal:
. 02 vidros visores de chama
. 01 sensor de chama
2) - combustor piloto:
. 02 jogos de eletrodo de ignição
. 01 transformador de ignição
. 01 jogo de cabos de ignição
3) - bomba de água de alimentação:
. 01 guarnição estrela para o acoplamento
. 02 sobrepostas
. 01 jogo de buchas protetoras para eixo
4) - painel de comando:
. 01 programador de combustão
5) - sistema de controle de nível de água:
. 01 controlador de nível completo
. 01 vidro visor de nível de água com borracha
6) - diversos:
. 01 pedra cônica do combustor
. 02 juntas para boca de visita
. 04 escovas de aço para limpeza dos tubos de gases
. 01 válvula de retenção para água
. 02 manômetros para linha de gás combustível
. 01 jogo de molas para válvulas de segurança

163
CONDIÇÕES DE GARANTIA
As presentes CONDIÇÕES DE GARANTIA aplicam-se a todos os fornecimentos de
caldeiras, equipamentos e peças realizados pela ALFA LAVAL AALBORG S.A., doravante
simplesmente designada ALFA LAVAL AALBORG, a qualquer cliente, doravante
simplesmente designado COMPRADOR.
GARANTIA MECÂNICA
1.1. Os equipamentos fabricados pela ALFA LAVAL AALBORG serão garantidos
quanto à matéria-prima empregada como sendo de primeiro uso e isenta de defeitos
prejudiciais detectáveis pelo Controle de Qualidade; quanto à mão de obra empregada como
tendo grau de habilitação necessário e aplicada com métodos consagrados de fabricação;
quanto ao atendimento às especificações do COMPRADOR, ou da sua engenharia,
integrantes do contrato, pelo prazo de 12 (doze meses) a partir do início de operação da
caldeira ou 18 (dezoito meses) a contar da data de pronto para embarque, constante do
documento Aviso de Embarque, prevalecendo o prazo que primeiro transcorrer.
1.2. Em caso de emprego de materiais ou equipamentos, nos produtos fabricados e / ou
montados pela ALFA LAVAL AALBORG, fora dos padrões ALFA LAVAL AALBORG,
por exigência do COMPRADOR, a ALFA LAVAL AALBORG não se responsabilizará por
eventuais deficiências e / ou quando provocados por essa exigência.
1.3. Todo material, peça ou equipamento fornecido pela ALFA LAVAL AALBORG e
por esta substituído, por motivos de garantia, passa a ser de sua propriedade. Essas peças
ou equipamentos terão de ser devolvidos à ALFA LAVAL AALBORG, acompanhadas de
nota fiscal de devolução, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de serem faturadas ao
COMPRADOR.
1.4. A presente garantia não cobre qualquer dano que os equipamentos sofrerem no
percurso de transporte, já que a condição de entrega é FOB fábrica ALFA LAVAL
AALBORG, correndo por conta do COMPRADOR, salvo acordo expresso em contrário, as
despesas de transporte e seguro.
1.5. A garantia somente se efetivará, caso os defeitos sejam comunicados à ALFA
LAVAL AALBORG, logo que constatados e após devidamente comprovados. Em caso de
dúvidas com relação à causa do defeito ocorrido em peças e / ou equipamento fornecido pela
ALFA LAVAL AALBORG, as partes poderão contratar, de comum acordo, árbitros, de
acordo com o disposto no art. 1037 e seguintes do Código Civil, sendo o custo, referente a
essa contratação, pago pela parte perdedora.
1.6. O prazo para início de atendimento a uma solicitação de reparo, dentro do período
de garantia fixado no item 1.1, será de 10 (dez) dias, contados da solicitação do
COMPRADOR. Constatada a necessidade de substituição de peças e / ou equipamentos, o
prazo para entrega dos mesmos será acordado entre ALFA LAVAL AALBORG e
COMPRADOR, em função das condições de mercado, estoques, etc., vigentes na ocasião,
não podendo, todavia, ultrapassar o prazo de 180 (cento e oitenta) dias. Visando a maior
rapidez nesse atendimento, a ALFA LAVAL AALBORG poderá repassar, à sua custa e
responsabilidade, esse atendimento a terceiros.

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1.7. A ALFA LAVAL AALBORG não se responsabiliza, nem reembolsará despesas
de qualquer natureza, provenientes de reparos e / ou substituição de peças, efetuados ou
pagos pelo COMPRADOR, sem a prévia e expressa autorização da ALFA LAVAL
AALBORG.
1.8. A cessão da garantia original da ALFA LAVAL AALBORG a um terceiro, que
não o COMPRADOR, será objeto de acordo entre as partes.
1.9. Para todo e qualquer atendimento em garantia, incluindo a partida inicial do
equipamento, a gratuidade da mão de obra para execução dos serviços se limitará ao tempo
despendido em horário normal de trabalho da ALFA LAVAL AALBORG.
Ao COMPRADOR serão cobradas as seguintes despesas:
 Passagens aéreas e outros meios de transporte necessários para o atendimento,
incluindo-se ônibus, taxis, veículos alugados ou quilometragem em veículo da ALFA
LAVAL AALBORG ou de seus funcionários; taxas de hospedagem e refeições; horas
extras em dias úteis, sábados, domingos e feriados.
 As despesas serão cobradas em conformidade com a tabela da Central de Assistência
Técnica ALFA LAVAL AALBORG, vigente na ocasião do atendimento.
1.10.As peças adiante discriminadas, em razão de seu desgaste natural, desde o início
de sua operação, não estão enquadradas no prazo de garantia previsto no item 1.1., e terão a
garantia de trinta dias, contados da entrega desse material ao COMPRADOR, preposto, ou
transportadora:
- Juntas - Refratários
- Gaxetas - Fusíveis
- Vidros visores - Bobinas
- Eletrodos de ignição - Contatos elétricos
- Atomizadores - Lâmpadas
1.11. Os materiais refratários, isolantes, e outros, que, por sua natureza, têm prazo
definido para sua aplicação e / ou condições especiais de guarda, conservação ou estocagem,
não serão repostos por conta da ALFA LAVAL AALBORG, caso ocorram atrasos na sua
aplicação e / ou não sejam armazenados ou conservados de acordo com as normas aplicáveis
ao caso, desde que tal atraso e / ou armazenamento não tenha sido provocado por ato da
ALFA LAVAL AALBORG ou seu preposto.
1.12. Ficam excluídos da garantia os danos provenientes de rachaduras intercristalinas,
desgastes cáusticos, corrosão, incrustações ou outros depósitos encontrados nas partes
internas e externas das caldeiras, em virtude da água de alimentação, seu tratamento e da
qualidade do combustível utilizado, caso estejam em desacordo com as especificações
contidas no Manual de Instruções fornecido pela ALFA LAVAL AALBORG.
1.13. A garantia fica inválida nos seguintes casos:

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 Se o equipamento fornecido não for corretamente instalado, operado e mantido, em
estrita conformidade com o Manual de Instruções fornecido pela ALFA LAVAL
AALBORG e se não for operado dentro das condições e limites de carga para os quais
foi projetado e especificado;
 Desgaste normal decorrente do uso ou provocado por abrasão, erosão ou corrosão;
 Mau uso, emprego indevido, armazenagem inadequada, montagem em desacordo
com recomendações da ALFA LAVAL AALBORG ou operação em desacordo com a
NR-13 - Caldeiras e Vasos de Pressão;
 Danos provocados por golpe de ariete, cavitação, resfriamentos e aquecimentos
forçados (choque térmico), intempéries, vibrações e tensões mecânicas oriundos do
sistema ou de outras máquinas ou outros fatores estranhos, tais como curto-circuito,
excesso de pressão do combustível, vapor ou água;
 Se o equipamento tiver sofrido intervenção de pessoas estranhas ao quadro de
funcionários habilitados da ALFA LAVAL AALBORG;
 Não aplicação de peças originais ALFA LAVAL AALBORG;
 Se a partida não for feita por técnicos especializados da ALFA LAVAL AALBORG.
1.14. Nos termos dispostos no art. 1092 do Código Civil, a presente garantia não é
válida durante o tempo em que o COMPRADOR esteja em mora com a ALFA LAVAL
AALBORG, não sendo a mesma prorrogada, em razão desta suspensão.
GARANTIA DE PERFORMANCE
A ALFA LAVAL AALBORG garante as características técnicas, especificadas em
sua proposta, desde que o equipamento seja operado nas condições para as quais foi
projetado e construído e seja utilizado combustível com PCI (Poder Calorífico Inferior)
igual ao tomado como referência na proposta apresentada.
2.1. Caso requerido pelo COMPRADOR, o teste de performance deverá ser efetuado
dentro do prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a partir do início de funcionamento do
equipamento e dentro do prazo estipulado para Garantia Mecânica. O COMPRADOR
deverá comunicar à ALFA LAVAL AALBORG, com antecedência de 15 (quinze) dias, a
data prevista para a realização do teste de performance.
2.2. Todos os custos referentes ao teste de performance ficarão a cargo do
COMPRADOR, inclusive análise do combustível, fornecimento e instalação dos
instrumentos de medição.
2.3. Será admitida como tolerância na performance, em razão de eventuais variações
nos instrumentos de medição, a diferença para mais ou menos 2% da prevista.
LIMITE DE RESPONSABILIDADE
A ALFA LAVAL AALBORG não se responsabiliza por qualquer prejuízo
provocado por instalação, operação ou manutenção de peças e / ou equipamentos por ela

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fornecidos, desde que os mesmos tenham sido instalados, operados ou mantidos em
desacordo com o Manual de Instruções.
A eventual aplicação de peças e utilização de mão de obra de terceiros, em
equipamentos fornecidos pela ALFA LAVAL AALBORG, é de responsabilidade única e
exclusiva do COMPRADOR.

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