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Introdução
Amônia (NH3 ou R-717), na CNTP se apresenta como um gás incolor, mais leve que
o ar (apenas 9 gases na atmosfera são mais leves que o ar) e possui um odor muito forte, o
qual serve de advertência indicando a sua presença mesmo em concentrações muito
pequenas (desde 5 ppm). Amônia é um gás produzido naturalmente no processo biológico e
é parte importante no ciclo do nitrogênio na Terra. O volume de amônia produzido pelo
homem é equivalente a apenas 3% da quantidade total presente na natureza (4). Além disso,
a amônia é altamente solúvel em água formando uma solução conhecida como hidróxido de
amônia. Ou no Brasil, amoníaco, (NH4OH ), normalmente utilizado em limpeza doméstica.
Amônia não destrói a camada de ozônio e, por ter um tempo de vida curto na
atmosfera (máximo 15 dias), também não contribui para o efeito estufa. Ainda, devido às
suas excelentes propriedades termodinâmicas, a amônia requer menos energia primária para
produzir certa capacidade de refrigeração do que quase todos os outros refrigerantes, de
forma que o efeito indireto do aquecimento global (TEWI) devido a utilização da energia a
partir das usinas de carvão (principalmente nos países do norte também é um dos mais
baixos disponíveis).
Comercialmente a amônia é produzida a partir da combinação de nitrogênio livre com
hidrogênio a alta pressão e temperatura na presença de um catalisador. O processo mais
utilizado é o que utiliza o método Haber-Bosch, desenvolvido em 1913. A amônia anidra é
o liquido obtido do gás amônia puro (99.95%), tecnicamente sem umidade, e é esse o fluido
utilizado nos ciclos de refrigeração.
As principais propriedades físicas da amônia anidra são:
Condensador
Condensadores a Ar
Condensadores a Água
Condensadores Evaporativos
DEPÓSITO DE LÍQUIDO
Condensador Atmosférico
É aquele condensador onde a serpentina fica exposta ao meio ambiente, utilizando
para condensar o vapor superaquecido o ar (sem usar ventilação) e a água que caí sobre a
serpentina fazendo a troca térmica e com isso a condensação.
No condensador atmosférico é necessário utilizar uma torre de resfriamento para
resfriar a água utilizada no condensador.
A desvantagem do condensador atmosférico em relação ao condensador evaporativo é
o custo para sua aquisição e o espaço ocupado, pois devido a condensação ocorrer quase
que totalmente pela troca térmica da água em contato com a tubulação do condensador é
necessário que o tamanho da serpentina do condensador seja muito grande. Devido a isso
hoje em dia é muito pouco usado.
Não podemos deixar faltar água nos condensadores resfriados a água ou ar e água de
jeito nenhum, pois se isso ocorrer a pressão de descarga pode subir a uma determinada
pressão que poderá desligar os compressores. A água utilizada nos condensadores que são
reaproveitadas deverá passar por processos de tratamento de modo a ser manter neutra, sem
causar incrustações na superfície das tubulações o que diminuiria o coeficiente de
transferência de calor. Nos condensadores evaporativos a distribuição de água se realiza em
tubos cheios de orifícios que distribuem a água sobre as serpentinas do condensador estes
orifícios devem ser limpos e inspecionados periodicamente para não ficarem obstruídos o
que diminui a eficiência do condensador.
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Na parte superior do condensador existe um quebra gotas que serve para evitar que a
ventilação retire a água que esta sendo jogada sobre as serpentinas do condensador, este
quebra gotas deve ser limpo de maneira que não se crie nele algas que podem fechar este
quebra cotas e diminuir a eficiência dos ventiladores do condensador.
Os ventiladores devem estar todos funcionando, quando ocorrer um problema num
dos ventiladores devemos fechar com uma chapa o ventilador com problema, pois quando
um ventilador pára de funcionar, fica rodando no sentido contrário dos ventiladores que
estão funcionando o que acarreta diminuição de eficiência do condensador.
As serpentinas e bacias dos condensadores devem ser lavadas periodicamente para
evitar a diminuição da eficiência do condensador.
Separadores de Líquido
Resfriador Intermediário
Tem a função de resfriar o vapor da descarga do 1º estágio para que ele fique com
temperatura correspondente a pressão intermediária e ainda em algumas instalações fazer o
pré-resfriamento do líquido que alimenta os separadores de líquido que alimenta os
evaporadores do regime de baixa e também pode alimentar evaporadores que trabalham no
regime do resfriador intermediário.
A distribuição de líquido para os evaporadores é através de bombas.
A alimentação dos separadores de líquido do regime de baixa pode ocorrer por
diferencial de pressão nos casos onde as perdas de carga são pequenas ou por bombas
quando as perdas de cargas são maiores que o diferencial de pressão entre a pressão
intermediária e a pressão do regime de baixa.
Este equipamento possui controladores de nível que junto com a válvula solenóide
garantem um nível constante em seu interior, válvula de segurança, válvulas de bloqueio e
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de dreno.
Vaso de expansão
Bombas de Amônia
Controladores de Níveis
São as bóias mecânicas. Elas são constituídas por um corpo de aço carbono e no seu
interior uma bóia com uma haste, normalmente em aço inox que abre e fecha o orifício da
bóia mecânica conforme o nível no interior do vaso.
Controladores Eletrônicos
Consiste de uma haste que pode medir o nível de líquidos em vasos com refrigerantes.
A haste é formada por dois tubos concêntricos que são atravessados pelo refrigerante.
Esta medição possibilita registrar com quanto de liquido a haste está preenchida. O
sinal é transmitido como um sinal de corrente de 4 a 20mA. 4mA, quando a haste não
registra liquido a 20 mA, quando a haste está completamente cheia de liquido. O sinal pode
ser conectado a um controlador que além de monitorar o nível também pode ser usado para
operar uma válvula solenóide de linha de liquido, por exemplo.
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Válvulas de Segurança
Válvula Solenóide
A válvula solenóide deve ser revisada periodicamente de modo que quando estiver
desligada não dê passagem de amônia. A válvula solenóide tem a finalidade de manter
constante o nível de líquido nos vasos da instalação de refrigeração sendo ligada em série
com as bóias de nível. Elas também são usadas na entrada dos evaporadores de modo a
automatizar a operação dos evaporadores.
Para se realizar a revisão desta válvula devemos esvaziá-la antes, para isso, fecha-se a
válvula de bloqueio antes da válvula solenóide, elimina-se o líquido existente dentro da
válvula solenóide, se possível jogando água quente sobre a válvula solenóide com isso o
liquido entra em ebulição tornando-se vapor, desliga-se a bobina da válvula solenóide e
fecha-se a válvula de bloqueio localizada entre a válvula solenóide e o equipamento o qual
ela alimenta, após abre a válvula de dreno se tiver, se não tiver, abre-se a válvula de modo
que a pressão do interior saía e possa-se fazer a revisão da válvula.
Deve ser revisada periodicamente de modo a realizar sua função que é manter
constante a pressão dentro do evaporador ou separador de líquido.
Para revisar a válvula deve-se em primeiro lugar esvaziá-la para isso fecha-se a
válvula de bloqueio antes da válvula reguladora de pressão, coloca-se a válvula reguladora
de pressão em manual e joga-se água quente sobre a válvula para forçar a ebulição da
amônia do interior da válvula. Fecha-se a válvula de bloqueio localizada após a válvula
reguladora de pressão e abre-se o purgador da válvula reguladora de pressão, quando a
pressão do interior da válvula for igual a pressão atmosférica abre-se a válvula e revisa-se
conforme o manual do fabricante.
Purgas de Óleo
O óleo é um inimigo nas instalações de amônia que pode ser combatido se tivermos
um controle de drenagem de óleo dos equipamentos da instalação. O óleo é proveniente dos
compressores e circulam na instalação se alojando nas partes baixas dos evaporadores,
trocadores de calor, recipientes de líquido, resfriadores intermediários, vasos de expansão e
resfriadores de óleo.
Nos evaporadores e trocadores de calor o caso é mais grave, pois ocupam o lugar da
amônia e diminuem a superfície de troca térmica causando diminuição da eficiência dos
equipamentos.
Para realizarmos a drenagem de óleo é necessário, se for possível, eliminar a amônia
líquida deixando só vapor do interior do equipamento, abre-se a válvula de dreno de óleo
aos poucos e deixa-se o óleo correr, no momento que começar a sair amônia feche a válvula
de dreno e espere entre 15 e 20 minutos e retorne a drenar novamente se sair mais óleo
drene até sair amônia e faça este procedimento enquanto for saindo óleo.
Em equipamentos como separadores de líquido, resfriadores intermediários e vasos de
expansão em algumas instalações possuem acumuladores de óleo para facilitar a drenagem.
Em alguns acumuladores de óleo tem instalado tubulações de gás quente ou resistências
elétricas que aquecem o óleo e facilitam a drenagem.
Para drenagem do óleo dos acumuladores de óleo fecha-se a entrada de amônia do
acumulador, injeta-se gás quente ou liga-se a resistência para aquecer o óleo e segue os
passos descritos anteriormente para drenagem.
Para drenagem dos recipientes de líquido, separadores de líquido e resfriadores
intermediários que não possuem acumuladores de óleo devemos abrir a válvula de dreno e
deixar o óleo correr, quando começar a sair amônia feche a válvula de dreno e espere entre
15 e 20 minutos e repita o processo até parar de sair óleo.
OBS.: Em vasos que trabalham com pressão abaixo da atmosférica e não possuem
acumulador de óleo devemos drenar somente quando a pressão estiver acima da
atmosférica.
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Retificador de NH3
DEPÓSITO
SEPARADOR
RETIFICADOR DE NH3
C/ 1xRCE-8x8-1,0-46-10
C/ 1xØ500-0,5 CV
Volume de NH3 do Resfriador e Depósito Separador = 200 litros
Percentual de H2O aceitável na instalação ≤ 0,5%
OPERAÇÃO:
NOTAS IMPORTANTES:
1 Drenar a água somente com a pressão levemente positiva em relação à atmosfera, se
necessário, aumentá-la por injeção de gás quente.
Evaporadores
Princípios Básicos
Evaporadores para ar
Estáticos
De ar forçado
Compressores Alternativos:
Características fundamentais:
Bloco
Virabrequim
Bielas
Pistões
Os pistões são de alumínio. Tem normalmente três anéis, sendo o inferior raspador de
óleo. Conectam-se à biela por pinos de aço.
Atualmente usa-se o tipo de pistão de altura menor que o diâmetro e de cabeça
côncava para reduzir o espaço morto.
Lubrificação
Selo de vedação
No compressor aberto o eixo tem que atravessar o bloco para o exterior. Neste ponto é
necessária uma vedação de alta eficiência. Atualmente usam-se selos de vedação anel ou
rotativos, são simples, baratos e eficientes.
Controle de Capacidade
Resfriamento do Óleo
Compressor Parafuso
É uma máquina rotativa de deslocamento positivo, composto por dois rotores (macho
e fêmea). O rotor macho possuí saliências helicoidais correspondentes do rotor fêmea. O
processo de deslocamento volumétrico do gás do refrigerante se decide em três etapas:
sucção, compressão e descarga.
Na etapa de sucção o gás refrigerante ocupa todo o volume existente entre os rotores,
sendo este selado e deslocado a fase de compressão. Na etapa de compressão a revolução
dos rotores reduz progressivamente o volume interno e consequentemente o gás confinado
é comprimido e deslocado a descarga.
O compressor é composto pela carcaça (bloco), rotores (macho e fêmea), mancais dos
rolamentos e pelo sistema de capacidade do compressor.
Os compressores parafuso ma maioria das vezes possuem capacidade linear de 0 a
100% mas tecnicamente os compressores parafuso já partem com 10% de capacidade.
Uma característica básica do compressor parafuso é a relação de volumes (VI).
VI: volume de cavidade entre lóbulos no início da compressão / volume da mesma
cavidade no início da descarga.
Existem compressores com VI variável e outros com VI fixo.
Os dispositivos de proteção do compressor são semelhantes aos dos compressores
alternativos, mas estes dispositivos são com tecnologia mais avançada.
Os pressostatos são substituídos por transdutores de pressão e os termostatos são
substituídos por sensores de temperatura tipo PT100 ou Termopar.
Resfriamento de Óleo
Vazio no compressor
Compressores Automáticos:
Climatização
Câmaras de Resfriamento
São os locais que como o nome já diz são destinadas ao resfriamento do produto a que
se destina. O controle de temperatura das câmaras de resfriamento pode ser manual ou
automático. Normalmente é necessário realizar degelo do evaporador desta câmara, pois
trabalha com a amônia a uma temperatura negativa causando o bloqueio do evaporador. E
este degelo pode ser manual ou automático.
São os locais destinados ao congelamento dos produtos que passaram pelas câmaras
de resfriamento. A temperatura dos túneis varia de acordo com a necessidade do processo
ao qual foram dimensionados. Nestes túneis o processo de carregamento e
descarregamento ocorre de maneira manual, ou seja, os produtos são colocados e tirados de
dentro dos túneis por pessoas que utilizam jacarés ou palleteiras para realizar o serviço.
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Como em qualquer processo de refrigeração o controle de temperatura pode ser manual ou
automático assim como o degelo, que neste caso é obrigatório devido a baixa temperatura
com que se trabalha com a amônia para obtermos a temperatura de congelamento dos
produtos.
Funcionamento:
O líquido refrigerante em alta pressão proveniente do depósito (recipiente) é injetado
no separador de líquido através do sistema de expansão mecânico. Os geradores de
circulação forçada possuem injeção de líquido através de válvula solenóide atuada por
controle de nível eletromecânico e ambos mantêm um nível constante de amônia no
Separador de Líquido.
A alimentação de líquido aos tubos geradores se dá por gravidade ou circulação
forçada, de acordo com o modelo. Nos tubos geradores se processa a mudança do estado
líquido para gás, absorvendo calor da parte externa dos tubos geradores onde está
circulando a água; devido à baixa temperatura de sucção (-10 °C) em função da redução de
pressão (sucção) do compressor, a água congela-se formando o gelo.
Após o ciclo de produção, entra o ciclo de degelo, onde o gás quente proveniente da
parte superior do depósito (recipiente) é injetado nos tubos geradores através da válvula
pilotada normalmente fechada (VPNF), a qual abre por alívio de pressão através da válvula
solenóide piloto ligado ao lado de baixa pressão.
No momento em que abre a válvula principal de gás quente (VPNF), automaticamente
fecha a válvula pilotada normalmente aberta (VPNA), entrando gás quente pela parte
superior dos tubos geradores e saindo pela parte inferior através dos tubos pescadores. É
muito importante verificar se os calibradores montados nas saídas dos pescadores não se
encontram entupidos.
Os Geradores de Gelo com circulação forçada de líquido possuem uma válvula
pilotada normalmente fechada (VPNF) para retorno de líquido do degelo ao separador, a
qual abre junto com a VPNF do degelo, fechando somente quando abre a VPNA da sucção
e ligando também a bomba de NH3.
O tempo de produção, como o tempo de degelo, pode ser ajustado conforme
necessidade: diminuindo o tempo de produção, diminui a espessura de gelo e vice-versa.
Procura-se manter uma pressão mínima de 11 kgf/cm² no depósito de liquido
(recipiente), facilitando assim o ciclo de degelo.
Processo de degelo
Degelo por Ar
Degelo Elétrico
1. Liga-se os condensadores;
2. Liga-se um compressor e acompanha-se a amperagem do motor do compressor, a
pressão de sucção, descarga e óleo e a temperatura de sucção, descarga e óleo; e se
necessário ligar mais compressores até trazer a pressão de sucção ao regime de
trabalho.
3. Liga-se o comando das válvulas solenóide de entrada de amônia líquida nos
Separadores de Líquido.
4. Espere um pouco até a amônia atingir o nível de serviço no Separador de Líquido e
ligue as bombas de amônia dos Separadores de Líquido;
5. Após as bombas estarem ligadas espere entre 3 e 5 minutos (para deixar entrar um
pouco de amônia no evaporador antes de ligar a ventilação) e ligue a ventilação dos
evaporadores.
6. Se necessário ligue mais compressores para trabalhar com a pressão de sucção
dentro do regime estabelecido.
7. Liga-se os condensadores;
8. Liga-se um compressor do regime de alta e acompanha-se a amperagem do motor
do compressor, a pressão de sucção, descarga e óleo e a temperatura de sucção,
descarga e óleo;
9. Liga-se um compressor do regime de baixa e acompanha-se a amperagem do motor
do compressor, a pressão de sucção, descarga e óleo e a temperatura de sucção,
descarga e óleo;
10. Liga-se o comando das válvulas solenóide de entrada de amônia líquida no
resfriador intermediário ou vaso de expansão;
11. Liga-se o comando das válvulas dos Separadores de Líquido.
12. Espere um pouco até a amônia atingir o nível de serviço no Separador de Líquido e
ligue as bombas de amônia dos Separadores de Líquido;
13. Após as bombas estarem ligadas espere entre 3 e 5 minutos (para deixar entrar um
pouco de amônia no evaporador antes de ligar a ventilação) e ligue a ventilação dos
evaporadores.
14. Se necessário ligue mais compressores para trabalhar com a pressão de sucção
dentro do regime estabelecido.
Vazamentos na instalação