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Universidade Federal da Fronteira Sul

Campus Chapecó

Controle de Poluição de Atmosférica

Prof. Marlon Neves


Mas, o que é Poluição?

Poluição Ambiental: degradação da qualidade ambiental


resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os
padrões ambientais estabelecidos;
Ar

Poluição Água Estão quase sempre interrelacionados

Solo
Usos do ar:

• Usos metabólicos pelo homem, animais e vegetação


• Benefícios advindos dos fenômenos meteorológicos
• Comunicação
• Transporte
• Combustão
• Processos industriais
• Receptor e transportador de resíduos da atividade humana
• Receptor e transportador de resíduos da atividade natural

Uso básico do ar: Manter a vida. Portanto todos os usos devem


sujeitar-se a manutenção de sua qualidade à níveis toleráveis.
Poluição Atmosférica

DEFINIÇÃO: “Qualquer forma de matéria ou energia com


intensidade, concentração, tempo ou características que possam
tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao
bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou
prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e à
qualidade de vida da comunidade.”

“Todo cidadão tem direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.’’
(Art. 225 da Constituição da República Federativa do Brasil)
Cinco compostos significam mais de 90% do problema da
contaminação atmosférica:

1. Monóxido de Carbono (CO);


2. Óxidos de Nitrogênio (NOx);
3. Hidrocarbonetos (HC);
4. Óxidos de Enxofre (SOx);
5. Partículas
Outros componentes gasosos de origem natural e de
concentração variável são os:

- óxidos de nitrogênio: produzidos pelas descargas elétricas


durante as tempestades;

- dióxido de enxofre; fluoreto de hidrogênio e o cloreto de


hidrogênio (erupções vulcânicas);

- sulfeto de hidrogênio: escapa das acumulações de gás


natural ou dos vulcões;

- ozônio: formado fotoquimicamente ou por descargas elétricas.


Altura e estrutura da Atm
Natureza dos Poluentes do Ar

a) poeiras: são partículas sólidas produzidas por manipulação,


esmagamento, trituração, impacto rápido, explosão e desintegração de
substâncias orgânicas ou inorgânicas, tais como rochas, minérios, metais,
madeira ou cereais. As poeiras não tendem a flocular, a não ser sob a
ação de forças eletrostáticas; sedimentam sob a ação da gravidade.
Exemplo: poeira de sílica, poeira de asbesto, poeira de algodão.

b) fumos: são gerados na superfície de fusão de metais, pela


condensação do estado gasoso, envolvendo processo químico de
oxidação. Geralmente, são partículas pequenas, de 0,001 a 0,5 µm (Ex.:
óxido de ferro, etc). Observação: Fumaça - fumo resultante da combustão
incompleta de materiais orgânicos (combustíveis em geral). Se a
combustão for completa e o combustível não tiver cinzas, não teremos
fumaça.
c) névoas: são gotículas líquidas em suspensão, produzidas pela
condensação de gases ou pela passagem de um líquido a estado
de dispersão, por respingo, formação de espumas e atomização.
Partículas < 0,5 µm diâmetro. Exemplo: névoas de ácido sulfúrico,
névoas de tinta e névoas de óleo .

Além destes, os poluentes do ar podem ser:

d) gases: gás é um dos estados da matéria, e consiste em uma


coleção de partículas (moléculas, átomos, íons, elétrons, etc.)
cujos movimentos são aproximadamente aleatórios. São fluidos
sem forma (estado aleatório), que permanecem no estado gasoso
nas condições normais de temperatura e pressão. Ex.: CO, NO,
O3.
e) vapores: é a forma gasosa de substâncias normalmente
sólidas ou líquidas (ou seja, a 25 °C e 760 mmHg), que podem
voltar a estes estados ou por aumento de pressão ou por
redução da temperatura. Ex.: vapor d’água, vapor de gasolina e
solventes, naftalina, benzeno, etc.

f) aerossóis: são partículas em suspensão no ar, em forma


sólida ou líquida. A definição: "aero", que significa "ar" e "sol"
remete para uma solução. Ou seja, aerossol é uma solução que
está dispersa no ar. O uso de combustíveis fósseis (carvão e
petróleo) e a queima da vegetação são exemplos de causas de
formação dos aerossóis. Os aerossóis contribuem para o
resfriamento da superfície da terra por produzirem reflexão e
espalhamento da luz solar incidente.
Classificação dos Poluentes

De acordo com a origem:

• Poluentes Primários: estão presentes na atmosfera na forma em que


são emitidos como resultado de algum processo. Ou seja, são os
contaminantes diretamente emitidos pelas fontes para o ambiente,
como no caso dos gases dos automóveis (monóxido de carbono,
fuligem, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre, os COV (compostos
orgânicos voláteis, incluem-se os hidrocarbonetos), entre outros.

• Poluentes Secundários: resultado na ATM pela reação entre dois ou


mais poluentes primários, ou pela reação com constituintes normais
atmosféricos (geralmente camada baixa), com ou sem foto ativação.
Neste caso, pode-se citar o Ozônio (O3), o PBN (peroxibenzolnitrato)
e PAN (peroxiacetilnitrato).
Classificação dos Poluentes
De acordo com o estado físico:

• Gases e vapores: COV, NOx, SOx, CO, CO2, etc.

• Material particulado (partículas sólidas e líquidas): poeiras,


fumaça, névoas, já descritos anteriormente.

De acordo com a composição química:

• Poluentes orgânicos: hidrocarbonetos, aldeídos, cetonas...

• Poluentes inorgânicos: H2S; HF; NH3 (amônia).


Emissões Primárias

Partículas finas (menor que 100 m em diâmetro)

Metal; carbono; alcatrão; resina; polén; fungos; bactérias; óxidos;


nitratos; sulfatos; silicatos; etc.

• dispersam a luz segundo as leis físicas estabelecidas;


• catalisadores de reações normalmente lentas devido a alta
superfície específica;
• núcleos de condensação e coalescência de outras partículas e
vapores;
• alta toxicidade para plantas e animais ou corrosivos de
estruturas metálicas;
• se radioativas podem provocar mutações genéticas;
• como partículas sofrem atração gravitacional e eletrostática,
sujando tecidos, edifícios, etc.;
• efeitos adversos à saúde ao exceder 80 g / m3 em média
Partículas grosseiras (maior que 100 m em diâmetro)

Apresentam os mesmos problemas em grau diminuído, porque:

• atração gravitacional mais efetiva;


• encontra limites nos mecanismos fisiológicos de defesa dos
animais e homem;
• permitem muito menos oportunidade para reações com
outros componentes do ar poluído;
• causam menos incômodos a população.
Compostos orgânicos

• Emitidos como vapores ou até gotículas


• Odores
• Alguns são associados a câncer
https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/06/07/mortes-causadas-
pela-poluicao-aumentam-14percent-em-10-anos-aponta-ministerio-da-
saude.ghtml

https://exame.abril.com.br/economia/poluicao-do-ar-custa-us-8-bilhoes-
por-dia-diz-greenpeace/

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-
saude/2019/03/12/interna_ciencia_saude,742491/poluicao-atmosferica-
causa-duas-vezes-mais-mortes-do-que-se-pensava.shtml

https://news.un.org/pt/story/2019/06/1674651
Fontes de Poluição Atmosférica

Dispersar

Poluentes Reagir entre si

Reagir com outras


substâncias

Existem dois tipos básicos de fontes de poluição:

• Específicas

• Múltiplas
• Fontes Específicas: são fixas em determinado território, ocupam
na comunidade área relativamente limitada e permitem uma
avaliação na base de fonte por fonte. Ex: Indústrias.

• Fonte Múltiplas: podem ser fixas ou móveis, geralmente se


dispersam pela comunidade, oferecendo grande dificuldade de
serem avaliadas na base da fonte.

Ex.: Múltiplas Fixas  Casas


Múltiplas Móveis  Automóveis
Poluentes podem ter origem de diversas fontes:

• Fontes Naturais
• Fontes industriais
• Queima de combustíveis
• Queima de resíduos sólidos
• Evaporação de produtos
• Atividades produtoras de odores
• Outras atividades
Fontes Naturais

Geralmente originada por fenômenos biológicos, químicos e


geoquímicos.

Diversas são as fontes naturais:

• o solo,
• a vegetação (polinização),
• os oceanos,
• vulcões,
• fontes naturais de líquidos,
• gases e vapores,
• descargas elétricas, etc.
Vulcões:

https://www.youtube.com/watch?v=QuRRxuWxA4w

• Emissão de óxidos de nitrogênio e de enxofre, H2S, HCl, HF,


SCO (sulfeto de carbonila), cinzas e partículas sólidas.

• Poeira vai de 20 a 30 Km de altura

• Mais finas demoram de 2 a 12 anos na


Estratosfera antes de cair.
Vegetação:

• Compostos orgânicos como o pólen

• Amazônia é uma grande emissora de metano.


Solos:

• Emite N2O (desnitrificação), NH3 (processos aeróbios) e


gases como o CH4, NO e H2S
Animais:

• Liberação de gás metano pelo gado (eructação), cerca de 65 Kg


cada animal.
Fontes Antrópicas

O ser humano através da atividade industrial e urbana, joga


resíduos na atmosfera de forma incontrolada e constante.
Aproximadamente 65 mil produtos químicos, provenientes de uma
variedade de atividades industriais, encontram-se na atmosfera.
Queimadas:

• Um dos principais fatores responsáveis pela poluição do ar no


país são as queimadas!

• Cada hectare de floresta primária consumida pelo fogo libera na


atmosfera aproximadamente de 50 a 200 toneladas de Dióxido
de Carbono
Fontes Industriais:

Dependem de vários fatores associados à fabricação:

• Concentração do poluente expedido;


• Processo industrial;
• Matérias primas;
• Combustíveis envolvidos no processo;
• Produto fabricado;
• Processo;
• Grau de medidas controladoras de poluição;

Ex.: indústrias de petróleo, metalúrgicas, mecânicas,


têxteis, madeira, papel, produtos alimentares, etc.
Combustão:

Os poluentes do ar originam-se principalmente da combustão


incompleta de combustíveis fósseis (aproximadamente 80% dos
contaminantes gasosos na atmosfera são formados durante esta
queima).

• A poluição depende da eficiência da combustão e do percentual


de S no combustível.

• O carvão mineral apresenta poluição elevada. Em comparação


com o óleo combustível apresenta +370% de CO, +68% de SO2,
+1500% de material particulado.
Exemplo: estimativa de emissão de poluição na região metropolitana
de São Paulo.

EMISSÃO (1000 t/ano)


FONTE DE EMISSÃO CO HC NOX SO2 MP
Gasool * 952,1 81,4 50,9 7,7 3,8
M TUBO DE Alcool 266,0 30,9 19,0 - -
Ó ESCAPAMENTO DE Diesel 271,5 44,2 189,3 17,2 12,4
V VEÍCULOS Táxi 41,0 3,6 2,3 0,4 0,4
E Motocicletas e similares 36,4 4,8 0,3 0,3 0,1
I Cárter Gasool * - 128,7 - - -
S e Alcool - 31,0 - - -
Evaporativa Motocicletas e similares - 2,6 - - -
PNEUS Todos os tipos - - - - 6,0
OPERAÇÕES DE Gasool * - 24,4 - - -
TRANSFERÊNCIA DE Alcool - 5,1 - - -
COMBUSTÍVEL
F
I Operação de processos industriais 38,61 12,01 14,01 16,32 25,92
X (750) (800) (740) (400) (305)
A
Total 1605,6 368,7 284,8 41,9 48,6
Principais poluentes atmosféricos em ambientes urbanos:
Incineração de resíduos sólidos:

• Incineração ao ar livre;
• Equipamentos centrais.

A incineração ao ar livre provoca, inevitavelmente, poluição do ar


(gases e partículas lançadas livremente). Os incineradores
centrais, devido ao seu controle, tem maiores possibilidades de
produzirem uma menor poluição.
Compostos orgânicos voláteis :

Uma outra fonte de poluição é proveniente da evaporação de


produtos de petróleo. Durante o manuseio do petróleo e seus
derivados há emissões por evaporação. É visível este fenômeno
ao enchermos o tanque do automóvel.
Odores :

As atividades produtoras de odores causam poluição desagradável.

Ex.1: Fábricas que liberam gás sulfídrico; mercaptanas; tióis e outros


gases mal cheirosos; torrefadoras; oficinas de pintura, odores de
esgotos e da decomposição de resíduos; matadouros; granjas; etc.

Ex.2: Os curtumes - tanques (H2S + mercaptanas)


Caldeiras (gases + MP)
Papel e celulose - digestor (mercaptanas)
Forno de cal (gases + MP)
Muitas são as atividades humanas que podem provocar poluição
atmosférica, entre elas a aplicação de inseticidas na lavoura (por via
aérea); as fontes de poeira fugitiva originada de ruas sujas ou não
pavimentadas, demolições, etc. A construção civil constitui uma das
grandes fontes de MP.
O xisto betuminoso (também conhecido como
folhelho ou xisto argiloso) é uma fonte
de combustível. Quando submetido a altas
temperaturas, produz um óleo de composição
semelhante à do petróleo do qual se extrai nafta
(combustível derivado deste mineral), óleo
combustível, gás liquefeito, óleo
diesel e gasolina.

Em química orgânica, um tiol, plural tióis, é um


composto organossulfurado que contém um
grupo -SH, designado por grupo tiol, grupo
mercaptano ou grupo sulfidrilo ou sufidrila,
ligado a um átomo de carbono
Mercaptano é um termo genérico para uma família de compostos
orgânicos de enxofre que contêm um grupo sulfídrico (SH) ligado a
um átomo de carbono.

Mercaptanos: Elas são formados pela decomposição de matéria


animal e vegetal e metil mercaptana também está presente em alguns
alimentos, como queijo e algumas nozes. A substância de odor fétido
ejetada por gambás quando se sentem ameaçados contém alguns
mercaptanos.

• Um dos seus principais usos é como aditivo para gás natural.


Efeitos causados pela poluição atmosférica

Para viver sã e confortavelmente é indispensável dispor de uma


quantidade ilimitada de ar relativamente puro. O homem consome
cerca de 15,0 Kg de ar por dia, em contraste com 2,0 Kg de água e
1,50 Kg de alimentos. Ele pode recusar água ou alimento suspeito,
porém não consegue fazer o mesmo em relação ao ar poluído. Ele
pode viver 5 ou mais semanas sem alimento, 5 dias sem água, não
sobrevive a mais de 5 minutos sem ar.
Efeitos da poluição do ar:

a - Efeitos tóxicos sobre o ser vivo e os animais;


b - Efeitos desagradáveis dos maus odores;
c - Efeitos sobre os materiais;
d - Efeitos sobre as propriedades da ATM;
e - Efeitos sobre a vegetação;
f - Efeitos econômicos.
O efeito causado pelo poluente depende:

• Da concentração presente na ATM;


• Do tempo de exposição do indivíduo;
• Da sensibilidade de cada pessoa.
Estas substancias atingem seres humanos manifestando-
se através de sintomas distintos: dores de cabeça, desconforto,
cansaço, palpitações no coração, vertigens, diminuição dos
reflexos (monóxido de carbono, que em concentrações elevadas,
pode conduzir à morte), irritação dos olhos, nariz, garganta e
pulmões (óxidos de nitrogênio); infiltração de partículas nos
pulmões formando ácidos sulfúricos (óxido de enxofre); asma
aguda e crônica, bronquite e enfisema (dióxido de enxofre);
Câncer (hidrocarbonetos); destruição de enzimas e proteínas
(ozônio); degeneração do sistema nervoso central e doenças nos
ossos, principalmente em crianças (chumbo).
O material particulado causa irritação e entupimento dos alvéolos
pulmonares.

Obs.: O Brasil é um dos países com maior quantidade de aldeídos


na atmosfera, originados pelos carros à álcool. Acredita-se que o
aldeído fórmico provoque tumores em cobaias, mas sobre os efeitos
no homem ainda não há informações.

A poluição do ar mata. Em geral mata lenta e discretamente e as


mortes resultantes não chamam dramaticamente a atenção do
público.
POLUENTES EFEITOS
- irritações do aparelho respiratório e conjuntivas
oculares(olhos, nariz e garganta)
- estudos epidemiológicos usualmente relacionam o
aumento da mortalidade, quando a concentração de SO2
e MP atinge valores determinados (morte de doentes
sensíveis)
- broncoconstrição ou aumento da resistência pulmonar
à passagem do ar;
- tosse; rinite; queimadura dos olhos e pele;
 danos sobre a vegetação:
ÓXIDOS DE ENXOFRE SOX
- redução da resistência às pragas;
- ressecamento dos tecidos das folhas e descoloramento
destas;
- alteração do processo fotossintético;
 danos sobre os materiais:
- corrosão em metais
- descoloração de pinturas
- enfraquecimento e desintegração da superfície dos
couros
- torna o papel quebradiço
- redução da resistência à tensão e formação de manchas
em tecidos
- desbotamento em corantes
- incômodo à população
- diminuição da visibilidade
- doenças pulmonares (asma; bronquites; morte de doentes
MATERIAL PARTICULADO sensíveis)
- MP - - carcinogenética potencial
- corrosivo
- interfere na fotossíntese das plantas

- aumento do nível de carboxiemoglobina no sangue levando


MONÓXIDO DE CARBONO a stress; deficiência na capacidade psicomotora; dor de
- CO - cabeça; tontura; alucinação; depressão; angina; sincope;
asfixia e morte
DIÓXIDO DE CARBONO - influência a longo prazo no aumento da temperatura da
-CO2 terra e fenômenos relacionados
- asfixia: morte
DIÓXIDO DE NITROGÊNIO - tosse e catarro; dor no peito; edema pulmonar; irritação nos
-NO2 -(gás marrom) olhos; taquicardia
AMÔNIA - irritação nos olhos, nariz e garganta; espasmos bronquios;
(gás incolor que em grande quantidade assemelha-se a fumaça dor no peito; edema pulmonar; queimadura na pele
branca)

GÁS SULFÍDRICO - irritação do sistema respiratório; tontura; irritação da vista;


(cheiro de ovo) convulsões; coma e morte
OZÔNIO - irritação dos olhos e mucosas; edema pulmonar; doença
respiratória crônica
Principais episódios históricos

Lago da Paz (República dos Camarões) - 21 de agosto de 1986.

Uma gigantesca nuvem de gases tóxicos sai do fundo de um lago


vulcânico e mata mais de 1700 pessoas. Os sintomas e indícios
descritos atestam que a nuvem era composta, entre outras
substâncias de:

- gás sulfídrico e monóxido de carbono, que matam ao interferir no


processo respiratório;
- dióxido de carbono, que provoca morte por asfixia;
-ácido sulfúrico (anidrido sulfuroso), responsável pelas queimaduras
de primeiro e segundo grau exibidas tanto por mortos quanto por
sobreviventes.
Seveso (Itália, julho de 1976)

Uma nuvem tóxica de dioxina, substância 10.000 vezes mais


tóxica do que o cianureto, escapa da indústria química Icmesa, localizada
na cidade vizinha de Meda, e, levada pelo vento, atinge Seveso. Cerca de
500 moradores da região, em sua maioria crianças., foram atacados pela
cloracne, uma doença que causa erupções na pele, e 113 mulheres que
estavam grávidas ou engravidaram durante o período foram autorizadas a
abortar porque seus bebês poderiam nascer defeituosos. Os responsáveis
pela empresa não informaram à população o que havia acontecido na
esperança de que a nuvem tóxica se dissipasse.

Descobriu-se que foram lançados na atmosfera 2 quilos de


dioxina – quantidade enorme, já que ela é capaz de alterar os
cromossomos humanos, mesmo à infinitesimal dose de 0,2 ppb. As armas
químicas e desfolhantes usados pelos americanos na Guerra do Vietnã,
como o “agente laranja”, tinham como componente a dioxina.
Bauru, Agosto de 1952 (São Paulo, Brasil)

- duração: 1 semana
- foram registrados 150 casos de doenças respiratórias aguda e 9
óbitos.
- bronquite e manifestações alérgicas do trato respiratório superior
foram os principais efeitos.
- comprovou-se que o episódio foi provocado pela emissão na
atmosfera de pó de mamona, por uma indústria de extração de
óleos vegetais.
- suspensas as atividades da fábrica, cessaram os casos de
doença.
Londres, 1952 (Inglaterra)

- duração: 5 dias
- grande número de pessoas adoeceu, sendo que
aumentaram o número de admissões em hospitais de portadores de
doenças respiratórias.
- cerca de 3.500 a 4.000 pessoas morreram a mais do
esperado para este período.
- a mortalidade foi maior para o grupo de pessoas idosas, e
naqueles que já eram portadores de bronquite, bronco-pneumonia e
doenças do coração.
- à presença de poeira em suspensão (4,46 mg/m3) e de
dióxido de enxofre (3,75 mg/m3) atribuiu-se o episódio.
Efeitos sobre a saúde:

As três possíveis vias de penetração dos agentes poluentes no


organismo são:

• via respiratória
• via cutânea
• via digestiva.
Classificação conforme a ação no organismo

IRRITANTES  produzem inflamação nos tecidos que entram em


contato. Atuam sobre o tecido de revestimento como a pele,
mucosas das vias respiratórias, conjuntiva ocular, etc. Ex:
amoníaco; poeira alcalina; cloro; ozona; iodo; escapamento de
motores; ácido sulfídrico; álcoois; éteres; etc.
ASFIXIANTES  asfixiam por reduzir a concentração de oxigênio
no ar - nível mínimo 18% - (metano, nitrogênio, dióxido de carbono,
hélio, etc), e asfixiam por interferirem no processo de absorção de
oxigênio no sangue ou nos tecidos (monóxido de carbono, gás
sulfídrico, cianuretos, etc).
O metano (CH4) em concentrações maiores que 2% já é
um asfixiante simples. Em concentrações variando de 6 a 14%
torna-se um explosivo de potencial imediato.

Trabalho nas minas de carvão do sul de SC!


NARCÓTICOS  apresentam ação depressiva sobre sistema
nervoso central - efeito anestésico (éter etílico, acetona, éter
isopropílico, Tíner, etc).
INTOXICANTES SISTÊMICOS  causam intoxicação aguda ou
crônica.

 causam lesões nos órgãos: hidrocarbonetos halogenados,


clorofórmio, tetracloreto de carbono, cloreto de vinila, etc).
 causam lesões no sistema formador do sangue: benzeno,
tolueno, xileno (leucemia).
 afetam o sistema nervoso: álcoois metílico e etílico, bissulfeto de
carbono, éteres de ácidos orgânicos.
 compostos tóxicos inorgânicos e metais tóxicos: sais de
cianureto, fluoretos, arsênico, fósforo, enxofre, chumbo, mercúrio,
cádmio, berilo, cromo, etc.
PARTÍCULAS ALERGIZANTES E IRRITANTES  atuam sobre a
pele e aparelho respiratório. Ex: poeiras das madeiras e óleos
vegetais, partículas de ácidos, resinas, pólen, etc.

Obs.: O nariz filtra tão bem o ar que dificilmente uma partícula de


poeira maior que um glóbulo vermelho do sangue (apenas 8
microns de espessura) consegue atravessá-lo.
MATERIAL PARTICULADO  poeiras, fumos, névoas, etc.
Poeiras produtoras de fibrose: causam endurecimento e
perda de flexibilidade dos tecidos pulmonares. Ex: sílica, amianto,
etc.
O pó inorgânico de maior importância do ponto de vista
da Saúde Ocupacional é a sílica livre cristalizada, a qual acha-se
em grandes quantidades na crosta terrestre (60% desta) formando
parte de rochas, minérios, areias, tecidos vegetais, etc.
A forma cristalizada do quartzo é a de maior risco,
causadora de uma pneumoconiose chamada silicose.
Entende-se por pneumoconiose a alteração produzida no
tecido dos pulmões pela inalação de poeiras orgânicas e
inorgânicas.
Efeitos sobre os materiais:

- abrasão: causada por partículas sólidas de tamanho suficiente e


transportadas em alta velocidade.
- deposição: causada por partículas sólidas e líquidas que se
depositam sobre a superfície.
- ataque químico direto: embaciamento da prata pelo gás sulfídrico;
destruição de superfícies metálicas pela ação de névoas ácidas.
- ataque químico indireto: caso do dióxido de enxofre absorvido pelo
couro é convertido em ácido sulfídrico, que deteriora o couro.
- corrosão eletroquímica: é o mecanismo principal de deteorização
de metais ferrosos.

Devemos ainda levar em consideração que a danificação depende


da umidade relativa, temperatura, luz solar, velocidade do vento,
etc.
Efeitos sobre as propriedades da atmosfera:

 Sobre a visibilidade: os fatores meteorológicos que afetam


a visibilidade são:

 altura de inversão e velocidade dos ventos: quanto maior a


altura de inversão e quanto maior a velocidade dos ventos, melhor a
visibilidade, entretanto em determinadas áreas, velocidades de vento
excessivamente altas diminuem a visibilidade pelo levantamento de
pó.
 partículas higroscópicas e umidade relativa: sob alta
condição de umidade as partículas higroscópicas aumentam de
tamanho e reduzem a visibilidade.
 Formação de neblinas: sabe-se que as neblinas nas
cidades são mais frequentes e mais persistentes que nas áreas
circunvizinhas devido á poluição do ar. Estas neblinas em massas
de ar poluídas estão compostas por gotículas d’agua contendo
vários produtos químicos dissolvidos, e que estas substâncias
favorecem a permanência das gotículas líquidas em condições de
sub-saturação.
 Sobre as condições de radiação urbana: a quantidade de
radiação recebida por uma cidade com poluição é menor do que
para uma área sem poluição, sendo que os comprimentos de
onda mais curtos são mais seriamente afetados que os mais
longos. Há uma excessiva perda de radiação ultravioleta de luz
solar, que é o principal fator para a geração de vitamina D, natural
no corpo humano.
 Sobre os constituintes atmosféricos:

 aumento da concentração de metano, dióxido de


carbono e outros gases resulta em provável aumento da
temperatura média da Terra, provocando alterações climáticas
(neste sentindo existem atualmente diversas hipóteses
contraditórias).
 aumento da concentração de aerossóis de chumbo.
 aumento da concentração de dióxido de enxofre (30%
nos últimos 50 anos) e de monóxido de carbono.
 destruição da camada de ozônio protetora da radiação
ultra-violeta.
Dano da Poluição do Ar a vários Materiais

Tipo de Manifestação Típica Medida de Deterioração Poluente Outros Fatores


Material do Dano Danificante Ambientais
Vidros e metais Alteração da aparência Refletância Substâncias ácidas Umidade
da superfície
Metais Danificação da Ganho de peso; redução Dióxido de Enxofre; Umidade;
superfície; perda de da resistência; perda de substâncias ácidas Temperatura
metal; embaçamento peso; alteração da
condutividade
Materiais de Descoloração; Não medido usualmente, / Dióxido de Enxofre; Umidade
Construção dissolução carbonato quantitativamente substâncias ácidas;
partículas pegajosas
Pintura Descoloração Não medido usualmente, / Dióxido de Enxofre; Umidade; Fungos
quantitativamente gás sulfídrico;
partículas pegajosas
Couro Desintegração da Perda da resistência Dióxido de Enxofre; -
superfície; substâncias ácidas
enfraquecimento
Papel Torna-se quebradiço Diminuição da resistência Dióxido de Enxofre; Luz Solar
ao dobramento substâncias ácidas
Tecidos Redução resistência Perda da resistência à Dióxido de Enxofre; Umidade; Luz
tensão; formação de tensão substâncias ácidas Solar; Fungos
manchas
Corantes Desbotamento Reflectância Dióxido de Luz Solar;
Nitrogênio; Umidade
Oxidantes; Dióxido
de Enxofre
Borracha “Cracking”; Perda elasticidade Oxidantes; Ozone Luz Solar
enfraquecimento
Efeito sobre a vegetação:

• Redução da penetração da luz por sedimentação de partículas


nas folhas ou por interferência de partículas em suspensão na
ATM.

• Deposição de poluentes no solo, por sedimentação (partículas


grosseiras) ou por carreamento provocado pelas chuvas
(gases dissolvidos e partículas finas), permitindo a penetração
dos poluentes pelas raízes e alterando as condições do solo.

• Penetração dos poluentes pelos estômatos das plantas.


Qualquer que seja a forma pela qual uma planta tenha sido afetada
o efeito poderá ser visível ou não. Os efeitos são:

• colapso do tecido foliar;


• alterações da cor normal;
• alterações do crescimento.

Ex.: cloro; gás sulfídrico; clorídrico; amônia; etc.


Efeitos Econômicos:

Custo das perdas econômicas devidas à poluição do ar: corrosão de


metais; enfraquecimento de tecidos; suja roupas; desgasta edifícios;
danifica a vegetação e a fauna; reduz visibilidade; nociva a saúde,
etc.
Conama 491/2018:

Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR.


Indicadores de qualidade do ar, consagrados universalmente: dióxido
de enxofre (SO2), material particulado (MP2,5 e MP10, monóxido de
carbono (CO), ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2). A razão da
escolha destes parâmetros como indicadores de qualidade do ar está
ligada à sua maior frequência de ocorrência e aos efeitos adversos
que causam ao meio ambiente
Critérios para episódios agudos de poluição
do ar (Resolução CONAMA 491/18)
• O monitoramento da qualidade do ar é atribuição dos estados;

• Constitui-se Método de Referência os métodos aprovados pelo


INMETRO e na ausência deles os recomendados pelo IBAMA
como os mais adequados e que deva ser utilizado
preferencialmente. Poderão ser adotados métodos equivalentes
aos métodos de referência, desde que aprovados pelo IBAMA;

• Considera-se Episódio Crítico de Poluição do Ar a presença de


altas concentrações de poluentes na atmosfera em curto
período de tempo, resultante da ocorrência de condições
meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos mesmos;

• São estabelecidos os Níveis de Atenção, Alerta e Emergência,


para a execução do Plano de Emergência;
• Os níveis de Atenção, Alerta e Emergência são declarados
quando, prevendo-se a manutenção das emissões, bem como
condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos
poluentes nas 24 (vinte e quatro) horas subsequentes, for
atingida uma ou mais das condições relacionadas;

• Cabe aos estados a competência para indicar as autoridades


responsáveis pela declaração dos diversos níveis, devendo as
declarações efetuarem-se por qualquer dos meios usuais de
comunicação de massa;

• Durante a permanência dos níveis (Atenção, Alerta ou


Emergência) as fontes de poluição do ar ficam, na área
atingida, sujeitas às restrições previamente estabelecidas pelo
órgão de controle ambiental.
Índice de qualidade do ar
Onde:

Índice – índice de qualidade do ar desejado;


Conc. medida – concentração medida;
Conc. inicial - concentração inicial da faixa onde encontra-se
a concentração medida;
Conc. final – concentração final da faixa onde encontra-se a
concentração medida;
Índice inicial – valor do índice correspondente à Conc. inicial;
Índice final – valor do índice correspondente à Conc. final.
Monitoramento de poluentes atmosféricos

Conama/N.º 005/89:
Instituiu o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar
- PRONAR, como um dos instrumentos básicos da gestão ambiental
para proteção da saúde e bem estar das populações e melhoria da
qualidade de vida com o objetivo de permitir o desenvolvimento
econômico e social do país de forma ambientalmente segura, pela
limitação dos níveis de emissão de poluentes por fontes de poluição
atmosférica.

a) uma melhoria na qualidade do ar;


b) o atendimento aos padrões estabelecidos;
c) o não comprometimento da qualidade do ar em áreas consideradas
não degradadas.
São padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes
atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança
e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à
fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral.

Parágrafo único. Entende-se como poluente atmosférico qualquer


forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade,
concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis
estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar:

I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;


II - inconveniente ao bem-estar público;
III - danoso aos materiais, à fauna e flora.
IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às
atividades normais da comunidade.
Ficam estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os
primários e os secundários.

a) São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de


poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população,
podendo ser entendidos como níveis máximos toleráveis de
concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas
de curto e médio prazo.

b) São padrões secundários de qualidade do ar, as concentrações de


poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito
adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano
à fauna e flora aos materiais e meio ambiente em geral, podendo ser
entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes,
constituindo-se em meta de longo prazo.
Classificação das áreas do território nacional pelo CONAMA 05/1989
Metodologias e equipamentos de
monitoramento

Emitir (lat emittere) 1 Expedir, entregar, passar. 2 Irradiar. 3 Lançar de si;


soltar, largar (calor, luz, gás etc.). 4 Exalar, emanar, desprender.

Imitir (latim immitto, -ere, fazer entrar em)


1. Fazer entrar ou entrar em. = INTRODUZIR, METER
2. Dar a posse de algo. = INVESTIR
MOTIVOS PARA A MEDIÇÃO DE EMISSÕES :

• controle do processo poluidor (Ex. Combustão);


• controle dos padrões de emissão;
• controle da eficiência de um equipamento;
• comparação de métodos diferentes de medição;
• calcular fatores de emissão;
• testar a consequência causada pela mudança de um processo;
• avaliar a formação de poluentes dentro do processo.
MOTIVOS PARA A MEDIÇÃO DE IMISSÕES:

• calcular a trajetória dos poluentes na atmosfera;


• estudar a formação e degradação de poluentes na atmosfera;
• calcular o fluxo dos componentes;
• determinar a exposição aos poluentes;
• determinar a instalação de alarmes para determinados poluentes;
• determinar a deposição de poluentes na flora e fauna;
• gerar relatórios sobre a qualidade do ar;
• estudar o impacto de novas fontes de emissão.
Métodos de Monitoramento:

- Passivos
- Ativos
- Automáticos
- Sensores remoto
- Bioindicadores
Amostrador passivo

https://www.youtube.com/watch?v=okUH1YcOXIc
• Amostradores passivos podem ser utilizados isoladamente ou
ainda ou em conjunto com outros analisadores, como os
automáticos.

• Existem amostradores passivos desenvolvidos ou em


desenvolvimento para a maioria dos poluentes urbanos gasosos,
entre eles: NO2, SO2, NH3, COV (compostos orgânicos voláteis)
e O3.
• Não necessitam de bombas ou outro equipamento de sucção.

• A amostragem dá-se por difusão molecular do gás através de


uma camada estática ou permeação através de uma membrana
Amostrador Ativo
• Os amostradores ativos mais utilizados são para medir SO2 e MP.

• Neste tipo de amostragem, um certo volume é sugado por uma


bomba e passa através de meio coletor químico ou físico por um
determinado período de tempo (tipicamente 24 horas para os
poluentes em que o padrão legal é de 24 horas). A coleta pode ser
feita por adsorção, absorção, impactação filtração, difusão, reação
ou por uma combinação de dois ou mais destes processos.

• Posteriormente, as amostras são levadas a laboratório para


determinação da concentração do poluente de interesse.
Medição de material particulado (MP)

Os tipos de material particulado mais comumente monitorados são:


- as partículas totais em suspensão (PTS)
- as partículas com diâmetro inferior a 10 μm, também chamadas de
inaláveis (MP10)
- as partículas finas (MP2,5).

Podem ser considerados amostradores ativos de MP os


amostradores de grande volume (high-vol), médio volume (medium-
vol) e pequeno volume (low-vol), os quais variam basicamente em
termos de volume de ar amostrado, e não em tamanho da partícula.
Material particulado (partículas totais em suspensão)

• Para a amostragem de partículas totais em suspensão existe o


método do amostrador de grandes volumes - Hi Vol

• O material particulado com diâmetro entre 0,1 e 100 micra. é


retido no filtro. Um medidor de vazão registra a quantidade de ar
succionada. A concentração de partículas em suspensão no ar
ambiente (mg/m3) é então gravimetricamente determinada,
relacionando-se a massa retida no filtro e o volume de ar
succionado.
Papel filtro ou filtro de fibra de vidro, permite longos períodos de
coleta.
Material particulado Inalável (MP10)

• Utilizado para coleta de Material Particulado de tamanho menor


que 10 μm.
• Detalhe das chicanas (Cabeça Andersen) utilizadas para
separação, por inércia, do Material Particulado de tamanho
superior a 10 μm.
Dióxido de enxofre (SO2)

Para medir a concentração de dióxido de enxofre (SO2) no ar


atmosférico existem, entre outros, dois métodos a saber: método da
pararosanilina (NBR9546) e o método do peróxido de hidrogênio
(NBR 12979). Em ambos os métodos, para a coleta dos poluentes é
utilizado um sistema de borbulhadores onde um determinado
volume do ar ambiente, mediante o uso de uma bomba de vácuo, é
succionado e borbulhado em solução de reagentes específicos para
cada poluente por um tempo específico, normalmente 24 horas.

Posteriormente, a amostra é então analisada em laboratório, onde


então é determinada a concentração do poluente.
Trigás - detalhe ao centro em azul - borbulhador contendo
solução de peróxido de hidrogênio para coleta de Dióxido
de Enxofre (SO2)
O método do peróxido de hidrogênio consiste em
submeter o ar ambiente succionado em uma solução de peróxido
de hidrogênio, que absorve e oxida o dióxido de enxofre presente,
formando ácido sulfúrico. A acidez da solução resultante,
proporcional à concentração de dióxido de enxofre, é determinada
através de titulação com uma solução padrão.
Dióxido de nitrogênio (NO2)

A coleta do ar contendo dióxido de nitrogênio (NO2) segue o mesmo


princípio da coleta de dióxido de enxofre, diferenciando apenas a
solução absorvente. Para medir a quantidade de dióxido de nitrogênio
(NO2) presente no ambiente é utilizado o método do arsenito de sódio.
Nele, o ar ambiente succionado passa por uma solução estável de
nitrito de sódio. O íon nitrito produzido durante a coleta reage com uma
solução de ácido fosfórico, sulfanilamida e N-1-(naftil)-etilenodiamina
dihidroclorada para formar um azo composto cuja coloração é
proporcional à concentração de dióxido de nitrogênio e é medida
colorimetricamente. No Brasil existe a norma NBR11505.
3. Analisadores automáticos

Este tipo de equipamento de medição fornece medidas com


resolução temporal relativamente alta, normalmente médias de
30 ou 60 minutos, e utilizam princípios eletro-ópticos.
A amostra de ar entra em uma câmara de reação onde a
propriedade ótica do gás pode ser medida diretamente, ou uma
reação química ocorre produzindo quimiluminescência ou luz
fluorescente.
Um detetor de luz produz um sinal elétrico que é proporcional à
concentração do poluente que está sendo medido. Dependendo
do poluente, o analisador utiliza diferentes princípios eletro-
ópticos.
• Medidas deste tipo possuem alto grau de precisão.
• Estes analisadores funcionam continuamente produzindo
grande quantidade de dados. Necessitam de computadores
exclusivamente dedicados para posterior processamento e
análise.
4. Sensores remotos

Desenvolvido mais recentemente, este tipo de monitor fornece


informações de concentração de poluentes em pontos mais
distantes do equipamento, por meio de técnicas de
electroscopia. Os dados são obtidos por integração, ao longo de
um caminho óptico, de uma fonte de luz e receptor.
• O sensor remoto tem como objetivo medir a emissão de
hidrocarbonetos e de monóxido de carbono dos veículos
automotores que trafegam pelas vias. Ao contrário de muitos
outros equipamentos utilizados, não há necessidade de conectar
o aparelho ao veículo que se pretende avaliar.
5. LIDAR - Laser que monitora a poluição

Há ainda equipamentos mais sofisticados baseados em laser


(LIDAR), utilizados especificamente no monitoramento de gases
próximos a fontes emissoras e para medidas de concentração
vertical na atmosfera.
Um Lidar envia pulsações pequenas de laser na atmosfera.
Desde o princípio seu caminho a luz é difundida através de
partículas pequenas e pelas moléculas do ar. A fração pequena
da luz que é refletida sistema de Lidar é recebida por um
telescópio e um detector sensível. Em ausência do contaminante
selecionado, os sinais de retorno atmosféricos em ambos
comprimentos de onda são quase iguais. Se o eixo de laser
conhece uma nuvem ou uma plumagem com concentrações altas
deste contaminante, uma diferença significante nos ambos os
sinais é observada, e assim a concentração do contaminante
como função da distância ao longo do eixo e pode ser calculada
quantitativamente através dos sinais adquiridos. A seleção da
região de comprimento de onda é adaptada às propriedades de
espectroscópicas dos poluentes de interesse.
https://www.elprocus.com/lidar-light-detection-and-ranging-
working-application/
6. SODAR

O SODAR processa o eco de uma pulsação acústica que é


dirigida para atmosfera. A frequência que retorna do eco varia de
acordo com a velocidade de vento (isto é o efeito DOPPLER)
enquanto a intensidade de eco varia de acordo com turbulência
térmica e a estrutura.
Um SODAR pode medir a velocidade do vento e
direção, movimentos verticais, turbulência, estrutura térmica,
e medindo a profundidade das alturas variando de 20 m até
1.000 a 5.000 metros que dependem do tipo de antena.
Esta medida é realizada emitindo uma pulsação
acústica forte na faixa auditiva e detectando a frequência
Doppler trocada do eco recebido. Estes ecos ecoam sinais
devido a turbulência térmica na atmosfera. O sinal troca de
frequência (efeito Doppler) e sua força relativa e são
processados de vários modos para que produza informações
muito mais valiosas que previamente disponível por métodos
convencionais como estações instrumentadas, sondas, etc.
Analisadores para monitoramento das emissões

A aplicação de técnicas de monitoramento contínuo de


poluentes atmosféricos tem se tornado importante para as
indústrias e para os órgãos ambientais. Existem muitos
equipamentos ou analisadores para monitoramento das
emissões de fontes estacionárias. Algumas fontes muitas vezes
necessitam somente de monitores de opacidade, em
contrapartida, a seleção dos equipamentos a serem utilizados
para monitoramento de fontes que emitem vários poluentes se
torna difícil.
7. Biomonitoramento

A fim de se observar a ação da poluição sobre os


seres vivos, muitos experimentos têm utilizado bioindicadores,
os quais, algumas vezes, são específicos indicadores de um
determinado poluente. Muitas indústrias têm se aproveitado
deste fato, utilizando plantas como indicadores da influência de
suas próprias atividades sobre o meio natural, pois as plantas
são muito mais fáceis de serem cultivadas, além de se existir o
fator ético em relação ao emprego de animais.
A função dos bioindicadores é muito importante, mas
é necessário que como complemento ao emprego dos seres
vivos, se faça o monitoramento da qualidade do ar. Só assim
pode-se confirmar a ação poluente de um gás ou metal pesado
e indicar um bioindicador específico para cada um destes
poluentes.
Muitos estudos estão sendo realizados para se descobrir quais
espécies são mais sensíveis a determinados poluentes. A
maioria das espécies estudadas são aquelas conhecidas por
grande parte das pessoas. Devido a facilidade de manejo e
pouco tempo de crescimento são utilizadas em experimentos,
plantas cultivadas normalmente em hortas e jardins. A seguir,
apenas para título de curiosidade, serão expostos os poluentes
com os respectivos vegetais mais sensíveis às suas ações, os
quais poderão ser utilizados em estudos posteriores de
sensibilidade de espécies vegetais a poluentes específicos.
• Ozônio: Espécies de horticultura - milho, cebola, batata
inglesa, espinafre, tomate, rabanete, tomate. Espécies
ornamentais e frutíferas: crisântemo, lírio, petúnia e uva.

• Dióxido de enxofre: Feijão, cenoura, alface, rabanete,


espinafre, batata doce, maçã e pera.

• Fluoreto: tulipa, uva, milho, pêssego e eucalipto.

• Dióxido de nitrogênio: alface e azaléia.

• Nitrato de peroxiacetil (PAN): alface, tomate, dália e petúnia.

• Etileno: rosa, pepino, tomate e pêssego.


O estudo das reações químicas da atmosfera é relativamente
difícil. Uma das maiores dificuldades são as baixas concentrações
que muitos compostos apresentam, baixas o suficiente para sua
medição e monitoramento, mas altas o bastante para reagirem
entre si de modo a alterar (mesmo que em pequena proporção) a
composição química natural do ar. A química da atmosfera
compreende tanto o ar não contaminado (apenas com seus
constituintes químicos naturais) quanto o ar altamente poluído. De
modo geral, os princípios (fenômenos) que regem a “atmosfera
natural” (sem contaminação) são os mesmos que governam as
reações numa atmosfera poluída.
Além dos principais constituintes do ar (N2, O2, gases nobres, etc.),
as principais espécies químicas presentes no ar não-poluído são as
seguintes:

• óxidos inorgânicos (CO, CO2, NO2, SO2);

• oxidantes (O3, H2O2, OH-, O2H-, NO3);

• redutores (CO, SO2, H2S);

• orgânicos (alcanos, sendo o metano o mais abundante entre as


espécies orgânicas); alcenos, arilas, carbonilas, nitratos
orgânicos, etc.
• espécies fotoquimicamente ativas (NO2, formaldeído);

• ácidos (H2SO4);

• bases(NH3);

• sais (NH4HSO4);

• espécies reativas (como os radicais livres). Materiais particulados


(sólidos e líquidos) também estão presentes e funcionam
geralmente como suporte (meio) para reação entre as espécies
químicas;

Além disso, dois constituintes de máxima importância em se tratando


de química atmosférica são a radiação solar (predominantemente na
região do ultravioleta do espectro) e o radical hidroxila (aqui
representado por OH*).
Gases tipicamente emitidos a partir de fontes naturais.
Compostos Orgânicos Voláteis

Benzeno (C6H6)

• Líquido incolor;
• Inflamável;
• Cheiro agradável;
• Tem origem no petróleo e em menores quantidades no carvão
mineral;
Tolueno (C6H5CH3)

• Líquido incolor;
• Cola de sapateiro;
• Vida média do tolueno varia desde alguns dias até diversos
meses;
• Insolúvel em água;
• Tem origem no petróleo na manufatura de gasolina.
Xileno (C8H10)

• Derivado do Tolueno;
• Inflamável;
• Tóxico;
• Insolúvel em água;
Aldeídos (C-H=O)

• Altamente solúveis em água;


• Facilmente oxidados pela luz solar;
• Promotores da formação fotoquímica do ozônio na ATM;
Poluentes Orgânicos Persistentes

São compostos altamente estáveis e que persistem no ambiente,


resistindo à degradação química, fotolítica e biológica.

Características:

Têm a capacidade de bioacumular em organismos vivos, sendo


tóxicos para estes incluindo o homem.
Atuam negativamente sobretudo como destrutor dos sistemas
reprodutivo, imunitário e endócrino, sendo também apontados
como carcinogênicos.
Outra característica muito importante é o fato de serem
transportados a longas distâncias pela água, vento ou pelos
próprios animais.
Tipos:

São 12 compostos químicos, agrupados em três categorias.

• 8 pesticidas (aldrina, clordano, DDT, dieldrina, endrina,


heptacloro, mirex e toxafeno);

• 2 químicos industriais (PCBs e hexaclorobenzeno, este


também usado como pesticida);

• 2 subprodutos involuntários de processos industriais de


combustão (dioxinas e furanos).

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