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Curso EAD sobre

Saúde Planetária

Módulo 3
Poluição do ar e a saúde
Objetivos deste módulo:
• conhecer os principais poluentes e suas fontes;

• conhecer as patologias e o racional relacionado à morbimortalidade por poluição do ar;

• identificar populações de risco;

• entender as relações entre poluição do ar e as mudanças climáticas;

• reconhecer os parâmetros limítrofes de poluentes atmosféricos;

• conhecer estratégias para proteção da poluição do ar.

Lembre-se de acessar o glossário para conferir o significado das palavras destacadas


no texto. Esta é uma ferramenta importante para você relembrar as definições.

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Caso
Selma, mulher negra, 63 anos, moradora da Rocinha - RJ, trabalha com a irmã Sueli na produção

de marmitas há 10 anos para “tocar a vida” desde que se separou do companheiro. Sua função

no negócio familiar é comprar com fornecedores, administrar o caixa e, todo os dias, descer o

morro para a entrega das “quentinhas” para os clientes, que na sua maioria são comerciantes e

trabalhadores do bairro, mais localizados na “faixa” (região de intenso trânsito). Leva em torno de
4 horas, todos os dias, nas atividades da rua e, apesar de a maioria das ruas não serem asfaltadas,

ela gosta do que faz. Como ela mesmo diz, “caminhar é bom pra dar uma abaixada na barriga”.

Ela não tem nenhum problema de saúde diagnosticado, exceto o problema de peso (IMC de 34

kg/m2 e circunferência abdominal de 100cm). Selma percebeu que tem se sentido mais cansada,

um pouco tonta às vezes, com sensação de que “o coração vai sair pela boca” e que quando vai

dormir, às vezes, sente uma “batedeira” no peito e isso a preocupa. Já usou o “aparelho da pressão”

de Sueli e sua pressão arterial tem andado um pouco alta, mas não sente dor de cabeça nem no

peito, como já viu na televisão, por isso não procurou atendimento na sua Unidade de Saúde de

referência. . Também, sente-se com certo estresse. Comentou sua preocupação com Célia, sua

Agente Comunitária de Saúde e vizinha, para avaliar a possibilidade de um horário com sua Médica

de Família e Comunidade, a fim de investigar isso.

Qual a contribuição da poluição atmosférica para o quadro de Selma?

Ao longo do texto você encontrará respostas para compreender esse caso.

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O que é poluição do ar?
A poluição do ar pode ser definida, segundo a Organização Mundial da Saúde (tradução nossa),
como: “A contaminação da atmosfera com qualquer agente químico, físico e/ou biológico que
modifica as características originais da mesma, podendo representar riscos à saúde humana e
ao ambiente”.1

Para visualizar o conceito, assista ao vídeo da campanha BreatheLife


da Organização Mundial da Saúde

Quais são os principais poluentes


da atmosfera?

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Os poluentes atmosféricos provêm de várias fontes e cada um tem características
diferentes, dependendo da composição e condições sob as quais foram produzidos, estando
em estado gasoso ou líquido/sólido em suspensão aérea. Gases comuns incluem dióxido
de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (óxido nítrico [NO] e dióxido de nitrogênio [NO2]),
hidrocarbonetos reativos (compostos orgânicos voláteis) e monóxido de carbono (CO).2,3

Os poluentes do ar podem ser primários ou secundários, sendo os primários definidos


como aqueles liberados diretamente da fonte poluidora, enquanto os secundários são
aqueles resultantes da interação entre os diferentes compostos químicos presentes na
atmosfera, incluindo poluentes primários e a luz solar. Exemplo disso é o ozônio: resultado da
interação entre óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis (que vêm, por exemplo,
dos veículos a diesel) na atmosfera na presença da luz solar.3,4

As fontes emissoras podem ser classificadas em naturais (vulcões em atividade) ou em


ação humana (por exemplo: queima de lixo, lenha, carvão ou resíduo agrícola; uso de veículos
automotores movidos a diesel ou gasolina), além de fonte fixa (indústria) ou móvel (veículos,
como caminhões e maquinários, especialmente os movidos a diesel e com motores antigos
e ineficientes).5 É importante ressaltar que os combustíveis fósseis (por exemplo: carvão
mineral, gás natural e o petróleo) para geração de energia no mundo desde a revolução
industrial e até hoje são um dos maiores contribuintes para a poluição do ar.

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Quadro 1.

Principais poluentes atmosféricos e


suas fontes.
Poluentes atmosféricos comuns e suas fontes.

Poluente Forma Fontes


Material Particulado • Queima de combustível (veículos a motor, embarcações
(sólido ou marítimas, transporte ferroviário, aeronaves, aquecimento
Particulado líquido em doméstico, produção de energia [por exemplo, carvão mineral],
(MP) suspensão processos industriais) e qualquer outra queima (por exemplo,
aérea) incineração de resíduos, queima de barra, fogões a lenha/
lareiras).

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• Pólens e outros bioaerossóis.

• Estradas de terra (principalmente partículas grossas).

• Pó soprado pelo vento (principalmente partículas grossas).

• Abrasão de pneus em pisos (principalmente partículas grossas).

• Trabalhos de construção (principalmente partículas grossas).

• Formação secundária via reações químicas na atmosfera


(principalmente partículas finas).

Ozônio (O3) Gasoso Praticamente nenhum O3 no ar é emitido diretamente de


fontes naturais ou humanas; surge através de reações químicas
entre óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis na
atmosfera na presença da luz solar.

Dióxido de Gasoso • Estações geradoras de eletricidade térmica e grandes caldeiras


de aquecimento.
Nitrogênio
(NO2) • Escape do veículo a motor.

• Outras fontes de transporte (aviões, trens, embarcações


marítimas).

• Equipamento de recapeamento de gelo, empilhadeiras


movidas a propano.

• Fogões a gás.

• Formação secundária via reações químicas na atmosfera.

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Poluentes atmosféricos comuns e suas fontes.

Poluente Forma Fontes


Dióxido de Gasoso • Queima de combustíveis que contêm enxofre (especialmente
carvão, óleo combustível e, em menor grau, diesel).
Enxofre (SO2)
• Embarcação (que queima óleo combustível residual).

• O processo de sinterização usado na fundição de metais (que


envolve a torrefação de minérios de sulfeto de metal em uma
corrente de ar).

Monóxido de Gasoso • Veículos a motor (especialmente em temperaturas baixas e em


garagens e túneis de tráfego).
Carbono (CO)
• Sistemas de aquecimento doméstico.

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• Fornos de aquecimento com mau funcionamento ou mal
ventilados.

• Fogões a lenha.

Outros Gasoso e • Queima de combustíveis fósseis.


Particulado
poluentes • Processos industriais.

(benzeno, • Atividades como lavagem a seco, pintura.


cloreto de
vinila, 1,3
butadieno,
formaldeído,
mercúrio,
arsênico)
Fonte: Adaptado de Government of Canada (2020).6

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De onde vem o material particulado? E
quando ele se torna um problema?

O material particulado (MP) é uma mistura complexa de compostos orgânicos e


inorgânicos em estado sólido ou líquido em suspensão aérea. As principais partículas sólidas
poluentes são as de hidrocarbonetos e alguns metais, como o chumbo (resultante da queima
de combustível fóssil), enquanto o ácido sulfúrico representa boa parte das partículas
líquidas.2

Atenção! O material particulado é geralmente classificado pelo seu tamanho


ou diâmetro aerodinâmico (vide Tabela 2): MP10 indica partículas com <10 μm

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(mícrons) de diâmetro; MP2,5 têm <2,5 μm de diâmetro; e MP0,1 têm <0,1 μm de
diâmetro (Figura 1). O seu tamanho é inversamente proporcional ao dano causado
quando inalada; ou seja, quanto menor a partícula poluente maior é a eficiência da
mesma para se infiltrar no sistema respiratório, conseguindo atingir os alvéolos e,
consequentemente, a circulação sistêmica, desencadeando cascatas fisiopatológicas.7
Isto explica o motivo pelo qual estes poluentes são tão relevantes para a saúde.

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Figura 1.

Tamanho das partículas em comparação a um fio


de cabelo

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Fonte: United States Environmental Protection Agency (2017).8

Essas partículas se originam a partir de fontes de combustão ou são formadas por


transformação química atmosférica. Em contraste com as grandes partículas que podem
ser visíveis com iluminação apropriada, como poeira ou neblina, as pequenas partículas são
invisíveis.9

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Algumas partículas podem permanecer na atmosfera por dias a semanas e, com isso,
percorrer longas distâncias, influenciando a qualidade do ar de regiões distantes da fonte
original (Tabela 2). Por exemplo, o que aconteceu em São Paulo após as queimadas 10,11,12 na
região amazônica em agosto de 2019 com a chegada de uma nuvem que escureceu o céu de
São Paulo (Figura 2), 10,11 bem como a chegada das partículas dos incêndios australianos na
cidade de Porto Alegre no início de 2020. 13

Figura 2.

Céu vira noite em


São Paulo no dia

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19 de agosto de
2019 após chegada
de partículas
das queimadas
amazônicas.

Fonte: Diego (2019).14

Ouça mais um episódio do Medicina em Debate, “Cortina de Fumaça”,


na presença do médico Paulo Saldiva

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Tabela 2.

Material Particulado (MP), seu tamanho, tempo


e distância de dispersão.
Categoria Diâmetro Período na atmosfera Distância
MP10 (Partículas ≤10 µm minutos a horas <1 a dezenas km

Grossas)
MP2,5 (Partículas ≤2,5 µm dias a semanas 100 a milhares km

finas)
MP0,1 (Partículas ≤0,1 µm minutos a horas <1 a dezenas de
Km
Ultrafinas)

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Fonte: Adaptado de United States (1996).15

Os níveis de poluição por material particulado podem ser especialmente altos nas seguintes
circunstâncias: perto de estradas movimentadas, em áreas urbanas (especialmente nas horas
de rush), em áreas industriais, locais com frequentes emissões de fumaça proveniente de
fogões a lenha, lareiras, churrasqueiras, fogueiras ou incêndios florestais.

E os gases de efeito estufa?

Retomando conceitos do primeiro módulo deste curso, lembramos que Gases de Efeito
Estufa são assim chamados pois absorvem e emitem radiação infravermelha (radiação
térmica, calor), aquecendo o planeta.16 Os seis principais são, segundo o protocolo de Quioto:
dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6),
além de duas famílias de gases - hidrofluorcarbonetos (HFCs), perfluorcarbonetos (PFCs).16
Além desses o black carbon (BC), componente do material particulado fino e consistindo em
carbono puro, é considerado o segundo maior contribuinte para o aquecimento global.16 A
estratégia de redução do BC para diminuir o aquecimento global imediatamente é oportuna,
pois a vida útil do BC é de apenas alguns dias e semanas, enquanto a do CO2 é de mais de
100 anos. A queima de combustíveis fósseis (ex: carvão, gás, petróleo) e biomassa (ex: lenha,
florestas) são os principais emissores desses gases.16

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De que forma as variáveis climáticas se
relacionam com a qualidade do ar?

A mesmas fontes de poluição do ar, como a combustão de carvão, diesel, gasolina, lenha,
resíduos agrícolas, por exemplo, são numa grande parte as fontes de gases que causam a
mudança climática (como CO2 e metano [CH4]). Assim, quando se reduz a poluição do ar
também se está contribuindo a reduzir as causas da mudança climática.

Você sabia? Outra forma de liberação de material particulado é através da


combustão de lenha (biomassa) para cocção ou aquecimento.16,17
Você pode ler mais sobre os efeitos da queima de biomassa na saúde humana aqui

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Sabe-se, além disso, que as variáveis climáticas desempenham um importante papel na
determinação dos padrões de qualidade do ar.18 Por exemplo, temperaturas elevadas aceleram
as reações químicas que levam à formação do O3, ventos calmos e o ar frio do inverno limitam
a dispersão de poluentes e que a chuva pode “limpar” a atmosfera dos poluentes levando-os
para os solos ou para águas superficiais.19,20,21

A inversão térmica é um fenômeno muito importante relacionado à dispersão de poluentes.


Ocorre quando o ar frio (mais denso) é impedido de circular por uma camada de ar quente
(menos denso), resultando em excessiva presença de poluentes do ar que ficaram abaixo do
nevoeiro e são impossibilitados de circular.20,21 Dias quentes e úmidos com ar estagnado têm
concentrações muito maiores de partículas do que dias com ar parcialmente “limpo” pela
chuva, podendo piorar sintomas relacionados a poluição do ar.22

Na figura 3 vemos a ação das inversões térmicas. O ar frio é mais denso e é impedido de
circular por uma camada de ar quente. Isso concentra poluentes atmosféricos.

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Figura 3.

Ação das inversões térmicas.

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Fonte: United States Environmental Protection Agency (2017).8

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Como é estimada a qualidade do ar?

A qualidade do ar é estimada de acordo com a quantidade de poluentes por metro cúbico


de ar. O índice de qualidade do ar aceito em todo o mundo é aquele dado pela OMS, que usa
os impactos na saúde como a base da estimação da qualidade do ar.1 As orientações sobre a
qualidade do ar da OMS são baseadas em revisões extensas da literatura e procedimentos
transparentes e padronizados para o uso desta evidência científica para a tomada de decisões.1

A tabela 3 indica os níveis de poluição de ar abaixo dos quais se estima que os impactos
na saúde são mínimos.23,24 Por exemplo, o material particulado é frequentemente utilizado
como indicador da qualidade do ar em países e cidades para avaliar o sucesso de políticas

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públicas para melhorar a qualidade do ar.

A OMS recomenda que esses níveis de material particulado estejam abaixo de 10


microgramos por metro cúbico de ar (média anual).23 Países tomam em consideração as
recomendações da OMS para estabelecer a qualidade do ar desejada para suas populações,
e algumas vezes aceitam valores acima dos recomendados pela OMS, porque estimam que
não têm condições tecnológicas e econômicas para atingir aqueles níveis.

À medida que estas condições melhoram, muitos países aproximam os seus objetivos de
qualidade do ar daqueles da OMS. Quando se reporta a qualidade do ar de um lugar, em geral
reporta-se também a diferença com os níveis propostos pela OMS, e com o padrão utilizado
pelo país.

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Quadro 1.

Poluente, suas concentrações toleráveis


e efeitos na saúde.
Concentração
Poluente Efeitos na saúde
Tolerável
Material Média anual: 10 μg/m3 O nível de orientação da OMS de 10 μg/m3 pode reduzir as
mortes relacionadas à poluição do ar em cerca de 15%.
Particulado Média em 24h: 25 μg/m 3

fino (MP2.5) Em países em desenvolvimento, a exposição a poluentes


dentro e fora das residências devido a combustão doméstica
de combustíveis poluentes em fogueiras ou fogões tradicionais

Material Média anual: 20μg/m 3


para cozinhar, aquecer e iluminar aumenta ainda mais o risco
de doenças relacionadas à poluição do ar, incluindo doenças
Particulado Média em 24h: 50 μg/m3 respiratórias agudas, infecções, doenças cardiovasculares,
grosso (MP10) doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer de pulmão.

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Ozônio (O3) 20μg/m3 em uma média O ozônio no nível do solo - não deve ser confundido com a
de 8h camada de ozônio na atmosfera superior - é um dos principais
constituintes da poluição fotoquímica. É formado pela reação
com a luz solar (reação fotoquímica) de poluentes como óxidos
de nitrogênio (NOx) das emissões veiculares e industriais e
compostos orgânicos voláteis (COV) emitidos por veículos,
solventes e indústria. Como resultado, os níveis mais altos
de poluição por ozônio ocorrem durante períodos de tempo
ensolarado.

O excesso de ozônio no ar pode ter um efeito marcante na saúde


humana. Pode causar problemas respiratórios, desencadear
asma, reduzir a função pulmonar e causar doenças pulmonares.

Dióxido de Média anual: 40 μg/m A curto prazo, concentrações superiores a 200 μg/m3, é um gás
3

tóxico que causa inflamação significativa das vias aéreas.


Nitrogênio Em 1 hora: 200 μg/m3
(NO2) O NO2 é a principal fonte de aerossóis de nitrato, que formam
uma fração importante de PM2.5 e, na presença de luz
ultravioleta, de ozônio. As principais fontes de emissões por ação
humana de NO2 são processos de combustão (aquecimento,
geração de energia e motores em veículos e navios).

Estudos epidemiológicos mostraram que os sintomas de


bronquite em crianças asmáticas aumentam em associação com
a exposição a longo prazo ao NO2. O crescimento reduzido da
função pulmonar também está ligado ao NO2 em concentrações
atualmente medidas (ou observadas) em cidades da Europa e
América do Norte.

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Concentração
Poluente Efeitos na saúde
Tolerável
Dióxido de Média 24 horas: 20 Uma concentração de SO2 de 500 µg / m3 não deve ser excedida
μg/m 3
durante períodos médios de 10 minutos de duração. Segundo
Enxofre estudos, há uma proporção de pessoas com asma que apresentam
(SO2) Em média de 10 alterações na função pulmonar e nos sintomas respiratórios após
minutos: 500 μg/m 3
períodos de exposição ao SO2 em apenas 10 minutos.

Sabe-se agora que os efeitos na saúde estão associados a níveis


muito mais baixos de SO2 do que se acreditava anteriormente.
É necessário um maior grau de proteção. Embora a causalidade
dos efeitos de baixas concentrações de SO2 ainda seja incerta,
é provável que a redução das concentrações de SO2 diminua a
exposição a co-poluentes.

SO2 é um gás incolor com um odor forte. É produzido a partir


da queima de combustíveis fósseis (carvão e petróleo) e da
fundição de minérios minerais que contêm enxofre. A principal
fonte antropogênica de SO2 é a queima de combustíveis fósseis

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contendo enxofre para aquecimento doméstico, geração de
energia e veículos a motor.

O SO2 pode afetar o sistema respiratório e as funções dos


pulmões e causar irritação nos olhos. A inflamação do trato
respiratório causa tosse, secreção de muco, agravamento da
asma e bronquite crônica e torna as pessoas mais propensas a
infecções do trato respiratório. Quando o SO2 (causado pelo
desmatamento) se combina com a água, forma ácido sulfúrico;
este é o principal componente da chuva ácida.

Fonte: Adaptado de World Health Organization (2006).1

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E os Índices de Qualidade do Ar?

Muitos países decidiram informar sua população sobre a qualidade do ar utilizando índices
que integram vários poluentes e impactos na saúde: os assim chamados índices de qualidade
do ar. O argumento é que estes índices facilitariam o entendimento da poluição do ar. As
regras para estabelecer o que é ar limpo, utilizadas por esses índices, variam de país para país,
e não há um acordo internacional a respeito.

Estes índices estão explicados abaixo. Muitas vezes estes índices são considerados

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controversos porque tem o risco de obscurecer qual é a real qualidade do ar pela falta de
padronização, podendo inclusive dificultar a tomada de decisões. Além disso, costumeiramente
mostram somente a poluição a curto prazo (12h ou 24h) e sabe-se que a exposição a longo
prazo é mais deletéria para a saúde pelo seu efeito cumulativo em doenças crônicas.25, 26, 27 Por
outro lado, os índices também podem ser uma boa ferramenta de comunicação e preditora de
mortalidade como já foi comprovado em locais China e Canadá.25, 26, 27

O Índice de Qualidade do Ar utilizado como exemplo aqui é uma ferramenta matemática


utilizada para transformar as concentrações medidas dos diversos poluentes em um único
valor e representa a qualidade do ar diária. Este índice foi inspirado no Índice de Qualidade do
Ar do Environment Protecting Agency (EPA)26 e adaptado para o projeto Porto Ar Alegre.27 A
classificação do índice é feita através da condição do ar, a qual é simbolizada por cores como
na Figura 4.

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Figura 4.

Exemplo de índice de qualidade do ar utilizado no projeto Porto Ar Alegre.

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Fonte: Porto Ar Alegre (2020).29

Verifique a qualidade do ar de diversas localidades: Monitores no Brasil:


http://qualidadedoar.org.br/

Monitores no mundo:
https://aqicn.org/station/brazil/porto-alegre/porto-ar-alegre---ufcspa

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Qual o impacto da poluição do ar na saúde?

A poluição do ar é uma grande ameaça à saúde e ao meio ambiente. E como vimos ao longo
dos módulos 1 e 2, a nossa saúde está intimamente ligada a isso. Com o rápido desenvolvimento
econômico e o aumento da população mundial, uma vasta quantidade de recursos têm sido
necessária para manter a sociedade com níveis de consumo atuais, possibilitando que esta
possa sustentar suas atividades domésticas e industriais.30

Figura 5.

Pirâmide dos efeitos da Poluição do Ar.

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Fonte: United States Environmental Protection Agency (2018).31

Globalmente, 7 milhões de mortes foram atribuídas aos efeitos conjuntos da poluição do


ambiente doméstico e do ar ambiente em 2016.32 As principais doenças associadas a esta

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mortalidade são: doenças cardíacas isquêmicas, acidentes vasculares encefálicos isquêmicos
ou hemorrágicos, doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), infecções respiratórias
inferiores, neoplasias de pulmão, traquéia e brônquios e diabetes mellitus tipo 2.33

lesões de pele,2,34 hipertensão,34,35 aterosclerose,36 diabetes mellitus tipo 2,2,37 infecção


por Covid-19 e infertilidade.38 A poluição do ar também contribui significativamente para
o aumento de depressão, ansiedade e suicídio.39 Sabe-se que o aumento da poluição a
curto prazo aumenta a demanda por serviços de emergência e consultas ambulatoriais por
doenças cardiovasculares,39,40 exacerbação de asma,39,41 DPOC 39,42 e infecções respiratórias
superiores 39,43 ou inferiores 39,44 principalmente em crianças. 39,45

Você está acompanhando a magnitude dos efeitos da poluição do ar sobre a saúde?

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Figura 6.

Ilustração dos efeitos da poluição


do ar na saúde.

Fonte: Floss.46

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A Poluição do ar e a pandemia do coronavírus

Já foi demonstrado que a poluição do ar está intimamente relacionada à infecção respiratória


causada por outros microorganismos.47 A exposição a curto prazo a concentrações mais
altas de MP2,5, MP10, CO, NO2 e O3 está associada a um risco aumentado de infecção
por COVID-19.48 O aumento de apenas 1Ug/m de material particulado está associado ao
aumento de 8% (IC 2%-15%) na taxa de mortalidade por COVID-19.49

Apesar disso, são necessários mais estudos para avaliar esta relação principalmente em
relação aos tempos de exposição e nível de poluição, principalmente a partir de estudos que
se ajustem a fatores de confusão importantes, como idade, etnia, renda familiar, densidade

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populacional, tabagismo, clima e recursos locais de saúde.50 O lockdown levou a reduções
drásticas nos níveis de poluição do ar urbano podendo ter um efeito na redução da mortalidade
pela poluição do ar.50

Como as pessoas sofrem com a poluição do


ar no Brasil?
A poluição do ar por MP2.5 resultou em quase 24mil10 mortes prematuras51 no Brasil
em 2016.10 A maior parte da população no Brasil vive em cidades e, nesse sentido, a poluição
do ar urbana tem sido um grande desafio para a saúde pública.52 No Brasil, estima-se que
66 mil óbitos são atribuídos anualmente à exposição aos poluentes do ar.53 Esse dado pode
ser ainda maior, visto que projeções para os próximos 15 anos apenas para o Estado de São
Paulo afirmam que se nada for feito, a exposição aos poluentes do ar, serão a causa de 250
mil óbitos e um milhão de internações a um custo de 1,5 bilhão de reais.54 Essa poluição é
proveniente principalmente das emissões veiculares, que podem variar de uma região
para outra considerando a quantidade e a qualidade da frota existente, bem como o tipo
de combustível utilizado. O diesel é a matriz energética que mais contribui para a emissão
de material particulado e é um combustível ainda muito utilizado por veículos pesados e

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transporte público. A substituição da frota de ônibus por um padrão menos poluente pode
reduzir a mortalidade e os custos associados às doenças respiratórias e cardiovasculares.55

Outra fonte da poluição do ar são as queimadas11 e o uso de terras. Tem sido observado em
comunidades da Amazônia Brasileira um aumento no baixo peso ao nascer,56 prejuízo na função
respiratória em crianças57 e aumento nas taxas de internação por doenças respiratórias.11,58
A queima de biomassa no Brasil é responsável por altas taxas de internações hospitalares,
circulatórias e respiratórias, especialmente em idosos com mais de 60 anos e crianças com
menos de 5 anos.11 A intersecção entre desmatamento, mudanças climáticas e incêndios
provocados pelo homem tiveram efeitos alarmantes.59,60 As queimadas são a maior causa de
poluição atmosférica e o aumento no desmatamento atingiu o recorde segundo o Instituto
Nacional de Pesquisa espaciais (INPE).10,11 De agosto/2018 a agosto/2019, o INPE

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reportou 17,050 km² de desmatamento.10,59,60 Além disso, temos observado um aumento
nos incêndios florestais nos Estados Unidos e Austrália nos últimos anos associado com as
mudanças climáticas.61,62 Como o céu de São Francisco que ficou vermelho e as consequências
do aumento da mortalidade humana e perda biodiversidade, como a morte de coalas e outros
animais na Austrália.61,62

Estima-se que em 2019 a combustão do carvão foi responsável por mais de 440.000
mortes prematuras em todo o mundo em 2016.63 Em 2017, o suprimento total de energia
primária do carvão no Brasil atingiu 668.000 petajoules (PJ, 10 x 1015 joules) - triplicando
últimos 40 anos - embora a proporção de carvão usado para gerar eletricidade no Brasil
permaneça relativamente baixa em comparação com outros países.10 Desta forma, queimamos
mais carvão, poluímos mais, mas sem um impacto energeticamente produtivo significativo,
porém com efeitos deletérios substanciais na saúde e mortalidade da população.

Quais são os grupos de maior risco?

A poluição do ar tem um impacto devastador na saúde, principalmente em populações


específicas, como crianças (lactentes e primeira infância), idosos (>65 anos), indivíduos
com doenças pulmonares e/ou cardíacas, fumantes (ativo e passivo), trabalhadores
ocupacionalmente expostos e população socialmente vulnerável.64

Página 22
Quadro 3.

Impacto da poluição do ar na saúde.

Idosos O aumento do risco está relacionado à maior prevalência de doenças


respiratórias65,66 ou cardiovasculares pré-existentes encontradas nessa
faixa etária, além da diminuição das defesas inerente ao envelhecimento.
Idosos com diabetes, por exemplo, estão sob um estado inflamatório
persistente,67 o que pode aumentar a sensibilidade aos efeitos adversos da
exposição a poluição atmosférica. Além disso, com as novas descobertas da
neuroinflamação por trás das doenças neurodegenerativas, há trabalhos
recentes mostrando a associação de poluição do ar com doença de Alzheimer
e outros tipos de demências. 63,68,69

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Fumantes Fumantes e trabalhadores expostos ocupacionalmente têm maior contato
com os poluentes atmosféricos, tanto por exposição a altas concentrações dos
e causa mesmos, quanto devido ao tempo prolongado e a cronicidade da exposição.70,71
ocupacional

Vulnerabilidade Pessoas em vulnerabilidade social, as quais têm uma situação socioeconômica


desfavorecida, geralmente apresentam fatores intrínsecos e extrínsecos
social que os tornam um grupo de alto risco aos efeitos deletérios à saúde em
decorrência da exposição à poluição do ar,72,73 como por exemplo: maior
prevalência de doenças pré-existentes, acesso limitado a serviços de saúde,
aumento das deficiências nutricionais e maior exposição a níveis mais altos
de poluentes devido à localização de suas casas, escolas e ambientes de
trabalho.20

Imaturidade biológica: os diferentes estágios de maturação biológica


Crianças
dificultam o metabolismo de componentes que podem colocar em risco a
saúde.74

Crescimento pulmonar: o pulmão fetal em desenvolvimento, assim como o


pulmão de crianças maiores, é mais suscetível a lesões por agentes tóxicos
que incluem poluentes do ar a uma dose menor do que a dose sem efeito para
adultos.75

Maior energia e consumo metabólico: devido ao rápido crescimento e


desenvolvimento, as necessidades basais na infância condicionam uma maior
necessidade de oxigênio (mais ar inalado/kg) e nutrientes.76

Maior expectativa de vida: como as crianças têm mais anos potenciais de


vida pela frente, podem desenvolver efeitos de médio e longo prazo diante de
exposições crônicas a poluentes ambientais, ainda em doses baixas.76
Fonte: Elaborado pelos autores
Página 23
Como o material particulado atinge o Sistema
Cardiovascular?

A exposição tanto aguda quanto crônica ao MP leva a um aumento do risco


de hospitalizações e mortalidade por motivos cardiovasculares.35,77,78,79 Os efeitos
cardiovasculares clinicamente importantes decorrentes da inalação do MP incluem:
síndromes coronarianas agudas (inclusive infarto agudo do miocárdio), arritmias,
exacerbações de insuficiência cardíaca pregressa, acidentes vasculares cerebrais e morte
súbita de etiologia cardíaca.77,80, 81, 82 Tais efeitos podem ser medidos após exposição aguda, e
há evidências acumuladas de que a exposição lenta e continuada acelera a aterosclerose83,84,85

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e reduz a expectativa de vida.86

Quais os mecanismos envolvidos?

Em se tratando de doenças cardiovasculares, mecanismos envolvidos apresentam


três principais vias: inflamação sistêmica, estresse oxidativo e efeitos sobre o sistema
nervoso autônomo. O MP fino e ultrafino são capazes de atingir a corrente sanguínea,
aumentando a formação de espécies reativas de oxigênio e resposta inflamatória,
com ativação endotelial, os quais podem ter efeitos secundários no controle vascular,
variabilidade da frequência cardíaca, contratilidade e ritmo cardíaco. 87

Página 24
De que forma o material particulado afeta o
sistema respiratório?

A inalação de poluentes atmosféricos está relacionada a diversos efeitos no sistema


respiratório como: tosse, secreção, sibilância, diminuição da função pulmonar, 88 inflamação
de vias aéreas, hiperreatividade brônquica, infecções respiratórias, hospitalizações por
causa respiratória,89 além do desenvolvimento de asma e mortalidade prematura em
pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.89

A exposição à poluição do ar aumenta o risco das crianças de desenvolverem asma.


Além disso, poluentes respiratórios também pioram a asma infantil. 90 Quatro milhões de

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crianças desenvolvem asma no mundo devido à poluição e isso representa 13 % dos casos
de asma no mundo.91 A exposição à poluição do ar também está associadas à internações
por pneumonia.92

A vida já dentro do útero é afetada pela poluição


do ar
A exposição à poluição do ar ambiente começa a influenciar já na vida intra-uterina e
pode prejudicar o desenvolvimento placentário. Há diminuição do tamanho da placenta,
prejuízo do transporte de oxigênio e de nutrientes, envelhecimento placentário e estresse
oxidativo.93,94 Estudos recentes encontraram partículas de carbono negro - que é uma forma
impurifica de carbono produzida durante a combustão incompleta de combustíveis fósseis,
madeira (formando fuligem) ou de biomassa - acumuladas no lado fetal da placenta, o que
sugere que elas podem ser transportadas para o feto, demonstrando os efeitos prejudiciais à
saúde da poluição desde o início da vida.95

Quando o feto é exposto a estímulos nocivos através do ambiente materno, a constituição


fetal é alterada e as células pulmonares podem sofrer remodelação disfuncional e predispor
a malformações, baixo peso ao nascer, alterações no sistema imune, alergias e asma.96

Página 25
Quais os efeitos da poluição do ar, quando
somamos também os determinantes sociais
da saúde?

Vimos ao longo do curso, que os desfechos não são igualitários tanto entre grupos de
idade como entre países. O uso de combustíveis e tecnologias poluidoras para cozinhar,
como fogões à lenha, sempre foi um problema quase exclusivo de países de baixa e média
renda. No Brasil, como em outros países da América Latina, o custo elevado do gás de
cozinha nos últimos anos obrigou as famílias, a voltar a utilizar a lenha como combustível
para cozinhar seus alimentos e se aquecer, provocando assim um aumento dos níveis de

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poluição intradomiciliar.96

As cinco principais causas de morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo


são: nascimento prematuro, infecções respiratórias agudas, complicações intraparto
(incluindo asfixia ao nascimento) e anomalias congênitas. 96 A exposição à poluição dentro
dos domicilios contribui com mais da metade das mortes, decorrentes de infecções
respiratórias agudas em crianças menores de 5 anos em países de baixa e média renda, o
que a torna uma das principais causas de mortalidade infantil em todo o mundo. 97

Qual o papel da Atenção Primária à Saúde,


usuários e gestores?
Os profissionais da saúde - principalmente da Atenção Primária à Saúde - têm um papel
central nesse cenário.98 Alguém que é exposto a altos níveis de poluentes atmosféricos
desde o nascimento pode ter uma sentença vitalícia. Esses profissionais são a chave
central exatamente por agirem próximo das suas comunidades buscando potencialidades
a saúde dos usuários. Como profissionais da Atenção Primária à Saúde, é importante
que reconheçamos as conexões entre poluição do ar e os impactos à saúde. Precisamos

Página 26
nos preparar e responder a novas ameaças à saúde, abordar as causas profundas vindas
das mudanças demográficas e estilo de vida através dos nossos padrões de produção e
consumo com o objetivo de fazer mudanças em nossas estruturas institucionais e em
nossa vida cotidiana.99

Os profissionais de saúde devem aumentar o seu papel na gestão da exposição de


crianças e adultos à poluição do ar com melhores métodos de cuidados, prevenção e ação
coletiva. Desta forma, recomenda-se que os profissionais:

• Estejam informados: deve-se considerar a poluição do ar como um fator de risco


importante para os pacientes e entender as fontes de exposição ambiental nas
comunidades em que trabalham. Deve-se investigar fontes de exposição à poluição

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ambiental na comunidade - indústria poluente, estações de ônibus, ruas movimentadas
e com alto número de veículos com motores antigos e movidos a diesel, queima de lixo
doméstico ou agrícola na vizinhança.99,100

• Reconheçam condições de saúde associadas ou relacionadas à exposição: pode-


se identificar os fatores de risco relacionados à poluição do ar fazendo perguntas
pertinentes sobre o ambiente onde seus pacientes moram ou trabalham, como:
exposição ao tabaco (fumadores no domicílio ou local de trabalho), combustão de lenha
ou carvão (para cozinhar ou aquecer-se), queima de lixo doméstico perto da casa. Por
outro lado, pode-se estimular a mobilidade ativa, como caminhadas, bicicletas, e uso de
transporte público. 99,100,101

• Investiguem, publiquem e disseminem conhecimentos: os profissionais de saúde


e gestores municipais podem realizar pesquisas sobre os efeitos da poluição do ar
na saúde e publicar os resultados de estudos sobre as causas, mecanismos e efeitos
da exposição ambiental na saúde humana e do meio ambiente, bem como possíveis
tratamentos, prevenção, gestão e desenvolver estratégias de comunicação para
mudança social e de comportamento. 99,100

Página 27
• Construam o conhecimento e ações com a comunidade: para problemas
relacionados à poluição do ar, como o consumo de combustíveis e bens de consumo,
como eletrodomésticos, que consumam menos energia. Além de recomendar sobre
redução das fontes de poluição e exposição, por exemplo, instruindo a população
sobre os malefícios da queima de lixo e de florestas ou advogando pela mensuração
da qualidade do ar na sua população. Por outro lado, deve-se estimular o ativismo e a
discussão o tema nos conselhos de saúde e gestão construindo soluções conjuntas com
a comunidade como a mensuração da qualidade do ar, ou evitar o uso de fogões à lenha.
99,100

• Participem da formação e educação continuada: aumentar o alcance das mensagens


sobre saúde planetária e poluição do ar e os riscos para a saúde são estratégias para

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reduzi-la. Você que está fazendo este curso, por exemplo, pode envolver seus colegas
em seu local de trabalho, em unidades de saúde, em conferências e em associações
profissionais. Além do apoio a inclusão da saúde ambiental e planetária currículo do
ensino fundamental e superior. 99,100

• Aconselhar soluções para líderes comunitários, representantes políticos e líderes


de outros setores: os profissionais de saúde estão bem posicionados para compartilhar
seus conhecimentos com os tomadores de decisão, incluindo membros de governos
locais e conselhos locais, e com outros líderes comunitários. Os profissionais de
saúde podem transmitir aos líderes a carga de saúde causada pela poluição do ar,
apoiar melhores padrões e políticas para reduzir a exposição prejudicial, advogar pelo
monitoramento e enfatizar a necessidade de proteger as pessoas vulneráveis. 99,100

Recomendações de construção de escolas, instituições de longa permanência e serviços


de saúde longe de fontes de poluição protegem a população de exposição crônica (por
exemplo, construir escolas a uma distância de vias de tráfego intenso e proibir ônibus
escolares de estacionarem próximo à escola).101

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Para refletir: como você pode atuar em seu contexto?

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável oferecem uma oportunidade ímpar


de aumentar a ação para enfrentar os riscos ambientais que prejudicam a saúde das
famílias. Reduzir a poluição do ar também pode melhorar a saúde e o bem-estar. Além dos
poluentes acima descritos, que afetam diretamente a saúde humana, essa redução está
relacionada também com os gases de efeito estufa (GEE) que, por sua vez, contribuem
com as mudanças climáticas.

Estima-se que, até 2030, as mudanças climáticas sejam responsáveis por 250 mil
mortes por ano. Todos têm um papel a desempenhar, em todos os níveis: indivíduos,
famílias, comunidades, profissionais da saúde, governos nacionais e agências

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internacionais. A ameaça à saúde causada pela poluição do ar exige que os profissionais
de saúde respondam com ações focadas e urgentes.

Página 29
Desmatamento e queimadas na Amazônia:
o que fazer?
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, com a maioria do seu território (60%)
localizado no Brasil.102 Cerca 10 milhões de pessoas na Amazônia brasileira vivem em
áreas expostas a altas temperaturas e a altos níveis de poluentes atmosféricos advindas de
queimadas e desmatamento.11,46,102

As emissões totais decorrentes das mudanças na cobertura da terra - principalmente do

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desmatamento e queimadas da Amazônia - foram responsáveis por aproximadamente 70%
das emissões totais de GEE do Brasil em 2005 e por 50% em 2016. A produção de gado é
um importante impulsionador do desmatamento e das queimadas na Amazônia. Durante
a estação de queimadas a presença de partículas finas (PM2,5) associou-se positivamente
à ocorrência de baixo peso ao nascer nas cidades da Amazônia brasileira e também estão
relacionadas a um alto risco de doenças respiratórias em crianças e idosos com doença
respiratória pré-existente, altas taxas de internações hospitalares e alterações no desempenho
respiratório.11,103

Além da questão da poluição do ar, pensando em um contexto de saúde planetária, a queima


da Amazônia está intimamente ligada com o desmatamento total da bacia amazônica, que
está atualmente na faixa de 15% a 17%, próximo ao 20-25%, o que pode levar à savanização
irreversível da maior parte dessa floresta,10,11 afetando todo o regime de chuvas e colocando
em risco a produção alimentar brasileira (veja mais no Módulo 7).

Página 30
O que os profissionais de saúde devem
recomendar em caso de queimadas?
Os profissionais de saúde devem fornecer recomendações para se prevenirem em
situações de queimadas, incluindo informações para o público em geral e para pessoas com
maior risco de exposição à fumaça. As medidas recomendadas para redução da exposição
devem se basear em vários fatores, incluindo os fatores de risco do indivíduo e a duração
esperada do evento.

Como discutido anteriormente, pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares, crianças,

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idosos, gestantes, pessoas com diabetes e pessoas com baixo status socioeconômico estão
em maior risco para a poluição do ar e a fumaça das queimadas, e devem estar preparados
para tomar medidas mais protetoras.

Recomendações gerais para reduzir a exposição em áreas com fumaça:

• Prestar atenção aos relatórios locais de qualidade do ar e a quaisquer alertas ou avisos


relacionados ao fumo.

• Evitar trabalho extenuante ou prolongado. Se o paciente estiver ativo ao ar livre, preste atenção
aos sintomas - eles são uma indicação de que se precisa reduzir a exposição.

• Reforçar hidratação para proteção das vias aéreas.

• Se for necessário aconselhar o paciente a ficar em ambientes fechados, deve-se manter


o ar interno o mais limpo possível. Manter as janelas e portas fechadas, a menos que esteja
extremamente quente lá fora. Se for usar ar condicionado, deve-se manter a entrada de ar
fresco fechada e o filtro limpo para impedir a entrada de partículas adicionais. Se o paciente não
possui um ar-condicionado, ficar dentro de casa com as janelas fechadas pode ser perigoso em
clima extremamente quente. Nesse caso, deve-se orientar abrigo alternativo, como parentes,
amigos ou um abrigo de ar mais limpo.

• Considerar dispositivos de filtragem de ar antes que ocorra uma emergência de fumaça como
Filtros de ar particulado de alta eficiência (HEPA).

Página 31
• Se for necessário dirigir, ligue o ar condicionado do carro no modo de recirculação para evitar a
entrada de ar com fumaça no carro, apesar da capacidade destes filtros serem limitadas.

• Evite atividades que aumentem a poluição interna. Tente evitar o uso de qualquer coisa que
queime, como lareiras a lenha, fogões a gás - e até velas.

• Orientar cessação de tabagismo, pois isso coloca ainda mais poluição nos pulmões e nos
pulmões das pessoas ao seu redor.

• Aconselhe seus pacientes a procurar a unidade de saúde de referência ao apresentarem novos


sintomas cardiovasculares ou respiratórios ou se outros os problemas de saúde existentes
piorarem.10,11,88

Recomendações adicionais para seus pacientes com maior risco:

• Discutir sobre se eles devem continuar vivendo no local.

• Confirmar se os pacientes com asma ou outras doenças respiratórias têm um plano de manejo

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respiratório (por exemplo, plano de ação da asma) que inclui o que fazer durante um evento de
alta poluição de partículas.

• Revisar as prescrições e aconselhar os pacientes a ter pelo menos um suprimento de cinco dias
de remédios à mão.

• Considerar a criação de uma “sala limpa” em casa, onde os níveis de partículas são mantidos
mais baixos. Uma boa opção é uma sala interior, com o menor número possível de janelas e
portas, como um quarto com um Filtro de ar particulado de alta eficiência (HEPA). Não se

deve usar um filtro de ar que gere ozônio.10,11,105

Deve-se levar em consideração a realidade local das populações e personalizar estas


recomendações. Apesar de serem orientações emergenciais, o melhor plano para a população
brasileira é parar as queimadas e desmatamento da Amazônia tanto para a poluição do ar
quanto para a manutenção das chuvas e o clima local.11

Página 32
Máscaras são recomendadas?

É comum quando vemos na televisão imagem de populações usando máscara para cobrir
o rosto em situações de emergência e localidades com grande poluição - momentânea (como
queimadas) ou crônica (em cidades grandes e metrópoles).106 De maneira geral, máscaras
caseiras e as máscaras cirúrgicas não protegem da poluição.106 A eficácia dependerá não
apenas do filtro usado, mas também da vedação entre a máscara e a face de cada indivíduo
(fator de ajuste),107 ou seja, deve ser de um material que filtra as partículas e com bom encaixe
no rosto.106

• Os respiradores, chamados de peças semifaciais filtrantes (PFF) com ou sem válvula de


exalação, cobrem o nariz, boca e queixo e são indicadas para proteção contra a maior parte

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dos poluentes.108 Elas retêm partículas sólidas e líquidas à base de água, não filtrando gases
(uma variação pode reter partículas à base de óleo, mas aqui não aprofundaremos estas) (ref
ABNT). Dentre esses, PFF2 (Brasil), FFP2 (Europa), N95 (EUA) e KN95 (China), dentre outros,
são equivalentes. Elas filtram 94-5% das partículas de diâmetro médio superiores a 0,3µm
106,107,109
mas também filtram partículas ainda menores.107 Aqui vale lembrarmos que material
particulado de diâmetro de 2,5µm (MP2,5) - menor que uma hemácia - é um dos principais,
senão o principal, causadores de morbimortalidade por poluição e é filtrado por estas peças.106

• A proteção oferecida por um respirador facial também depende do fator de ajuste, assim
como o tipo de atividade do usuário111 e a forma do rosto.112 Mesmo com ajuste apropriado e
realizando atividades sem esforço, estima-se que até 10% de partículas consigam penetrar por
em torno do respirador.107 Não é possível obter selos adequados para pessoas com barba ou

para a maioria das crianças.112

Respiradores descartáveis (N95 ou PFF2) estão cada vez mais disponíveis e tem conforto tolerável,
pode ser que cada vez mais se veja pessoas usando quando necessário.107 Durante exercícios, podem
comprometer a ventilação e capacidade cardiopulmonar.113 Desta forma, os profissionais de saúde
devem fornecer orientações sobre a seleção e o uso adequado dos dispositivos.107 Entretanto, seu
incentivo deve ser feito após que o usuário tenha conseguido implementar outras medidas - inclusive
mais efetivas - antes. . É importante frisar que o foco principal deve ser reduzir a poluição atmosférica
e criar ambientes mais saudáveis estimulando as políticas públicas de controle da qualidade do ar.

Página 33
Discussão do caso: Como fica a Selma?
Ao longo do texto, você deve ter percebido que ela apresenta diversos fatores de risco:
exposição crônica à poluição em horário inadequado, inadequação das vias públicas,
idade, obesidade (que já a põe em um estado inflamatório persistente), além de fatores
sociais complicadores. Além da investigação desta palpitação e um diagnóstico melhor
da possível hipertensão, reflita quais medidas você proporia dentro do seu campo de
atuação se encontrasse Selma na sua Unidade de Saúde.

Dentro de uma abordagem individual, podemos compartilhar com Selma sobre como
ela pode melhorar sua alimentação, atividade física e estresse, em um horário em que
ela não se exponha a grandes concentrações de poluentes. Podemos pensar em rever
o itinerário das entregas, estimular a ingesta hídrica, principalmente nos períodos de
grande exposição, ver com ela possibilidade de transporte ativo como o uso de bicicletas,
frequentar espaços verdes (como praças, parques), etc...

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Dentro da abordagem familiar, uma visita domiciliar pode ser feita, a fim de verificar
em que situação se encontram Selma e Sueli. Elas usam qual meio de energia para
cozinhar as “marmitas”? Será que usam fogão à lenha? O ambiente é ventilado? O espaço
que elas usam é em casa ou elas alugam alguma peça à parte para trabalharem? Em uma
reflexão mais ampliada, podemos nos questionar que pegada de carbono está envolvida
com os alimentos escolhidos para a marmita (tema abordado no módulo de nutrição).
Seria possível escolher alimentos regionais? Seria possível plantar temperos ou criar uma
horta urbana comunitária?

Em se tratando de abordagem comunitária, poderíamos levar em reunião de equipe


um projeto de grupo de atividade física na Unidade de Saúde. Grupos de Caminhada são
realidade em muitas Unidades de Saúde, possibilitando um espaço de atividade física,
lazer e compartilhamento comunitário. Além de construir com a sociedade civil formas
de implementar a medição da qualidade do ar para ajudar Selma a tomar as melhores
decisões junto com o seu profissional de saúde em relação ao seu trabalho e cuidado.

O Conselho local de saúde e a associação de moradores podem ser atuantes também.


Como entidade, podem ir atrás dos órgãos e entidades públicos para construção de praças,
espaços verdes e academias ao ar livre que possibilitem atividades físicas prazerosas para
a comunidade.

Página 34
Sugestões para aprofundamento

Material Porque este material é indicado?

Assista: Como a poluição do ar afeta nossa saúde do Este vídeo com apresentação do professor e
Urbanite. Disponível em: médico Paulo Saldiva, respondendo perguntas
https://www.youtube.com/watch?v=4- como: qual o impacto da poluição do ar e como ela
AgnMWQh7M afeta a saúde? E quais são as doenças que podemos
contrair por estarmos expostos a ela?

Assista: Hoje existe um culto ao transporte Este vídeo faz uma reflexão sobre por que
motorizado do Urbanite. Disponível em: deixamos de ter mobilidade ativa? Com
https://www.youtube.com/ apresentação do professor e médico Paulo

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watch?v=Lp5QHr7qA3w Saldiva neste episódio fala-se sobre como o
padrão de mobilidade é um grande fator que
contribui para obesidade, discutindo, deste
modo, sobre mobilidade ativa e passiva. Hoje
podemos perceber que existe um culto ao
automóvel, que tornou-se símbolo de potência,
liberdade e realização.

Assista: New England Journal of Medicine: Ambient Este vídeo tem uma breve explicação sobre o
Particulate Air Pollution and Daily Mortality in 652 artigo publicado no jornal de medicina New
Cities. England sobre como as partículas finas causam
Disponível em: https://www.youtube.com/ mortalidade em 652 cidades.
watch?v=U5fJZCg2Px0

Leia: Artigo científico (em inglês) relatando os efeitos


Kampa M, Castanas E. Human health effects of air causados pela poluição do ar na saúde
pollution. Environ Pollut, 2008 Jan; 151(2): 362-7.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/17646040

Página 35
Material Porque este material é indicado?

Escute: Música Brasileira que retrata a perda da


“Passaredo”, de Chico Buarque e Francis Hime. biodiversidade e a ação do homem que mais
Disponível em: transgrediu os limites aceitáveis para que
https://www.youtube.com/ processos essenciais do planeta Terra possam
watch?v=U3WEtpox7Vw ocorrer.

Leia: Lelieveld J, et al. The contribution of outdoor Artigo científico (em inglês) sobre a contribuição
air pollution sources to premature mortality on a da poluição do ar na mortalidade global
global scale. Nature, 2015 Sep; 525(7569): 367-71.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/26381985

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Assista: Fumamos um cigarro a cada 2 horas de Este vídeo traz dados e informações comparando
tráfego do Urbanite. Disponível em: a poluição do ar com o tabaco. Reflexão
https://www.youtube.com/ importante realizada pelo professor e médico
watch?v=pwmZqv1cg7M Paulo Saldiva.

Leia: Rodrigues PC de O, Ignotti E, Hacon S de S. Artigo científico (em português) que verificou
Fatores socioeconômicos aumentam os efeitos os efeitos do MP2,5 e da temperatura na
nocivos da poluição atmosférica e da temperatura mortalidade por doenças cardiovasculares
na mortalidade. Rev Bras Epidemiol. [Internet]. 14 de segundo status socioeconômico e proximidade
março de 2019 [citado 1o de setembro de 2020]; 22: do tráfego.
e190011. Disponível em: https://www.scielosp.org/
article/rbepid/2019.v22/e190011/pt/

Leia: Artigo científico (em inglês) relatando a


Pope CA, Bhatnagar A, McCracken JP, Abplanalp W, associação do MP fino com desfechos em saúde.
Conklin DJ, O’Toole T. Exposure to Fine Particulate
Air Pollution Is Associated with Endothelial Injury
and Systemic Inflammation. Circ Res, 2016 Nov;
119(11): 1204-14. Disponível em: https://www.ncbi.
nlm.nih.gov/pubmed/27780829

Página 36
Material Porque este material é indicado?

Leia: Trabalho da OMS (em inglês) em saúde ambiental


World Health Organization (WHO). Air Quality que baseia os padrões globais de qualidade
guidelines global: Update 2005. Geneva; 2006. ambiental e investimentos efetivos para a saúde
Disponível em: https://apps.who.int/iris/ pública.
bitstream/handle/10665/69477/WHO_SDE_
PHE_OEH_06.02_eng.pdf;sequence=1https://
www.who.int/phe/health_topics/outdoorair/
outdoorair_aqg/en/

Assista: Video da OMS (em inglês, mas dá para


World Health Organization (WHO). Air pollution and programar legenda) alertando sobre poluição do
health: how will our children continue to breathe? ar na saúde de crianças.

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Geneva; [2018?], 3min 25s. 1 vídeo. Disponível em:
https://www.youtube.com/
watch?time_continue=115&v=P-
65ik9UKew&feature=emb_logo

Leia: Texto do WONCA (em inglês) alertando os


The World Organization of Family Doctors Médicos de Família e Comunidade sobre Saúde
(WONCA), The Planetary Health Alliance (PHA). Planetária de forma introdutória e como pode se
Declaration Calling for Family Doctors of the dar a aplicabilidade na prática diária.
World to Act on Planetary Health. Bang Rak; 2019.
7f. Disponível em: https://www.wonca.net/site/
DefaultSite/filesystem/documents/Groups/
Environment/2019%20Planetary%20health.
pdf

Leia: Este texto (em inglês) tem um estudo sobre o


Floss M, Barros E. Lancet Countdown 2018 Report: impacto das queimadas na amazônia sobre a
briefing for Brazilian policymakers. London: Lancet saúde dos brasileiros.
Countdown, Sociedade Brasileira de Medicina de
Família e Comunidade, Fundação Oswaldo Cruz,
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; 2018.
Disponível em: https://storage.googleapis.com/lancet-
countdown/2019/10/2018-lancet-countdown-policy-
brief-brazil.pdf (citado em Mar 18, 2020).

Página 37
Material Porque este material é indicado?

Leia: Artigo científico (em português) que analisa a


Rodrigues Poliany Cristiny de Oliveira, Santos associação da exposição ao tráfego veicular com o
Emerson Soares dos, Hacon Sandra de Souza, risco de morte por doença cardiovascular.
Ignotti Eliane. Fatores de risco para mortalidade
por doenças cardiovasculares associados à alta
exposição ao tráfego veicular. Rev Bras Epidemiol.
[Internet]. 2017 July [citado 2020 Set 01] ; 20(
3 ): 423-434. Disponível em: http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
790X2017000300423&lng=en

Leia: Publicação em português. Colaboração


Floss M, Barros E, Fajardo AP, Bressel M, Hacon S, internacional que faz uma avaliação anual do
Nobre C, et al. Lancet Countdown: Briefing para estado das mudanças climáticas e da saúde

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Políticas de Saúde no Brasil. Rev Bras Med Fam humana, e busca oferecer orientações para
Comunidade 2018; 14(41):1-19. Disponível em: políticas baseadas em evidência aos tomadores
https://doi.org/10.5712/rbmfc14(41)2286 (citado em de decisões.
Abr 21, 2020).

Leia: Artigo de revisão (em português) que compila


de Sousa TCM, Amancio F, Hacon SS, Barcellos C. trabalhos científicos que abordam as doenças
Doenças sensíveis ao clima no Brasil e no mundo: sensíveis ao clima e mudanças climática.
revisão sistemática. Rev Panam Salud Publica.
2018;42:e85. Published 2018 Jul 20.

Página 38
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Air pollution and noncommunicable diseases: a review by the Forum of International
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Poluição atmosférica proveniente da queima de combustíveis derivados do petróleo em
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Curso EAD | Saúde Planetária


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Página 50
Equipe Responsável:
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por
integrantes do Núcleo de Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS).

Coordenação Geral Conteudistas

Roberto Nunes Umpierre Módulo 3 - Poluição do ar e a saúde

Marcelo Rodrigues Gonçalves Carlos Augusto Vieira Ilgenfritz

Bruna Marmett

Gerência Cláudia Ramos Rhoden

Ana Célia da Silva Siqueira Marilyn Urrutia Pereira

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Roseana Boek Carvalho

Coordenação Executiva Mayara Floss

Rafaela Brugalli Zandavalli


Rodolfo Souza da Silva

Revisão Módulo 3
Responsável Teleducação
Carlos Dora
Ana Paula Borngräber Corrêa
Paola Rava Dellepiane

Gestão Educacional
Revisores Gerais
Ylana Elias Rodrigues
Jacqueline Ponzo

Enrique Falceto Barros


Coordenação do curso
Nelzair Araujo Vianna
Mayara Floss
Anna Cláudia Dilda
Carlos Augusto Vieira Ilgenfritz

Página 51
Projeto Gráfico

Iasmine Paim Nique da Silva

Revisção Ortográfica

Angélica Dias Pinheiro

Normalização

Geise Ribeiro da Silva

Diagramação e Ilustração

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Davi Perin Adorna

Iasmine Paim Nique da Silva

Lorenzo Costa Kupstaitis

Divulgação

Angélica Dias Pinheiro

Camila Hofstetter Camini

Carolina Zanette Dill

Laíse Andressa de Abreu Jergensen

Desenho instrucional

Ylana Elias Rodrigues

Tecnologia da Informação e
Comunicação

Andrews Vieira Beni

Página 52

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