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Palestra: Evento Projeto LUZION 2017

Qualidade do ar

Ministrante: Prof. Édler Lins de Albuquerque


Contato: edler@ifba.edu.br
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Sumário da Apresentação

 Aspectos básicos sobre poluição do ar;

 Gestão e ferramentas para controle da poluição do ar;

 Pesquisas Realizadas no ECOIN – IFBA.

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Atmosfera: Um Reator Gigante

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Processo de Poluição Atmosférica
TRANSPORTE
Ventos, gradiente térmico, processos de remoção etc.
+
PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO
(Processos de deposição seca e úmida, transformações físico-químicas etc)
EMISSÃO
Aspecto ambiental

CONCENTRAÇÃO
Impacto ambiental

Três momentos: (1) emissão de poluentes para a atmosfera; (2)


transporte, diluição e modificação físico-química dos poluentes na
atmosfera; (3) medição das concentrações dos poluentes.
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Classificação dos Poluentes do Ar

Efeitos globais
Efeitos locais
• Quanto à abrangência do efeito causado
Poluentes de efeitos globais
 Provocam mudanças climáticas e no meio ambiente
global. Exemplos: GEEs, CFCs, Dioxinas, PCBs.

Poluentes de efeitos locais


 Sofrem deposição ou transformação química ou física
na atmosfera produzindo efeito localizado.

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Classificação das Fontes Poluidoras

Emissões Emissões
naturais antrópicas
• Spray marinho • Veículos
• Erupções • Indústrias
vulcânicas
• Processos
biológicos 6
Principais Poluentes de Efeito Local
Convencionais Não-convencionais
 Óxidos de enxofre - SOx  Compostos reduzidos de enxofre
 Óxidos de nitrogênio - NOx  Compostos orgânicos voláteis
  Metais
Monóxido de carbono - CO
 Sais inorgânicos
 Ozônio - O3
 Dioxinas e furanos
 Material particulado - PTS, MP10 , MP2,5.

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Impactos Negativos da Poluição do Ar

Problemas à saúde humana;

Inconvenientes ao bem estar


público;

Alterações nos materiais;

Prejuízos aos ecossistemas;

Mudanças climáticas.
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Impactos à saúde humana

Menos Sérios Mais Sérios


Reversíveis Irreversíveis
- SEVERIDADE +
Não debilitam Debilitam
Não ameaçam à vida Ameaçam à vida

Irritação de pele Náusea Danos ao fígado e rins Câncer


Asma
Irritação da garganta e tosse Danos ao Sistema Nervoso
Bronquite Defeitos congênitos
Dor de cabeça Vertigem Abortos

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Material Particulado

O termo é
usado para
sólidos ou
líquidos em
suspensão na
atmosfera.

PTS: Partículas totais em suspensão ( < 50-100 mm)


PM10: Fração toráxica do Material Particulado (inalável,  < 10mm)
PM2.5: Fração respirável ( < 2,5mm)
PM : Fração sub-micrômica ( < 1,0mm) 10
Efeitos diretos dos COVs à saúde

POLUENTE EFEITO POTENCIAL


Benzeno Causam Leucemia e
1,3-Butadieno Polycythaemia.A,C

Pode Causar Câncer no Trato


Formaldeído Respiratório e Alimentar.
É Cancerígeno em Animais.

Diclorometano
Tolueno Afetam o Sistema Nervoso Central.C
Estireno

Clorofórmio Apresentam Propriedades


Tetracloreto de Carbono Carcinogênicas e/ou Genotóxicas.C

PAH - Hidrocarbonetos
Provocam Câncer no Pulmão.B
Policíclicos Aromáticos

Fontes: A Lora (2000), BChivian et al. (1994), CCrump (1995).


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COVs - Principais Reações na atmosfera

Processos reativos de hidrocarbonetos saturados.


Fonte: Jenkin et al. (1999) 12
OXIDANTES FOTOQUÍMICOS
• Principal exemplo: ozônio
• Irritante dos olhos
• Ataca o sistema respiratório
• Provoca danos à agricultura
• São formados na atmosfera a
partir dos NOx e COVs
• Danos a obras de arte.

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Dispersão de poluentes Atmosféricos

Dispersão de poluentes atmosféricos

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Dispersão de poluentes: Mundo real

Química Qualidade
atmosférica do ar
Interações na atmosfera
Efeitos de dispersão

fontes receptor

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Dispersão de poluentes: Modelos de dispersão

Emissões

Meteorologia/ Modelos de Qualidade


Topografia dispersão
do ar
Química
atmosférica

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Características do Ponto de Emissão

 Altura do duto de saída ( chaminé);

 Diâmetro do duto de saída;

 Velocidade dos gases;

 Temperatura.
Altura real da
pluma
DH

h H = h + DH
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Medição na Fonte - Amostragem de chaminé

1818
Inventários de emissão veicular

Metodologia:
2° tipo de estimativa (Tier) – U. S. EPA
Ei     Fe ikjp  Fc ikjp  Kma kj  Nkjp   10 6

k j p

Ei = Emissão anual de um poluente i em toneladas.


Feikjp = Fator de emissão para veículos novos (g de i /Km).
Fcikjp = Fator de correção para o poluente i.
Kmakj = Quilometragem média anual desenvolvida.
Nkjp = Número de veículos.
k = categoria.
j = ano de fabricação.
p = combustível processado.
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Fluxo Global = Parcelas (Difusiva + Advectiva)

TEMPO
Migração da
espécie em
relação a
um eixo fixo
SENTIDO DO FLUXO
Fatores que afetam a dispersão de poluentes

Condições meteorológicas

 Velocidade e direção do vento;

 Temperatura ambiente e umidade relativa do ar;

 Pressão barométrica e radiação solar

 Altura da camada de mistura;

 Estabilidade.
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Dados Topográficos e Direção do Vento
Cubatão Exemplos Rosa dos Ventos

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Dispersão de poluentes na atmosfera

Dispersão vertical

Radiação solar

Trocas convectivas de calor

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Influência da meteorologia - Inversão Térmica

A barreira surge em
diferentes altitudes, por
diversas causas, podendo
se formar a cerca de 150
metros da superfície.

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Modelos Gaussianos de Dispersão
Equação emissão pontual contínua ou clássica utilizada para o cálculo das
concentrações em um ponto de coordenadas (x, y, z).

Modelo de 

 

 

 


z H ² 


 

z  H ² 
Q y²   exp 
Pluma Cx, y, z   exp     α.exp  

2πuσ yσ z  2σ 2   2 2 
y  2σ   2σ 
   z 
Gaussiana    z 

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Resultado de um Estudo de Dispersão

26

26
Modelos de dispersão
Importância dos modelos de qualidade do ar
• Determinar as máximas taxas de emissões
permitidas;

• Avaliar estratégias e técnicas de controle de


emissão propostas;

• Selecionar locais de futuras fontes de poluição;

• Determinar responsabilidades para níveis de


poluição do ar existentes;

• Planejar o controle de episódios de poluição de


ar, definindo estratégias de intervenção imediatas.
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Um estudo de caso para a RMS

 LYRA, D. G. P de; Modelo Integrado de Gestão da


Qualidade do Ar da Região Metropolitana de Salvador.
Tese de doutorado, Faculdade de Enga. Química,
UNICAMP, Campinas, 2008.

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Poluição Atmosférica Urbana na RMS

Fonte: LYRA (2008) 29


Gestão Ambiental da Qualidade do Ar

Gestão Ambiental Meta de Preservação

Padrão de Padrão de
emissão Qualidade d o ar

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Estratégias para Prevenção e Controle

• Criação e aplicação de leis;


• Cobranças de tarifas e
aplicações de multas;
• Tecnologias fim de tubo;
• Controle na fonte;
• Desenvolvimento tecnológico;
• Educação ambiental.

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Gestão da Qualidade do Ar

Monitoramento Prevenção/Controle
• Fontes de Emissões • Divulgação das
• Qualidade do Ar Informações
• Meteorologia • Padrões de Qualidade
• Fiscalização

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Resolução n. 18/86 CONAMA - PROCONVE
Prog. de Controle da Poluição do ar por Veículos Automotores

Laboratório de Inspeção Veicular da Cetesb

 Limites de emissão devem ser respeitados por todo veículo


produzido no país ou importado a partir de 1988. 33
Monitoramento de Emissões Veiculares

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Padrões de Emissão

• RESOLUÇÕES CONAMA N. 382, de


26/12/2006 e N. 436, DE 22/12/2011
estabelecem os limites máximos de
emissão de poluentes atmosféricos
para fontes fixas.

• “Limites estabelecidos para os


diversos poluentes em termos de
concentrações massa/volume no
duto de descarga da fonte de
poluição (chaminé)”.
35
Padrões Nacionais de Qualidade do Ar
Resolução do CONAMA n°03 de 28/06/90

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Impactos à saúde humana

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Técnicas para Amostragem de poluentes do ar

Sampling bags
Summa canisters

AGV
Tubos adsorventes
38

Monitor Passivo 38
Monitoramento Automático da Qualidade do Ar
 Parâmetros
- SO2 (Dióxido de
Enxofre) :
- CO (Monóxido de
Carbono) :
- NOx ou NO-NO2
(Óxidos de
Nitrogênio)
- O3 (Ozônio)

- PM10 (Partículas
suspensas
inferiores a 10µ) :
- COV : Compostos
Orgânicos Voláteis
- HCT :
Hidrocarbonetos
Totais
- Parâmetros
meteorológicos 39
Monitoramento Automático

40
Monitoramento Automático

41
Monitoramento Automático

Os Analisadores por dentro:

42
Monitoramento Automático - Meteorologia

43
Local e posicionamento de sensores

44
Estação Completa Instalada

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Emprego de Bioindicadores

(a) (b)

Biomonitoramento de ozônio:
N. tabacum Bel-W3 com injúrias típicas do efeito do
O3 (a) e um exemplar saudável (b).

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Gestão da Qualidade do ar - Pólo de Camaçari

 A Rede de monitoramento do
Pólo foi inaugurada
oficialmente em 31 de maio de
1994.
 Sua implantação foi um dos
condicionamentos
estabelecidos pelo CEPRAM,
na sua Resolução 620/92.
 A CETREL desenvolveu o
projeto, efetuou a instalação
mantém e opera a RMA.

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Monitoramento Atmosférico Automático

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LAMARÃO:
O3 SÍTIO:
SO2 SO2
NOx
PI - Metais
MET CONCÓRDIA:
LEANDRINHO: SO2
SO2 NOx
NOx CO
COBRE:
CO TRS
SO2
PI PI
TRS MET
HC
NH3 ESCOLA:
COV O3
MET SO2
NOx
TRS
COV
GRAVATÁ: MET
SO2
MACHADINHO:
NOx
O3
CO
SO2
PI
TRS NOx
HC CO
NH3 PI- Metais
COV CÂMARA: COV
MET O3 MET
SO2
NOx
COV
MET AREIAS:
SO2
PTS
PI

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SGA – Monitoramento do Ar

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Iniciativas “Mais Recentes” - Brasil
 Iniciativas em Escala Federal
PROCONVE e PROMOT Nota Verde - Veículos de passeio

Inventários Nacionais de
Emissões Atmosféricas por
veículos automotores rodoviários

Resolução CONAMA 418, de


25/11/09 – Critérios para Inspeção
e Manutenção de Veículos em Uso

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Iniciativas Internacionais
 Europa:
 Licenciamento anual de veículos antigos
condicionado a um teste de emissões.
 Novas técnicas para o monitoramento ambiental etc.

 Estados Unidos:

 Mercado de cotas de emissões (SOx, NOx, VOC

reativos etc);
 Redução de impostos para quem comprova redução

de emissões de diesel;
 Fundos para incentivos de pesquisas em melhoria

da qualidade do ar;
 Atualização constante dos padrões ambientais etc.

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Grupo de Pesquisa Ecologia Industrial

Pesquisas
Realizada
s no IFBA

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Grupo de Pesquisa Ecologia Industrial
Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

IMPACTOS À QUALIDADE DO AR
PROVENIENTES DE ATIVIDADES
AEROPORTUÁRIAS
Bolsista:
Taiane Campos Braga

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Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

Metodologia 1 - Inventário
Tier 2
(Emissões)i,n = (Nº de ciclos LTO)n x (Fator de Emissão ciclo LTO)i,n
Fonte: ANAC (2014) e IPCC (2006).
Ciclo LTO

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Fonte: EMEP/CORINAIR (2013) e ANAC (2014).


Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

Metodologia 2 - Inventário
Tier 3

• C - consumo de combustível da aeronave a para cada fase f no aeródromo p;


• nM - número de motores da aeronave a;
• Fc - fluxo de combustível de cada motor da aeronave a na fase f;
• t é o tempo que a aeronave a permanece na fase f no aeródromo p;
• E é a emissão do poluente g pela aeronave a na fase f no aeródromo p;
• Fe é o fator de emissão do poluente g da aeronave a na fase f.
58
Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

Distribuição (em porcentagem) da movimentação média anual de aeronaves no Aeroporto Luís Eduardo
Magalhães 59
Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

Emissões totais de gases poluentes no Aeroporto Luís Eduardo Magalhães em kg (base anual) – Tier 2.
60
Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

Emissões totais de gases poluentes no Aeroporto Luís Eduardo Magalhães em kg (base anual) – Tier 3A.
61
Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

Resultados

Concentração média (1 hora) – PM2,5. 62


Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

Resultados

Concentração média (1 hora) – HC. 63


Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

Resultados

Concentração média (1 hora) – NOx. 64


Pesquisa – Estudo de Dispersão - Aeroporto

INVENTÁRIO DE EMISSÃO VEICULAR


PARA A REGIÃO METROPOLITANA DE
SALVADOR
Bolsista:
Adelmo Menezes de Aguiar Filho

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Pesquisa: Inventários de emissão veicular

Metodologia:
2° tipo de estimativa (Tier) – U. S. EPA
Ei     Fe ikjp  Fc ikjp  Kma kj  Nkjp   10 6

k j p

Ei = Emissão anual de um poluente i em toneladas.


Feikjp = Fator de emissão para veículos novos (g de i /Km).
Fcikjp = Fator de correção para o poluente i.
Kmakj = Quilometragem média anual desenvolvida.
Nkjp = Número de veículos.
k = categoria.
j = ano de fabricação.
p = combustível processado.
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Pesquisa: Inventários de emissão veicular

Resultados de Aguiar e Albuquerque (2013): EVOLUÇÃO DAS


EMISSÕES DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS VEICULARES
NA REGIÃO METROPOLITANA DE1. SALVADOR: 2009 A 2011.
Tabela
Participação por município da RMS na emissão de poluentes.
Fonte: Os autores.
Emissão de poluentes/(toneladas/ano)
Cidades
CO NMHC NOx SOx MP
Camaçari 26466,3 2493,4 10062,7 72,1 261,0
Candeias 10502,7 1027,5 4535,9 27,2 106,8
Dias d´Ávila 7683,4 739,5 3149,9 20,3 76,8
Itaparica 676,5 62,1 232,1 1,9 6,5
Lauro de Freitas 21606,5 1916,0 6905,7 63,9 202,3
Madre de Deus 921,1 85,3 339,8 2,6 8,9
Mata de São João 2136,9 197,3 711,9 6,1 21,3
Pojuca 2992,5 286,5 1172,9 8,2 30,5
Salvador 288431,1 23789,5 70747,4 865,7 2402,7
São Francisco de Conde 1894,0 182,0 751,5 5,1 19,2
São Sebastião do Passé 2703,7 260,3 1088,2 7,3 27,7
Simões Filho 17720,2 1771,6 8189,8 45,2 185,1
Vera Cruz 1566,2 148,3 592,8 4,4 15,9
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Pesquisa: Inventários de emissão veicular

Resultados: Aguiar e Albuquerque (2013).

Percentual de cada categoria veicular na frota das cidades da RMS. Adaptado de DETRAN-BA (2012).
68
Pesquisa: Inventários de emissão veicular

Resultados: Aguiar e Albuquerque (2013).

Participação das categorias veiculares nas emissões de poluentes.


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Pesquisa: Inventários de emissão veicular

Resultados : Aguiar e Albuquerque (2013).

Influência da idade veicular na emissão total. 70


Pesquisa: Inventários de emissão veicular

Resultados : Aguiar e Albuquerque (2013)

Ano CO HC NOx SOx MP Total


2009 392.714 32.770 100.593 1.139 3.080 530.296
2010 386.416 32.548 103.819 1.133 3.220 527.136
2011 385.301 32.959 108.481 1.130 3.365 531.236
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Conclusões: Estudo da Qualidade do Ar

Carência de Fenômeno
profissionais “invisível”

Legislação Sintomas não-


“deficiente” seletivos

Dificuldades Complexidad
técnico- e dos
econômicas fenômenos

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Agradecimentos

Sou grato:

 A todos pela atenção;


 A organização do evento pela oportunidade;
 A CISA pelo apoio aos projetos e parceria;
 As agências financiadoras das pesquisas
realizadas.

Contato: edler@ifba.edu.br

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